Direito Falimentar
Direito Falimentar
Direito Falimentar
Princípios:
Assim, primeiro irá buscar a recuperação, visando à manutenção da unidade produtiva, tida
por fonte de renda, de receita tributária e emprego (diretos e indiretos) para depois, caso não
consiga recuperar, seja decretado a falência.
Anterior a Lei 11101/05, o DL 7661/45, que regulava o sistema falimentar, não visava a
recuperação, apenas a liquidação. Dessa forma, existia a figura da concordata, um benefício
dos empresários para pagar as dívidas quirografárias** em até 2 anos, com uma parcela de
40% da dívida ao final do primeiro ano. Pagando os outros 60% no final do segundo ano.
Caso não houvesse o pagamento da dívida ao final do primeiro ano, o juiz poderia, de oficio,
decretar a falência.
**credores quirografários são aqueles que não possuem um direito real de garantia, seu
crédito é representado por título oriundos de uma obrigação (duplicata, nota promissória)
Como também, pelo artigo 2° da referida lei, estão CC, Art. 44. São pessoas
excluídas: jurídicas de direito privado:
I - As associações;
II - As sociedades;
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: III - as fundações.
IV - As organizações
I – Empresa pública e sociedade de economia religiosas;
V - Os partidos políticos.
mista;
Procedimentos pré-falimentar
É um processo de conhecimento, de feição contenciosa, isto é, ainda que haja revelia, o juiz
irá ou não decretar a falência do devedor.
Causas de pedido
Obrigação líquida vencida e não paga + valor superior a 40 S/M + ausência de justo
motivo + título protestado.
Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos
requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua
falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade
empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:
Pressupostos legais
Legitimidade:
a. Passiva: condição de empresário (regular ou irregular)
b. Ativa: qualquer pessoa pode fazer o pedido, física ou jurídica, credor e devedor
(autofalência).
E também:
Sociedades empresárias, para isso, deve estar regular, juntando no processo seu
contrato social e o da requerida.
o Empresário irregular pode ter sua falência decretada, mas não poderá pedir a
de outro empresário.
Sociedades sem sede no Brasil
o Dessa forma, é necessário caução no processo para pagamento de eventuais
perdas e danos devidos ao requerido, para evitar pedido fraudulento.
Credor com garantia especial
Caso de falência do empresário, o cônjuge sobrevivente, herdeiro ou inventariante.
ATENÇÃO! Princípio pars conditio creditori, as partes serão tratadas nas mesmas condições.
2) Insolvência
A insolvência deve ser jurídica, aquela presumida, pelo sistema misto de falência brasileira há
dois mecanismos: impontualidade e atos ruinosos (art. 94, I, II e III).
OBS.: a insolvência fática, a qual o passivo supera o ativo, não é justificativa para o pedido
de falência.
Deve estar presentes tais pressupostos, caso contrário a mera constatação fática de
inadimplência ou crise economica não configura falência.
Qualidade de credor: pode ser empresário ou não, mas tem que haver um título (crédito) para
legitimar o pedido (habilitação de crédito).
Pluralidade de credores: não é pressuposto para a sentença, visto que só descobre a quantidade
ao final.
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o
devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do
crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a
falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o
levantamento do valor pelo autor.
O pedido é descritivo e instruído com provas dos fatos, assim, fica impedido de pedir
recuperação judicial e realizar o depósito elisivo.
Vai realizar a juntada dos documentos indispensáveis, com o pedido inicial do devedor
em crise.
o Ausente algum documento ou incompleto, o juiz pede a emenda ou
complementação.
Citação dos sócios, caso não sejam litisconsórcio com a sociedade requerente.
o Os sócios podem contestar ou se oporem com ou sem apresentação de pedido
de recuperação judicial
o Podem se opor ou apresentar pedido de recuperação judicial por parte do
cônjuge sobrevivente, herdeiros ou inventariante.
Prosseguindo para decisão do juiz, que pode:
o Decretar falência (cabendo agravo)
o Indeferir o pedido de recuperação
por decretação da falência (agravo)
por denegação do pedido de autofalência (apelação)
o denegar o pedido de autofalência (apelação)
o deferir o pedido de recuperação, denegando o pedido de autofalência
(apelação)
LRF, Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a
improcedência do pedido cabe apelação.
Sentença judicial
Unidade
4) Causas que tenha como interesse no polo ativo, passivo, como assistente ou oponente:
a União, autarquia ou empresa pública (competência da Justiça Federal);
5) Ações relativas a imóveis, com competência determinada pela situação do bem, de
forma absoluta;
6) Ações com quantia ilíquida, antes da decretação da falência, com citação anterior à
sentença de quebra. (continua no juízo que estiver processando)
Exceto: processos trabalhistas e fiscais e aqueles que o falido figurar como autor ou
litisconsórcio ativo.
Defesas:
Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será
decretada se o requerido provar:
I – Falsidade de título;
II – Prescrição;
III – nulidade de obrigação ou de título;
IV – Pagamento da dívida;
V – Qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a
cobrança de título;
VI – Vício em protesto ou em seu instrumento;
VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação,
observados os requisitos do art. 51 desta Lei;
VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de
falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual
não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado.
Tais defesas não obstam a decretação de falência se sobrar alguma obrigação que não
foi englobada pelas defesas apresentadas com valor superior ao limite previsto.
ATENÇÃO! Sociedade anônima após liquidação e partilha dos ativos, ou de seu espólio
(após 1 ano da morte do devedor) não terão decretada sua falência.
Além das defesas previstas na Lei de Falência, pode ser alegado também:
2° fase da falência
Sentença de quebra
Está mais próximo de ato decisório com decisão interlocutória, assim, o recurso
cabível é o agravo de instrumento.
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
II – Fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa)
dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1º
(primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os
protestos que tenham sido cancelados;
A fixação do termo legal da falência destina-se a evitar possíveis fraudes e a tornar
ineficazes certos e determinados atos jurídicos realizados posteriormente.
Fixando o termo legal, os atos praticados pelo devedor se tornam ineficazes (art. 129):
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação
nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos
respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;
A sentença sendo procedente, será nomeado o administrador judicial, que agirá como
um auxiliar do juiz e fará o auto de arrecadação.
Em seguida, o juiz suspenderá as ações, exceto aquelas em que figure ressalva ao juízo
familiar.
Efeitos
Princípio da maximização do ativo, que preserva e otimiza a utilização produtiva dos bens,
dos ativos e dos recursos produtivos, inclusive aqueles intangíveis, da empresa. Dessa forma,
os contratos bilaterais não serão resolvidos em decorrência da falência, serão continuados pelo
administrador judicial (art. 117).
CC, Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido
o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código: I - no caso de falência
do devedor, ou de concurso de credores;
Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a
decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado
não bastar para o pagamento dos credores subordinados.
g) Coobrigados cambiários: (LAYS): a sentença não atinge avalista, pois o aval é uma
obrigação independente.
Restrições:
Obrigações: são situações jurídicas, que tem por fim uma ação ou abstenção de valor
econômico ou moral, cuja realização devem certas pessoas assegurar:
a) De entregar bens, livros (os obrigatórios no momento que for prestar declarações e o
restante dos documentos, ao administrador judicial) e papéis;
b) De fazer, limitadas a auxiliar o juízo, para o bom andamento processual falimentar;
c) De se abster de ato, consistente em não se ausentar do domicilio falimentar
(LAYS)
Direitos do falido
Habilitações de crédito
Para os créditos não incluídos, os credores terão o prazo de 15 dias para apresentar ao
administrador judicial.
Para os créditos não incluídos, os credores terão o prazo de 15 dias para apresentar ao
administrador judicial.
Contra essa relação cabe a impugnação pelos legitimados (Comitê de credores, credor,
devedor, seus sócios ou ainda o MP), no prazo de 10 dias.
2° Realização do ativo
É a venda, alienação de todos os bens arrecadados para que possa seguir à quitação das
dívidas com os credores habilitados.
Realizado o ativo, inicia o pagamento dos credores obedecendo à ordem dos créditos
no quadro-geral, com as quantias ainda disponíveis em caixa. (obedece a uma ordem legal
presente no artigo 83)
I – Créditos trabalhistas (de até 150 SM por credor), além daqueles decorrentes
de acidentes de trabalho;
II – Créditos gravados com direito real de garantia (de até o valor do bem
gravado);
III – Créditos tributários (exceto os extraconcursais e as multas tributárias);
IV – Créditos quirografários;
V – Multas contratuais e penas pecuniárias (infrações penais ou
administrativas), além das multas tributárias;
VI – Créditos subordinados;
VII – Juros vencidos após a decretação da falência
OBS.: não aguarda os credores retardatários, estes perderão o direito a rateio eventualmente
realizado.
Patrimonio de afetação
O que é: patrimonio destacado, que está fora do patrimonio da massa falida. Ex.:
prédio da massa, e um dos apartamentos não faz parte, sendo um patrimonio de afetação que
não será atingido, ou seja, é impenhorável.
Encerramento da falência
Recuperação da empresa
Teoria da Empresa
Surgiu na Itália, em 1942, como uma forma de unificar e modernizar o direito civil e
comercial, superando a Teoria dos Atos de Comércio.
Teoria dos Atos de Comércio: os comerciantes são aqueles que exercem os atos de
comércio de modo profissional (art. 1 do Código de Napoleão, 1807). Assim,
praticando determinado atos de comércio, deixou de ser necessário a inscrição nas
antigas Corporações de Ofício.
Assembleia-geral de credores
Após a apresentação do plano dentro do prazo de 60 dias, é enviada uma carta aos
credores abrangidos por ele, publicando, também, um edital com a relação nominal dos
credores.
1) Titulares de créditos derivados da relação de trabalho; (proposta deve ser aprovada por
maioria simples)
2) Titulares de créditos com garantias reais;
3) Titulares de créditos quirografários.
Nessas duas últimas classes a aprovação decorre dos credores que representem
mais da metade do valor do total dos créditos + maioria simples dos presentes.
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores
sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação de
eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei.
Fases:
Convolação
Quando as obrigações que devem ser cumpridas durante a execução não forem
adimplidas pontualmente, aquelas em que estão previstas no plano que vencem em até 2
anos, ocorrerá a convolação da recuperação em falência.