Book Reviews by Daniela Costanzo
Espera-se que as interessadas e interessados terminem o curso com uma bagagem suficiente para com... more Espera-se que as interessadas e interessados terminem o curso com uma bagagem suficiente para começar a compreensão do presente brasileiro. Por mais que o curso não dê conta de todas as teorias em jogo, busca fornecer uma base, com autoras e autores que dialogam entre si, de onde a estudante pode partir.
Cadernos de Filosofia Alemã, 2020
A partir de uma longa visada, o livro de Wolfgang Streeck, Tempo comprado: a crise adiada do capi... more A partir de uma longa visada, o livro de Wolfgang Streeck, Tempo comprado: a crise adiada do capitalismo democrático, pretende explorar as determinações essenciais da passagem, em meio a crises fiscais e financeiras, de um capitalismo democrático, baseado em um Welfare State e instituições políticas keynesianas, para um capitalismo neoliberal, no qual um regime econômico neo-hayekiano-caracterizado essencialmente por uma máxima desregulamentação econômica e pela proteção frente a qualquer normatização ou correções políticas de massa-impõe um mercado que se pretende imune a qualquer tipo de intervenção democrática. Nesse sentido, uma das teses mais fortes do economista alemão é a de que a crise de 2008 marcaria o possível fim dos adiamentos de conflitos decorrentes da crise do capitalismo democrático, ocorrida na década de 1970. Falamos em longa visada, pois o seu estudo abarca, pelo menos, as transformações do capitalismo e a marcha do capital desde os fins da década de 1960 até a década de 2010. O que acaba por tornar-se um respiro benfazejo em meio às análises políticas e econômicas presentes no mercado das ideias, fortemente pautadas por certo imediatismo e por estudos de curto fôlego.
Caderno CRH, 2019
Originário de um artigo publicado na revista Piauí – que teve grande repercussão, devido, entre o... more Originário de um artigo publicado na revista Piauí – que teve grande repercussão, devido, entre outras coisas, ao debate com o economista Samuel Pessoa –, o livro Caminhos da esquerda: elementos para uma reconstrução, do filósofo Ruy Fausto, nos traz para o olho do furacão teórico e político pelo qual passa a esquerda brasileira e mundial. Com
cinco capítulos, dois apêndices de resposta às indagações críticas de Pessoa, introdução e conclusão, Fausto pretende fazer tanto uma incursão pelo que chama de patologias da esquerda, passando por suas crises e possibilidades de superação – que poderiam apontar para elementos (programáticos e filosóficos) essenciais para sua reconstrução como esquerda autêntica (Fausto, 2017) – quanto uma crítica aos discursos e teorizações veiculados pela direita e extrema-direita
Boletim Lua Nova n. 2, 2019
Revista de Ciências Sociais Unisinos, 2018
Papers by Daniela Costanzo
Revista de Políticas Públicas, 2018
O artigo tem como objetivo entender os impactos das políticas de mobilidade,por bicicleta, em trê... more O artigo tem como objetivo entender os impactos das políticas de mobilidade,por bicicleta, em três grandes cidades: Nova York, Cidade do México e SãoPaulo. Para isso, apresenta as trajetórias dessas políticas e os instrumentos de política pública adotados em cada caso. Assim, analisa os resultados a partir de contagens de ciclistas em cada local e a redução de acidentes e mortes com ciclistas.Palavras-chave: Mobilidade urbana, políticas públicas, bicicleta.
Latin American Perspectives, 2021
The documentary film directed by Marcelo Gomes, Waiting for Carnival (2019), addresses contempora... more The documentary film directed by Marcelo Gomes, Waiting for Carnival (2019), addresses contemporary Brazil in the midst of the crisis of Lulism and its contradictions (Singer, 2012; 2018). Filmed in Toritama, a small town in the countryside of the state of Pernambuco, the film features the (not so) new work relationships in Brazil and in the world. In fact, on the pretext of recalling the peaceful country town he visited with his father, a middle-ranking government bureaucrat, Gomes ends up exposing the insides of what Roberto Schwarz (2012: 13) has called “a perverse form of progress.” In it the distinguishing marks of national backwardness are to be seen not as mere residual archaisms but as “an integral part of the reproduction of modern society.” The main change Gomes sees in Toritama is in labor relations, which have reconfigured the entire economy and local dynamics to be functional for the textile industry and its needs. Since the 1980s, the city has become the national capital of the production of jeans. Silence, quiet streets, and conversations on the sidewalk and in the shops have given way to the incessant noise of sewing machines and the improbable transfer of countless pieces on motorcycles, handcarts, and mules. The work process is presented as something so flexible and plastic that, as several of the characters in the documentary argue, “only those who don’t want to work don’t have work”: whole houses have become ultraspecialized production cells with young people crowded into small spaces turned into essential means of socialization and conviviality, while elderly people finishing pieces chat on the sidewalk and children play among the machines and fabrics, virtually emulating the craft that they will later exercise in a kind of natural cycle—adapted, however, to the exercise of a constant cult of Capital, as Benjamin (2013) has taught us. The idea of a natural cycle is suggestive for understanding the world of work in Toritama, since workers, skeptical and without any hope of building a better future, collect the pennies they earn on the jeans parts they produce to travel to the beach in the only annual break they have, at Carnival. When it ends, they return to their posts and resume saving, waiting for the next 365 days to see the sea again. Indeed, one of the essential time markers is the March rains, which traditionally served to indicate the propitious moment for farmers to sow their crops but in the new economic configuration point to the resumption of the annual enclosure around the production of jeans. Despite this harsh reality, workers in Toritama value the fact that they have no bosses and control their own time. The documentary does not explain who buys the pieces 975017LAPXXX10.1177/0094582X20975017LATIN AMERICAN PERSPECTIVESPereira and Marino / FILM REVIEW research-article2021
Revista Transporte y Territorio, 2018
O objetivo deste artigo é entender os padrões de viagens do Bike Sampa, sistema de bike-sharing d... more O objetivo deste artigo é entender os padrões de viagens do Bike Sampa, sistema de bike-sharing de São Paulo, tendo como referência de análise outros sistemas de duas grandes cidades do mundo: o Ecobici, da Cidade do México e o City Bike, de Nova York. Os resultados permitem encontrar usos diferentes de acordo com a forma que cada sistema foi disponibilizado no espaço urbano, mas também de acordo com especificidades do funcionamento do transporte público de cada cidade.
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, 2018
Wanderley Guilherme dos Santos é um filósofo e cientista político brasileiro, nasceu em 1935 no R... more Wanderley Guilherme dos Santos é um filósofo e cientista político brasileiro, nasceu em 1935 no Rio de Janeiro, graduou-se em filosofia em 1958, foi professor do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) e fez doutorado em Ciência Política em Stanford. No início da carreira, dedicou boa parte de seus estudos a entender o pensamento político e social brasileiro, empenhando-se em sistematizar as obras sociais e políticas brasileiras dos séculos XIX e XX (Santos, 1967; 1970; 1978; 2002) 3. Deste empreendimento resultaram livros e artigos de extrema relevância para as ciências sociais brasileira, já muito debatidos na literatura (Lynch, 2013) (Ricupero, 2016). A partir dos anos 1960 e 1970, o autor começa a se dedicar de modo muito mais enfático ao campo da Ciência Política na forma como ele começava a ser concebido à época 4 e produz uma vasta obra, da qual o modelo de "cidadania regulada" (Santos, 1979; 1998) poderia ser citado como de maior repercussão no campo.
Lua Nova: Revista de Cultura e Política
Resumo O objetivo deste trabalho é apresentar as interpretações do livro Empresário Industrial e ... more Resumo O objetivo deste trabalho é apresentar as interpretações do livro Empresário Industrial e Desenvolvimento Econômico, de Fernando Henrique Cardoso, encontradas na literatura sobre empresários no Brasil. Mais especificamente, pretende-se mostrar como os autores que vieram depois de Cardoso leram a atuação política dos empresários industriais em sua obra. O artigo busca oferecer também uma interpretação alternativa da obra do sociólogo uspiano, desenvolvendo o argumento em duas chaves. Por um lado, são questionadas tais leituras sobre o empresariado industrial no Brasil, utilizando a própria obra do autor. Por outro, busca-se esclarecer seu método e a sua incompatibilidade com a leitura proposta por seus críticos. Isso tudo com o fito de mostrar que Cardoso apreendeu as determinações específicas da burguesia nacional e seu comportamento político, sem decalques estrangeiros.
Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade, 2020
Resenha de Tempo comprado: a crise adiada do capitalismo democrático, de Wolfgang Streeck.
Ciências Sociais Unisinos
Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (... more Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. O livro que aqui temos em tela resulta das exposições de Emir Sader, João Quartim de Moraes, José Arthur Giannotti e Roberto Schwarz, efetuadas em meio ao evento IV Seminário Internacional Margem Esquerda: Marx e O Capital, ocorrido em março de 2013. Apesar das diferenças teóricas e políticas entre os autores componentes da mesa, todos, de um modo ou de outro, procuraram debruçar-se sobre as leituras e interpretações feitas das obras de Karl Marx no Brasil em geral, mas em São Paulo, mais especificamente na universidade que leva seu nome, em particular. Quanto aos ensaios, vê-se, como pretendemos expor, maior familiaridade entre os trabalhos de Schwarz e Giannotti, participantes da primeira edição do Seminário Marx, enquanto que os textos de Quartim de Moraes e Sader, personagens do segundo seminário, a despeito de tocarem os temas propostos, são dotados de certas especificidades 2. À vista do que encontramos no livro, uma questão avoluma-se como central, cruzando todas as outras e dando concretude às diferenças nos usos e leituras de Marx feitas no Brasil, qual seja: em determinadas situações, como na periferia capitalista, procedimentos acadêmicos e a rotina intelectual universitária, vistos, muitas vezes, por marxistas meramente como falsa consciência, podem tornar-se força produtiva, no sentido de conseguirem conformar um marxismo oxigenado e aberto às determinações da realidade (Arantes, 1994). Expliquemo-nos melhor. Lançando mão da disciplina intelectual e crítica, bem como de métodos de leitura estrutural e explicação do texto legados pela chamada missão francesa (Gilles-Gaston Granger, Victor Goldschmidt, Martial Guéroult, Jean Maugué, etc), responsável por conformar a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da recém criada Universidade de São Paulo, um grupo de jovens professores e alunos-José
Este trabalho pretende dar continuidade a uma interpretacao da obra deVictor Nunes Leal sugerida ... more Este trabalho pretende dar continuidade a uma interpretacao da obra deVictor Nunes Leal sugerida por Gildo Marcal Brandao em meio ao projetodas linhagens do pensamento politico brasileiro, no qual o cientistapolitico uspiano aproxima-o do assim chamado radicalismo de classemedia – baseado numa visao democratizante sobre o Brasil e assentadona totalidade social. Para atingir este objetivo, lancaremos mao de algumasobras do autor e fortuna critica, com o fito de distanciar o pensamento dojurista de interpretacoes que: a) vinculam-no a certa tradicao de cienciapolitica, a qual se estabeleceu no Brasil principalmente sob o paradigmada autonomia da esfera politica em relacao as demais esferas da vidasocial; b) ou ao pensamento conservador de Oliveira Viana.
Semina-ciencias Agrarias, 2021
Pretendemos, com este trabalho, mostrar distinções importantes entre as compreensões que Chantal ... more Pretendemos, com este trabalho, mostrar distinções importantes entre as compreensões que Chantal Mouffe e Seyla Benhabib teriam a respeito de questões como democracia, feminismo, poder, legitimidade, lutas democráticas e a constituição de sujeitos políticos. Sugerimos que estas diferenças estão vinculadas à compreensão agonística que Mouffe teria da política e da sociedade e à compreensão deliberativa de Benhabib sobre tais esferas. Com isto, não queremos esgotar o debate, mas, tão somente, levantar distinções importantes para pensarmos a produção de tais autoras. Tendo isso em vista, pretendemos lançar mão de alguns textos escritos por estas autoras de modo que possamos cumprir as seguintes etapas de trabalho: 1) mostrar alguns pressupostos teóricos que norteiam suas formulações; 2) mostrar alguns desenvolvimentos intelectuais destes pressupostos; 3) fazer uma breve comparação entre os argumentos destacados no ponto anterior na tentativa de indicar algumas conclusões.
Semina Ciências Sociais e Humanas, v. 42, n, 1 (2021) - Desamparo e desencanto na Literatura Portuguesa: revisitações da memória e da história (Dossiê), 2021
O desamparo e o desencantamento diante dos acontecimentos e tribulações que a experiência com a h... more O desamparo e o desencantamento diante dos acontecimentos e tribulações que a experiência com a história impõe ao ser humano resultam em atitudes ou sintomas recorrentes na Literatura Portuguesa, desde as suas origens até a hipercontemporaneidade. Nessa perspectiva, a memória manifesta-se como agente fundamental da emergência dessa experiência na prosa, na poesia e no teatro português. Tais modalidades literárias são meios privilegiados de resgate memorialístico, de representação crítica, de desconstrução de imaginários idealizados, mas também exercícios escriturais de projeção da esperança.
Neste dossiê, estivemos abertos à recepção de artigos que explorassem tal viés investigativo, focalizado a Literatura Portuguesa desde as suas raízes, passando pela consolidação imperial, até a atualidade – marcada, segundo Eduardo Lourenço, n’O labirinto da saudade, por uma espécie de ideia “orientada ou subdeterminada consciente ou inconscientemente pela preocupação obsessiva de descobrir quem somos e o que somos como portugueses” – o que o célebre ensaísta, que nos deixou em dezembro do ano passado, “em plena luz”, considerava “uma arrumação tão legítima como a que consiste em organizá-la como caso particular (e em geral pouco relevante) da literatura ocidental”. Diante disso, o presente volume da Revista Semina – Ciências Humanas apresenta ao público uma seleção de oito artigos que exploram a ocorrência ou as recorrências desta temática cara à produção literária portuguesa, ou seja, a interlocução entre memória e história.
O artigo de Claudia Maria de Souza Amorim, intitulado “O fio tênue e áspero da poesia de Ana Marques Gastão”, propõe uma leitura crítica da obra da poeta portuguesa Ana Marques Gastão (1962) – com destaque para o livro O olho e a mão (2018), escrito em coautoria com o poeta brasileiro Sérgio Nazar David (1964) –, a partir da imagem da(s) mão(s), presente no processo da escrita e no exercício indagativo do sujeito em sua relação com o mundo. Dentro de tal proposta, a autora ainda considera o diálogo com outras artes, como a música, a dança e a pintura.
Clenir da Conceição Ribeiro e Eliana da Conceição Tolentino, com o artigo “A memória nacional lusitana em O vento assobiando nas gruas, de Lídia Jorge”, apresentam um estudo do romance O vento assobiando nas gruas (2002), da ficcionista portuguesa Lídia Jorge (1946), fazendo ressaltar uma metáfora da nação lusitana pós Revolução dos Cravos (1974) que oscila entre a grandiosidade do império e as transformações decorrentes desse acontecimento. Além disso, em um diálogo com a história do período colonial português, as autoras intentam um estudo da memória nacional e de seus desdobramentos com a descolonização, buscando problematizar a relação entre história e memória.
Valéria Cardoso da Silva, no artigo “A interpretação de relatos em Fazes-me falta - Inês Pedrosa”, põe em evidência, pela via da comparação entre a Literatura Portuguesa e outros campos do saber, um diálogo entre dois protagonistas, narradores-personagens do romance Fazes-me falta (2002), da ficcionista portuguesa Inês Pedrosa (1962): uma mulher morta e um homem vivo, mas ambos convergindo e divergindo sobre diversos temas que trazem à baila a memória imaginária de relatos confessionais sobre a História da Humanidade.
Já Suzana Costa, em “A crise afetiva e identitária do médico psiquiatra em Memória de Elefante, de António Lobo Antunes”, discorre sobre a angústia, o sofrimento amoroso e a profunda crise de identidade que permeiam a narrativa de Memória de Elefante (1979), primeiro romance do ficcionista português António Lobo Antunes (1942), e que tornam líquidas a sensibilidade e a dignidade do personagem “médico psiquiatra”, um indivíduo à deriva, que, fragmentado, não restabelece sua identidade perdida, e, em crise, vive os dramas da separação da mulher e do distanciamento das filhas, buscando, nas pequenas ações do cotidiano, as evasões para o seu desamparo e para o desencanto solitário que o mantém inerte.
No artigo “A mitologia do mundo colonial português em decomposição na prosa romanesca de António Lobo Antunes”, Ana Cristina Pinto Bezerra, lançando mão das concepções de Eduardo Lourenço (1923-2020) sobre o desencanto cultivado no cenário português e da teorização de Mikhail Bakhtin (1895-1975) sobre as características da epicidade, nos mostra como a imagística colonial de um grande império luso se torna o material revisitado pelo singular narrador de Os cus de Judas (1979), segundo romance de António Lobo Antunes (1942), na medida em que esse narrador projeta uma imagem destrutiva dos valores que fizeram parte de sua formação como o “ser português esperado”, desenvolvendo estratégias específicas para que a mitologia que arregimentou a narrativa do mundo colonial lusitano seja posta em decomposição.
Pedro Fernandes de Oliveira Neto, em “O ano de 1993 ou o encontro dos tempos, dentro e fora da revolução”, a partir de uma complexa perspectiva comparatista, privilegiando o tema da revolução e demonstrado como um instante de transformação coletiva é capaz de romper com o tempo de falibilidade dos processos civilizatórios, interpreta o livro de poesia O ano de 1993 (1975), do escritor português José Saramago (1922-2010), como um livro que é simultaneamente o produto contrário às ideologias de um tempo escuro da história e uma parábola sobre a nossa múltipla natureza, aspirando à liberdade e se elevando contra os modelos de dominação estabelecidos pela própria força humana.
No artigo “Intersecções históricas em A ilustre Casa de Ramires: o romance e a revista”, Cintia Bravo põe em foco a valorização de Portugal proposta pelo escritor português Eça de Queirós (1845-1900) ao publicar o romance A ilustre casa de Ramires (1900) nas páginas da Revista moderna (1897), mostrando como, neste que é um dos seus três romances semipóstumo, Eça conjuga perspectivas históricas que se complementam e se distanciam, sem ficar preso ao passado, enaltecendo feitos que já não poderiam ajudar o seu país a se reconstruir.
Por fim, Maria Clara Costa Pereira, no artigo “Desalento, descrença, desencanto e desesperança: o perfil poético do emigrado português em terras brasileiras”, busca imergir por entre as expressões poéticas publicadas no jornal carioca A Saudade (1855-1857 e 1861-1862) – periódico do Grêmio Literário Português –, investigando a visibilidade dada a determinadas construções sentimentais e artísticas, por meio das quais a experiência particular do grupo de portugueses emigrados no Rio de Janeiro, de afastamento e de saudade, é significada e apropriada como forma de identificação e conforto existencial e social, funcionando como meio de construção de uma ethos sensível do português emigrado, em meio aos embates sociais da sociedade brasileira oitocentista.
Com base nesses elementos, colocamos para apreciação dos leitores este número da Semina – Ciências Humanas, cujo dossiê focaliza a Literatura Portuguesa em seus vários tempos a partir da temática do desamparo e do desencanto. Agradecemos aos autores dos artigos que aderiram à chamada e tornaram o dossiê temático possível. Nessa linha, registramos nossos agradecimentos à Universidade Estadual de Londrina, pela acolhida da nossa proposta, à Presidente do Conselho Editorial da Semina – Ciências Humanas e aos vários pareceristas ad hoc pela generosa disponibilidade na leitura e exame dos originais enviados. A contribuição de todos faz com que a Semina – Ciências Humanas se consolide gradativamente como um âmbito fértil para a discussão da textualidade literária nas Literaturas de Língua Portuguesa.
O número ainda é finalizado com quatro artigos originais, marcando a ampliação do montante de textos publicados, que passa de oito para 12 artigos a cada edição. Os artigos originais versam sobre: percepções de genitores sobre a participação em Oficinas de Parentalidade; barreiras que a mulher negra enfrenta na formação em Psicologia; as montações e performances de drag queens e de pessoas gênero-dissidentes; e, por fim, divergências e semelhanças entre os entendimentos de democracia e feminismo em Chantal Mouffe e Seyla Benhabib.
Boa leitura!
Maria Aparecida da Costa (UERN)
Gerson Luiz Roani (UFV)
Maíra Bonafé Sei (UEL)
Silvio Cesar dos Santos Alves (UEL)
Tempo Social
Resenha do livro de Laura Carvalho, Valsa Brasileira, São Paulo, Todavia, 2018.
Tempo Social
Resenha do livro de Laura Carvalho, Valsa Brasileira, São Paulo, Todavia, 2018.
Congressos \ 21º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, 2017
O presente trabalho tem como objetivo analisar o funcionamento de sistemas de bike-sharing em trê... more O presente trabalho tem como objetivo analisar o funcionamento de sistemas de bike-sharing em três capitais brasileiras durante 20 dias úteis, selecionados entre os meses de junho e setembro de 2016. São elas São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O objetivo do trabalho é verificar como cada metrópole absorve os sistemas e quais são os fatores que influenciam os padrões de uso em cada cidade.
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Book Reviews by Daniela Costanzo
cinco capítulos, dois apêndices de resposta às indagações críticas de Pessoa, introdução e conclusão, Fausto pretende fazer tanto uma incursão pelo que chama de patologias da esquerda, passando por suas crises e possibilidades de superação – que poderiam apontar para elementos (programáticos e filosóficos) essenciais para sua reconstrução como esquerda autêntica (Fausto, 2017) – quanto uma crítica aos discursos e teorizações veiculados pela direita e extrema-direita
Papers by Daniela Costanzo
Neste dossiê, estivemos abertos à recepção de artigos que explorassem tal viés investigativo, focalizado a Literatura Portuguesa desde as suas raízes, passando pela consolidação imperial, até a atualidade – marcada, segundo Eduardo Lourenço, n’O labirinto da saudade, por uma espécie de ideia “orientada ou subdeterminada consciente ou inconscientemente pela preocupação obsessiva de descobrir quem somos e o que somos como portugueses” – o que o célebre ensaísta, que nos deixou em dezembro do ano passado, “em plena luz”, considerava “uma arrumação tão legítima como a que consiste em organizá-la como caso particular (e em geral pouco relevante) da literatura ocidental”. Diante disso, o presente volume da Revista Semina – Ciências Humanas apresenta ao público uma seleção de oito artigos que exploram a ocorrência ou as recorrências desta temática cara à produção literária portuguesa, ou seja, a interlocução entre memória e história.
O artigo de Claudia Maria de Souza Amorim, intitulado “O fio tênue e áspero da poesia de Ana Marques Gastão”, propõe uma leitura crítica da obra da poeta portuguesa Ana Marques Gastão (1962) – com destaque para o livro O olho e a mão (2018), escrito em coautoria com o poeta brasileiro Sérgio Nazar David (1964) –, a partir da imagem da(s) mão(s), presente no processo da escrita e no exercício indagativo do sujeito em sua relação com o mundo. Dentro de tal proposta, a autora ainda considera o diálogo com outras artes, como a música, a dança e a pintura.
Clenir da Conceição Ribeiro e Eliana da Conceição Tolentino, com o artigo “A memória nacional lusitana em O vento assobiando nas gruas, de Lídia Jorge”, apresentam um estudo do romance O vento assobiando nas gruas (2002), da ficcionista portuguesa Lídia Jorge (1946), fazendo ressaltar uma metáfora da nação lusitana pós Revolução dos Cravos (1974) que oscila entre a grandiosidade do império e as transformações decorrentes desse acontecimento. Além disso, em um diálogo com a história do período colonial português, as autoras intentam um estudo da memória nacional e de seus desdobramentos com a descolonização, buscando problematizar a relação entre história e memória.
Valéria Cardoso da Silva, no artigo “A interpretação de relatos em Fazes-me falta - Inês Pedrosa”, põe em evidência, pela via da comparação entre a Literatura Portuguesa e outros campos do saber, um diálogo entre dois protagonistas, narradores-personagens do romance Fazes-me falta (2002), da ficcionista portuguesa Inês Pedrosa (1962): uma mulher morta e um homem vivo, mas ambos convergindo e divergindo sobre diversos temas que trazem à baila a memória imaginária de relatos confessionais sobre a História da Humanidade.
Já Suzana Costa, em “A crise afetiva e identitária do médico psiquiatra em Memória de Elefante, de António Lobo Antunes”, discorre sobre a angústia, o sofrimento amoroso e a profunda crise de identidade que permeiam a narrativa de Memória de Elefante (1979), primeiro romance do ficcionista português António Lobo Antunes (1942), e que tornam líquidas a sensibilidade e a dignidade do personagem “médico psiquiatra”, um indivíduo à deriva, que, fragmentado, não restabelece sua identidade perdida, e, em crise, vive os dramas da separação da mulher e do distanciamento das filhas, buscando, nas pequenas ações do cotidiano, as evasões para o seu desamparo e para o desencanto solitário que o mantém inerte.
No artigo “A mitologia do mundo colonial português em decomposição na prosa romanesca de António Lobo Antunes”, Ana Cristina Pinto Bezerra, lançando mão das concepções de Eduardo Lourenço (1923-2020) sobre o desencanto cultivado no cenário português e da teorização de Mikhail Bakhtin (1895-1975) sobre as características da epicidade, nos mostra como a imagística colonial de um grande império luso se torna o material revisitado pelo singular narrador de Os cus de Judas (1979), segundo romance de António Lobo Antunes (1942), na medida em que esse narrador projeta uma imagem destrutiva dos valores que fizeram parte de sua formação como o “ser português esperado”, desenvolvendo estratégias específicas para que a mitologia que arregimentou a narrativa do mundo colonial lusitano seja posta em decomposição.
Pedro Fernandes de Oliveira Neto, em “O ano de 1993 ou o encontro dos tempos, dentro e fora da revolução”, a partir de uma complexa perspectiva comparatista, privilegiando o tema da revolução e demonstrado como um instante de transformação coletiva é capaz de romper com o tempo de falibilidade dos processos civilizatórios, interpreta o livro de poesia O ano de 1993 (1975), do escritor português José Saramago (1922-2010), como um livro que é simultaneamente o produto contrário às ideologias de um tempo escuro da história e uma parábola sobre a nossa múltipla natureza, aspirando à liberdade e se elevando contra os modelos de dominação estabelecidos pela própria força humana.
No artigo “Intersecções históricas em A ilustre Casa de Ramires: o romance e a revista”, Cintia Bravo põe em foco a valorização de Portugal proposta pelo escritor português Eça de Queirós (1845-1900) ao publicar o romance A ilustre casa de Ramires (1900) nas páginas da Revista moderna (1897), mostrando como, neste que é um dos seus três romances semipóstumo, Eça conjuga perspectivas históricas que se complementam e se distanciam, sem ficar preso ao passado, enaltecendo feitos que já não poderiam ajudar o seu país a se reconstruir.
Por fim, Maria Clara Costa Pereira, no artigo “Desalento, descrença, desencanto e desesperança: o perfil poético do emigrado português em terras brasileiras”, busca imergir por entre as expressões poéticas publicadas no jornal carioca A Saudade (1855-1857 e 1861-1862) – periódico do Grêmio Literário Português –, investigando a visibilidade dada a determinadas construções sentimentais e artísticas, por meio das quais a experiência particular do grupo de portugueses emigrados no Rio de Janeiro, de afastamento e de saudade, é significada e apropriada como forma de identificação e conforto existencial e social, funcionando como meio de construção de uma ethos sensível do português emigrado, em meio aos embates sociais da sociedade brasileira oitocentista.
Com base nesses elementos, colocamos para apreciação dos leitores este número da Semina – Ciências Humanas, cujo dossiê focaliza a Literatura Portuguesa em seus vários tempos a partir da temática do desamparo e do desencanto. Agradecemos aos autores dos artigos que aderiram à chamada e tornaram o dossiê temático possível. Nessa linha, registramos nossos agradecimentos à Universidade Estadual de Londrina, pela acolhida da nossa proposta, à Presidente do Conselho Editorial da Semina – Ciências Humanas e aos vários pareceristas ad hoc pela generosa disponibilidade na leitura e exame dos originais enviados. A contribuição de todos faz com que a Semina – Ciências Humanas se consolide gradativamente como um âmbito fértil para a discussão da textualidade literária nas Literaturas de Língua Portuguesa.
O número ainda é finalizado com quatro artigos originais, marcando a ampliação do montante de textos publicados, que passa de oito para 12 artigos a cada edição. Os artigos originais versam sobre: percepções de genitores sobre a participação em Oficinas de Parentalidade; barreiras que a mulher negra enfrenta na formação em Psicologia; as montações e performances de drag queens e de pessoas gênero-dissidentes; e, por fim, divergências e semelhanças entre os entendimentos de democracia e feminismo em Chantal Mouffe e Seyla Benhabib.
Boa leitura!
Maria Aparecida da Costa (UERN)
Gerson Luiz Roani (UFV)
Maíra Bonafé Sei (UEL)
Silvio Cesar dos Santos Alves (UEL)
cinco capítulos, dois apêndices de resposta às indagações críticas de Pessoa, introdução e conclusão, Fausto pretende fazer tanto uma incursão pelo que chama de patologias da esquerda, passando por suas crises e possibilidades de superação – que poderiam apontar para elementos (programáticos e filosóficos) essenciais para sua reconstrução como esquerda autêntica (Fausto, 2017) – quanto uma crítica aos discursos e teorizações veiculados pela direita e extrema-direita
Neste dossiê, estivemos abertos à recepção de artigos que explorassem tal viés investigativo, focalizado a Literatura Portuguesa desde as suas raízes, passando pela consolidação imperial, até a atualidade – marcada, segundo Eduardo Lourenço, n’O labirinto da saudade, por uma espécie de ideia “orientada ou subdeterminada consciente ou inconscientemente pela preocupação obsessiva de descobrir quem somos e o que somos como portugueses” – o que o célebre ensaísta, que nos deixou em dezembro do ano passado, “em plena luz”, considerava “uma arrumação tão legítima como a que consiste em organizá-la como caso particular (e em geral pouco relevante) da literatura ocidental”. Diante disso, o presente volume da Revista Semina – Ciências Humanas apresenta ao público uma seleção de oito artigos que exploram a ocorrência ou as recorrências desta temática cara à produção literária portuguesa, ou seja, a interlocução entre memória e história.
O artigo de Claudia Maria de Souza Amorim, intitulado “O fio tênue e áspero da poesia de Ana Marques Gastão”, propõe uma leitura crítica da obra da poeta portuguesa Ana Marques Gastão (1962) – com destaque para o livro O olho e a mão (2018), escrito em coautoria com o poeta brasileiro Sérgio Nazar David (1964) –, a partir da imagem da(s) mão(s), presente no processo da escrita e no exercício indagativo do sujeito em sua relação com o mundo. Dentro de tal proposta, a autora ainda considera o diálogo com outras artes, como a música, a dança e a pintura.
Clenir da Conceição Ribeiro e Eliana da Conceição Tolentino, com o artigo “A memória nacional lusitana em O vento assobiando nas gruas, de Lídia Jorge”, apresentam um estudo do romance O vento assobiando nas gruas (2002), da ficcionista portuguesa Lídia Jorge (1946), fazendo ressaltar uma metáfora da nação lusitana pós Revolução dos Cravos (1974) que oscila entre a grandiosidade do império e as transformações decorrentes desse acontecimento. Além disso, em um diálogo com a história do período colonial português, as autoras intentam um estudo da memória nacional e de seus desdobramentos com a descolonização, buscando problematizar a relação entre história e memória.
Valéria Cardoso da Silva, no artigo “A interpretação de relatos em Fazes-me falta - Inês Pedrosa”, põe em evidência, pela via da comparação entre a Literatura Portuguesa e outros campos do saber, um diálogo entre dois protagonistas, narradores-personagens do romance Fazes-me falta (2002), da ficcionista portuguesa Inês Pedrosa (1962): uma mulher morta e um homem vivo, mas ambos convergindo e divergindo sobre diversos temas que trazem à baila a memória imaginária de relatos confessionais sobre a História da Humanidade.
Já Suzana Costa, em “A crise afetiva e identitária do médico psiquiatra em Memória de Elefante, de António Lobo Antunes”, discorre sobre a angústia, o sofrimento amoroso e a profunda crise de identidade que permeiam a narrativa de Memória de Elefante (1979), primeiro romance do ficcionista português António Lobo Antunes (1942), e que tornam líquidas a sensibilidade e a dignidade do personagem “médico psiquiatra”, um indivíduo à deriva, que, fragmentado, não restabelece sua identidade perdida, e, em crise, vive os dramas da separação da mulher e do distanciamento das filhas, buscando, nas pequenas ações do cotidiano, as evasões para o seu desamparo e para o desencanto solitário que o mantém inerte.
No artigo “A mitologia do mundo colonial português em decomposição na prosa romanesca de António Lobo Antunes”, Ana Cristina Pinto Bezerra, lançando mão das concepções de Eduardo Lourenço (1923-2020) sobre o desencanto cultivado no cenário português e da teorização de Mikhail Bakhtin (1895-1975) sobre as características da epicidade, nos mostra como a imagística colonial de um grande império luso se torna o material revisitado pelo singular narrador de Os cus de Judas (1979), segundo romance de António Lobo Antunes (1942), na medida em que esse narrador projeta uma imagem destrutiva dos valores que fizeram parte de sua formação como o “ser português esperado”, desenvolvendo estratégias específicas para que a mitologia que arregimentou a narrativa do mundo colonial lusitano seja posta em decomposição.
Pedro Fernandes de Oliveira Neto, em “O ano de 1993 ou o encontro dos tempos, dentro e fora da revolução”, a partir de uma complexa perspectiva comparatista, privilegiando o tema da revolução e demonstrado como um instante de transformação coletiva é capaz de romper com o tempo de falibilidade dos processos civilizatórios, interpreta o livro de poesia O ano de 1993 (1975), do escritor português José Saramago (1922-2010), como um livro que é simultaneamente o produto contrário às ideologias de um tempo escuro da história e uma parábola sobre a nossa múltipla natureza, aspirando à liberdade e se elevando contra os modelos de dominação estabelecidos pela própria força humana.
No artigo “Intersecções históricas em A ilustre Casa de Ramires: o romance e a revista”, Cintia Bravo põe em foco a valorização de Portugal proposta pelo escritor português Eça de Queirós (1845-1900) ao publicar o romance A ilustre casa de Ramires (1900) nas páginas da Revista moderna (1897), mostrando como, neste que é um dos seus três romances semipóstumo, Eça conjuga perspectivas históricas que se complementam e se distanciam, sem ficar preso ao passado, enaltecendo feitos que já não poderiam ajudar o seu país a se reconstruir.
Por fim, Maria Clara Costa Pereira, no artigo “Desalento, descrença, desencanto e desesperança: o perfil poético do emigrado português em terras brasileiras”, busca imergir por entre as expressões poéticas publicadas no jornal carioca A Saudade (1855-1857 e 1861-1862) – periódico do Grêmio Literário Português –, investigando a visibilidade dada a determinadas construções sentimentais e artísticas, por meio das quais a experiência particular do grupo de portugueses emigrados no Rio de Janeiro, de afastamento e de saudade, é significada e apropriada como forma de identificação e conforto existencial e social, funcionando como meio de construção de uma ethos sensível do português emigrado, em meio aos embates sociais da sociedade brasileira oitocentista.
Com base nesses elementos, colocamos para apreciação dos leitores este número da Semina – Ciências Humanas, cujo dossiê focaliza a Literatura Portuguesa em seus vários tempos a partir da temática do desamparo e do desencanto. Agradecemos aos autores dos artigos que aderiram à chamada e tornaram o dossiê temático possível. Nessa linha, registramos nossos agradecimentos à Universidade Estadual de Londrina, pela acolhida da nossa proposta, à Presidente do Conselho Editorial da Semina – Ciências Humanas e aos vários pareceristas ad hoc pela generosa disponibilidade na leitura e exame dos originais enviados. A contribuição de todos faz com que a Semina – Ciências Humanas se consolide gradativamente como um âmbito fértil para a discussão da textualidade literária nas Literaturas de Língua Portuguesa.
O número ainda é finalizado com quatro artigos originais, marcando a ampliação do montante de textos publicados, que passa de oito para 12 artigos a cada edição. Os artigos originais versam sobre: percepções de genitores sobre a participação em Oficinas de Parentalidade; barreiras que a mulher negra enfrenta na formação em Psicologia; as montações e performances de drag queens e de pessoas gênero-dissidentes; e, por fim, divergências e semelhanças entre os entendimentos de democracia e feminismo em Chantal Mouffe e Seyla Benhabib.
Boa leitura!
Maria Aparecida da Costa (UERN)
Gerson Luiz Roani (UFV)
Maíra Bonafé Sei (UEL)
Silvio Cesar dos Santos Alves (UEL)
This paper intends to give continuity to an interpretation of the work of Victor Nunes Leal suggested by Gildo Marçal Brandão in the middle of the project of lines of brazilian political thought, in which the uspian political scientist brings him closer than the so-called middle class radicalism - basead on democratizing vison about Brazil and based on social totality. In order to reach this goal, we will use some works by the author and a critical fortune, with the aim of distancing the jurist’s thinking from interpretations that: a) link him to a certain tradition of Political Science, which was established in Brazil mainly under the paradigm of the autonomy of political sphere in relation to the other spheres of social life b) or the conservative thinking of Oliveira Viana.
profits squeezed and reacted with investment strikes or pressured the government to reverse progressive economic policies, interrupting the brief Brazilian golden age (SERRANO; SUMMA, 2018; RUGITSKY, 2015; MARTINS; RUGITSKY, 2018).