La Sagesse Jesus Cristo Nunca Existiu
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Sobre a obra:
A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para
uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de
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É expressamente proibida e totalmente repudíavel a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo
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Autor: La Sagesse
A presen
presente obra contém uma cópia
cópia autên
autêntica
tica do original
original de La
La Sagesse,
Sagesse, onde
onde
nada foi omitido ou acrescentado.
Maria Ribeiro
Prólogo
Homem ateu é assim chamado aquele que não crê em Deus. Emologicamente, “Theos”,
do grego, significa Deus. Anexando-se o prefixo “a”, o qual indica ausência ou negação,
teremos ateu, isto é, sem Deus. No mundo moderno onde vivemos, no qual impera a
razão, a lógica e o conhecimento cienfico, não nos é mais possível estabelecer diferença
essencial entre ateus ou crentes.
Os que acreditam em um Deus materializável, prosternando-se e orando diante de seus
altares, em seus templos, são também verdadeiros ateus. Apenas deste fato não se dão
conta. A seguir tentaremos explicar o nosso ponto de vista. O homem primivo,
senndo-se indefeso diante do mundo hosl que o rodeia e que desconhece, a tudo
teme. Apavoram-no os fenômenos da natureza, tais como as tempestades, os trovões, os
relâmpagos e tantos outros os quais julga serem a manifestação digna de um Ser
Supremo, muito poderoso e desconhecido. Então, na sua impotência para controlar a
natureza, e não encontrando explicações razoáveis para os acontecimentos, volta-se o
nosso homem para aquele Ser Poderoso que imagina comandar o mundo. Submisso e
suplicante, implora-lhe perdão pelas faltas comedas, simula preces e oferece-lhe
sacricios. Com isso, supõe aplacar a ira dos deuses e ganhar-lhes sua benevolência para
dias vindouros, Está, assim, lançada a semente da religião que no decorrer do tempo irá
ganhando novas formas e sofrerá modificações, de acordo com o próprio homem, suas
necessidades e aspirações.
Então perguntaremos, diante de que ou de quem ajoelha-se o homem? Diante de Deus
Não. Por incrível que pareça, o homem ajoelha-se, ainda hoje, diante do altar rúsco,
erguido pelo temor do homem primivo casgado pelas forças adversas da natureza, e
impotente para contê-las. Não é lógico que o homem que evoluiu conseguindo
maravilhas, obtendo os meios necessários para definir e mesmo refrear os furores da
natureza, paradoxalmente connue pracando os cultos de desagravo, criados pelos
amedrontados ancestrais.
Concluímos do que acima foi dito que os religiosos de qualquer espécie são ateus,
porquanto, de acordo com a própria emologia da palavra ateu, connuam sem Deus.
Isto é verdadeiro, porquanto, não é possível a ninguém ter algo inexistente, no caso o
Ser Poderoso, Deus ou deuses, conforme prefiram. À medida que o homem foi
evoluindo, promoveu sua organização social, inclusive a religiosa. E o homem
permaneceu contrito, ajoelhado diante de Deus e do sacerdote. Aos poucos, vai a
religião tornando-se um ómo e cômodo meio de vida para a minoria privilegiada
composta pelos sacerdotes, verdadeiro comércio com o qual o povo tem sido espoliado
através dos tempos.
Surgiram deuses e religiões idealizadas pelos espertos, a fim de sasfazer a todos os
gostos e tendências. Até o século IX, os estudiosos do assunto já haviam catalogado
nada menos de 60 mil deuses, sob as mais variadas formas, desde a de animal, semi-
animal, até angir o aspecto integral do corpo humano. Criaram deuses como Baco, o
reger a cada ato da vida, foram criados deuses especiais; inclusive para cada fenômeno
da natureza.
Apesar do fervor com o qual os deuses têm sido incensados através dos tempos, jamais
se conseguiu provar que a fé a eles devotada tenha melhorado a sorte do homem e do
mundo. Por isso somos levados a crer que todos aqueles que têm adorado aos deuses
têm perdido o seu precioso tempo. O homem, com o poder de sua inteligência e
imaginação, vai aos poucos adquirindo e sistemazando os seus conhecimentos,
tornando-os cultura e ciência. Gradavamente vai levantando o véu do mistério que lhe
obscurecera a razão. A explicação dos fatos fundamentada na ciência liberta-o dos
temores.
O conhecimento cienfico, alijando as trevas da ignorância, leva-nos a compreender que
os milhares de deuses dos quais temos do conhecimento são produtos de mentes
férteis e pretensiosas, como a do clero e outros interessados em lucros fáceis. A total
ausência de uma intervenção direta de Deus nos desnos do homem e do mundo é
prova de que o clero conduz o homem por caminho errado. Valendo-se da boa fé do
povo incauto é que o clero, em todos os tempos, tem desenvolvido sua avidade
parasitária, chorando tanto quanto possível a economia humana. Assim, pode desfrutar
de boa vida, luxo e palácios, pracamente sem trabalhar, com o dinheiro que o homem
religioso passa-lhe às mãos, julgando assim comprar sua entrada no céu.
O sacerdote é sempre categórico em suas afirmações diante do crente, mostrando-se,
contudo, recente e cauteloso em face do conhecimento cienfico do homem de saber
aprimorado. A este falará sobre tudo, mas evitará abordar o que se refere a Deus,
religião ou teologia. Tendo ultrapassado a época do medo, a raça humana não se
libertou totalmente do senmento religioso, porquanto, existem os que se valem do
nome de Deus e das religiões para viverem ociosamente, desfrutando de boa posição e
respeito, sem, contudo, dar aos homens qualquer contribuição que lhes aproveite para
sua felicidade e bem estar. Apenas a promessa de uma boa vida futura, após a morte.
Todavia, até esta ser-lhe-á garanda apenas com a condição de suportar,
pacientemente, muitos sofrimentos em sua passagem pela terra. Ora, são promessas vãs
e menrosas. Será que o sacerdote daria para alguém o Reino dos Céus, se dele
dispusesse? Tudo nos leva a crer que não.
Não acreditamos que as religiões possam desaparecer tão cedo da face da Terra, apesar
do aprimoramento, sempre em expansão, do conhecimento cienfico. As religiões não
morrem, modificam-se. Desde os primórdios da humanidade, o aparecimento sempre de
novos deuses e modalidades de culto jusficam tal afirmava. Em vista de tantas e tais
modificações, é que chegamos à era do advento de Cristo e do crisanismo, religião esta
abraçada por boa parte da população do mundo atual, em suas variadas ramificações.
E qual o fundamento sobre o qual foi criada a religião cristã? Nada tem de posivo,
palpável ou verdadeiro. É apenas uma lenda o nascimento de Jesus, como toda a vida e
os atos a ele imputados. Aqueles que criaram o crisanismo sequer primaram pela
originalidade, porquanto, a lenda que envolve a personalidade de Jesus Cristo é apenas
criados pelos antigos, tais como Ísis, Osíris, Hórus Átis. Apolo, Mitra, etc.
O homem do nosso século tem, forçosamente, de ser práco. Daí, não poderá
fundamentar os atos de sua vida em lendas ou mitos. As lendas possuem,
evidentemente, um grande valor, fazem parte do folclore dos povos, influindo na
formação de suas culturas. Entretanto, o seu valor cultural não deve ultrapassar o limite
lógico e aceitável.
I – Jesus Cristo Nunca Existiu
Os pesquisadores que se dedicaram ao estudo das origens do crisanismo sabem que,
desde o Século II de nossa era, tem sido posta em dúvida a existência de Cristo. Muito
até mesmo entre os cristãos procuram provas históricas e materiais para fundamentar
sua crença. Infelizmente, para eles e sua fé, tal fundamento jamais foi conseguido,
porquanto, a história cienficamente elaborada denota que a existência de Jesus é real
apenas nos escritos e testemunhas daqueles que veram interesse religioso e material
em prová-la.
Desse modo, a existência, a vida e a obra de Jesus carecem de provas indiscuveis. Nem
mesmo os Evangelhos constuem documento irretorquível. As bibliotecas e museus
guardam escritos e documentos de autores que teriam sido contemporâneos de Jesus, os
quais não fazem qualquer referência ao mesmo. Por outro lado, a ciência histórica tem-
se recusado a dar crédito aos documentos oferecidos pela Igreja, com intenção de
provar-lhe a existência sica. Ocorre que tais documentos, originariamente, não
mencionavam sequer o nome de Jesus; todavia, foram falsificados, rasurados e
adulterados visando suprir a ausência de documentação verdadeira.
Por outro lado, muito do que foi escrito para provar a inexistência de Jesus Cristo foi
destruído pela Igreja, defensivamente. Assim é que, por falta de documentos verdadeiros
e indiscuveis, a existência de Jesus tem sido posta em dúvida desde os primeiros
séculos desta era, apesar de ter a Igreja tentado destruir a tudo e a todos os que veram
coragem ousaram contestar os seus pontos de vista, os seus dogmas.
Por tudo isso é que o Papa Pio XII, em 955, falando para um Congresso Internacional d
História em Roma, disse: “Para os cristãos, o problema da existência de Jesus Crist
concerne à fé, e não à história”.
Emílio Bossi, em seu livro intulado “Jesus Cristo Nunca Exisu”, compara Jesus Cristo a
Sócrates, que igualmente nada deixou escrito. No entanto, faz ver que Sócrates só
ensinou o que é natural e racional, ao passo que Jesus ter-se-ia apenas preocupado com
o sobrenatural. Sócrates teve como discípulos pessoas naturais, de existência
comprovada, cujos escritos, produção cultural e filosófica passaram à história como
Platão, Xenófanes, Euclides, Esquino, Fédon. Enquanto isso, Jesus teria por discípulo
alguns homens analfabetos como ele próprio tê-lo-ia sido, os quais apenas reperiam os
velhos conceitos e preconceitos talmúdicos.
Sócrates, que viveu 5 séculos antes de Cristo e nada escreveu, jamais teve sua existência
posta em dúvida. Jesus Cristo, que teria vivido tanto tempo depois, mesmo nada tendo
escrito, poderia apesar disso ter deixado provas de sua existência. Todavia, nada tem
sido encontrado que mereça fé. Seus discípulos nada escreveram. Os historiadores não
lhe fizeram qualquer alusão.
Além disso, sabemos que, desde o Século II, os judeus ortodoxos e muitos homens culto
começaram a contestar a veracidade de existência de tal ser, sob qualquer aspecto,
humano ou divino. Estavam, assim, os homens divididos em duas posições: a dos que,
e matavam impiedosamente aos pardários da posição contrária, ou seja, àqueles cultos
e audaciosos que tiveram a coragem de contestá-los.
O imenso poder do Vacano tornou a libertação do homem da tutela religiosa dicil e
lenta. O liberalismo que surgiu nos úlmos séculos contribuiu para que homens cultos e
desejosos de esclarecer a verdade tentassem, com bastante êxito, mostrar a misficação
que tem sido a base de todas as religiões, inclusive do crisanismo. Surgiram também
alguns escritos elucidavos, que por sorte haviam escapado à caça e à queima em praça
pública. Fatos e descobertas desta natureza contribuíram decisivamente para que o
mundo de hoje tenha uma concepção cienfica e práca de tudo que o rodeia, bem
como de si próprio, de sua vida, direitos e obrigações.
A sociedade atualmente pode estabelecer os seus padrões de vida e moral, e os seus
membros podem observá-los e respeitá-los por si mesmos, pelo respeito ao próximo e
não pelo temor que lhes incute a religião. Contudo, é lamentavelmente certo que muitos
ainda se conservam subjugados pelo espírito de religiosidade, presos a tabus caducos e
inaceitáveis.
Jesus Cristo foi apenas uma endade ideal, criada para fazer cumprir as escrituras,
visando dar seqüência ao judaísmo em face da diáspora, destruição do templo e de
Jerusalém. Teria sido um arranjo feito em defesa do judaísmo que então morria,
surgindo uma nova crença. Ulmamente, têm-se evidenciado as adulterações e
falsificações documentárias pracadas pela Igreja, com o intuito de provar a existência
real de Cristo. Modernos métodos como, por exemplo, o método comparavo de Hegel,
a grafotécnica e muitos outros, denunciaram a má fé dos que implantaram o cristianismo
sobre falsas bases com uma doutrina tomada por emprésmos de outros mais vivos e
inteligentes do que eles, assim como denunciaram os meios fraudulentos de que se
valeram para provar a existência do inexistente.
É de se supor que, após a fuga da Ásia Central, com o tempo os judeus foram
abandonando o velho espírito semita, para irem-se adaptando às crenças religiosas dos
diversos povos que já viviam na Ásia Menor. Após haverem passado por longo período
de caveiro no Egito, e, posteriormente, por duas vezes na Babilônia, não estranhamos
que tenham introduzido no seu judaísmo primivo as bases das crenças dos povos com
os quais conviveram. Sendo um dos povos mais atrasados de então, e na qualidade de
cavos, por onde passaram, salvo exceções, sua convivência e ligações seria sempre com
a gente inculta, primária e humilde. Assim é que, em vez de aprenderem ciências como
astronomia, matemáca, sua impressionante legislação, aprenderam as supersções do
homem inculto e vulgar.
Quando cavos na Babilônia, os sacerdotes judeus que constuíram a nata, o escol do
seu meio social, nas horas vagas, iriam copiando o folclore e tudo o que achassem de
mais interessante em matéria de costumes e crenças religiosas, do que resultaria mais
tarde compendiarem tudo em um só livro, o qual recebeu o nome de Talmud, o livro do
saber, do conhecimento, da aprendizagem. Por uma série de circunstâncias, o judeu foi
deixando, aos poucos, a avidade de pastor, agricultor e mesmo de arfice, passando a
A avidade comercial do judeu teve início quando levados cavos para a Babilônia, por
Nabucodonosor, e intensificou-se com o decorrer do tempo, e ainda mais com a
perseguição que lhe moveria o próprio crisanismo, a parr do século IV. Daí em diante,
a preocupação principal do povo judeu foi exnguir de seu meio o analfabesmo,
visando com isso o êxito de seus negócios. Deve-se a este fato ter sido o judeu o
primeiro povo no meio do qual não haveria nenhum analfabeto. Destarte, chegando a
Roma e a Alexandria, encontrariam ali apenas a práca de uma religião de tradição oral,
portanto, terreno propício para a introdução de novas supersções religiosas. Dessa
conjuntura é que nasceu o crisanismo, o máximo de misficação religiosa de que se
mostrou capaz a mente humana.
O judeu da diáspora conseguiu o seu objevo. Com sua grande habilidade, em pouco
tempo o crisanismo caiu no gosto popular, penetrando na casa do escravo e de seu
senhor, invadindo inclusive os palácios imperiais. Crestus, o Messias dos essênios, pelo
qual parece terem optado os judeus para a criação do crisanismo, daria origem ao
nome de Cristo, cristão e crisanismo. Os essênios haviam-se estabelecido numa
instuição comunal, em que os bens pessoais eram repardos igualmente para todos e
as necessidades de cada um tornavam-se responsabilidade de todos.
Tal ideal de vida conquistaria, como realmente aconteceu, ao escravo, a plebe, enfim, a
gente humilde. Daí, a expansão do crisanismo que, nada tendo de concreto, posivo e
provável, assumiu as proporções de que todos temos conhecimento. Não tendo ficado
restrita à classe inculta e pobre, como seria de se pensar, começou a ganhar adeptos
entre os aristocratas e bem-nascidos.
De tudo o que dissemos, depreende-se que o crisanismo foi uma religião criada pelos
judeus, antes de tudo como meio de sobrevivência e enriquecimento. Tudo foi feito e
organizado de modo a que o homem se tornasse um instrumento dócil e fácil de
manejar, pelas mãos hábeis daqueles aos quais aproveita a religião como fonte de
rendimentos.
Métodos modernos como, por exemplo, o método comparavo de Hegel, a grafotécnica,
o uso dos isótopos radioavos e radiocarbônicos, denunciaram a má fé daqueles que
implantaram o crisanismo, falsificando escritos e documentos na vã tentava de provar
o que lhe era proveitoso. Por meios escusos tais como os citados, a Igreja tornou-se a
potência financeira em que hoje se constui. Finalmente, desde o momento em que
surgiu a religião, com ela veio o sacerdote que é uma constante em todos os cultos,
ainda que recebam nomes diversos. A figura do sacerdote encarregado do culto divino
tem do sempre a preocupação primordial de atemorizar o espírito dos povos,
apresentando-lhes um Deus onipotente, onipresente e, sobretudo, vingavo, que a uns
premia com o paraíso e a outros casga com o inferno de fogo eterno, conforme sejam
boas ou más suas ações.
No crisanismo, encontraremos sempre o sacerdote afirmando ter o homem uma alma
imortal, a qual responderá após a morte do corpo, diante de Deus, pelas ações
pracadas em vida. Como se tudo não bastasse, o paraíso, o purgatório dos católicos e o
os homens ao nascer, trazem-no consigo.
Ora, ninguém jamais foi consultado a respeito de seu desejo ou não de nascer. Assim
sendo, como atribuir culpa de qualquer natureza a quem não teve a oportunidade de
manifestar vontade própria. Quanta injusça! Condenar inocentes por antecipação. O
próprio Deus e o próprio Cristo revoltar-se-iam por certo ante tão injusta legislação, se
os próprios existissem.
II – As Provas e as Contra Provas
A Igreja serviu-se de farta documentação, conforme já mencionamos anteriormente, com
intenção de provar a existência de Cristo. No entanto, a história ignora-o
completamente. Quanto aos autores profanos que pretensamente teriam escrito a seu
respeito, foram nesta parte falsificados. Por outro lado, documentos históricos
demonstram sua inexistência. As provas históricas merecem nosso crédito, porque
pertencem à categoria dos fatos certos e posivos, e constuem testemunhos concretos
e válidos de escritores de determinadas escolas.
A interpretação da Bíblia e da mitologia comparada não resiste a uma confrontação com
a história. Flávio Josefo, Justo de Tiberíades, Filon de Alexandria, Tácito, Suetônio
Plínio, o Jovem, teriam feito em seus escritos, referências a Jesus Cristo. Todavia, tai
escritos após serem submedos a exames grafotécnicos, revelaram-se adulterados no
todo ou em parte, para não se falar dos que foram totalmente destruídos. Além disso, as
referências feitas a Crestus, Cristo ou Jesus, não são feitas exatamente a respeito d
Cristo dos Cristãos. Seria mesmo dicil estabelecer qual o Cristo seguido pelos cristãos
visto que esse era um nome comum na Galiléia e Judéia.
Segundo Tácito, judeus e egípcios foram expulsos de Roma por formarem uma só e
mísca supersção cristã. As expulsões ocorreram duas vezes no tempo de Augusto e a
terceira vez no governo de Tibério, no ano 19 desta era. Tais expulsões desmentem a
existência de Jesus, porquanto, ocorreram quando ainda o nome de cristão aplicava-se a
superstição judaico-egípcia, a qual se confundiu com o cristianismo.
Filon de Alexandria, apesar de ter contribuído poderosamente para a formação do
crisanismo, seu testemunho é totalmente contrário à existência de Cristo. Filon havia
escrito um tratado sobre o Bom Deus – Serapis –, tratado este que foi destruído. O
evangelhos cristãos a ele muito se assemelham, e os falsificadores não hesitaram em
atribuir as referências como sendo feitas a Cristo.
Os historiadores mostram que essa religião nasceu em Alexandria, e não em Roma ou
Jerusalém. Fazem ver que ela nasceu das idéias de Filon que, platonizando e helenizando
o judaísmo, escreveu boa parte do Apocalipse. A mesma transformação que o
crisanismo dera ao judaísmo ao introduzir-lhe o paganismo e a idolatria, Filon
imprimira a essa crença, até então apenas terapeuta, dando-lhe feição grega, de cunho
platônico.
Embora tenha sido de certo modo o precursor do crisanismo, não deixou a menor
prova de ter tomado conhecimento da existência de Jesus Cristo, o mago rabi, e isto é
lógico porque o cristianismo só iria ser elaborado muito depois de sua morte.
Bastaria o silêncio de Filon para provar estarmos diante de uma nova criação mitológica,
de cunho metasico. Entretanto, escrevendo como cristão, os lançadores do crisanismo
louvaram-se nas suas idéias e escritos. Tivesse Jesus realmente exisdo, jamais Filon
deixaria de falar em seu nome, descreveria certamente sua vida miraculosa. Filon relata
os principais acontecimentos de seu tempo, do judaísmo e de outras crenças, não
Procurador da Judéia, mas não se refere ao julgamento de Jesus a que ele teria
presidido.
Fala igualmente dos essênios e de sua doutrina comuna dizendo tratar-se de uma seita
judia, com mosteiro à margem do Jordão, perto de Jerusalém. Quando no reinado d
Calígula esteve em Roma defendendo os judeus, relata diversos acontecimentos da
Palesna, mas não menciona nada a respeito de Jesus, seus feitos ou sua sorte e
destino.
Filon, que foi um dos judeus mais ilustres de seu tempo, e sempre esteve em dia com os
acontecimentos, jamais omiria qualquer nocia acerca de Jesus, cuja existência, se
fosse verdadeira, teria abalado o mundo de então. Impossível admir-se tal hipótese,
portanto.
Por isso é que M. Dide fez ver que, diante do silêncio de homens extraordinários como
Filon, os acontecimentos narrados pelos evangelistas não passam de pura fantasia
religiosa. Seu silêncio é a sentença de morte da existência de Jesus.
O mesmo silêncio se estende aos apóstolos, assinala Emílio Bossi. Evidencia que tud
quanto está condo nos Evangelhos refere-se a personalidades irreais, ideais,
sobrenaturais de inexistentes taumaturgos. O silêncio de Filon e de outros se estende
não apenas a Jesus, mas também aos seus pretensos apóstolos, a José, a Maria, seu
filhos e toda a sua família.
Flávio Josefo, tendo nascido no ano 37, e escrevendo até 93 sobre judaísmo, crisanismo
terapeuta, messias e Cristos, nada disse a respeito de Jesus Cristo. Justo de Tiberíades
igualmente não fala em Jesus Cristo, conquanto houvesse escrito uma história dos
judeus, indo de Moisés ao ano 50. Ernest Renan, em sua obra “Vie de Jesus”, apesar d
ter tentado biografar Jesus, reconhece o pesado silêncio que fizeram cair sobre o
pretenso herói do cristianismo.
Os Gregos, os romanos e os hindus dos séculos I e II jamais ouviram falar na existênci
sica de Jesus Cristo. Nenhum dos historiadores ou escritores, judeus ou romanos, o
quais viveram ao tempo em que pretensamente teria vivido Jesus, ocupou-se dele
expressamente. Nenhum dedicou-lhe atenção. Todos foram omissos quanto a qualquer
movimento religioso ocorrido na Judéia, chefiado por Jesus.
A história não só contesta a tudo o que vem nos Evangelhos, como prova que os
documentos em que a Igreja se baseou para formar o crisanismo foram todos
inventados ou falsificados no todo ou parte, para esse fim. A Igreja sempre dispôs de
uma equipe de falsários, os quais dedicaram-se afanosamente a adulterar e falsificar os
documentos antigos com o fim de pô-los de acordo com os seus cânones.
O piedoso e culto bispo de Cesaréia, Eusébio, como muitos outros tonsurados,
receberam ordens papais para realizar modificações em importantes papéis da época,
adulterando-os e emendando-os segundo suas conveniências. Graças a esses criminosos
arranjos, a Igreja terminaria autencando impunemente sua novela religiosa sobre Jesus
Cristo, sua família, seus discípulos e o seu tempo.
Conan Doyle imortalizou o seu personagem, Sherlock Holmes, assim como Goethe ao se
Muitos outros escritores imortalizaram-se também através de suas obras, contudo,
sempre ficou patente serem elas pura ficção, sem qualquer elo que as ligue com a vida
real. Produzem um trabalho honesto e honrado aqueles que assim procedem, ao
contrário daqueles que deturpam os trabalhos assinados por eminentes escritores, com
o objevo premeditado de iludir a boa fé do próximo. E procedimento que, além de
criminoso, revela a incapacidade intelectual daqueles que precisam se valer de tais
meios para alcançar seus escusos objetivos.
Berson, citado por Jean Guion em “Jesus”, disse que a inigualável humildade de Jesus
dispensaria a historicidade; entretanto, erigiu os Evangelhos como documento
indiscuvel como prova, o que a ciência histórica de hoje rejeita. Só depois de muito
entrado em anos é que se tornaria indiferente para com a pirracenta crença religiosa dos
seus antepassados, como aconteceu com mentes excepcionalmente cultas, tornadas
ilustres pelo saber e pelo conhecimento e não apenas pelo dinheiro.
Diante da história, do conhecimento racional e cienfico que presidem aos atos da vida
humana, muitos já se convenceram da primária e irreal origem do crisanismo, o qual
nada mais é do que uma síntese do judaísmo com o paganismo e a idolatria greco-
romana do século I.
Graças ao trabalho de notáveis mestre de Filosofia e Teologia da Escola de Tübíngen, na
Alemanha, ficou provado que os Evangelhos e mesmo toda a Bíblia não possuem valor
histórico, pondo-se em dúvida conseqüentemente tudo quanto a Igreja impôs como
verdade sobre Jesus Cristo. Tudo o que consta dos Evangelhos e do Novo Testamento
são apenas arranjos, adaptações e ficções, como o próprio Jesus Cristo o foi.
Através da pesquisa histórica e de exames grafotécnicos ficou evidenciado que os
escritos acima referidos são apócrifos. De sorte que, não servindo como documentos
autêncos, devem ser rejeitados pela ciência. Jean Guion diz que o problema de Jesus
varia e acordo com o ângulo sob o qual seja examinado: histórico, filosófico ou teológico.
A história exige provas reais, segundo as quais se evidenciem os movimentos da pessoa
ou do herói no palco da vida humana, pracando todos os atos a ela concernentes, em
todos os seus altos e baixos. Pierre Couchoud, igualmente citado por Guion, sendo
médico e filósofo, considerou Jesus como tendo sido “a maior existência que já houve, o
maior habitante da terra”, entretanto, acrescentou: “não exisu no sendo histórico da
palavra: não nasceu. Não sofreu sob Pôncio Pilatos, sendo tu do uma fabulação mítica”.
A passagem de Jesus pela terra seria o milagre dos milagres: “o connente, embora fosse
o menor, convera o conteúdo, que era o maior!” A Filosofia quer fatos para examinar e
explicar à luz da razão, generalizando-o. No que se refere à existência de Jesus, é patente
a impossibilidade de generalização, porquanto, na qualidade de mito, como os milhares
que o antecederam, sua personalidade é apenas ficcia, por conseguinte, nenhum
material pode oferecer à Filosofia para ser sistematizado, aprofundado ou explicado.
No tocante à Teologia, cabe-lhe apenas a parte doutrinária acerca das coisas divinas. A
ela, interessa apenas incur nas mentes os seus princípios, sem, contudo, procurar neles
o que possa exisr de concreto, o que inclusive seria contrário aos interesses materiais,
irracionais os dogmas da Igreja, lembrando ainda que ela era um dos mais fortes pilares
do feudalismo escravocrata.
Voltaire mostrou as coincidências entre o Evangelho de João e os escritos de Filon,
lembrando ter sido ele um filósofo grego de ascendência judia, cujo pai, um outro judeu
culto, teria sido contemporâneo de Jesus, se ele vesse realmente exisdo. A filosofia
religiosa de Filon era a mesma do crisanismo, tanto que inicialmente foi cogitada sua
inclusão entre os fundadores da nova crença. Contudo, após exame rigoroso de sua
obra, foram encontradas idéias opostas aos interesses materiais dos lideres cristãos da
época.
Devemos aos Enciclopedistas, bem como a Voltaire, o incenvo para que muitos
pensadores futuros pudessem desenvolver um trabalho livre, na pesquisa da verdade. As
convicções de Voltaire são o fruto de profundo estudo das obras de Filon. Os
racionalistas, posteriormente, servindo-se de seus escritos, concluíram que a Igreja criou
seus dogmas de acordo com a lenda e o mito, impondo-os a ferro e fogo.
Bauer, aplicando os princípios hegelianos na Universidade de Tübingen, concluiu que os
Evangelhos haviam sido escritos sob a influência judia, de acordo com seu gosto.
Posteriormente, interesses materiais e polícos movaram alterações nos mesmos. Em
vista de tais interesses é que Pedro, o pregador do crisanismo nascente, que era pró-
judeu, teve de ser substuído por Paulo, favorável aos romanos. E Marcião teria sido o
autor dos escritos atribuídos ao inexistente Paulo.
O mérito da Escola de Tübingen consiste em haver provado que os Evangelhos são
apócrifos, e assim não servem como documento aceitável pela história. Levando ao
conhecimento do mundo livre que os fundamentos do crisanismo são misficações
puras, os mestres da referida Escola abalaram os alicerces de uma empresa, que há
séculos explora a humanidade crente, vendendo o nome de Deus a grosso e a varejo.
Tudo nos leva a crer que, no futuro, o conhecimento cienfico exigirá bases sólidas para
todas as coisas, quando então as religiões não mais prevalecerão, porquanto, não
poderão contribuir para a ciência ou para a história, com qualquer argumento sólido e
fiel.
Ademais, não nos parece lógico que o homem atual, o qual já angiu um tão elevado
nível de desenvolvimento, o que se verifica em todos os setores do conhecimento, tais
como cienfico, tecnológico e filosófico, permaneça preso a crenças em deuses
inexistentes, em mitos e tabus.
Diz-se que a Bíblia, o livro sagrado dos cristãos, do qual se valem eles para provar a
existência de seu Deus e Jesus Cristo, seu filho unigênito, foi escrito sob a inspiraçã
divina. O Próprio Deus tê-lo-ia escrito, através de homens inspirados por ele, claro.
doutrina cristã ensina que Deus, além de onipotente, é onipresente e onisciente. Sendo
dotado de tais atributos – onisciência e onipresença –, seria de se esperar que Deus, ao
ditar aos homens inspirados o que deveriam escrever, não se restringisse apenas ao
relato das coisas, fatos ou lugares então conhecidos pelos homens.
Sendo onipresente, deveria estar no universo inteiro. Conhecê-lo e levá-lo ao
todos conheciam ou sabiam exisr. Sendo onisciente, deveria saber de todas s coisas de
modo certo, correto, exato, e assim inspirar ou ensinar.
Todavia, aconteceu justamente o contrário. A Bíblia, escrita por homens inspirados por
Deus onipresente e onisciente, está repleta de erros, os mais vulgares e incoerentes,
revelando total ignorância acerca da verdade e de tudo mais.
Vejamos apenas um exemplo. Diz a Bíblia que o sol, a lua e as estrelas foram criadas em
função da terra: para iluminá-la. Seria o centro do universo, então, o que é totalmente
falso. Hoje, ou melhor, há muito tempo, todos sabemos que a terra é apenas um grão de
areia perdido na imensidão do universo, sendo mesmo uma das menores porções que o
compõe, inclusive dentro do sistema solar de que faz parte.
Como teria Josué feito parar o sol, a fim de prolongar o dia e ganhar sua batalha contra
os canamitas, sem acarretar uma catástrofe? Decididamente, quem escreveu tais
absurdos, sendo homem, sujeito a falhas e erros, é perdoável. Entretanto, sendo um
Deus onipresente e onisciente, ou por sua inspiração, é inconcebível. E mais inconcebível
ainda é que o homem moderno permaneça escravo desta ou de qualquer outra religião.
Dispondo de modernos meios de difusão e divulgação da cultura, o homem não pode
ignorar o quanto é falsa a doutrina cristã, além de absurda, o mesmo estendendo-se a
qualquer outra forma de culto ou religião. Como entender que sendo Deus onipresente
e onisciente, não saberia que todos os corpos do universo possuem movimento, e que
este os mantém dentro de sua órbita, sem atropelos ou abalroamento?
Quando Jeová resolveu disciplinar o comportamento dos hebreus, marcou encontro com
Moisés, no Monte Sinai, para lhe entregar as tábuas da lei. Fato idênco acontecera
muito antes, quando Hamurabi teria recebido das mãos do deus Schamash a legislação
dos babilônios no século XVII a.C.. A mesma foi encontrada em Susa, uma das grande
metrópoles do então poderoso império babilônio, encontrando-se atualmente guardada
no Museu do Louvre, em Paris.
No que concerne aos Evangelhos, foram escritos em número de 315, copiando-se sempre
uns aos outros. No Concílio de Nicéia, tal número foi reduzido para 40, e destes foram
sorteados os 4 que até hoje estão vigorando.
A. Laterre, entre outros escritores, assinala ter sido o Evangelho de Marcos o mai
ango, e haver servido de paradigma para os outros, os quais não guardaram sequer
fidelidade ao original, dando margem a choques e entrechoques de doutrina.
Após o Evangelho de Marcos, começaram a surgir os demais que, alcançando elevado
número, foram reduzidos. A escolha não visou os melhores, o que seria lógico, mas
baseou-se tão-somente no presgio políco dos bispos das regiões onde haviam sido
compostos.
A. Laterre patenteou igualmente, em “Jesus e sua doutrina”, que a lenda composta pelos
fundadores do crisanismo, para ser admida pelos homens como verdade, fora copiada
de fontes mitológicas muito anteriores ao próprio judaísmo, remontando aos angos
deuses hindus, persas ou chineses.
No século II, quando começou a aparecer a biografia de Jesus, havia apenas o interess
século IV, tendo verificado que suas legiões haviam-se tornado recentes no
cumprimento de suas ordens contra os cristãos, resolveu mudar de táca e aderir ao
crisanismo. Percebendo que os bispos de Alexandria, Jerusalém, Edessa e Roma nham
a força necessária para fazer-lhe oposição, senu-se na conngência de ceder
policamente, com o objevo de conseguir obediência total e unificar o império. De
sorte que sua adesão ou conversão ao crisanismo não se baseou em uma convicção
intima, espiritual, porém, resultou de conveniências políticas.
Embora não crendo na religião cristã, percebeu que a cruz dar-lhe-ia a força que lhe
faltava para tornar-se o imperador único e obedecido cegamente. Daí a história do
sonho que vera antes de uma batalha, segundo o qual vira a cruz desenhada no céu e
estas palavras escritas abaixo: “in hoc signo vincis”, com este sinal, vencerás. Não era
cristão verdadeiro, apenas fingia sê-lo para conseguir os seus objetivos.
Dujardin conta-nos que o crisanismo só surgiu a parr do ano 30, graças a um rito em
que se via a morte e a ressurreição de Jesus, o qual seria uma divindade pré-cristã. Nesta
seita, os seus adeptos denominavam-se apóstolos, significando missionários, os que
traziam uma mensagem nova. Os apóstolos desse Jesus juravam terem-no visto, após sua
morte, ressuscitar e ascender ao céu. Entretanto, não era este o Jesus dos cristãos.
O Padre Aífred Loisy, diante do enorme descrédito que o mito do crisanismo vinha
sofrendo nos meios cultos de Paris, resolveu pesquisar-lhe as origens, visando assim
desfazer as objeções apresentadas de modo seguro e bem fundamentado. Buscava a
verdade para mostrá-la aos demais. Entretanto, ao fazer seus estudos, o Padre Lois
constatou que realmente a críca havia se baseado em fatos incontestáveis. Por uma
questão de honra, não poderia ocultar o resultado de suas pesquisas, publicando-o logo
em seguida. Sendo tal resultado contrário fundamentalmente aos cânones da Igreja, foi
expulso de sua cátedra de Filosofia, na Universidade de Paris, e excomungado pelo Papa,
em 1908.
O Pe. Loisy havia concluído que os documentos nos quais a Igreja firmara-se para
organizar sua doutrina provieram do ritual essênio. Jesus C risto não vera vida sica. Era
apenas o reaproveitamento da lenda essênia do Crestus, o seu Messias. Verificou-se
também que as Paulinianas, de origem insegura, haviam sido refundidas em vários
pontos fundamentais e por diversas vezes, antes de serem incluídas definivamente nos
Evangelhos. Do mesmo modo chegou à conclusão de que os Evangelhos não poderiam
servir de base para a história, nem para provar a vida de Jesus, dada a sua
inautenticidade.
Por sorte sua, já não mais exisa a Santa Inquisição; do contrário, o sábio Padre Lois
teria sido queimado vivo. Os documentos relavos ao governo de Pilatos, na Judéia,
nada relatam a respeito de alguém que, se intulando de Jesus Cristo, o Messias ou o
enviado de Deus, tenha sido preso, condenado e crucificado com assenmento ou
mesmo contra sua vontade, conforme narram os evangelhos. Não tomou conhecimento
jamais de que um homem excepcional pracasse coisas maravilhosas e sobrenaturais,
ressuscitando mortos e curando doentes ao simples toque de suas mãos, ou com uma
Se Pôncio Pilatos, cuja existência é real e historicamente provável, que estava no centro
dos acontecimentos da época como governador da Judéia, ignorou completamente a
existência tumultuada de Jesus, é que de fato ele não exisu. Alguém que, pelos atos
que lhe são atribuídos, chega mesmo ao cúmulo de ser aclamado “Rei dos Judeus” por
uma muldão exaltada, como ele o foi, não poderia passar despercebido pelo
governador da região.
O imperador Tibério, inclusive, jamais soube de tais ocorrências na Judéia. Estranho qu
ninguém o informasse de que um povo, que estava sob o seu domínio, aclamava um
novo rei. Ilógico. A ele, Tibério, é que caberia nomear um rei, governador ou procurador.
Prosper Alfaric, em L’Ecole de la Raison, assinala as invencíveis dificuldades d
crisanismo em conciliar a fé com a razão. Por isso, a nova crença teve de apoderar-se
das lendas e crenças dos deuses solares, tais como Osíris, Mitra, Ísis, Ás e Hórus,
quando da elaboração de sua doutrina. Expôs, igualmente, que os documentos
descobertos em Coumrã, em 1947, eram o elo que faltava para patentear que Cristo é o
Crestus dos essênios, uma outra seita judia.
O crisanismo nada mais é, então, do que o sincresmo das diversas seitas judias,
misturadas às crenças e religiões dos deuses solares, por serem as religiões que vinham
predominando há séculos. A palavra “evangelho” em grego significa “boa nova”, já figura
na Odisséia de Homero, Século XII, a.C.. Foi depois encontrada também numa inscriçã
em Priene, na Jônia, numa frase comemorava e de endeusamento de Augusto, no seu
aniversário, significando a “boa nova” no trono. E isto ocorreu muito antes de
idealizarem Jesus Cristo.
Conforme já mencionamos anteriormente, no inicio do crisanismo, os evangelhos eram
em número de 315, sendo posteriormente reduzidos para 4, no Concílio de Nicéia. Tal
número indica perfeitamente as várias formas de interpretação local das crenças
religiosas da orla mediterrânea acerca da idéia messiânica lançada pelos sacerdotes
judeus. Sem dúvida, este fato deve ter levado Irineu a escrever o seguinte: “Há apenas
Evangelhos, nem mais um, nem menos um, e que só pessoas de espírito leviano, os
ignorantes e os insolentes é que andam falseando a verdade”. A verdade da Igreja,
dizemos nós.
Havia, então, os Evangelhos dos naziazenos, dos judeus, dos egípcios, dos ebionistas, o
de Pedro, o de Barnabé, entre outros, os quais foram queimados, restando apenas os 4
sorteados e oficializados no Concílio de Nicéia. Celso, erudito romano, contemporâne
de Irineu, entre os anos 170 e 180, disse: “Certos fiéis modificaram o primeiro texto dos
Evangelhos, três, quatro e mais vezes, para poder assim subtrai-los às refutações”.
Foi necessária uma cuidadosa triagem de todos eles, visando rerar as divergências mais
acentuadas, sendo adotada a de Hesíquies, de Alexandria; e de Pânfilo, de Cesaréía e a
de Luciano, de Anóquia. Mesmo assim, só na de Luciano existem 3500 passagen
redigidas diferentemente. Disso resulta que, mesmo para os Padres da Igreja, os
Evangelhos não são fonte segura e original.
Os Evangelhos que trazem a palavra “segundo”, que em grego é “cata”, não vieram
porque os documentos mais angos não fazem referência à vida terrena de Jesus. Nos
Evangelhos, as contradições são encontradas com muita freqüência. Em Marcos, por
exemplo, em 1:1-17: “a linhagem de Jesus vem de Abraão, em 42 gerações”; ao passo que
em Lucas 2:23-28 lê-se que proviera diretamente de Adão e Eva, sendo que de Abraão a
Jesus teriam havido 43 gerações.
Eusébio, comentando o assunto e não sabendo como dirimir a questão, disse: “Seja lá o
que for, só o Evangelho anuncia a verdade”.(?) Tais divergências, entretanto, parecem
indicar que os Evangelhos não se desnavam inicialmente à posteridade, visando tão-
somente a catequese imediata de povos isolados uns dos outros. Os escritos desnados
a um povo dificilmente seriam conhecidos dos outros.
O Evangelho de Mateus teria sido desnado aos judeus, arranjado para agradá-los. Por
isso, não fala nos vacínios nem no Messias. Por isso ainda é que puseram na boca de
Jesus as palavras seguintes: “Não vim para abolir as leis dos profetas, mas sim para
cumpri-las”. Tudo indica ter sido feito em Alexandria, porquanto, o original em hebraico
jamais exisu. Baur provou, entretanto, que as Epístolas são anteriores aos Evangelhos e
o Apocalipse, o mais ango de todos, do ano 68. Todos os escritos do crisanismo desse
tempo falam apenas no Logos, o Cordeiro Pascoal, imolado desde o princípio dos
tempos, referindo-se à personalidade ideal de Jesus Cristo.
Jusno, filósofo e apologista cristão, escrevendo em torno do ano 150, não emprega a
palavra Evangelho nem uma vez. Isto mostra que ele, ainda nessa época, ignorava-a, não
tendo conhecimento de sua existência. Justino ignorava igualmente as paulinianas, Paulo
e os Atos dos apóstolos, o que prova que foram inventados posteriormente.
Marcião, no ano de 140, trouxe as Epístolas a Roma, as quais não foram inicialmente
consideradas merecedoras de fé. Sofreu rigorosa triagem, sendo cortada muita coisa que
não convinha à Igreja. Marcião fora contemporâneo de Jusno. As Epístolas trazidas po
ele eram endereçadas aos Romanos, aos Gálatas e aos Corínos. Apresentavam Jesu
como um Deus encarnado. Teria nascido de uma mulher e sofrera o marrio para
resgatar os pecados da humanidade, isto é, dos ocidentais, porque os orientais não
tomaram conhecimento da personalidade de Jesus, seus milagres e sua pregação e do
seu romance religioso.
Engels constatou que as Epístolas são 60 anos mais novas do que o Apocalipse. E, ainda
os cristãos contrários ao bispo de Roma rejeitaram-nas durante séculos. Foi o que se deu
com os ebionitas e os severianos, conforme Eusébio escreveu e Jusno confirmou. O
Apocalipse fala em um cordeiro com sete cornos e sete olhos, o qual foi imolado desde a
fundação do mundo (13-8). O Apocalipse foi composto apenas em 68, sendo o mais
antigo de todos os escritos cristãos.
Lutero e Swinglio disseram que o Apocalipse foi incluído nos Evangelhos por engano,
tendo a Igreja de inventar, por isso, a ordem cronológica dos seus livros. Hoje se pode
provar que o Apocalipse surgiu entre os anos 68 e 70; os Evangelhos, no século II, e o
Atos dos Apóstolos são os mais recentes de todos. Eusébio em sua “História
Eclesiásca”, 4-23, diz: “Compus as Epistolas conforme a vontade do irmão: mas os
acrescentando outras”.
Irineu, ao mesmo tempo, ordenava ao copista: “Confronta toda cópia com este original
ulizado por , e corrige-a cuidadosamente”. Não te esqueças de reproduzir em tua
cópia o pedido que te faço. Essas citações servem para medirmos que po de sandade
havia entre os bispos e seus calígrafos, na arte eusebiana de eméritos falsificadores de
documentos importantes.
Com isto, deram autencidade a todas as invencionices do crisanismo e legimaram
sua liderança na posse material do que pertencia aos outros. Irineu ainda registrou o
seguinte: “Ouvi dizer que não acreditam esteja isto nos Evangelhos, se não se encontrar
nos arquivos”. Ao que Eusébio respondera: “É preciso demonstrá-lo”.
Uma excelente prova da existência de Jesus seria uma comunicação feita por Pilatos a
seu respeito. Entretanto, tal documento não existe. Jusno, instado pelos falsificadores,
referiu-se a Jesus, contudo, dada a sua honradez pessoal, no caso do seu escrito ser
autênco, fê-lo de modo inseguro e hesitante. Tertuliano, que é mais seguro do que ele,
afirmou que esse valioso documento deverá ser encontrado nos arquivos imperiais.
Contudo, a Igreja apesar de haver se apoderado de Roma a parr do século IV, não teve
a coragem de apresentar essa indispensável jóia documentária, a qual de certo seria
refutada pela ciência e pelo conhecimento.
Mesmo assim, a parr do século IV, essa prova espúria foi produzida; contudo, a Igreja
não teve a petulância de submetê-la à grafotécnica. Daniel Rops, embora fosse um
apaixonado cristão, reconheceu a veracidade dessa falsificação dizendo que: “a que
arranjaram era uma carta enviada a Cláudio, que reinou de 41 a 44, e não a Tibério, sob
cujo governo Pilatos fora Procurador da Judéia”.
No Apocalipse João, escreveu: “Se alguém acrescentar alguma coisa nisto, Deus casgar
com as penas descritas neste livro; se alguém cortar qualquer coisa, Deus cortará sua
parte na árvore da vida e na cidade santa descrita neste livro”. Ai está mais uma prova
de como as falsificações eram usuais na fase da Igreja nascente. O mais interessante é
essa gente falar em Deus, como se fosse coisa cuja existência já vesse sido provada, não
se justificando mais que o conhecimento e a razão estudassem as bases dessa existência.
Os padres mostravam-se estar de tal modo familiarizados com Deus e sua vontade que
por isso achavam certo e justo julgar e queimar vivos a todos os que deles discordassem.
Entretanto, embora dessem a impressão de estar em contato com Deus, usavam de
processos criminosos, dos quais todos os ociosos usam para sacar contra o seu meio
social. Assim é que hoje se pode provar que o crisanismo foi construído sobre um
terreno atapetado de mentiras, falsificações e mistificações.
O Novo Testamento atualmente oficializado é cópia de um texto grego do século IV. É
exatamente o sinóco descoberto em 1859, em um convento do Monte Sinai, onde vem
informada a origem grega. Os originais do mesmo estão guardados nos museus do
Vacano e de Londres. Foram publicados com as devidas corrigendas, feitas por
Hesíquios, de Alexandria.
Um papiro encontrado no Egito, em 1931, apresenta-nos uma ordem cronológica
aceitáveis são as do século II em diante, provindas de Jusno, Taciano, Atenágoras,
Irineu e outros, os quais são considerados os verdadeiros criadores do cristianismo.
Taciano foi o “bem amado” discípulo de Jusno. Ele, entretanto, omite a genealogia de
Jesus, dizendo apenas que ele descendia de reis judeus, de modo muito vago, divergindo
assim da orientação oficializada. Irineu foi que sistemazou o crisanismo. Foi ele a
fonte em que Eusébio inspirou-se. Por isso é que daí em diante seria obrigatória a
confrontação entre os dois textos. O bispo de Cesaréia fora encarregado pelo todo
poderoso bispo de Roma de falsificar tudo quanto prejudicasse os interesses materiais
da Igreja de então. De modo que, por onde passou a mão de Eusébio, foi tud
conspurcado criminosamente contra a verdade.
Eusébio foi realmente um bispo que cria apaixonadamente na divindade de Jesus Cristo,
contudo, já conhecia o poder que possuía o bispo de Roma. Graças a Eusébio e outros
iguais a ele, tornou-se uma temeridade descrer-se na verdade oficializada pela Igreja.
Após tantas falsificações, todos ficaram realmente inseguros quanto à verdadeira origem
do cristianismo, tal a tumultuação impressa por Eusébio.
Tertuliano e Clemente de Alexandria lutaram um pouco para sanar essas fontes,
anulando boa parte do que restara das criminosas unhas de Eusébio. Jacob Buckhardt,
examinando essa documentação, concluiu que o Novo Testamento merece confiança.
Em Coumrã, em 1947, como á vimos, foram encontrados documentos com escrita em
hebraico e não em grego, falando em Crestus não em Cristo. Ali, Habacuc refere-se
perseguição sofrida por essa seita judia, assim como a morte de Crestus, igualmente
traído por Judas, um sacerdote dissidente. A Igreja, ao ter conhecimento da existência d
tais documentos, pretendeu informar que Crestus era o Cristo de sua criação, contudo,
verificou-se que eles datavam de pelo menos um século antes do lançamento do
romance do Gólgota. Além disso, connham revelações contrárias aos interesses da
Igreja. Eles relatam as lutas de morte em que viviam as diversas seitas do judaísmo.
A Didaquê não pôde entrar nos Evangelhos, devendo silenciar completamente a respeito
da pretensa passagem de Jesus pela terra. De qualquer forma, a lenda que exisa em
torno no nome de Crestus foi aproveitada na época porque, sendo uma seita comunista,
suas pregações iriam servir para atrair ao crisanismo a atenção dos escravos, em luta
contra os seus senhores, a eterna luta do pobre contra o rico.
Escavações feitas em Jerusalém desenterraram velhos cemitérios, onde foram
encontradas muitas cruzes do século I e mesmo anteriores. Todavia, apesar de já ser
usada nessa época, só a parr do século IV é que a Igreja iria oficializá-la como seu
emblema. Levantamentos arqueológicos posteriores provariam que a cruz já era um
piedoso emblema usado desde há milênios.
Orígenes, polemizando contra Celso, um dos mais cultos escritores romanos de seu
tempo, e que mais combateram as bases falsas da Igreja e de Jesus Cristo, acusa Flávi
Josefo por não haver admido a existência de Jesus. Flávio não poderia referir-se a Jesus
nem ao crisanismo porque ambos foram arranjados depois de sua morte. Assim, os
livros de Flávio que falam de Jesus foram compostos, ou melhor, falsificados muito
pelos mestres da Escola de Tübingen.
Sêneca, que foi preceptor de Nero, suicidando-se para não ser assassinado por ele, já
pensava mais ou menos como os cristãos. Do que se conclui que as idéias de que se
serviu o crisanismo para se fundamentar são emprestadas das lendas que giravam em
torno de outros Cristos Messias, assim como de outros cultos. Nada tendo, portanto, d
original. Sêneca acreditava em um Deus único e imaterializável.
Por tudo isso, vemos que os líderes do crisanismo nada mais fizeram do que se
apropriar das idéias já existentes. Apenas veram o cuidado de promover as
modificações necessárias, com vistas a melhor consecução dos seus objevos materiais.
Sêneca, embora não fazendo em seus escritos qualquer alusão à existência de Jesus
Cristo, teve muitos de seus escritos aproveitados pelo cristianismo nascente.
Em Tácito, escritor do século II, encontram-se referências a respeito de Jesus e seu
adeptos. Contudo, exames grafotécnicos demonstraram que tais referências são falsas, e
resultam de visível adulteração dos seus escritos. Suetônio, que exisu quando Jesus
teria vivido, escreveu a “História dos Doze Césares”, relatando os fatos de seu tempo.
Referindo-se aos judeus e sua religião, apenas falou em “distúrbios de judeus exaltados
em torno de Crestus”. Por aí se vê que ele não se referia aos cristãos, porquanto, eles
sempre se mostraram humildes e obedientes à ordem constuída, evidentemente a fim
de passar, tanto quanto possível, despercebidos. Desse modo, iriam solapando o poder
imperial, manhosamente, como realmente aconteceu.
Suetônio escreveu ainda que haviam supliciado alguns cristãos que eram gente que se
dedicava demasiado a tolas supersções, orientadas por uma idéia malfazeja. Disse mais
que Nero vera de mandar expulsar os judeus de Roma, porque eles estavam sempre se
sublevando, insgados por Crestus. Os cristãos estavam sempre organizados de modo a
atrair aos escravos, sem, contudo, desagradar às autoridades. Assim sendo, jamais
provocariam tumultos. Os cristãos aos quais Suetônio refere-se poderiam ser os zilotas,
os essênios ou os terapeutas, mas nunca os cristãos de Jesus Cristo, porquanto,
conforme já dissemos acima, os cristãos eram ensinados a não provocar desordens.
Plínio, o Jovem, viveu entre os anos 62 e 113, tendo sido subpretor da Binia. Na carta
enviada ao imperador, perguntava como agir em relação aos cristãos, ao que Trajano
teria respondido que agisse apenas contra os que não renegassem à nova fé. Entretanto,
não ficou evidenciado a quais cristãos, exatamente, eram feitas as referências: se aos
crestãos ou aos cristãos. De qualquer forma, a carta em questão, após ser submeda a
exames grafotécnicos e métodos rádio-carbônicos, revelou haver sido falsificada.
Jusniano, Imperador romano, mandou queimar os escritos de Porrio, através de um
edito, em 448, alegando que: “impelido pela loucura, escrevera contra a santa fé cristã”.
Vespasiano, ao morrer, disse: “Que desgraça! Acreditei que me havia tornado um deus
imortal!”. Suas palavras jusficam-se pela credulidade supersciosa. Parndo do
preceito ensinado pelos judeus, aliás, um falso preceito, de que Cristo havia subido ao
céu com corpo e alma, não seria de estranhar que os imperadores pretendessem tornar-
se deuses, a fim de escapar ao inapelável destino dos que nascem: a morte.
Império romano, embora em declínio, ainda dominava uma porção de províncias
afastadas de Roma. O homem espoliado pela força bruta, unificada em torno das
regiões, senndo não ser possível contar com a jusça humana, passa a esperar pela
justiça dos deuses. Mas, mesmo assim, teriam de apelar para os deuses dos pobres e não
dos ricos, privilegiados e poderosos.
Conta a lenda que Osíris, o deus solar dos egípcios, foi morto por seu irmão Seth, o qual
dividiu o corpo em 14 pedaços e os espalhou pelo mundo afora. Ísis, sua esposa e irmã,
saiu em busca dos pedaços, levando seu filho Hórus ao colo. Todos os anos o povo fazia
a festa de Ísis, relembrando o acontecimento. Havendo conseguido juntar todas a partes
do corpo, Osíris ressuscitou, passando a ser incensado como o deus da morte e da
sombra. Fora uma ressurreição conseguida pelo amor da esposa. Ísis separou a terra do
céu, traçou a órbita dos astros, criou a navegação e destruiu todos os ranos.
Comandava os rios, as vagas e os ventos. Seu culto assemelhava-se muito ao de Astartê,
de Adônis e de Ás, religiões muito aparentadas entre si, dominando toda a orla do
Mediterrâneo. Seu culto era uma reminiscência do culto de Tamus, um deus babilônio,
cuja doutrina ensinava que os deuses nasciam e renasciam, ressuscitando-se.
O judaísmo e, mais tarde, o crisanismo, beberam dessas fontes grande parte da sua
liturgia. No crisanismo, encontramos Ísis representada pela Virgem Maria e Hóru
transformado em Jesus Cristo. Maria e Jesus, fugindo de Herodes e indo para o Egito, é
mesma lenda de Ísis e Hórus, fugindo de Seth.
O Deus-Homem que morria e ressuscitava já era uma velha “crença religiosa” naqueles
tempos. O crisanismo apenas deu novos nomes e novas roupagens aos deuses de
velhas crenças. A revelação de Deus aos homens é outra lenda cuja origem perde-se na
noite dos tempos. Muitos séculos antes do surgimento do judaísmo, Zoroastro ou
Zaratrusta havia criado uma religião, segundo a qual havia uma eterna luta entre o bem
e o mal. Aura Mazzda ou Ormuzd, o deus do fogo e da luz, representava o bem em luta
contra Angra Maniú ou Iarina, o deus das trevas. Nessa luta, Ormuzd foi auxiliado po
seu filho Mitra, o espírito do bem e da jusça, mediador entre Ormuzd e os homens.
Ormuzd mandou seu filho à terra, o qual nasceu de uma virgem pura e bela, que o
concebeu através de um raio de sol. Morreu e ressuscitou em seguida.
Essa religião foi levada para Sicília pelos marinheiros persas, nos úlmos séculos da era
passada.
Inventando o crisanismo, os judeus nada mais fizeram do que sincrezar o judaísmo
ortodoxo com a religião de Mitra, sem esquecer de Osíris e Ás, cujas religiões eram
também muito aceitas em Roma e Alexandria. Vesgios do mitraísmo foram encontrados
em escavações recentes, feitas em Ósa, os quais datam do século I. O mitraísmo era
pracado em catacumbas, em grutas e em subterrâneos. O crisanismo copiou-lhe a
práca. Daí porque disseram ter Jesus nascido em uma gruta e, nos primeiros tempos, o
cristianismo foi praticado em catacumbas.
Assim sendo, os cristãos foram para as catacumbas, não fugindo das autoridades
imperiais, mas tão-somente para observar o ritual mitraico. Os mitraicos também davam
no judaísmo. Em ambos, havia o rito do pão e do vinho.
Mitra, o Sol Invictos, era festejado em dezembro, como Jesus. Outras aproximações entr
o culto de Mitra e o de Jesus, no crisanismo: o uso da cruz do Sol Radiante, a cruz d
Sol Invictus a qual expandia raios; o uso da pia basmal com a água benta, as refeições
comunais, a desnação do domingo para o descanso em homenagem ao Senhor; a águia
e o touro do ritual mitraico foram tomados para símbolos dos evangelistas Marcos e
Lucas. Angos quadros e painéis trazem a figura dos evangelistas com a cabeça desses
animais.
Do judaísmo, copiaram a crença da imortalidade da alma, a vida no além, o Inferno, o
diabo, a ressurreição, o dia do juízo; prácas e crenças igualmente existentes no
mitraísmo. Graças a esses espertos arranjos, durante muito tempo, o crente freqüentou
indiferentemente o templo cristão, de Mitra ou de Ísis, crendo estar na Igreja anga,
onde iam consultar o oráculo.
Por isso, Teofilo, em Alexandria, mandou construir um templo cristão ao lado de um
templo de Ísis, onde se anunciava o oráculo quando as profecias vinham de uma
revelação astral, mediante a camuflagem das vozes de angos bispos ali enterrados.
Uma das coisas que favoreceram o crisanismo foi a abolição do sacricio sangrento.
Muitos correram a abraçar a nova crença para escapar da morte em um desses atos
propiciatórios.
Spinoza e Hobbes, no século XVIII, mostraram que o Pentateuco foi composto no século II
a.C. graças ao que o sacerdote judeu havia aprendido no caveiro babilônio, fato que
aconteceu no século IV a.C. Em seguida, mostraram uma série de contradições quanto
cronologia. Em uma das fontes, apresentam Adão e Eva como tendo sido criados ao
mesmo tempo, enquanto em outra informam que ela havia sido feita de uma costela de
Adão. Em uma, o homem aparece antes dos outros animais, na outra os animais surgem
primeiro.
Levantamentos arqueológicos do começo do século XX, levados a efeito nos subsolos da
Babilônia, provaram que o Deuteronômio resultou, em grande parte, do que os
sacerdotes judeus haviam copiado da legislação religiosa, civil e criminal de Hamurabi, a
qual por sua vez resultara do que se sabia da civilização acádia, e que naqueles tempos
já era vetusta. Isaías, ao profezar acerca de diversos reis de várias épocas, mostra que
seu nome foi inventado séculos depois dos fatos haverem ocorrido. Um desses reis foi
Dano, rei persa que governou em 538 a.C., quando libertou os judeus do cativeiro.
Herodes morreu no ano IV a.C., foi responsabilizado pela matança dos inocentes, par
compor o controverdo romance da fuga para o Egito. Tudo o que até agora temos
relatado constui provas evidentes de que a Bíblia não tem a anguidade nem a
veracidade que lhe pretendem imprimir. Os zilotas que seguiam a linha comunista dos
essênios combaam tanto os judeus ricos como a ocupação romana. Os essênios, ao
professar, faziam votos de pobreza, quando juravam nada contar da seita para os
estranhos e nada ocultar dos companheiros. Era um dos ramos do judaísmo em que não
mais se oferecia sacrifício sangrento, o que foi copiado pelo cristianismo.
17 do salmo 22. De modo que Jesus não passou de um ator arranjado para representar o
drama do Gólgota. Cumpriu as Escritas como ator e não como sujeito de uma vida real.
Reimarus, filósofo alemão que morreu em 1768, estudou a fundo a história de Jesus.
Chegou a conclusões irrefutáveis, que assombraram a Igreja muito mais do que
Copérnico ou Darwin. Disse que, se Jesus vesse mesmo exisdo, seria, quando muito,
um políco ambicioso que fracassara completamente em suas conspirações contra o
governo.
Emmanuel Kant foi o primeiro filósofo que conseguiu racional e inteligentemente
expulsar Jesus da história humana, através de uma impressionante e profunda exegese
do herói do crisanismo. Volney, em “As Rumas de Palmira”, após regressar de uma
longa viagem de pesquisas sobre Angüidade clássica pelo Oriente Médio, elaborou o
trabalho acima referido, no qual nega a existência física de Jesus Cristo.
Arthur Drews igualmente viveu muitos anos na Palesna dedicando-se ao estudo de sua
história anga; concluiu que Jesus Cristo jamais foi um acontecimento palesno.
Examinou todos os lugares pelos quais os evangelistas pretenderam vesse Jesus
passado. Constatou, então, que o crisanismo foi totalmente estruturado em mitos;
entretanto, organizado de modo a assumir o aspecto de verdade incontestável, a ser
imposta pela Igreja. Todavia, para sorte nossa, homens estudiosos e inteligentes
contestam as falsas verdades elaboradas pelo crisanismo, com argumentos
irretorquíveis.
Dupuis disse que, aqueles que fizeram de Jesus um homem, conseguiram enganar tanto
quanto os que o transformaram em um deus. Em suas observações, deixa patente que o
romance de Jesus nada mais é do que a repeção das velhas lendas dos deuses solares.
Vejamos suas palavras: “Quando vermos feito ver que a pretensa história de um deus
que nasceu de uma virgem, no solscio do inverno, depois de haver descido aos
infernos, de um deus que arrasta consigo um cortejo de doze apóstolos, – os doze signos
solares – cujo chefe tem todos os atributos de Jano, um deus vencedor do deus das
trevas, que faz transitar o homem império da luz e que repara os males da natureza, não
passa de uma fábula solar... ser-lhe-á pouco menos indiferente examinar se houve algum
príncipe chamado Hércules, visto haver-se provado que o ser consagrado por um culto,
sob o nome de Jesus Cristo, é o Sol, e que o maravilhoso da lenda ou do poema tem po
objeto este astro, então parecerá que os cristãos tem a mesma religião que os índios do
Peru, a quem os primeiros fizeram degolar”.
Albert Kaltho diz que Jesus personifica o movimento sócio-econômico que no século I
sublevava o escravo, o pobre e o proletário. O seu messianismo foi espertamente
aproveitado pelos líderes dos judeus da diáspora, aqueles que exploravam a desgraça do
judeu pobre em benecio próprio. Acrescenta que a divergência que existe entre os
quatro evangelistas resulta das várias tendências daquele movimento social
revolucionário nascido em Roma, do qual a versão palestina é apenas o reflexo.
Salonmon Reinach, em “Orheus”, salienta o completo silêncio dos autores
contemporâneos de Jesus Cristo acerca de sua pretensa existência. Tal silêncio verifica-se
“Acta Pila” e constata que os acontecimentos que o crisanismo situou em seu governo
não foram do que ressuscitou no equinócio da primavera, de seu conhecimento, e assim
sendo Pilatos jamais soube qualquer coisa a respeito de Jesus Cristo.
Pierre Louis Couchoud afirma que a existência real de Jesus é indemonstrável, do pont
de vista histórico. E acrescenta que as referências feitas por Flávio Josefo a Jesus nã
passam de falsificação de textos, sobejamente provada hoje pelos peritos da críca
histórica. Os maiores movimentos históricos veram como origem os mitos, cujo papel
social é dar forma aos anseios inconscientes do povo. Compara, inclusive, a lenda de
Jesus com a de Guilherme Tell, na Suíça. Todos sabem tratar-se de uma lenda nacional,
todavia, Guilherme Tell é ali reverenciado como herói verdadeiro e real. Seu nome
promove a união política dos cantões, embora falem línguas diferentes.
É possível que o mesmo aconteça em relação a Jesus e o crisanismo. Estando em jogo
interesses de ordem social, políca e, sobretudo, econômica, os líderes cristãos preferem
deixar o mito de pé, pois enquanto houver cristãos, sua profissão estará garanda e os
lucros continuarão sendo por eles auferidos.
O que se faz necessário é que o povo seja esclarecido acerca dos assuntos de crenças e
religiões nos termos da verdade, da razão e da lógica, a fim de que, se libertando dos
velhos preconceitos e tabus, possa enfim ver o mundo e as coisas em sua realidade
objetiva.
E não ignoramos qual a realidade objeva que predomina no crisanismo: é a
exploração dos menos aquinhoados intelectual e economicamente. Quem mais contribui
para as campanhas da Igreja são aqueles que menos possuem, cuja mente encontra-se
obstruída pelas idéias e crenças religiosas. Sua pobreza material alia-se à pobreza
intelectual.
Uma boa dose de conhecimentos cienficos é certamente a melhor maneira de remover
os obstáculos à libertação do homem, criados pelos lideres religiosos, em suas
pregações. Entretanto, sabemos que nem sempre é possível a aquisição de tais
conhecimentos. Muitos são os fatores que se interpõem entre o homem pobre, o
operário, o trabalhador, e a cultura. Um desses fatores, por sinal, muito ponderável, é o
econômico-financeiro. Como fazer para ir à escola, comprar livros, etc, se tem que
trabalhar duro pela vida, e o que ganha mal dá para sobreviver?
Bem poucos são os que conseguem reunir os conhecimentos necessários que lhe
permitam enxergar mais longe e romper as invisíveis cadeias que os prendem aos
dogmas e preconceitos ultrapassados pela razão e pela ciência.
O mais cômodo para aqueles deserdados será esperar a recompensa das agruras da vida
no céu, após a morte. Afinal de contas, os padres e os pastores estão aí para isto: vender
Deus e o céu a grosso e no varejo.
Tobias Barreto escreveu estes inolvidáveis versos:
“Se é sempre o mesmo engodo;
Se o homem chora e continua escravo;
De que foi que Jesus salvar-nos veio?”
É possível que, movido pela mesma razão, Proudhon tenha escrito: “Os que me falam em
religião querem o meu dinheiro ou a minha liberdade”. Desta forma, em poucas
palavras, ficou bem claro o sendo e o objevo da religião: subtrair ao indivíduo a sua
liberdade de pensamento e de ação, e, com ela, o seu dinheiro.
III – As Falsificações
Vimos, assim, que os únicos autores que poderiam ter escrito a respeito de Jesus Cristo,
e como tal foram apresentados pela Igreja, foram Flávio Josefo, Tácito Suetonio e Plínio
Invocando o testamento de tais escritores, pretendeu a Igreja provar que Jesus Crist
teve existência sica, e incur como verdade na mente dos povos todo o romance que
gira em torno da personalidade fictícia de Jesus.
Contudo, a ciência histórica, através de métodos modernos de pesquisa, demonstra hoje
que os autores em questão foram falsificados em seus escritos. Estão evidenciadas
súbitas mudanças de assunto para intercalações feitas posteriormente por terceiros.
Após a prática da fraude, o regresso ao assunto originalmente abordado pelo autor.
Tomemos, primeiramente, Flávio Josefo como exemplo. Ele escreveu a história dos
acontecimentos judeus na época em que pretensamente Jesus teria exisdo. Os
falsificadores aproveitaram-se então de seus escritos e acrescentaram: “Naquele tempo
nasceu Jesus, homem sábio, se é que se pode chamar homem, realizando coisas
admiráveis e ensinando a todos os que quisessem inspirar-se na verdade. Não foi só
seguido por muitos hebreus, como por alguns gregos. Era o Cristo. Sendo acusado po
nossos chefes do nosso país ante Pilatos, este o fez sacrificar. Seus seguidores não o
abandonaram nem mesmo após sua morte. Vivo e ressuscitado, reapareceu ao terceiro
dia após sua morte, como o haviam predito os santos profetas, quando realiza outras
mil coisas milagrosas. A sociedade cristã, que ainda hoje subsiste, tomou dele o nome
que usa”.
Depois deste trecho, passa a expor um assunto bem diferente no qual refere-se a
casgos militares infligidos ao populacho de Jerusalém. Mais adiante, fala de alguém que
conseguira seus intentos junto a uma certa dama fazendo-se passar como sendo a
humanização do deus Anubis, graças aos ardis dos sacerdotes de Ísis. As palavras a Flávio
atribuídas são as de um apaixonado cristão. Flávio jamais escreveria tais palavras,
porquanto, além de ser um judeu convicto, era um homem culto e dotado de uma
inteligência excepcional.
O próprio Padre Gillet reconheceu em seus escritos ter havido falsificações nos textos de
Flávio, afirmando ser inacreditável que ele seja o autor das citações que lhe foram
imputadas. Além disso, as polêmicas de Jusno, Tertuliano, Orígenes e Cipriano contra
os judeus e os pagãos demonstram que Flávio não escreveu nem uma só palavra a
respeito de Jesus. Estranhando o seu silêncio, classificaram-no de pardário e faccioso.
No entanto, um escritor com o seu mérito escreveria livros inteiros acerca de Jesus, e não
apenas um trecho. Bastaria, para isto, que o fato realmente vesse acontecido. Seu
silêncio, no caso, é mais eloqüente do que as próprias palavras.
Exibindo os escritos de Flávio, Fócio afirmava que nenhum judeu contemporâneo d
Jesus ocupara-se dele. A luta de Fócio, que viveu entre os anos de 820 a 895, e foi
patriarca de Constannopla, teve ensejo justamente por achar desnecessário a Igreja
evidência as fraudes pracadas com o objevo de dominar de qualquer forma. Embora
crendo em Jesus Cristo, combateu vivamente os meios sub-repcios empregados pelos
Papas, razão porque foi destuído do patriarcado bizanno e excomungado. De suas 280
obras, apenas restou o “Myriobiblion”, tendo o resto sido consumido, provavelmente
por ordem do Papa.
Tácito escreveu: “Nero, sem armar grande ruído, submeteu a processos e a penas
extraordinárias aos que o vulgo chamava de cristãos, por causa do ódio que senam por
suas atrapalhadas. O autor fora Cristo, a quem, no reinado de Tibério, Pôncio Pilato
supliciara. Apenas reprimida essa perniciosa supersção, fez novamente das suas, não só
na Judéia, de onde proviera todo o mal, senão na própria Roma, para onde de
confluíram de todos os pontos os sectários, fazendo coisas as mais audazes e
vergonhosas. Pela confissão dos presos e pelo juízo popular, viu-se tratar-se de
incendiários professando um ódio mortal ao Gênero humano”.
Conhecendo muito bem o grego e o lam, Tácito não confundiria referências feitas aos
seguidores de Cristo com os de Crestus. As incoerências observadas nessa intercalaçã
demonstram não se tratar dos cristãos de Cristo, nem a ele se referir. Lendo-se o livro
em questão, percebe-se perfeitamente o momento da interpelação. Afirmar que fora
Cristo o insgador dos arruaceiros é uma calúnia contra o próprio Cristo. E conforme já
referimos anteriormente, os cristãos seguidores de Cristo eram muito pacatos e não
procuravam despertar atenção das autoridades para si. Como dizer em um dado
momento que eles eram retraídos e, em seguida, envolvê-los em brigas e coisas piores? É
apenas mais uma das contradições de que está repleta a história da Igreja.
Ganeval afirma que foram expulsos de Roma os hebreus e os egípcios, por seguirem a
mesma supersção. Deduz-se então que não se referia aos cristãos, seguidores de Jesus
Cristo. Referia-se aos Essênios, seguidores de Crestus, vindos de Alexandria. A Igreja nã
conseguiu por as mãos nos livros de Ganeval, o que contribuiu ponderavelmente para
lançar uma luz sobre a verdade. Por intermédio de seus escritos, surgiu a possibilidade
de provar-se a quais cristãos, exatamente, referia-se Tácito.
Suetônio teria sido mais breve em seu comentário a respeito do assunto. Escreveu que
“Roma expulsou os judeus insgados por Crestus, porque promoviam tumultos”. É
evidente, também, a falsificação pracada em uma carta de Plínio a Trajano, quando
perguntava o que fazer aos cristãos, assunto já abordado anteriormente. O referido
texto, após competente exame grafotécnico, revelou-se adulterado. É como se Plínio
quisesse demonstrar, não apenas a existência histórica de Jesus, mas sua divindade,
simbolizando a adoração dos cristãos. É o quanto basta para evidenciar a fraude.
Se Jesus Cristo realmente vesse exisdo, a Igreja não teria necessidade de falsificar os
escritos desses escritores e historiadores. Haveria, certamente, farta e autênca
documentação a seu respeito, detalhando sua vida, suas obras, seus ensinamentos e sua
morte. Aqueles que o omiram, se vesse de fato exisdo, teriam falado dele
abundantemente. Os mínimos detalhes de sua maravilhosa vida seriam objeto de vasta
explanação. Entretanto, em documentos históricos não se encontram referências dignas
Jesus e sua vida é produto da má-fé, da burla, de adulterações e intercalações
determinadas pelos líderes cristãos. Tudo foi feito de modo a ocultar a verdade. Quando
a verdade esta ausente ou oculta, a menra prevalece. E há um provérbio popular que
diz: “A menra tem pernas curtas”. Significa que ela não vai muito longe, sem que não
seja apanhada. Em relação ao crisanismo, isto já aconteceu. Um número crescente de
pessoas vai, a cada dia que passa, tomando conhecimento da verdade. E, assim, restam
baldados os esforços da Igreja, no que concerne aos ardis empregados na camuflagem da
verdade, visando alcançar escusos objetivos.
IV – O Doloroso Silêncio Histórico
A existência de Jesus Cristo é um fato jamais registrado pela história. Os documento
históricos que o mencionam foram falsificados por ordem da Igreja, num esforço para
provar sua pretensa existência, apesar de possuir provas de que Jesus é um mito. E assim
agiu, movida pelo desejo de resguardar interesses materiais. Ganeval apontou a
semelhança entre o culto de Jesus Cristo e o de Serapis. Ambos são uma reencarnaçã
do deus “Phalus”, que, por sua vez, era uma das formas de representação do deus Sol.
Irineu chegou a afirmar que o deus dos cristãos não era homem nem mulher. Papias cita
trechos dos Evangelhos, mostrando que se referiam ao Cristo egípcio. Referindo-se ao
“logos”, que seria Jesus Cristo, disse ter sido ele apenas uma emanação de Deus,
produzida à semelhança do Sol. É bom lembrar que essas opiniões divergentes entre si
são de três teólogos do crisanismo. Essas opiniões foram emidas quando estava acesa
a luta de desmendos recíprocos da Igreja contra os seus numerosos opositores, ou seja,
os que desmenam a existência sica de Jesus. Então, criaram uma filosofia abstrata,
baseando-se nos escritos de Filon.
Ganeval, baseando-se em Fócio, disse que Eudosino, Agápio, Carino, Eulógio e outro
teólogos do crisanismo primivo não veram um conceito real nem sico de Jesus
Cristo. Disse mais, que Epifânio, falando sobre as seitas herécas dos marcionítas,
valennianos, saturninos, simonianos e outros, falava que o redentor dos cristãos era
Horus, o filho de Ísis, um dos três deuses da trindade egípcia, que mais tarde viria a ser
Serapis.
Ganeval afirmou ainda que os docestas negavam a realidade de Jesus, e, para refutar a
negação, o IV Evangelho põe em relevo a lança que fez sair água e sangue do corpo de
Jesus, com o intuito de provar sua existência sica. Segundo Jerônimo, esses docestas
teriam sido contemporâneos dos apóstolos. Lembra ainda que o imperador Adriano,
viajando em 131 para Alexandria, declara que “o deus dos cristãos era Serapis, e que os
devotos de Serapis eram os mesmos que se chamavam os bispos de cristãos”.
Adriano, decerto, estava com a verdade. Documentos daquela época informam que
exisam os atuais Evangelhos, assim como Tácito informa que os hebreus e os egípcios
formavam uma só supersção. Os escritos de Filon não se referem a Jesus Cristo,
conforme pretenderam fazer crer os falsificadores, mas a Serapis. Quando havia
referências aos cristãos terapeutas, afirmavam que se falava dos cristãos de Jesus.
Por sua vez, Clemente de Alexandria e Orígenes escreveram negando Jesus e falando e
Cristo, o qual seria Crestus. No entender de Fócio, tudo isso não passava de fabulaçã
mítica, não tendo existido Jesus nem Cristo, de que a Igreja criou o seu Jesus Cristo.
Duquis e Volney, fazendo o estudo da mitologia comparada, mostram de onde reraram
Jesus Cristo: do próprio mito. Filon, escrevendo a respeito dos cristãos terapeutas, diss
que o seu teor de vida era semelhante ao dos cristãos e essênios. Abandonavam bens e
família para seguir apaixonadamente aos sacerdotes. Epifânio escreveu que os cristãos
terapeutas viviam junto do lago Mareódes, tendo os seus Evangelhos e os seus
Cristo já exisssem, Filon não poderia deixar de falar deles. Quando do pretenso
nascimento de Cristo, Filon contava apenas 25 anos de idade. Os Evangelhos, tend
surgido muito tempo após a morte de Filon e de Jesus, não poderiam ser os do
cristianismo por ele referido.
Clemente de Alexandria e Orígenes não criam na encarnação nem na reencarnação,
movo porque não creram na encarnação de Jesus Cristo, embora fossem padres da
Igreja. Orígenes morreu em 254.
Fócio escreveu sobre “Disputas” de Clemente e afirmou que ele negara a doutrina d
“Logos”, dizendo que o “Verbo” jamais se encarnou, afirmação igualmente feita por
Ganeval. Analisando os quatro volumes de “Principia”, de Orígenes, percebe-se que o
“Logos” ou o “Verbo” era o mesmo sopro de Jeová, referido por Moisés. Fócio, tendo-s
escandalizado com isso, disse que Orígenes era um blasfemo.
Apenas analisando como se referia ao Verbo, a Crestus e ao Salvador, é que se pode
excluir a possibilidade da existência sica de Jesus. Tratá-lo-iam de modo bem diferente,
se tivesse realmente existido.
V – Um Jesus Cristo
C risto Não Histórico
Hi stórico
O míco dia do nascimento de Jesus Cristo foi oficializado por Dionísio, o Pequeno, n
século VI, que marcou no ano 1 do século I, correspondendo ao ano 753 da fundação d
Roma, com um erro de previsão calculado em seis anos. Para chegar a essa arficiosa
fixação, serviu-se de diversos sistemas de cálculo. Calvísio e Moestrin contaram até 132
sistemas e Fabrício arredondou para 200.
Para uns, teria sido entre 6 e 10 de janeiro, para outros, 19 ou 20 de abril, enquanto
outros ainda situavam entre 20 e 25 de março. Os cristãos orientais determinaram a data
entre 1 e 8 de janeiro, enquanto os ocidentais escolheram a 6 de janeiro.
Em 375, São João Crisóstomo escreveu que a data de 25 de dezembro foi introduzid
pelos orientais. Entretanto, antes do ano 354, Roma já o havia fixado para esta mesma
data, segundo o calendário de Bucer. Essas diferenças foram o resultado da preocupação
da Igreja em fazer com que o nascimento de Jesus coincidisse e se confundisse com os
dos deuses solares, os deuses salvadores, e especialmente com o Deus Invictus, que era
Mitra. E era justamente ao mitraismo que a religião cristã pretendia absorver.
No dia 25 de dezembro todas as cidades do império romano estavam iluminadas e
enfeitadas para festejar o nascimento de Mitra. A preocupação de ligar o nascimento de
Jesus ao de Mitra denota o arficialismo que fundamentou o crisanismo. Foi a
divinização do deus dos cristãos às custas da luz do Sol dos pagãos.
Foi um dos grandes trabalhos de misficação da Igreja a confluência dos dois
nascimentos para a mesma data. Assim, o nascimento do novo deus apagava da
memória do povo a lembrança de Mitra, no fim do inverno.
A tradição religiosa, desde milênios, fizera com que todos os deuses redentores
nascessem em 25 de dezembro. Quanto ao lugar de nascimento de Jesus, disseram ter
sido em Belém, para combinar com as previsões messiânicas que, fazendo de Jesus um
descendente de David, teria a adesão dos judeus incautos.
O II e o IV Evangelhos não mencionam o assunto, enquanto o I e o III aludem ao cas
mas se contradizem. Uns dizem que os pais de Jesus moravam em Belém, enquant
outros afirmam que eles ali estavam de passagem. Essa insegurança deve-se ao fato de
pretenderem ligar a vida de Jesus à de David, conforme as profecias. Todavia, isto
confundia as tendências históricas ligadas ao nascimento dos deuses solares. A
preocupação apologética, contudo, invalidou a pretensão histórica.
De tudo isto resultou que a história pode hoje provar que tudo aquilo que se refere a
Jesus é puro convencionalismo, e sua existência é apenas ideal e não real. De modo que
a morte dos inocentes nada mais é do que a repeção da matança das criancinhas
egípcias, contada no Êxodo. A estrela só pôde ser inventada porque naquele tempo o
homem ainda não sabia o que era uma estrela; tanto assim que a Bíblia afirma que
Josué fez parar o sol com um aceno de sua mão apenas. Assim, a estrela que guiou os
magos é coisa realmente absurda. Antes de tudo, ninguém soube realmente de onde
não o são pela história dos judeus nem dos romanos. Só os interessados no mito
puderam ver tais acontecimentos. Os escritores que relataram fatos ocorridos na
Palesna e no Império Romano não transmiram estes fatos que teriam ocorrido na
morte de Jesus à posteridade. Muita coisa pode ter acontecido naqueles tempos, menos
as que estão nos Evangelhos.
Pilatos, por exemplo, morreu ignorando a existência de Jesus. Os legionários romanos
jamais receberam ordens para prendê-lo. Nenhum movimento social, políco ou
religioso contrário às normas da ocupação surgiu na Judéia, para jusficar a condenação
de seu líder por Pilatos.
Entretanto, Jesus teria sido julgado e condenado pelos sacerdotes judeus, pois Pilato
deixara o caso pracamente em suas mãos e do povo, lavando as suas próprias. Nem
Pilatos, nem Caiaz, nem Hannã deixaram qualquer referência acerca desse processo.
Nenhum deles poderia dizer qual a aparência sica de Jesus. Tertuliano, baseando-se em
Isaías, disse que ele era feio, ao passo que Agosnho afirmou que ele era bonito. Uns
afirmaram que era imberbe, outros que era barbado. Sua cabeleira espessa e barba
fechada resultaram de uma convenção realizada no século XII. O Santo Sudário retrat
um Jesus Barbudo.
Nada do que se refere a Jesus pode ser considerado ponto pacífico. Tudo é discrepante e
contraditório. Ora, se aqueles que nham e os que ainda têm interesse em defender a
veracidade da existência de Jesus não conseguiram chegar a um acordo no que lhe diz
respeito, isso não é bom sinal.
Moy escreveu: “Desde que se queira tocar em qualquer coisa real na vida de Jesus,
esbarra-se logo na contradição e incoerência”. Por isso, até o aspecto sico de Jesus
tornou-se discuvel, o que ajuda a provar que ele nunca exisu. De acordo com a
história, não se pode aceitar o que está escrito nos evangelhos coma prova de sua
existência. Também a Igreja não dispõe de argumentos válidos, nesse sendo. A
arqueologia, por outro lado, nada encontrou até aqui capaz de elucidar a questão.
De tudo isto depreendemos que a existência física de Jesus jamais poderá ser provada de
modo irrefutável, e, por conseguinte, é muito dicil ser acatada por homens cultos e
amantes da verdade. O romance, as lendas, os contos, a ficção, interessam como cultura,
como expressão do pensamento de um povo, e desse modo são perfeitamente aceitos.
Entretanto, a apresentação de tais modalidades de cultura como fatos reais,
consumados e verdadeiros e como tal serem impostos ao povo, é condenável.
A atude do crisanismo tem sido, através dos tempos, justamente a que nós acabamos
de condenar: a imposição das lendas, do romance e da novela como realidade palpável,
como fato verdadeiro e incontestável.
Em sua “Vida de Jesus”, Strauss diz: “Poucas coisas são certas, nas quais a ortodoxia s
apóia de preferência – as milagrosas e as sobrehumanas –, as quais jamais aconteceram.
A pretensão de que a salvação humana dependa da fé em coisas das quais uma parte é
certamente ficcia, outra sendo incerta, é um absurdo, que em nossos dias nem sequer
devemos nos preocupar, refutando-o”.
enquanto Jesus é apenas ideal. Homens como Platão e Xenófanes, os quais conviveram
com Sócrates, deixaram o seu testemunho a respeito do mesmo. Em seus escritos
relatam tudo sobre Sócrates: a vida, o pensamento, os ensinamentos e a morte. E nada
do que lhe diz respeito foi adulterado, e, portanto, é autêntico, verdadeiro e indiscutível.
Quanto a Jesus, não teve existência real, e aqueles aos quais se atribui escritos e
referências em relação a ele, uns foram adulterados em seus escritos, outros não
exisram. Pílatos, que teria autorizado seu sacricio, omite o fato quando relata os
principais acontecimentos de seu governo. Por acaso mandaria matar um deus, e não
saberia? Assim, quem descreveu Jesus, apenas imaginou o que ele teria sido, não foi sua
testemunha.
Renan disse em sua “Vida de Jesus”: “Nossa admiração por Jesus não desapareceria ne
mesmo quando a ciência nada pudesse decidir de certo, e chegasse forçosamente às
negações”. Termina dizendo que o divino encontrado pelos cristãos em Jesus é o mesmo
que a beleza de Beatriz, que apenas resultou do pensamento de Dante ou de seu gênio
literário. Da mesma forma, as belezas de Crisna residem nos sonhos religiosos dos
hindus. As maravilhas de Jesus e a beleza de Maria são produtos do gênio invenvo da
liderança oradora dos mitos Jesus e Maria.
Se de ambos apenas se diz o bem, há sinal que eles não veram existência real. Jesus
Cristo é uma criação do homem, o qual esteve em cena apenas para realizar as profecias
dos primários profetas judeus. Esta é também a opinião de Didon, exposta em seu livro
“Vida de Jesus”. Diz ele que é suspeita a sonegação de quase trinta anos da vida de Jesu
à história evangélica.
“Nós apenas sabemos um nada da vida de Jesus”, escreveu Miron. Os redatores dos
Evangelhos e os primeiros autores eclesiáscos, recolhendo as tradições correntes na
comunidade cristã, podem ter adquirido alguns fragmentos da verdade; mas como
assegurar que, entre tantos elementos mitológicos e legendários, haja algo de verdade?
Assim, a vida de Jesus em si é impossível.
Acontece com Cristo o mesmo que acontece com todos os entes legendários: quanto
mais os buscamos, menos os encontramos. A tentava feita até aqui de colar na história,
de arrebatar às trevas da teologia, um personagem que até a idade de trinta anos é
absolutamente desconhecido, e que depois da referida idade aparece fazendo
impossíveis humanos – os milagres – é absurda e ridícula.
Labanca, em “Jesus Cristo”, impugna a possibilidade de uma biografia cienfica de Jesus,
baseando-se na inautencidade dos Evangelhos, uma vez que os mesmos não veram
finalidade histórica, mas tão-somente religiosa e propagandísca. Jesus não está nos
Evangelhos por causa de sua esquisita divindade, mas porque isso convém aos seus
lançadores e aos que ainda hoje vivem do seu nome, como rendoso meio de vida.
VII – Jesus Cristo nos Evangelhos
Como tudo o mais que se refere à existência de Jesus na terra, também a sua
ascendência é objeto de controvérsias. Segundo Mateus e Lucas, Jesus descende a
mesmo tempo de David e do Espírito Santo. Entretanto, como filho do Espírito Santo
não poderá descender de José, conseqüentemente deixa de ser descendente de David e
o Messias esperado pelos judeus. Assim, Jesus ficará sendo apenas Filho de Deus, o
Deus, visto ser uma das três pessoas da trindade divina.
Em ambos os evangelhos acima citados há referências quanto a data de nascimento de
Jesus, mas tais referências são contraditórias o Jesus descrito por Mateus teria onze ano
quando nasceu o de Lucas. Mateus diz que José e Maria fugiram apressadamente d
Belém, sem passar por Jerusalém, indo direto para o Egito, após a adoração dos Rei
Magos. Herodes iria mandar matar as criancinhas. Todavia, Lucas diz que o casal esvera
em Jerusalém e acrescenta a narração da cena de que parciparam Ana e Semeão. D
modo que um evangelista desmente o outro. Lucas não alude à matança das criancinhas,
nem à fuga para o Egito.
Por outro lado, Marcos e João não se reportam à infância de Jesus, passando a narrar o
acontecimentos de sua vida a partir do seu batismo por João Batista.
Mateus que conta o regresso de Jesus, vindo do Egito e indo para Nazaré, deixa-o n
esquecimento, voltando a ocupar-se dele somente depois dos seus trinta anos, quando
ele procura João Basta. Diz ainda que João já o conhecia e, por isto, não o queria
batizar, por ser um espírito superior ao seu.
Lucas narra a discussão de Jesus com os doutores da lei, aos doze anos de idade. Send
perguntado pela mãe sobre o que estava ali fazendo, teria respondido que se ocupava
com os assuntos do pai.
Emilio Bossi, referindo-se a esta passagem, estranha a avidade da mãe. Se o filho
nascera milagrosamente, e ela não o ignora, só poderia esperar dele uma seqüência de
atos milagrosos. Mesmo a sua presença no templo, entre os doutores, não deveria
causar preocupação à sua mãe, visto saber ela que o filho não era uma criança qualquer,
e sim um Deus.
Lucas diz que os samaritanos não deram boa acolhida a Jesus, o que muito irritara a
João. Contudo, João, o Evangelista, diz que os samaritanos deram-lhe óma acolhida e,
inclusive, chamaram-no de salvador do mundo.
Os evangelistas divergem também quanto ao relato da instuição da eucarisa. Três
deles afirmam que Jesus instuiu-a no dia da Páscoa, enquanto João afirma que foi
antes. Enquanto os três descrevem como aconteceu, João silencia.
Na úlma noite Jesus estava muito triste, como, aliás, permaneceria até a morte. Pondo
o rosto em terra, orou durante muito tempo. Segundo os evangelistas, ele estava de tal
modo triste e conturbado que teria suado sangue, coisa, aliás, muito estranha, nunca
verificada cientificamente.
Mestre. Pelo contrário, diz que Jesus passara a noite conversando, quando se mostrava
entusiasta de sua causa e completamente tranqüilo. Lucas, Mateus e Marcos afirmam
que o beijo de Judas denunciara-o aos que vieram prendê-lo. Todavia, João diz que foi o
próprio Jesus quem se dirigiu aos soldados dizendo-lhes tranqüilamente: “Sou eu”.
Lucas é o único que fala no episódio da ida de Jesus de Pilatos para Herodes Anpas. O
outros caem em contradição quanto à hora do julgamento pelo C onselho dos Sacerdotes
em presença do povo. João não fala a respeito do depoimento de Cireneu, nem na
beberagem que teriam dado a Jesus. Omite-se ainda quanto à discussão dos dois
ladrões, crucificados com Jesus, e quanto à inscrição posta sobre a cruz.
De forma que seu relato é bastante diferente daquilo que os outros contaram. E as
divergências connuam ainda no que concerne ao quebramento das pernas, ao
embalsamamento, à natureza do sepulcro e ao tempo exato em que ele esteve
enterrado. Quanto ao embalsamamento, por exemplo, há muita coisa que não foi dita.
Teriam rerado seu cérebro e intesnos como se procede normalmente nesses casos? Se
a resposta for posiva, como explicar o fato de Jesus, após a ressurreição, pedir comida?
Como se vê, as verdades bíblicas são além de controvertidas, incompreensíveis.
Lucas diz que Jesus referiu-se aos que sofrem de fome sede, enquanto Mateus diz qu
ele se referia aos que têm fome e sede de jusça, aos pobres de espírito. Uns afirmam
que Jesus tratara os publicanos com desprezo e ódio, outros dizem que ele se mostrou
amigável em relação a eles. Para uns, Jesus teria dito que publicassem as boas obras,
para outros, que nada dissessem a respeito. Uma hora Jesus aconselha o uso da força
sica e da resistência, mandando até que comprassem espada; noutra, ameaça os que
pretendem usar a força.
Marcos, Mateus e Lucas dizem que Jesus recomendara o sacricio. Entretanto, nã
tomou parte em nenhum deles.
Mateus diz que Jesus afirmou não ter vindo para abolir a lei nem os profetas, enquanto
Lucas diz que ele afirmara que isso já estava no passado, já vera o seu tempo. Os três
afirmam ainda que Jesus apenas pregara na Galiléia, tendo ido raramente a Jerusalém,
onde era pracamente desconhecido. Todavia, João diz que ele ia constantemente a
Jerusalém, onde realizara os principais atos de sua vida. As coisas ficam de modo que
não se sabe quem disse a verdade, ou, melhor dizendo, não sabemos quem mais mentiu.
Ora, se Jesus vesse realmente pracado os principais atos de sua vida em Jerusalém,
seria conhecido suficientemente, e, então, não teriam que pagar a Judas 30 dinheiros
para entregar o Mestre.
João, que teria sido o precursor do Messias, não se fez cristão, não seguiu a Jesus,
pregando apenas o judaísmo no aspecto próprio. Entretanto, depois de preso, enviou
um mensageiro a Jesus, indagando-lhe: “És tu que hás de vir, ou teremos de esperar um
outro?”, ao que Jesus teria respondido: “Você é o profeta Elias”. Talvez houvesse
esquecido que o próprio João antes já declarara isso mesmo. Contam os Evangelhos que,
desde a hora sexta até Jesus exalar o úlmo suspiro, a terra cobriu-se de trevas.
Contudo, nenhum escritor da época comenta tal acontecimento.
não havia sido condenado à morte, e acrescenta que, a esta hora, Pilatos tê-lo-ia
apresentado ao povo exclamando: “Eis aqui o vosso rei”!
Emilio Bossi assinala detalhadamente todas estas contradições, e as que se deram após
a pretensa ressurreição, dizendo que nada do que vem nos Evangelhos deve ser levado a
sério. O sobrenatural é o clima em que se encontra a Bíblia, e esta é apenas o resultado
da combinação de crenças e supersções religiosas dos judeus com as de outros povos
com os quais conviveram.
XI – As Contradições Evangélicas
Percebendo a importância da luz do sol sobre a terra, o homem imaginou que essa luz
seria uma emanação protetora de Deus. Da idéia de que exisa um único sol, surgiu o
monoteísmo, isto é, a crença em um só Deus.
Das palavras Devv e Divv, que em sânscrito significam sol e luminoso, originou-se a
palavra deus. Daí, em grego, a palavra Zeus; em lam, deo; para os irlandeses, dias; em
italiano dio, etc.
A parte do tempo em que a terra recebe a luz do sol recebeu o nome dia em oposição ao
período de trevas, a noite. O dia teria sido um presente divino, graças à luz solar.
Conseguindo produzir o fogo, aumentou a crença humana no deus sol. Graças ao fogo, o
homem pôde libertar-se de um dos seus maiores inimigos, que era o frio, assim como
passou a cozinhar os seus alimentos. Devendo cada vez mais a vida ao calor, a gradão
do homem para com o sol cresceu ainda mais. Foi assim que nasceu o mito solar, do qual
Jesus Cristo é o último rebento.
Por uma série de ilações, chegaram igualmente à concepção do significado mísco da
cruz. Dos raios solares foi criada uma cruz, espargindo raios por todos os lados. Da
mesma forma foi a idéia do Espírito Santo, um espírito benfazejo, que irradia a bondade
divina. Depois a seqüência mísca do sol, o fogo e o vento, dando origem a Salvitri, Agni
e Vayu, do mito védico.
O rito védico celebra o nascimento de Salvitri, o deus-sol, em 25 de dezembro, no
solscio, quando aparecem as refulgentes estrelas. As estrelas trazem a boa nova, a
perspecva de boas colheitas. Daí os sacricios e os ritos propiciatórios oferecidos ao
deus-sol.
Assim os cristãos encontraram o seu Jesus Cristo.
A vida dos deuses redentores é a vida do sol. Por isso, todos eles veram suas datas de
nascimento fixadas em 25 de dezembro: Mitra, Horus e Jesus Cristo. Também é simbólica
a ressurreição na primavera, tempo da germinação e das folhas novas. Baseando-se
nisto, Aristóteles e Platão admitiram uma certa racionalidade dos que adoravam o sol.
Heródoto e Estrabão diziam que Mitra era o deus-sol, tendo por emblema um sol
radiante. Plutarco conta que o culto de Mitra veio para a Sicília trazido pelos piratas d
mar. Em escavações feitas no solo italiano, foram encontradas placas de barro
solidificados ao sol trazendo esta inscrição: “Deo Soli Invicto Mitrae”, lembrando o deus
dos persas.
Niceto escreveu que certos povos adoraram a Mitra como o deus do fogo, outros como
sendo o deus-sol.
Júlio Fírmino Materno disse que Mitra era a personificação do deus fogo, enquant
Aquelau considerava-o o deus-sol.
São Paulino descreveu os mistérios de Mitra como sendo os de um deus solar e redentor.
Karneki, rei hindo-escita, no começo de nossa era, mandou cunhar moedas em que se vê
representam Jesus Cristo. Era o Senhor. Ao surgir o crisanismo, os cristãos primivos
ainda chamavam o sol de “Dominus”, com o que, lentamente, foi absorvendo o ritual
mitráico.
No Egito, o sol era o “Pai Celesal”. Um obelisco trazido para o Circo Máximo de Roma
trazia esta inscrição: “O grande Deus, o justo Deus, o todo esplendente”, tendo um sol
espargindo seus raios para todos os lados.
Da mesma forma, todos os deuses dos índios americanos pertenciam ao rito solar, assim
como os deuses dos hindus, dos chineses e japoneses. Os caldeus, adorando o sol como
seu deus, dedicaram-lhe a cidade de Sípara, onde ardia o fogo sagrado, eternamente, em
sua honra. Em Edessa e em Palmira foram encontrados templos dedicados ao deus-sol.
Orfeu considerava o sol como sendo o deus maior. Agamenon disse que o sol era o deus
que tudo via e de que tudo provinha.
Os judeus e os líderes do crisanismo, para a formação deste, só veram de adaptar as
crenças e rituais angos a um novo personagem: Jesus Cristo. Toda a roupagem
necessária para vesr o novo deus preexisa. Apenas fazia-se necessário amoldá-la um
pouco.
XV – Jesus Cristo É um Mito Solar
Tendo em vista o completo silêncio histórico a respeito de Jesus Cristo, bem como as
evidentes ligações deste com o mito dos deuses-solares, Dupuis escreveu o seguinte:
“Um deus nascido de uma virgem, no solscio do inverno, que ressuscita na Páscoa, no
equinócio da primavera, depois de haver descido ao inferno; um deus que leva atrás de
si doze apóstolos, correspondentes às doze constelações; que põe o homem sob o
império da luz, não pode ser mais que um deus solar, copiado de tantos outros deuses
heliosíscos em que abundavam as religiões orientais. No céu da esfera armilar dos
magos e dos caldeus via-se um menino colocado entre os braços de uma virgem celesal,
a que Eratóstenes dá como Ísis, mãe de Horus. Seu nascimento foi a 25 de dezembro. Er
a virgem das constelações zodiacais. Graças aos raios solares, a virgem pôde ser mãe sem
deixar de ser virgem... Via-se uma jovem ‘Seclanidas de Darzana’, que em árabe é
‘Adrenadefa’, e significa virgem pura, casta, imaculada e bela... Está assentada e dá de
mamar a um filho que alguns chamam de Jesus e, nós, de Cristo”.
Já vimos que Jesus repete todos os mistérios dos deuses solares e redentores, pelo que
Heródoto, Plutarco, Lactâncio e Firmico puderam afirmar que esse deus redentor é o sol
De modo que Jesus é apenas mais um deus solar.
Ainda hoje, grande parte do rito cristão é de origem solar. Na Bíblia, encontramos estas
palavras: “Deus estabeleceu sua tenda no sol”, e ainda: “Sobre vós que temeis o meu
nome, levantar-se-á o sol da justiça e vossa vida estará em seus raios”.
João diz que “o verbo é a lei, a luz e a vida, a luz que Ilumina a vista de todos os mortais,
a luz do mundo”. E ainda chama a Jesus de o “cordeiro”, o “Agnus Dei qui tollit peccata
mundi”. Com isto, o Apocalipse fez de Jesus o “cordeiro pascal”, e a Igreja adorou-o sob a
forma de um cordeiro até o ano de 680. Era o Cristo o Áries zodiacal, vindo de Agnus
com a significação de fogo, o sol condensado.
Origenes jusficava a adoração do sol tendo em vista a sua luz sensível e também pelo
aspecto espiritual.
Tertuliano reconheceu que o dogma da ressurreição tem sua origem na religião persa de
Mitra. Para S. Crisóstomo, Jesus era o sol da jusça, para Sinésio, o sol intelectual
Fírmico Materno descreveu Jesus baixando ao inferno, esplendente como o sol.
O domingo, o dia do Senhor, o dia do descanso, procede de Dominus, o deus-sol, o
Senhor.
Segundo Teodoro e Cirilo, para o maniqueus Cristo era o sol. Os Saturniliano
acreditavam que a alma nha substância solar, deixando o corpo e voltando para o sol,
de onde proviera, após a morte.
O ango rito do basmo determinava que o catecúmeno voltasse o rosto em primeiro
lugar para o ocidente, para retirar de si a satanás, símbolo das trevas.
Igualmente, as festas do sábado santo são reminiscências do mito da luta do sol contra
as trevas, na Páscoa. As orações desse ocio são cópia dos hinos védicos. A palavra
Foram necessários muitos séculos para que a igreja pudesse alienar um pouco do que
lembrava que o seu culto era de um deus solar. Entretanto, a história escrita é inflexível,
e demonstra que todos os deuses redentores ou solares foram tão adorados quanto o
mitológico Jesus Cristo. E embora tenha havido longas fases em que foram impostos a
ferro e fogo, nem por isto deixaram de cair, nada mais sendo hoje do que o pó do
passado religioso do homem.
O certo é que Jesus Cristo é mitológico de origem, natureza e significação. O se
surgimento ocorreu para atender à tendência religiosa e mísca da maioria, que ainda
hoje teme as realidades da vida e, portanto, procura, para orientar-se, algo fora da
esfera humana, na esperança de assim conseguir superar a si mesmo e aos obstáculos
que surgem quotidianamente.
O crisanismo é produto de tendências naturais de uma época, aproveitadas
espertamente pelos líderes do crisanismo. O judeu pobre e oprimido, não tendo para
quem apelar, passou a esperar de Deus aquilo que o seu semelhante lhe negava. O
sacerdote, valendo-se do deplorável estado de espírito de uma população faminta e,
sobretudo, desesperançada, ressuscitou um dentre os velhos deuses para restaurar a
esperança do povo judeu. E, assim, surgiu mais um mito solar, mais um deus com todos
os atributos divinos, tal como os que antecederam. O novo deus solar em questão é
Jesus Cristo.
XVI – Outras Fontes do Cristianismo
Conforme temos dito repedas vezes, o crisanismo tomou por emprésmo tudo
quanto se fez necessário à sua formação. Assim, todos os ensinamentos atribuídos a
Cristo foram copiados dos povos com os quais os judeus veram convivência. A sua
moral, a moral que Cristo teria ensinado, aprendeu-a com os filósofos que o
antecederam em muitos séculos.
De sorte que não há inovações em nenhum setor ou aspecto do crisanismo. Angos
povos, milênios antes, adoraram seus deuses semelhantemente.
Dentre as máximas adotadas pelo cristianismo, comentaremos a seguinte: “Não faças aos
outros o que não queres que a seja feito”. Este ensinamento não teria pardo de
Jesus, conforme pretendem os cristãos, não sendo sequer uma máxima cristã,
originariamente.
Encontrá-la-emos em Confúcio, e ainda no bramanismo, no budismo e no mazdeismo,
fundado por Zoroastro. Era uma orientação filosófica e religiosa, adotada pelos hindus. A
originalidade do crisanismo consisu apenas em criar as penas eternas, um absurdo
desumano e irracional. Enquanto isso, o mazdeismo cria a possibilidade de regeneração
do pior bandido, admitindo mesmo a sua plena reintegração no seio da sociedade.
O perdão aos inimigos foi, muito antes de Jesus, aconselhado por Pitágoras. Os egípcio
religiosos pracavam uma moral muito elevada. No “Livro dos Mortos” encontramos a
confissão negava, de acordo com a qual a alma do morto comparecia ante o tribunal de
Osiris e proferia em alta voz as suas más ações.
O senmento de igualdade e fraternidade para com os homens foi ensinado por Filon. O
crisanismo adotou os seus ensinamentos, atribuindo-os a Jesus. São de Filon as
seguintes palavras: “Os que exaltam as grandezas do mundo como sendo um bem,
devem ser reprimidos.”; “A disnção humana está na inteligência e na jusça, embora
partam do nosso escravo, comprado com o nosso dinheiro.”; “Porque hás de ser sempre
orgulhoso e te achares superior aos outros?”; “Quem te trouxe ao mundo? Nu vieste, nu
morrerás, não recebendo de Deus senão o tempo entre o nascimento e a morte, para
que o apliques na concórdia e na jusça, repudiando todos os vícios e todas as
qualidades que tornam o homem um animal”; “A boa vontade e o amor entre os
homens são a fonte de todos os bens que podem exisr”. Como vemos, não há nada de
novo no cristianismo.
Platão salientou a felicidade que existe na práca da virtude. Ensinou a tolerância à
injúria e aos maus tratos, e condenou o suicídio. Recomendou o humanismo, a casdade
e o pudor, e condenou a volúpia, a vingança e o apego demasiado aos bens. Sua moral
baseou-se na exaltação da alma, no desprezo dos sendos e na vida contemplava. O
Padre Nosso foi copiado de Platão. Quem conhece bem a obra de Platão percebe o
traços comuns entre a mesma e o crisanismo. Filon inspirou-se em Platão e, a Igreja, na
obra de Filon, que helenizou o judaísmo.
serviço. A comunidade deveria instruir a todos, independentemente da classe social, com
o que ensinou o evangelho aos Evangelhos.
A abolição do sacricio sangrento não foi introduzida pelo crisanismo. Não lhe cabe tal
mérito. Gélon, da Sicília, firmando a paz com os cartagineses, espulou como condição a
supressão do sacrifício de vidas animais aos seus deuses.
Sêneca aconselhava o domínio das paixões, a insensibilidade à dor e ao prazer.
Recomendava igualmente a indulgência para com os escravos, dizendo que todos os
homens são iguais. Referia-se ao céu como fazem os cristãos, afirmando que todos são
filhos de um mesmo pai. Concebia como pátria o Universo. Os homens deveriam s
ajudar e se amar mutuamente. Enquanto isso, o humanismo cristão limitou-se apenas
aos irmãos de fé. O bem visa somente a salvação da alma, o que é egoísmo, nunca
humanismo. Sêneca manifestou-se contrário à pena de morte; o crisanismo, ao
contrario, é responsável por inúmeras execuções. Admia a tolerância mesmo em face
da culpa. Em vez de perseguir e punir, por que não persuadir, ensinar e converter?
Epíteto e Marco Aurélio foram bons professores dos cristãos. Os filósofos greco-romano
foram grandes mestres da moral cristã e da consolação, sem que para isto criassem
empresas, negócios ou castas. O crisanismo existente antes de Jesus Cristo já pregava a
moral anterior ao marrio do Gólgota. A moral cristã não veio de Jesus Cristo nem do
Evangelhos, mas nasceu da tendência natural para o aperfeiçoamento do homem. Não
fosse a destruição sistemáca de angas bibliotecas, determinada pelo clero no intuito
de preservar os seus escusos interesses, hoje seria possível patentear com documentos à
mão que a moral anterior à cristã era bem melhor do que esta, tendo-lhe servido de
modelo. Assim, vê-se que a moral jamais foi patrimônio de castas ou de indivíduos,
sendo uma lenta conquista da humanidade, com ou sem religião, e mesmo contra ela.
Por isso é que o mundo racionaliza-se connuamente, e avança sempre no sendo do
seu aperfeiçoamento. A bondade humana independe da idéia religiosa. A razão ensina-
nos o que devemos ao nosso meio social, independentemente da fé e da religião. Para
jusficar o aparecimento de Jesus, fez-se necessário recorrer a uma moral que, no
entanto, já era um patrimônio da humanidade. Jesus nada mais foi do que a
materialização de qualidades que já exisam. Por isso, mesmo em moral, Jesus foi ator,
não autor. O crisanismo apenas sistemazou e industrializou essa velha moral,
estabelecendo-a como um rendoso comércio. A Igreja é responsável pela deturpação
dessa moral. Havia a moral pela moral, que foi substuída pela moral bíblica, em que só
se é bom para ganhar o céu.
Superpondo-se um grupo empresarialmente forte, extinguiu-se a moral individual.
XVII – Judaísmo e Cristianismo
Está patente a existência do crisanismo sem Cristo. A existência do clero, por outro
lado, foi uma exigência bramânica. Pregando por meio de parábolas, os sacerdotes
faziam-se necessários para esclarecer o sendo das mesmas. Jusfica-se, assim, o
pagamento com as esmolas dos crentes. Ensinavam a religião e apoderavam-se do
dinheiro. Suas terras e os templos já eram isentos dos impostos. O sumo-sacerdote não
se casava e era venerado como um deus.
No budismo, tanto os bonzos como os mosteiros são mandos pela comunidade, e os
monges, igualmente, não se casam. O Dalai-Lama é o Vigário de Deus, o sucessor de Fó
sendo Infalível como o Papa se diz ser. Nos mosteiros todos se chamam de irmãos.
O clero persa era dividido em ordens hierárquicas, e nha o direito a um décimo da
renda da comunidade. Os magos persas, como os profetas judeus, eram puros e não
trabalhavam.
No Egito, a classe mais alta era a dos sacerdotes. Elegiam o rei e limitavam a sua ação.
povo arrendava as terras do templo. Só o clero ensinava a religião e presidia aos
sacricios. O regime era teocrata e todos nham de submeter-se às regras eclesiáscas.
O sacerdote era o adivinho, fazia os oráculos, as profecias, os sorlégios e os exorcismos.
Afirmava ter força sobre a natureza, para o bem da humanidade.
Os brâmanes procuravam afugentar os malecios e as maldições. Para isto, culvam
certas plantas, como o lótus e o cânhamo, das quais faziam licores como o “amrita”, que
possuía virtudes milagrosas. Tinham as mesmas modalidades de expiação ainda hoje
adotadas pelo cristianismo.
As morficações hindus são as mesmas pracadas pelos cristãos medievais. Certos
crentes carregaram durante toda a vida enormes colares de ferro, outros, pesadas
correntes de ferro. Alguns se marcavam com o ferro em brasa, avivando a ferida todos os
dias. Muitos vão rolando deitados até Benares, pagar ali suas promessas. Também usam
sandálias cravadas de finos pregos, os quais entram pelas solas d os pés.
No Egito, os sacerdotes de Ísis açoitavam-se em sua honra, expiando, com isso, sua
próprias culpas e as do povo.
Entre os gregos havia a água lustral para as expiações e para as propiciações. Os
sacerdotes de Dodona feriam-se e os de Diana pracavam tais coisas em seus corpos,
que às vezes punham em perigo a própria vida.
Os romanos procuravam livrar-se das calamidades públicas oferecendo aos seus deuses
sacricios humanos. Os Indostânicos tornavam-se celibatários, pediam esmolas,
jejuavam e isolavam-se do convívio com outras Pessoas.
No budismo, as crianças eram ensinadas a fazer votos de casdade. O governo concedia
honras especiais ao que chegavam aos 40 anos castos. No Egito, exisam mosteiros
apropriados para os que faziam votos de casdade. Também os sacerdotes de Baco, na
Grécia, faziam tais votos. Os sacerdotes de Cibele eram castos e castrados. Em Roma, a
seria enterrada viva e, o amante, condenado à morte.
Os budistas consagravam o pão e o vinho, representando o corpo e o sangue de Agni,
quando os bonzos aspergiam os crentes. Enquanto aspergem água lustral, cantam hinos
ao sol e ao Fogo, o “Kirie Eleison” que os católicos copiaram e cantam ou recitam
durante a missa. Inicialmente o sacricio constava da imolação de uma pessoa, a qual
posteriormente foi substuída pela hósa. Tal como o padre católico, o sacerdote
budista também lava as mãos antes das libações. A cerimônia budista é em tudo
semelhante à missa da Igreja Católica.
Os persas nham, em seus ritos religiosos, a eucarisa, ou seja, a mesma oferenda do
pão e do vinho que também consta do ritual da missa, bem como o Pater Noster, o
Credo e o Confiteor.
Na Grécia, rezava-se pela manhã e à noite. Os etruscos juntavam as mãos quand
oravam. Também a confissão lá era pracada pelos persas. O ritual do catolicismo tem
muito do ritual mitraico, assim como a vesmenta dos sacerdotes católicos foi copiada
do figurino dos sacerdotes de Mitra.
Muitas das religiões pré-cristãs já festejavam a Páscoa e a Navidade. Os persas inclusive
dedicaram um dia aos mortos. E, no dia em que o filho começava a receber instrução
religiosa, havia festa na casa dos pais.
Entre os gregos, cada dia da semana era dedicado a um deus.
Os Hindus viviam peregrinando de um templo para outro. Criam na existência de dia
bons e dias maus, como também em sorlégios e malecios. Cada pessoa era dedicada a
um anjo que a protegia desde o nascimento. Benziam as vacas, os instrumentos agrícolas
e animais domésticos.
A história do passado religioso do homem está repleta de virgens puras e belas, que são
as mães dos deuses. Maria, mãe de Jesus Cristo, é apenas mais uma dentre tanta
outras.
Igualmente, as procissões constuem prácas mulmilenares. É anqüíssima tal
modalidade de culto. Juno e Diana passearam em andores durante muitos séculos. A
cidades sempre se enfeitaram à passagem dos santos e dos deuses.
Por aí vemos que nem Jesus nem o crisanismo têm nada de original. A veneração das
imagens já era muito anterior ao crisanismo. Por outro lado, o judaísmo, que as baniu,
não foi, entretanto, o primeiro a tomar tal atude. Plutarco disse que os tebanos não as
usavam, assim como Numa Pompílio proibiu os romanos de usarem-nas, durante o seu
governo. O basmo era uma cerimônia pracada pelos angos muito antes de se cogitar,
sequer, do nome de cristão. Os hindus lavam o recém-nascido em água lustral, dando-lhe
um nome de um gênio protetor. Aos oito anos, a criança aprende a recitar os hinos ao
Deus-Sol. A extrema-unção também, de há muito antes do crisanismo, era pracada
pelos hindus.
Copiando detalhes dos ritos e cultos de uma grande variedade de seitas, o crisanismo
constuiu o seu próprio ritual, tudo girando em torno do Deus-Sol, no qual, por fim,
vestiram a roupa de Jesus Cristo.