O Sofrimento de Escrever
Ora tenho as palavras, ora me escapam, no percurso entre o pensamento e o sentido que lhes quero dar e o tempo de as colocar no papel. Gasto-as, emendo-as, oiço-as, mergulho no seu étimo à procura de novos sentidos e perco-me nas mensagens que me invadem, entre a informação que obtenho e as novas ideias que surgem e se dissipam.
Mas não desisto deste vício de transmitir sentimentos, partilhar convicções, alertar para tanta desumanidade ou simplesmente confortar silêncios.
Haja palavras que consigam dizer tudo o que sinto, penso, sofro, vejo, absorvo! Nem sempre se atinge o objectivo – é verdade – mas a insistência sobrevive ao desespero, o desafio é aceite e o trabalho continua sempre, nesse desbravar de raízes profundas, mesmo quando tantos insistem em saltitar pela superficialidade do palpável!
Dou um exemplo: ontem o meu poema era azul, hoje o silêncio é alvo, mas essas matizes não me satisfazem e irei procurar novos tons para a minha tela incolor.
Não, não quero ouvir mais vozes, quero a ventania do silêncio agudo, quero a luz dos olhares, porque ao encontrar sentidos nasceu a desilusão - mais uma vez me persegue essa espada, até ferir a alma!
Tantas palavras nos separam e nos unem, tantos trambolhões dão estas sílabas desorganizadas, até aceitar o esboço, sempre imperfeito, sempre provisório, sempre rascunho do que afinal não alcanço!
Fumo mais um cigarro, desprezando a informação consciente do mal que faz; sinto a nicotina a satisfazer o vício e pergunto-me pela estupidez do acto, sem querer assumir qualquer resposta...
O momento produtivo esvaziou-se e fica a sensação de um passo em suspenso, mesmo colocando este ponto final.
Mas não desisto deste vício de transmitir sentimentos, partilhar convicções, alertar para tanta desumanidade ou simplesmente confortar silêncios.
Haja palavras que consigam dizer tudo o que sinto, penso, sofro, vejo, absorvo! Nem sempre se atinge o objectivo – é verdade – mas a insistência sobrevive ao desespero, o desafio é aceite e o trabalho continua sempre, nesse desbravar de raízes profundas, mesmo quando tantos insistem em saltitar pela superficialidade do palpável!
Dou um exemplo: ontem o meu poema era azul, hoje o silêncio é alvo, mas essas matizes não me satisfazem e irei procurar novos tons para a minha tela incolor.
Não, não quero ouvir mais vozes, quero a ventania do silêncio agudo, quero a luz dos olhares, porque ao encontrar sentidos nasceu a desilusão - mais uma vez me persegue essa espada, até ferir a alma!
Tantas palavras nos separam e nos unem, tantos trambolhões dão estas sílabas desorganizadas, até aceitar o esboço, sempre imperfeito, sempre provisório, sempre rascunho do que afinal não alcanço!
Fumo mais um cigarro, desprezando a informação consciente do mal que faz; sinto a nicotina a satisfazer o vício e pergunto-me pela estupidez do acto, sem querer assumir qualquer resposta...
O momento produtivo esvaziou-se e fica a sensação de um passo em suspenso, mesmo colocando este ponto final.