Resistencia Dos Materiais-Aula Dia 29 de Abril

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Resistência dos

Materiais
PROF. EMANOEL JOSE
CANCELA COSTA

29/04/2021
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I
Tensões de cisalhamento e de esmagamento
Definição de cisalhamento, formulação da tensão de
cisalhamento

Caro aluno, o conceito de tensão ocorre quando há um


carregamento aplicado em uma determinada área de um
material. Assim, o tipo de carregamento define a tensão atuante.
Nesta seção, veremos uma nova condição de carregamento na
estrutura.
Quando algum elemento estrutural sofre uma solicitação que
proporciona uma força interna tangencial à área da seção
transversal da estrutura, dizemos que essa força é uma força de
cortante (V), conforme mostra a Figura 1.32.

Aula 4 – Tensão
A Figura 1.32a mostra um prisma retangular apoiado sobre
outros dois prismas menores, espaçados entre si. Os apoios são
dois elementos rígidos, ou seja, indeformáveis e a peça sobre os
apoios é deformável. Ela está recebendo uma carga F, onde no
plano transversal AB e CD ocorrem esforços tangenciais (V) na
área da seção transversal (A) como vemos na Figura 1.32b.
Assim, temos a tensão de cisalhamento média na área da seção,
conforme Figura 1.32c e expressa por meio da Equação 1.3:
A tensão de cisalhamento é representada pela letra grega τ (tau)
com unidade no sistema internacional de N/m² . É importante
ressaltar que essa definição da Equação 1.3 se trata da média
da tensão do cisalhamento. Diferentemente da tensão normal,
na qual devido à baixa variação utiliza-se a média, na tensão de
cisalhamento, em determinados casos, principalmente em vigas,
analisa-se toda a área da seção. Por outro lado, para peças
pequenas, em que ocorre esforço de cisalhamento do material
com flexão desprezível, é possível utilizar a tensão de
cisalhamento média para os cálculos. Isso ocorre normalmente
em elementos de ligações, como parafusos, pinos, pregos,
rebites, entre outros.

Flexão: é um esforço resultante


normalmente de ações de carregamento
transversal, que leva o corpo a se curvar.
Tensão de cisalhamento em elementos estruturais

Segundo Hibbeler (2010, p. 268), “Para uma viga com seção


transversal retangular, a tensão de cisalhamento varia
parabolicamente com a altura. A tensão de cisalhamento máxima
ocorre ao longo do eixo neutro”, como pode ser visto na Figura
1.33.
Nesta seção, focaremos nas situações de tensão média de
cisalhamento que ocorrem normalmente em parafusos, rebites
e pinos de máquinas e estruturas. Para essas situações, é
frequente apresentar uma condição de cisalhamento simples
ou duplo. A Figura 1.34 apresenta duas barras chatas A e B
ligadas por um parafuso CD.
Na Figura 1.34a, as barras chatas, representadas por A e B,
estão submetidas à força de tração F e F’. Esses esforços
proporcionarão tensões no parafuso na seção EE’. A Figura
1.34b apresenta o diagrama de corpo livre (DCL), dessa forma,
fazendo um corte na seção EE’ e aplicando a equação de
equilíbrio ∑ = Fx =0 , temos que F = P , sendo a carga P,
indicada na Figura 1.34c, a força cortante na seção EE’ do
parafuso. Observe que a literatura comumente apresenta essa
força cortante com as letras F, P e V. Para a condição
apresentada na Figura 1.34, dizemos que o parafuso está sujeito
a cisalhamento simples, enquanto a tensão de cisalhamento
média é expressa conforme Equação 1.4:
Outra situação de carregamento pode aparecer nas estruturas,
vejamos a Figura 1.35a: nela são apresentadas duas chapas, C
e D, utilizadas para conectar duas barras chatas, A e B,
utilizando os parafusos EG e HJ.

A Figura 1.35b mostra o DCL do parafuso HJ, no qual podemos


fazer dois cortes, na seção KK’ e LL’ para podermos aplicar a
equação de equilíbrio, conforme apresentado na Figura 1.35c.
Para cada seção, temos a força P = F / 2 . Portanto, concluímos
que a tensão de cisalhamento média pode ser expressa
conforme Equação 1.5:

Assim, para a situação apresentada na Figura 1.35, dizemos que


o parafuso está sujeito a cisalhamento duplo.
Tensão de esmagamento
Nas ligações das estruturas, os parafusos, o rebite e o pino,
além de sofrerem tensões de cisalhamento na ligação, podem
proporcionar tensões de esmagamento no contato com a
superfície das barras que estão conectadas. Vejamos a Figura
1.39a, ela mostra a barra chata e o parafuso, também podemos
ver um par de ação e reação que ocorre no contato entre a
superfície da barra chata A e o parafuso CD.
A força P aplicada na barra chata A é a resultante das forças que
ocorrem nessa interação. Assim, a tensão de esmagamento,
representada por , resulta da razão da força P pela área
retangular de projeção do parafuso sobre a superfície, conforme
apresentado na Figura 1.39b. Assim, a tensão de esmagamento
é expressa pela Equação 1.6:
Conceitos de tensão e deformação
Tensões de ruptura, coeficientes de segurança e
tensões admissíveis
Tensões últimas

A tensão última ( ), como o nome já diz, é a tensão que um


material pode ter, obtida a partir da força última ( ), esta força
relativa à máxima tensão que atua em uma peça antes dela se
romper. Pode ser expressa, então, conforme a Equação 2.1,
onde A é a área da seção transversal.
As tensões últimas e as forças últimas também são apresentadas
na literatura como tensões de ruptura ( ) e forças de ruptura
( ou ). Para se conhecer essas forças e tensões para cada
material, normalmente são feitos ensaios em laboratórios ou em
campo, ensaios estes que têm como objetivo simular as
condições de carregamento de utilização até a ruptura do
material. A importância dessa informação para os projetistas é
conseguir analisar o comportamento das peças estruturais até a
ruptura e propor soluções que terão tensões em utilização (ou
tensões atuantes) menores que as de ruptura.
Tensões admissíveis
As tensões utilizadas para o dimensionamento dos elementos
estruturais são as tensões admissíveis ( ), ou seja, é admissível
por questão de segurança não expor as peças estruturais às
condições de ruptura. Dessa forma, esta tensão é um valor menor
que a tensão de ruptura do material. De maneira análoga às
tensões últimas, a tensão admissível é expressa pela Equação
2.2, em que é o carregamento admissível aplicado a uma área A.
É a partir da Equação 2.2 que são realizados os
dimensionamentos estruturais. Dessa forma, podemos
dimensionar uma barra sob ação de força axial, conforme Figura
2.2.
Para o cálculo da área necessária da barra, precisamos definir o
carregamento que atenda à necessidade do projeto. Com isso,
conhecendo a tensão admissível do material utilizado, obtemos a
área conforme a Equação 2.3.

Para a utilização da Equação 2.3 no caso de uma barra


tracionada, conforme Figura 2.2, a força de tração na área da
seção transversal deve ter sua resultante atuando na centroide
da seção transversal, isso fará com que não ocorram outros
esforços, além da força normal.
Outra situação em que um elemento estrutural está submetido à
tensão normal é para forças de compressão aplicadas em uma
base. Esta situação é apresentada na Figura 2.3, onde há um
carregamento de um pilar aplicado na base de uma fundação.
Essa condição proporciona uma tensão de apoio ( ). Esta
tensão pode proporcionar um esmagamento, caso exceda a
tensão admissível. Para evitar isso, é necessário dimensionar a
área da base conforme Equação 2.4, considerando que há um
carregamento uniformemente distribuído em toda seção
transversal.

No dimensionamento dos elementos de ligação, sabe-se que o


principal esforço atuante é o cortante, assim, para o
dimensionamento do parafuso que liga duas chapas,
apresentado na Figura 2.4a, devemos verificar que o parafuso
está sujeito a um cisalhamento simples (Figura 2.4c).
Conhecendo o esforço atuante V e a tensão admissível do
parafuso ao cisalhamento, definimos sua área necessária,
mostrada na Figura 2.4c, pela Equação 2.5.

Para a utilização correta da Equação 2.4 para a condição


apresentada na Figura 2.3, admite-se que a força cortante está
uniformemente distribuída na seção transversal.

Outra situação de dimensionamento de uma peça estrutural


submetido a tensões de cisalhamento é para o caso de barras
engastadas. A Figura 2.5a apresenta uma barra engastada em
concreto, por exemplo, e com carregamento P.
A Figura 2.5b mostra o diagrama de corpo livre do comprimento ( l )
da barra que fica dentro do concreto (comprimento de ancoragem).
Como há uma carga P de tração na barra, o que mantém a peça
engastada no concreto é a superfície de contato, ou melhor, a
tensão de cisalhamento. A área de contato pode ser expressa pela
Equação 2.6.
Na equação apresentada acima, d é o diâmetro da barra. Com
isso, podemos calcular o comprimento de engastamento (ou
ancoragem) com a Equação 2.7.
Coeficiente de segurança

A palavra segurança é muito utilizada no meio técnico para o


dimensionamento das estruturas. Trata-se simplesmente de um
dos principais objetivos de um projeto estrutural. Dentre muitas
definições, a que melhor se encaixa para a área de estruturas é
quando se idealiza um projeto estrutural livre de perigos,
incertezas, assegurado de danos e riscos eventuais ao usuário.
Outros termos que acompanham a segurança das estruturas são
a resistência, a estabilidade e a durabilidade. Desenvolveremos
os conteúdos sobre resistência na sequência, e os conceitos de
estabilidade e durabilidade, de forma resumida, são necessários
para termos uma estrutura que proporcione segurança ao
usuário, sendo assim, estável e que seja durável por um período
que justifique o investimento do projeto.
A resistência do material é estudada para saber, além da força de
ruptura, até que fase do carregamento o corpo de prova não altera
em demasia seu comportamento, mantendo propriedades iniciais
desejáveis ao longo de determinado tempo. Dessa forma, para
cada material é verificado um carregamento admissível. Para isso,
diversos ensaios devem ser realizados, possibilitando a obtenção
de uma razão do carregamento último pelo admissível, que é
chamada de coeficiente de segurança (CS), conforme Equação
2.8.

O coeficiente de segurança também pode ser apresentado na


literatura com o nome de fator de segurança (FS). Como vimos, a
segurança diminui o nível de incerteza. Assim, o coeficiente de
segurança é acrescido aos cálculos de dimensionamento, a fim de
minimizar os efeitos de tais incertezas.
O profissional técnico precisa aplicar os coeficientes de
segurança em seus projetos. Tais coeficientes são especificados
nas normas técnicas, referentes ao tipo de material, estrutura que
se deseja dimensionar e a função que o produto ou obra
projetada desempenhará. Desta forma, são observadas as
condições admissíveis e últimas de projeto, e de maneira análoga
à Equação 2.8, temos o coeficiente de segurança por meio da
razão entre a tensão última e admissível, conforme Equação 2.9.

Por fim, para o desenvolvimento do projeto é preciso levar em


consideração a questão da segurança. Com isso, inicialmente é
feita uma análise em um modelo pré-concebido em função da
necessidade do cliente, adotando os materiais e as primeiras
geometrias a serem utilizadas. São verificadas as dimensões
previamente adotadas para os elementos estruturais lançados
no modelo, caso atenda às condições de segurança, as
estruturas podem ser dimensionadas.
Relação entre tensão e deformação
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I

Tensão e deformação - Carregamento axial


A resistência de um material é a sua capacidade de resistir a
esforços, momento em que as tensões no material são geradas. O
carregamento sobre o material, além de proporcionar tensões,
causa mudança de forma e tamanho. Estas mudanças são
definidas como deformações.
As deformações nas estruturas, causadas pela aplicação de cargas,
devem ser analisadas pelos profissionais técnicos, pois este fato
pode ser imperceptível a olho nu, porém, podem ocorrer mudanças
indesejáveis no comportamento e desempenho da estrutura.
Também há casos em que ocorrem deformações perceptíveis nas
estruturas, que podem proporcionar desconforto aos usuários, por
sentirem a estrutura se movimentar. A princípio, a mecânica
newtoniana estuda corpos indeformáveis, entretanto, no mundo
real, essa situação não existe, posto que as estruturas sempre
sofrerão deformação. A questão é, se tais deformações são
percebidas ou não pelos usuários. As normas técnicas estabelecem
limites para as deformações nas estruturas, os quais devem ser
analisados pelos projetistas.
Aula 4 – Tensão
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I
Quando um carregamento é aplicado a uma estrutura, ele
proporciona a ela tensões e deformações. Veremos que estes
temas estão associados.

Deformação específica normal sob carregamento axial

A deformação de um material é representada pela letra grega δ


(delta). A Figura 2.13 apresenta uma barra BC (Figura 2.13a), que
sofre um carregamento axial P aplicado em uma área A, ocorrendo
assim uma alteração no comprimento original da barra,
caracterizado pela deformação δ (Figura 2.13b). A mesma
deformação ocorre para a barra B’C’ (Figura 2.13c), a qual possui
uma área de seção transversal 2A e tem aplicada uma carga 2P
(Figura 2.13d). Nos dois casos, podemos notar que a tensão normal
média é igual (σ = = P A 2 2 P A).

Aula 4 – Tensão
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I

A deformação específica é representada pela letra grega épsilon, e sua


unidade é expressa pela razão de duas grandezas de mesma unidade
de medida, assim, no sistema internacional, temos m/m.
Aula 4 – Tensão
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I
Diagrama tensão-deformação

A deformação do material é obtida por meio de ensaios


experimentais. Para carregamento axial, pode-se ensaiar um corpo
de prova com carregamento de tração ou de compressão. Assim,
uma máquina, conforme mostra a Figura 2.14a, é ajustada para
colocação de um corpo de prova que se deseja ensaiar. Nela, a
travessa superior móvel, quando deslocada para cima, traciona o
corpo de prova, e quando movimentada para baixo, comprime o
material. A máquina, quando acionada, possui um mostrador de
carga que permite ao laboratorista fazer as leituras do
carregamento.

Aula 4 – Tensão
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I

Para medir a deformação neste ensaio, é marcado no corpo de


prova o comprimento a partir de dois pontos de referência,
conforme mostra a Figura 2.14b. No ensaio de tração, os pontos se
afastam (aumenta o comprimento do corpo de prova), e temos uma
leitura do novo comprimento L. A diferença entre os comprimentos
final e inicial fornece o valor da deformação, ou seja, δ = L − . Para
pequenas deformações, o sucesso do ensaio apenas é alcançado
com a utilização de sensores de deformação, conhecidos como
extensômetros
A partir dos dados obtidos no ensaio de tração, podemos calcular a
tensão normal média, expressa pela Equação 2.11:

Na equação, o carregamento P é aplicado sobre a área inicial ( ) da


seção transversal do corpo de prova. E a deformação específica
normal será dada pela Equação 2.12.

Aula 4 – Tensão
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I
A partir desses resultados, podemos obter um diagrama de
tensão e deformação, para deformação específica na abscissa e
a tensão normal na ordenada. Esse diagrama pode variar muito
de um material para outro, dependendo das características
mecânicas de cada material. Uma interpretação importante desse
diagrama é a possibilidade de identificar dois grupos de
materiais: os dúcteis e os frágeis.
Os materiais dúcteis podem sofrer grandes deformações antes
de se romper. Exemplos desse tipo de material são o aço
estrutural e quaisquer outros metais. Para o ensaio de tração, o
corpo de prova de um material dúctil é submetido a um
carregamento crescente, apresentando um aumento proporcional
em seu comprimento. Com isso, tem-se uma reta no início do
diagrama com um coeficiente angular elevado, conforme mostra
a Figura 2.15, até a tensão de escoamento (σe ). A partir desse
ponto, o material escoa, ou seja, sofre uma grande deformação
com pouco aumento de carga.

Aula 4 – Tensão

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