Aula 4 - Transtornos de Personalidade Do Grupo
Aula 4 - Transtornos de Personalidade Do Grupo
Aula 4 - Transtornos de Personalidade Do Grupo
O uso de questionamento socrático é ainda mais vital durante o processo terapêutico e de envolvimento com esse
grupo de pacientes. Ele precisa basear-se nos princípios da descoberta guiada – e não nos de mudanças
mentais –, no qual o terapeuta ajuda o cliente a revisar as evidências em seus conjuntos de crenças, em vez de
apontar imprecisões no pensamento.
ESTUDO DE CASO DEREK
(36 ANOS)
TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE ESQUIZOIDE
A. Um padrão difuso de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão de
emoções em contextos interpessoais que surgem no início da vida adulta e estão presentes em vários
contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:
1. Não deseja nem desfruta de relações íntimas, inclusive ser parte de uma família.
2. Quase sempre opta por atividades solitárias.
3. Manifesta pouco ou nenhum interesse em ter experiências sexuais com outra pessoa.
4. Tem prazer em poucas atividades, por vezes em nenhuma.
5. Não tem amigos próximos ou confidentes que não sejam os familiares de primeiro grau.
6. Mostra-se indiferente ao elogio ou à crítica de outros.
7. Demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo.
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo com
sintomas psicóticos, outro transtorno psicótico ou transtorno do espectro autista e não é atribuível aos
efeitos psicológicos de outra condição médica.
TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE ESQUIZÓIDE
A principal característica dos indivíduos com transtorno da personalidade esquizoide
(TPEz) é a ausência de relacionamentos interpessoais e a indiferença no que se refere a
eles. Existe um padrão predominante de desapego dos relacionamentos sociais em todos
os contextos. Esses indivíduos costumam ser retraídos e solitários, buscando pouco
contato com os outros e obtendo pouca ou nenhuma satisfação dos contatos que têm,
independentemente de seu foco. Pacientes com TPEz muitas vezes passam a maior parte
do tempo sozinhos e optam por não participar de qualquer atividade que envolva contato
com os outros.
Indivíduos com personalidades esquizoides também apresentam forte restrição na
demonstração de afeto. Eles tendem a parecer lentos e letárgicos. A fala, quando
presente, costuma ser lenta e monótona, com pouca expressão. Raramente apresentam
alterações em seu humor, apesar de acontecimentos externos. O humor que apresentam
em geral é moderadamente negativo, sem mudanças positivas ou negativas marcantes.
As eventuais ocupações sociais são solitárias. Pessoas esquizoides não são dadas ao
desenvolvimento de relacionamentos próximos de natureza sexual ou platônica.
TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE ESQUIZÓIDE
Particularmente em resposta a estresse, indivíduos com esse transtorno podem ter vários
episódios psicóticos muito breves (com duração de minutos a horas). Em alguns casos,
o transtorno da personalidade esquizoide pode surgir como o antecedente pré-mórbido
de transtorno delirante ou esquizofrenia. Indivíduos com esse transtorno podem, às
vezes, desenvolver transtorno depressivo maior. O transtorno da personalidade
esquizoide com frequência ocorre concomitantemente com os transtornos da
personalidade esquizotípica, paranoide e evitativa.
Indivíduos “solitários” podem ser considerados esquizoides somente quando tais traços
são inúteis, inflexíveis e causam problemas significativos em sua vida ou seu afeto.
Níveis elevados de introversão não constituem TPEz, a menos que a característica-
chave de indiferença aos relacionamentos também esteja presente. Para justificar um
diagnóstico do transtorno, o contexto de inflexibilidade para fazer ajustes na vida é
necessário, acarretando estresse para o indivíduo.
INFORMAÇÕES EXTRAS
Como a terapia é, por natureza, um evento interpessoal, uma pessoa com TPEz
provavelmente terá dificuldades para envolver-se em um relacionamento
colaborativo. As crenças dos indivíduos sobre si mesmos e sobre suas interações com
os outros apresentam o mesmo impacto no relacionamento terapêutico que têm em
outras interações interpessoais. Aqueles com TPEz raramente buscam tratamento
para suas dificuldades de mais longo prazo, mas, caso o façam, é apenas por um
breve período de trabalho, geralmente para lidar com níveis elevados de sofrimento
psicológico ocasionados por uma mudança em seu ambiente.
CARACT COMPORT
E COGNITIVAS
DIFICULDADES QUANTO AO
TRATAMENTO!!!
ESTUDO DE CASO CLARA
(32 ANOS)
TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
A. Um padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcado por desconforto agudo e capacidade reduzida para
relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou perceptivas e comportamento excêntrico, que surge no início da
vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
1. Ideias de referência (excluindo delírios de referência).
2. Crenças estranhas ou pensamento mágico que influenciam o comportamento e são inconsistentes com as normas
subculturais (p. ex., superstições, crença em clarividência, telepatia ou “sexto sentido”; em crianças e adolescentes, fantasias
ou preocupações bizarras).
3. Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões corporais.
4. Pensamento e discurso estranhos (p. ex., vago, circunstancial, metafórico, excessivamente elaborado ou estereotipado).
5. Desconfiança ou ideação paranoide.
6. Afeto inadequado ou constrito.
7. Comportamento ou aparência estranha, excêntrica ou peculiar.
8. Ausência de amigos próximos ou confidentes que não sejam parentes de primeiro grau.
9. Ansiedade social excessiva que não diminui com o convívio e que tende a estar associada mais a temores paranoides do que
a julgamentos negativos sobre si mesmo.
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos,
outro transtorno psicótico ou transtorno do espectro autista.
INFORMAÇÕES EXTRAS
Delírio é sair do trilho (em Latim) - uma ideia ou pensamento que não corresponde
com a realidade, a pessoa acredita realmente nessa ideia ou pensamento mesmo
sendo dito a ela que não é real. A ideia de referência são sintomas que se caracteriza
por percepções de situações exteriores distorcidas, de situações ou de outras pessoas.
(i.e., interpretações incorretas de incidentes casuais e eventos externos como tendo
um sentido particular e incomum especificamente para a pessoa)]
Delírios de referência, nos quais as crenças são mantidas com convicção delirante.
TANSTORNO DE
PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
A principal característica observada em indivíduos com transtorno da personalidade
esquizotípica (TPEt) é o intenso desconforto e a reduzida capacidade para relacionamentos
próximos, junto com distorções e excentricidades de comportamento. Eles costumam apresentar
sintomas ou experiências psicóticas subclínicas, tais como desconfiança, acreditando que as
pessoas estão falando deles ou desejam fazer-lhes mal. Também carecem de amizades, sentem-
se ansiosos em situações sociais e podem comportar-se de maneiras consideradas estranhas.
É importante observar que a CID-10 da Organização Mundial da Saúde não reconhece o
diagnóstico de TPEt, apenas o de transtorno esquizotípico. Na classificação, o transtorno
esquizotípico é classificado como uma condição clínica associada à esquizofrenia, mais do que
um transtorno da personalidade. Assim, a designação do DSM-5 de esquizotípico como um
transtorno da personalidade pode ser vista como discutível entre aqueles que favorecem a CID-
10 em sua prática clínica.
TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
comportamento e a aparência excêntricos e uma tendência ao distanciamento social,
mas também foca ruminações obsessivas sem resistência interna, muitas vezes com
conteúdos sexuais, agressivos ou de dismorfia corporal; fala vaga, circunstancial,
metafórica, excessivamente detalhada ou estereotipada; e episódios semipsicóticos
transitórios ocasionais com ilusões intensas, alucinações auditivas ou de outro tipo,
bem como ideias semelhantes a delírios.
TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
Indivíduos com transtorno da personalidade esquizotípica costumam buscar
tratamento mais para os sintomas associados de ansiedade ou depressão do que para
as características do transtorno da personalidade em si. Particularmente em resposta
a estresse, indivíduos com o transtorno podem apresentar episódios psicóticos
transitórios (com duração de minutos a horas), embora eles geralmente tenham
duração insuficiente para indicar um diagnóstico adicional, como transtorno
psicótico breve ou transtorno esquizofreniforme.