Direito Falimentar

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Direito Falimentar

O Direito Falimentar é regido pela Lei 11.101/05 (Lei de Recuperação de Empresas e


Falência – LREF). Este direito engloba a recuperação judicial e extrajudicial do empresário e
da sociedade empresária (devedores).

Princípios:

 Função social da Empresa


 Preservação da atividade empresária

Assim, primeiro irá buscar a recuperação, visando à manutenção da unidade produtiva, tida
por fonte de renda, de receita tributária e emprego (diretos e indiretos) para depois, caso não
consiga recuperar, seja decretado a falência.

Anterior a Lei 11101/05, o DL 7661/45, que regulava o sistema falimentar, não visava a
recuperação, apenas a liquidação. Dessa forma, existia a figura da concordata, um benefício
dos empresários para pagar as dívidas quirografárias** em até 2 anos, com uma parcela de
40% da dívida ao final do primeiro ano. Pagando os outros 60% no final do segundo ano.

Caso não houvesse o pagamento da dívida ao final do primeiro ano, o juiz poderia, de oficio,
decretar a falência.

**credores quirografários são aqueles que não possuem um direito real de garantia, seu
crédito é representado por título oriundos de uma obrigação (duplicata, nota promissória)

Aplicação da Lei 11.101/15

Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a


falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos
simplesmente como devedor.
Dessa forma, estão excluídos do regime falimentar os devedores civis, pessoas jurídicas
previstas no artigo 44, CC, exceto as sociedades empresárias (menos a simples ou
cooperativa).

Como também, pelo artigo 2° da referida lei, estão CC, Art. 44. São pessoas
excluídas: jurídicas de direito privado:
I - As associações;
II - As sociedades;
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: III - as fundações.
IV - As organizações
I – Empresa pública e sociedade de economia religiosas;
V - Os partidos políticos.
mista;

Empresa pública é formada por capital público e a


economia mista, por capital público e privado. A primeira é empresa governamental,
já a segunda, é uma sociedade anônima de direito privada submetida a Administração
Pública e controlada pelo Poder Público.

II – Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio,


entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à
saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente
equiparadas às anteriores.

Essas instituições são parcialmente excluídas, porque possuem procedimento próprio,


assim, caso não dê certo, é sujeito a Lei de Falência.

São agentes econômicos de mercados regulados, possuem diplomas normativos


próprios, ou seja, submetem-se a um regime especial de liquidação extrajudicial
diferente do procedimento previsto na LRF.

OBS.: banco não vai à falência, e sim liquidação extrajudicial.

A competência é da Justiça Estadual, do local que ocorre as principais atividades da empresa


(que pode ser diferente da sede).

Procedimentos pré-falimentar

É um processo de conhecimento, de feição contenciosa, isto é, ainda que haja revelia, o juiz
irá ou não decretar a falência do devedor.

 Assim, a falência é o tratamento final de uma situação de insolvência.


 Falência é o encerramento das atividades econômicas do empresário em crise, bem
como a forma como deve se dar a expropriação dos seus bens em favor dos credores.

A natureza da sentença declaratória de falência tem pretensão de tutela constitutiva, porque


modifica não apenas a situação jurídico-econômico do falido, como transforma uma empresa
em massa falida. E a sentença procedente, é de decisão interlocutória, porque não põe fim ao
processo.

Ex.: Construtora ABC passa a se chamar Massa Falida Construtora ABC

Causas de pedido

1) Impontualidade ou frustação de execução (art. 94, I e II)

Ou seja, inadimplência da obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos


protestados cuja soma ultrapasse 40 S/M. Assim, precisa:

 Obrigação líquida vencida e não paga + valor superior a 40 S/M + ausência de justo
motivo + título protestado.

Ou também, a frustração de execução por qualquer quantia líquida, no prazo legal. O


devedor executado, devidamente citado, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens
suficientes. (Aqui não precisa de título protestado)

OBS.: há a limitação de valor em decorrência do princípio da função social da empresa, para


evitar a utilização da falência como mecanismo de cobrança.

2) Prática de atos de insolvência (art. 94, III)

Corresponde ao comportamento do devedor, pouco importando a quantia.

Há o rol taxativo contento justificativas para a decretação de falência:

a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio


ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
 Venda dos bens pertencentes ao patrimonio da sociedade empresário ou
empresário individual, sem pagamento dos credores.
 Prática de negócio arriscados ou sujeitos à sorte, ou gastos excessivos.
 Má-fé, dolo ou engano malicioso, para não cumprimento do dever.
Pressupõe a intenção de causar prejuízo a terceiro.
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou
da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
 Fraude, intenção de esconder fatos que deveriam ser de conhecimento
dos credores, para causar prejuízo ou retardar o pagamento.
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de
todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;

d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de


burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
 Simula a transferência da sede para outra comarca para postergar o
andamento processual.
 A fim de quebrar a paridade entre os credores, beneficiando um em
detrimento de outros.
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar
com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes
para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de
seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
 Configuram ato revelador de estado falimentar, pelos atos inequívocos
para fugir da responsabilidade.
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de
recuperação judicial.
 O não cumprimento do plano de recuperação judicial transforma em
falência.

3) Grave crise econômico-financeira (art. 97, I e 105)

Que impede o devedor de dar prosseguimento à atividade empresarial, não atendendo os


requisitos necessários ao deferimento de recuperação judicial, como por exemplo, a
apresentação do plano de recuperação judicial dentro do prazo legal.

Dessa forma, consiste em um pedido de autofalência.

Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos
requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua
falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade
empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:

 Demonstrações contábeis dos 3 últimos exercícios sociais (com balanço


patrimonial, resultados acumulados, todos os resultados desde o último
exercício social e o relatório do fluxo de caixa);
 Relação com os credores e suas informações;
 Relação com os bens e direito do ativo e suas informações;
 Prova da condição de empregado;
 Livros obrigatórios e documentos contábeis;
 Relação com administradores nos últimos 5 anos e suas informações

OBS.: cada causa dará ensejo a um procedimento diferente.

Pressupostos legais

1) Condição de empresário ou sociedade empresária

Legitimidade:
a. Passiva: condição de empresário (regular ou irregular)

Exceto os empresários excluídos em razão de seu objeto (art. 2°) e em razão de


inatividade (art. 96, VIII e §1°):

 Sociedade inativa há mais de 2 anos;


 Sociedades anônimas com ativos partilhados

b. Ativa: qualquer pessoa pode fazer o pedido, física ou jurídica, credor e devedor
(autofalência).

Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:


I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da
sociedade;
IV – Qualquer credor

E também:
 Sociedades empresárias, para isso, deve estar regular, juntando no processo seu
contrato social e o da requerida.
o Empresário irregular pode ter sua falência decretada, mas não poderá pedir a
de outro empresário.
 Sociedades sem sede no Brasil
o Dessa forma, é necessário caução no processo para pagamento de eventuais
perdas e danos devidos ao requerido, para evitar pedido fraudulento.
 Credor com garantia especial
 Caso de falência do empresário, o cônjuge sobrevivente, herdeiro ou inventariante.

ATENÇÃO! Princípio pars conditio creditori, as partes serão tratadas nas mesmas condições.

2) Insolvência

A insolvência deve ser jurídica, aquela presumida, pelo sistema misto de falência brasileira há
dois mecanismos: impontualidade e atos ruinosos (art. 94, I, II e III).

OBS.: a insolvência fática, a qual o passivo supera o ativo, não é justificativa para o pedido
de falência.

3) Declaração judicial do estado de insolvência

Deve estar presentes tais pressupostos, caso contrário a mera constatação fática de
inadimplência ou crise economica não configura falência.

 Presente os pressupostos, vem a sentença que constitui o devedor no status de falido.


Após, com o acertamento dos créditos, saberá a quantidade de credores.

Qualidade de credor: pode ser empresário ou não, mas tem que haver um título (crédito) para
legitimar o pedido (habilitação de crédito).

Pluralidade de credores: não é pressuposto para a sentença, visto que só descobre a quantidade
ao final.

Assim, primeiro decreta a falência e, depois, habilita os credores. Dessa forma, o


juiz só pode encerrar o processo por falta de objeto, após findo o prazo para as
habilitações, verificando a inexistência de credores.
Procedimentos

Para os casos de impontualidade (I) ou frustração de execução (II):

 Prova pré constituída (juntada na PI)


o Ausente, o juiz pedirá a emenda ou completação no prazo de 10 dias, sob pena
de indeferimento e extinção sem resolução de mérito.
 Juntada dos documentos originais ou cópia autenticada de título ou títulos executivos
protestados, superior a 40 S/M na data do pedido falimentar, ou certidão de processo
judicial de execução constando a quantia devida e o não pagamento ou depósito.
 No caso do II, após a citação, o devedor tem o prazo de 3 dias para realizar o
pagamento da dívida, sob pena de penhora e a avaliação.
o A certidão referente ao II, deve indicar o decurso do prazo sem pagamento ou
depósito e falta de nomeação de bens após intimação.
o A certidão pode ser requerida nos próprios autos da execução, desde que o juiz
seja competente, sendo o pedido de falência autônomo ao processo que se
extraiu tal certidão (imposição de citação do devedor, com depósito, defesa ou
incidente de recuperação judicial).

Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o
devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do
crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a
falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o
levantamento do valor pelo autor.

Para o caso de atos insolvência (III):

 A demonstração da causa pode ocorrer na instrução probatória (fase posterior),


indicando os meios para verificação dos fatos alegados.
 Não há contestação com elisão do pedido com o depósito total do crédito.
 Pode apenas contestar, dando origem a dilação probatória (o pedido descreverá os
fatos que a caracterizam, com juntada de provas e especificando as que serão
produzidas), com sentença declaratória ou denegatória.
 Ou pode apresentar pedido de recuperação judicial dentro do prazo da contestação (10
dias)
o Podendo ser indeferido, com sentença declaratória ou denegatória, ou deferido,
com sentença denegatória.

O pedido é descritivo e instruído com provas dos fatos, assim, fica impedido de pedir
recuperação judicial e realizar o depósito elisivo.

Para os casos de pedido de autofalência:

 Vai realizar a juntada dos documentos indispensáveis, com o pedido inicial do devedor
em crise.
o Ausente algum documento ou incompleto, o juiz pede a emenda ou
complementação.
 Citação dos sócios, caso não sejam litisconsórcio com a sociedade requerente.
o Os sócios podem contestar ou se oporem com ou sem apresentação de pedido
de recuperação judicial
o Podem se opor ou apresentar pedido de recuperação judicial por parte do
cônjuge sobrevivente, herdeiros ou inventariante.
 Prosseguindo para decisão do juiz, que pode:
o Decretar falência (cabendo agravo)
o Indeferir o pedido de recuperação
 por decretação da falência (agravo)
 por denegação do pedido de autofalência (apelação)
o denegar o pedido de autofalência (apelação)
o deferir o pedido de recuperação, denegando o pedido de autofalência
(apelação)

LRF, Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a
improcedência do pedido cabe apelação.

Sentença judicial

Unidade

A competência falimentar será a do juízo do principal estabelecimento do devedor ou da filial


de empresa que tenha sede fora do Brasil

Indivisibilidade do Juízo Falimentar


Fixando um domicilio único para o empresário, este se tornará indivisível para conhecer todas
as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, exceto se:

1) Causas derivadas de relação trabalhista (competência exclusiva da Justiça do


Trabalho);
2) Causas fiscais;
3) Causas não reguladas pela LRF em que o falido figure o polo ou litisconsorte ativo.

Ou, outros casos previstos no ordenamento jurídico:

4) Causas que tenha como interesse no polo ativo, passivo, como assistente ou oponente:
a União, autarquia ou empresa pública (competência da Justiça Federal);
5) Ações relativas a imóveis, com competência determinada pela situação do bem, de
forma absoluta;
6) Ações com quantia ilíquida, antes da decretação da falência, com citação anterior à
sentença de quebra. (continua no juízo que estiver processando)

Universalidade do Juízo Falimentar

O juízo falimentar é uno e indivisível, como também universal, sujeitando todos os


credores e bens do falido.

Todos os credores concorrem ao mesmo juízo, a fim de preservar a igualdade de


condições, formando uma vis atractiva (força de atração).

Exceto: processos trabalhistas e fiscais e aqueles que o falido figurar como autor ou
litisconsórcio ativo.

A formação do juízo universal só ocorre após a decretação de falência.

ATENÇÃO! Não cabe acordo no pedido de falência, entretanto, ao decorrer do processo,


pode suspender por petição de acordo a fim de conseguir o valor da falência.

Dessa forma, o processo se torna de execução, e caso haja descumprimento, torna-se


processo de execução comum.

Defesas:

Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será
decretada se o requerido provar:
I – Falsidade de título;
II – Prescrição;
III – nulidade de obrigação ou de título;
IV – Pagamento da dívida;
V – Qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a
cobrança de título;
VI – Vício em protesto ou em seu instrumento;
VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação,
observados os requisitos do art. 51 desta Lei;
VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de
falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual
não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado.

Tais defesas não obstam a decretação de falência se sobrar alguma obrigação que não
foi englobada pelas defesas apresentadas com valor superior ao limite previsto.

ATENÇÃO! Sociedade anônima após liquidação e partilha dos ativos, ou de seu espólio
(após 1 ano da morte do devedor) não terão decretada sua falência.

Além das defesas previstas na Lei de Falência, pode ser alegado também:

 O devedor não é empresário


 A obrigação não é líquida
 A dívida não está vencida
 O credor possui título não vencido e baseia seu pedido em título de terceiro contra o
qual o devedor opõe razões para o não pagamento;
 O título apresentado não legitima ação executiva
 O título não foi protestado, logo não há impontualidade
 Não ocorrem as hipóteses previstas no pedido inicial, constantes do art. 94, III, da Lei
Falimentar;
 O credor é empresário irregular
 O credor sem domicílio no Brasil não providenciou o depósito da caução legal
 O devedor, embora empresário, não se sujeita ao decreto falimentar por iniciativa do
credor;
 A obrigação do título juntado à inicial sujeita-se a condição ainda não realizada ou a
termo final ainda não ocorrido
 O título tem origem em obrigação a título gratuito

2° fase da falência

Sentença de quebra

A sentença que decreta a falência do devedor dá início ao processo falimentar, e não o


encerra. Ou seja, a partir dela se instaura o processo de execução concursal do patrimonio até
então destinado à atividade empresarial.

Está mais próximo de ato decisório com decisão interlocutória, assim, o recurso
cabível é o agravo de instrumento.

Contém os requisitos presentes em qualquer sentença: relatório, fundamentos e


dispositivo. No entanto, além destes, a sentença falimentar contém outros requisitos
específicos previstos no artigo 99.

Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:

I – Conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem


a esse tempo seus administradores;

Nomeação dos administradores conforme o artigo 21.

II – Fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa)
dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1º
(primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os
protestos que tenham sido cancelados;
A fixação do termo legal da falência destina-se a evitar possíveis fraudes e a tornar
ineficazes certos e determinados atos jurídicos realizados posteriormente.

Fixando o termo legal, os atos praticados pelo devedor se tornam ineficazes (art. 129):

 Pagamento de dívidas não vencidas


 Pagamento de dívidas vencidas e exigíveis
 Constituição de direito real de garantia.

III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação
nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos
respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;

Para fins de celeridade ao processo de verificação de crédito, sendo indispensável se já


não se encontrar nos autos (decretação de falência incidental a concordata), sob pena
de desobediência.

IV – Explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no §


1º do art. 7º desta Lei;

Prazo de 15 dias, devendo o magistrado explicitá-lo na sentença, para que com a


publicação e edital, os credores tomem conhecimento e promovam a habilitação do
crédito.

Se perder o prazo, pode fazer a habilitação de crédito retardatário.

V – Ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido,


ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1º e 2º do art. 6º desta Lei;

É um dos efeitos da sentença de falência. No entanto, em casos de sentenças que


demandem quantia ilíquida, decorrem de relação de trabalho, e aquelas que não se
sujeitam aos princípios da indivisibilidade e da universalidade.

VI – Proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do


falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se houver,
ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do devedor se
autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput deste artigo;
Se se submete ao Comitê se este estiver constituído, exceto os bens cuja venda faça
parte das atividades normais do devedor, se autoriza a continuação provisória dos
negócios.

VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das


partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus
administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime
definido nesta Lei;

VIII - ordenará ao Registro Público de Empresas e à Secretaria Especial da Receita


Federal do Brasil que procedam à anotação da falência no registro do devedor, para
que dele constem a expressão “falido”, a data da decretação da falência e a inabilitação
de que trata o art. 102 desta Lei;

IX – Nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma


do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do
inciso II do caput do art. 35 desta Lei;

X – Determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras


entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido;

XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com


o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no
art. 109 desta Lei;

XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembleia-geral


de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a
manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na recuperação judicial
quando da decretação da falência;

XIII - ordenará a intimação eletrônica, nos termos da legislação vigente e


respeitadas as prerrogativas funcionais, respectivamente, do Ministério Público e
das Fazendas Públicas federal e de todos os Estados, Distrito Federal e Municípios
em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.

§ 1º O juiz ordenará a publicação de edital eletrônico com a íntegra da decisão que


decreta a falência e a relação de credores apresentada pelo falido.
§ 2º A intimação eletrônica das pessoas jurídicas de direito público integrantes da
administração pública indireta dos entes federativos referidos no inciso XIII do caput
deste artigo será direcionada:

I - No âmbito federal, à Procuradoria-Geral Federal e à Procuradoria-Geral do Banco


Central do Brasil;

II - No âmbito dos Estados e do Distrito Federal, à respectiva Procuradoria-Geral, à


qual competirá dar ciência a eventual órgão de representação judicial específico das
entidades interessadas; e

III - no âmbito dos Municípios, à respectiva Procuradoria-Geral ou, se inexistir, ao


gabinete do Prefeito, à qual competirá dar ciência a eventual órgão de representação
judicial específico das entidades interessadas.

§ 3º Após decretada a quebra ou convolada a recuperação judicial em falência, o


administrador deverá, no prazo de até 60 (sessenta) dias, contado do termo de
nomeação, apresentar, para apreciação do juiz, plano detalhado de realização dos
ativos, inclusive com a estimativa de tempo não superior a 180 (cento e oitenta) dias a
partir da juntada de cada auto de arrecadação, na forma do inciso III do caput do art.
22 desta Lei.

A sentença sendo procedente, será nomeado o administrador judicial, que agirá como
um auxiliar do juiz e fará o auto de arrecadação.

 A arrecadação de bens e documentos, possui o nome de massa-falida objetiva,


onde se encontrará o inventário e laudo de avaliação dos bens.
 Não estará incluso os bens absolutamente impenhoráveis.

Em seguida, o juiz suspenderá as ações, exceto aquelas em que figure ressalva ao juízo
familiar.

Efeitos

Com a decretação da falência, instaura-se o juízo universal, ou seja, um juízo


indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios do
falido.
 Exceto: causas trabalhistas, fiscais e não reguladas pela Lei 11101/05 em que o falido
figura no polo ou litisconsórcio ativo.
o Porém, nestas causas, o administrador judicial dará prosseguindo,
representando a massa falida sob pena de nulidade processual.

Determinará o vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos sócios ilimitada


e solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional dos juros e conversão dos
créditos em moeda estrangeira para a do Brasil.

Inabilita para o exercicio de atividades empresárias, mas somente se motivadamente


declarada na sentença, isto é, não é automática.

Princípio da maximização do ativo, que preserva e otimiza a utilização produtiva dos bens,
dos ativos e dos recursos produtivos, inclusive aqueles intangíveis, da empresa. Dessa forma,
os contratos bilaterais não serão resolvidos em decorrência da falência, serão continuados pelo
administrador judicial (art. 117).

Em relação à pessoa jurídica da sociedade empresária, será sua extinção, ou seja, a


dissolução da sociedade falida.

 Assim, a decretação da falência “desfaz todos os vínculos existentes entre os sócios ou


acionista e inaugura o processo judicial de terminação da personalidade jurídica da
sociedade” – Fábio Ulhoa Coelho.
 Sendo uma dissolução total judicial.
o Mesmo que se trata de um pedido de autofalência, a dissolução será sempre
judicial, isto é, decretada pelo Poder Judiciário.

Efeitos sobre os Credores

a) Suspensão do curso da prescrição: decreta a falência e determina a suspensão,


voltando a partir do trânsito em julgada de encerramento da falência.
Apenas paras as obrigações de responsabilidade do devedor ou quando de
sociedade, dos sócios com responsabilidades ilimitadas, as obrigações desses
sócios.
NÃO alcança as dívidas ativas (configuram como credores)

OBS.: o período anterior à decretação será somado ao posterior ao trânsito em


julgado, assim, por exemplo, quando titular de título com prazo prescricional de 5 anos, sendo
que na data da falência transcorreu apenas 3 anos, mesmo que transitada em julgado, o credor
terá 2 anos para cobrar a dívida se, neste período, o devedor tiver condições financeira para
tal.

b) Suspensão das ações e execuções individuais dos credores: Formando a massa


falida, todos os credores concorrem a um só juízo para receber seus créditos, assim, as
ações propostas contra o devedor falido deverão ser comunicadas ao juízo da falência.

Há, no entanto, exceções quanto a esta suspensão: as ações em que o credor


demandar quantia ilíquida; relativas a créditos oriundos de natureza trabalhista, até sua
apuração.

c) Vencimento antecipado de todas as dívidas: assim, o credor não precisa esperar o


termo de vencimento. Possibilitando para aquele que não possui título de dívida não
vencidas cobrar seu crédito, visto que, apreendendo os bens, será dividido entre os
credores com título já vencidos, fazendo com que, aqueles, fiquem com as sobras (se
restar)

CC, Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido
o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código: I - no caso de falência
do devedor, ou de concurso de credores;

O credor possui um prazo de 15 dias após a publicação dos editais declaração


falência da empresa para realizar a habilitação de crédito, ultrapassando-o, pode
realizar a habilitação do crédito retardatário.

d) Formação da massa falida (LIVRO: formação da massa de credores): decreta a


falência, todos os credores comuns do devedor falido obrigam-se a comparecer ao
Juízo Universal e concorrer em um mesmo quadro geral, conforme seu crédito
(classificação);

Esse conjunto de credores recebe o nome de massa falida subjetiva.

 Possui natureza jurídica de ente despersonalizado.


e) Suspensão do direito de retenção: assim, a coisa retida deverá ser arrecadada pela
massa.
Esse direito de retenção consiste na guarda de coisa alheia em garantia
enquanto não satisfeita a obrigação. Dessa forma, todos os bens que não estão no
acervo da massa falida, deverão ser entregues ao administrador judicial.

Art. 116. A decretação da falência suspende: I – o exercício do direito de


retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os quais deverão ser entregues
ao administrador judicial;

f) Suspensão da fluência de juros: a partir da decretação. No entanto, no momento da


liquidação, se o ativo comportar, poderão ser pagos a todos os credores, por rateio, em
cada classe.

Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a
decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado
não bastar para o pagamento dos credores subordinados.

g) Coobrigados cambiários: (LAYS): a sentença não atinge avalista, pois o aval é uma
obrigação independente.

Efeitos sobre o Falido

Restrições:

a) Perda da administração e disposição de seus bem;


b) Perda da legitimidade ativa e passiva (perda da sua capacidade processual)

Em relação aos bens e interesses patrimoniais pertencentes à massa, cabendo


ao administrador judicial exercê-la em nome desta.

c) Proibição de tutela, curatela, corretor de seguros etc.; e cargos de gestão;


d) Perda do sigilo de livros, correspondência e bancário:
e) Perda do exercicio da empresa;

Em caso de condenação por crime falimentar:

 Fica impedido de exercer a profissão de empresário, administrador ou fiel de armazéns-


gerais; de administrador de sociedade por ações; exercício de cargo ou função em
conselho de administração, diretoria ou gerencia; e impossibilidade de gerir empresa
por mandato ou gestão de negócio.
(LIVRO)

Obrigações: são situações jurídicas, que tem por fim uma ação ou abstenção de valor
econômico ou moral, cuja realização devem certas pessoas assegurar:

a) De entregar bens, livros (os obrigatórios no momento que for prestar declarações e o
restante dos documentos, ao administrador judicial) e papéis;
b) De fazer, limitadas a auxiliar o juízo, para o bom andamento processual falimentar;
c) De se abster de ato, consistente em não se ausentar do domicilio falimentar

(LAYS)
Direitos do falido

a) Declaração do falido: sobre as causas da falência, 1) Impugnar relação de


credores;
dos bens da massa falida, a relação de credores e
2) Participar de assembleia geral
valores, etc. de credores, sem direito de
voto;
b) Ausentar-se do foro: apenas se comunicar o juízo
3) Manifestar nos autos de
previamente; restituição;
4) Requerer o levantamento de
c) Auxiliar o administrador-judicial.
sua inabilitação para
atividade empresarial;
Efeitos nos Contratos 5) Fiscalizar a administração da
massa; (etc.)
a) Coobrigados cambiários
b) Demais credores

Habilitações de crédito

A verificação dos créditos é tarefa atribuída ao administrador judicial, que o fará


conforme os livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor (etc.). Essa
verificação possibilita a formação do quadro-geral de credores.

 Para os créditos não incluídos, os credores terão o prazo de 15 dias para apresentar ao
administrador judicial.

Realização do ativo (não sei se ele falou disso)

1° publicação do quadro-geral de credores

A verificação dos créditos é tarefa atribuída ao administrador judicial, que o fará


conforme os livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor (etc.). Essa
verificação possibilita a formação do quadro-geral de credores.
Os credores vão habilitar seus créditos ou divergência, e o administrador judicial vai
publicar edital contendo a relação de credores.

 Para os créditos não incluídos, os credores terão o prazo de 15 dias para apresentar ao
administrador judicial.

 Após esse prazo, o administrador publica um novo edital em 45 dias.

OBS.: deve apresentar documentos comprobatórios do crédito

Contra essa relação cabe a impugnação pelos legitimados (Comitê de credores, credor,
devedor, seus sócios ou ainda o MP), no prazo de 10 dias.

 Não havendo impugnações, o juiz homologa a relação de credores como quadro-geral


de credores.

ATENÇÃO! Não há impugnação retardatária.

2° Realização do ativo

É a venda, alienação de todos os bens arrecadados para que possa seguir à quitação das
dívidas com os credores habilitados.

 Ocorre em seguida a arrecadação e juntada do auto ao processo de falência.


 A alienação segue uma ordem de preferência e precedência (art. 140), quanto sua
forma, pode ser por meio de leilão, propostas fechadas, e constituição de sociedade de
credores ou dos empregados.

3° pagamento dos credores

Antes de pagar os credores concursais habilitados, o processo falimentar compreende a


quitação das dívidas extraconcursais (são despesas cujo pagamento antecipado seja
indispensável à administrador da falência – art. 84), como: remuneração do administrador;
despesas com arrecadação, administração; custas judiciais; etc.

Realizado o ativo, inicia o pagamento dos credores obedecendo à ordem dos créditos
no quadro-geral, com as quantias ainda disponíveis em caixa. (obedece a uma ordem legal
presente no artigo 83)
I – Créditos trabalhistas (de até 150 SM por credor), além daqueles decorrentes
de acidentes de trabalho;
II – Créditos gravados com direito real de garantia (de até o valor do bem
gravado);
III – Créditos tributários (exceto os extraconcursais e as multas tributárias);
IV – Créditos quirografários;
V – Multas contratuais e penas pecuniárias (infrações penais ou
administrativas), além das multas tributárias;
VI – Créditos subordinados;
VII – Juros vencidos após a decretação da falência

OBS.: não aguarda os credores retardatários, estes perderão o direito a rateio eventualmente
realizado.

Patrimonio de afetação

O que é: patrimonio destacado, que está fora do patrimonio da massa falida. Ex.:
prédio da massa, e um dos apartamentos não faz parte, sendo um patrimonio de afetação que
não será atingido, ou seja, é impenhorável.

A insolvência do incorporador não atinge esses bens constantes do patrimonio de


afetação, desde que averbado no Registro de Imóveis.

Art. 119, IX – os patrimônios de afetação, constituídos para cumprimento de


destinação específica, obedecerão ao disposto na legislação respectiva, permanecendo
seus bens, direitos e obrigações separados dos do falido até o advento do respectivo
termo ou até o cumprimento de sua finalidade, ocasião em que o administrador judicial
arrecadará o saldo a favor da massa falida ou inscreverá na classe própria o crédito que
contra ela remanescer.

Após 60 dias da decretação da sentença, os adquirentes se reunirão para debater se


continua a obra ou liquida esse patrimonio

Encerramento da falência

a) Prestação de contas do administrador judicial: no prazo de 30 dias, juntamente


com os documentos probatórios das operações financeiras realizadas.
o Juiz publica o aviso de que as contas foram entregues e concede prazo de 10
dias para impugnação.
o Após esse prazo, intima o MP para manifestação em 5 dias
o Em caso de impugnação ou parecer contrário do MP, ouve o administrador
judicial.
o Juiz julga as contas por sentença, recorrível por apelação em 15 dias.
b) Sentença de encerramento:
o Julgando as contas, apresenta o relatório final em 10 dias.
o Assim, o juiz encerrará, por sentença, a falência, determinando sua publicação
em edital.
 Da publicação, 15 dias para apresentação da apelação.

Recuperação da empresa

Teoria da Empresa

Surgiu na Itália, em 1942, como uma forma de unificar e modernizar o direito civil e
comercial, superando a Teoria dos Atos de Comércio.

 Teoria dos Atos de Comércio: os comerciantes são aqueles que exercem os atos de
comércio de modo profissional (art. 1 do Código de Napoleão, 1807). Assim,
praticando determinado atos de comércio, deixou de ser necessário a inscrição nas
antigas Corporações de Ofício.

A Teoria da Empresa apresenta os novos conceitos para empresa e empresário,


voltando seu conceito para os entes economicamente organizados, não mais apenas nos atos
praticados, com destinação de produzir e/ou circular vens e serviços.

De acordo com esta teoria, a empresa apresenta os seguintes perfis:

 Subjetivo: é exercício profissional de atividade econômica (etc.), ou seja, trata-se do


empresário;
 Objetivo ou patrimonial: conjunto de bens destinado ao exercício de uma atividade
empresarial, distinto do restante do patrimonio da empresa (é o patrimonio afetado a
uma finalidade)
 Funcionais: a empresa com a atividade empresarial;
 Corporativo: empresa como a organização de pessoas cuja função é a perseguição de
um fim econômico comum.
a) Ordinária (art. 47 – 69)

b) Especial (art. 70 – 72): microempresa e empresas de pequeno

Sistemas de Recuperação de Empresa: porte;

c) Extrajudicial: precisa de homologação;

a. individualizada (art. 162)

b. por classe de credores (art. 163)

De acordo com o artigo 50 da Lei de Falência e Recuperação Judicial, temos as


seguintes formas de recuperação judicial:

Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a


cada caso, dentre outros:

III – alteração do controle societário;

IV – Substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação


de seus órgãos administrativos;

V – Concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores


e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar;

XIV – administração compartilhada;

Estes incisos tratam do princípio da supremacia da recuperação da empresa sobre o


interesse do sujeito da atividade.

Assembleia-geral de credores

É convocada para somente para deliberar sobre o plano de recuperação se houver


objeção ao pedido apresentado pelo devedor.

Após a apresentação do plano dentro do prazo de 60 dias, é enviada uma carta aos
credores abrangidos por ele, publicando, também, um edital com a relação nominal dos
credores.

 O devedor apresenta o plano em 60 dias, e os credores possuem 30 dias (contados do


edital) para apresentar objeções.
 Havendo objeções, os autos vão para o juiz que convoca a Assembleia, que irá:
aprovar, modificar o plano ou rejeitar (juiz pode conceder mesmo havendo rejeição,
desde que obtenha o quórum de aprovação cumulativo: 50%+1 do valor de todos os
créditos presentes à assembleia + aprovação de 2 classes + +1/3 da classe que rejeitou).

Assim, não havendo objeções, presume-se a aceitação tácita de todos os credores. Os


autos vão para o juiz, o qual intimará o devedor para apresentar as certidões negativas de
débitos tributários. (se falta uma CND é declarada a falência).

Os credores são compostos por 3 classes:

1) Titulares de créditos derivados da relação de trabalho; (proposta deve ser aprovada por
maioria simples)
2) Titulares de créditos com garantias reais;
3) Titulares de créditos quirografários.

Nessas duas últimas classes a aprovação decorre dos credores que representem
mais da metade do valor do total dos créditos + maioria simples dos presentes.

Em suma, há 3 formas de aprovação do plano:

a) Tácita: decorre os 30 dias da publicação do aviso ou do edital, sem objeções


apresentadas pelos credores ou MP;

Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores
sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação de
eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei.

b) assemblear (aprovação de todas):


a. maioria simples da classe I
b. mais da metade do valor total dos créditos da classe II e III + maioria simples
dos credores presentes
c) assemblear-judicial: (cumulativo)
a. voto favorável dos credores que representam mais da metade do valor total dos
créditos +
b. aprovação de duas classes (se houver mais de duas votantes) ou de uma, se
houver apenas duas +
c. voto favorável de mais de 1/3 dos credores da classe que rejeitou o plano.
A assembleia poderá indicar os membros do Comitê de Credores (órgão facultativo -
não havendo, suas atribuições serão exercidas pelo adm.), salvo pré constituídos.

Do momento do despacho de processamento, quando é nomeado o administrador,


intimado o MP e suspendido as ações/execuções, até o momento da apresentação das CDN,
forma-se a fase deliberativa.

Tal fase só termina com a sentença que determinará a recuperação judicial ou a


falência. Assim, caso positivo, será determinada a sentença de concessão (a qual cabe agravo
de instrumento).

Após a sentença de concessão, inicia-se a fase executiva, onde será operado o


pagamento dos credores, ocorrerá o cumprimento do plano de recuperação aprovado pela
Assembleia.

Fases:

1) fase de pedido e processamento (fase postulatória): pedido, decisão de


processamento e a verificação dos créditos;
2) fase do plano (fase deliberativa): apresentação e publicação do edital;
3) fase de concessão e cumprimento (fase executiva): objeção dos credores,
convocação da AGC, deliberação, constituição do comitê de credores, apresentação da
CND, concessão, período de cumprimento, decisão de encerramento da recuperação.

Convolação

Quando as obrigações que devem ser cumpridas durante a execução não forem
adimplidas pontualmente, aquelas em que estão previstas no plano que vencem em até 2
anos, ocorrerá a convolação da recuperação em falência.

São casos de convolação previstos no artigo 73:

 não apresentação do plano de recuperação


 apresentação e rejeição do plano;
 deliberação posterior à aprovação, por parte da assembleia geral
 decisão judicial pelos descumprimentos das obrigações assumidas pelo devedor.

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