D Civil - Aula 05

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CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO Direito Civil Luciano Figueiredo

Prescrio e Decadncia Tema VII 1. Noes Introdutrias O tempo, como fato jurdico natural. Anlise do tema em correlao com as modalidades de direitos e aes. 2. Prescrio A prescrio consiste na perda da pretenso, relativa a um direito subjetivo patrimonial e disponvel, no prazo previsto em lei, em virtude da inrcia do seu titular, atingindo aes condenatrias. Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretenso, a qual se extingue, pela prescrio, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. Atingindo direitos subjetivos patrimoniais disponveis, no h de falar-se em prescrio de direitos sem contedo patrimonial (extrapatrimoniais), a exemplo daqueles referentes aos direitos da personalidade, que so imprescritveis, indisponveis e irrenunciveis, manejados por aes declaratrias. 2.1 Prazos Os prazos prescricionais esto todos mencionados nos artigos 205 (Prazo Geral) e 206 (Prazo Especial) do CC. Art. 205. A prescrio ocorre em dez anos, quando a lei no lhe haja fixado prazo menor. Art. 206. Prescreve: 1 Em um ano: I - a pretenso dos hospedeiros ou fornecedores de vveres destinados a consumo no prprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; II - a pretenso do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que citado para responder ao de IV - a pretenso contra os peritos, pela avaliao dos bens que entraram para a formao do capital de sociedade annima, contado da publicao da ata da assemblia que aprovar o laudo; V - a pretenso dos credores no pagos contra os scios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicao da ata de encerramento da liquidao da sociedade. 2 Em dois anos, a pretenso para haver prestaes alimentares, a partir da data em que se vencerem. 3 Em trs anos: I - a pretenso relativa a aluguis de prdios urbanos ou rsticos; II - a pretenso para receber prestaes vencidas de rendas temporrias ou vitalcias; III - a pretenso para haver juros, dividendos ou quaisquer prestaes acessrias, pagveis, em perodos no maiores de um ano, com capitalizao ou sem ela; IV - a pretenso de ressarcimento de enriquecimento sem causa; V - a pretenso de reparao civil; VI - a pretenso de restituio dos lucros ou dividendos recebidos de m-f, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuio; VII - a pretenso contra as pessoas em seguida indicadas por violao da lei ou do estatuto, contado o prazo: a) para os fundadores, da publicao dos atos constitutivos da sociedade annima; b) para os administradores, ou fiscais, da apresentao, aos scios, do balano referente ao exerccio em que a violao tenha sido praticada, ou da reunio ou assemblia geral que dela deva tomar conhecimento; c) para os liquidantes, da primeira assemblia semestral posterior violao;

indenizao proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuncia do segurador; b) quanto aos demais seguros, da cincia do fato gerador da pretenso; III - a pretenso dos tabelies, auxiliares da justia, serventurios judiciais, rbitros e peritos, pela percepo de emolumentos, custas e honorrios;

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02. ( Prova: FCC - 2012 - TRF - 2 REGIO Analista Judicirio - rea Judiciria / Direito Civil / Fatos Jurdicos - Prescrio e Decadncia; ) Gabriela, perita, proprietria de um conjunto comercial na regio da Av. Copacabana, no Rio de Janeiro - Capital. Seu inquilino Sandoval est injustamente sem pagar os aluguis devidos desde Fevereiro de 2008. De acordo com o Cdigo Civil brasileiro, Gabriela a) ter direito ao recebimento de todos os aluguis devidos, tendo em vista que o prazo prescricional neste caso de sete anos. b) ter direito ao recebimento de todos os aluguis devidos, tendo em vista que o prazo prescricional neste caso o comum de dez anos. c) no ter direito ao recebimento de todos os aluguis devidos, tendo em vista que o prazo prescricional neste caso de dois anos. d) ter direito ao recebimento de todos os aluguis devidos, tendo em vista que o prazo prescricional neste caso de cinco anos. e) no ter direito ao recebimento de todos os aluguis devidos, tendo em vista que o prazo prescricional neste caso de trs anos. 2.2 Causas impeditivas, suspensivas e interruptivas da prescrio a) Causas Impeditivas ou Suspensivas (art. 197, 198, 199, 200 e 201) Consistem em causas que impedem o incio da contagem do prazo prescricional, ou ento vem a suspender a fluncia desses esses prazos. A suspenso pode acontecer em diversas oportunidades e, em todas elas, o prazo reinicia de onde parou. Art. 197. No corre a prescrio: I - entre os cnjuges, na constncia da sociedade conjugal; II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. Art. 198. Tambm no corre a prescrio:

VIII - a pretenso para haver o pagamento de ttulo de crdito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposies de lei especial; IX - a pretenso do beneficirio contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatrio. 4 Em quatro anos, a pretenso relativa tutela, a contar da data da aprovao das contas. 5 Em cinco anos: I - a pretenso de cobrana de dvidas lquidas constantes de instrumento pblico ou particular; II - a pretenso dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorrios, contado o prazo da concluso dos servios, da cessao dos respectivos contratos ou mandato; III - a pretenso do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juzo. Sobre as relaes relacionadas a pagamento de seguro afirma a Smula 229 do STJ: O pedido do pagamento de indenizao seguradora suspende o prazo de prescrio at que o segurado tenha cincia da deciso. Na hora da prova? 01. ( Prova: FCC - 2012 - TRF - 2 REGIO Analista Judicirio - Execuo de Mandados / Direito Civil / Fatos Jurdicos - Prescrio e Decadncia; ) A prescrio a) da pretenso dos tabelies, auxiliares da justia, serventurios judiciais, rbitros e peritos, pela percepo de emolumentos, custas e honorrios, ocorre em trs anos b) ocorrer em cinco anos, quando a lei no lhe haja fixado prazo menor. c) interrompida recomea a correr da data do ato que a interrompeu, ou do ltimo ato do processo para a interromper. d) da pretenso de cobrana de dvidas lquidas constantes de instrumento pblico ou particular ocorre em um ano. e) iniciada contra uma pessoa no continua a correr contra o seu sucessor, seja ascendente, descendente, cnjuge ou colateral.

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I - contra os incapazes de que trata o art. 3; II - contra os ausentes do Pas em servio pblico da Unio, dos Estados ou dos Municpios; III - contra os que se acharem servindo nas Foras Armadas, em tempo de guerra. Art. 199. No corre igualmente a prescrio: I - pendendo condio suspensiva; II - no estando vencido o prazo; III - pendendo ao de evico. Art. 200. Quando a ao se originar de fato que deva ser apurado no juzo criminal, no correr a prescrio antes da respectiva sentena definitiva. Art. 201. Suspensa a prescrio em favor de um dos credores solidrios, s aproveitam os outros se a obrigao for indivisvel. b) Causas Interruptivas (art. 202, 203 e 204): Essas zeram o prazo, o interrompendo e fazendo necessidade de nova contagem do incio. A interrupo s poder ocorrer uma nica vez, como determina o caput do art. 202. Art. 202. A interrupo da prescrio, que somente poder ocorrer uma vez, dar-se-: I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citao, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; II - por protesto, nas condies do inciso antecedente; III - por protesto cambial; IV - pela apresentao do ttulo de crdito em juzo de inventrio ou em concurso de credores; V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; VI - por qualquer ato inequvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. Pargrafo nico. A prescrio interrompida recomea a correr da data do ato que a interrompeu, ou do ltimo ato do processo para a interromper. Art. 203. A prescrio pode ser interrompida por qualquer interessado.

Art. 204. A interrupo da prescrio por um credor no aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupo operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, no prejudica aos demais coobrigados. 1 A interrupo por um dos credores solidrios aproveita aos outros; assim como a interrupo efetuada contra o devedor solidrio envolve os demais e seus herdeiros. 2 A interrupo operada contra um dos herdeiros do devedor solidrio no prejudica os outros herdeiros ou devedores, seno quando se trate de obrigaes e direitos indivisveis. 3 A interrupo produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. 2.3 Observaes Finais: A exceo prescreve no mesmo prazo que a pretenso, a exemplo do direito de compensao. Sobre o tema art. 190 do CC: Art. 190. A exceo prescreve no mesmo prazo em que a pretenso.

A prescrio pode ser alegada em qualquer grau de jurisdio pela parte a quem aproveita. Art. 193. A prescrio pode ser alegada em qualquer grau de jurisdio, pela parte a quem aproveita. Os relativamente incapazes e as pessoas jurdicas possuem ao em face daqueles que derem causa prescrio. Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurdicas tm ao contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa prescrio, ou no a alegarem oportunamente. A prescrio iniciada contra uma pessoa continua a correr normalmente em face dos seus sucessores. Art. 196. A prescrio iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor. 3. Decadncia (ou caducidade) A decadncia diz respeito a perda de direitos potestativos por conta do decurso do tempo.

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A decadencial pode ser legal ou convencional. A convencional novidade do Cdigo, decorrente da vontade das partes. Ex: direito de arrependimento em um contrato preliminar; prazo de garantia contratual. 4. Observaes Correlatas: Prescrio e Decadncia I. Os prazos prescricionais, por serem sempre legais, no podem ser alterados pela vontade das partes (ar. 192). E os decadenciais? Art. 192. Os prazos de prescrio no podem ser alterados por acordo das partes. II. A prescrio, por ser uma defesa do devedor, pode ser renunciada, nos termos do art. 191 CC. Na mesma linha a decadncia convencional tambm pode ser renunciada, no se admitindo, porm, a renncia ao prazo decadencial legal (art. 209). Art. 191. A renncia da prescrio pode ser expressa ou tcita, e s valer, sendo feita, sem prejuzo de terceiro, depois que a prescrio se consumar; tcita a renncia quando se presume de fatos do interessado, incompatveis com a prescrio. Art. 209. nula a renncia decadncia fixada em lei. III. A decadncia legal pode ser reconhecida de ofcio pelo juiz (a convencional no). O mesmo no acontece com a convencional Inteligncia dos arts 210 e 211 do CC:

Texto anterior Art. 194. O juiz no pode suprir, de ofcio, a alegao de prescrio, salvo se favorecer a absolutamente incapaz. Art. 219 - A citao vlida torna prevento o juzo, induz litispendncia e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrio. (Alterado pela L005.925-1973) 1 - A interrupo da prescrio retroagir data da propositura da ao. (Alterado pela L008.952-1994) 2 - Incumbe parte promover a citao do ru nos 10 (dez) dias subseqentes ao despacho que a ordenar, no ficando prejudicada pela demora imputvel exclusivamente ao servio judicirio. (Alterado pela L-008.952-1994) 3 - No sendo citado o ru, o juiz prorrogar o prazo at o mximo de 90 (noventa) dias. (Alterado pela L-008.952-1994) 4 - No se efetuando a citao nos prazos mencionados nos pargrafos antecedentes, haver-se- por no interrompida a prescrio. (Alterado pela L-005.925-1973) 5 - O juiz pronunciar, de ofcio, a prescrio. (Alterado pela L-011.280-2006) (Alterado pela L-005.925-1973) 6 - Passada em julgado a sentena, a que se refere o pargrafo anterior, o escrivo comunicar ao ru o resultado do julgamento. (Alterado pela L-005.925-1973) IV. A decadncia no se impede, suspende ou interrompe, salvo em relao absolutamente incapazes. Art. 207. Salvo disposio legal em contrrio, no se aplicam decadncia as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrio. Art. 208. Aplica-se decadncia o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I Na hora da prova?

Art. 210. Deve o juiz, de ofcio, conhecer da decadncia, quando estabelecida por lei.

Art. 211. Se a decadncia for convencional, a parte a quem aproveita pode aleg-la em qualquer grau de jurisdio, mas o juiz no pode suprir a alegao. Inovando, a Lei n. 11.280/2006, a qual inseriu o art. 219, pargrafo 5 no CPC, passou a admitir o reconhecimento de ofcio da prescrio, em qualquer hiptese, revogando, por conseqncia, o art. 194 do Cdigo Civil.

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03. (Analista Judicirio rea Judiciria TRF 3 regio/ 2007 Direito Civil/ FCC) A respeito da prescrio e da decadncia, correto afirmar: (A) Prescreve em dez anos a cobrana de dvidas lquidas constantes de instrumento pblico ou particular. (B) No contrato regularmente formalizado por escrito, as partes podem renunciar a decadncia fixada em lei. (C) Se a decadncia for convencional, a parte a quem aproveita pode aleg-la em qualquer grau de jurisdio, mas o juiz no pode suprir a alegao. (D) A alterao do prazo prescricional por acordo das partes s ter validade se comprovada nos autos por instrumento pblico ou particular. (E) A prescrio iniciada contra uma pessoa cessa com a sua morte, iniciando-se novo prazo em relao ao seu sucessor.

Gabarito: 1. C 2. E 3. C

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