Herana Jacente e Vacante

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HERANÇA JACENTE

E VACANTE
 Organização normativa: arts. 1819 a 1823, CC e arts. 738 a 742, CPC.
 Base fática para sua aplicação: inexistência de herdeiros conhecidos ou renúncia de todos os
existentes (nesse último caso não será necessário o procedimento de jacência, estabelecida
diretamente a vacância – art. 1823, CC).
 Arrecadação e conservação dos bens. Representação judicial (curador). Universalidade de direito. Ente
despersonalizado.
 A vacância ocorre 01 ano após a publicação do primeiro edital não havendo habilitação pendente ou
com a improcedência da última habilitação apresentada.
PROCEDIMENTO

• ARRECADAÇÃO – EDITAIS (durante três meses na publicação via Internet) (três, com intervalo de 1 mês) – 6 meses
para habilitação – decorrido 01 ano da publicação do primeiro edital, sem habilitação pendente ou julgada
improcedente a última habilitação = VACÂNCIA. Após a vacância ainda haverá o prazo de 05 anos (contados da
morte) para consolidação do domínio, ou seja, pode haver, nesse prazo, habilitação dos herdeiros legítimos, salvo
os colaterais (?), por ação direta.
• Sobre a situação dos colaterais, entende parte da doutrina (LPVC) que o art. 743, §2º do CPC revogou o art. 1822
do CC, sendo possível que os colaterais cobrem sua parte na herança mesmo após a declaração de vacância, mas
antes de decorridos os 05 anos de abertura da sucessão (por ação direta).
• Durante todo o procedimento, os credores podem requerer o recebimento de seus créditos (art. 743, §2º, CPC).
 Com a vacância, o bem passa a integrar o patrimônio do Município (Lei 8.049/90).
• Luiz Paulo Vieira de Carvalho: a sentença tem natureza constitutiva, com eficácia ex nunc, não havendo
retroatividade de efeitos ao momento da morte.
 Aplica-se a saisine ao Poder Público ? Deve ser considerado herdeiro ?
Código Civil de 2002:
Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se
habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão
ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições,
incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal.
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão excluídos
da sucessão.

Código de Processo Civil de 2015:


Art. 743. Passado 1 (um) ano da primeira publicação do edital e não havendo herdeiro habilitado
nem habilitação pendente, será a herança declarada vacante.
§ 1º Pendendo habilitação, a vacância será declarada pela mesma sentença que a julgar
improcedente, aguardando-se, no caso de serem diversas as habilitações, o julgamento da
última.
§ 2º Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o cônjuge, o companheiro, os
herdeiros e os credores só poderão reclamar o seu direito por ação direta. (petição de herança
ou ação de cobrança, sem conversão em inventário)
“Herança jacente. Sucessão. Legitimidade. Declaração de vacância. Ao ente público não se aplica o
princípio da "saisine". Segundo entendimento firmado pela c. Segunda Seção, a declaração de
vacância é o momento em que o domínio dos bens jacentes se transfere ao patrimônio público.
Ocorrida a declaração de vacância após a vigência da Lei nº 8.049, de 20.6.1990, legitimidade
cabe ao Município para recolher os bens jacentes. Recurso especial conhecido e provido” (REsp
100290 / SP, j 14/05/2002 Rel. Min. BARROS MONTEIRO).

APELAÇÃO – COBRANÇA DE CONDOMÍNIO – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL – PRECEDENTES – HERANÇA


JACENTE – ADJUDICAÇÃO PELO MUNICÍPIO – DÉBITOS POSTERIORES À ADJUDICAÇÃO - Nos termos
do art. 206, § 5º, inciso I, do Código Civil, aplica-se o prazo prescricional quinquenal (05 anos) para
a pretensão de cobrança de cotas condominiais – 'stare decisis' – matéria decidida em acórdão
paradigma (art. 1.036, do Novo Código de Processo Civil); - A declaração de vacância da herança
acarreta a transferência do bem para o ente público. Com efeito, ao ente público não se aplica o
princípio de saisine - se a Municipalidade somente arrecada os bens a partir da declaração de
vacância, inviável a cobrança de despesas condominiais anteriores a este período - Aqui,
diversamente do que alega a apelante, a cobrança em questão se trata de débitos posteriores à
adjudicação do imóvel. RECURSO IMPROVIDO
(TJ-SP 10278152520178260562 SP 1027815-25.2017.8.26.0562, Relator: Maria Lúcia Pizzotti, Data
de Julgamento: 20/06/2018, 30ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 26/06/2018)
 Petição de herança: art. 1824 a 1828, CC. Sua finalidade é reconhecer o direito sucessório, mesmo depois da partilha, com
pedido de devolução dos bens.

 Legitimidade ativa: herdeiro não habilitado e não contemplado na partilha; legitimidade passiva: herdeiro ou qualquer
possuidor. Interesses de terceiro: art. 1827, p.u

 Herdeiro aparente. Aquele que for obrigado a restituir a herança, ou parte dela, por força da sentença na ação de petição de
herança, responde como possuidor, variando seus direitos e obrigações conforme esteja de boa ou má-fé, sob o aspecto
subjetivo.

 Prescrição: Art. 205, CC = 10 anos.


Súmula 149, STF. AgInt no AREsp. 1273921-GO, de 14.08.18 – o prazo de 10 anos deve ser contado a partir do trânsito em
julgado do reconhecimento da paternidade.

 Alguns julgados entendem que deve haver cumulação do pedido de petição de herança com nulidade da partilha, embora
outros entendam que a procedência da petição de herança implica automaticamente na invalidação da sentença que pôs fim
ao inventário (O trânsito em julgado da sentença que julgar ou homologar a partilha não produz efeito em relação ao herdeiro
preterido, que é estranho ao processo de inventário). (Francisco José Cahali, p. 491).
Eventual acolhimento do pedido formulado na ação de petição de herança ensejará uma nova partilha de bens, a ser executada
mediante simples petição, sem necessidade de propositura de ação anulatória. (...) (CC 124.274/PR, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 08/05/2013, DJe 20/05/2013) (GRIFO NOSSO)

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