Aula 07 Execução Penal

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

AULA 07

PROFESSORA LÍCIA MARA


2023
CAPÍTULO III
DA ANISTIA E DO INDULTO
CP Art 107 II
INDULTO: Forma de perdão concedida pelo PR, aos condenados que cumprem pena privativa de
liberdade. Crimes de homicídio e lesão corporal culposa.

GRAÇA: Perdão individual, concedido pelo PR, que fora absorvido pelo Indulto individual.
Conforme as disposições da Lei de Execução Penal e da atual Constituição Federal, o instituto da
Graça foi absorvido pelo indulto, que pode ser individual ou coletivo.
CF Art 84 XII

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
DECRETO Nº 3.667 21/11/2000
CONCEDE INDULTO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
ENTRE OS REQUISITOS PARA CONCESSÃO DO INDULTO PENAL ESTÃO:
 Bom comportamento;
 Não ter cometido falta grave nos doze meses que antecedem a publicação do Decreto;
 Estar preso há um determinado período de tempo, já tendo cumprido uma parcela de sua pena
(o que pode variar a depender do regime prisional e da pena).

ANISTIA: Atinge todos os efeitos penais decorrentes da prática do crime. Refere-se a fatos e não a
pessoas. Pode ser concedida antes ou depois do trânsito em julgado da sentença condenatória. Só
pode ser concedida por meio de lei do CN.

LEI DA ANISTIA
Nº 6.683 DE 28/08/1979

A anistia da lei de 1979 foi reafirmada, no texto da EC 26/85, pelo Poder Constituinte da
Constituição de 1988.
Art. 187. Concedida a anistia, o juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério
Público, por proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta
a punibilidade.

Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do
Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.

Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue ao
Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Ministério
da Justiça.
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos e o relatório do Conselho Penitenciário,
a petição será submetida a despacho do presidente da República, a quem serão presentes os autos
do processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar

Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o juiz declara extinta a pena ou
ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.

LEMBRANDO: Extinção, diminuição ou substituição da pena.


TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao servidor, a divulgação de
ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, bem como exponha o preso
a inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena.

Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.

Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.
Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão civil e da prisão
administrativa se efetivará em seção especial da cadeia pública.

A prisão administrativa prevista no art. 35 da Lei de Falências não subsiste, porque em desacordo
com os incisos LXI e LXVII do art. 5º da Constituição Federal. - Precedentes desta Corte e do
Supremo Tribunal Federal.

Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou certidões
fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da justiça, qualquer notícia ou referência à
condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos
expressos em lei.
APONTAMENTOS

 Exame criminológico
 Regimes
 Sanção disciplinar
 Saída temporária
 Livramento condicional
 Mandado de segurança
 Remissão
 Indulto e anistia
 Disposições finais e transitórias
 Conversão
 Desvio ou excesso de função
ATIVIDADE ALEATÓRIA 01
Matheus conduzia seu automóvel em alta velocidade. Em razão de manobra indevida, acabou por
atropelar uma vítima, causando-lhe lesões corporais. Com a chegada da Polícia Militar, foi solicitado
que Matheus realizasse exame de etilômetro (bafômetro); diante de sua recusa, foi informado pela
autoridade policial, que comparecera ao local, que ele seria obrigado a realizar o exame para verificar
eventual prática também do crime previsto no Art. 306 da Lei nº 9.503/97. Diante da afirmativa da
autoridade policial, Matheus, apesar de não desejar, viu-se obrigado a realizar o teste do bafômetro.
Após conclusão do inquérito policial, com oitiva e representação da vítima, foi o feito encaminhado ao
Ministério Público, que ofereceu denúncia imputando a Matheus apenas a prática do crime do Art. 303,
da Lei nº 9.503/97, prosseguindo as investigações com relação ao crime do Art. 306 do mesmo
diploma legal. Ainda na exordial acusatória, foi requerida a decretação da prisão preventiva de
Matheus, pelo risco de reiteração delitiva, tendo em vista que ele seria reincidente específico, já que a
única anotação constante de sua Folha de Antecedentes Criminais, para além do presente processo,
seria a condenação definitiva pela prática de outro crime de lesão corporal culposa praticada na
direção de veículo automotor. No recebimento da denúncia, o juiz competente decretou a prisão
preventiva.

Considerando as informações narradas, na condição de advogado(a) de Matheus, responda aos


itens a seguir.
A) Poderia Matheus ter sido obrigado a realizar o teste de bafômetro, conforme informado pela
autoridade policial, mesmo diante de sua recusa? Justifique.

B) Qual requerimento deveria ser formulado, em busca da liberdade de Matheus, diante da decisão
do magistrado, que decretou sua prisão preventiva em razão de sua reincidência? Justifique.
A) Com base nas informações constantes do enunciado, não poderia Matheus ser obrigado a realizar
o teste de bafômetro nos termos informados pela autoridade policial. Matheus foi o autor de um
atropelamento de vítima que sofreu lesões corporais em razão de sua conduta com violação do dever
objetivo de cuidado. Independentemente, a autoridade policial não poderia exigir a contribuição de
Matheus para produção de provas contra ele próprio em relação ao crime do Art. 306 da Lei nº
14.071/20 (CTB). O princípio do nemo tenetur se detegere, trazido, dentre outros diplomas, pelo
Pacto de San Jose da Costa Rica, estabelece que ninguém é obrigado a produzir provas contra si.
Apesar de haver controvérsia sobre a extensão desse princípio, em relação à exigência de conduta
positiva do investigado/acusado na produção de prova que pode lhe prejudicar, prevalece o
entendimento no sentido de que não existe obrigatoriedade na contribuição. O exame de etilômetro
exige que o investigado adote um comportamento positivo, já que é preciso que ele sopre ar em
determinado aparelho, de modo que não pode Matheus ser obrigado a realizar tal teste se assim não
o desejar, podendo o crime do Art. 306 do CTB ser identificado por outros meios de prova.
B) Em busca da liberdade de Matheus, o advogado deveria formular requerimento de relaxamento da
prisão, tendo em vista que a decretação da prisão preventiva exige a presença dos requisitos e
pressupostos trazidos pelos Arts. 312 e 313 do Código de Processo Penal. Independentemente do
risco de reiteração delitiva, os pressupostos do Art. 313 do CPP não foram atendidos. O crime
imputado não é doloso e não tem pena máxima superior a 04 anos, ainda que considerada eventual
causa de aumento. Em relação à reincidência, o Art. 313, inciso II, do CPP apenas admite a prisão se
aquela for em crimes dolosos. No caso, o enunciado deixa claro que Matheus era reincidente
específico na prática de crimes culposos, logo não preenchidos os requisitos legais desde o início, a
decretação da prisão torna-se ilegal, devendo ser relaxada, nos termos do Art. 5º, inciso LXV,
CRFB/88.

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