Aula 01 Semiologia - 080904

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CONCEITOS GERAIS DA

SEMIOLOGIA
Objectivos de Aprendizagem
Até ao fim da aula os alunos devem ser capazes de:
1. Definir os termos semiologia, propedêutica,
semiotécnica, e história clínica (anamnese e exame
físico)
2. Diferenciar os termos ‘sinais’ e ‘sintomas’
3. Definir ‘sintoma cardinal’ e dar exemplos
4. Definir ‘sintomas constitucionais e dar exemplos
5. Especificar o uso do termo ‘manifestações clínicas ou
quadro clínico
6. Explicar a relação entre a anamnese e a hipótese
diagnóstica
A semiologia é a disciplina médica que estuda como investigar,
encontrar e interpretar os sinais e sintomas com os quais as
doenças manifestam-se no paciente.
Os sinais são os achados objetivos, percebidos pelo clínico, mas
que também podem ser percebidos pelo paciente/familiares.
Os sintomas são manifestações subjetivas (que o doente sente),
identificadas pelo doente só e não detectáveis com o exame
objetivo ou as análises de laboratório.
Alguns sintomas podem ser simultaneamente sinais, ou seja,
percebidos pelo doente e observáveis pelo clínico. Exemplo:
convulsões, sibilância, emagrecimento.
O domínio de semiologia é essencial para o clínico porque é através
da colheita dos sinais e sintomas que vai chegar ao diagnóstico, e por
isso é uma disciplina propedêutica (formará a base para todas as
disciplinas clínicas).
 Quando não há acesso aos meios auxiliares
diagnósticos, o clínico vai depender unicamente
da detecção de sinais e sintomas para chegar a
uma hipótese diagnóstica.
 A semiotécnica é a abordagem sistemática de
sinais e sintomas que o paciente apresenta ou
seja um conjunto de passos e regras para
examinar o paciente.
A história clínica
A história clínica refere-se ao conjunto das informações
colhidas e constatações detectadas pela observação objetiva
do paciente.
Pode ser dividida em 2 fases:
A anamnese & O exame físico (exame objetivo)
A anamnese
A anamnese é o resumo sistemático do relato/descrição que o
paciente (e/ou pessoas acompanhantes) faz sobre a doença atual, o
passado, os antecedentes familiares, e outros fatores que podem
influenciar o diagnóstico respondendo às perguntas que o clínico
lhe apresenta/faz.
 A colheita da anamnese é feita através duma conversa com o
paciente (por meio de perguntas gerais e direccionadas) cujo
conteúdo é resumido no processo clínico.
As finalidades da anamnese
a) Obter o maior número de informações necessárias sobre a
queixa do paciente para fazer o diagnóstico da sua condição
patológica;
b) Estabelecer um relacionamento de confiança entre o clínico e o
paciente;
c) Perceber como o paciente está a lidar com a sua condição;
d) Obter informações para apoiar no manejo do paciente (terapia,
controlo de uma situação crónica, educação em saúde,
prevenção).
As informações recolhidas através da anamnese podem
apoiar o clínico em fazer logo um diagnóstico, ou podem
orientar o enfoque do exame físico e requisição de outras
investigações necessárias para atingir o diagnóstico.
.
A recolha de uma anamnese compreende diferentes passos e precisa
de habilidades específicas.
Tem componentes gerais e outros que variam dependendo do:
a) Tipo de paciente (adulto, criança, adolescente, grávida, idoso
etc)
b) Queixa principal
O exame físico

 O exame físico (ou exame objetivo) é a pesquisa imediata e direta

dos sinais de doença que podem se apresentar no paciente.

 O clínico deve usar a vista, os ouvidos, o tacto e o olfato para

identificar o que é normal ou anormal no corpo do paciente.

 A anamnese e o exame físico complementam-se no processo

diagnóstico, ou seja, um não substitui o outro.


Em geral, o exame físico segue a anamnese, que direciona aonde
enfocar a atenção no exame físico sem deixar de observar todos
os aparelhos.
Existem situações nas quais o exame físico precede a anamnese
(p.ex. em situações dum paciente inconsciente ou incapaz de
comunicar-se).
Os sinais e sintomas

As doenças podem manifestar-se clinicamente com sinais e/ou


sintomas.
Os dois são manifestações do mau funcionamento da fisiologia
normal de um ou mais aparelhos corporais.
Os sintomas são manifestações subjetivas, identificadas pelo doente
só e não detectáveis com o exame objetivo ou as análises de
laboratório. (p.ex. “dor”, mal-estar, anorexia)
Os sintomas são diferenciados em:

Sintomas cardinais: são sintomas primários, principais ou maiores


através dos quais é feito o diagnóstico.
Ex: tosse, hemoptises, dispneia, diarreia, etc.
Sintomas constitucionais: são sintomas gerais e são relacionados
com o efeito sistémico da doença.
Eles afetam o corpo inteiro e não somente o aparelho específico.
Ex: febre, mal-estar, anorexia, emagrecimento, etc.
Os sintomas podem ser classificados segundo o curso/duração
em:
Sintomas iniciais ou de apresentação: são sintomas que levaram o
paciente ao clínico.
Sintomas agudos: são sintomas que aparecem de repente.
Sintomas crónicos: constantemente presentes e de duração de mais
de 2 semanas
. Sintomas remitentes: que aparecem e desaparecem com uma certa
regularidade.
Os sinais são os achados objectivos, que o clínico detecta
(normalmente durante a consulta) (p.ex. icterícia, tensão arterial,
pulso).
Os sinais podem ser diferenciados em
Normais: expressão de um funcionamento normal do aparelho.
Anormais: expressão de um mau funcionamento da fisiologia
normal de um ou mais aparelhos.
 Na decisão diagnostica é importante avaliar todos os sinais, os
normais e os anormais.
 Alguns sinais são tipicamente associados a um determinado
aparelho e assim podem ajudar a orientar a história clínica
 (p.ex. tosse e o sistema respiratório).
 Outros sinais podem ser associados a mais que um aparelho e o
clínico deve ser consciente daqueles e evitar limitar a orientação
da história clínica
 (p.ex. edema pode ser associado a condições cardíacas, renais,
respiratórias, etc.).
Um síndrome
É um conjunto de sinais e sintomas que
coexistem em uma determinada condição ou
doença e que a definem clinicamente.
Nalguns casos, um mesmo síndrome, pode ter
etiologias (causas) diferentes
RELAÇÃO ENTRE A ANAMNESE E A HIPÓTESE
DIAGNÓSTICA
 A hipótese diagnóstica é o diagnóstico que mais
provavelmente causa o quadro clínico apresentado pelo
paciente, e pode ser apresentada como síndrome ou
como doença;
 Pode-se ter mais do que uma hipótese diagnóstica.
 Nesse caso constituem uma lista de doenças ou um
síndrome (que pode ter diferentes causas).
 A formulação dessa lista deve partir da anamnese,
do exame físico e da interpretação dos sinais e
sintomas.
Os meios diagnósticos auxiliares (teste laboratoriais, radiológicos,
etc.) podem representar o passo seguinte para aperfeiçoar a lista
das hipóteses diagnósticas.
Fala-se de hipótese enquanto deve ser confirmada com outras
análises e investigações.
Entre as doenças listadas, haverá doenças mais suspeitas, ou que
mais provavelmente são a causa das queixas apresentadas pelo
doente.
Define-se hipótese diagnóstica principal como a doença mais
suspeitada de ser o diagnóstico verdadeiro.
Diagnóstico diferencial: é o processo de investigação e
decisão entre uma lista de possíveis doenças (hipóteses
diagnósticas) para definir qual é a mais provável.
Esse processo, de confirmar ou excluir uma hipótese
diagnóstica é um processo contínuo através da anamnese, da
avaliação do paciente, dos resultados das análises e da
reavaliação do paciente
A MEDICINA É COMO OS
GINÁSIOS; AO INÍCIO TODOS
INSCREVEM-SE E AO FINAL FICAM
MENOS DA METADE….

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