ANNIE BRUTER - Texto
ANNIE BRUTER - Texto
ANNIE BRUTER - Texto
• Tratava-se bem mais de dar uma genealogia à nova pedagogia que desejavam
implantar do que restituir seu sentido original às práticas de ensino do passado,
das quais desejavam precisamente se descartar.
• Essa reformulação permitiu relançar a questão da história do ensino histórico em novos termos e
perguntar não somente em que momento apareceu um ensino de história semelhante ao de hoje,
mas também em que consistiam a história e seu ensino antes desse momento.
PARA ISSO, A AUTORA INSERE A QUESTÃO HISTÓRICA A SER RESOLVIDA
QUANDO SE FALA DO ENSINO DE HISTÓRIA: SEU NASCIMENTO.
Colégios do ANTIGO
REGIME
Estabelecimentos
IGREJA originários da
O REVOLUÇÃO
Caráter
“não disciplinar” do NASCIMENTO do FRANCESA
ensino Ensino de
HISTÓRIA
LICEUS
ESCOLAS
CENTRAIS
Novas Práticas no
ensino dessa matéria
A HISTÓRIA EM UM ENSINO
“NÃO DISCIPLINAR”
Bruter procura mostrar o caráter “não-disciplinar” do ensino dos colégios do Antigo Regime (ligados à Igreja) e a maneira pela
qual a história era ali tratada.
PRÁTICA COGNITIVA
FINALIDADES dos
Domínio da COLÉGIOS Aquisição de
Linguagem e da HUMANISTAS (Século Conhecimentos
Escrita XVI)
Ambição INTEGRADORA:
formar o homem que sabe falar RELIGIOSA
-
Acesso à Ciência
“retórica”
e à Virtude
A HISTÓRIA EM UM ENSINO
“NÃO DISCIPLINAR”
• A história, para os regentes dos colégios humanistas, não era um conjunto de conhecimentos, o produto de uma pesquisa
fundada sobre uma metodologia regrada: a palavra não designava um domínio particular do saber mas um ramo da retórica,
definido por um modo específico de escrita, o modo narrativo.
• Só eram, consequentemente, considerados como historiadores aqueles que soubessem usar esse modo com talento, em bom
latim ou em bom grego – o que desqualificava os cronistas medievais do século 19.
• Não se tratava, então, na época de “ensinar história” segundo o sentido atual do termo: conforme as concepções pedagógicas
e científicas da época, os alunos deviam ler os historiadores antigos, pois se procurava na leitura elementos para ensinar a arte
de escrever, graças à qual a França disporia um dia, ao menos esperavam, de historiadores dignos desse nome que ela ainda
não tinha...
A HISTÓRIA EM UM ENSINO
“NÃO DISCIPLINAR”
A prioridade dada à finalidade retórica do ensino não significa, no entanto, que o ensino humanístico não se
preocupa em transmitir conhecimentos (esse objetivo está explicitamente inscrito, por exemplo, em certas versões
do mais célebre dos planos de estudo da época, o Ratio Studiorum jesuíta): também não se pode falar ou escrever
sem conteúdo.
Daí a proposição de ver no ensino das humanidades, um ensino por definição “não-
disciplinar”; e isso não devido a uma incapacidade dos regentes da época em criar um
outro, mas em virtude dos princípios que tinham presidido a sua organização.
História
nacional
A
HISTÓRIA
E SEUS
USO POLÍTICO
“USOS” Príncipes e
USO MORAL Século XVII “Grandes”
“Homem Comum”
Ensina os malefícios
das paixões
“USOS” E PEDAGOGIA DA HISTÓRIA NO
SÉCULO XVII
PLANO
CIENTÍFICO
PLANO POLÍTICO
Ciência “cronológica” da
Triunfo do Renascença:
ABSOLUTISMO
FATORES de novo modo de apreensão
História Nacional como MUDANÇAS no dos fatos
Paralelamente, se afirma cada vez mais explicitamente a necessidade de conhecer a história de seu país em um movimento.
Uma nova pedagogia da história surge, assim, conjugando a aprendizagem da cronologia com o curso dialogado no qual o
aluno escuta e discute o relato dos acontecimentos, que deverão ser em seguida redigidos: tal é, ao menos, a pedagogia
descrita pelos preceptores dos príncipes no fim do século XVII.
Quanto aos primeiros “manuais escolares” de história, não provêm da educação principesca, mas das pensões aristocráticas
onde se ministravam os cursos particulares de história.
PARA ANNIE BRUTER, A HISTÓRIA DO ENSINO
HISTÓRICO NOS MOSTRA ALGUMAS COISAS:
• Houve a invenção de uma pedagogia da história, com seus procedimentos e seu material específico na segunda metade do
século XVII;
• Essa invenção se fez fora do âmbito propriamente escolar: é no espaço mais flexível da educação principesca ou do pensionato
aristocrático que se elaboraram métodos e instrumentos de uma instrução histórica autônoma, independente da leitura dos
historiadores antigos, procedendo a uma apresentação contínua dos acontecimentos - da criação do mundo até a época
contemporânea;
• A introdução da história no ensino dos liceus e colégios do Império e da Restauração não poderia ser feita tão rapidamente, se
os professores não dispusessem de um mínimo de material pedagógico já elaborado;
• Uma parte pelo menos desse material pedagógico, remonta aos preceptores dos príncipes do fim do século XVII, como Fleury
ou Le Ragois, cujas obras conhecem, ao longo do século XIX, uma carreira que só se extinguiu com as reformas republicanas.
PORTANTO, DE ACORDO COM A AUTORA, SEU TEXTO NÃO PRETENDE APRESENTAR UMA
LEITURA “EVOLUCIONISTA”, VENDO NA PESQUISA UMA TENTATIVA A MAIS PARA CONFERIR
UMA “ORIGEM” AO ENSINO DA HISTÓRIA ATUAL, MAS A INTER-RELAÇÃO CONSTANTE
ENTRE:
Dessa forma, Bruter pretende contribuir para uma reflexão sobre o processo de longa duração – ou seja, a
constituição de um campo de saber em disciplina escolar.
SEMINÁRIO
Abordagens históricas sobre o Ensino de História
Profa. Dra. Cristina Meneghello
OBRIGADO
Karina Camargo Lima - [email protected]
Júlia Negov de Oliveira - [email protected]