A Semana de 22 e A Arquitetura Supostamente

A Semana de 22 e a Arquitetura
supostamente moderna
CASA DO ARQUITETO, RICARDO SEVERO. FONTE:

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2.021/807
A questo nacional estava na ordem do dia, manifestando-se em

todos os setores da vida intelectual do pas, e de forma particular em
So Paulo. A guerra europia se encarregara de ferir de morte o
esprito da Belle poque e, embora as reaes no se limitassem
busca nativista pelas razes brasileiras, por algum tempo
modernidadee nacionalismo foram quase sinnimos. A
arquitetura neocolonial estava em voga na poca graas ao
engenheiro Ricardo Severo que, influenciado pelas suas visitas
Portugal e inspirado pela arqueologia e histria, viu a necessidade de
reafirmar a herana cultural atravs das construes que
referenciavam a cultura nacionalista.
Por conta do uso j anterior da arquitetura neocolonial trazida por Severo So Paulo, os
trabalhos de arquitetura apresentados na Semana no invocaram tanto o sentimento de
novo que os outros setores como literatura, msica e pintura expressavam. Mesmo
assim, a unio do neocolonial com o moderno, de olhar para o interior em contra ponto
com o novo inspirador, foi fundamental para o nascimento de uma vanguarda da
arquitetura brasileira. Ironicamente, as vanguardas dos outros campos da arte acabam
por se tornarem efmeras e pontuais mais relacionadas prpria manifestao da
Semana de 22 -, e a vanguarda da arquitetura estabelece um marco zero, uma abertura
de portas para uma nova onda de ideais arquitetnicos. Assim, () a arquitetura
neocolonial concretizava tanto as aspiraes dos participantes da Semana de Arte
Moderna, com os seus componentes de sintonia com as vanguardas e de rebeldia em
relao ao oficialismo acadmico, quanto aos sonhos estatais de apresentao de uma
arquitetura brasileira () (KESSEL, 2002).
Antnio Garcia
Moya, 1920
Apenas dois arquitetos participaram da Semana de
22 e nenhum dos dois chegou perto de alcanar o
que conhecemos hoje como arquitetura modernista.
Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel
expuseram trabalhos que j faziam parte do
contexto de seus trabalhos anteriores, mas que,
unindo-se aos preceitos da Semana, foram
fundamentais para a criao de algo novo, uma
arquitetura que posteriormente seria encontrada
por outros arquitetos.
Fica claro como a opo modernista pela arquitetura moderna foi de incio
fundamentalmente terica e esttica. As questes racionais da vida urbana, da
industrializao ainda se protelavam no mundo literrio. As arquiteturas
apresentadas por Moya advinham da sua experincia latino-americana, com
referncias de elementos maias e astecas, esboos fantasistas
essencialmente geomtricos e que nunca foram construdos, ficando apenas
como projetos e exerccios volumtricos. Przyrembel seguia com seus resduos
de arquitetura neocolonial influenciados pelo classicismo francs, Art-Nouveau,
Art-Dco e afins.
DESENHO DE
GEORG
PRZYREMBEL
Fica claro como a opo modernista pela arquitetura moderna foi de

incio fundamentalmente terica e esttica. As questes racionais da
vida urbana, da industrializao ainda se protelavam no mundo literrio.
As arquiteturas apresentadas por Moya advinham da sua experincia
latino-americana, com referncias de elementos maias e astecas,
esboos fantasistas essencialmente geomtricos e que nunca foram
construdos, ficando apenas como projetos e exerccios volumtricos.
Przyrembel seguia com seus resduos de arquitetura neocolonial
influenciados pelo classicismo francs, Art-Nouveau, Art-Dco e afins.
A CASA
MODERNISTA
DE GREGORI
WARCHAVCHIK
1922
Mas, a desqualificao do neocolonial pelos crticos alinhados ao

modernismo corbuseriano imps uma reavalizao retroativa
arquitetura da Semana de 22. Pode-se dizer que foram Rino Levi e
Gregori Warchavchik quem trouxeram alguns dos primeiros manifestos
relacionados aos escritos de Le Corbusier ao Brasil e que continham
algumas similaridades com o movimento neoclonial, como a
funcionalidade, averso ornamentao excessiva, busca de um
caminho prprio para a arquitetura, baseado no clima e na cultura
brasileira.
A meta do conceito
de Le Corbusier era a
instaurao de um
circuito entre a razo
e a ferramenta.
Warchavchik especialmente foi quem trouxe ao Brasil os principais ideais de Le Corbusier. Ele estabelece
como meta a instaurao de um circuito entre a razo e a ferramenta, a casa como uma mquina de
morar. O arquiteto deveria ser tambm um engenheiro, adequar-se aos novos conceitos e premissas da
era das mquinas, criando obras que pudessem ser feitas em grande escala. Uma arquitetura futurista,
adequada ao seu tempo, assim como aquelas que a antecederam. Desses conceitos surjem os clssicos
tens formais de Le Corbusier como o uso de pilotis, fachadas livres, terrao-jardins, janelas horizontais e
plantas livres. Warchvchik foi ento o pioneiro do modernismo da arquitetura brasileira, tendo as
residncias como os seus (e do Brasil)primeiros projetos modernistas.
A partir da, em conjunto com todas as outras vanguardas da poca, como a Bauhaus, De Stijl, arquitetos
como Mies Van der Rohe, Frank Llloyd Right e claro, Le Corbusier, dava-se os primeiros passos no Brasil
o que chamamos hoje de arquitetura moderna ou modernista. Tomados pelo esprito de renovao, de
olhar introspectivo para o valor regional e de industrializao, aconteceimentos como a Semana de 22
foram apenas alguns dos motivos e causas da criao desse novo ponto de partida para a arquitetura que
comearia com Warchavchik e que culminaria com o edifcio do Ministrio da Educao e Sade projetado
por Lcios Costa e seus colegas modernistas.

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A questo nacional estava na ordem do dia, manifestando-se em

Fica claro como a opo modernista pela arquitetura moderna foi de

Mas, a desqualificao do neocolonial pelos crticos alinhados ao

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