Alterações Cromossômicas e Engenharia Genética

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Alterações Cromossômicas e

Engenharia Genética

Revisão de Estudos de Biologia do CPCL


Por Eduardo Carneiro da Silva
Falamos sobre a Meiose quando as coisas dão
certo geralmente, mas não é sempre assim...
• Apesar dos pontos de controle internos das
células, as vezes escapam erros da divisão na
cópia e divisão dos cromossomos, resultando
mudanças no cariótipo.
• Muitas vezes esses gametas se tornam inviáveis,
seja na concepção (após ocorrer a fecundação)
ou ainda dentro das gônadas (órgãos que
produzem os gametas).
• Dividimos essas alterações em 3 principais
categorias, a Euploidia, a Aneuploidia e as
Alterações Estruturais.
Euploidia
• Alterações do número de “conjunto” de cromossomos na célula (2n, 3n, 4n...),
ocorre pela não separação dos cromossomos homólogos ou das cromátides
irmãs durante a Metáfase I e II, respectivamente.
• São alterações muito mais frequentes em plantas e muito raras em animais
(geralmente nos humanos quando ocorrem resultam em má-formação
embrionária e abortos espontâneos).
Aneuploidia
• Alterações do número de cromossomos que se
restringe a um par deles. Ocorrem também na
separação dos cromossomos homólogos ou das
cromátides irmãs durante a Meiose I e II.
• Se dividem em alterações supranumerárias
(para menos) ou supernumerárias (para mais)
sendo a mais frequente a trissomia de um
conjunto de cromossomos.
• A ocorrência em diferentes pares de
cromossomo acarreta em diferentes síndromes,
então veremos aqui as mais frequentemente
citadas nos vestibulares:
Síndrome de Down
• A mais famosa alteração de aneuploidia em
humanos (1 em cada 800 nascimentos), é causada
pela trissomia do cromossomo 21.
• Promove alterações esqueléticas, circulatórias,
metabólicas e do desenvolvimento
neuropsicomotor. Entretanto o acompanhamento
médico especializado e a integração social
contornam muitos obstáculos da síndrome e
podem resultar em qualidade de vida e até maior
independência para os portadores.
• Curiosidade, também é conhecida algumas
trissomias do 21 em outros animais, como gatos.
Outras trissomias dos cromossomos autossômicos
• Síndrome de Edwards – Trissomia do cromossomo 18, 1 em cada 6000.
• Segunda Trissomia mais frequente em humanos, atrás apenas do Down.
• Ocorre com mais frequência em meninas do que em meninos (3:1), acarreta em atraso do crescimento
físico e mental, má formação grave do coração, crânio alongado na parte de trás entre outras alterações.
• Síndrome de Patau – Trissomia do cromossomo 13, 1 em cada 10.000.
• Causa anomalias acentuadas do desenvolvimento do sistema nervoso central, lábio leporino, má-formação
cardíaca grave, diminuição ou ausência dos olhos, orelhas implantadas mais a baixo, polidactilia, entre
outros.
• Ambas acarretam malformações múltiplas e tão graves que a maioria dos indivíduos não
sobrevive para além da infância, apesar de haverem raras as exceções (com ou sem mosaico
genético).
Alterações dos cromossomos sexuais
• Os cromossomos sexuais (X e Y) também podem sofrer alterações de
aneuploidia, sendo as mais comuns a síndrome de Turner (mulher XO),
síndrome de Klinefelter (homem XXY) e síndrome de Jacobs (homem XYY).
• Todas elas não afetam a expetativa de vida de forma significante, apesar de
estudos correlacionarem tais alterações com questões comportamentais.
Alterações Estruturais
• Além das alterações numéricas nos cromossomos também temos casos em que
as mudanças estão na transcrição dos genes, ou seja de trechos dos
cromossomos, podendo mudar o tamanho e o formato deles. As alterações que
temos nos cromossomos são:
• Deleção – remoção de um trecho do cromossomo, resulta na perda de genes e redução do
seu tamanho.
• Duplicação – copia em duplicata de um trecho do cromossomo, aumentando o seu
tamanho.
• Inversão – o trecho transcrito é inserido na porção correta, entretanto no sentido contrário,
mantem o tamanho do cromossomo, mas a alteração pode silenciar certos genes.
• Translocação – parte de um cromossomo é inserida em outro cromossomo, alterando o
tamanho dos dois (para mais e para menos).
• Como a maior parte do DNA não é usada na transcrição mas sim para regular a
atividade dos genes as alterações estruturais tem muitos efeitos imprevisíveis
mesmo sabendo quais são os trechos alterados.
Alterações Estruturais
Perguntas do vestibular:

Qual é o provável gênero e


Complete as lacunas com o nome
diagnóstico deste indivíduo?
da alteração cromossômica.
R: Homem – Síndrome de Klinefelter

• Qual a diferença entre euploidia e aneuploidia? Em que tipo de ser vivo a


Euploidia é mais frequente ocorrer e gerar indivíduos viáveis?
R: Euploidia é o aumento do conjunto de cromossomos/ploidia, ou seja indivíduos com mais de 2 cópias
de cada cromossomo na célula, enquanto que a aneuploidia é a alteração do número de um ou mais pares
de cromossomos, seja para mais ou para menos. A euploidia é muito mais frequente nas plantas.
Katniss mandando oi
pra vocês antes de
continuarmos a aula
Engenharia Genética
• Uma forma de biotecnologia (técnicas
que permitem seleção, manipulação e
modificação de organismos vivos ou parte
deles).
• Com o advento dos conhecimentos
humanos sobre o DNA e como alterá-lo
(enzimas e vírus) surgiram as técnicas de
engenharia genética para modificar o
material genético de células e
organismos.
Endonucleases
• Enzimas capazes de “cortar” trechos do DNA no meio da sequência (prefixo “endo-”),
são usadas para abrir o DNA e permitir a inseção de trechos contendo genes de
interesse humano.
• Usamos enzimas especializadas chamadas endonucleases/enzimas de restrição, que
são capazes de realizar esse corte apenas em trechos com sequências de bases
específicas, assim evita-se a quebra de sequências importantes no organismo
modificado.
• Principal forma de criação de transgênicos, tanto na alimentação quanto na
produção de fármacos ou compostos biológicos e até mesmo para a biorremediação.
Transgênicos
• Organismos que recebem genes doados/encontrados em
outras espécies, todo transgênico é um organismo
geneticamente modificado (OGM), mas nem todo OGM é
um transgênico. Para cria-los utiliza-se uma das seguintes
técnicas:
• DNA recombinante – Enzimas de restrição cortam o DNA
enquanto DNA-ligases remendam utilizando trechos da
sequência gênica introduzida. Usada para criar, por exemplo,
bactérias com genes humanos para produzir insulina.
• Biobalística – Inserção de trechos de DNA em microfragmentos
metálicos que são atirados no núcleo das células, maior
aplicação em vegetais para estudo.
• CRISPR/CAS – Técnica baseada nos mecanismos de defesa de
bactérias contra vírus, consiste em enzimas capazes de
reconhecer determinados trechos de DNA e realizar a clivagem
específica deles por conter um RNA guia (gRNA), sendo uma
técnica muito promissora por ser relativamente simples e de
baixo custo.
Clonagem
• Apesar de muito conhecida na ficção científica a
clonagem já é real em laboratório (não como a
imaginação postulou ainda...)
• Consiste em transferir o núcleo de uma célula
somática para um óvulo anucleado, gerando um
embrião que possui o exato material genético que o
indivíduo da célula somática.
• Normalmente se faz usando 3 indivíduos, um que doa
a célula somática, outro que doa o óvulo que receberá
o núcleo e um terceiro (fêmea) que ira gestar o clono
embrião.
Clonagem Terapêutica
• Ao invés de implantar o embrião clonado nesta técnica se cultiva in vitro as
células para então separar determinados tecidos e cultivá-los ainda mais para
formar tecidos e órgãos.
• Grande atenção na área médica para tratamento de lesões ou de doenças (não
genéticas), é uma forma de tratamento com células tronco.
Terapia gênica
• Modificação de genes “doentes” em células para expressarem proteínas saudáveis,
normalmente por transplante de genes (se insere o gene correto para substituir o
trecho com o gene existente).
• Geralmente se utiliza um vírus seguro como vetor do gene para a sua inserção,
podendo ser feito in vivo ou in vitro (coleta de células, cultivo em meio, inserção do
vetor com o gene, transplante de volta ao indivíduo).
• Apesar de já existir até mesmo medicamentos comercias com base nesta tecnologia
seu uso ainda apresenta muitos obstáculos como controle e regulação dos efeitos
além de barreiras ético-morais.
Outras aplicações das tecnologias de engenharia genética
• Exame de DNA
• Extrai o DNA da amostra de interesse e a expõe a endonucleases para fragmentá-lo em
pedaços (seletividade da endonuclease para uma sequência em particular de base), o DNA
dos “suspeitos” é submetido ao mesmo tratamento e se avalia a semelhança do tamanho
dos pedaços de DNA entre os suspeitos e a amostra.
• Vacinas de RNA
• Uso de mRNA direto ou em veículos (virais com mudança no material genético, ou
nanopartículas lipídicas) para que o maquinário celular do indivíduo produza as proteínas
para as quais se deseja produzir a imunidade.
• Principal vantagem é o controle sobre a o que o corpo fará a imunidade (em oposição a
qual parte do vírus atenuado ou do antígeno usado). Também temos a vantagem de não
ser um vírus vivo, então é praticamente impossível a vacina se tornar um “novo surto”.
• Por ser de RNA (que não entra no núcleo) o risco de “alterar o genoma” do paciente é
praticamente 0.
Eletroforese em gel de agarose
PCR – Reação em Cadeia da
Polimerase
• Já havíamos falado anteriormente na aula de
nucleotídeos e DNA.
• Em resumo é a técnica de amplificar um trecho de DNA
(ou RNA) de uma amostra para facilitar a detecção da
mesma.
• Usando enzimas de bactérias de fontes termais faz com
que a reação ocorra em temperaturas mais elevadas, o
que favorece a reação ocorrer muito mais rápido (a
proteína não desnatura).
• Detecção pode ocorrer tanto por reações químicas
depois quanto pela marcação das bases nitrogenadas
com fluroceínas (proteínas que emitem luz) para saber
a sequência completa depois da transcrição.
• https://www.youtube.com/watch?v=ViCYwjzBZGs
Perguntas do vestibular:

Qual é o nome deste


procedimento?
<=
R: Terapia gênica

Qual dessas crianças não é de fato filho biológico


desta mulher com este homem apresentado acima?
• (CESMAC/2016.2) A tecnologia do DNA recombinante permitiu a criação do milho
Bt, resistente ao ataque de determinados tipos de insetos. Considerando que foi
introduzido um gene da bactéria Bacillus thuringiensis, que promove na planta a
produção de uma proteína tóxica aos insetos, mas inofensiva aos mamíferos, é
correto afirmar que o milho Bt é resultado de técnica de?
• R: Transgenia.
Dúvidas?

Tchu está de olho para


responder as suas dúvida

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