Romantismo No Brasil2

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ROMANTISMO

Literatura Profa. Maria Dnalda

Apoteose do Sentimento
Europa sc. XIX

Ascenso da burguesia com dinheiro, mas sem cultura Como compensar a falta de ancestrais nobres e linhagem que pudesse ser artisticamente exaltada?
Necessidade de criar um padro de beleza que inclusse os burgueses.

Brasil Sculo XIX


Vinda da Famlia Real
transaes comerciais intercmbio cultural Imprensa nacional

Construo de um circuito literrio completo Formao de um pblico leitor mais regular Literatura nacional

Rio de Janeiro

Capital do Brasil

Proclamao da Independncia: almeja-se a definio de uma identidade cultural brasileira Compensar (de certa forma) a situao econmica

Mitos Nacionais
Grandeza territorial Natureza majestosa e opulenta Igualdade racial miscigenao Benevolncia e cordialidade do brasileiro Virtude dos costumes patriarcais Qualidades afetivas e morais da mulher brasileira Pacifismo inerente poltica externa do pas

Sociedade
Militares Comerciantes Artesos Funcionrios pblicos Homens de imprensa Empregados
Agitao nas ruas Saraus Pblico leitor feminino

Romantismo: estilo de poca que prevaleceu durante o sculo XIX

romantismo: nome dado a um sentimento: algum romntico, por exemplo e pode existir em qualquer perodo literrio

Primeiro grito de independncia literria


1836 Niteri, Revista Brasiliense de

Cincias, Letras e Artes


Tudo pelo Brasil, e para o Brasil Suspiros Poticos e Saudades Gonalves de Magalhes

O novo pblico leitor


Esforo de alfabetizao popular empreendido pelos revolucionrios; Todo o cidado passou a ter acesso (direito) leitura, at pela necessidade de conhecer as proclamaes do novo regime; Surgimento de um novo pblico leitor = mais numeroso e diversificado (consumidor). Escritores livres do regime de mecenato = obra = mercadoria de ampla aceitao.

Romantismo = Contradio
O Romantismo coincidiu com a democratizao da arte, gerada sobretudo pela Revoluo Francesa, tornando-se a expresso artstica da jovem sociedade burguesa. Entretanto, o movimento manteve uma relao contraditria com a nova realidade. Filho da burguesia, mostrou-se ambguo diante dela, ora a exaltando, ora protestando contra seus mecanismos.

Romantismo = Surgimento
Mito do bom selvagem de Rousseau; Os cantos de Ossian = culto Idade Mdia. Publicao (1774) do romance (em forma epistolar = cartas) Os sofrimentos do jovem Werther , de Goethe = exacerbao da imaginao e transbordamento das paixes.

ROMANTISMO
CARACTERSTICAS

Caractersticas
Subjetivismo: tratar dos assuntos de forma pessoal (sentimento; realidade tratada parcialmente). Ex: Gonalves de Dias no fala da escravido, nem e outros problemas da poca Idealizao: extrema valorizao da subjetividade deformao idealiza temas pela fantasia e imaginao

Sentimentalismo: artista (emoo) mundo saudade, tristeza e iluso Egocentrismo: voltado para o prprio eu; narcisismo Medievalismo: ndio passado medieval brasileiro Religiosidade: reao ao racionalismo materialista, mais comum entre os primeiros romnticos; cristianismo; vida espiritual vlvula de escape

Idealizao da mulher (virgem/sensual) Gosto pela noite

Quanto forma:

Vocabulrio e sintaxe mais simples; Mtricas populares; Liberdade formal; Descrio minuciosa, comparao, metfora;

Poesia 1 Gerao

A Idealizao de uma Ptria e de um Povo


Busca, no passado histrico, de elementos definidores das origens nacionais, intocados pela colonizao Inspirao na Amrica pr-cabralina gerao lusfoba

ndio: homem livre e incorruptvel (Rousseau- bom selvagem) Literatura: guardi da melhor memria de um povo

Gonalves Dias

* 1823, Maranho Influenciado por Almeida Garret e Alexandre Herculano 1846: Primeiros Cantos Poesia Temas: natureza, ptria, religio +1864: vtima de naufrgio, prx. costa maranhense

Cano do Exlio
Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi; As aves, que aqui gorjeiam, No gorjeiam como l. Minha terra tem primores, Que tais no encontro eu c; Em cismar sozinho, noite Mais prazer eu encontro l; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi. No permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para l; Sem que disfrute os primores Que no encontro por c; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabi.

Nosso cu tem mais estrelas, Nossas vrzeas tm mais flores, Nossos bosques tm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, noite, Mais prazer eu encontro l; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi.

I-Juca-Pirama
No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos - cobertos de flores, Alteiam-se os tetos daltiva nao; So muitos seus filhos, nos nimos fortes, Temveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extenso. So rudos, severos, sedentos de glria, J prlios incitam, j cantam vitria, J meigos atendem voz do cantor: So todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome l voa na boca das gentes, Condo de prodgios, de glria e terror![...]
Taba: aldeia indgena; Coortes: tropas; Prlios: lutas

Gonalves de Magalhes

*1811 Rio de Janeiro 1832 - Poesias Discurso sobre a Histria da Literatura no Brasil manifesto do romantismo (Revista Niteri) 1836 Suspiros poticos e saudades Viso do ndio: A confederao dos Tamoios (1857)

+1882 - Roma

Suspiros poticos e saudades - Prlogo


um Livro de Poesias escritas segundo as impresses dos

lugares; ora assentado entre as runas da antiga Roma, meditando sobre a sorte dos imprios; ora no cimo dos Alpes, a imaginao vagando no infinito como um tomo no espao, ora na gtica catedral, admirando a grandeza de Deus, e os prodgios do Cristianismo; ora entre os ciprestes que espalham sua sombra sobre tmulos; ora enfim refletindo sobre a sorte da Ptria, sobre as paixes dos homens, sobre o nada da vida. So poesias de um peregrino, variadas como as cenas da Natureza, diversas como as fases da vida, mas que se harmonizam pela unidade do pensamento, e se ligam como os anis de uma cadeia; poesias d'alma, e do corao, e que s pela alma e o corao devem ser julgadas.

Gonalves de Magalhes x Jos de Alencar


Conformao esttica do poema; fraca musicalidade e unidade narrativa; "falta de arte" na descrio da natureza brasileira e dos costumes indgenas; poesia pica no adequada.

Poesia 2 Gerao

J sinto da geada dos sepulcros O pavoroso frio enregelar-me... A campa vejo aberta, e l do fundo Um esqueleto em p vejo a acenar-me... Entremos. Deve haver nestes lugares Mudana grave na mundana sorte; Quem sempre a morte achou no lar da vida Deve a vida encontrar no lar da morte.
Laurindo Rabelo. Adeus ao mundo.

J sinto da geada dos sepulcros O pavoroso frio enregelar-me... A campa vejo aberta, e l do fundo Um esqueleto em p vejo a acenar-me... Entremos. Deve haver nestes lugares Mudana grave na mundana sorte; Quem sempre a morte achou no lar da vida Deve a vida encontrar no lar da morte.
Laurindo Rabelo. Adeus ao mundo.

A Temtica do Amor e da Morte


Expresso de um subjetivismo exacerbado (Gerao byroniana, ou do mal do sculo) Lord Byron e Alfred de Musset: desiluses e fantasias Byronismo: estilo de vida bomia, noturna, voltada para o vcio e prazeres da bebida, do fumo e do sexo

Viso de mundo egocntrica, narcisista, pessimista, angustiada e, por vezes, satnica Desiluses + sofrimento amoroso morte como soluo (promessa de descanso eterno, refgio)

lvares de Azevedo

*1831 So Paulo 1849 Funda a revista Sociedade Ensaio Filosfico Paulistano Contista, dramaturgo, poeta e ensasta Principal caracterstica dualismo, contradio de sentimentos No publicou livros em vida +1852 tuberculose/morte misteriosa (21 anos)

Lira dos Vinte Anos: Face de Ariel (bem) x Face de Caliban (mal)
Plida luz da lmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! [...]

No te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti - as noites eu velei chorando, Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!

Nas nuvens cor de cinza do horizonte A lua amarelada a face embua; Parece que tem frio, e no seu leito Deitou, para dormir, a carapua. Ergueu-se, vem da noite a vagabunda Sem xale, sem camisa e sem mantilha,] Vem nua e bela procurar amantes; douda por amor da noite a filha.

Minha alma tenebrosa se entristece, muda como sala morturia Deito-me s e triste, e sem ter fome Vejo na mesa a ceia solitria. lua, lua bela dos amores, Se tu s moa e tens um peito amigo, No me deixes assim dormir solteiro, meia-noite vem cear comigo!

Noite na Taverna: desejo carnal culpa associada erotizao do relacionamento amoroso descrena nos valores morais, sociais e religiosos
"-Pois bem! quereis uma histria? Eu pudera cont-la, como vs, loucuras de noites de orgia; mas para qu? Fora escrnio Fausto ir lembrar a Mefistfeles as horas de perdio que lidou com ele. Sabeilas... essas minhas nuvens do passado; leste-lo farta no livro desbotado de minha existncia libertina. Se o no lembrsseis, a primeira mulher das ruas podera cont-lo. Nessa torrente negra que se chama a vida e que corre para o passado enquanto ns caminhamos para o futuro, tambm desflorei crenas e me lancei, despidas as minhas roupas mais perfumadas, para trajar a tnica da saturnal!

O Conde Lopo poema narrativo


Macrio pea teatral satanismo averso por So Paulo

Plida Imagem
No delrio da ardente mocidade Por tua imagem plida vivi! A flor do corao no amor dos anjos Orvalhei-a por ti! O expirar de teu canto lamentoso Sobre teus lbios que o palor cobria, Minhas noites de lgrimas ardentes E de sonhos enchia! Foi por ti que eu pensei que a vida inteira No valia uma lgrima... sequer, Seno num beijo trmulo de noite... Num olhar de mulher! Mesmo nas horas de um amor insano, Quando em meus braos outro seio ardia, A tua imagem plida passando A minh'alma perdia.

Casimiro de Abreu

*1839 Silva Jardim/RJ

Primaveras

Leveza literatura do momento Temticas: amor, infncia, ptria, saudade, natureza Poeta da saudade O mais simples e ingnuo dos nossos romnticos por Manuel Bandeira +1860 Nova Friburgo/RJ

Nas horas mortas da noite Como doce o meditar Quando as estrelas cintilam Nas ondas quietas do mar; Quando a lua majestosa Surgindo linda e formosa, Como donzela vaidosa Nessas horas de silncio De tristezas e de amor, Nas guas se vai mirar!

Saudades

Ento - Proscrito e sozinho Eu solto aos ecos da serra Suspiros dessa saudade Que no meu peito se encerra Esses prantos de amargores So prantos cheios de dores: - Saudades - Dos meus amores - Saudades - Da minha terra!

Eu gosto de ouvir ao longe, Cheio de mgoa e de dor, O sino do campanrio Que fala to solitrio Com esse som morturio Que nos enche de pavor.

Nas horas mortas da noite Como doce o meditar Quando as estrelas cintilam Nas ondas quietas do mar; Quando a lua majestosa Surgindo linda e formosa, Como donzela vaidosa Nessas horas de silncio De tristezas e de amor, Nas guas se vai mirar!

Saudades

Ento - Proscrito e sozinho Eu solto aos ecos da serra Suspiros dessa saudade Que no meu peito se encerra Esses prantos de amargores So prantos cheios de dores: - Saudades - Dos meus amores - Saudades - Da minha terra!

Eu gosto de ouvir ao longe, Cheio de mgoa e de dor, O sino do campanrio Que fala to solitrio Com esse som morturio Que nos enche de pavor.

Meus oito anos


Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infncia querida Que os anos no trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Como so belos os dias Do despontar da existncia! Respira a alma inocncia Como perfumes a flor; O mar lago sereno, O cu um manto azulado, O mundo um sonho dourado, A vida um hino d'amor!

Meus oito anos


Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infncia querida Que os anos no trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Como so belos os dias Do despontar da existncia! Respira a alma inocncia Como perfumes a flor; O mar lago serenO, O cu um manto azulado, O mundo um sonho dourado, A vida um hino d'amor!

Junqueira Freire

Principal obra: Inspiraes do Claustro relao direta com sua vida dividida Clausura: fuga de uma existncia atormentada

Revolta, arrependimento, fogo de uma paixo infeliz

Mas eu no tive os dias de ventura Dos sonhos que sonhei: Mas eu no tive o plcido sossego Que tanto procurei.(...) Tive as paixes que a solido formava Crescendo-me no peito Tive, em lugar de rosas que esperava, Espinhos no meu leito.

Fagundes Varela

Vida conturbada, bomia, desordenada. Obra como expanso ou parte da vida do artista (Srgio Buarque de Holanda) Inadaptvel a convenes sociais poemas de teor social Forte apelo imagstico

Eras na vida a pomba predileta Que sobre um mar de angstias conduzia O ramo da esperana. Eras a estrela Que entre as nvoas do inverno cintilava Apontando o caminho ao pegureiro. Eras a messe de um dourado estio. Eras o idlio de um amor sublime. Eras a glria, a inspirao, a ptria, O porvir de teu pai! Ah! no entanto, Pomba, varou-te a flecha do destino! Astro, engoliu-te o temporal do norte! Teto, caste! Crena, j no vives!

Poesia 3 Gerao

1831 fim do trfico negreiro: proibio, no desaparecimento 1850 apogeu do caf: prosperidade para os latifundirios (melhoramentos urbanos); Lei Eusbio de Queirs Escravistas x Libertrios

Gerao condoreira Momento de transio Inovaes ligadas forma e temtica: tom grandiloquente, hiprboles (oratria); causa social (libertao dos escravos) Poeta: tarefa de denunciar as injustias sociais Questes abolicionistas e republicanas

Castro Alves

*1847 Curralinho/BA Poeta dos escravos Espumas Flutuantes nico livro publicado em vida

Sensualidade explcita
Mulher: real, sedutora +1871 Salvador/BA: tuberculose

Marieta
Como o gnio da noite, que desata o vu de rendas sobre a espada nua, ela solta os cabelos... bate a lua nas alvas dobras de um lenol de prata.
O seio virginal que a mo recata, embalde o prende a mo... cresce, flutua... Sonha a moa ao relento... Alm na rua preludia um violo na serenata.

Amrica
ptria, desperta... No curves a fronte Que enxuga-te os prantos o Sol do Equador. No miras na fmbria do vasto horizonte A luz da alvorada de um dia melhor? J falta bem pouco. Sacode a cadeia Que chamam riquezas... que ndoas te so! No manches a folha de tua epopia No sangue do escravo, no imundo balco. S pobre, que importa? S livre... s gigante, Bem como os condores dos pncaros teus! Arranca este peso das costas do Atlante, Levanta o madeiro dos ombros de Deus.

Sousndrade

*1832/+1902 So Lus

Formou-se na Frana
Republicano e militante Pote Maudit margem, lido e louvado

post-mortem

Guesa Errante
Nos ureos tempos, nos jardins da Amrica Infante adorao dobrando a crena Ante o belo sinal, nuvem ibrica Em sua noite a envolveu ruidosa e densa.
Cndidos Incas! Quando j campeiam Os heris vencedores do inocente ndio nu; quando os templos s'incendeiam, J sem virgens, sem ouro reluzente,

Prosa Romntica

Prosa literria brasileira: romances de folhetim Expanso da imprensa propagao do gnero Advento da burguesia disseminao Dramas do universo burgus identificao

Folhetim (diariamente): entretenimento para a vida ociosa da corte mulheres, em especial: impossibilidade de livre circulao pelo espao pblico; leitura como passatempo O filho do pescador Teixeira e Sousa 1 romance folhetinesco: A Moreninha Joaquim Manuel de Macedo

Principais Caractersticas
Narrativas de temtica amorosa Sentimentalismo Religiosidade Final preferencialmente feliz Casamento redeno ou ascenso social Heris e heronas idealizados Personagens planos Narrativas lineares Linguagem simples Observao dos costumes

O ROMANCE ROMNTICO
ORIGENS

O romance e a burguesia
O romance, por relatar acontecimentos da vida comum e cotidiana, e por dar vazo ao gosto burgus pela fantasia e pela aventura, veio a ser o mais legtimo veculo de expresso artstica dessa classe. O romance narra o presente, as coisas banais da vida e do mundo, numa linguagem simples e direta.

O romance e o folhetim
Tanto na Europa quanto no Brasil, o romance surgiu sob a forma de folhetim, publicao diria, em jornais, de captulos de determinada obra literria. Assim, ao mesmo tempo que ampliava o pblico leitor de jornais, o folhetim ampliava o pblico de literatura.

O romance e o folhetim
Inicialmente, os folhetins publicados no Brasil eram tradues de obras estrangeiras de autores como Victor Hugo, Alexandre Dumas, Walter Scott e outros. O sucesso do folhetim europeu em jornais brasileiros possibilitou o surgimento de vulgares adaptaes. At que, em 1844, sai luz o romance A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.

Ideologia dos folhetins


Ao escrever um folhetim, o artista submetia-se s exigncias do pblico e dos diretores de jornais. Alm disso, os folhetins no podiam criticar os valores da poca, reivindicar o verdadeiro humanismo, pois obrigatoriamente tinham que se sujeitar aos valores ideolgicos do pblico, constituindo-se assim numa arte de evaso e alienao da realidade.

Romance Indianista
Costumes e tradies do ndio brasileiro e o contato com o colonizador Carter nacionalista Principal representante Jos de Alencar: O guarani (1857), Iracema(1865) e Ubirajara (1874)

INDIANISMO
No bom selvagem francs sedimentou-se o modelo de um heri que deveria se tornar o passado e a tradio de um pas desprovido de sagas exemplares (Idade Mdia). O nativo ignorada toda a sua cultura converteu-se no heri exemplar, feito imagem e semelhana de um cavaleiro medieval.Assumiu-se a imagem extica que as metrpoles europias tinham dos trpicos, adaptando-a viso ufanista.

Estrutura do folhetim
1 HARMONIA = Felicidade = Ordenao social burguesa 2 DESARMONIA = Conflito = Desordem = Crise da sociedade burguesa 3 HARMONIA FINAL = Estabelecimento da felicidade definitiva da sociedade burguesa, com o triunfo de seus valores

Caractersticas da prosa romntica


Flash-back narrativo: volta no tempo para explicar, por meio do passado, certas atitudes das personagens no presente. O amor como redeno: oposio entre os valores da sociedade e o desejo de realizao amorosa dos amantes = o amor visto como nico meio de o heri ou o vilo romntico se redimirem

Caractersticas da prosa romntica


Idealizao do heri: ser dotado de honra, de idealismos e coragem = pe a prpria vida em risco para atender aos apelos do corao ou da justia = em algumas obras assume as feies de cavaleiro medieval. Idealizao da mulher: so desprovidas de opinio prpria, so frgeis, dominadas pela emoo, obedientes s

INDIANISMO
Acima de tudo, o ndio representava, na sua condio de primitivo habitante, o prprio smbolo da nacionalidade. Alm disso, a imagem positiva (idealizada) do indgena permitia s elites orgulhar-se de uma ascendncia nobre que as ajudava na legitimao de seu prprio poder.

O Regionalismo (ou Sertanismo)


O Regionalismo: resultado da conscincia eufrica de um pas novo, procurou afirmar as particularidades e a identidade das regies, na nsia de tornar literrio todo o Brasil. Entretanto, permanece na superfcie como uma moldura, j que a intriga romanesca urbana (folhetim). Alm disso, os autores usavam uma linguagem citadina e culta.

Romance Regionalista
Compreender e valorizar a variedade cultural das regies brasileiras Espelha a realidade (idealizada) Inocncia Visconde de Taunay: histria de amor impossvel entre o quase doutor Cirino e a enfermeira Inocncia, prometida ao vaqueiro Maneco Doca Bernardo Guimares

Romance Urbano
Tipo de romance mais lido no sculo XIX costumes e dia a dia do pblico leitor (Rio de Janeiro) Conflitos sentimentais Memrias de um sargento de milcias, Manuel Antnio de Almeida; Lucola e Senhora, Jos de Alencar

Romance Histrico
Relato de fatos do passado reconstruo dos costumes, da fala e das instituies As Minas de Prata, A guerra dos Mascates - Jos de Alencar

O ROMANCE ROMNTICO
AUTORES & OBRAS

Joaquim Manuel de Macedo [1820 - 1882] Principal romance: A Moreninha [1844] Relato sentimental da ligao entre dois jovens, presos a uma promessa infantil: Carolina e Augusto. Importncia da obra: desperta no pblico o gosto pelo romance ambientado no Brasil.

Jos de Alencar [1829 1877]


Importncia de sua obra: na concretizao de investidas pela liberao e autonomia da literatura brasileira, abre caminho para que outros autores possam expressar melhor a nossa realidade. Projeto nacionalista: revelar o Brasil em termos geogrficos e histricos e a tentativa de criar uma lngua brasileira.

Romances urbanos: retratam a sociedade carioca da poca, principalmente suas camadas mais abastadas. Compreendem desde textos estereotipadamente romnticos, como a mesma velha histria do casal cujo amor s se realiza aps superados certos obstculos, at indcios de investigao psicolgica por meio de dramas morais causados pelo conflito entre as convenes sociais e a sentimentalidade individual. Esto nesse grupo: Senhora - Lucola - A pata da gazela - A viuvinha, entre outros.

Jos de Alencar

Jos de Alencar
Romances regionalistas: buscam construir um painel de diversas regies do Brasil: a ao se desenvolve no pampa sulino (O gacho), no interior do Rio de Janeiro (O tronco do Ip), no de So Paulo (Til) ou no serto cearense (O sertanejo). O autor v as regies de fora. No est interessado em revelar o essencial de um mundo diferenciado do litoral.

Jos de Alencar
Romances regionalistas: Integra as regies ao corpo de uma nao centralizada, sob o comando das elites imperiais. Resultado: literatura mtica, celebratria dos encantos regionais, porm insuficiente para descrever as peculiaridades e o atraso das provncias perifricas do pas.

Jos de Alencar
Romances histricos e indianistas: Procuram reconstruir episdios histricos ou ambientar fatos fictcios em pocas passadas, em busca de uma interpretao das origens da nossa nacionalidade. Objetivo: representar poeticamente, isto , miticamente, as nossas origens e a nossa formao como povo.

Jos de Alencar
Romances histricos e indianistas: Resultado: triunfo da imaginao e da fantasia - desejo ideolgico de mostrar um Brasil glorioso, positivo, com problemas que nunca ultrapassam a dimenso pessoal dos personagens.

Jos de Alencar
Valorizao de temas essencialmente Nacionalista, como o ndio e a natureza. Sentimentalismo: lirismo extremo. Crtico sutil da sociedade da poca Expresso, na literatura, do retrato da cultura brasileira, utilizando o ndio como nosso heri nacional

Caracterizao minuciosa das heronas romnticas (idealizao): Aurlia, Diva, Ceclia, Iracema, Lucola etc.

No possvel idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa esttua de moa. Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexveis e lanados, que so hastes de lrio para o rosto gentil; porm na mesma delicadeza do porte esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade nos relevos. No era alva, tambm no era morena. Tinha sua tez a cor das ptalas da magnlia, quando vo desfalecendo ao beijo do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescncia juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha de rseo matiz. A dela era assim.

Manuel Antnio de Almeida e a malandragem carioca


Camadas mais baixas da populao Traos cmicos Observao da vida social atravs de uma lente crtica

Foram ter com Maria-Regalada, que mesmo na vspera lhes tinha mandado dar parte que se mudara da Prainha e oferecia-lhes sua nova morada. A comadre, de tudo inteirada, fez parte da comisso. Quando entraram em casa de Maria-Regalada, a primeira pessoa que lhes apareceu foi o major Vidigal, e, o que mais, o major Vidigal, em hbitos menores, de rodaque e tamancos. Ah! disse a comadre em tom malicioso, apenas apareceu a Maria-Regalada pelo que vejo isto por aqui vai bem... No se lembra respondeu Maria- Regalada daquele segredo com que obtive o perdo do moo? Pois era isto!...

Martins Pena
Teatro romntico Fundador de nossa comdia de costumes Grande nmero de personagens caracterizadas de modo quase caricatural O juiz de paz da roa; O novio; Judas em sbado de aleluia

isso a!

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