Notariado, Função Notarial

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Notariado, função notarial

Competências do notário, actos


notariais em geral.
3° Grupo
CAPITULO I: Introdução
• O presente trabalho tem por objectivo demonstrar a
evolução, o regime jurídico e a importância das funções
notariais na sociedade contemporânea um apanhado
histórico da actividade notarial, dedicando-se um momento
para abordar as nuanças históricas da actividade notarial na
política notarial, ressaltando, sobretudo, o seu novo regime
jurídico, também vale ressaltar as múltiplas funções da
actividade notarial na formalização dos actos e negócios
jurídicos, por meio de uma actividade jurídica preventiva,
conferidora de segurança jurídica, e com autoridade na
realização da paz social e na estabilidade das relações
humanas.
1.1. Objectivos
1.2. Objectivos Gerais
• Descrever o regime jurídico e a
importância das funções notariais na sociedade
contemporânea.
1.3. Objectivos Específicos
• Destacar a evolução, o regime jurídico e a
importância notarial.
• Abordar as nuanças históricas da
actividade notarial na política notarial.
1.4. Metodologias
1.4.1. Tipo de Pesquisa
• a) Quanto aos objectivos a presente pesquisa configura-se
como descritiva que permite ao investigador ampliar seu
conhecimento em torno de um determinado problema.
• b) Quanto a natureza é uma pesquisa aplicada com
leitura, análise crítica e interpretação da bibliografia
seleccionada e necessária para a indagação do assunto.
• c) Quanto à abordagem a pesquisa é qualitativa. Os
estudos qualitativos podem descrever a complexidade de
um determinado problema e a interacção de certas
variáveis, compreender e classificar os processos
dinâmicos vividos por grupos sociais.
Cont.
• d) Quanto aos procedimentos técnicos a pesquisa
é documental, visto que baseia-se na observação e
colecta de dados, para apurar os resultados.
• e) Quanto ao objecto a pesquisa é bibliográfica.
Foi elaborada a partir de material já publicado, com
matérias relacionadas (Vera, 2004).
1.4.2. Métodos da pesquisa
• Os métodos podem ser subdivididos em métodos de
abordagem e métodos de procedimentos.
CAPITULO II: Contextualização
• Segundo Leonardo Brandelli, A actividade
notarial não é, assim, uma criação académica,
fenómeno comum no nascimento nos institutos
jurídicos do direito romano-germânico,
tampouco uma criação legislativa. É, sim, uma
criação social, nascida no seio da sociedade, a
fim de atender às necessidades desta diante do
andar do desenvolvimento voluntário das
normas jurídicas Daí se afirmar que o
nascimento da actividade notarial se deve ao
clamor social, havendo registros da existência
deste profissional desde as civilizações
Cont.
• Felipe Leonardo Rodrigues e Paulo Roberto
Gaiger Ferreira (2013) apontam a existência de
contractos imobiliários de terras da Suméria
formalizados sob a pele animal (de 3500 a
3000 a.C.), os quais, posteriormente, foram
legalizados por um profissional com
actividade semelhante à notarial, ante a
conquista do território pelos gregos.
• Na Grécia, nasce a figura dos “mnemons”, técnicos da
memorização, aos quais competia a função de lavrar os
negócios jurídicos entre os particulares. Aristóteles (1991),
no livro “A Política”, faz referência a esse oficial público,
considerando-o essencial em todos os povos civilizados e
em sociedades bem organizadas.
• É no Império Romano, no entanto, que se encontra o
legítimo precursor do notário de hoje: os “tabelliones”. O
“tabellion” era incumbido de lavrar os negócios jurídicos,
assessorar as partes e conservar os documentos realizados.
Ao lado desse oficial, surgiram outros, dentre os quais se
destacam: os “notarii”, os “argentarii” e os “tabularii”.
2.1. A actividade notarial
A legislação portuguesa era a principal fonte normativa do
Direito em Moçambique, perdurando até o século XX.
Desse modo, a regulamentação atinente à actividade
notarial obedecia às Ordenações portuguesas.
• No Brasil e na América, é possível verificar a presença
da actividade notarial no período das grandes
navegações. Com a chegada dos portugueses, tem-se
notícia do primeiro acto notarial praticado em solo
brasileiro: trata-se da Carta de Pero Vaz de Caminha
dirigida ao Rei de Portugal que narra, em minúcias, a
descoberta das terras brasileiras.
• Em nosso país, o notariado nasceu e cresceu à
margem do poder judicial. Antigamente,
‘cartórios’ eram dados aos amigos dos
governantes e, depois, negociados por seus
‘proprietários’ ou legados aos filhos. Com isso,
a profissão atrofiou-se, situação que somente
se alterou no século XX, com o
aperfeiçoamento dos concursos públicos
judiciais e, finalmente, específicos para as
delegações notariais.
2.1.1. REGIME JURÍDICO DAS
ATIVIDADES NOTARIAIS
• Em palavras outras, assim como o inquérito policial
não é processo judicial nem processo administrativo
investigatório, mas inquérito policial mesmo (logo,
um tertium genus);
• Os serviços forenses não são propriamente uma
modalidade de serviço público, mas apenas serviços
forenses em sua peculiar ontologia, também assim
os serviços notariais e de registro são serviços
notariais e de registro, simplesmente, e não
qualquer outra actividade estatal.
2.1.2. A FUNÇÃO NOTARIAL
• Frise-se que a função notarial vai além da mera
redacção de documentos e simples conferência da fé
pública aos actos e negócios jurídicos, atribuindo ao
tabelião a função precípua de presidir o
desenvolvimento das transacções, numa verdadeira
polícia jurídica, que vai desde o prévio assessoramento
aos interessados até a manifestação de vontade desses
na declaração, constituição ou extinção de direitos.
Trata-se de cátedra imparcial exigida daqueles que
reclamam seus ministérios, para garantir actos e
negócios jurídicos válidos e eficazes.
2.1.3. Competência dos notários
1. Compete, em especial ao notário:
• a) Lavrar testamentos públicos, instrumentos de
aprovação, depósito e abertura de testamentos cerrados;
• b) Lavrar outros instrumentos públicos nos livros de
notas e fora deles;
• c) Exarar termos de autenticação em documentos
particulares, ou de reconhecimento das assinaturas neles
apostas;
• d) Passar certificados de vida e identidade, e bem assim
do desempenho de cargos públicos, de gerência ou de
administração de pessoas colectivas;
Cont.
• e) Passar certificados de outros factos que haja
devidamente Verificado;
• f ) Certificar, ou fazer e certificar, traduções de
documentos.
• g) Passar certidões de instrumentos públicos e
de outros documentos arquivados, ou passar
públicas-formas de documentos que, para esse
fim, lhe sejam presentes pelos interessados;
• h) Expedir fotocópias de instrumentos e de outros
documentos, ou conferir com os respectivos originais as
fotocópias extraídas pelos interessados;
• i) Meios informáticos sob forma certificada, o teor dos
instrumentos públicos, registos e outros documentos que
se achem arquivados no cartório, a outros serviços
públicos perante os quais tenham de fazer fé e receber os
que lhe forem transmitidos, por esses serviços, nas
mesmas condições;
• j ) Lavrar instrumentos de actas de reuniões de órgãos
sociais; e
• k) Intervir nos actos jurídicos extrajudiciais, a que os
interessados pretendam dar garantias especiais de certeza
ou de autenticidade.
• 2. Salvo disposição em contrário, o notário pode
praticar, dentro da área de jurisdição da respectiva
repartição, todos os actos da sua competência, que
lhe sejam requisitados, ainda que respeitem a pessoas
domiciliadas ou a bens situados fora dessa área.
• 3. À solicitação dos interessados, o notário pode
requisitar, por qualquer via, a outros serviços
públicos os documentos necessários à instrução dos
actos da sua competência.
2.1.4. EFEITOS E PRINCÍPIOS
DO REGISTO
• O registo predial ao promover a publicidade da situação
jurídica dos prédios visa a segurança do comércio
jurídico imobiliário.
• Este objectivo é alcançado por força dos efeitos que a lei
confere ao registo, os quais, por sua vez, assentam numa
teia de regras e princípios a que o registo é submetido.
• Efeitos do registo são, no nosso ordenamento jurídico:
• a) A presunção de que o direito existe e pertence ao
titular inscrito nos precisos termos em que aquele o
define (princípio da presunção de verdade;
Cont.
• b) – A prevalência do direito prioritariamente inscrito
sobre os que lhe seguirem na ordem do registo
(princípio da prioridade)
• – A eficácia contra terceiros dos factos a ele sujeitos a
partir (apenas) da data do registo e consequente
ineficácia perante terceiros dos factos não registados
(princípio da inoponibilidade).
• - Do princípio enunciado na al. c) resulta que um acto
só se torna oponível perante todos a partir da data do
respectivo registo, embora possa ser invocado entre as
próprias partes.
• - Do princípio enunciado na al. c) resulta que
um acto só se torna oponível perante todos a
partir da data do respectivo registo, embora
possa ser invocado entre as próprias partes.
2.1.5. Princípio da tipicidade
• - Os factos sujeitos a registo são só os
taxativamente previstos na lei;
• - A disposição que prevê a submissão a registo
de “quaisquer outras restrições ao direito de
propriedade, quaisquer outros encargos e
quaisquer outros factos sujeitos por lei a
registo” não contraria este princípio.
2.1.6. Princípio da especialidade
• - Resulta de diversas disposições e traduz-se na
ideia de que o prédio ou prédios a registar têm de
estar concretamente identificados;
• Este é o sentido estrito.
• Se o registo for efectuado de forma a gerar dúvida
ou incerteza quanto à identidade do prédio ele é
ferido de nulidade).
• - Há quem encare este princípio num sentido amplo,
englobando não só o objecto (o prédio) mas também
os sujeitos da relação jurídica e o facto a inscrever.
Cont.
• Todos estes elementos do registo – os sujeitos, o
objecto e os factos – devem ser certos e determinados;
• - Relativamente aos sujeitos pode acontecer que no
momento em que é pedido o registo eles não possam
ser identificados com todos os elementos, mas a sua
identificação tem de ser determinável;
• - No que toca aos factos essa certeza mostra-se desde
logo assegurada pela vigência da regra do “numerus
clausus”;
• - Em conformidade com este princípio a lei fixa os
requisitos gerais, e especiais que a inscrição deve
conter.
2.1.7. Princípio da prioridade
• - Esta norma estabelece a prevalência do direito
inscrito em primeiro lugar sobre os que se lhe
seguirem, relativamente aos mesmos bens, ainda
que estes tenham nascido antes;
• - Encontramos manifestações deste princípio nos
registos provisórios quando convertidos em
definitivos e nos registos recusados que venham a
ser efectuados na sequência de recurso julgado
procedente;
• - O princípio da prioridade engloba duas vertentes,
consoante os direitos inscritos sejam ou não
compatíveis entre si;
2.1.8. Princípio da legalidade
• - O princípio da legalidade tem consagração
legal no artigo 68.º; de acordo com esta norma
a viabilidade do pedido tem de incidir sobre:
• a) – As disposições legais aplicáveis;
• b) – Os documentos apresentados;
• c) – A situação tabular, isto é o historial
descritivo e inscritivo do prédio objecto de
registo.
3. Considerações finais
• A vida social se reveste de grande complexidade, exigindo
um ordenamento jurídico abarrotado de regras e princípios
aptos a conferir segurança jurídica às relações humanas.
• Sob esse viés, a instituição notarial tem ganhado cada vez
mais reconhecimento. Por certo, a função do tabelião tem
em muito contribuído com a segurança jurídica nas
relações, com a desburocratização do Judiciário e com a
realização de trabalho de carácter eminentemente
preventivo.
• Durante longo período negou-se à actividade notarial seu
real escopo: participar, de forma permanente, da realização
do primado da justiça, proporcionando estabilidade às
relações sociais de cunho patrimonial ou mesmo familiar.

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