Os debates têm sido cordeais e contribuído para
um melhor conhecimento dos candidatos e das suas propostas.
Catarina Martins e Assunção Cristas: Boa
preparação e a necessária agressividade. Gerónimo de Sousa: Equilíbrio nas propostas
e tomadas de posição, atraente, simpático e tolerante. António Costa sempre otimista,
demagogo, bom manipulador de números e de estatísticas. O responsável pelo PAN
não me despertou interesse.
Senti a falta de Rui Tavares, fundador do
Livre, um jovem bem preparado, acrescentaria valor ao painel.
No debate com Assunção Cristas (só assisti a
uma parte) António Costa criticou a sua proposta que defende: Alunos com médias
de 18,6 deviam ser admitidos nas nossas universidades, pagando os seus cursos,
tal como os estrangeiros.
Resposta: - O nosso ensino, tendencialmente
gratuito, não é para ricos com maus resultados mas para os bons alunos.
Com falsos argumentos obriga alunos
brilhantes (18,6) a emigrar e a pagarem os cursos no estrangeiro em favor de
estrangeiros com médias inferiores.
Pura demagogia.
«António Costa sacrifica tudo para se manter
no poder», foi como Assunção Cristas encerrou o debate.
Com Rui Rio, perante a discordância de Rio
relativamente aos aumentos concedidos aos juízes, responde:
- O Sr. Não gosta dos juízes.
De novo, a arbitrariedade, a demagogia, a
displicência seguida da banalização das propostas de Rio relativas a mudanças a
operar no Ministério Público e na Justiça.
António Costa não precisa dizer como gosta
dos juízes, basta olhar para a sua generosidade nos aumentos que lhes concedeu.
Também é amigo dos bancos, dos patrões, das petrolíferas…. uma grande lista
onde só figuram os mais fortes para os quais também é generoso, sempre em prejuízo dos mais fracos.
A ligeireza das suas respostas é a mesma com que sacode as responsabilidades dos sucessivos escândalos que abalam grande número dos seus Ministérios.
Quanto ao Ministério da Administração
Interna escrevi o mês passado. Estão a aparecer novos desenvolvimentos com maior gravidade do que então era conhecidos.
No Ministério da Defesa continua na sombra o mistério das armas roubadas e descobertas. Originou demissões, o próprio Ministro demitiu-se e foi constituido arguido.
No caso do Ministério da Justiça, não se
conhece à Srª. Ministra uma só medida digna de registo. O que fica são discursos
despropositados e do seu empenho na substituição da Procuradora Geral República.
De notar que Joana Marques Vidal restaurou a
confiança numa Instituição desacreditada, o seu mérito mereceu o consenso de todas
as forças politicas incluindo do Sr. Presidente da República, com exceção do
Partido Socialista.
O país, ainda tem presente os períodos
negros dos seus antecessores e ficou perplexo com a sua destituição, ainda mais,
com o apoio do Sr. Presidente da República.
O argumento usado foi o de não concordarem
com segundos mandatos.
Aguardemos pela decisão do Sr. Presidente
quanto á sua candidatura a um segundo mandato.
Não se trata de gostar ou não gostar dos titulares
de cargos públicos, não escondo o respeito que me merece o Prof. Marcelo de
Sousa.
O que está em causa é o Interesse Nacional,
é a defesa do Estado de Direito, um pilar da Democracia abalado por decisões
tomadas por um juiz que alegadamente vendeu sentenças e que lamentavelmente continua
a exercer as suas funções antes de ser julgado.
Como é possível?!
Acrescem as contradições também incompreensíveis
de altos responsáveis do poder judicial.
O Supremo Tribunal de Justiça determina que
o juiz Rangel continua suspenso das suas funções. O presidente do Tribunal da
Relação de Lisboa readmite-o nas mesmas funções, em cumprimento de ofício do
Conselho Superior da Magistratura.
Como é que cidadãos e empresas se podem
sentir seguros?!
Todos nós, julgo mesmo que os juízes cujas
sentenças continuam a merecer a aceitação geral, temos o dever de reclamar da
Assembleia da República e do Governo medidas que reponham a confiança e a legitimidade
conferidas pela Constituição. Está em causa um pilar do Estado de Direito Democrático.
É também o momento de termos a coragem de mudar, de
nos libertarmos dos políticos experientes na arte de retirar do centro do
debate politico o Interesse Nacional; dos indecisos, que nunca assumem responsabilidades; dos amigos do seu amigo e do politicamente correto, com modelos de governação esgotados
que não criam valor e sem futuro; dos envoltos numa promiscuidade indesejável com o
futebol, dos que alimentam esperanças com promessas disparatadas como: A irradicação da pobreza sem dizerem
como, habitação para todos a baixo custo……… à partida sabem que não vão cumprir, mas geram
expectativas.
Precisamos de políticos que não tenham medo
de dizer o que pensam, descomprometidos, genuínos, sérios, que
inspirem confiança na implementação de novos modelos sustentáveis de governação que crie riqueza e tenham a coragem de nos libertar de interesses mesquinhos,
imorais e que esmagam as famílias.
É o tempo de assumirmos o desígnio nacional de humanizar a politica, poupar
as famílias da angustia, da
humilhação e da mentira contida em anúncios+anúncios, promessas+promessas nunca cumpridas ou chegam apenas aqueles mais próximos dos centros decisores.
As famílias têm de dispor dos meios
materiais que lhes assegure o pagamento das despesas normais da sua casa, os cuidados
de saúde, o aluguer ou a prestação da compra da casa; beneficiar de
condições normais de acesso ao crédito bancário; proporcionar aos filhos
condições para o desenvolvimento de todas as suas capacidades.
É preciso derrubar todos os muros que
perpetuam reformas e ordenados mínimos humilhantes,
comprovadamente insuficientes para famílias viverem com um mínimo de dignidade,
sujeitando-as a um endividamento junto de agiotas com juros escandalosos de que
nunca se conseguem libertar (os bancos recusam-lhes qualquer empréstimos), condenadas
a vidas inteiras de sofrimento, com a mão estendida à caridade de uma ajuda, de
um subsídio, da prometida casa que nunca chega.
Impõe-se extinguir as diferenças abismais entre os vencimentos
milionários, a que somam ainda prémios também milionários, comparativamente com o que recebem os seus trabalhadores.
Reduzir reformas milionárias e mordomias, principalmente daqueles que
lesaram o próximo, bancos e Estado.
É também insustentável o aumento
crescente do peso do Estado, transformado num albergue mediante o recrutamento
descontrolado de clientelas: assessores, secretários, secretárias, familiares,
amigos, amigas …. Um Estado incapaz de conter desperdícios, incapaz de reduzir
para metade o número de deputados, medida há muito esperada e nunca concretiza
por depender dos próprios; incapaz de conter mordomias desproporcionadas, a
todos os níveis, que esgotam recursos e muito contribuem para perpetuar a
pobreza, por muito que digam o contrário.
É um universo obsceno que não é compatível com
a passividade, a submissão, o conformismo e principalmente com uma aceitação que
nos devia cobrir de vergonha.
Coloquemos as energias essenciais do
espirito e do coração no combate a toda esta imoralidade onde residem os meios
materiais necessários para que todos, sem exceção, possamos vivermos com dignidade, amor
humano e espirito de fraternidade.
«Todo o homem que possui mais do que é necessário
para a sua vida, para a vida dos seus e para o desenvolvimento normal da sua
inteligência é um ladrão. O que ele tem de sobra outros têm a menos».
Romain Rolland, considerado «A consciência moral da Europa»
Eu voto Rui Rio