Int A Circuitos Elétricos
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OUTUBRO/2011
SUMRIO
1. INTRODUO ...........................................................................................................4 2. INTRODUO AOS CIRCUITOS ELTRICOS ..................................................5 2.1. TENSO ELTRICA ...................................................................................................5 2.2. CORRENTE ELTRICA ............................................................................................... 5 2.3. POTNCIA ELTRICA ................................................................................................ 6 2.4. ENERGIA ELTRICA ..................................................................................................6 3. ELEMENTOS DE CIRCUITOS ELTRICOS ......................................................7 3.1. RESISTOR .................................................................................................................7 3.2. CAPACITOR ..............................................................................................................9 3.3. INDUTOR ................................................................................................................11 4. CONCEITOS DE CIRCUITOS ELTRICOS.......................................................13 4.1. DEFINIES ...........................................................................................................13 4.2. SENTIDO DE REFERNCIA .......................................................................................13 4.2.1 SENTIDO DE REFERNCIA PARA TENSO DE BRAO ..............................................13 4.2.2 SENTIDO DE REFERNCIA PARA CORRENTE DE BRAO..........................................14 4.2.3 SENTIDO DE REFERNCIA ASSOCIADO ..................................................................15 5. LEIS DE KIRCHHOFF ............................................................................................ 15 5.1. LEI DAS CORRENTES DE KIRCHHOFF ......................................................................15 5.2. LEI DAS TENSES DE KIRCHHOFF ...........................................................................16 6. ELEMENTOS DE CIRCUITOS..............................................................................17 6.1. FONTES 6.2. FONTES
INDEPENDENTES DE TENSO .................................................................... 17 INDEPENDENTES DE CORRENTES .............................................................. 20
7. METODOLOGIA PARA ANLISE DE CIRCUITOS ELTRICOS ................23 7.1. EQUIVALENTE THEVENIN E NORTON .....................................................................23 7.2.DIVISOR DE CORRENTE ........................................................................................... 25 7.3.DIVISOR DE TENSO ............................................................................................... 25 7.3.LICAES Y- ........................................................................................................28 8. CIRCUITOS LINEARES INVARIANTES NO TEMPO .....................................30 8.1.ANLISE NODAL .....................................................................................................30 8.2.ANLISE POR MALHAS ............................................................................................ 31 9. CLASSIFICAO DE CIRCUITOS ELTRICOS .............................................32 9.1. CIRCUITOS EM 1 ORDEM ........................................................................................32 9.1.1. CIRCUITOS RC ....................................................................................................33 9.1.1.1.RESPOSTA A EXCITAO ZERO..........................................................................33 2
1. INTRODUO
A presente apostila foi desenvolvida como ferramenta de auxlio, guia e suporte para o Minicurso de Introduo aos Circuitos Eltricos I, presente no programa do I Ciclo de Minicursos do PET-EE da Universidade Federal de Santa Maria. Os ministrantes do minicurso citado, tambm foram responsveis por desenvolver a apostila, seu texto e suas imagens, bem como sua formatao. O principal objetivo deste documento servir como base para o estudo da disciplina de Circuitos Eltricos I, apresentando conceitos, problemas e, posteriormente, resolues para os mesmos, que sero abordados durante o minicurso.
onde: v = tenso instantnea V = tenso contnua A tenso eltrica pode ser contnua ou alternada. A tenso contnua pode ser obtida em bancos de baterias, pilhas, sadas de retificadores, etc. J um sinal alternado obtido em ondas que variam o seu mdulo a cada instante de tempo, como a onda senoidal, cossenoidal, triangular, dente de serra, etc..
o produto da tenso pela corrente eltrica aplicada em um determinado componente ou conjunto. Sua unidade o W (Watt). Na fsica, potncia pode ser definida como a quantidade de energia liberada em certo intervalo de tempo, ou seja, quanto maior a energia liberada em um menor intervalo de tempo maior ser a potncia. Tambm pode ser definida atravs de (3). (3)
3. ELEMENTOS DE CIRCUITOS
ELTRICOS
3.1. RESISTOR
um componente de dois ou trs terminais que apresenta uma relao linear entre a corrente instantnea e a tenso instantnea. A sua resistncia definida como sendo a constante de proporcionalidade da corrente eltrica. a dificuldade oferecida passagem da corrente eltrica em seu interior quando h existncia de uma d.d.p.. Seu valor pode ser determinado como sendo a razo entre a tenso e a corrente eltrica existente em um determinado ponto do circuito eltrico. Sua unidade o , letra grega mega. O smbolo do resistor mostrado na Fig. 2.
Os resistores podem ser ligados de vrias formas, formando assim, dois tipos de associao bsica, sendo elas a srie e a paralela.
Sua resistncia total dada pela soma algbrica de cada resistor que compe a associao, (5): (5)
Neste tipo de associao tm-se algumas caractersticas, como: A corrente que circula na associao em srie constante para todas as resistncias. A queda de tenso obtida na associao em srie a soma total de cada resistncia. A potncia total dissipada igual soma da potencia dissipada em cada resistncia. O resistor de maior resistncia ser aquele que dissipa maior potncia.
2) Paralela:
Quando dois ou mais resistores tm seu terminais ligados mesma diferena de potencial, de modo a oferecer caminhos separados para a corrente eltrica, conforme Fig. 4.
Neste tipo de associao temos as seguintes caractersticas: A corrente eltrica se divide entre os componentes do circuito; A corrente total que circula na associao o somatrio da corrente de cada resistor; O funcionamento de cada resistor independente dos demais; A diferena de potencial (corrente eltrica necessria para vencer a ddp) a mesma em todos os resistores; O resistor de menor resistncia ser aquele que dissipa maior potncia.
3.2. CAPACITOR
um componente passivo que armazena energia na forma de campo eltrico. constitudo de duas placas paralelas separadas de uma determinada distncia por um determinado material. A capacitncia a grandeza eltrica de um capacitor, determinada pela quantidade de energia eltrica que pode ser armazenada em si por um valor de tenso e pela quantidade de corrente alternada que o atravessa em dada frequncia. Sua unidade dada em Farad, (F). Seu smbolo demonstrado na Fig. 5.
(7)
b) Paralela:
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(8)
(11)
Energia (12)
3.3. INDUTOR
Um indutor um dispositivo eltrico passivo que armazena energia na forma de campo magntico. constitudo de bobinas de material condutor, normalmente o cobre. Sua unidade o Henry (H). Seu smbolo est demonstrado na Fig.8.
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(13)
2) Paralela:
(14)
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4.1. DEFINIES
Brao: Elemento concentrado de dois terminais; Ns: So os terminais dois braos. Tenso de brao: Tenso entre os ns. Corrente de brao: Corrente que flui entre os braos.
Elemento cuja corrente que circula atravs dele e a diferena de potencial entre os seus terminais so bem definidos. Ex: resistores, capacitores, indutores, transistores e transformadores.
O significado de um sinal negativo no valor da corrente indica que o sentido desta corrente est invertido.
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5. LEIS DE KIRCHHOFF
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Conveno: Corrente que chega ao n: negativa (-); Corrente que sai do n: positiva (+).
A LCK proporciona estabelecer uma relao linear entre as correntes de brao e as equaes lineares homogneas. A LCK expressa a conservao da carga em todos os ns. No h nem acmulo nem perda de carga.
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6. ELEMENTOS DE CIRCUITOS
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A fonte de tenso real no pode ficar em curto, pois a corrente tender a infinito, o que pode ser comprovado pela equao da primeira Lei de Ohm, uma vez que a resistncia de um curto circuito nula.
Logo, com uma resistncia (R) tendendo a zero (curto circuito), o valor do quociente (V/R) tende ao infinito.
Associao de fontes de tenso: 1) Srie A associao srie de fontes de tenso nos permite elevar ou mesmo reduzir a diferena de potencial em um circuito. Como exemplo, pode-se utilizar a associao de pilhas ou baterias, na alimentao de eletrodomsticos e aparelhos diversos. A tenso disponvel entre os terminais de uma associao srie de fontes de tenso equivale soma algbrica do valor de tenso das mesmas, levando em considerao o sentido de referncia, como exemplificado na Fig.15.
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2) Paralelo A associao em paralelo de fontes de tenso uma medida que exige determinados cuidados. O nvel limite de corrente deste tipo de ligao est diretamente associado s resistncias internas de cada fonte e ao valor das fontes de tenso, portanto, se o nvel da resistncia for muito baixo e o circuito no apresentar as devidas medidas de segurana, a corrente circulante tender ao infinito. Para isso, uma das medidas adicionar resistores de valores razoveis, evitando assim a elevao da corrente como expressa o Teorema de Millman na Fig.16.
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OBS.: A fonte de corrente pode ficar em curto circuito, mas, uma vez ligado o circuito, este no pode ser seccionado, pois sua tenso vai a infinito, como define a equao:
Associao de fontes de corrente: 1) Srie Este tipo de associao no apresenta muita relevncia, uma vez que as fontes de corrente de mesma intensidade produziro uma corrente i1=i2, obtendo o mesmo resultado de uma nica fonte. J, se seus valores forem distintos, a lei das correntes de Kirchhoff implicaria que i1-i2=0, porm na prtica isto no verificado e h o risco de que a tenso cresa tendendo ao infinito. Para tanto, possvel utilizar resistores em paralelo com as fontes de corrente, como prev o Teorema de Millman, reduzindo-as a uma nica fonte equivalente, como possvel verificar na Fig.18. 20
2) Paralelo A associao de fontes de corrente em paralelo, representada na Fig.19, um modelo de configurao que consiste em somar as correntes provenientes de cada fonte, considerando o sentido de referncia.
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A equivalncia entre estes circuitos equivalentes dada somente na sada de cada circuito, ou seja, a corrente e a tenso nos terminais de cada circuito a mesma, porm as potencias envolvidas no possuem essa equivalncia. A equivalncia entre os circuitos definida por (19) e (20): (19) (20)
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A regra do divisor de corrente se aplica a componentes (resistores) conectados em paralelo e destina-se a determinar a corrente circulando cada componente individual. A figura 17 mostra o circuito de um divisor de corrente:
A fonte de corrente da figura anterior pode ser substituda por uma corrente que sai de outro componente, como um resistor, por exemplo.
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3) Calcule I:
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1) Transformao de Y-:
2) Transformao de -Y:
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b)
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Atravs da LTK o somatrio das tenses em qualquer percurso fechado zero. A LTK obriga uma dependncia linear entre as tenses de brao.
2. Escolher um n de referncia:
Quando se escolhe um n como referencia a este se atribui uma tenso nula, 0 Volt. Esta escolhe deve ser feita de maneira a facilitar os clculos futuros.
Temos:
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Exemplo:
1. Utilizao de malhas somente, e no de circuitos fechados; 2. O nmero de malhas igual ao nmero de equaes; 3. Todas as correntes de malha esto no sentido horrio; 4. Na malha em questo, a corrente positiva em relao s outras. 31
Exemplo:
Os circuitos de primeira ordem so caracterizados por possurem apenas um elemento capaz de armazenar energia, podendo ser a carga em um capacitor ou o fluxo de corrente em um indutor. Podemos prever o funcionamento deste tipo de circuito atravs de uma equao diferencial de primeira ordem com coeficientes constantes, j que aqui consideraremos apenas circuitos lineares invariantes no tempo. As equaes de brao esto na Tab. 1. Capacitor Indutor Resistor
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9.1.1. CIRCUITOS RC
Situao em que o circuito depende apenas de situaes iniciais (t=0), sendo que este no possui entradas ou excitaes. Tem-se o circuito abaixo:
Fig. 24 - Circuito RC Para t<0 a chave S1 fechada e S2 aberta, o capacitor est carregado com tenso Vo, dado pela fonte; Em t=0, a chave S1 aberta e S2 fechada; Devido a carga inicial do capacitor, aparecer uma corrente na malha RC, que decrescer at zero.
OBS: Quanto menor a capacitncia do capacitor ou quanto menor a resistncia do resistor, mais rpido ser a descarga.
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Ento tem-se como soluo da seguinte equao diferencial de primeira ordem, homognea com os coeficiente constantes: (25)
K= constante determinada pelas condies iniciais do circuito S0 a frequncia de amortecimento dada pela expresso: S0= - 1/ RC Encontra-se K atravs da substituio das condies iniciais em (25).
Situao em que o circuito possui uma situao inicial (t=0) nula, sendo que este a partir de t>0 possui uma fonte de entrada ou excitao.
Analisando-se o circuito, considerando-se a tenso do capacitor como resposta almejada, tem-se LTK: LCK: (26) (27)
OBS: Para um t>>0, o capacitor estar carregado, e ser um circuito aberto quando toda a corrente flui pelo resistor : (28)
Note que para determinarmos a resposta da tenso do capacitor ao estado zero dependemos dos parmetros do circuito e ainda da funo de entrada que no nosso caso ser a fonte Io. Pode-se definir que a equao geral para a equao do capacitor ser do tipo: (29)
Vhomognea depende alm dos parmetros do circuito, das condies iniciais do circuito no instante t=0, e ento de (3) e (4) tem-se:
Ento tem-se como soluo da seguinte equao diferencial de primeira ordem, homognea com os coeficiente constantes: , onde K e So que so os mesmos parmetros de (25).
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(27)
Esta resposta se faz necessria quando a tenso no capacitor em t=0 for diferente de zero e quando houver uma fonte de entrada. Deve-se proceder da seguinte maneira: Encontrar a reposta de Vc excitao zero; Encontrar a reposta de Vc ao estado zero; Somar estes dois resultados. Exerccios 1)Dertermine
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2) Dertermine
Fig. 26 - Circuito RL Para t<0 a chave S1 fechada e S2 aberta, o indutor est carregado com a corrente Io. Em t=0, a chave S1 aberta e S2 fechada. Devido a energia inicial armazenada no campo magntico do indutor, aparecer uma tenso na malha RL, que decrescer at zero pois ser dissipada na forma de calor no resistor. 37
OBS: Quanto menor a indutncia do indutor ou quanto maior a resistncia do resistor, mais rpido ser a descarga.
LTK: LCK:
(28) (29)
Ento tem-se como soluo da seguinte equao diferencial de primeira ordem, homognea com os coeficiente constantes:
(30)
K= constante determinada pelas condies iniciais do circuito S0 a frequncia de amortecimento dada pela expresso: S0= - R/L Encontra-se K atravs da substituio das condies iniciais em (30).
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Fig. 27 - Circuito RL Em t=0, S1 est aberta, tendo-se assim um circuito aberto, causando: o Em t=0, S1 fecha, e a fonte de tenso conectada ao circuito.
LTK: LCK:
(31) (32)
OBS: Para um t>>0, o indutor estar totalmente energizado, e ser um curto circuito quando toda a queda de tenso se dar em cima do resistor: (33)
Note que para determinarmos a resposta da corrente do indutor ao estado zero dependemos dos parmetros do circuito e ainda da funo de entrada que no nosso caso ser a fonte Vo. Pode-se definir que a equao geral para a equao do indutor ser do tipo: (34)
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Ento tem-se como soluo da seguinte equao diferencial de primeira ordem, homognea com os coeficiente constantes: , onde K e So que so os mesmos parmetro de (30). Vparticular encontrada analisando-se o circuito para t>>0, ento conforme j mencionado tem-se: (31)
(32)
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Exercicios: 1) ) Dertermine
2) ) Dertermine
Os circuitos de segunda ordem so caracterizados por possurem dois elementos capazes de armazenar energia, sendo eles a carga em um capacitor e o fluxo de corrente 41
Fig. 28 - Circuito RLC em paralelo Aqui as equaes de brao so as mesmas mencionadas no circuito de primeira ordem. Analisando-se o circuito tem-se:
LTK: LCK:
(33) (34)
Neste caso, como uma equao diferencial de segunda ordem, necessrio primeiro encontrar-se os parmetros e 0 pois eles nos ajudam a caracterizar o comportamento do circuito RLC, assim pode-se definir o tipo de soluo do problema. 42
Circuito Superamortecido Circuito criticamente amortecido Circuito subamortecido Circuito sem perdas
Onde:
1) 2)
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1) 2)
1) 2)
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1) 2)
Exerccios: 1)
Determine vc(0+), vc(0-), iL(0+), iL(0-), iR(t), ic(t), iL(t) e vc(t), para: a) iL(0)= 0 (A), vc(0)= 50 (V). b) iL(0)= 0 (A), vc(0)= 0 (V). c) iL(0)=10 (A), vc(0)= 0 (V). 45
2) No circuito abaixo a chave estava fechada bastante tempo, sendo aberta em t=0. Calcular a tenso v(t) a partir deste instante.
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10.REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
[1]
[2]
[3]
[4]
HAYT, J., WILLIAM, H.; KEMMERLY, J. Anlise de Circuitos em Engenharia. So Paulo: McGraw, 1973.
[5]
QUEVEDO, Carlos Peres. Circuitos eltricos. Rio de Janeiro, Guanabara Dois, 1983.
[6]
VALKENBURGH, Von et alli. Eletricidade bsica. So Paulo, Livraria Freitas Bastos, 1974, 1975, 1976
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