Papers by João Arthur Reis
Este trabalho busca analisar a economia política dos condicionantes do intervencionismo estadunid... more Este trabalho busca analisar a economia política dos condicionantes do intervencionismo estadunidense que se configurou a partir do final da Guerra Fria. Para tanto, as mudanças na estrutura das Forças Armadas
efetivadas desde o fim da Guerra do Vietnã serão observadas sob o viés das relações entre Estado e Mercado.
This work aims to analyze the political economy of the United States interventionist policies since the end of the Cold War. In order to do so, the transformations in the Armed Forces Structure since the Vietnam War shall be observed under the prism of State-Market relations.
Em anúncio recente, Donald Trump apresentou as linhas gerais do plano orçamentário de 2018, que s... more Em anúncio recente, Donald Trump apresentou as linhas gerais do plano orçamentário de 2018, que será encaminhada ao Congresso estadunidense em maio, e que chamou atenção pela intenção de elevar em 54 bilhões de dólares o orçamento de Defesa, com um corte equivalente em programas ligados à ciência, educação e energias renováveis. A declaração vai ao encontro de declarações anteriores, favoráveis a aumentos quantitativos nos gastos militares e no efetivo das Forças Armadas. Isso, contudo, é basicamente o que se sabe sobre o planejamento estratégico de defesa do novo governo até agora. Nesse ponto, Trump não se diferencia muito da sua rival democrata ou de seus antecessores de ambos os partidos: inexiste, há alguns anos, um debate sério acerca da grande estratégia dos Estados Unidos. E o resultado disso tem sido não apenas a proliferação de intervenções externas de pequeno porte e o aumento da presença internacional das Forças Armadas norte-americanas, como também o aumento sistemático e progressivo do orçamento do Pentágono.
Na década de 1970, a hegemonia dos Estados Unidos sobre o Sistema Internacional se viu em uma cri... more Na década de 1970, a hegemonia dos Estados Unidos sobre o Sistema Internacional se viu em uma crise de caráter econômico, social e político. Como resposta a esse processo, foi efetuada uma mudança na estratégia das elites dominantes, que deslancharam uma política de liberalização financeira e de acirramento da assertividade no plano internacional. Esta mudança pelo alto do Sistema Financeiro Internacional alterou o próprio regime de acumulação de capital. De maneira concomitante, iniciou-se um programa de reforma das Forças Armadas, que permitiu um aumento da credibilidade do poder militar estadunidense e incrementando sua capacidade de realizar intervenções externas. O objetivo deste trabalho é observar a relação entre ambas variáveis no processo de retomada da hegemonia estadunidense a partir da Guerra do Vietnã até a Guerra do Golfo (1991). O problema de pesquisa que se coloca é: de que maneira a mudança no Perfil de Força e a transição do regime de acumulação de capital se relacionam? A hipótese proposta é de que a mudança no perfil de força impactou a mudança no processo de acumulação e de retomada da hegemonia, de três maneiras principais. Em primeiro lugar, de que a mudança no Perfil de Força possibilitou a adoção de uma grande estratégia mais intervencionista e unilateral por parte dos Estados Unidos. Em segundo lugar, que a esfera militar agiu como lócus de inovação administrativa e tecnológica para a esfera pública e privada. Em terceiro, que para arcar com os custos desta reconfiguração do perfil de força, os Estados Unidos elevaram drasticamente as taxas de juros em 1979, atraindo para si o capital circulante internacional e dando início a uma transição para um regime de acumulação flexível.
Desde que assumiu o governo dos Estados Unidos, em 2009, o presidente Obama declarou a posição of... more Desde que assumiu o governo dos Estados Unidos, em 2009, o presidente Obama declarou a posição oficial de seu governo de retorno para a Ásia, como foco da política externa estadunidense. Essas declarações tinham como fundamento a percepção de afastamento do país daquela região nos últimos dois governos de George W. Bush. Envolvidos em duas intervenções militares no Oriente Médio, que ainda não foram totalmente finalizadas, os EUA demonstraram postura tímida no leste e sudeste asiático, deixando um vácuo de poder para o fortalecimento diplomático, econômico e militar da China na região. Com o objetivo de retomar o papel de destaque dos EUA na Ásia, em Novembro de 2011 é anunciado através de um artigo da então Secretária de Estado, Hillary Clinton, na Foreign Policy, intitulado Século Americano do Pacífico (em inglês, America's Pacific Century), o retorno dos EUA para Ásia, enquanto país pivot (CLINTON, 2011). Nesse artigo é reafirma a importância da Ásia para a política global dos EUA e a necessidade do país em priorizar a região em seus investimentos, diplomacia e presença militar. Para restabelecer a influência do país na região e ao mesmo tempo balancear a ascensão econômica e militar da China são elencados alguns pontos que devem ser implementados pelos EUA: (i) fortalecimento alianças securitárias bilaterais; (ii) aprofundamento das relações dos EUA com as potências emergentes da região, incluindo a China; (iii) engajamento nas instituições multilaterais regionais; (iv) expansão do comércio e do investimento; (v) aumento da presença militar e modernização das capacidades no Nordeste da Ásia, além de maior atenção para o Oceano Índico e Sudeste Asiático. (SAUNDERS, 2013: 2). Em termos gerais, a 1 Os autores agradecem a colaboração do Professor José Miguel Quedi Martins, de Giovana Esther Zucatto e da Oficina de Estudos Estratégicos.
This study guide aims to embrace the most important issues regarding the present situation in Yem... more This study guide aims to embrace the most important issues regarding the present situation in Yemen, in order to provide a basis for understanding and debate over the topic. To do so, this paper is divided into five sections. The Historical Background will explain Yemen's historical formation, the roots of the North-South divide, its colonial past, as well as the trajectory of both states during the second half of 20th century. This session ends with an overview of the major problems in recently-unified Yemen as well as a description of Arab-Spring-related events in 2011. The Statement of the Issue will concentrate in describing the country's most influential political factions which are parties of the current conflict. Later, it will provide a description of the events from the fall of Hadi's government onwards, including the highlights of the civil war and the subsequent intervention led by Saudi Arabia. The Previous International Action session shall list the actions taken and the International and Regional sphere to deal with the situation in Yemen, as well as analyzing UNSC approved resolutions and related documents. The Bloc Positions will concentrate on the UNSC members' interests and arguments used in debates regarding the situation in Yemen. At the end, the Question to Ponder shall provide five main questions that may guide the debate.
At the 2011 SCO Summit in Astana the need for a phase transition was admitted and the implementat... more At the 2011 SCO Summit in Astana the need for a phase transition was admitted and the implementation of a strategy for the next years was encouraged. In this regard, Afghanistan's question is a key point to be debated. The country has observer-state status in the organization and its stabilization matters for future relations in the bloc, sincce it represent a serious focus of terrorism and both guns and drugs traffic. In fact, spillover effects of its non-stabilization can negatively affect practically all SCO member states. There are concerns on what will happen when the United States completely whitdraw their forces from the country. Some projects for the region's stabilization are already being planned, as, for example, transforming Afghanistan in a trade and pipelines-passage hub, which materializes in a US version of the New Silk Road. This creates the possibility of inreasing dialogue between SCO and the United States. The expansion of the SCO's core, by adding new members, is also a particulary controversial matter, directly related to Afghanistan's stabilization and shall be examined in this paper.
The ARF is the most comprehensive forum for international debate and the fostering of multilatera... more The ARF is the most comprehensive forum for international debate and the fostering of multilateral understanding that focuses on Asian matters. It is an institution that facilitates dialogue and promotes confidence building measures, lacking the power of approving binding resolutions. Instead, it focuses on being quite simply a forum where common grounds can be reached, facilitating cooperation and avoiding conflict, especially where there might be a threat of usage of force. On this particular summit, the ARF will debate a crossroads in which Asia finds itself: cooperation or conflict. In this sense, two topics make this crossroads exceedingly clear.
EEERRI 2012 – Encontro Estudantil Regional de Relações Internacionais : anuário do evento, 2012
O presente trabalho busca demonstrar de que maneira o desenrolar dos confrontos no Extremo Orient... more O presente trabalho busca demonstrar de que maneira o desenrolar dos confrontos no Extremo Oriente durante a Segunda Guerra Mundial levaram os Estados Unidos a perderem sua influência sobre a China, colocando em cheque um século de política externa para o Leste Asiático. Verifica-se que o centro de toda a guerra no Extremo Oriente, na Segunda Guerra Mundial, foi a China, sendo assim o principal objeto de disputa dos Estados Unidos e do Japão na guerra. Mas a atuação dos EUA no conflito, com uma série de erros estratégicos, permitiu a ascensão de um regime comunista com o qual veio a se confrontar poucos anos depois, na Guerra da Coréia. Dessa forma, seu principal objetivo na guerra não foi alcançado. Se busca primeiramente desvendar o porquê da China ser tão decisiva e importante para os principais atores do teatro de guerra do leste e sudeste asiático, e da situação em que se encontrava esta nação, dividida pelas potências, e a visão diferenciada dos EUA nessa questão, que passam a se
empenhar na manutenção de integridade e independência desse país. A partir disso, verifica -se de que maneira a China foi central durante os anos do conflito, sendo os acontecimentos em seu solo responsáveis de certa forma por integrar a guerra no Pacífico à guerra na Europa. É feita então uma análise do processo de tomada de decisões do governo norte-americano, e os resultados das decisões tomadas. Conclui-se que a atuação de Mao e do Exército de Libertação
Nacional, conjugado com as decisões estratégicas norte-americanas, levara à derrota do Guomingdang e à ascensão do maoísmo. Essa análise permite a compreensão maior da China,
uma das maiores potências do mundo atual, e o entendimento de que interpretações errôneas de suas políticas e filosofia levaram e ainda levam a enormes erros estratégicos.
This paper analyses the evolution of US grand strategy in the Middle East and the Asia-Pacific du... more This paper analyses the evolution of US grand strategy in the Middle East and the Asia-Pacific during the two terms of the Obama administration. It assesses the pivot to Asia strategy conceived as an attempt to refocus the US military and diplo-matic presence in the Asia-Pacific as well as the attempt to disengage from the Middle East, where it had been involved in two wars for more than ten years. We argue that the Middle Eastern regional balance of power’s collapse has entangled the US in the region and that the pivot to Asia was difficult to im-plement. In addition, new regional developments in the Asia-Pacific and the Middle East have directly affected US strategic planning, once more pressuring Washington to reshape its strategic policies. Hence, the Obama administration faces a scenario in which intentions to engage the Asia-Pacific remain unfulfilled and in which the disengagement from the Middle East has been interrupted.
Este trabalho busca responder a seguinte pergunta: de que maneira o industrialismo impactou a rel... more Este trabalho busca responder a seguinte pergunta: de que maneira o industrialismo impactou a relação entre a estrutura
das Forças Armadas dos Estados do núcleo do Sistema Internacional e a gestão do Estado e da guerra? Para responder a essa questão, será analisada a fase inicial de industrialização da guerra, entre 1850 e 1914, aproximadamente. A hipótese é de que o industrialismo, entendido enquanto o fenômeno de disseminação e complexificação dos métodos fabris mecanizados, provocou alterações na estrutura das forças armadas e a uma consequente alteração na socialização
dos custos da guerra. A Guerra de Secessão dos Estados Unidos (1861-1865) e a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)
inauguraram este novo tipo de guerra, e o aprendizado a partir da observação desta última provocou a emulação dos
Exércitos de conscritos com uso de insumos industriais pelo resto da Europa, simultaneamente ao processo de
industrializaçãodo restante do continente e dos Estados Unidos. Com esse processofoi necessário se criar novas maneiras de intervenção do Estado na economia e de repactuar direitos sociais com a população, gestando os elementos para a consolidação do Capitalismo Monopolista de Estado.
This article analyzes recent events in East Asia: from the proposal to the weakening of an East A... more This article analyzes recent events in East Asia: from the proposal to the weakening of an East Asian Community; the Thailand, Vietnam and Taiwan crises; and the new framework for strategic competition involving, on the one hand, China, and on the other, Japan and the United States.
"O III Encontro Estudantil Regional de Relações Internacionais (EERRI),
ocorrido em Sant’Ana do L... more "O III Encontro Estudantil Regional de Relações Internacionais (EERRI),
ocorrido em Sant’Ana do Livramento entre os dias 20 e 23 de setembro de
2012, veio a dar substância significativa à realização do projeto maior de
construção da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), inaugurada
em 2006, cujo objetivo é o de proporcionar uma amparagem político-
insitucional ao grande problema da estagnação econômica que a região oeste
do estado do Rio Grande do Sul ainda incorre. Na medida em que os
desenvolvimentos partem do plano meramente político para o educacional e
social, com base na experiência multicampi da UNIPAMPA, esta mesma
lógica vai sendo absorvida por cada curso específico, que, antendendo aos
critérios peculiares de sua área de conhecimento, interage e dinamiza na
realização do projeto-mor que deu vida à nossa universidade. Contudo, a
realização da terceira edição do EERRI vai também além disso."
Thesis Chapters by João Arthur Reis
Abstract: This work deals with the set of transformations in the Militaries' Force Profile of the... more Abstract: This work deals with the set of transformations in the Militaries' Force Profile of the States central to the inter-state system, specifically through its impact in the management of State and in the change of capital accumulation regime from 1850 to 1950. It aims to analyze how the evolution of Force Profiles, starting with the industrialization of warfare, affected the rise of industrialism and the consolidation of the Fordist/Keynesian regime of accumulation. For that, the origins of industrial warfare in 1850 and its consolidation by the end of World War II are considered. The hypotheses are that the rise of new force profile modifies the management of State and War, besides inciting a renegotiation of civil and economic rights to make the process sustainable; the force profile works as a means to transmit modifications in the management of State and War to the systemic level, changing the capital accumulation regime itself. And the set of transformations in the force profile caused by the industrialization of warfare was essential for the consolidation of the Fordist/Keynesian regime of capital accumulation. The first chapter shows the emergence of Revolutionary Armies in France and in the United States and the dissemination of National Mass Armies starting with the US Civil War and the Franco-Prussian War. The second delves into the role of World War I for breaking with institutional practices associated with the flexible regime of accumulation. Lastly, the third chapter points to the innovations in the management of State and War which originated from the collapse of the flexible regime of accumulation, in the 1929 economic crisis, and the triumph of the Fordist/Keynesian model by the end of World War II.
Resumo: Este trabalho trata do conjunto de transformações no perfil das Forças Armadas dos Estados componentes do núcleo do Sistema Interestatal, especificamente através de seus impactos na gestão do Estado e na mudança do Regime de Acumulação de capital de 1850 até 1950. Objetiva-se observar de que maneira a evolução no perfil das forças armadas, a partir da industrialização da guerra, impactou na ascensão do industrialismo e na consolidação do regime de acumulação fordista/keynesiano. Para tanto, são analisadas as origens da industrialização da guerra, a partir de 1850, até sua consolidação ao final da Segunda Guerra Mundial. Parte-se das hipóteses de que a ascensão de um novo perfil de forças modifica a gestão do Estado e da guerra, além de provocar a repactuação de direitos econômicos e sociais para tornar o processo sustentável; o perfil de forças serve como meio de transmissão de modificações na gestão do Estado e da guerra para o nível sistêmico, mudando o próprio regime de acumulação de capital; e o conjunto de modificações de perfil de força causadas pela industrialização da guerra foi essencial para a consolidação do regime de acumulação de capital fordista/keynesiano. O primeiro capítulo mostra o surgimento dos Exércitos Revolucionários da França e dos Estados Unidos e a disseminação do Exército Nacional de Massas a partir da Guerra Civil dos Estados Unidos e da Guerra Franco-Prussiana. O segundo capítulo trata do papel da Primeira Guerra Mundial no rompimento das práticas institucionais do regime de acumulação flexível. Por fim, o terceiro capítulo se detém sobre as inovações na gestão do Estado e da Guerra elaboradas após o colapso final do regime de acumulação flexível, quando da Crise de 1929, e o prevalecimento do modelo fordista/keynesiano ao fim da Segunda Guerra Mundial.
Resumen: Este trabajo trata acerca del conjunto de transformaciones en el perfil de las Fuerzas Armadas de los Estados del núcleo del Sistema Interestatal, específicamente a través de sus impactos en la gestión del Estado y en el cambio de Régimen de Acumulación capitalista de 1850 hasta 1950. Se objetiva observar como la evolución en el perfil de las Fuerzas Armadas, a partir de la industrialización de la guerra, impactó en la ascensión del industrialismo y en la consolidación del régimen de acumulación de los modelos fordista y keynesiano. Para ello, son analizados los orígenes de la industrialización de la guerra, a partir de 1850, hasta su consolidación al final de la Segunda Guerra Mundial. Las hipótesis de este trabajo son que la ascensión de un nuevo perfil de fuerzas cambia la gestión del Estado y de la guerra y provoca una nuevo pacto de derechos económicos y sociales para tornar el proceso sustentable; el perfil de fuerzas sirve como medio de transmisión de modificaciones en la gestión del Estado y de la guerra para el nivel sistémico, cambiando el propio régimen de acumulación de capital; y el conjunto de cambios de perfil de fuerzas causados por la industrialización de la guerra fue esencial para la consolidación del régimen de acumulación de capital en el modelo fordista/keynesiano. El primero capítulo muestra el surgimiento de los Ejércitos Revolucionarios de Francia y de los Estados Unidos y la diseminación del Ejército Nacional de Masas a partir de la Guerra Civil de los Estados Unidos y de la Guerra Franco-Prusiana. El segundo capítulo trata acerca del rol de la Primera Guerra Mundial en el rompimiento de las prácticas institucionales del régimen de acumulación flexible. Finalmente, el tercero capítulo trata acerca de las innovaciones en la gestión del Estado y de la Guerra, elaboradas después del colapso final del régimen de acumulación flexible, en la Crisis de 1929, y la victoria del modelo fordista/keynesiano en el fin de la Segunda Guerra Mundial.
Conference Presentations by João Arthur Reis
Este trabalho pretende analisar os impactos da transformação no Perfil das Forças Armadas dos Est... more Este trabalho pretende analisar os impactos da transformação no Perfil das Forças Armadas dos Estados Unidos ocorrida nas décadas de 1970 e 1980 na configuração da Grande Estratégia estadunidense. Tendo como início o fim do recrutamento militar obrigatório, em 1973, este movimento de reforma militar foi uma resposta à derrota no Vietnã e à presença mais assertiva da União Soviética no plano internacional. O objetivo seria o de construir capacidades tecnológicas avançadas, através de investimentos massivos em tecnologias de informação, eletrônica e computação, de modo a multiplicar a efetividade das Forças Armadas dos Estados Unidos e tornar obsoletas as capacidades mais numerosas da URSS. As alegadas potencialidades desta nova força de voluntários profissionais foram demonstradas no período final da Guerra Fria, em uma série de “conflitos de baixa intensidade” no Terceiro Mundo, culminando na Guerra do Golfo, em 1991, quando os novos sistemas de armas foram utilizados sem restrições. Esta nova estrutura de força foi caracterizada como o “novo modo americano de fazer a guerra”, que teria tornado obsoleta a guerra de atrito e a mobilização em massa – recursos do antigo “modo americano de fazer a guerra”, demonstrado na Guerra Civil e nas duas Guerras Mundiais. Nesse contexto, a pergunta de pesquisa que norteia o trabalho é: de que maneira esta transformação tecnológica e doutrinária dos Estados Unidos no âmbito militar se relaciona com a adoção de uma estratégia mais intervencionista por parte dos Estados Unidos nas décadas de 1990 e 2000? Argumenta-se que, sobretudo, o fim do serviço militar obrigatório relaciona-se com esse processo de duas maneiras: (i) foi fundamental para a constituição de capacidades mais ofensivas de projeção de poder; e simultaneamente (ii) causou um insulamento burocrático das Forças Armadas e o alijamento da sociedade civil dos debates acerca da condução da política externa e de defesa.
Books by João Arthur Reis
A busca pelo domínio de tecnologias sensíveis e indispensáveis ao
desenvolvimento nacional foi um... more A busca pelo domínio de tecnologias sensíveis e indispensáveis ao
desenvolvimento nacional foi um fator determinante nas políticas do período do regime militar no Brasil. Havia um entendimento de que era necessário que o país estivesse no mesmo patamar que as potências em termos tecnológicos a fim de estimular a indústria e o crescimento do Brasil. Isso levou os governantes a empreenderem a busca tanto pelo desenvolvimento endógeno destas, quanto por adquirir com países que já as tivessem dominado, com grande atenção sendo despendida à questão da transferência de tecnologia. Foi o caso do desenvolvimento do setor nuclear brasileiro, que, a despeito de ter suas raízes no imediato pós-guerra, encontrou nos presidentes militares seus grandes incentivadores. Como outros setores estratégicos de alto valor tecnológico agregado, o setor nuclear demanda grandes investimentos e domínio de tecnologias extremamente sensíveis; é natural, dessa maneira, que se buscasse externamente parceiros que, já dominando o processo de produção de energia nuclear, estivessem dispostos a transferir tanto infraestrutura física quanto o know-how necessário. Nesse contexto, desenrolaram-se as negociações com a então República Federativa Alemã, que culminaram no Acordo Nuclear Brasil-Alemanha de 1975. Dessa maneira, entende-se que a política externa, através da busca pelos parceiros externos mais adequados e sempre levando em conta os interesses nacionais, foi (e ainda é) um instrumento para o país criar suas bases de inovação, não só no sentido tecnológico, mas principalmente para o desenvolvimento econômico e social, uma vez que aparece como importante motor da indústria nacional. No caso do setor nuclear, cabe indagar quais foram os fatores que levaram aos líderes brasileiros, durante o período militar, a optar pela República Federativa Alemã como principal parceira para o desenvolvimento do programa nuclear brasileiro. A hipótese é que essa escolha se deu pelas condições esperadas que se concretizariam com o acordo, havia, pois, a expectativa era que o ciclo do urânio fosse completamente dominado pelo Brasil, desde o enriquecimento até o reprocessamento deste produto, e que assim, seria possível não só produzir uma grande quantidade de energia, como demandava a sociedade brasileira em pleno crescimento econômico, mas também possibilitar o transbordamento do uso dessa tecnologia para outras áreas. A fim de melhor responder a esses questionamentos, o artigo será estruturado da seguinte maneira: primeiramente, busca-se apresentar uma concepção teórica sobre o papel da tecnologia nas relações internacionais, analisando brevemente a relação entre inovação, domínio da tecnologia e desenvolvimento nacional, assim como com a distribuição de poder nos sistema internacional. Em seguida, será explicada a evolução das políticas e negociações internacionais relacionadas ao setor nuclear no Brasil, desde 1945 até o governo de Geisel. Esse último período é tratado com mais detalhes na sessão seguinte, onde as opções possíveis à época, dados os interesses brasileiros na transferência de tecnologia, e as negociações com a Alemanha são apresentados. Por fim, serão elaboradas breves conclusões acerca do tema proposto.
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efetivadas desde o fim da Guerra do Vietnã serão observadas sob o viés das relações entre Estado e Mercado.
This work aims to analyze the political economy of the United States interventionist policies since the end of the Cold War. In order to do so, the transformations in the Armed Forces Structure since the Vietnam War shall be observed under the prism of State-Market relations.
empenhar na manutenção de integridade e independência desse país. A partir disso, verifica -se de que maneira a China foi central durante os anos do conflito, sendo os acontecimentos em seu solo responsáveis de certa forma por integrar a guerra no Pacífico à guerra na Europa. É feita então uma análise do processo de tomada de decisões do governo norte-americano, e os resultados das decisões tomadas. Conclui-se que a atuação de Mao e do Exército de Libertação
Nacional, conjugado com as decisões estratégicas norte-americanas, levara à derrota do Guomingdang e à ascensão do maoísmo. Essa análise permite a compreensão maior da China,
uma das maiores potências do mundo atual, e o entendimento de que interpretações errôneas de suas políticas e filosofia levaram e ainda levam a enormes erros estratégicos.
das Forças Armadas dos Estados do núcleo do Sistema Internacional e a gestão do Estado e da guerra? Para responder a essa questão, será analisada a fase inicial de industrialização da guerra, entre 1850 e 1914, aproximadamente. A hipótese é de que o industrialismo, entendido enquanto o fenômeno de disseminação e complexificação dos métodos fabris mecanizados, provocou alterações na estrutura das forças armadas e a uma consequente alteração na socialização
dos custos da guerra. A Guerra de Secessão dos Estados Unidos (1861-1865) e a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)
inauguraram este novo tipo de guerra, e o aprendizado a partir da observação desta última provocou a emulação dos
Exércitos de conscritos com uso de insumos industriais pelo resto da Europa, simultaneamente ao processo de
industrializaçãodo restante do continente e dos Estados Unidos. Com esse processofoi necessário se criar novas maneiras de intervenção do Estado na economia e de repactuar direitos sociais com a população, gestando os elementos para a consolidação do Capitalismo Monopolista de Estado.
ocorrido em Sant’Ana do Livramento entre os dias 20 e 23 de setembro de
2012, veio a dar substância significativa à realização do projeto maior de
construção da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), inaugurada
em 2006, cujo objetivo é o de proporcionar uma amparagem político-
insitucional ao grande problema da estagnação econômica que a região oeste
do estado do Rio Grande do Sul ainda incorre. Na medida em que os
desenvolvimentos partem do plano meramente político para o educacional e
social, com base na experiência multicampi da UNIPAMPA, esta mesma
lógica vai sendo absorvida por cada curso específico, que, antendendo aos
critérios peculiares de sua área de conhecimento, interage e dinamiza na
realização do projeto-mor que deu vida à nossa universidade. Contudo, a
realização da terceira edição do EERRI vai também além disso."
Thesis Chapters by João Arthur Reis
Resumo: Este trabalho trata do conjunto de transformações no perfil das Forças Armadas dos Estados componentes do núcleo do Sistema Interestatal, especificamente através de seus impactos na gestão do Estado e na mudança do Regime de Acumulação de capital de 1850 até 1950. Objetiva-se observar de que maneira a evolução no perfil das forças armadas, a partir da industrialização da guerra, impactou na ascensão do industrialismo e na consolidação do regime de acumulação fordista/keynesiano. Para tanto, são analisadas as origens da industrialização da guerra, a partir de 1850, até sua consolidação ao final da Segunda Guerra Mundial. Parte-se das hipóteses de que a ascensão de um novo perfil de forças modifica a gestão do Estado e da guerra, além de provocar a repactuação de direitos econômicos e sociais para tornar o processo sustentável; o perfil de forças serve como meio de transmissão de modificações na gestão do Estado e da guerra para o nível sistêmico, mudando o próprio regime de acumulação de capital; e o conjunto de modificações de perfil de força causadas pela industrialização da guerra foi essencial para a consolidação do regime de acumulação de capital fordista/keynesiano. O primeiro capítulo mostra o surgimento dos Exércitos Revolucionários da França e dos Estados Unidos e a disseminação do Exército Nacional de Massas a partir da Guerra Civil dos Estados Unidos e da Guerra Franco-Prussiana. O segundo capítulo trata do papel da Primeira Guerra Mundial no rompimento das práticas institucionais do regime de acumulação flexível. Por fim, o terceiro capítulo se detém sobre as inovações na gestão do Estado e da Guerra elaboradas após o colapso final do regime de acumulação flexível, quando da Crise de 1929, e o prevalecimento do modelo fordista/keynesiano ao fim da Segunda Guerra Mundial.
Resumen: Este trabajo trata acerca del conjunto de transformaciones en el perfil de las Fuerzas Armadas de los Estados del núcleo del Sistema Interestatal, específicamente a través de sus impactos en la gestión del Estado y en el cambio de Régimen de Acumulación capitalista de 1850 hasta 1950. Se objetiva observar como la evolución en el perfil de las Fuerzas Armadas, a partir de la industrialización de la guerra, impactó en la ascensión del industrialismo y en la consolidación del régimen de acumulación de los modelos fordista y keynesiano. Para ello, son analizados los orígenes de la industrialización de la guerra, a partir de 1850, hasta su consolidación al final de la Segunda Guerra Mundial. Las hipótesis de este trabajo son que la ascensión de un nuevo perfil de fuerzas cambia la gestión del Estado y de la guerra y provoca una nuevo pacto de derechos económicos y sociales para tornar el proceso sustentable; el perfil de fuerzas sirve como medio de transmisión de modificaciones en la gestión del Estado y de la guerra para el nivel sistémico, cambiando el propio régimen de acumulación de capital; y el conjunto de cambios de perfil de fuerzas causados por la industrialización de la guerra fue esencial para la consolidación del régimen de acumulación de capital en el modelo fordista/keynesiano. El primero capítulo muestra el surgimiento de los Ejércitos Revolucionarios de Francia y de los Estados Unidos y la diseminación del Ejército Nacional de Masas a partir de la Guerra Civil de los Estados Unidos y de la Guerra Franco-Prusiana. El segundo capítulo trata acerca del rol de la Primera Guerra Mundial en el rompimiento de las prácticas institucionales del régimen de acumulación flexible. Finalmente, el tercero capítulo trata acerca de las innovaciones en la gestión del Estado y de la Guerra, elaboradas después del colapso final del régimen de acumulación flexible, en la Crisis de 1929, y la victoria del modelo fordista/keynesiano en el fin de la Segunda Guerra Mundial.
Conference Presentations by João Arthur Reis
Books by João Arthur Reis
desenvolvimento nacional foi um fator determinante nas políticas do período do regime militar no Brasil. Havia um entendimento de que era necessário que o país estivesse no mesmo patamar que as potências em termos tecnológicos a fim de estimular a indústria e o crescimento do Brasil. Isso levou os governantes a empreenderem a busca tanto pelo desenvolvimento endógeno destas, quanto por adquirir com países que já as tivessem dominado, com grande atenção sendo despendida à questão da transferência de tecnologia. Foi o caso do desenvolvimento do setor nuclear brasileiro, que, a despeito de ter suas raízes no imediato pós-guerra, encontrou nos presidentes militares seus grandes incentivadores. Como outros setores estratégicos de alto valor tecnológico agregado, o setor nuclear demanda grandes investimentos e domínio de tecnologias extremamente sensíveis; é natural, dessa maneira, que se buscasse externamente parceiros que, já dominando o processo de produção de energia nuclear, estivessem dispostos a transferir tanto infraestrutura física quanto o know-how necessário. Nesse contexto, desenrolaram-se as negociações com a então República Federativa Alemã, que culminaram no Acordo Nuclear Brasil-Alemanha de 1975. Dessa maneira, entende-se que a política externa, através da busca pelos parceiros externos mais adequados e sempre levando em conta os interesses nacionais, foi (e ainda é) um instrumento para o país criar suas bases de inovação, não só no sentido tecnológico, mas principalmente para o desenvolvimento econômico e social, uma vez que aparece como importante motor da indústria nacional. No caso do setor nuclear, cabe indagar quais foram os fatores que levaram aos líderes brasileiros, durante o período militar, a optar pela República Federativa Alemã como principal parceira para o desenvolvimento do programa nuclear brasileiro. A hipótese é que essa escolha se deu pelas condições esperadas que se concretizariam com o acordo, havia, pois, a expectativa era que o ciclo do urânio fosse completamente dominado pelo Brasil, desde o enriquecimento até o reprocessamento deste produto, e que assim, seria possível não só produzir uma grande quantidade de energia, como demandava a sociedade brasileira em pleno crescimento econômico, mas também possibilitar o transbordamento do uso dessa tecnologia para outras áreas. A fim de melhor responder a esses questionamentos, o artigo será estruturado da seguinte maneira: primeiramente, busca-se apresentar uma concepção teórica sobre o papel da tecnologia nas relações internacionais, analisando brevemente a relação entre inovação, domínio da tecnologia e desenvolvimento nacional, assim como com a distribuição de poder nos sistema internacional. Em seguida, será explicada a evolução das políticas e negociações internacionais relacionadas ao setor nuclear no Brasil, desde 1945 até o governo de Geisel. Esse último período é tratado com mais detalhes na sessão seguinte, onde as opções possíveis à época, dados os interesses brasileiros na transferência de tecnologia, e as negociações com a Alemanha são apresentados. Por fim, serão elaboradas breves conclusões acerca do tema proposto.
efetivadas desde o fim da Guerra do Vietnã serão observadas sob o viés das relações entre Estado e Mercado.
This work aims to analyze the political economy of the United States interventionist policies since the end of the Cold War. In order to do so, the transformations in the Armed Forces Structure since the Vietnam War shall be observed under the prism of State-Market relations.
empenhar na manutenção de integridade e independência desse país. A partir disso, verifica -se de que maneira a China foi central durante os anos do conflito, sendo os acontecimentos em seu solo responsáveis de certa forma por integrar a guerra no Pacífico à guerra na Europa. É feita então uma análise do processo de tomada de decisões do governo norte-americano, e os resultados das decisões tomadas. Conclui-se que a atuação de Mao e do Exército de Libertação
Nacional, conjugado com as decisões estratégicas norte-americanas, levara à derrota do Guomingdang e à ascensão do maoísmo. Essa análise permite a compreensão maior da China,
uma das maiores potências do mundo atual, e o entendimento de que interpretações errôneas de suas políticas e filosofia levaram e ainda levam a enormes erros estratégicos.
das Forças Armadas dos Estados do núcleo do Sistema Internacional e a gestão do Estado e da guerra? Para responder a essa questão, será analisada a fase inicial de industrialização da guerra, entre 1850 e 1914, aproximadamente. A hipótese é de que o industrialismo, entendido enquanto o fenômeno de disseminação e complexificação dos métodos fabris mecanizados, provocou alterações na estrutura das forças armadas e a uma consequente alteração na socialização
dos custos da guerra. A Guerra de Secessão dos Estados Unidos (1861-1865) e a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)
inauguraram este novo tipo de guerra, e o aprendizado a partir da observação desta última provocou a emulação dos
Exércitos de conscritos com uso de insumos industriais pelo resto da Europa, simultaneamente ao processo de
industrializaçãodo restante do continente e dos Estados Unidos. Com esse processofoi necessário se criar novas maneiras de intervenção do Estado na economia e de repactuar direitos sociais com a população, gestando os elementos para a consolidação do Capitalismo Monopolista de Estado.
ocorrido em Sant’Ana do Livramento entre os dias 20 e 23 de setembro de
2012, veio a dar substância significativa à realização do projeto maior de
construção da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), inaugurada
em 2006, cujo objetivo é o de proporcionar uma amparagem político-
insitucional ao grande problema da estagnação econômica que a região oeste
do estado do Rio Grande do Sul ainda incorre. Na medida em que os
desenvolvimentos partem do plano meramente político para o educacional e
social, com base na experiência multicampi da UNIPAMPA, esta mesma
lógica vai sendo absorvida por cada curso específico, que, antendendo aos
critérios peculiares de sua área de conhecimento, interage e dinamiza na
realização do projeto-mor que deu vida à nossa universidade. Contudo, a
realização da terceira edição do EERRI vai também além disso."
Resumo: Este trabalho trata do conjunto de transformações no perfil das Forças Armadas dos Estados componentes do núcleo do Sistema Interestatal, especificamente através de seus impactos na gestão do Estado e na mudança do Regime de Acumulação de capital de 1850 até 1950. Objetiva-se observar de que maneira a evolução no perfil das forças armadas, a partir da industrialização da guerra, impactou na ascensão do industrialismo e na consolidação do regime de acumulação fordista/keynesiano. Para tanto, são analisadas as origens da industrialização da guerra, a partir de 1850, até sua consolidação ao final da Segunda Guerra Mundial. Parte-se das hipóteses de que a ascensão de um novo perfil de forças modifica a gestão do Estado e da guerra, além de provocar a repactuação de direitos econômicos e sociais para tornar o processo sustentável; o perfil de forças serve como meio de transmissão de modificações na gestão do Estado e da guerra para o nível sistêmico, mudando o próprio regime de acumulação de capital; e o conjunto de modificações de perfil de força causadas pela industrialização da guerra foi essencial para a consolidação do regime de acumulação de capital fordista/keynesiano. O primeiro capítulo mostra o surgimento dos Exércitos Revolucionários da França e dos Estados Unidos e a disseminação do Exército Nacional de Massas a partir da Guerra Civil dos Estados Unidos e da Guerra Franco-Prussiana. O segundo capítulo trata do papel da Primeira Guerra Mundial no rompimento das práticas institucionais do regime de acumulação flexível. Por fim, o terceiro capítulo se detém sobre as inovações na gestão do Estado e da Guerra elaboradas após o colapso final do regime de acumulação flexível, quando da Crise de 1929, e o prevalecimento do modelo fordista/keynesiano ao fim da Segunda Guerra Mundial.
Resumen: Este trabajo trata acerca del conjunto de transformaciones en el perfil de las Fuerzas Armadas de los Estados del núcleo del Sistema Interestatal, específicamente a través de sus impactos en la gestión del Estado y en el cambio de Régimen de Acumulación capitalista de 1850 hasta 1950. Se objetiva observar como la evolución en el perfil de las Fuerzas Armadas, a partir de la industrialización de la guerra, impactó en la ascensión del industrialismo y en la consolidación del régimen de acumulación de los modelos fordista y keynesiano. Para ello, son analizados los orígenes de la industrialización de la guerra, a partir de 1850, hasta su consolidación al final de la Segunda Guerra Mundial. Las hipótesis de este trabajo son que la ascensión de un nuevo perfil de fuerzas cambia la gestión del Estado y de la guerra y provoca una nuevo pacto de derechos económicos y sociales para tornar el proceso sustentable; el perfil de fuerzas sirve como medio de transmisión de modificaciones en la gestión del Estado y de la guerra para el nivel sistémico, cambiando el propio régimen de acumulación de capital; y el conjunto de cambios de perfil de fuerzas causados por la industrialización de la guerra fue esencial para la consolidación del régimen de acumulación de capital en el modelo fordista/keynesiano. El primero capítulo muestra el surgimiento de los Ejércitos Revolucionarios de Francia y de los Estados Unidos y la diseminación del Ejército Nacional de Masas a partir de la Guerra Civil de los Estados Unidos y de la Guerra Franco-Prusiana. El segundo capítulo trata acerca del rol de la Primera Guerra Mundial en el rompimiento de las prácticas institucionales del régimen de acumulación flexible. Finalmente, el tercero capítulo trata acerca de las innovaciones en la gestión del Estado y de la Guerra, elaboradas después del colapso final del régimen de acumulación flexible, en la Crisis de 1929, y la victoria del modelo fordista/keynesiano en el fin de la Segunda Guerra Mundial.
desenvolvimento nacional foi um fator determinante nas políticas do período do regime militar no Brasil. Havia um entendimento de que era necessário que o país estivesse no mesmo patamar que as potências em termos tecnológicos a fim de estimular a indústria e o crescimento do Brasil. Isso levou os governantes a empreenderem a busca tanto pelo desenvolvimento endógeno destas, quanto por adquirir com países que já as tivessem dominado, com grande atenção sendo despendida à questão da transferência de tecnologia. Foi o caso do desenvolvimento do setor nuclear brasileiro, que, a despeito de ter suas raízes no imediato pós-guerra, encontrou nos presidentes militares seus grandes incentivadores. Como outros setores estratégicos de alto valor tecnológico agregado, o setor nuclear demanda grandes investimentos e domínio de tecnologias extremamente sensíveis; é natural, dessa maneira, que se buscasse externamente parceiros que, já dominando o processo de produção de energia nuclear, estivessem dispostos a transferir tanto infraestrutura física quanto o know-how necessário. Nesse contexto, desenrolaram-se as negociações com a então República Federativa Alemã, que culminaram no Acordo Nuclear Brasil-Alemanha de 1975. Dessa maneira, entende-se que a política externa, através da busca pelos parceiros externos mais adequados e sempre levando em conta os interesses nacionais, foi (e ainda é) um instrumento para o país criar suas bases de inovação, não só no sentido tecnológico, mas principalmente para o desenvolvimento econômico e social, uma vez que aparece como importante motor da indústria nacional. No caso do setor nuclear, cabe indagar quais foram os fatores que levaram aos líderes brasileiros, durante o período militar, a optar pela República Federativa Alemã como principal parceira para o desenvolvimento do programa nuclear brasileiro. A hipótese é que essa escolha se deu pelas condições esperadas que se concretizariam com o acordo, havia, pois, a expectativa era que o ciclo do urânio fosse completamente dominado pelo Brasil, desde o enriquecimento até o reprocessamento deste produto, e que assim, seria possível não só produzir uma grande quantidade de energia, como demandava a sociedade brasileira em pleno crescimento econômico, mas também possibilitar o transbordamento do uso dessa tecnologia para outras áreas. A fim de melhor responder a esses questionamentos, o artigo será estruturado da seguinte maneira: primeiramente, busca-se apresentar uma concepção teórica sobre o papel da tecnologia nas relações internacionais, analisando brevemente a relação entre inovação, domínio da tecnologia e desenvolvimento nacional, assim como com a distribuição de poder nos sistema internacional. Em seguida, será explicada a evolução das políticas e negociações internacionais relacionadas ao setor nuclear no Brasil, desde 1945 até o governo de Geisel. Esse último período é tratado com mais detalhes na sessão seguinte, onde as opções possíveis à época, dados os interesses brasileiros na transferência de tecnologia, e as negociações com a Alemanha são apresentados. Por fim, serão elaboradas breves conclusões acerca do tema proposto.