Weber

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Max Weber (1864 – 1920)

Max Weber
 Formação em direito; produção no campo do direito, política,
economia, teologia, filosofia, epistemologia, história e sociologia.

 Professor de direito em Berlim (1891 – 1893)

 Professor de economia política em Fraiburgo (1895)

 Professor de economia política em Heidelberg (1896)

 Viagem de estudos aos Estados Unidos da América (1904)

 Professor de sociologia em Munique (1918)

 Contribuição à constituição da República de Weimar (1918/19)


Contexto social/histórico
 Unificação da Alemanha (Bismarck);

 Primeira Guerra Mundial;

 Industrialização e burocratização crescentes;

 Grande poder político dos proprietários rurais na Alemanha


– “junkers” – limitando o poder de influência da burguesia
industrial;

 O processo de industrialização, na Alemanha, é comandado


pelo Estado; (no Brasil, por exemplo, é feito pela burguesia
rural)...
Contexto intelectual

- Filosofia clássica: Kant (o pensamento não capta a


essência da realidade, apenas os sentidos
transmitidos pelos fenômenos - fenomenologia) e
Nietzsche (pessimismo em relação ao racionalismo da
modernidade).

- Filosofia neo-kantiana: defesa de uma diferenciação


entre as ciências naturais e as ciências da sociedade
(ciências do espírito ou da cultura) – captar o sentido,
não estabelecer leis de causalidade (Dilthey,
Windelband, Rickert).
Teoria Compreensiva

• Marx e Durkheim: primazia do objeto na sociologia.

• Weber: primazia do sujeito; individualismo metodológico.


• Conceitos genéricos (“Capitalismo”, “Classes Sociais”, “Função
Social”) são apenas referências cognitivas, que orientam as ações
individuais.
• São essas referências, portanto, que devem constituir o objeto de
análise da sociologia!
• “O indivíduo é o fundamento da sociedade”.
• Um “modelo de sociedade” é sempre um modelo de interação entre
os indivíduos que a compõem.
Metodologia

Objeto de estudos da sociologia: ação social dotada de


sentido.
“Ação social é toda a ação humana que, quanto a seu
sentido visado pelo(s) agente(s), se refere ao
comportamento de outros agentes, orientando-se por este
em seu curso” (M. Weber).

Método da sociologia: compreensivo – O método


compreensivo, defendido por Weber, consiste em
entender INTERPRETANDO o sentido que as ações de um
indivíduo contêm, e não apenas o aspecto exterior dessas
mesmas ações.
Metodologia

Tipologia das ações sociais:

i) Ação racional referente a fins;

ii) Ação racional referente a valores;

iii) Ação social tradicional;

iv) Ação social afetiva.


Metodologia

• Tipo ideal: os conceitos não são a reprodução da realidade,


mas ferramentas teóricas que permitem a compreensão de
seus significados.

• O tipo ideal é um instrumento metodológico cuja


característica principal é não existir na realidade, mas servir
de modelo para a análise de casos concretos, realmente
existentes. Ao comparar fenômenos sociais complexos o
pesquisador utiliza os “tipos ideais”, construídos a partir de
aspectos essenciais dos fenômenos.
Religião, cultura e capitalismo
- Compreender as origens e os elementos constitutivos do
capitalismo como forma de organização social ocidental.

- Compreender o processo de racionalização da vida e da cultura


no ocidente.

- Multicausalidade nas origens do capitalismo – “afinidade


eletiva”.

- Ideais do capitalismo como um “modo de vida”, como uma ética


de organização da vida e do modo de compreendê-la, como um
modo de ver e de encarar a existência.

- Generalização do ascetismo capitalista graças à ética protestante


– noção de “vocação” relacionada ao trabalho (Lutero) e a crença
de que o céu não pertence a todos, mas aos escolhidos (Calvino –
doutrina da pré-destinação).
Racionalização da cultura

• Teoria religiosa e capitalismo

Imagem de Deus Religiões Religiões


teocêntricas cosmocêntricas

Afirmação do --- Confucionismo


mundo Taoísmo

Negação do Judaísmo Budismo


mundo Cristianismo Hinduísmo
Prática religiosa e capitalismo

Teoria religiosa Prática religiosa

Imagem de Imagem do mundo Salvação


Deus
Visão positiva do ---
Religião mundo
teocêntrica
Visão negativa do Dominação e
mundo transformação do mundo

Visão positiva do Acomodação ao mundo


Religião mundo
cosmocêntrica
Visão negativa do Fuga e negação do
mundo mundo
Modernidade e racionalização

• A principal característica da modernidade é a


racionalização da vida, fortemente associada ao
“desencantamento do mundo”.

• Dentre os aspectos negativos da modernidade temos,


então, a perda de sentido (da vida).
Racionalização da sociedade

 Mesmo que ofereça explicações sobre os fenômenos


que acontecem no mundo e torne possível o controle
sobre eles, a ciência não é capaz de – e nem deve
pretender – oferecer uma explicação acerca do
sentido da vida e da existência.

 A ciência é um saber instrumental, que pode nos dizer


sobre a forma mais eficiente de se atingir
determinados fins, mas não pode nos dizer sobre quais
fins devemos buscar por serem eles melhores que
outros.
Racionalização da sociedade

• Metáfora da “gaiola de ferro”! – É ela que acaba por retirar,


do indivíduo moderno, sua liberdade: não há mais a
possibilidade de escolhas e comportamentos fora do contexto
e dos limites da razão instrumental capitalista focada no
dinheiro (ação racional com relação a fins!!!).

• A racionalidade capitalista transformou o trabalho (e o


dinheiro) em um fim em si mesmo, em um mundo de pessoas
que são incapazes de determinar/eleger um sentido (não
instrumental) para suas vidas; a racionalidade aumentou a
produtividade e a riqueza, mas escravizou o ser humano.

• Burocracia...
Burocracia e democracia

1) Áreas de jurisdição fixas e oficiais;

2) Princípios de hierarquia;

3) Documentos escritos;

4) Treinamento especializado;

5) Regras gerais e impessoais.

O aumento da dimensão do Estado (burocracia) distancia cada


vez mais o cidadão das estruturas de decisão, criando entraves
à própria democracia e abrindo caminho para tentações
populistas calcadas no discurso de negação do sistema...
Neutralidade axiológica
- Separação entre ciência e política.

- Distinção entre “juízos de fatos” e “juízos de valor” – busca


pela objetividade na ciência (tipo ideal).

- Defender a objetividade da ciência não significa cair no


subjetivismo e no relativismo, o que impossibilitaria seu
desenvolvimento.

- O papel da ciência é informar as pessoas sobre quais são as


alternativas possíveis em determinada situação, e sobre as
conseqüências de cada uma delas, não de determinar qual das
alternativas é a “melhor”. “Ética da convicção” e “ética da
responsabilidade”.
Classe, estamento e partido

- Análise multivariada da estratificação social – o aspecto


econômico é apenas um dos muitos critérios pelos quais
a sociedade pode ser, analiticamente, estratificada
(crítica a Marx).

“A classe diz respeito aos interesses econômicos das


pessoas e às diferenças na posse de bens. O partido se
relaciona com a diferente distribuição do poder. E,
finamente, o estamento tem a ver com os estilos de vida
das camadas sociais, juntamente com o prestígio e a
honra conferidos a cada uma” (M. WEBER).
Poder e dominação

Poder: capacidade de impor a própria vontade dentro de


uma relação social.

Dominação: probabilidade de encontrar obediência a um


determinado comando.
Poder e dominação

Tipo de Fundamento da dominação


dominação

Dominação Afeto e confiança depositados em um líder


carismática carismático.

Dominação Crença em um caráter sagrado/tradicional do


tradicional poder de comando, herdado de tempos antigos.

Dominação Legalidade da norma jurídica e legitimidade das


racional-legal pessoas autorizadas a comandar pela lei.

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