Flora Slide
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Discente:
Crescimento e Desenvolvimento da
Florinda Filipe Jaime
cultura de Soja
Estrutura:
Introdução;
Desenvolvimento;
Conclusão e;
Referencias Bibliográficas.
Introdução
geneticamente determinado. Esse potencial genético só pode ser expresso em sua plenitude
sob condições ótimas, as quais, nos ambientes naturais de lavoura, praticamente não existem.
Problemas das mais variadas ordens podem surgir e normalmente surgem durante a safra.
Conhecendo a planta com a qual trabalha, ele poderá, no menor prazo possível, identificar os
problemas que possam estar para ocorrer, ou que já estejam ocorrendo. Através do uso da
decorrer do ciclo da cultura e tentar solucioná-los a tempo, antes que seus danos aconteçam ou
se tornem permanentes.
Objectivos:
Objectivos Gerais
Apresentar uma série de informações, visando a determinação precisa do processo
de crescimento e desenvolvimento de soja.
Objectivos Específicos
produção de proteína e óleo, e pelo uso dessas matérias-primas nos segmentos de alimentação
humana e animal, bem como no uso industrial. Devido ao seu valor económico, ocorreram
investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação. O seu aprimoramento pode resultar em
uma mudança na estrutura da economia tanto dos produtores como do país em geral (Janeque, et al,
2021; INE, 2018).
Em Moçambique, a produção de soja é feita, maioritariamente, por pequenos produtores, cujo
feijão, a lentilha e a ervilha. A cultura desse grão é uma das mais importantes para a economia
mundial, devido às suas várias possibilidades de aplicação. Na indústria alimentícia, por exemplo,
ela é usada como matéria-prima na produção de massas, chocolates, óleos, margarinas e maioneses,
além de diversos outros alimentos. Um dos seus componentes é a lecitina, que é usada na produção
de salsichas, sorvetes, barras de cereais, entre outros produtos.
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O elemento atua como um emulsificante, componente que varia entre as texturas plástica e
fluida, dando consistência aos alimentos. A sua aplicação na indústria química varia, podendo
ser utilizada na composição de plásticos, lubrificantes, vernizes, tintas, adesivos, cosméticos e
solventes. O grão também faz parte da produção de biodiesel. Além disso, sua aplicação se
estende à indústria de alimentação animal, sendo o farelo da soja o principal componente de
rações.
Estádios de desenvolvimento de soja
A caracterização dos estádios de desenvolvimento da planta de soja é essencial para a
descrição dos vários períodos que a lavoura atravessa durante o ciclo da cultura. O uso de
uma linguagem unificada na descrição dos estádios de desenvolvimento agiliza o seu
entendimento porque facilita a comunicação entre os diversos públicos envolvidos com a
cultura de soja. Portanto, a metodologia de descrição dos estádios de desenvolvimento deve
apresentar uma terminologia única, ser objetiva, precisa e universal, ser capaz de descrever
um único indivíduo ou uma lavoura inteira e ser capaz de descrever qualquer cultivar. A
metodologia de descrição dos estádios de desenvolvimento proposta por Fehr & Caviness
(1977) é a mais utilizada no mundo inteiro e apresenta todas essas características.
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Algumas modificações, adaptadas de Ritchie et al. (1977), foram adicionadas à metodologia
original (Fehr & Caviness, 1977), neste capítulo, para dar maior detalhamento à descrição do
estádio R5.
O sistema proposto por Fehr e Caviness (1977) divide os estádios de desenvolvimento de soja em
estádios vegetativos e estádios reprodutivos. Os estádios vegetativos são designados pela letra V e
os reprodutivos pela letra R.
Com exceção dos estádios VE (emergência) e VC (cotilédone), as letras V e R são seguidas de
índices numéricos que identificam estádios específicos, nessas duas fases de desenvolvimento da
planta.
Estádios vegetativos
Segundo Fehr, & Caviness, (1977) a caracterização dos estádios vegetativos que sucedem ao
estádio VC é feita com base no último nó (superior) da haste com uma folha completamente
desenvolvida. O nó é a parte da haste onde a folha se desenvolve e é usado para a determinação
dos estádios vegetativos porque é permanente, enquanto que a folha é temporária, podendo se
desprender da haste. Os nós cotiledonares são opostos na haste e cada um deles possui (ou
possuía) um cotilédone. Para a determinação dos estádios V1 em diante, os nós cotiledonares não
são considerados, pois não possuem (ou possuíam) folhas verdadeiras.
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Os nós imediatamente acima dos cotiledonares são os nós das folhas unifolioladas e são, também,
opostos na haste e cada um deles, também, possui (ou possuía) uma folha unifoliolada. Nós
opostos ocupam a mesma posição na haste e, por isso, são considerados como um nó apenas.
Todos os nós acima dos unifoliolados são alternados, ocupam diferentes posições na haste e
possuem (ou possuíam) folhas trifolioladas.
Nesse estádio, a fotossíntese das folhas e a absorção de água e nutrientes pelas raízes da planta em
desenvolvimento já são capazes de sustentá-la.
De modo semelhante, uma planta atinge o estádio V2 quando a primeira folha trifoliolada estiver
completamente desenvolvida, ou seja, quando os bordos dos folíolos da segunda folha
trifoliolada não mais se tocarem. Nesse estádio, as plantas infectdas pela bactéria
Bradyrhizobium spp. começam a fixar o N do ar. Nos estádios seguintes, a fixação biológica de
nitrogênio (FBN) aumenta gradativamente até atingir seu máximo em R5. Em V2, o crescimento
das raízes laterais na camada superficial do solo é intenso e continuará intenso até V5.
O início do florescimento é descrito pelo estádio R1 que ocorre com o aparecimento da primeira
flor aberta, em qualquer nó da haste principal. Normalmente, a primeira flor aparece em um dos
nós da porção média da haste. O aparecimento de novas flores abertas se dá, a partir dessa porção
média, para ambas as extremidades da haste principal da planta. É nesse estádio que a taxa de
crescimento vertical das raízes aumenta e se mantém elevada até o final do desenvolvimento das
vagens (R4) e início do desenvolvimento dos grãos (R5). Reduções de área foliar, nesse estádio,
acarretam pequenas reduções no rendimento (Fehr, & Caviness, 1977).
Fehr, & Caviness, (1977).
O florescimento pleno é representado pelo estádio R2, que se caracteriza pela presença de uma flor
aberta, em um dos dois nós superiores da haste principal da planta, com folha completamente
desenvolvida. Nesse estádio, inicia-se rápida e constante acumulação de matéria seca (MS) e de
nutrientes na planta inteira, que dura até após o início do estádio R6. À princípio, esse acúmulo
acontece nos órgãos vegetativos da planta. A medida que os órgãos reprodutivos iniciam o seu
desenvolvimento a partir do florescimento, o acúmulo de MS e de nutrientes muda gradualmente de
destino e passa a ocorrer nos órgãos reprodutivos. Nesse estádio, os órgãos vegetativos estão
completando o seu desenvolvimento. É, também, nesse estádio que a taxa de FBN aumenta
rapidamente, e se mantém elevada até atingir seu pico, no final do enchimento dos grãos. O início do
desenvolvimento das vagens, ou estádio R3, é caracterizado pela presença de vagens de 5 mm de
comprimento, em um dos quatro nós superiores da haste principal da planta, com uma folha
completamente desenvolvida. Esse estádio é crucial no estabelecimento do número de vagens por
planta, um dos mais importantes componentes do rendimento. Esse componente é sensível às
condições de ambiente, tanto que o abortamento de vagens é conspícuo em condições de estresse. A
compensação do abortamento de vagens é restrita porque os componentes que poderiam compensá-la
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número de grãos por vagem e peso de grão - possuem seus limites máximos geneticamente determinados.
Consequentemente, qualquer estresse drástico durante o R3 pode afetar o rendimento de grãos de forma
irreversível.
presença de vagens com 2 cm de comprimento, em um dos quatro nós superiores da haste principal da
planta, com uma folha completamente desenvolvida. Nesse estádio, também crucial para determinação
do rendimento, ocorre intenso crescimento das vagens e o início do desenvolvimento dos grãos.
Qualquer estresse que aconteça no período compreendido entre R4 e logo após R6 irá reduzir o
O Início do enchimento dos grãos, ou estádio R5, se caracteriza pela presença de uma vagem com pelo
inicia-se sua translocação para os grãos que continuam a encher, até após o início do estádio R6.
Nessa fase da cultura, a taxa (g/planta/dia) de acúmulo de MS nos grãos e a duração (dias do início ao
final) do enchimento dos grãos são os principais determinantes do rendimento. Estresses durante todo
o estádio R5 e início do R6 diminuem o rendimento. Uma seca nessa fase pode reduzir drasticamente
o rendimento.
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A disponibilidade de água se torna crucial porque cerca da metade dos nutrientes necessários para o
enchimento de grãos vem da translocação de outras partes da planta, mas a outra metade vem do solo
e da FBN. Para que ocorra a absorção de nutrientes do solo pelas raízes e a FBN, o solo necessita estar
úmido. A necessidade de água pela soja, nesta fase, é de 6 a 8 mm/dia (Fehr, & Caviness, 1977).
O estádio R6, denominado de estádio de grão verde ou de vagem cheia, é caraterizado pela presença
de uma vagem que contenha grão verde preenchendo totalmente a cavidade da vagem, em um dos
quatro nós superiores da haste principal da planta, com uma folha completamente desenvolvida. Nesse
estádio, a planta já estabilizou seu crescimento em estatura. É durante esse estádio que a planta atinge
o máximo peso total de vagens, ainda com altas taxas de acúmulo de MS e de' nutrientes, tanto na
planta como nos grãos. Essas taxas começam a diminuir, logo após o início do R6, para a planta toda,
e, ao final de R6, para os grãos.
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O máximo acúmulo de MS e de nutrientes na planta inteira é atingido ao final do R6. O crescimento
das raízes é praticamente nulo ao final do R6. Nesse estádio, inicia-se a queda das folhas senescentes
dos nós inferiores da haste. O amarelecimento e a queda das folhas continuam de forma acelerada até
o R8.
de uma vagem normal com coloração de vagem madura, em qualquer nó da haste principal da planta.
Os grãos de soja atingem sua maturação fisiológica quando cessa o acúmulo de MS e os grãos e/ou as
vagens perdem sua coloração verde.
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Nessa condição, os grãos se encontram com cerca de 60% de umidade e já são perfeitamente viáveis
como sementes. A ocorrência de estresses, durante e após esse estádio, como chuvas excessivas e
ataques severos de percevejos, podem afetar o rendimento e, principalmente, a qualidade dos grãos
(ou sementes).
O último estádio de desenvolvimento de soja é o R8. Denominado de maturação plena, se caracteriza
pela presença de 95 % das vagens apresentando coloração de vagens maduras. Apesar desse estádio
ser, também, denominado de maturação de colheita, após atingir R8, os grãos ainda necessitam de
alguns dias para atingir 15% de umidade ou menos (Fehr, & Caviness, 1977).
indeterminado e semi-determinado. A grande maioria das cultivares de soja (ex.: BR 16; BRS 66; BRS
137; BRS 154; FT-Abyara; FEPAGRO-RS 10; etc.) apresenta tipo determinado, que é caracterizado
pelos seguintes atributos:
Após o início do florescimento, a planta cresce pouco e não mais ramifica;
Apenas algumas poucas cultivares apresentam tipo indeterminado (ex.: FT 2000; OCEPAR 3-Primavera;
FT-Cometa; etc.). O tipo indeterminado é caracterizado pelos seguintes atributos:
• Até o início do florescimento, apenas cerca de metade da estatura final das plantas é atingida, portanto,
após esse estádio, a planta ainda apresenta grande crescimento (produção de nós na haste principal),
podendo dobrar sua estatura até a maturação;
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O florescimento ocorre de forma escalonada, de baixo para cima na planta. Assim, pode-se ter vagens
bem desenvolvidas na base e, ao mesmo tempo, flores no topo da planta;
O desenvolvimento das vagens e dos grãos ocorre de baixo para cima. As vagens e os grãos da metade
inferior das plantas são mais adiantados do que os de cima;
As plantas crescem e se ramificam, mesmo durante o florescimento, a formação das vagens e o
enchimento dos grãos;
As folhas do topo são menores que as folhas das demais partes da planta; e
Apesar da diferença de tempo entre o surgimento das vagens basais e o das apicais, todas alcançam a
maturação aproximadamente ao mesmo tempo, pois os grãos das vagens apicais possuem maiores taxas
de crescimento. Existem, ainda, cultivares de soja de tipo de crescimento sem indeterminado, isto é,
apresentam atributos tanto do tipo determinado como do indeterminado.
Conclusão
A classificação dos estádios de desenvolvimento de soja, proposta por Fehr e Caviness
(1977), identifica precisamente o estádio de desenvolvimento em que se encontra uma
planta ou uma lavoura de soja. A exatidão na identificação dos estádios não só é útil,
mas absolutamente necessária para pesquisadores, agentes das assistências técnicas
pública e privada, extensionistas e produtores, pois facilita as comunicações oral e
escrita, uniformizando a linguagem e eliminando as interpretações subjetivas
porventura existentes entre esses públicos. Assim, é absolutamente necessário que o
agrônomo, que recomenda alguma prática, e o produtor, que irá executá-la, estejam
falando a mesma linguagem. A utilização da classificação dos estádios de
desenvolvimento de soja permite perfeito entendimento, eliminando a possibilidade de
erros de interpretação.
Bibliografia
Fehr, W.R.; Caviness, C.E. (1977). Stages of soybean development. Ames: lowa State
quatro estádios de crescimento de dois cultivares de soja (Glycine max (L.) Merrill} sobre a
Ritchie, S.W.; Hanway, J.J.; Thompson, H.E.; Benson, G.O. (1977). How a soybean plant
develops. Ames: lowa State University of Science and Technology,. 20p. (Special Report,
53).
Obrigado!