Potências Da Alma

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As potências da alma

Os caminhos para o equilíbrio espiritual


João Paulo Jacinto da Silva, mais conhecido como Paulo
Silva, nasceu em Cajazeiras/PB, mas foi criado em
Fortaleza/CE, casado, pai de uma filha. Nasceu em um lar
católico, porém, em um determinado momento após a morte
de sua mãe, se converteu ao protestantismo sob a
denominação batista. Apesar de ainda frequentar a Igreja
Católica, todas as suas ideias eram protestantes, de modo
que pensava, falava e agia como um típico protestante
recém convertido.

Homem de natureza questionadora, nunca se sentiu


satisfeito com a doutrina que era ensinada, de modo que não
parava a busca por suprir os anseios de sua alma cheia de
perguntas até o momento sem respostas até que com auxílio
de alguns apostolados retornou à única e verdadeira Igreja
de Cristo.

Dá palestras, formações e cursos sobre vários assuntos a


respeito de assuntos ligados à Igreja.

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Email: [email protected]
Santo Tomás de Aquino
São Tomás de Aquino, nasceu na cidade de Roccasecca
(Itália) em 1225 e foi um importante teólogo, filósofo e
padre dominicano do século XIII. Foi declarado santo pelo
papa João XXII em 18 de julho de 1323. É considerado um
dos principais representantes da escolástica (linha
filosófica medieval de base cristã). Foi o fundador da
escola tomista de filosofia e teologia.

Tomás de Aquino buscou utilizar a filosofia grecolatina


clássica (principalmente de Aristóteles) para
compreender a revelação religiosa do cristianismo.

São Tomás de Aquino morreu na cidade de Fossanova


(Itália) em 7 de março de 1274.
Frases de Santo Tomás
“Dê-me, Senhor, agudeza para entender, capacidade para reter,
método e faculdade para aprender, sutileza para interpretar, graça e
abundância para falar. Dê-me, Senhor, acerto ao começar, direção ao
progredir e perfeição ao concluir.”
“Três coisas são necessárias para a salvação do homem: saber o que
deve crer, saber o que deve desejar, saber o que deve fazer.”
“Ensinar alguém para trazê-lo à Fé é tarefa de todo e qualquer
pregador, e até de todo e qualquer crente.”
“Ao debater com pagãos, uso a Razão; com judeus, o Antigo
Testamento; com hereges, toda a Escritura.”
“Era necessário para a salvação dos homens que houvesse uma
doutrina revelada por Deus, além das disciplinas filosóficas que
investigam a razão humana.”
Frases de Santo Tomás
“Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é negá-la.”
“Espero nunca ter ensinado nenhuma verdade que não tenha
aprendido de Vós. Se, por ignorância, fiz o contrário, revogo tudo e
submeto todos meus escritos ao julgamento da Santa Igreja
Romana.”
“Agora, é evidente que quem adere ao ensinamento da Igreja, como
a uma regra infalível, dá seu assentimento a tudo quanto ensina a
Igreja; do contrário, se das coisas que ensina a Igreja admite as que
quer e exclui as que não quer, não assente ao ensinamento da Igreja
como regra infalível, mas a sua própria vontade …. É, pois, evidente
que o herege que nega um só artigo não tem fé nos demais, mas
somente certa opinião, que depende de sua própria vontade.”
“O primeiro degrau para a sabedoria é a humildade.”
“O maior bem que podemos fazer a um homem é levá-lo à Verdade.”
Santa Teresa de Jesus
Tereza nasce em Ávila (Espanha), em 28/03/1515, em plena
reforma protestante, período de fermentação política, social,
religiosa. Isso acaba tendo grande repercussão nela.
Mulher de personalidade notável, expressiva, cheia de vida;
Santa Tereza quando moça, era extremamente bonita. Com
irresistível prazer de viver, era apaixonada por Cristo. Sabia
cozinhar muito bem e “encontrar Deus entre as panelas”,
tinha grandes habilidades e um bom senso de humor. Uma
mulher de vontade forte, alegre, inesquecível. Vamos ver
que Deus usa as suas características, seu temperamento e
personalidade como o estofo em que vai nascer uma grande
santa.
Tereza era mulher, muito humana, que “desmistificou” a
mística, mesclando humanidade e espiritualidade.
Santa Teresa de Jesus
Em 1567, Tereza conhece Frei João da Cruz, seu grande
companheiro nas fundações. Ele vivia uma crise
vocacional, desejando sair do Carmelo em busca de
uma vida mais radical. Mas ela o convence a viver essa
radicalidade no Carmelo mesmo. Assim, a reforma se
inicia no ramo masculino também.

Santa Tereza e São João da Cruz sofreram perseguições


por causa da reforma. Chegaram a ser acusados
perante a Santa Inquisição.
Tereza morre no dia 4 de outubro de 1582,
provavelmente de câncer no útero. Sua última palavra
foi: “Morro filha da Igreja”.
Frases de Santa Teresa
"Compararei a Divindade com um polido diamante muito maior que
o universo. Todas as nossas ações refletem-se nele, por que Ele
encerra todas as coisas, tanto que fora da sua amplitude nada existe"
"Ó Senhor, experimento tanta alegria ao pensar que as minhas
infidelidades fazem com que melhor conheça a vossa misericórdia,
que sinto suavizar-se a dor pelas graves ofensas que vos fiz"
"A oração consiste em tratar a Deus como um pai, um irmão, um
Senhor e um Esposo"
"A oração é onde o Senhor ilumina para entender as verdades"
"Jamais creiais que adquiristes uma virtude, enquanto não a tiverdes
provado com aquilo que lhe é contrario"
"Tão logo Sua Majestade o quer, Deus e a alma se compreendem,
como dois amigos que não precisam de palavras para manifestar-se a
grande afeição que os une"
São João da Cruz
A vida de São João da Cruz foi marcada pela pobreza. ”Pobreza que primeiro
o abraçou e que depois fora por ele abraçado como valor no qual achou um
grande tesouro”. Quando seu pai morreu, São João da Cruz tinha apenas dois
anos. Com nove anos foi acolhido numa espécie de orfanato para meninos
pobres e ali recebe os primeiros estudos e os meios para sobreviver. Precisou
trabalhar desde cedo para ajudar no sustento da família. Teve, portanto, uma
infância pobre e difícil, marcado por privações de todo o tipo. Esta realidade
dura da vida poderia ter-lhe enchido de revolta e o levado a sucumbir à
ganância de ter o que lhe faltou. Mas ao contrário, para São João da Cruz a
pobreza que ele viveu foi à chave para as suas grandes experiências no
caminho de Deus. É por ela que conseguimos compreender a noite, a
negação, o nada. Ele experimentou concretamente a ausência de tudo o que
o coração humano deseja (bens, afetos, consolações) e nesta ausência
encontrou Deus, o Tudo, diante do qual todas as coisas são nada. A
experiência da pobreza, por ele vivida à flor da pele, molda profundamente o
seu espírito.
São João da Cruz
Fez-se carmelita logo jovem. Mas descontente com a vivência autêntica do evangelho do
Carmelo estava decidido ir para a ordem Cartuxa, que possui uma vivência
particularmente radical da vida consagrada. Foi quando conhece Santa Tereza de Jesus,
que lhe garante poder viver essa radicalidade almejada no Carmelo mesmo. Para tanto,
fala de seus anseios reformadores já em exercícios e o convida a ajudá-la a iniciar a
reforma no ramo masculino. Seus anseios e suas buscas coincidiam, havia uma comunhão
de desejo e ideal entre eles, dois grandes corações que se identificam, de modo que
empreendem juntos a reforma do Carmelo. Foi nos nove meses de prisão – num rincão
sujo, sem luz nem diálogo, respirando o mesmo ar e vestindo a mesma roupa – que tem a
maior experiência do nada que o acompanhou a vida toda e ele nunca hesitou em
abraçar. Transformou o momento doloroso de privações de toda espécie num profunda
experiência religiosa e psicológica. Em meio a escuridão, o isolamento, o abandono por
parte de seus irmãos, a privação da Eucaristia, os maus tratos, ele confirma suas
convicções evangélicas para saborear Deus na sua total pureza sem misturá-lo com os
consolos terrenos. Privado de tudo, de toda espécie de consolo material, humano ou
espiritual ele se une a Deus num amor verdadeiramente puro.
Frases de São João da Cruz
Não se contentar com o que diz o confessor é orgulho e falta de fé.”

“A mosca que pousa no mel não pode voar; a alma que fica presa ao sabor do
prazer, sente-se impedida em sua liberdade e contemplação.”

“O mais leve movimento de uma alma animada de puro amor é mais


proveitoso à Igreja do que todas as demais obras reunidas.”

“Por causa de prazeres passageiros, sofrem-se grandes tormentos eternos.”

“Meus são os Céus e minha é a Terra, meus são os homens, e os justos são
meus; e meus os pecadores. Os Anjos são meus, e a Mãe de Deus, todas as
coisas são minhas. O próprio Deus é meu e para mim, pois Cristo é meu e
tudo para mim.” (Sobre a Eucaristia)

“Não faça coisa alguma, nem diga palavra alguma que Cristo não faria ou não
diria se encontrasse as mesmas circunstâncias.”
Psicologia tomista

O objeto da psicologia tomista: a psicologia tomista


destina-se a estudar, sobretudo, a natureza da alma
humana; diferente da psicologia contemporânea,
especialmente a psicanálise, que se destina a estudar não a
natureza, mas os fenômenos psíquicos, como o
temperamento, as emoções, as funções e distúrbios
psicológicos do homem. Na psicologia tomista destacam-se
os estudos da definição, origem e natureza da alma. (b)
Definição de alma

No contexto tomista, define-se alma do


seguinte modo: “a alma é ato e perfeição do
corpo”; “a alma é o ato do corpo, porque a
alma separada não é vivente em ato”.
Origem da alma
Acerca de sua origem afirma que é herética a doutrina que estabelece que a
alma humana é induzida do sêmen. Daí que para Tomás ela não pode ser
produzida senão por criação.

Deus é o criador da alma, mas isso não significa que ela seja parte ou
induzida do ser de Deus. Assim, ainda que não seja necessária a criação da
alma se disposta a matéria, já que Deus pode não criá-la, mesmo que se
disponha a matéria, será condição para a infusão instantânea da alma no
corpo, a disposição simultânea do corpo. E é pautado nisso que aplicará a
teoria da animação simultânea na concepção dos demais homens. O
Aquinate estabelece, retomando a tese de Agostinho que a alma “Deus a
cria infundindo e a infunde criando no corpo”.
Natureza da alma
A alma humana é de natureza espiritual, isto é, não é
induzida ou tirada da matéria (traducianismo). A alma de
natureza espiritual, como a intelectiva, é superior em ser,
dignidade, nobreza e perfeição à alma de natureza corporal,
como a vegetativa e a sensitiva. Por isso, a alma de natureza
espiritual é imaterial, incorruptível e imortal. A alma humana
– que é simultaneamente sensitiva e nutritiva – é criada por
Deus no final do processo da geração humana, depois da
corrupção da última forma substancial pré-existente na
matéria do sêmen dos pais, que é a forma de corporeidade.
Ciclo da vida humana consciente
As potências humanas se conjugam entre si de modo a propiciar ao homem
os atos necessários à vida que lhe é própria, ou seja, racional e consciente de
si mesma. Cada potência tem, portanto, o seu papel peculiar. A doutrina
tomista projeta uma luz especialmente esclarecedora sobre o assunto, em
particular sobre aquelas que ela chama de potências apetitivas.

Para entender bem qual a sua natureza e o seu papel, convém recordar,
ainda que rapidamente, a noção de ciclo da vida consciente que se
depreende do ensinamento tomista. Sobre ele o Padre Robert Edward
Brennan, O. P. (1960), tece considerações que poderiam ser resumidas nos
seguintes termos:
Ciclo da vida humana consciente
O ser humano é levado pelas faculdades com que foi dotado a procurar,
primeiramente, conhecer a realidade que o rodeia. Conhecendo-a, propende para
aquilo que lhe parece conveniente. E propendendo, põe-se em ação de modo a
obter aquilo que desejou, ou a evitar o que rejeitou.

Na etapa inicial ele põe em movimento suas faculdades cognoscitivas (que tem
habilidade de conhecer). Seus sentidos presentativos, ou externos (visão, audição,
olfato, etc.), captam o objeto e o apresentam aos sentidos representativos, ou
internos (sentido comum, imaginação, memória e cogitativa). Estes últimos o
transformarão numa imagem, da qual o intelecto extrairá as singularidades para
formar uma idéia abstrata. Voltando à imagem mental, o intelecto considerará as
características peculiares do objeto, obtendo, dessa maneira, o conhecimento de
sua singularidade.
Ciclo da vida humana consciente
Na fase seguinte, suas potências apetitivas, tanto a natural quanto as
sensitivas e a racional, o levarão a desejar ou rejeitar o objeto, como
veremos mais detalhadamente logo adiante. E na que se lhe sucede, sua
potência locomotora o induzirá a mover-se e agir em coerência com seu
entendimento, seus apetites e sua vontade.
Esse encadeamento aparentemente complexo nada mais é do que o que
ocorre com cada um, a cada momento. Quando vemos, por exemplo, um
prato saboroso disposto para nossa refeição numa mesa, desejamo-lo
instintiva e racionalmente, movemo-nos até ele e comemo-lo. Nada mais
trivial.
Ciclo da vida humana consciente
O ciclo da vida consciente pode, portanto, ser esquematizado, com base em São Tomás:

- CONHECER
- Faculdades cognoscitivas:
- sentidos presentativos (ou externos)
- sentidos representativos (ou internos)
- conhecimento racional

- PROPENDER
- Faculdades apetitivas:
1) natural (comum a todos os seres vivos);
2) sensitiva (comum aos animais): apetite concupiscível e irascível;
3) intelectiva (comum aos Anjos e homens): decisões voluntárias que procedem do conhecimento
racional

- AGIR
Faculdade locomotora: ação, comportamento
Ciclo da vida humana consciente

As potências apetitivas, em seu conjunto, são as que proporcionam


ao homem a capacidade de amar ou odiar, desejar ou rejeitar, e
ter os demais movimentos conseqüentes. Elas se encaixam no ciclo
da vida humana como o elo entre as faculdades cognoscitivas e as
executivas. Têm, portanto, um papel fundamental. Sem elas, de
nada nos adiantaria conhecer a realidade, sua nocividade ou
conveniência para a vida. Permaneceríamos impávidos e inertes
como os minerais.
As potências da alma
Santo Tomás classifica as faculdades da alma segundo as três espécies de
“almas” (animae) ou, como também podem ser chamadas, os três gêneros
de vida. Há ainda outra classificação, que é segundo a distinção entre
conhecimento, apetite e movimento. Segundo esta última classificação,
haveria na alma cinco gêneros supremos de potências: as potências
vegetativas, as potências sensitivas, as potências intelectivas, as potências
apetitivas e as potências motoras (ou locomotoras).
Vegetativas: correspondem à “alma vegetativa” e são três:
a) a potência nutritiva, com a qual o vivente converte o alimento na própria
substância;
b) a potência aumentativa, com a qual adquire maior quantidade;
c) a potência geradora, com a qual produz outro vivente da mesma natureza;
Potências intelectivas
A palavra intelecto provém de intus legere, 'ler por dentro'; trata-se
de uma potência cognitiva da alma humana, por meio da qual a
alma conhece algo de si, algo do que lhe rodeia e algo do que lhe
transcende. O intelecto é a mais nobre potência da alma, mas não
a própria natureza da alma. Possui algumas características:

- Difere dos sentidos;


- Seu objeto é a verdade;
- Está ordenado ao inteligível;
Potências intelectivas
Ação própria do intelecto
- Conhecer a realidade e dela apreender a verdade;
- O seu conhecimento implica dupla dificuldade: uma da parte das
coisas e outra da parte de nosso intelecto;
- Para o seu conhecimento os homens se ajudam duplamente:
direta e indiretamente;
- O verdadeiro e o falso nas coisas não são senão afirmar e negar;
Potências intelectivas
Ação própria do intelecto
- Conhecer a realidade e dela apreender a verdade;
- Esta é a ação própria do intelecto;
- O conhecimento da verdade é por dupla via: por resolução e por
composição;
- O seu conhecimento implica dupla dificuldade: uma da parte das coisas
e outra da parte de nosso intelecto;
- Para o seu conhecimento os homens se ajudam duplamente: direta e
indiretamente;
- O verdadeiro e o falso nas coisas não são senão afirmar e negar ;
Potências intelectivas
A potência intelectiva possui duas potências – a razão,
que ordena à verdade, e a vontade, que é o apetite do
intelecto e se ordena ao bem.
Potências intelectivas
A razão é parte da potência intelectiva da alma humana responsável
pelo raciocinar, ou seja, ir de um objeto conhecido a outro; mas isso
não difere a razão do intelecto, senão por causa das funções e não
da natureza, pois uma coisa é o conhecer, que é simplesmente
apreender a verdade inteligível, e outra coisa é raciocinar, como foi
dito acima - a razão superior e a razão inferior - não são também
duas potências distintas da potência intelectiva, senão que são dois
nomes distintos dados a duas funções distintas de uma mesma
natureza: a razão superior é a sabedoria, conhecimento
conseqüente dos hábitos dos primeiros princípios indemonstráveis e a
razão inferior é a ciência, conseqüente da aplicação dos hábitos dos
primeiros princípios na demonstração das coisas temporais.
Potências apetitivas
Por potência apetitiva entende-se a inclinação
natural da alma racional, ou seja, da forma
humana para aquilo que lhe é natural, daí o
apetite natural.
Potências apetitivas
Potência sensitiva se divide em duas: - a concupiscível e a
irascível. A sensibilidade - não é apenas apetitiva, mas
também cognoscitiva (hábil no aprendizado), de qualquer
modo este é o nome do apetite sensitivo; a operação da
potência apetitiva sensitiva se dá por um movimento sensível,
causado pela apreensão sensível, como se atesta a seguir: a
visão é a sensibilidade que resulta da relação que há entre o
órgão sensorial - os olhos - e o objeto sensível, na apreensão
de sua forma sensível. Outro nome é o de sensação, que em
parte serve para nomear esta relação que acabamos de
mostrar.
Potências apetitivas
- Concupiscível - pela qual a alma humana é absolutamente inclinada, por
consequência da apreensão sensitiva, a buscar o que lhe convém na ordem
dos sentidos e a fugir do que pode prejudicar;

- Irascível - pela qual a alma humana resiste às causas de corrupção e aos


agentes contrários que põem obstáculo à aquisição do que convém.

É a razão que move e dirige o apetite sensitivo, portanto estas duas


potências sensitivas, o apetite sensitivo concupiscível e o apetite sensitivo
irascível, obedecem à razão, quanto ao mando e ato e submete-se à
vontade, quanto à execução sendo, portanto, desta maneira que elas
obedecem à razão.
Paixões da alma
As paixões são o movimento do apetite sensitivo concupiscível e
irascível, pela imaginação do bem ou do mal.

São Tomás baseia sua classificação na natureza do estímulo que dá


origem ao apetite, e no modo como reage o apetite face ao estímulo. O
Padre Brennan, mesclando a terminologia de autores modernos com a
tomista, apresenta o quadro que reproduzimos abaixo. Para distinguir,
colocamos entre parênteses a terminologia especificamente tomista, e
entre colchetes, algumas palavras de esclarecimento.
Paixões da alma
Reações Tranquilas (concupiscíveis):
Estímulo favorável bom:
1 - Amor: prazer produzido por objeto bom. favorável
2 - Desejo: inclinação afetiva ao bem. (bom)
3 - Alegria: posse afetiva do bem.

Estímulo desfavorável mau:


4 - Ódio: desprazer produzido por objeto mau. (concupiscíveis)
desfavorável
5 - Aversão: repulsão afetiva ao mal. (mau)
6 - Tristeza: posse afetiva do mal.
Paixões da alma
Reações de Emergência (irascíveis):

Estímulo favorável de difícil obtenção (bem árduo):


7 - Esperança: inclinação afetiva a um bem favorável de se obter [embora árduo].
8 - Desespero: inclinação afetiva a um bem (árduo) de difícil obtenção, considerado
inalcançável.

Estímulo desfavorável difícil de evitar (mal árduo):


9 - Audácia: consciência afetiva de um mal desfavorável [árduo, mas vencível] do qual se
pode fugir.
10 - Medo: consciência afetiva de um mal (mal árduo) [invencível] do qual não se pode
fugir.
11- Ira: posse afetiva do mal, difícil [de evitar] ou árduo.
Paixões da alma
Em outros termos, São Tomás apresenta os 11 tipos de paixão que os seres humanos são capazes
de apresentar como a resultante da interação de um determinado estímulo com o modo pelo qual
reage o apetite estimulado. Dessa forma, entre os atos do apetite concupiscível (que os modernos
chamariam de reações tranqüilas ou sentimentos) encontramos o amor, quando um estímulo
favorável produz no apetite concupiscível uma reação de prazer; o desejo, quando o mesmo tipo
de estímulo produz uma inclinação afetiva para o bem que lhe é apresentado; o ódio, quando um
estímulo desfavorável lhe provoca um desprazer, e assim por diante.

O mesmo sucede com os atos do apetite irascível, ou as reações de emergência, segundo certos
autores modernos (cf. BRENNAN, 1969). Assim, por exemplo, um estímulo favorável de difícil
obtenção poderá produzir a esperança, quando levasse o apetite irascível a uma inclinação afetiva
para este bem árduo. Já um estímulo desfavorável difícil de evitar poderia produzir o medo,
quando produzisse a emoção correspondente à consciência de um mal do qual não se pode fugir.
Paixões da alma
O Padre Brennan (1969) chama a atenção para o fato de que, segundo São Tomás, a cada paixão
corresponde uma antagônica (amor-ódio; desejo-aversão; esperança-desespero, etc.), exceto no
caso da cólera (ou ira), pois esta se originaria da posse afetiva de um mal árduo ou difícil de evitar,
e não existiria uma emoção específica oriunda da posse afetiva de um bem árduo, uma vez que a
posse do bem, seja árduo ou não, de si já provocaria a alegria, ou o gozo. Por essa razão, uma
pessoa que acaba de ser agredida fisicamente pode sentir cólera. Mas essa mesma pessoa sentirá
alegria ao ser aprovada num exame, tenha sido este difícil ou não. Embora a intensidade da alegria
possa ser maior ou menor, o gênero de emoção permanece o mesmo.

Outro ponto assinalado pelo Padre Brennan (1969) e digno de nota é que, segundo o Aquinate, não
há paixão na alma do homem que não esteja fundada em algum tipo de amor. Com efeito, São
Tomás mostra que a razão disso é que toda outra paixão ou implica num movimento em direção a
um objeto ou no descanso nele. E isto provém de certa conaturalidade ou proporção que pertence
à natureza do amor. Portanto, diz ele, é impossível que alguma outra paixão seja universalmente
causa de todo amor, podendo acontecer, contudo, que uma outra paixão seja causa de um
determinado amor, assim como um bem é causa de outro.
Paixões da alma
Em suma: O padrão de orientação da vontade
na escolha é a inteligência e não os instintos e
as paixões. Estando o homem pré-determinado
a escolher o que deseja enquanto desorientado
pelo instinto e pelas paixões, se torna mais
escravo da escolha pré-determinada. Torna-se
menos livre ao escolher.
Potências apetitivas
Apetite intelectivo: - a vontade - é um apetite superior ao apetite
sensitivo, não havendo nela nem concupiscível, nem irascível; é a
inclinação natural do intelecto para algo. A vontade não é uma
potência superior ao intelecto, pois o objeto próprio do intelecto é
mais nobre e está nele mesmo, como quando se diz que a
verdade e a falsidade a que consideram o intelecto estão na
mente, enquanto o objeto próprio da vontade está na coisa, como
quando se diz que o bem e o mal, a que tendem a vontade, estão
nas coisas. A vontade é inferior ao intelecto e, inclusive,
depende dos princípios do intelecto para executar a sua ação, mas
isso não significa que a vontade mesma não possa mover o
intelecto.
Potências apetitivas
livre arbítrio - é uma potência apetitiva-cognoscitiva que faculta o homem julgar os
objetos do apetite sensitivo (sensibilidade) e do apetite intelectivo (vontade),
segundo o que deles conhece, cujo julgamento não resulta de um instinto natural,
senão de certa comparação da razão frente à orientação de certas apreensões
sensíveis e inteligíveis; e é necessário que o homem julgue livremente, pois isso é
uma exigência natural do ser racional; o livre arbítrio não é senão a própria potência
apetitiva do intelecto, pois assim como o intelecto está para a razão, tratando-se da
apreensão intelectiva, da mesma maneira, tratando-se do apetite intelectivo, a
vontade está para o livre-arbítrio, que nada mais é do que a potência de escolha.
Assim, o intelecto tem por um lado a potência de raciocinar (razão), enquanto vai de
um conhecimento a outro e, por outro lado, tem a potência de querer (vontade),
enquanto isso é um simples desejo e tem a potência de eleger (liberdade), enquanto
deseja alguma coisa por causa de outra que se quer conseguir.
Resumo das potências
A intelectiva possui duas potências – a razão, que ordena à verdade, e a vontade, que é o apetite do
intelecto e se ordena ao bem. A sensitiva também possui duas potências – a concupiscível, que move a
alma para a busca de bens sensíveis e evita os males sensíveis, e a irascível, que move a alma para a busca
de bens sensíveis difíceis e evita os males sensíveis difíceis de evitar. A potência sensitiva age mediante os
órgãos dos sentidos. A potência intelectiva, inclusive e sobretudo a vontade (apetite do intelecto) utiliza a
potência sensitiva como ferramenta do seu operar. Com os movimentos do apetite sensitivo, que são as
paixões da alma, sobretudo a consolação, a potência intelectiva passa a operar. A inteligência (razão)
discernindo e julgando (livre arbítrio), e a vontade (apetite intelectivo) buscando ou evitando um
determinado bem temporal, natural, sensível, moral, sobrenatural ou espiritual. Mas cabe ressaltar que
quando falamos de apetite na doutrina são-joanina estamos falando do “conjunto apetitivo” do ser
humano (alma e corpo), tão bem elucidado por Santo Tomás. Resumindo, os apetites sensitivos e as
paixões, sobretudo a consolação, ativam o apetite intelectivo, a vontade, da potência intelectiva, após
passar pelo crivo do intelecto, da razão, também da potência intelectiva da alma humana. Daí podermos
dizer que, quando São João da Cruz fala de apetite refere-se à atividade racional e voluntária (com o
concurso da alma e suas potências e do corpo e seus sentidos) de desejar e de buscar possuir
desordenadamente (inerente à natureza humana decaída pelo Pecado Original) algum bem temporal,
natural, sensível, moral, sobrenatural ou espiritual.
A vida interior
No dia do nosso Batismo, Jesus nasceu, verdadeiramente,
dentro de nós, “o Reino de Deus está no meio (dentro) de
vós” (Lc. 17, 21). Para encontrarmos Jesus, o Verbo, a
Palavra, o Reino de Deus dentro de nós, no nosso íntimo,
no nosso interior, precisamos iniciar um belo e profundo
caminho de interiorização, renúncia e santificação. Nosso
Mestre São João da Cruz aponta o sentido que deve tomar
a nossa caminhada rumo ao encontro com o Verbo, o
Espírito Santo, a Santíssima Trindade, em nosso interior.
A vida interior
As virtudes teologais, Fé, Esperança e Caridade, com o nosso “fiat”
(faça-se), purificam e possuem, plenamente, as faculdades de
nossa alma. A Fé purifica a nossa inteligência, a Esperança purifica
a memória e a Caridade purifica a nossa vontade. Sendo a Vontade
aquela que dá o sim, o “fiat”, ao Amor de Deus, é esta que
devemos, mortificar, deixar ser mortificada pela Graça e direcionar
para Deus que está dentro de nós, usando-a para fechar as
“janelas da alma” (os sentidos) renunciando, corajosamente, à
paixão do gozo desordenado posto nos bens (nas coisas e nas
criaturas) em geral.
A vida interior
As virtudes teologais, Fé, Esperança e Caridade, com o nosso “fiat”
(faça-se), purificam e possuem, plenamente, as faculdades de
nossa alma. A Fé purifica a nossa inteligência, a Esperança purifica
a memória e a Caridade purifica a nossa vontade. Sendo a Vontade
aquela que dá o sim, o “fiat”, ao Amor de Deus, é esta que
devemos, mortificar, deixar ser mortificada pela Graça e direcionar
para Deus que está dentro de nós, usando-a para fechar as
“janelas da alma” (os sentidos) renunciando, corajosamente, à
paixão do gozo desordenado posto nos bens (nas coisas e nas
criaturas) em geral.
A vida interior
Bens temporais - riquezas, posições, ofícios e outras honras exteriores; casamentos, parentes,
filhos etc;
Bens naturais - beleza, graça, boa aparência e todos os outros dotes corporais; também quanto à
alma: o bom entendimento, a discrição, e todas as demais qualidades pertencentes à razão;
Bens sensíveis - tudo o que cai sob o domínio da visão, audição, olfato, paladar e tato, e que
serve para formar os raciocínios interiores imaginários; em uma palavra, tudo o que pertence aos
sentidos corporais interiores e exteriores;
Bens morais - as virtudes morais e os hábitos resultantes de seus atos, o exercício das obras de
misericórdia, a observância das leis divinas e humanas; em resumo, tudo o que, ordinariamente,
ocupa a atividade de um caráter inclinado à virtude;
Bens sobrenaturais - as graças e os dons concedidos pelo Senhor, superiores à habilidade e
poder natural, chamados gratia gratis datae ‑ dons gratuitos);
Bens espirituais - todos aqueles cuja moção nos ajuda e dirige às coisas divinas, ou favorecem o
trato da alma com Deus e as comunicações de Deus à alma.
A vida interior
A vida interior consiste, então, em entrar em nós mesmos pela mortificação dos
sentidos e das faculdades da alma, através da vida de oração interior-contemplativa,
com a finalidade de encontrarmos, no centro de nosso ser, o Reino de Deus, Jesus
Cristo, o Amado de nossas almas. Foi o que Santo Agostinho descobriu, dizendo que
o Amado de sua alma, que ele buscava fora dela, na verdade estava dentro de seu
ser, no âmago de sua alma.

Pela renúncia aos prazeres, à satisfação dos apetites sensitivos (a sensibilidade), aos
nossos pensamentos e vontades próprios, alheios aos de Deus, deixemos o Deus-
Amor possuir-nos plenamente, pois Ele quer dirigir, governar, amorosa e
suavemente, a nossa vida, a nossa alma, o nosso ser, para que da união com Ele,
ainda aqui na terra, que se dá no íntimo de nosso ser, transborde uma torrente de
amor para o mundo exterior a regar, abundantemente, as nossas relações familiares,
sociais e caritativas.
A vida interior
O Reino de Deus, aqui na terra, começa dentro de nós, na nossa individualidade, e
continua fora de nós, transbordando no coletivo humano, no estabelecimento de
um convívio fraterno, humano, ceio de Paz, Amor e Alegria, na Comunidade-Família
humana.

Para melhor entendimento da doutrina de São João da Cruz é recomendável um


conhecimento prévio da doutrina filosófica e teológica (Antropologia e Psicologia)
de Santo Agostinho e de Santo Tomás. De Santo Agostinho também, pois Santo
Tomás possui fontes para a sua Antropologia (que engloba a Psicologia), a saber:
Sagrada Escritura, Aristóteles, Santo Agostinho e Santo Alberto Magno. As doutrinas
antropológicas de Santo Agostinho, no que se referem à natureza espiritual da alma,
são fundamentais para a estruturação dos argumentos tomistas.
A vida interior
A expressão apetite aparece na terminologia são-joanina sem explicação de
seu significado exato. Segundo o “Dicionário São-Joanino” (São João da Cruz.
Obras Completas de São João da Cruz, p. 1147), apetite é: “palavra
usadíssima em todos os escritos de São João da Cruz, de difícil tradução e
que obscurece o sentido do texto. Em São João da Cruz os apetites podem
ser naturais e podem ser também vícios. Geralmente são manifestações
negativas enraizadas no mais íntimo da alma. São tendências naturais da
afetividade, com a participação da vontade e formam uma categoria moral
negativa mais que psicológica (cfr. Salvador, F. R.). A diferença entre o
significado de apetite em São João da Cruz e na moderna Psicologia está
nisto: na Psicologia, os apetites não têm responsabilidade moral, são
movimentos primeiros; em São João há responsabilidade.
A substância da oração perfeita
Para Santa Teresa a oração – e a oração contemplativa – não consiste “em pensar muito, mas em amar
muito”. Podemos dizer que para Santa Teresa a substância da verdadeira oração é o amor. E como se
adquire este amor? “Determinando-se a agir e a padecer, e fazê-lo quando se oferecer a ocasião” (F 5,3).

Desta forma a oração conduz à perfeição, à santidade de vida, que não consiste senão na plena
conformidade de amor com a vontade de Deus e a plena conformidade a Ele. Já de seguida, vamos ver
qual o meio para esta conformidade de amor. Para Santa Teresa todo o caminho da oração e todo o
edifício espiritual assenta no amor, na caridade. Santa Teresa compreende profundamente o preceito do
amor a Deus e ao próximo. Repete este preceito ao longo de todos os seus escritos, e esta formulação do
preceito da caridade sintetiza-o admiravelmente nas Moradas: “A perfeição verdadeira é amor de Deus e
do próximo, e com quanto mais perfeição guardarmos estes dois mandamentos, mais perfeitas seremos”
(M I, 2,17). E ainda: “Aqui só estas duas coisas nos pede o Senhor: amor de Sua Majestade e do próximo, é
o que devemos trabalhar. Guardando-as com perfeição, fazemos a Sua vontade, e assim estaremos unidas
com Ele” (M V, 3,7). Para ela, a união com Deus caracteriza-se pelo cumprimento da vontade de Deus e
este cumprimento da vontade de Deus, traduz-se para a Santa em serviço de amor ao próximo.
A substância da oração perfeita
E continua a dar-nos critérios mais precisos: “O sinal mais certo que
há, a meu parecer, para ver se guardamos estas duas coisas (amor à
Majestade Divina e ao próximo), é guardar bem a do amor ao
próximo; porque, se amamos a Deus não se pode saber, embora
haja grandes indícios para entender que O amamos, mas o amor do
próximo, sim. E estai certas que, quanto mais neste vos virdes
aproveitadas, mais o estais no amor de Deus; porque é tão grande o
que Sua Majestade nos tem, que em paga do que temos ao
próximo, fará crescer o que temos a Sua Majestade por mil
maneiras. Disto não posso eu duvidar” (M V, 3,8).
Mística e ascese
A via mística inicia-se no homem com a noite do espírito, onde do escuro do espírito só se
contempla a luz do Espírito Santo. O ápice da mística consiste na contemplação, pelo auxílio
da graça infusa. Embora o Espírito possa causar esta iluminação de ordem sobrenatural sem
supor a prévia purificação do espírito, ordinariamente aquela se segue a esta, pois, como já se
disse, assim como o corpo naturalmente ordena-se à alma, a ascética naturalmente orienta-se
para a mística. Por isso, a graça supõe o exercício pleno da natureza humana, sobretudo da
razão e das faculdades que lhe são subordinadas.

A mística assegura-se basicamente pela contemplação, fundamento da união mística com o


Amor1. Enfim, a mística é a docilidade da alma ao Espírito Santo, por meio da qual se obtém a
contemplação, que se dá mediante a infusão de graças e dons que revelam à alma os
mistérios da fé, estabelecendo-lhe, por uma via unitiva, sua união com Deus, a partir da qual
podem lhe advir, ainda que não necessariamente, outras graças extraordinárias, como as
visões e revelações que, às vezes, acompanham a contemplação infusa.
Mística e ascese
Difere da ascética? Três são os graus de intensidade com que a caridade se estabelece na alma humana:
principiante, proficiente e perfeita. Aqueles três graus da caridade constituem as três idades da vida interior do
espírito. Eles estão correlacionados às duas vias de perfeição: a via ascética, de purificação e aperfeiçoamento,
a qual pertencem os principiantes e os proficientes, e a via mística, de contemplação e união com a caridade
divina, a qual pertencem os perfeitos. Estas duas vias são os acessos comuns à perfeição da vida espiritual.

A ascese é assegurada fundamentalmente pela abstinência, fundamento de muitas outras virtudes: jejum,
castidade, penitência, mortificação, abstendo-se até das coisas místicas lícitas para entregar-se mais livremente
ao serviço de Deus. Enfim, a ascese é a prática de purificação da alma, mediante a renúncia dos bens
exteriores. Isso não seria possível sem a disciplina do corpo, com relação aos prazeres. Esta reta ordenação da
alma pelo corpo ao verdadeiro bem se dá porque a inteligência iluminada pela graça discerne a verdade e
influencia a vontade fortalecendo-a quanto ao fim a ser almejado, ao mesmo tempo em que evita o mal e
orienta e corrige os exageros das paixões. Como se trata de um gradativo crescimento espiritual, aqueles que
possuem o grau principiante da caridade, se enquadram na via ascética, onde procuram a purificação, progridem
na caridade e demais virtudes, culminando com o recebimento de outros dons.

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