2 Geracao Modernista Prosa - Introdução
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2 Geracao Modernista Prosa - Introdução
2ª Geração
Romance regionalista
• Realidade específica de
uma região
Práticas
Linguagem sociais
própria semelhantes
O Romance de 30
• Herança romântica (romances regionalistas)
Queriam retratar de
Diferença: não há uma maneira realista a vida
idealização e sacrificada e desumana
subjetividade romântica do sertanejo: romances
neorrealistas
Já por várias vezes o nosso jornal, que é sem dúvida o órgão das
mais legítimas aspirações da população baiana, tem trazido
noticias sobre a atividade criminosa dos "Capitães da Areia",
nome pelo qual é conhecido o grupo de meninos assaltantes e
ladrões que infestam a nossa urbe. Essas crianças que tão cedo
se dedicaram à tenebrosa carreira do crime não têm moradia
certa ou pelo menos a sua moradia ainda não foi localizada.
Como também ainda não foi localizado o local onde escondem o
produto dos seus assaltos, que se tornam diários, fazendo Jus a
unia Imediata providência do Juiz de Menores e do dr. Chefe de
Polícia. [...]
Os líderes
• Pedro Bala: rapaz entre 14 e 15 anos, órfão desde
os 5, cujo pai fora fuzilado pela polícia, em uma
greve.
• Professor: muito respeitado pela inteligência, lê e
narra as histórias para seus companheiros.
• Sem-pernas: garoto coxo que aproveita sua
condição para entrar nas casas dos ricos e facilitar
os roubos. Sente ódio de tudo e de todos (sua
defesa para uma enorme carência), tinha fama de
cruel.
Os líderes
• João Grande: negro de 13 anos que se destaca não
pela inteligência, mas pela enorme força e
determinação em defender os mais fracos.
• Pirulito: garoto marcado pelo sentimento religioso e
vocação ao sacerdócio.
• Gato/Boa-vida: dois malandros que querem curtir a
vida.
• Volta-seca: menino sertanejo, afilhado de Lampião que
sonha em voltar para o sertão e se unir aos
cangaceiros.
Episódios e Peripécias
• Episódios: ações circunstanciais que se
encerram em sim mesmas, sem fazer
avançar a narrativa.
• Exemplo 1: “As luzes do carrossel” – plano
arquitetado para os meninos andarem de
carrossel.
• Aparentemente autônomo, mas não sem importância
(introduz o retrato moral do Padre José Pedro)
Episódios e Peripécias
• Exemplo 2: Pedro Bala sodomiza à força uma
jovem negra virgem, apesar de ela implorar
para que ele a deixe em paz.
• Aparentemente desconexo de tudo, mostra a bestialidade
dos instintos sexuais do protagonista e tem a função de
servir de contraponto ao futuro comportamento em relação
à outra jovem, Dora.
Episódios e peripécias
• Peripécias: ações que dinamizam as
situações, modificam o modo de agir das
personagens e articulam os acontecimentos
que definem a história central numa relação
de causalidade.
• Dora:
• “Filha de bexiguento”
• “Dora, mãe”
• “Dora, irmã e noiva”
Análise da obra
LINGUAGEM E ESTILO
• Linguagem popular com alguns graus de
estilização, colocando a oralidade popular,
com seus erros de concordância, gírias etc.
• - Tu ainda tem uma peitama bem boa,
hein, tia?
• - Esses meninos de hoje em dia não
respeita os amis velho, compadre João de
Adão. Onde já se viu um capetinha destes
falar em peito pra uma velha
encongrujada como eu?
LINGUAGEM E ESTILO
• A linguagem do narrador, bem como o de
algumas personagens que tiveram acesso à
educação letrada, como o padre José Pedro,
desenvolve-se dentro do registro culto, mas
coloquial. Isso não impede o narrador de
valer-se de procedimentos formais
sofisticados, como é o caso do discurso
indireto livre:
LINGUAGEM E ESTILO
“O padre José Pedro ia encostado à parede. O Cônego dissera
que ele não podia compreender os desígnios de Deus. Não
tinha inteligência, estava falando igual a um comunista. Era
aquela palavra que mais perseguia o padre. De todos os púlpitos
todos os padres tinham falado contra aquela palavra. E agora
ele... O Cônego era muito inteligente, estava próximo de Deus
pela inteligência, era-lhe fácil ouvir a voz de Deus. Ele estava
errado, perdera aqueles dois anos de tanto trabalho.Pensara
levar tantas crianças a Deus... Crianças extraviadas... Será que
elas tinham culpa? Deixai vir a mim as criancinhas... Cristo...
Era uma figura radiosa e moça. Os sacerdotes também
disseram que ele era um revolucionário. Ele queria as crianças...
Ai de quem faça mal a uma criança... A viúva Santos era uma
protetora da Igreja... Será que ela também ouvia a voz de
Deus? Dois anos perdidos...Fazia concessões, sim, fazia. Senão,
como tratar com os Capitães da Areia? Não eram crianças iguais
às outras... Sabiam tudo, até os segredos do sexo. Eram como
homens, se bem fossem crianças...”
Espaço e tempo
• Salvador
• Impreciso: “reportagem do Jornal da Tarde, mostra que
o pai de Pedro Bala morrera na “célebre greve de
191...”
• O romance se passa, então, durante a década de 20
Personagens
• Divisão de E. M. Forster: personagens planas e
redondas.
• No livro: personagens planas, sem muita densidade ou
profundidade psicológica. Seus perfis morais são
esquemáticos e podem ser agrupados em duas
esferas:
• Os ricos (que são todos maus)
• Os pobres (que são todos bons, mesmo quando agem de
maneira má, a culpa é da sociedade)
narrador
• 3ª pessoa, onisciente
• Lugar social do narrador: justamente pela linguagem,
é possível falar que ele vê a situação de fora.
• É, no entanto, extremamente empático à causa dos
Capitães.
• Ideia de intelectual orgânico do proletariado (Gramsci)
José Lins do
1901-1957
Rego
José Lins do Rego
• Paraibano
• Criado pelo avô, dono de engenho
Rachel de
Rachel de Queiroz
• Única mulher da geração de 30
• Prima de José de Alencar
• Militante comunista
• 1915: com a família, foge da seca do Ceará para o Rio
de Janeiro
Aos 18 anos,
escreve o romance Narrativa
“O quinze”, sobre memorialista
essa seca