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Apple, Michael W.
Algumas questões sobre currículo
Docente Profa. Dra. Noeli Prestes Padilha Rivas
Disciplina: Teorias do Currículo Curso de Pedagogia/ FFCLRP/USP Michael W. Apple é um teórico educacional especializado em educação e poder, política cultural, teoria e pesquisa curricular, ensino crítico e desenvolvimento de escolas democráticas. Nascimento: 20 de agosto de 1942- Paterson, Nova Jersey, EUA Formação: Teachers College da Universidade de Columbia (1970). Originário de uma família de operários do Leste Europeu. Participação ativa em ação e movimentos de esquerda. Grupo de intelectuais da área política da Nova Esquerda. Professor de Currículo, Instrução e Estudos de Política Educacional na University of Wisconsin, Madison, EUA. Educar Como Dios Manda/ Educating the Right Way Livro por Michael W. Apple Apple : Principais Ideias A necessidade de se pensar currículo sempre em relação ao contexto social mais amplo; A importância de se buscar entender os significados subjacentes à prática curricular; A necessidade de se identificar (e eliminar) elementos repressivos porventura presentes nos currículos; A possibilidade de uma prática curricular emancipatória; A necessidade de não se dissociar conteúdo de metodologia; A necessidade de se planejar o currículo a partir da cultura do aluno; A conveniência de se estabelecer alianças com setores progressistas externos à escola. QUESTÕES NO CURRÍCUL Todo Currículo é uma opção que O reflete uma cultura, um sistema de valores, características históricas, políticas e uma determinada filosofia educacional. Contribuições de Michael Apple – Campo de Políticas Curriculares O princípio epistemológico da análise relacional. O exame do Estado como relação; a herança de Antônio Gramsci e de Raymond Williams que Michael Apple incorpora no uso de conceitos como hegemonia e senso comum. Análise de Michael Apple: políticas educacionais como políticas culturais, disputas por visão de mundo, como luta por consolidação de uma hegemonia que vai além do econômico. Sua postura de pesquisador. Sua capacidade que tem de ir além da lógica da reprodução e determinação para enfatizar o papel da agência e da contra hegemonia. Questões: Enxergando Contradições • Questões da política, relações de gênero, da cultura e relações de poder. O tema popular” começa com proximidade à vida cotidiana – a violência contra mulheres, o racismo e a violência contra imigrantes, a “violência simbólica” e a discriminação na educação, que destrói as tradições culturais e linguísticas de uma população cada vez mais diversificada em muitas nações –realidades cotidianas das relações múltiplas de poder. Reposicionamento e relações. Questõe Na perspectiva do autor, é possível que formas mais consistentes de educação criticamente democrática
s: permaneçam fiéis aos seus valores e princípios? Elas
podem durar? Em que momentos são comprometidas? Qual a cara da realidade dessa “democracia”? Quais Democr forças estão funcionando para enfrentá-la? E o que podemos aprender com esses conflitos? acia e A luta pela democracia em educação tem sido exatamente isto: uma luta. Educaçã Raymond Williams (1961) tradição seletiva: processo complexo, e frequentemente escondido, pelo qual a o compreensão do mundo de alguns grupos é apresentada como se fosse a “verdade”. Transfor Há um conjunto de responsabilidades éticas, políticas e educacionais, sobre as pessoas que se preocupam com madora o papel da educação na sociedade maior, comprometidas com a transformação social verdadeira. Questões: Pedagogia Crítica e Currículo Apple (2017) afirma que a classe, gênero/sexualidade, raça, habilidade, paz, degradação ambiental e outras formas de “diferença” não são vistas como causas de divisão ou como impedimentos, mas como recursos que podem ser mobilizados, em conjunto, pelo trabalho duro dos envolvidos. As lutas dentro das nossas escolas, sobre os direitos de professores e do currículo são essenciais para construir uma educação criticamente democrática, no sentido “denso”, em relação ao conteúdo, ao modo como se ensina e em relação a quem toma as decisões sobre essas questões; presenças ausentes. Lutas recentes do controle do Estado sobre o currículo no Brasil: torná-lo “neutro”. Isto coloca questões cruciais sobre o que escolhemos ensinar, como o ensinamos e quais valores e identidades alicerçam tais decisões (APPLE, 2014). Questões: Pensando a longo- prazo Ataques da direita, crises fiscais, iniciativas de gestão, privatização e pressões de marketing, estratégias da classe dominante: nenhum desses acabarão no dia em que declararmos que “ganhamos” nesta escola, neste conflito de currículo, nesta campanha eleitoral, nesta batalha fiscal, nesta campanha de sindicato, nesta mobilização antirracista, nesta arena política. Décadas de ativismo social e educacional levaram a mudanças no Estado e nas suas propostas e práticas políticas, econômicas, culturais e educacionais, resultando em transformações fundamentais. O desenvolvimento, em Porto Alegre, da Escola Cidadã e o orçamento participativo forneceram um modelo de reformas educacionais e sociais, democráticas, consistentes, não somente no Brasil, mas em muitos países pelo mundo. A direita sempre se compromete a longo prazo, pois cada vez mais visível que as forças conservadoras no Brasil não descansaram. Questões: Expandir nossas responsabilidades O autor explicita tarefas nas quais a análise crítica (e o analista crítico) em educação deve se envolver para criar e defender essas conexões orgânicas (BURAWOY, 2005): Testemunhar a negatividade. (Politicas e práticas educacionais ligadas à exploração). Indicar contradições e espaços de ação possível. (Exame do arcabouço conceitual e político). Ampliação daquilo que se inclui como Pesquisa. (Agir como secretários críticos dos grupos engajados em desafiar o poder; construir uma agenda de pesquisa que empodere os que são econômica e culturalmente marginalizados). Papel dos intelectuais “orgânicos” e “públicos”. (Reconstruir forma e conteúdo do conhecimento do poderoso para classes sociais progressistas e marginalizadas- Papel contra-hegemônico- (Gramsci, 1971). Questões: Expandir nossas responsabilidades O autor explicita tarefas nas quais a análise crítica (e o analista crítico) em educação deve se envolver para criar e defender essas conexões orgânicas (BURAWOY, 2005): Trabalho crítico tem a tarefa de manter vivas as tradições (plural) de trabalho radical e progressista. (Confronto de memória coletiva e narrativas que vão sendo construídas. Limitações e lacunas teóricas, empíricas, políticas e históricas. Onde o currículo se situa?); Reaprendizagem ou o desenvolvimento e uso de habilidades variadas, ou novas, de trabalhar, em muitos níveis, em múltiplos grupos.(Reaprendizado de novas competências de trabalho em níveis múltiplos e com grupos variados. Educadores críticos também precisam agir em conjunto com os movimentos sociais progressistas. (Intelectual público e orgânico- transformar as politicas de redistribuição, de reconhecimento e de representação). Intelectual/ativista crítico: papel de mentor e de ativista residente. (Ligação do trabalho acadêmico com a ação organizada contra as relações dominantes). Esperança como recurso Participação mais “plena” e o que realmente significa com todas as suas contradições: uma das principais bases políticas, éticas e educacionais de uma verdadeira pedagogia crítica. Raymond Williams (1989)- produção das condições materiais. Escolas atuam nos currículos (conhecimento) permeados por intensos conflitos entre a memória e amnésia coletivas. Conhecimento legítimo e ou popular? A luta para democracia crítica em educação é uma chave para enfrentar as “inevitabilidades”. Educação não pode ser pensada como epifenômeno. A tarefa central de políticas emancipatórias é criar instituições sociais” (WRIGHT, 2010, p. 6). Engajamento do Professor: “intelectual público”- estudioso/ativista crítico em educação. Pontos Pode-se esperar que o professor brasileiro desenvolva posicionamento crítico e emancipatório nas atuais para se condições de formação e de salário?
pensar Como favorecer seu comprometimento com currículos
sobre baseados em interesses emancipatórios?
currículo O próprio Apple (1987) reconhece a importância do
na "como fazer", desde que articulado com o "por que fazer".
perspectiv As duas perspectivas, precisam fazer parte de uma linha crítica
de currículo, voltada para a realidade brasileira, que aproveite a de Apple a significativa contribuição do pensamento do autor. APPLE, MICHAEL W. A LUTA PELA DEMOCRACIA NA EDUCAÇÃO CRÍTICA. REVISTA E-CURRICULUM, SÃO PAULO, V.15, N.4, P. 894 – 926 OUT./DEZ. 2017
Referência APPLE, MICHAEL W. A EDUCAÇÃO PODE MUDAR A
s SOCIEDADE. PETRÓPOLIS: VOZES, 2017.
Bibliográfic APPLE, MICHAEL. W. EDUCAÇÃO E PODER.PORTO
ALEGRE: ARTES MÉDICAS, 1989. as APPLE, MICHAEL. W. IDEOLOGIA E CURRÍCULO. PORTO ALEGRE: ARTMED, 1982.