quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Educaççao na UTI

#SOSEducacao:

“Educação na UTI! ”

“.... É "temerário" mudar primeiro o currículo

 do Ensino Médio para ajustá-lo depois...!

Prof. Nelson Valente – Santa Catarina

É necessária cautela na unificação das 13 disciplinas do ensino médio público nacional em quatro grandes áreas do conhecimento - anunciada recentemente pelo Ministério da Educação (MEC). Pela proposta, prevista para vigorar a partir do próximo ano, as disciplinas serão integradas em ciências humanas, ciências da natureza, linguagem e matemática.

É uma medida "precipitada" e sugere a criação de um debate na sociedade a fim de aperfeiçoar o projeto e apresentar solução para os problemas crônicos do ensino médio nacional. O que se teme é que o ensino médio fique mais genérico e prejudique os alunos, principalmente os menos favorecidos que não podem estudar em escolas privadas.


A impressão que se tem é a de que, para evitar o problema de evasão escolar, querem baixar medidas sem enfrentar as causas mais profundas do ensino médio.
Pelo meu entendimento, a iniciativa do MEC contraria as novas diretrizes do ensino médio aprovadas pelo Conselho Nacional da Educação (CNE) em maio de 2011 e que foram estabelecidas na Resolução nº 2 - publicada em janeiro deste ano. Conforme as normas aprovadas pelo colegiado do CNE, os componentes curriculares devem ser organizados em quatro blocos, garantindo a permanência das 13 disciplinas. Isto é, Linguagens, reunindo as disciplinas de línguas portuguesa, materna para populações indígenas e estrangeira moderna; arte - em suas diferentes linguagens (ciências, plásticas e musical) e educação física. Outro bloco é matemática, sozinha. Há também o bloco ciências da natureza que reúne biologia, física e química. Outro é ciências humanas que abrange as disciplinas de história, geografia, filosofia e sociologia. A proposta do MEC de integração das disciplinas do ensino médio sinaliza uma manobra em uma tentativa de "resolver a falta de profissionais" no País. É "temerário" mudar primeiro o currículo para ajustá-lo depois. Sou favorável à inovação e às novas iniciativas, mas essa decisão, no mínimo, é precipitada.


Livros didáticos articulados - Além de considerar precipitada a unificação das disciplinas do ensino médio, considero também prematuras as metas do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2015 as quais preveem a distribuição de livros e material didáticos articulados com outras áreas do conhecimento.

É impossível atingir a meta. O Brasil não tem escritores para escrever esses livros e não estão explícitos os possíveis escritores e atores que poderão contemplar a interdisciplinaridade de textos para o ensino básico.
#SOSEducação -. Defendemos o decálogo:
1. Criar cursos técnicos, de acordo com as necessidades do mercado de trabalho e reservar 800 horas para a sua ministração, na 3 ª série, deixando a escolha a cargo dos alunos;
2. Preparar professores para os cursos técnicos;
3. Elevar para 70% o domínio de Matemática e Leitura, num prazo de 5 anos;
4. Ampliar o número de escolas de tempo integral, com professores de dedicação exclusiva e salários compatíveis;
5. Considerar o potencial da educação a distância. O Brasil tem, hoje, 1,1 milhão de alunos frequentando os vários cursos dessa modalidade;
6. Construir bibliotecas e laboratórios, especialmente de informática;
7. Criar, dentre os gestores escolares, o cargo de Inspetor de Qualidade de Ensino (IQE), para acompanhar adequadamente o cumprimento pleno do currículo escolar;
8. Cuidar efetivamente da assistência aos alunos portadores de necessidades especiais, incluindo-se as altas habilidades (superdotados);
9. Oferecer bônus aos professores e especialistas por resultados;
10. Corrigir a defasagem idade/série.
Temos também a esperança de que a educação a distância seja também de extrema utilidade no ensino médio.
#SOSEducação: observando...


No ensino público: faltam 400 mil professores no ensino básico (fundamental e médio) no País. A maior carência é para as disciplinas de matemática, química, física e biologia. Há escolas que nem as têm na grade.

O Brasil dá mais ênfase ao topo, o Ensino Superior, do que à base, o Ensino Fundamental. O resultado é outra manifestação de instabilidade: a qualidade do Ensino Superior vem sendo puxada para baixo por causa da má qualidade do Ensino Médio; e este também vem perdendo qualidade por causa da piora no Ensino Fundamental.
O problema é o Ensino Fundamental. O Ensino Médio encontra-se entre o Ensino Superior e o Ensino Fundamental: vai desabar e com consequências inimagináveis no sistema educacional brasileiro, enfim, um desastre na educação brasileira. 


Entendimentos & Compreensões

Prof. Nelson Valente -
Professor universitário, Jornalista e Escritor
Autor da Obra em lançamento:
Jânio Quadros: A Vassoura em ação
Editora Prismas em:
http://www.editoraprismas.com.br/produto/7871807/PRE-VENDA-Janio-Quadros-A-Vassoura-em-acao

Criador junto com o editor 
Da Hastag #SOSEducacao
Santa Catarina – SC.
Arquivos da Sala de Protheus
www.epensarnaodoi.blogspot.com.br

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Janelas do Brasil - I -

#Estreia:

“#JanelasDoBrasil”


                       



ou em:




(clique com o botão esquerdo do mouse para acessar a gravação original)




Dos Entendimentos & Compreensões
De Marisa Cruz – São Paulo – SP.
Baseado em notícias como:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-09/advogado-de-palocci-diz-que-prisao-ocorreu-no-estilo-ditadura-militar
No Twitter - @marisascruz
No Face Book – Marisa Silveira Cruz
Gravações e arquivos originais da Sala de Protheus




Obs..:
Todas as obras publicadas na Sala de Protheus
São de inteira responsabilidade de seus autores.
O Editor!

domingo, 25 de setembro de 2016

Prece!


#Fe:

Prece!

"Eu aprendi que sempre posso fazer uma prece
por alguém quando não tenho forças para 
ajudá-lo de alguma outra forma."

O Editor!

Senhor Deus dos aflitos
Que derramam lágrimas
Em pranto ou silenciosamente
Com o coração partido
Pela perda do seu amado querido.

Consolai no silencio da dor, consolai.
Senhor Deus Eterno, infindo.
Tem misericórdia
De nós pobres mortais
Iludidos de imortalidade fulgás.
Da alma insaciável:
de poder,
de beleza,
de fama,
de dinheiro
De tudo que um dia se esvai.

Ensinai, a preencher nosso coração com valor.
Senhor Deus Fonte de Vida
Sacia nossa sede:
Com Amor,
Paz,
Fé,
Esperança,
Humildade,
Tudo que vem da tua Imensa Bondade.


Iluminai nossa existência iluminai.
Senhor Deus dos oprimidos
Levantai Tua Mão
Em Justiça
Contemplai aquele que mudo
Desesperado
Sofre nesse mundo tão desigual
Por ser diferente,
Por ser pobre,
Por ser preto,
Por ser refugiado,
Por ser homossexual.

Levantai, teus profetas que denunciem
Levantai, mãos que auxiliem
Levantai, pés que se apressem em socorro.
Levantai, a mim, Levantai.
Senhor Deus da vida,
nos ensina a contar nossos dias;
de tal forma que em nós
Cresça a sabedoria.

E sábios andemos na tua Luz,
E entendendo nossa brevidade
Que vivamos a iluminar
Os caminhos que caminhamos,
Os caminhos que cruzam os nossos caminhos
Até que chegue nosso adeus
Nossa hora de retornar a Deus.
Que ao chegar possamos dizer:
Valeu a pena a vida que me deste a viver.




Entendimentos& Compreensões de 

Candida Maria Ferreira da Silva 
Assistente Social, Teóloga, Especialista em 
Infância e Violência Domestica pela USP.
- Rio de Janeiro – RJ -
Candida é autora do Diário
blogcontosrecontos.blogspot.com.br 



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O Editor!

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

A Galinha que Não Coube no Saco!


A Galinha Que Não 

Coube No Saco...!
“A galinha do vizinho é sempre mais gorda 
e bota mais ovos. Haja saco!”.

O Autor

Lembro-me muito bem de quando em São Paulo as casas na periferia tinham o privilégio de manter galinheiros, sempre bem lá no fundo do quintal e por consequência a visita madrugadora dos profissionais em “roubar a galinha alheia”. A prática era simples. Penetravam pelos fundos dos terrenos e só tinham o trabalho de saltar os muros divisórios e encher o saco de “penosas”.

Parece que o Brasil tem tido uma prática semelhante relativamente ao dinheiro público iniciada lá atrás quando pelo fundo do quintal da moralidade e saltando os muros dos escrúpulos os “ladrões de galinha” tornaram-se cada vez mais ousados. A princípio aumentando abusivamente seus subsídios na forma de verbas de representação e a seguir, como os presumíveis “galos do terreiro”, os cidadãos, não davam qualquer sinal de alarme, passaram a “encher seus sacos” cada vez mais avidamente.


O tamanho da ousadia é sempre proporcional à diminuição do nível de resistência, ou do afrouxamento das autoridades fiscalizadoras, que afinal são compostas pelos “prêmios de consolação aos derrotados” nos Tribunais de Contas. O Brasil sempre nomeou "raposas" para tomar conta do "galinheiro". Chegamos onde chegamos.
Mas certamente chegamos a um ponto, que jamais imaginaríamos poder chegar. Temos a constatação dos “galinheiros” assaltados desfalcados das suas mais valiosas “galinhas”, temos as "penas" espalhadas pelos quintais e fazendo uma trilha até a casa dos suspeitos assaltantes e temos até os “sacos abandonados”, ainda com "penas" dentro, todavia os “amigos do alheio” não somente protestam contra as suspeitas, mas ainda se indignam contra os “dedos apontados”. Exigem “provas cabais”.
A única coisa que a sociedade espera é que se um cidadão comum pode ser condenado por provas indiciárias, ainda que não tenha sido flagrado com uma “coxinha de galinha” na boca, pode ser condenado por estar com a boca suja de molho e fiapos de carne entre os dentes. Afinal todos somos iguais perante a lei.


Não é aceitável que existam critérios jurídicos diferenciados entre um criminoso que prejudica a alguns e aqueles que lesam a toda uma sociedade. É evidente que os crimes do “colarinho branco” são muito mais difíceis de se provar, mas o fato da sua proporção e a quantidade de pessoas lesadas exige que o rigor seja muito maior, bem como as ferramentas jurídicas sejam muito mais criativas. Nisso reside a força da “teoria do domínio do fato”.
O que não pode acontecer e que a impunidade de alguns por falta de provas materiais robustas continue a propiciar que por isso não se mude procedimentos e se rigorize as leis.
“Galinhas” do tamanho de uma Petrobrás, Eletrobras, Fundos de Pensão e BNDES jamais poderão caber em qualquer “saco”, (jurídico).




Entendimentos & Compreensões

De Antônio Figueiredo - Escritor paulista. 
Autor da obra Recém lançada: 
Voto Distrital - Este Me Representa.

Editora Garcia Edizione - 2016 - SP
#PEDIDOS http://tonifigo1945.com 
www.facebook/tonifigo1945
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O Editor!

sábado, 17 de setembro de 2016

#SOSEducacao:

...E a Aprendizagem?

“...No âmbito escolar, não deve existir alegria
maior do que perceber o amor verdadeiro
que o professor de seu filho sente
por seus alunos..!”

Rudolf Steiner

Quando, juntamente com o catarinense, Prof. Nelson Valente, criamos a HasTag #SOSEducacao, o propósito primordial era a recuperação do ensino que ensina.
Em outras palavras o de desenvolver seres humanos capazes de, por eles próprios, dar sentido e direção às suas vidas, desenvolver na criança “cabeça, coração e mãos” através de um currículo que balanceia as atividades escolares. Este currículo insere música; artes além de matérias como jardinagem, técnicas agrícolas e horticultura. Através dessa metodologia, os professores buscam despertar o gosto pelo aprendizado, fazendo deste uma atividade não competitiva.
A “escola” criada pelo pensador em epígrafe, há mais de 90 anos, tem os mesmos propósitos, e em países desenvolvidos é uma das principais ferramentas pedagógicas.

O que perdemos na última década e meia, foi exatamente esta perspectiva de fazer o aluno pensar.... Criar o seu discernimento. E a partir dele ver e sentir o mundo.
Tanto para mim como para o prof. Nelson Valente, a educação pública tem diferença enorme da privada.
Na escola privada “entregamos” nossos filhos e deixamos claros quais os valores desenvolvidos na educação do lar, e dentro destes princípios a escola deve continuar repassando conhecimento para que os mesmos se elevem e evoluam por si próprios.

Na escola pública, por mais que deixamos registrados os valores da educação familiar, ela se ocupa basicamente em fornecer conhecimento.
No Brasil atual nem isso. Ela transformou os professores em “doutrinadores”. E estes influenciam em tudo. Destroem os valores da educação familiar e repassam um conhecimento supérfluo, o suficiente para que estes “alunos” sejam “robozinhos” para algum projeto futuro de política e poder.
Eis a base do socialismo ou comunismo, como preferirem, e que foi implantado, bem devagarinho, desde os anos setenta no Brasil, com o tal de “construtivismo” de Freire.
Os professores que se flagraram disso foram afastados e os demais tiveram uma verdadeira “lavagem cerebral” e se transformaram no que conhecemos e levaram o ensino ao que é hoje no Brasil: a um NADA.

Quando entramos na antroposofia (grego "conhecimento do ser humano", introduzida no início do século XX pelo austríaco Rudolf Steiner, pode ser caracterizada como um método de conhecimento da natureza do ser humano e do universo, que amplia o conhecimento obtido pelo método científico convencional, bem como a sua aplicação em praticamente todas as áreas da vida humana) – o prof. Nelson Valente vai preferir a Semiótica – (no fundo tudo está centrado nos símbolos, signos e significados) é ministrado na escola o mesmo currículo exigido em outras escolas como: português, matemática, ciências físicas e biológicas, história e geografia. Mas de acordo com os objetivos da Educação Waldorf, os alunos terão acesso também a matérias como astronomia, teatro, zoologia, botânica, eurritmia, música, trabalhos manuais, artesanato, agrimensura, astronomia de posição, filosofia, artes plásticas e cênicas, assim como línguas estrangeiras. Em termos metodológicos, o currículo Waldorf pode ser comparado a uma espiral ascendente: as matérias são revistas várias vezes e a cada nova exposição uma nova e mais profunda visão do conteúdo exposto é oferecida.
É aqui que entra a Pirâmide de Willian Glasser;
Ela diz assim:

Aprendemos:
10% quando lemos
20% quando escutamos
30% quando observamos
50% quando vemos e ouvimos
70% quando discutimos com os outros
80% quando fazemos
95% quando ensinamos os outros

A leitura, a escrita, a observação, os sentidos naturais do ser, através da visão e audição, a percepção de discernimento através de discussões, a colocação em prática e quando repassamos o que aprendemos.
Tudo está interligado. E nesta interligação começa a formação do ser.
Eis o que se busca com o #SOSEducacao.
Uma forma de valorizar o sistema de aprendizado e conhecendo-o, praticar o ensino. Mas nunca desconhecer a verdadeira educação -. Os valores familiares, o que é trazido de berço -.
Fora disso não estávamos nem educando nem transferindo conhecimentos para nossos jovens. 
Estamos transformando-os o que está saindo das universidades federais, USP como o pior exemplo, e a comparação com os “simples” colégios militares, de onde saíram quase todas as medalhas dos Jogos Olímpicos do Brasil.
De onde saíram estes atletas/alunos mesmo?
Da disciplina, do respeito, da educação plena, de conhecimentos que levam ao discernimento, do patriotismo demostrado pela cidadania e amor ao país em gestos simples: como a “continência à Bandeira Nacional” durante as execuções do Hino Nacional do Brasil.
Eis a pequena GIGANTESCA diferença.
Enquanto nossos poderes constituídos e responsáveis pela educação de nossos jovens – Leia-se governos da União, Estados e Municípios – não se aperceberem e entregarem-se a isto não teremos diferenças e não seremos um país de primeiro mundo.
Simples assim...
Pensar não dói.... Já tratar a Educação e o Ensino do jeito efetuado até agora é crime contra a HUMANIDADE. Sim a humanidade futura de nossos filhos e netos...




Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Fontes 
Rudolf Steiner – Obra Minha Vida
Fundador da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br
Publicado originalmente no Grupo Kasal – Vitória – Es.
http://www.konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=28158
Arquivos da Sala de Protheus
www.epensarnaodoi.blogspot.com.br

sábado, 10 de setembro de 2016

#SerieComportamento:

Prazer X Realidade!

“ Um homem moral pode manter

seu código moral em um mundo imoral?”



Arthur Shoppenhauer

A partir da frase, do pensador, em epígrafe e buscando a teoria Freudiana sobre nossa atualidade enquanto indivíduo/brasilês e como povo/estado, necessito fazer uma síntese, mas muito bem reduzida mesmo, de um dos princípios básicos, da teoria do fundador da psicanálise, em sua obra: “A Civilização começa com a repressão! ”.

Com isso você verá que para este grande pensador do século XX, somos regidos pelo princípio do prazer, que é limitado pelo princípio da realidade. E a realidade está no social, na vida dos indivíduos em grupos com suas normas e sanções.
O Pai da Psicanálise descreve como se desenvolve o EU em um ser humano. O recém-nascido é incapaz de distinguir o seu EU do mundo externo, ele percebe apenas como fontes de sensações que fluem constantemente. Em geral, a primeira percepção do mundo externo ocorre com a descoberta de uma fonte vital e de prazer pode ser subtraída, reaparecendo com o choro e grito. Essa fonte vital e de prazer é o seio da mãe, o primeiro objeto que concretiza a existência de algo externo ao indivíduo.


Outra função importante que forja o EU, levando-o a separar-se da “massa geral de sensações”, é o confronto entre o princípio do prazer - regido por conteúdos inconscientes – e o princípio da realidade – uma das forças motrizes de todo o desenvolvimento humano, com suas inevitáveis sensações de desprazer. Pode-se resumir que o que limita o princípio do prazer é o princípio da realidade, com todas as suas normas sociais.

É pelo confronto entre esses dois princípios que começa a se diferenciar no indivíduo, o EU, interior, do mundo externo. A introjeção do princípio da realidade irá estruturar todo o desenvolvimento posterior. O princípio da realidade no seu confronto com o princípio do prazer, irá capacitar o ser humano a construir defesas que o protejam dos desprazeres de que o mundo externo o ameaça.
Freud identifica na relação do EU com os objetos existentes no mundo externo – principalmente com as sensações que estes objetos causam no mundo interno do indivíduo – um importante ponto de partida de distúrbios patológicos.


Freud considera que a liberdade do indivíduo não é um resultado da civilização. Ao contrário, a civilização está fundada exatamente na capacidade de que, com seus mecanismos reguladores, restringir a liberdade individual. O homem se constitui, assim, como ser social, aprisionado a um dilema que parece insolúvel: enquanto no seu estado original de natureza o ser humano era totalmente livre de regras e padrões, essa liberdade tinha pouco valor, uma vez que todos os indivíduos ficavam vulneráveis e à mercê de seus semelhantes, sem as normas sociais reguladoras do comportamento.

Portanto, é a civilização que mantem a ordem social, mesmo ao elevado custo de restringir as liberdades individuais, muitas regidas pelo princípio do prazer.
Freud identifica que, por conta da liberdade perdida, o ser humano estará permanentemente em conflito com a civilização, reconhecendo que cada revolução, cada impacto que a humanidade experimenta é uma tentativa de externalizar e superar esse conflito, essa inquietação. E é assim que a civilização evolui. Segundo Freud “o impulso de liberdade é dirigido contra formas e exigências específicas da civilização ou contra a civilização em geral. Não parece que qualquer influência posa induzir o homem a transformar sua natureza na de uma térmita. ”
Indubitavelmente, ele sempre defenderá sua reivindicação à liberdade individual contra a vontade do grupo.


Com seu agudo espírito investigativo, Freud desmistifica o papel de progresso científico e tecnológico, como um fator imediato na construção da felicidade humana (o que estamos sentindo na alma nos dias de hoje no mundo), segundo ele, principal propósito de vida. E identifica na civilização e na cultura, pelas regras e limitações que estas impõem aos homens, um impedimento à conquista da felicidade

Quanto às relações sociais – classificadas por ele como um dos aspectos característicos da civilização – Freud define o primeiro momento da civilização como aquele em que se iniciou a regulação dos relacionamentos sociais. É esse o momento da passagem do estado de natureza para o estado de sociedade. O elemento de civilização entra em cena com as primeiras tentativas dos indivíduos de regular seus relacionamentos sociais e, sem essa tentativa, os relacionamentos ficariam sujeitos à vontade arbitrária de cada indivíduo, ao princípio do prazer. O homem fisicamente mais forte decidiriam sempre no sentido de seus próprios interesses e impulsos instintivos, até encontrar outro mais forte que ele.
Agora transportando todo o pensamento freudiano para os dias de hoje, posso assegurar que ele foi profético?


Sim, com toda certeza. Os avanços tecnológicos, principalmente de informações levaram a uma “prisão do indivíduo”, pior do que antes, quanto seu sistema de comunicação era parcial e dependente.
Com isso nosso próprio sistema cultural não evoluiu enquanto seres independentes. Ainda somos regidos pelo princípio do prazer x principio da realidade.
Hoje, certamente, para o indivíduo pensar.... Parece doer muito.
E quase um século depois desta teoria ser lançada através da psicanálise.
Eis nós...




Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Fonte:
Sigmund Freud – O Mal-estar na civilização
Traduzido do inglês por Joan Riviere, 
Londres – Hogart, 1955.
Publicado originalmente no Grupo Kassal – Viória – ES.
http://www.konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=28124
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segunda-feira, 5 de setembro de 2016


Sempre “agosto”...


“Quem em março come sardinha, 
em agosto lhe pica a espinha”.


Ditado português

Fiquei propositalmente “fora do ar” todo o mês de agosto por uma razão muito especial. Não queria ser um contribuinte responsável por mais uma “zica”, que este mês tem frequentemente contribuído para escrever algumas das páginas mais vergonhosas ao longo da nossa história. Mas, aos costumes, agosto não falhou, ou será que são nossos governantes que tem uma especial predileção atávica em “se ferrarem” nesse mês?

Mais uma vez agosto não decepcionou e veio a gosto.
Assistimos na semana passada no processo de impeachment da Presidente Dilma Vana Rousseff um atentado à Lei Máxima do Brasil e “alterou-se” a CF 88 através de um DVS – Destaque de Voto em Separado numa “penada só”, ou seja, uma decisão colegiada do Senado Federal teve a força de uma PEC – Proposta de Emenda Constitucional”, que precisa ser votada em dois turnos em ambas as Casas do Congresso. 


Da mesma forma, será que o Papa poderia, se decidisse, “alterar” a interpretação do Nono Mandamento. Não cobiçaras a mulher do próximo, a menos que o próximo não esteja MUITO próximo. O "papa" Ricardo Lewandowski não só aconselhou, como manobrou a favor do adultério, trincando as “pedras da lei". Não só se rasgou a Constituição, mas as páginas arrancadas foram usadas como “papel higiênico jurídico” para limpar a bunda dos senadores e depois serem jogadas na cara do cidadão.

Como diz o título, não é que as crises sejam marca de agosto, o mês, o que marca é que as “soluções mágicas” encontradas sempre são a gosto ... dos políticos. Principalmente dos enrolados na Lava a Jato, que por precaução, já criam antídotos para o “veneno da lei”. Ou será, que Renan Calheiros, Eduardo Cunha, outros trinta e tantos senadores e pelo menos quase duas centenas de deputados, isso sem contar a possibilidade de alguns magistrados da Suprema Corte, não estariam preventivamente “legislando em causa própria” para salvarem os “próprios rabos”. 
O ex-senador, cassado, Delcídio Amaral já pleiteia o mesmo direito e interpretação da lei. Não importa que essa outra lei seja a Ficha Limpa. Se mudaram a Constituição, que é a lei que prevalece sobre todas as leis, por que não mudar uma “leizinha de iniciativa popular”?


Fala-se muito em uma Reforma Política, que venha a equilibrar a representatividade e a disciplinar e moralizar todo o processo eleitoral, mas a meu ver a reforma mais importante é do conceito de que “pau que bate em Chico, também bata em Francisco”, ou seja, as leis tenham igual interpretação e consequência para todos. Caciques e índios dançando em redor da mesma fogueira.

Depois que isso estiver muito bem ensinado e aprendido, duvido que qualquer outra reforma seja difícil de ser implementada e que finalmente o Brasil possa ser considerado um país sério. Essa desconfiança mundial é atribuída exclusivamente à “insegurança jurídica” criada por nossos legisladores em favor da sua impunibilidade, tanto quanto a seu comportamento político, como para livrá-los do peso da lei frente às falcatruas, que cometem.
Esse é o verdadeiro “vem pra rua”, que deve mobilizar a cidadania. Caso não tenha efeito, que venha a “desobediência civil”. Se não fizer efeito, o que virá? ...
Uma guerra civil? Ou nova intervenção militar?
A escolha será sempre nossa ...


Entendimentos & Compreensões

De Antônio Figueiredo
Escritor paulista. Autor da obra 
Recém lançada: Voto Distrital - Este Me Representa.
Editora Garcia Edizione - 2016 - SP
#PEDIDOS http://tonifigo1945.com 
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Arquivos da Sala de Protheus
ww.epensarnaodoi.blogspot.com.br 


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O Editor!

quinta-feira, 1 de setembro de 2016


Necessário Ser Modesto!
- Ensaio de redenção -
“.... Nas pessoas de capacidade limitada,
a modéstia não passa de mera honestidade, mas em quem possui 
grande talento, é hipocrisia...! ”

Arthur Schopenhauer

O chão da rua ensina mais que qualquer universidade. O aprendizado teórico de nada serve sem o conhecimento prático da realidade, especialmente quando se vê o melindre mórbido e culposo de quem se reveste na autoridade titulada de acusador, como se fazer o certo demandasse pedido de desculpas. Diferente dos bancos universitários, a realidade promove um ensinamento maior do que a simples utilidade das tarefas que se realiza. Sedimenta o limite do que impulsiona a ação correta, sem claudicações emotivas de culpabilidade, sem dúvida e sem desculpa. Tanto faz juntar um dinheiro do chão e devolvê-lo ao proprietário ou acusar uma presidente da república por fatos ilegais consumados em seu mandato. O valor é o mesmo, a tarefa é a mesma e a culpa por fazer o que é correto, nenhuma. A ninguém é dado o direito de pedir desculpas por fazer o certo, muito menos chorar. 

O que se viu estampado no rosto titulado da advogada no polo ativo do processo que afastou a presidente Dilma é a culpabilidade encruada na identidade do brasileiro por fazer o certo. Como se existisse culpa pelo que fazia, houve até pedido de perdão. De um lado compreensível, visto que a advogada traia uma autoridade que simbolizava sua própria ideologia política, no clássico desespero de Raskólnikov (Crime e Castigo, Fiodor Dostoiévski) buscando redenção na sua confissão inútil perante uma inepta Sônia. Assim como Raskólnikov, a redenção interior foi alcançada, a grande lição residiria em buscar a redenção intelectual com restauração da ordem das próprias ideias políticas pela coerência com o que se aprende no chão da rua ou, por se tratar de advogada, "ralando a barriga" no balcão do fórum. 
Do outro lado, o melindre é o da fissura, aquela pequena fresta que se instala numa parede sólida que represa uma infinidade de valores políticos, pessoais e profissionais, impedidos de serem observados e assimilados diante do muro hegemônico simbolizado na presidente afastada. E aqui, a visão não permite outra ideologia, do muro para cá, tanto quem defende, quanto quem acusa, faz parte da mesma espiral ideológica de poder que se reveza em cargos políticos para saciar a sede latente de um povo submisso e impotente. Ou ninguém sente que tem algo errado? 

Uma “inhaca” nauseabúndica perene paira no ar. No chão a sombra de uma parede fissurada, mas ainda alta demais para que as pessoas comuns, aquelas que moldam as barrigas nos balcões, as mãos nas fábricas e a moral no comércio, consigam ver o que tem do outro lado. Por sinal, como na caverna de Platão, o que tem do outro lado do muro ideológico hegemônico é assustadoramente colorido para aqueles acostumados com o cinza da burocracia estatal brasileira. Entre a liberdade desconhecida e a tirania conhecida, optamos todos pela segunda, não importando se é PT ou PSDB, a liberdade ainda será um desejo latente na estrutura político-jurídica do Estado e a fissura hegemônica logo será concertada por um dos dois e/ou todos os outros reunidos em torno de intelectuais melindrosos, chorando pelo cumprimento da justiça desejada, mas nunca alcançada, justamente porque nunca aprenderam as lições do chão da rua. 
Para as pessoas que lutam no chão da rua estas lições são evidentes, mas como a vida não dá folga para ninguém, movem-se servis num coro mudo de lamúrias legítimas, submissas ao medo do colorido represado no muro hegemônico. A história real oferece sinais, entre dois presidentes afastados, urgente que lições devem ser aprendidas. Nem todas são claras. Os fatos são. O vácuo ético do impeachment de Collor foi ocupado pela ideologia hegemônica carente de autoridade política na época, arrematando pelos cargos ocupados até hoje, o muro das lamentações sustentado na metafísica de seus intelectuais repetindo os mesmos discursos opacos, desde a escolas infantis até a livre-docências que ocuparam as tribunas no Senado Federal no impeachment atual. Com a derrota dos outrora éticos, o vácuo se repete e a hegemonia segue. 

Será mesmo que ninguém sente que algo está errado? E que lições mais existem para serem aprendidas? 
De qualquer forma, antes aprender qualquer coisa, deve-se desejar o que está atrás do muro. Enquanto as pessoas continuarem usando o discurso oficial coletivista sem assumirem o medo do outro lado e se darem conta que o prato pronto servido na sombra do muro é só uma isca para a submissão existente, nenhum desejo real existirá e a história se repetirá com a vinda de mais do mesmo e nenhuma lição resta. Afinal, entre ouvir uma ideia diferente, pensar com a própria cabeça sobre ela e se encolher no discurso do coletivo, pelo medo, manter-se no grupo é mais seguro. E aprender algo novo, exige coragem solitária e humildade. Humildade de lembrar que a bandeira da ética está à deriva e qualquer um que a assumir não enganará mais ninguém com o discurso repetitivo das mesmas ideias sombrias em todas as esferas de poder, estatal ou não, inclusive na escola dos filhos.

É só pela rejeição total e irrestrita de qualquer pensamento que confirme a ideologia política atual que, talvez, as pessoas do chão da rua, os advogados dos balcões de fórum, as mãos calejadas de todo tipo de gente que move a própria vida ao largo da intelectualidade acadêmica hipócrita, poderão aprender alguma coisa. E, para aprender, necessário ser modesto. Talvez Modesto Carvalhosa. 
Enquanto isso, caracterizada a conduta criminosa, afastada a presidente da função, mas sem cumprimento pleno da sanção. A lei aplicada ao cidadão, para delírio do socialista de plantão, não se aplica à elite hegemônica da nação. E não se assustem nesta democracia de ilusão, quando não restar mais, nem mesmo eleição. 
Aí, desculpe dra. Janaína, talvez nem para a senhora caberá perdão.
Aguarde, pois, para o Brasilês pensar anda dói... E muito!



Entendimentos & Compreensões
Da cabeça pensante do meu amigo
E irmão de discussões filosóficas
Michael Nedeff Chehade – RS - 
Advogado & Filósofo por prazer.
Arquivos da Sala de Protheus
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