Werther é o protagonista da obra de Goethe com o mesmo nome.
Werther
via nas crianças o “gérmen
de todas as virtudes, descobria na sua pertinácia o que virá a ser constância e
força de caráter ….. que os há-de fazer deslizar através dos escolhos da vida,
e tudo isto tão franco, tão puro !...”
Um
médico vindo da cidade encontrou Werther no chão com os pequenitos a treparem
para cima dele e a fazerem-lhe picardias, todos numa grande algazarra.
“O
doutor achou aquilo abaixo da dignidade de um homem sensato…. A quem queria
ouvi-lo, que as crianças eram já mal educadas, mas que esse Werther acabava
agora de as estragar completamente.”
O
amor de Werther pelas crianças levava-o a repetir sem cessar: “Não serdes vós
semelhantes a um deles.”
E
acrescentava: “Essas
crianças, nossos iguais, que deveríamos tomar por modelos, tratamo-los como
nossos vassalos !... Não devem ter vontades ! … Não temos nós as nossas ? Onde
estão os nossos privilégios ? Por sermos mais velhos e mais sisudos ? Deus do
céu !”
São
estes velhos, “sensatos
e sisudos”
, que tornam os seus filhos parecidos consigo: “crianças
velhas”.
Há,
de facto, mais vida para além da razão e do bom senso e aprendemo-lo com as
crianças.
É
o instinto de cada um, aquele irresistível impulso do amor e da compaixão. A
consciência do que é bom e do que é mau; do que é virtuoso e da nefasta feitiçaria
do que é vicioso.
Acima
de tudo a empatia com o próximo, o sentimento de que para amar o meu próximo
terei de amar a Deus.