glaucia davino
PhD in Communication Sciences - USP
MA in Arts - USP
Bach - Social Communication - Cinema - USP
Professor at Interdisciplinary PPG Education, Arts an Culture History
MA in Arts - USP
Bach - Social Communication - Cinema - USP
Professor at Interdisciplinary PPG Education, Arts an Culture History
less
InterestsView All (70)
Uploads
Papers by glaucia davino
Unfortunately, the pdf version doesn´t have those links.
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
Prefácio
Os filmes, os livros e os contos se encerram no último frame, na última linha, no último ponto. Mas, as histórias nunca acabam. São sempre maiores do que as obras que as lançam no universo do leitor, epectador ou interlocutor. Se perpetuam nas intertextualidades, nas mentes, nas novas criações, nas suas extensões, nas experiências vivas; elas evoluem - movimentos contínuos em ciclos espiralados.
Como num seriado de diversos episódios, personagens vão, personagens chegam, fazem, desfazem, outros reagem, forças externas a eles podem intervir nas suas condutas e assim por diante; outros novos movimentos simultâneos e as reverberações de experiências passadas vão constituindo essa grande massa viva, as histórias dos roteiristas, as histórias que eles criam e as que eles vivem.
Nesse emaranhado de histórias expandidas nos Seminários Histórias de Roteiristas e nos livros resultantes desses encontros e, extamente no ano de 2016, as duas associações de classe de roteiristas, a AR* (fundada em 2000) e a AC** (fundada em 2006), firmaram sua fusão
"... uma ótima notícia para todos os membros das duas entidades, uma vez que poderemos nos unir nas lutas que interessam à todos os que trabalham com criação e roteiro" (site ARTV).
Nasce a ABRA***!
2016, então, é um ano marco, é um ponto de virada das histórias protagonizadas, até então, pelas duas associações. Dois arcos que se encontram para, não sem conflitos, porque sem eles não há histórias, contarem mais histórias.
O que nunca foi rivalidade entre os dois grupos de roteiristas concretizará mais um dos episódios das histórias dos nossos (brasileiros) roteiristas. Episódio que evidencia a múltipla capacidade do "ser-escritor" diante do espectador e/ou interlocutor.
Este livro homenageia a nova associação! E que mais roteiristas e talentos estejam ativos...
Quem é que disse que não há bons roteiristas no Brasil? Só na ABRA, existe trezentos e cinquenta e dois deles...
Gláucia Davino
O lugar do cinema era nas salas de exibição, o lugar da TV era nas residências, o lugar do vídeo era na distribuição pelas residências e instituições, o lugar do audiovisual contemporâneo é em todo o lugar. Vídeos/filmes e uma diversidade de produtos audiovisuais é o que não falta em sites pela internet, nos celulares, nas TVs, nas telas diversas.
Os limites entre ver as produções disponíveis e verem o que você produziu não existe. Sem limites é o limite num universo mesclado com disponibilidade de dispositivos de produção, interação e recepção em crescente quantidade e qualidade.
Interessante momento cultural, comunicacional, social da histór ia humana! O outro e o si mesmo para o outro se fazem potencialmente na rede, se consolidam por imagens e sons nas telas e através dos filtros dos exibidores e/ou criadores e/ou espectadores e/ou interatores e dos limites dos próprios dispositivos.
No contexto contemporâneo a diversidade potencial ampara a ideia do poder de expansão e democratização dos domínios de produção e exibição audiovisual [câmeras, sistemas de edição e canais livres de exibição], no entanto mantém a dependência do acesso aos recursos tecnológicos, ainda limitados mundialmente. Diante da quantidade de produtos digitais disponíveis, a realidade nos permite olhar para trás e, nos tênues limites entre as tecnologias “antigas” e “novas”, definir os territórios audiovisuais tradicionais - os programas e filmes para TV e Cinema - considerado de massas. O “velho” mercado audiovisual de massas embasa-se como referência e esta referência lega aos autores
nas novas formas o desejo por público, fama, acessos e, consequentemente, um mercado pagante.
As manifestações audiovisuais “particulares”, pontuais e espontâneas disponibilizadas na net, se caracterizam apenas pela possibilidade de exposição através de canal aberto. Portanto, tem público específico formado por dezenas de pessoas ou é uma aposta em busca de um público maior. Massivo? Como aposta, ela visa gerar apreciação, absorção pelo mercado e sair do anonimato. Essa produção incondicional e, às vezes, até irreverente retroalimenta, inspira e enriquece a criação para o mercado.
Neste universo em que os dispositivos tecnológicos parecem se espraiar, o roteiro ganha mais força. O roteiro como o cerne estrutural e semântico das idéias traduzidas audiovisualmente. O roteiro, enquanto processo criativo é um manifesto em processo que define as regras internas e a dinâmica da peça audiovisual. No mercado multiplataforma o roteirista vai ocupando seus espaços.
Como sabemos, a trajetória da valorização do roteirista é positiva em
todo o mundo. Foi no reacendimento da cinematografia, no crescimento de canais de distribuição, de tele programas, da alta definição das TVs e dos formatos menores dos aparelhos móveis que o trabalho do roteirista foi e continua se consolidando, embora haja um caminho mais sólido a ser construí do. Por isso, a quarta edição dos Seminários Histórias de Roteiristas traz o tema: Roteiro como dispositivo audiovisual.
Dispositivo de entrada? Dispositivo de saída? Dispositivo operacional? Dispositivo móvel, fixo? Dispositivo criativo? Algo que reside na natureza própria do dispositivo roteiro .....
dos desafios com que iríamos nos deparar. Evento inédito no âmbito
acadêmico, de pequeno porte, não prometia projeções equivalentes a
outros eventos que reunem pesquisadores em comunicação, cinema e
afins. No entanto, não nos surpreendeu a quantidade de inscritos, quer
para compartilhar os resultados de suas investigações, quer para assistirem às palestras, workshops Vivencias e Experiências, fazerem minicursos, trocarem ideias e vivenciarem um lugar centrado no tema que raramente é destaque em congressos ou assemelhados, justamente por este último motivo. Desta forma, os Seminários vêm cumprindo ao que se propôs, se tornaram um ponto que, anualmente, procura abrigar as pesquisas dissipadas, dispersas nas universidades e/ou particulares, individuais ou em grupos a respeito do roteiro e abrigar interessados e profissionais que contribuíssem com este quadro. Nos últimos cinco anos, vimos assistindo o crescente interesse em roteirização e felizmente o impulso de outras iniciativas com a promoção de encontros sobre roteiro. Antes mesmo de darmos o pontapé inicial aos Seminários, em 2007 foi feito o 1ºEncontro de Roteiristas, realizado na Caixa Cultural Rio. Já, em 2009, ano do batismo do Seminário Histórias de Roteiristas, que gestei por alguns anos, ocorreu o 2º Encontro de Roteiristas, também na Caixa Cultural do Rio. O primeiro vesou sobre a representação da realidade brasileira e o segundo, sobre a cinematografia sulamericana. Com programações distribuídas em quatro e cinco dias, tiveram o intuito de promover discussões entre grupos de profissionais renomados, roteiristas e diretores, através de palestras, seminários e mostras de filmes. Posteriormente, foram promovidos outros por outras entidades SENAC, Globosat, na Mostra de Cinema de São Paulo, na Bahia, etc. Esses grandes eventos têm como foco os profissionais e o mercado diretamente. A experiência dos cinco anos dos Seminários “Historias de Roteiristas” promoveu seu reconhecimento em sua proposta que converge o acadêmico (ensino, pesquisa e extensão) e o profissional (presença de roteiristas).
Há participantes que o acompanham desde sua primeira edição,
ou seja, vêm vivenciando essas histórias desde então e contribuindo
expressivamente com a área. Outra peculiaridade dos Seminários é a
mesclagem, no mesmo foro, de pesquisas de doutores, mestres, pósgraduandos, graduados e graduandos. Desta maneira, mais do que as exigências da academia universitária, promovemos a comunhão das experiências dos veteranos (doutores e profissionais reconhecidos) com o ímpeto da curiosidade dos que iniciam (alunos e interessados). Esta comunhão tem sido responsável pela gestão de novos conhecimentos no percurso do saber pensar e do saber fazer.
“Interfaces com o Mercado” é o eixo que permeia as etapas da produção
audiovisual e que, particular e tradicionalmente, no Brasil não costuma
ter constância, nem volume. No entanto, desde o início dos anos
2000 temos testemunhado um reavivar contínuo das oportunidades na
arte, técnica e mercado em audiovisual. A revalorização do roteiro seguiu esta trajetória, de alguma forma. Atualmente, vemos artigos e matérias jornalisticas anunciando a melhora e o aquecimento do mercado. No Blog do Empreendedor do SEBRAE, este foi o tema da edição de 26
de fevereiro de 2014. Segundo o blog foram iniciativas governametais,
interesse das distribuidoras e das redes de televisão que impulcionaram
estas mudanças, mas apontam a necessidade de maior profissioalismo.
“Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça é um conceito que não
sobrevive mais no atual mercado. É preciso estar atualizado e com um
alto nível profissional: do planejamento à finalização”. Nas sessão “Publicações
>> Notícias” da Associação Brasileira de Recursos Humanos
de 2015, o tema foi “Mercado audiovisual: Cresce a demanda por novos
roteiristas”: “Como nunca, procuram-se boas ideias e roteiristas capazes
de capturar a atenção dos 52 milhões de espectadores da TV por
assinatura no Brasil. O zum-zum-zum em torno do profissional de roteiro
ficou ainda mais alto nos últimos meses, porque as empresas do setor
se veem às vésperas da entrada em pleno vigor da chamada lei da TV
paga (...) A lei provocou muito mais do que aquecer o mercado de audiovisual.
Por um lado, elevou a profissão de roteirista a um dos ofícios
com maior potencial de valorização no país”.
Esta é a quinta publicação resultante desses anos de trabalho. O que
significa nosso compromisso em disponibilizar para a sociedade a produção
destes eventos, na forma de livro.
Este livro é dividido em tres sessões, Artigos Completos, Artigos Livres
e Rodadas de Projetos. A primeira sessão é dividida em capítulos, organizados
pelos próprios coordenadores e mediadores das apresentações
de trabalhos. Os artigos publicados foram enviados por cada autor, que
assume inteira responsabilidade pelo seu conteúdo. A segunda sessão
contem os artigos livres que foram debatidos entre os autores. A terceira sessão traz as propostas, ideias e resumos de projetos audiovisuais submetidos e aceitos para a Rodada de Projetos, onde os trabalhos são discutidos entre o autor, docentes e roteiristas profissionais.
É, portanto, aos colaboradores que assinam seus artigos que conferimos a homenagem e o agradecimento desses cinco anos de historias que só aconteceram nos Seminários “Histórias de Roteiristas”.
Os autores são plenamente responsáveis pelos seus textos e opiniões,
direito de imagens e citações e não refletem, necessariamente, com as
ideias das coordenadoras desta publicação, nem de nenhum membro
das comissões e equipes de trabalho.
Com essas preocupações, organizamos a obra “Experimentações Narrativas, Roteiros, Mobilidade e Marketing”, que aborda um debate sobre essa temática a partir dos conceitos da ecologia dos meios. Este livro reúne capítulos resultantes do 1º Congresso Internacional Media Ecology and Image Studies, realizado pela Ria Editorial e pelo GENEM – Grupo de Estudos sobre a Nova Ecologia dos Meios. O congresso, realizado na modalidade 100% virtual, recebeu apoio do DigiMedia – Digital Media Research Centre, a Red INAV – Rede Ibero-americana de Narrativas Audiovisuais e a Cátedra Latino-americana de Narrativas Transmedia. Os textos são redigidos em português ou espanhol, de acordo com o idioma de origem dos autores, ou dos países onde desenvolvem suas investigações.
Por uma política da Ria Editorial e do Congresso MEISTUDIES, oferecemos a obra no sistema open source e disponibilizada para download e leitura online grátis aqui no site.
http://wp.reno.com.br/index.php/experimentacoes-narrativas-roteiros-mobilidade-e-marketing/