Pedido de Liberdade Provisória

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PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA

EXCELENTÍSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DO JÚRI DA COMARCA DE


... (1)

(espaço de cinco linhas)

A, (nacionalidade), portador da Cédula de Identidade – RG nº..., devidamente inscrito no CPF


sob nº ..., (estado civil), (profissão), residente e domiciliado na Rua/Av. ..., em ..., por seu
advogado que esta subscreve (conforme procuração anexa), vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, requerer a concessão de LIBERDADE PROVISÓRIA, com fulcro
no art. 5º, LXVI, da CF/88, bem como art. 310, III (2) do CPP, pelas razões de fato e de direito
a seguir expostas.

I – DOS FATOS

Na data de ____, o Requerente foi preso em flagrante pela prática do crime de homicídio
qualificado, encontrando-se recolhido no ___ Distrito Policial desta Comarca.

II – DO DIREITO

O Requerente faz jus ao benefício da liberdade provisória, uma vez que se observa a absoluta
ausência dos requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva (desnecessidade da
conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva).

Conforme a norma insculpida no art. 5º, LXVI, da CF/88, ninguém será levado à prisão ou nela
mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.

O art. 310, III, do CPP admite a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, assim
que recebido o auto de prisão em flagrante.
De acordo com o disposto no art. 312, caput, do CPP a prisão preventiva poderá ser decretada
pelo juiz, desde que haja certeza da materialidade e indícios suficientes de

autoria (fumus commissi delicti), para garantir a ordem pública ou econômica, quando
houver necessidade para a realização da instrução criminal ou para garantia da aplicação da
lei penal (periculum libertatis).

Significa que a segregação cautelar só é possível na presença do periculum libertatis, vale


dizer, jamais pode assumir a função de antecipação de cumprimento de pena (art. 313, § 2º,
do CPP), o que seria de todo inadmissível em face do princípio constitucional da presunção
de inocência (art. 5º, LVII, da CF), devendo a sua decretação se pautar pela efetiva e concreta
necessidade. Por mais grave que seja o delito imputado, e até mesmo a hediondez, não são
motivos que justifiquem a prisão preventiva ou impeçam a concessão da liberdade
provisória.

No caso em testilha, o Requerente jamais obstou o curso das investigações, ao contrário,


colaborou sempre que solicitado, tendo se submetido, sem resistência, à prisão e inclusive
confessado a prática delitiva.

Destarte, não se justificaria a prisão preventiva seja por conveniência da instrução criminal,
seja para assegurar a aplicação da lei penal. Outrossim, não há qualquer indício de que haja
risco para ordem pública ou econômica, pois o requerente se mostra intensamente
arrependido com o ato praticado. O Requerente ostenta bons antecedentes, é primário,
trabalha e tem residência fixa. Desta forma, o mero fato de o crime ter sido amplamente
noticiado pela mídia, causando relativo clamor público (comoção social), não é circunstância
legalmente prevista como ensejadora da decretação da prisão preventiva.

Ademais, o fato de o crime ser considerado hediondo (art. 1º, I, da Lei n. 8.072/90) não
impede a concessão de liberdade provisória. Isso porque o art. 5º, XLIII, da CF, não proibiu a
liberdade provisória (como um todo) para crimes hediondos e equiparados, mas apenas a
sua obtenção por meio da fiança (art. 319, VIII, do CPP). Assim, de acordo com o STF, os
crimes hediondos e equiparados admitem a concessão de liberdade provisória sem fiança,
com a imposição de outras medidas cautelares pessoais diversas da prisão (arts. 319, I a VII
e IX, e 320 do CPP).
Portanto, e de acordo com o disposto no art. 321 do CPP, a ausência de todas as situações
ou fundamentos que poderiam justificar a decretação da prisão preventiva (art. 312, caput,
do CPP) impõe-se a concessão de liberdade provisória.

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja concedida a liberdade provisória, nos termos dos arts. 310,
III, e 321, ambos do CPP, expedindo-se o respectivo alvará de soltura em favor do
Requerente.

Termos em que,
pede deferimento.

Local e data.

Advogado...
OAB n...

1. Outros endereçamentos possíveis do pedido de liberdade provisória são:

– se o crime NÃO for da competência do júri: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito
da ___ Vara Criminal da Comarca de____”.

– se o crime for da competência da Justiça Federal: “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz


Federal da ___ Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de____”.

2. O pedido de liberdade provisória também pode ter como base o art. 310, § 1º, do CPP, ou
seja, a ocorrência de situação que configure excludente de ilicitude (art. 23 do CP).

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