Redação Enem

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Redação do

Enem
Professor: Maurício Divino N. Lima
Senpou: Revisão no Jutsu!

Professor Maurício Divino Nascimento


Preciso escrever esta
tal de dissertação,
mas as ideias sempre
fogem no momento
da prova.
Sério que você tem esse
problema?! Então, sente-se aí
que já vamos resolvê-lo.
Primeiramente, vamos
descontruir alguns
mitos. Escrita não é um
dom, e no dia da sua
prova Machado de Assis
não vai possuir seu
corpo. O ato de escrever
faz parte de um trabalho
contínuo. Mas vamos ao
que interessa...
Para começar a escrever uma
redação sobre um assunto que
você não domina parafraseie
os textos motivadores,
trocando a pessoa do discurso,
a ordem dos termos da oração
ou voz dos verbo. Vejamos um
exemplo.
É preocupante o índice de estudantes concluindo o ensino
médio com notas insatisfatórias em língua portuguesa.
Desempenhos assim demonstram que nem os conteúdos
fundamentais foram absorvidos pelos alunos.
Observe que no primeiro período da paráfrase não há referência ao especialista, pois não
há informações suficientes sobre ele no primeiro texto. Se em alguma parte do texto
tivéssemos dito quem é o especialista, a seguinte proposição seria possível:
“É preocupante o índice de estudantes concluindo o ensino médio com notas insatisfatórias
em língua portuguesa, comenta especialista”.
Não confunda. Não é
permitido ao
candidato fazer cópia
dos textos
motivadores, se fizer
isso, te dou um
cascudo.
Contudo, é importante que
você saiba que as duas
coisas mais importantes
para a escrita são leitura e
prática.
Boa noite fofas e fofos! Está na hora de
fazermos uma revisão. Não se preocupem,
não vai doer.
Primeiramente, lembremos que o
texto dissertativo-argumentativo é
escrito em prosa, ou seja, parágrafos.
Possui uma estrutura com introdução,
desenvolvimento e considerações
finais. Muito simples, não é?!
Abordagem histórica:
“O que me levou a escrever? De onde
INTRODUÇÃO vem este problema?”

Provas e argumentos que defendam o seu


ponto de vista. É importante que haja
DESENVOLVIMENTO diálogo entre os diversos campos do
conhecimento.

CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Proposta de intervenção e
confirmação das hipóteses
levantadas na introdução.
E aí moçada? Que tal analisarmos
uma redação nota mil? É muito mais
fácil do que expulsar um demônio.
Vamos lá! O tema é: caminhos para
combater a intolerância religiosa no
Brasil.
Problematização e delimitação do
tema.
Orgulho Machadiano
 
Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas
"Memórias Póstumas" que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma
criatura o legado da nossa miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua
decisão: a postura de muitos brasileiros frente a intolerância religiosa é
uma das faces mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Com
isso, surge a problemática do preconceito religioso que persiste
intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pela insuficiência de leis,
seja pela lenta mudança de mentalidade social.
Princípio de argumentação,
buscando analogias e fazendo
conexões com diferentes campos
do conhecimento.
É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam
entre as causas do problema. Conforme Aristóteles, a poética deve ser
utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado
na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a
perseguição religiosa rompe essa harmonia; haja vista que, embora
esteja previsto na Constituição o princípio da isonomia, no qual todos
devem ser tratados igualmente, muitos cidadãos se utilizam da
inferioridade religiosa para externar ofensas e excluir socialmente
pessoas de religiões diferentes.
Segundo pesquisas, a religião afro-brasileira é a principal vítima de
discriminação, destacando-se o preconceito religioso como o principal
impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é a
maneira coletiva de agir e de pensar. Ao seguir essa linha de
pensamento, observa-se que a preparação do preconceito religioso se
encaixa na teoria do sociólogo, uma vez que se uma criança vive em
uma família com esse comportamento, tende a adotá-lo também por
conta da vivência em grupo. Assim, a continuação do pensamento da
inferioridade religiosa, transmitido de geração a geração, funciona como
base forte dessa forma de preconceito, perpetuando o problema no
Brasil. Apresentação de atestado para o
posicionamento.
Infere-se, portanto, que a intolerância religiosa é um mal para a
sociedade brasileira. Sendo assim, cabe ao Governo Federal construir
delegacias especializadas em crimes de ódio contra religião, a fim de
atenuar a prática do preconceito na sociedade, além de aumentar a pena
para quem o praticar. Ainda cabe à escola criar palestras sobre as
religiões e suas histórias, visando a informar crianças e jovens sobre as
diferenças religiosas no país, diminuindo, assim, o preconceito religioso.
Ademais, a sociedade deve se mobilizar em redes sociais, com o intuito
de conscientizar a população sobre os males da intolerância religiosa.
Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país desenvolvido
socialmente, e criar um legado de que Brás Cubas pudesse se orgulhar.
Larissa Cristine Ferreira, 20 anos
Apresentação de três sugestões
para amenizar o problema
discutido.
Oi, eu vou falar sobre a
introdução. Há várias formas
fazê-la. Você pode começar
como uma declaração, fazendo
oposição, pergunta ou alusão
histórica.
Então, vamos ver alguns
exemplos? O tema é “redução
da maioridade penal”.
Pergunta:
Quem pode afirmar que a redução da
maioridade penal será a solução para a violência
urbana? A sociedade e as autoridades precisam
entender que as crianças e os adolescentes
brasileiros são marginalizados constantemente.
O descaso dado a essas pessoas é o principal
responsável pela ascensão da criminalidade
juvenil.
Alusão histórica:
Há algumas décadas, nas grandes metrópoles,
viam-se crianças brincando pelas ruas de futebol,
bola de gude, empinando pipa. Hoje, lastimavelmente,
vemos crianças e adolescentes brincando de matar
com armas de verdade. A violência infanto-juvenil
acentuou-se de forma surpreendente, a ponto de
acreditarmos na redução da maioridade penal como a
solução para o problema da violência urbana.
Lembre-se de duas coisas: só
introduza perguntas que você
possa responder, e só faça
alusões pertinentes ao tema.
Olá, eu sou sua companheira de
estudo na parte conhecida com
desenvolvimento. É uma parte
extensa, mas é muito legal.
Prometo dar um chocolate para
quem ficar até o final!
Agora vou demonstrar alguns exemplos de
parágrafos que você pode usar em seu texto.
Mas não precisa decorar, tudo bem? É só para
que você entenda que existem distintas formas
de se defender uma tese.
Enumeração de detalhes.
Confronto
Explicação
E não se esqueça:
Observem um exemplo de como
os conectivos funcionam.
Além disso, cumpre questionar o papel da sociedade nesse
paradoxo desenvolvimento-destruição ambiental. É fato que a
maioria da população se mantém à margem das questões
ambientais, por absorver, erroneamente, a falácia de que a
tecnologia pode substituir a natureza. Desse modo, os
consumidores tecnológicos passam a exigir mais do setor
produtivo, que, por sua vez, passa a exaurir o meio-ambiente.
Estabelece-se, assim, um círculo vicioso que tem como elo
principal um bem finito, que, se quebrado, terá consequências
desconhecidas e catastróficas para a humanidade.
Você sempre usa esses
conectivos para manter relação
entre os parágrafos e entre os
períodos dentre dele.
Agora eu deveria
falar de concordância,
mas não sei bem o que
dizer...
Grande novidade... Deixa que eu
falo. Atenção cambada, observem o
exemplo.
Os complementos verbais e nominais concordam com
seus núcleos.

O real desenvolvimento só será alcançado


quando o homem utilizar a natureza de forma
responsável e inteligente. Para tanto, é preciso
que sejam criados mecanismos eficazes de
fiscalização, sejam eles governamentais ou não

“Real desenvolvimento” é o sujeito da primeira


oração, por isso verbo “será” está no singular.
Escreva frases curtas, assim a
probabilidade de que você
cometa erros de concordância
diminui.
Além disso, deve haver com o intuito de reduzir a grande
disparidade econômica e social existente entre as
classes, uma proposta de geração de emprego para os
jovens e para as pessoas que já passaram dos quarenta
anos. Sem oportunidades, não haverá um real
crescimento.

Pode haver mais de uma proposta para


amenizar o problema.
UHUUU!!!!
Estou pronto
para
escrever.
Muito bem, e só não
te dou outra porque
o slide já acabou!
Senta aí, agora
vamos falar de
Literatura.
A cada canto um grande conselheiro,
BARROCO Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um bem freqüente olheiro,


Que a vida do vizinho e da vizinha
• Oposições , conflitos, dualidades (fé x razão, Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
corpo x alma, pecado x virtude, vida x morte). Para o levar à praça e ao terreiro.

• Cultismo (linguagem complexa, jogo de Muitos mulatos desavergonhados,


palavras, inversões, excesso de metáforas e de Trazidos sob os pés os homens nobres,
figuras de linguagem e vocabulário complicado) Posta nas palmas toda a picardia,
e
• Conceptismo (jogo de ideias, raciocínio lógico). Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.
• Autores: Gregório de Matos (Boca do Inferno) e
padre Antônio Vieira.
(Gregório de Matos)
Não vês, Nise, este vento desabrido,

Arcadismo Que arranca os duros troncos? Não vês esta,


Que vem cobrindo o céu, sombra funesta,
Entre o horror de um relâmpago incendido?
 
• Equilíbrio e simplicidade.
Não vês a cada instante o ar partido
• Predomínio da razão sobre a emoção Dessas linhas de fogo? Tudo cresta,
• "Fugere urbem" (a cidade é um Tudo consome, tudo arrasa, e infesta,
ambiente ruim), preferência pela O raio a cada instante despedido.
natureza (ambiente bucólico e  
pastoril), "carpe diem" (aproveitar o Ah! não temas o estrago, que ameaça
tempo). A tormenta fatal; que o Céu destina
Vejas mais feia, mais cruel desgraça:
 
Rasga o meu peito, já que és tão ferina;
Verás a tempestade, que em mim passa;
Conhecerás então, o que é ruína.

Claudio Manuel da Costa


Romantismo
• Indianismo:  independência do Brasil, identidade
nacional, patriotismo, nacionalismo. O índio e a
natureza são símbolos nacionais. 
• Ultrarromantismo: pessimismo profundo,
depressão, saudosismo, individualismo, frustrações.
Geração "Mal do Século".
• Condoreirismo: questão social. Castro Alves ("Poeta
dos Escravos")
Realismo
• Mundo visto  de maneira realista, tal como ele
realmente é.
Crítica ao comportamento social da época (burguesia,
clero, adultério)
• Análise psicológica dos personagens
Machado de Assis
Naturalismo
•O homem é um objeto de estudo.
Observação, experiência e descrição dos fatos.
Linguagem científica.
• Raul Pompeia (autor de O Ateneu) e Aluísio de
Azevedo (autor de O Cortiço e de O Mulato).
Paranasianismo
• Vocabulário rebuscado,  busca pela perfeição poética.
"Arte pela arte".
• Linguagem objetiva e descritiva.
Olavo Bilac.
Paranasianismo
• Vocabulário rebuscado,  busca pela perfeição poética.
"Arte pela arte".
• Linguagem objetiva e descritiva.
Olavo Bilac.
As margens plácidas do Ipiranga ouviram
o brado retumbante de um povo heróico,
e, nesse instante o sol da Liberdade
Brilhou, em raios fúlgidos, no céu da Pátria.
 
Se conseguimos conquistar com braço forte
o penhor desta igualdade,
em teu seio, ó Liberdade, o nosso peito
desafia a´própria morte!
Ismália Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
Simbolismo Quando Ismália
enlouqueceu, E como um anjo pendeu
Pôs-se na torre a sonhar... As asas para voar...
• Subjetivismo, mergulho no "eu", Viu uma lua no céu, Queria a lua do céu,
subconsciência, misticismo Viu outra lua no mar. Queria a lua do mar...
(cosmos e espiritualidade),
No sonho em que se perdeu,
explicação da realidade por meio Banhou-se toda em luar... As asas que Deus lhe deu
de símbolos (metáforas, Queria subir ao céu, Ruflaram de par em par...
imagens). Queria descer ao mar... Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
E, no desvario seu, (Alphonsus Guimaraens)
Na torre pôs-se a cantar...
Pré-Modernismo
• Transição entre o estilo literário
conservador (século XIX) e o estilo
literário moderno (século XX).
• Oscilação entre esses dois estilos.
Modernismo
• 1ª Geração (1922 - 1930): • 2ª Geração (1930 - 1945): prosa
linguagem coloquial e livre regionalista. A linguagem usada nos
(poesia sem rimas nem métrica, livros possui as características de
totalmente livre e despreocupada suas regiões. Graciliano Ramos
com a gramática), com temas (autor de Vidas Secas), Jorge
Amado (autor de Capitães de Areia),
inspirados no cotidiano das Rachel de Queiroz (autora de O
pessoas. Quinze) e José Lins do Rego (autor
• Mário de Andrade, Oswald de de Fogo Morto). Poetas: Carlos
Andrade e Manuel Bandeira. Drummond de Andrade, Cecília
Meireles e Vinícius de Moraes.
• 3º Geração (1945 - 1960): Os romances urbanos,
regionalistas e intimistas. Clarice Lispector (autora de
Laços de Família), Guimarães Rosa (autor de Grande
Sertão Veredas), João Cabral de Melo Neto (autor de
Morte e Vida Severina), Nelson Rodrigues (no teatro).
REFERÊNCIAS
BRAGA, Marcelo. Redação: Teoria e Prática. 2ªed. Rio de Janeiro/RJ: Elsevier, 2012.

GUIA DO ESTUDANTE. Diponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/estudante-tirou-


1000-duas-vezes-redacao-dicas-ir-bem-enem-932702.shtml>

IF GOIANO. Disponível em: <https://www.ifgoiano.edu.br/home/index.php/component/content/article?id=2042>

INEP – INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA.


Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/enem/edicoes-anteriores/provas-e-gabaritos>

PERROTI, Edna M. Super Dicas para escrever bem. São Paulo/SP: Saraiva, 2010.

PORTUGUÊS É LEGAL. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?


v=hfpfFQ_NVgg&list=PLwtFkvB_tvxjo1WmKx9TTiHQVWZrm50d1>

SANTANA, Luiz Claudio Machado de. Curso de Redação. Rio de Janeiro/RJ: Editora Ciência Moderna, 2009.

SOBRAL, João Jonas Veiga. Redação: Escrevendo com prática. 2ª Ed. São Paulo/SP: Iglu Editora, 2000.

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