Apostila de Eletrônica de Potência
Apostila de Eletrônica de Potência
Apostila de Eletrônica de Potência
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 91
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INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, vários cientistas descobriram que a eletricidade parece se comportar
de maneira constante e previsível em dadas situações, ou quando sujeitas a determinadas
condições. Estes cientistas, tais como Faraday, Ohm, Lenz e Kirchhoff, para citar apenas
alguns, observaram e descreveram as características previsíveis da eletricidade e da
corrente elétrica, sob a forma de certas regras.
Átomo
Tudo que ocupa lugar no espaço e matéria. A matéria e constituída por partículas muito
pequenas chamada de átomos. Os átomos por sua vez são constituídos por partículas
subatômicas: elétron, próton e nêutron, sendo que o elétron corresponde a carga negativa
(-) da eletricidade. Os elétrons estão girando ao redor do núcleo do átomo em trajetórias
concêntricas denominadas de orbitas.
Um corpo passa a ter excesso e outro falta de elétrons. O corpo com excesso de elétrons
passa a ter uma carga com polaridade negativa, e o corpo com falta de elétrons terá uma
carga com polaridade positiva.
A quantidade de carga elétrica que um corpo possui e dada pela diferença entre número de
prótons e o número de elétrons que o corpo tem. A quantidade de carga elétrica e
representada pela letra Q, e é expresso na unidade COULOMB.
Portanto, ao surgir uma carga elétrica, temos uma diferença de potencial entre prótons e
elétrons, dando origem ao conceito de potencial elétrico.
A Forca Eletromotriz (F.E.M.) pode ser definida como a energia não elétrica transformada
em energia elétrica, ou vice-versa, por unidade de tempo.
Pode-se dizer, então que cargas elétricas em movimento ordenado formam a corrente
elétrica, ou seja, corrente elétrica e o fluxo de elétrons em um meio condutor. A corrente
elétrica e representada pela letra I e sua unidade fundamental e o Ampère.
Corpos bons condutores são aqueles em que os elétrons mais externos, mediante estimulo
apropriado (atrito, contato ou campo magnético), podem ser retirados dos átomos.
Exemplos de corpos bons condutores: alumínio, platina, prata, cobre, ouro. A resistividade
do cobre e aproximadamente de 𝟏𝟎−𝟔 𝛀/𝒄𝒎
Corpos maus condutores são aqueles em que os elétrons estão tão rigidamente solidários
aos núcleos que somente com grandes dificuldades podem ser retirados por um estimulo
exterior. Exemplos de corpos maus condutores: porcelana, vidro, madeira, borracha, etc. A
resistividade da mica e aproximadamente de 𝟏𝟎𝟏𝟐 𝛀/𝒄𝒎
Resistor Elétrico
A energia elétrica pode ser convertida em outras formas de energia. Quando os elétrons
caminham no interior de um condutor, eles se chocam contra os átomos do material de que
é feito o fio. Nestes choques, parte da energia cinética de cada elétron se transfere aos
átomos que começam a vibrar mais intensamente. No entanto, um aumento de vibração
significa um aumento de temperatura.
O aquecimento provocado pela maior vibração dos átomos é um fenômeno físico a que
damos o nome de efeito joule. É devido a este efeito joule que a lâmpada de filamento
emite luz. Inúmeras são as aplicações práticas destes fenômenos. Exemplos: chuveiro,
ferro de engomar, ferro elétrico, fusível, etc.
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Circuito Elétrico
Circuito elétrico é um conjunto de dispositivos, composto por uma fonte de tensão e outros
dispositivos que permitem a circulação de uma corrente elétrica. O circuito elétrico,
geralmente é composto por:
• Carga: Elemento que vai utilizar (transformar) a corrente elétrica, limitando este valor
(note que um sistema sem carga corresponde a um curto-circuito);
O Físico alemão George Simon Ohm, verificou que o quociente da tensão aplicada pela
respectiva corrente circulante era uma constante do resistor.
A resistência elétrica não depende nem da tensão, nem da corrente elétrica, mas sim da
temperatura e do material condutor.
𝑻𝒓𝒂𝒃𝒂𝒍𝒉𝒐
𝑷𝒐𝒕ê𝒏𝒄𝒊𝒂 =
𝑻𝒆𝒎𝒑𝒐
Fórmulas:
𝑽 𝑽 𝑽𝟐
𝑽=𝑹×𝑰 𝑰= 𝑹= 𝑷=𝑽×𝑰 𝑷= 𝑷 = 𝑹 × 𝑰𝟐
𝑹 𝑰 𝑹
Exercícios
Respostas:
a) R = 2,4K ou 2.400
b) V = 77 V
A tensão e a corrente produzidas por fontes geradoras podem ser contínuas ou alternadas.
A corrente é contínua quando circula no circuito num único sentido. Corrente continua é a
energia elétrica que apresenta dois polos definidos e fixos no tempo, ou seja, as cargas
elétricas geradas ficam sempre no mesmo polo. Os gráficos abaixo mostram o
comportamento da corrente continua no eixo tempo.
Entretanto, se a corrente sai ora por um, ora por outro borne, na fonte geradora, circula ora
num, ora noutro sentido, no circuito, é corrente alternada. Corrente alternada corresponde
a fonte de energia onde os polos ficam se alternando constantemente no tempo.
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Vemos aí que, no instante inicial, a corrente tem valor nulo, crescendo até um valor máximo,
caindo novamente a zero; neste instante, a corrente muda de sentido, porém, seus valores
são os mesmos da primeira parte. O mesmo acontece com a tensão.
A essa variação completa, em ambos os sentidos, sofrida pela corrente alternada, dá-se o
nome de ciclo. O número de ciclos descritos pela corrente alternada, na unidade de tempo
(em 1 segundo), chama- se frequência. Sua unidade é o ciclo/segundo ou Hertz.
Entretanto, na prática, não é o valor máximo o empregado e sim o valor eficaz. Por
exemplo, um motor absorve uma corrente de 5 A que é o valor eficaz.
Valor eficaz (Vef): também chamado de RMS (root mean square), é o valor que produz o
mesmo efeito que um valor em corrente continua faria. É igual a 0,707 vezes o valor de pico
(Vp). A maioria dos instrumentos de medida e calibrada em unidades eficazes ou medio-
quadraticas, o que permite a comparação direta dos valores CC e CA.
𝑽𝒑
𝑽𝒆𝒇 = 𝑽𝒆𝒇 = 𝑽𝒑 × 𝟎, 𝟕𝟎𝟕
√𝟐
Valor médio (Vm): é a tensão média da onda senoidal durante um meio ciclo.
Geometricamente, corresponde à altura de um retângulo que tem a mesma área da
senoide.
𝟐𝑽𝒑
𝑽𝒎 = 𝑽𝒎 = 𝑽𝒑 × 𝟎, 𝟔𝟑𝟕
𝝅
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A menos que seja feita alguma ressalva, todas as medidas de ondas senoidais CA são
dadas em rms, onde as letras V e I são usadas para indicar os valores rms de tensão e
corrente, respectivamente. Por exemplo, entende-se que V = 220V represente uma tensão
rms.
Os sistemas que fornecem energia elétrica da rede (concessionária) através de dois fios,
geralmente um é fase e o outro é neutro. Neste caso dizemos ter um sistema monofásico,
cuja tensão elétrica entre fase e neutro é de 127 Vca (rms) ou 220 Vca (rms) dependendo
da região (em Minas Gerais, o sistema monofásico entrega 127 Vca rms).
O estudo dos circuitos trifásicos é de extrema importância, porque toda nossa geração
de energia, transmissão e distribuição é trifásica. Em outras palavras, todo nosso sistema
elétrico é CA e trifásico. Nas nossas residências utilizamos monofásicos para alimentar
nossas cargas elétricas.
Os sistemas trifásicos são circuitos compostos por três fontes de tensão de igual amplitude,
porém defasadas de 120º elétricos umas das outras.
Se os três terminais comuns de cada fase forem ligados juntos num terminal comum
indicado por N (neutro), e as outras três extremidades forem ligadas a uma linha trifásica
(3 ), o sistema será ligado em estrela ou Y.
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Como se pode ver na figura acima, a corrente que passa pela linha, é a mesma que passa
pelos elementos, isto e, a corrente de linha é igual a corrente de fase.
O ponto comum aos três elementos chama-se neutro. Se deste ponto se tira um condutor,
temos o condutor neutro, que em geral e ligado a terra. A tensão aplicada a cada elemento
(entre condutores de fase e neutro) é chamada tensão de fase e a entre dois condutores
de fase tensão de linha.
Se as três fases forem ligadas em série para formar um percurso fechado, o sistema é
ligado em triângulo ou .
A extremidade final de um elemento e ligada a inicial do outro, de modo que os três fiquem
dispostos eletricamente, segundo os lados de um triangulo equilátero. Os vértices são
ligados a linha.
A extremidade final de um elemento é ligada à inicial do outro, de modo que os três fiquem
dispostos eletricamente, segundo os lados de um triângulo equilátero. Os vértices são
ligados à linha.
Temos que a tensão da linha e igual a tensão da fase e a corrente da linha será:
As cargas monofásicas, num circuito trifásico, devem ser distribuídas igualmente entre as
fases, para que uma não fique sobrecarregada em detrimento das outras.
2. Potência em Circuitos CA
A potência consumida por um circuito de corrente contínua é dada em watts, pelo produto
da tensao pela corrente.
A potência que produz trabalho nos circuitos de CA é chamada potência ativa (ou potência
real), e é dada, em watts (W), pelo produto:
O fator cos (cosseno do angulo de base) é chamado fator de potência do circuito, pois é
ele que determina qual a percentagem de potência aparente que é empregada para
produzir trabalho. O fator de potência (FP) é de suma importância nos circuitos de CA.
No Brasil foi especificado o valor mínimo do fator de potência em 0,93 medido junto ao
medidor de energia. Mede-se o fator de potência em aparelhos chamados de medidores de
cos . O fator de potência pode ser determinado por:
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𝑷(𝒑𝒐𝒕ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒓𝒆𝒂𝒍)
𝑭𝑷 = 𝐜𝐨𝐬 𝜽 =
𝑺 (𝒑𝒐𝒕ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒂𝒑𝒂𝒓𝒆𝒏𝒕𝒆)
O fator de potência deve ser o mais alto possível, isto é, próximo a unidade. Deste modo,
com a mesma corrente e a mesma tensao, conseguimos uma maior potência real (ativa),
que, como sabemos, é a que produz trabalho no circuito.
A potência reativa é a porção da potência aparente que hora é fornecida pelo gerador a
carga, hora é devolvida pela carga ao gerador (parte da potência aparente que não é
convertida em trabalho). É calcula por:
A potência total aparente (ST) em volt-amperes e a potência total reativa (QT) em volt-
amperes-reativo estão relacionadas com a potência total PT em watts. Portanto, uma carga
trifásica equilibrada tem a potência real, a potência aparente e a potência reativa dadas
pelas equações abaixo:
𝑸𝑻 = √𝟑 × 𝑽𝑳 × 𝑰𝑳 𝐬𝐢𝐧 𝜽 (VAR)
controle de potência para a conversão de energia e para o controle dos acionamentos das
máquinas elétricas.
A Importância da eletrônica de potência pode ser observada através de uma lista onde
aparecem algumas de suas aplicações:
Sistemas Elétricos: transmissão em altas tensões CC; fontes de energia alternativa (vento,
solar, etc.); armazenamento de energia.
A eletrônica de potência pode ser definida como a aplicação da eletrônica de estado sólido
para o controle e conversão da energia elétrica. O inter-relacionamento da eletrônica de
potência com a energia, a eletrônica e o controle é mostrado na Figura abaixo:
Figura 16 – Relação da eletrônica de potência com energia, controle e potência– Rashid 1999
1. Retificadores não controlados (AC para DC) – converte uma tensão monofásica ou
trifásica em uma tensão DC e são usados diodos como elementos de retificação.
2. Retificadores controlados (AC para DC) – converte uma tensão monofásica ou trifásica
em uma tensão variável e são usados SCR’s como elementos de retificação.
3. Choppers DC (DC para DC) – converte uma tensão DC fixa em tensões DC variáveis.
4. Inversores (DC para AC) – converte uma tensão DC fixa em uma tensão monofásica ou
trifásica AC, fixa ou variável, e com frequências também fixas ou variáveis.
5. Conversores cíclicos (AC para AC) – converte uma tensão e frequência AC fixa em uma
tensão e frequência AC variável.
6. Chaves estáticas (AC ou DC) – o dispositivo de potência (SCR ou TRIAC) pode ser
operado como uma chave AC ou DC, substituindo, dessa maneira, as chaves mecânicas e
eletromagnéticas tradicionais.
IDEIAS-CHAVES
RECAPITULANDO...
Assim como existem materiais condutores e materiais isolantes, existe um tipo de material
que é um meio termo entre esses dois primeiros. Esse material é o semicondutor. O
semicondutor, portanto, possui um nível de condutividade entre os extremos de um isolante
e um condutor.
Este efeito da dopagem torna o material semicondutor com camada positiva (lacunas) e
também com camada negativa (elétrons) conforme figura abaixo:
Chaves não controladas: estado ON e OFF dependendo do circuito de potência. Ex. diodos.
Chaves Controladas – os estados ON e OFF são controlados por sinal externo. Ex.
Transistor (BJT), MOSFET, IGBT, GTO.
Operando como chave, o semicondutor apresenta dois tipos de perdas de energia, as quais
geram dissipação de calor sobre o mesmo: as perdas em condução e as perdas em
comutação.
Quando o semicondutor está em condução, flui através do mesmo uma corrente Ion e
aparece sobre ele uma baixa queda de tensão Von, as quais são responsáveis pelas
perdas em condução.
Quanto maiores forem Ion e Von, maior será a perda de condução, assim, é desejável
semicondutores que apresentam baixos valores de tensão quando em condução.
A comutação pode ser de dois tipos: OFF para ON (entrada em condução) ou de ON para
OFF (bloqueio). No primeiro caso, quando o semicondutor entra em condução sua tensão
cai até próximo de zero (Von) e a corrente cresce. Enquanto estes valores não se
estabilizam aparecem as perdas por comutação. Tais perdas ocorrem também durante o
bloqueio, onde a corrente cai até zero enquanto a tensão no semicondutor cresce atingindo
o valor Voff. Quanto maiores forem a tensão Voff, a corrente Ion, a duração da comutação
(toff/on e ton/off) e a frequência de comutação, maior será a perda de comutação. Assim, é
desejável que o semicondutor apresente comutações rápidas para diminuir as perdas de
comutação.
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Conforme mostra a figura abaixo, estes transistores são dotados de invólucros que facilitem
a dissipação do calor que geram.
O transistor de Unijunção (UJT- Unijunction Transistor) tem duas regiões dopadas com três
terminais externos. Ele tem um emissor e duas bases. O emissor é fortemente dopado. Por
essa razão, a resistência entre as bases é relativamente alta, tipicamente de 5 a 10 k
quando o emissor está aberto. Chamamos essa resistência de resistência interbase,
simbolizada por RBB.
O diodo emissor aciona a junção das duas resistências internas, RBI e RB2. Quando o
diodo emissor não está conduzindo, RBB é a soma de RB1 e RB2. Quando a tensão de
alimentação está entre as duas bases (VBB), como mostrado na Figura, a tensão através
de RB1 é dada por:
𝑹𝑩𝟏
𝑽𝑹𝑩𝟏 = × 𝑽𝑩𝑩 𝒐𝒖 𝑽𝑹𝑩𝟏 = 𝜼 × 𝑽𝑩𝑩
(𝑹𝑩𝟏 + 𝑹𝑩𝟐 )
𝑹𝑩𝟏
𝜼= 𝑹𝑩𝑩 = 𝑹𝑩𝟏 + 𝑹𝑩𝟐
𝑹𝑩𝑩
O UJT é constituído por uma barra de material N levemente dopada, que forma as regiões
de base 1 e base 2, e uma pequena região com material P, compondo a região do emissor.
Entre as bases 1 e 2, existe uma região com um elevado valor resistivo denominado de
região de interbases (RBB). O circuito equivalente é mostrado na Figura abaixo:
Nesse circuito equivalente existem duas resistências que compõem a RBB, que são RB1 e
RB2. Com o emissor aberto, a resistência entre o emissor e a base 2 (RB2) é menor do que
a resistência entre emissor e base 1 (RB1). Essas resistências serão responsáveis em
realizar uma divisão de tensão internamente no dispositivo, após ser aplicado uma
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diferença de potencial entre as mesmas. Existe também um diodo composto pela junção
do emissor e a região entre as bases.
Se for aplicado um potencial no emissor VE < 0,7 +VRB1 o UJT estará cortado, pois o diodo
está reversamente polarizado. Onde VRB1 = η ⋅VBB , sendo que η é a razão intrínseca de
disparo cujo valor está compreendido entre 0,4 e 0,8 (valores estes definidos pelos
fabricantes do dispositivo).
Quando VE > 0,7 + η ⋅VBB = VP (tensão no ponto de pico), o diodo fica polarizado
diretamente e o UJT dispara. A explicação física para o disparo é dada pela realimentação
positiva interna. O aparecimento de uma corrente aumenta o número de portadores na
região próximo à base 1, o que diminui a resistividade e consequentemente a resistência
RB1, como consequência diminui a tensão em RB1, incrementando mais ainda a
polarização direta, e assim aumentando ainda mais a corrente.
Esse ciclo leva a um aumento muito grande na corrente (o disparo), limitada unicamente
pelas resistências externas. Após ter disparado, o UJT só voltará a cortar novamente
quando a tensão de emissor não for mais suficiente para manter a polarização direta da
junção, essa tensão é chamada de tensão de vale, VV. Essa característica de
funcionamento do UJT pode ser observada no gráfico abaixo:
Calcule:
a) a tensão de disparo Vp (pico);
b) o valor da corrente de emissor IE no momento do disparo;
c) o valor da tensão de corte aplicado no emissor do UJT.
Solução:
𝑉𝐸 20
𝑏) 𝐼𝐸 = 𝐼𝐸 = 𝐼𝐸 = 0,05𝐴 𝑜𝑢 𝑰𝑬 = 𝟓𝟎𝒎𝑨
𝑅 400
Este tipo de transistor depende de um só tipo de carga, daí o nome unipolar. Ha dois tipos
básicos: os transistores de efeito de campo de junção (JFET – Junction Field Effect
transistor) e os transistores de efeito de campo de óxido metálico (MOSFET).
O FET é o dispositivo preferido para a maior parte das aplicações em chaveamento. Por
que? Porque não existem portadores minoritários em um FET. Portanto, ele pode entrar em
corte mais rápido visto que não há carga armazenada para ser retirada da área da junção.
A Figura a seguir mostra uma pastilha de semicondutor tipo n. O terminal inferior é chamado
de fonte (source), e o superior é chamado de dreno (drain). A tensão de alimentação VDD
força os elétrons livres a circular da fonte para o dreno.
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O transistor pode ser um dispositivo com canal n (condução por elétrons) ou com canal p
(condução por lacunas). Tudo que for dito sobre o dispositivo com canal n se aplica ao com
canal p com sinais opostos de tensao e corrente.
A porta tipo p e a fonte tipo n formam o diodo porta-fonte. Com um JFET, o diodo porta-
fonte fica sempre com polarização reversa. Em virtude da polarização reversa, a corrente
de porta IG é de aproximadamente zero, o que é equivalente dizer que o JFET tem uma
resistência de entrada quase infinita.
Os elétrons que circulam da fonte para o dreno devem passar pelo estreito canal entre as
camadas de depleção. Quando a tensão da porta se torna mais negativa, as camadas de
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depleção se expandem e o canal de condução torna-se mais estreito. Quanto mais negativa
for a tensão na porta, menor a corrente entre a fonte e o dreno.
O JEFT é um dispositivo controlado por tensão porque uma tensão na entrada controla
uma corrente na saída. Em um JFET, a tensão porta-fonte VGS determina a corrente que
circula entre a fonte e o dreno.
Quando VGS é zero, circula a corrente máxima no dreno no JFET. É por isso que um JFET
é citado como um dispositivo normalmente em condução. Por outro lado, se VGS é negativa
o suficiente, as camadas de depleção se tocam e a corrente de dreno é cortada.
A Figura 28a mostra um JFET com tensões de polarizações normais. Neste circuito, a
tensão porta-fonte VGS é igual à tensão de alimentação da porta VGG, e a tensão dreno-
fonte VDS é igual à tensão de alimentação do dreno VDD.
Por que a corrente de dreno permanece quase constante? Quando VDS aumenta, as
camadas de depleção se expandem. Quando VDS = Vp, as camadas de depleção quase se
tocam. O canal de condução estreito então estrangula ou evita que a corrente aumente. É
por isso que a corrente tem um limite superior de IDSS.
A Figura a seguir mostra as curvas de dreno para um JFET com uma IDSS de 10 mA. A
curva de cima é sempre para VGS = 0, a condição de porta em curto. Neste exemplo, a
tensão de estrangulamento é de 4 V e a tensão de ruptura é de 30 V.
A curva imediatamente abaixo é para VGS = –1 V, a próxima para VGS = –2 V, e assim por
diante. Como você pode notar, quanto mais negativa a tensão porta-fonte, menor a corrente
de dreno.
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A parte debaixo da curva é importante. Observe que uma VGS de – 4 V reduz a corrente de
dreno para quase zero. Essa tensão é chamada de tensão porta-fonte de corte e é
representada por VGS (corte) nas folhas de dados. Nessa tensão de corte as camadas de
depleção se tocam. Em consequência, o canal de condução desaparece. É por isso que a
corrente de dreno é quase zero.
Na Figura 28, observe que VGS (corte) = – 4 V e VP = 4 V. Isso não é uma coincidência. As
duas tensões sempre têm as mesmas grandezas porque estes valores representam onde
as camadas de depleção se tocam ou quase se tocam.
As folhas de dados podem fornecer os dois valores, e você pode notar que eles têm sempre
os mesmos valores absolutos. Como forma de equação:
VGS(corte) = –VP
Todo JFET tem uma curva de transcondutância, onde os pontos extremos da curva são
VGS(corte) e IDSS. A equação para este gráfico é:
𝟐
𝑽𝑮𝑺
𝑰𝑫 = 𝑰𝑫𝑺𝑺 × (𝟏 − )
𝑽𝑮𝑺(𝒄𝒐𝒓𝒕𝒆)
Muitas aplicações dos componentes UJT e JFET existem na prática. Vejamos o UJT
utilizado em um oscilador de relaxação. Este oscilador irá produzir uma onda dente de serra
utilizada no controle de dispositivos de potência.
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Pode-se calcular a frequência de operação para o circuito oscilador de relaxação com UJT
conforme a equação descrita abaixo:
O JFET pode funcionar como uma chave que transmite ou bloqueia um pequeno sinal CA.
Para obter esse tipo de funcionamento, a tensão porta-fonte VGS tem apenas dois valores:
zero ou um valor maior que VGS (corte). Nesse modo, o JFET opera na região ôhmica ou
na região de corte.
Chave paralela
A Figura 30a mostra um JFET como chave paralela. O JFET pode estar em condução ou
em corte, depende se VGS for de valor alto ou baixo. Quando VGS for alto (0 V), o JFET
opera na região ôhmica (ou saturação). Quando VGS for baixo, o JFET está em corte.
Por isso, podemos usar a Figura 30b como um circuito equivalente. Para funcionamento
normal, a tensão CA na entrada deve ter um sinal baixo, tipicamente menor que 100mV.
Um pequeno sinal garante que o JFET permaneça na região ôhmica quando o sinal atingir
seu valor de pico positivo. Além disso, RD é muito maior que RDS para garantir uma
saturação forte: RD >> RDS
Quando o valor de VGS é alto, o JFET opera na região ôhmica e a chave na Figura 30b
fecha. Como RDS é muito menor que RD, Vout é muito menor que Vin.
Quando o valor de VGS é baixo, o JFET entra em corte e a chave na Figura 30b abre. Nesse
caso, Vout = Vin. Portanto, o JFET como uma chave paralela transmite o sinal CA ou
bloqueia o sinal.
Chave em série
A Figura 31a mostra um JFET como chave em série e a Figura 31b mostra o circuito
equivalente. Quando VGS é alta, a chave está fechada e o JFET é equivalente a uma
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resistência RDS. Nesse caso, a saída é aproximadamente igual à entrada. Quando VGS é
baixa, o JFET está em corte e Vout é aproximadamente zero.
IDEIAS-CHAVES
RECAPITULANDO...
Embora seu uso tenha diminuído, os MOSFETs no modo de depleção ainda são muito
encontrados no estágio inicial dos circuitos de comunicação como os amplificadores de RF.
1. MOSFET de Depleção
Uma camada fina de dióxido de silício (SiO2) é depositada no lado esquerdo do canal. O
dióxido de silício é o mesmo que vidro, que é um isolante. Em um MOSFET a porta é
metálica. Pelo fato de a porta metálica ser isolada do canal, circula uma corrente
desprezível pela porta mesmo que a tensão na porta seja positiva.
A Figura 33a mostra um MOSFET no modo de depleção com uma tensão na porta negativa.
A fonte VDD força os elétrons livres a circular da fonte para o dreno. Esses elétrons circulam
pelo estreito canal do lado esquerdo do substrato p. Como no caso do JFET, a tensão na
porta controla a corrente no dreno. Quando a tensão é suficientemente negativa, a corrente
no dreno é cortada. Portanto, o funcionamento de um MOSFET no modo de depleção é
similar ao de um JFET quando VGS é negativa.
Como a porta está isolada, podemos também usar uma tensão positiva na entrada, como
mostra a Figura 33b. A tensão positiva na porta aumenta o número de elétrons livres que
circulam pelo canal. Quanto mais positiva a tensão na porta, maior a condução da fonte
para o dreno.
Figura 33 – Mosfet-D com porta negativa e com porta positiva – Malvino e Bates 2016
A Figura 34a mostra uma família de curvas de dreno para um MOSFET no modo de
depleção canal n típico. Observe que as curvas acima de VGS = 0 são positivas e as curvas
abaixo de VGS = 0 são negativas. Como é um caso de JFET, a curva de baixo é para VGS
= VGS (corte) e a corrente no dreno será aproximadamente zero. Conforme mostrado,
34
quando VGS = 0 V, a corrente no dreno será igual à IDSS. Isso demonstra que o MOSFET
no modo de depleção, ou MOSFET-D, é um dispositivo normalmente em condução.
Quando VGS é negativa, a corrente no dreno será reduzida. Em comparação com um JFET
canal n, o MOSFET canal n pode ter VGS positiva e ainda assim funcionar corretamente. É
por isso que não há junção pn para ele ficar diretamente polarizado. Quando VGS tornar-
se positiva, ID aumentará seguindo a equação quadrática:
Quando VGS é negativa, o MOSFET-D está operando no modo de depleção. Quando VGS
é positiva, o MOSFET-D está operando no modo de crescimento. Assim como no JFET, as
curvas do MOSFET-D mostram uma região ôhmica, uma região de fonte de corrente e uma
região de corte.
Existe também um MOSFET-D canal p. Ele consiste em um canal p do dreno para a fonte,
ao longo de um substrato tipo n. Novamente, a porta é isolada do canal. O funcionamento
do MOSFET canal p é complementar ao do MOSFET canal n. Os símbolos esquemáticos
para os MOSFETs-D canal n e canal p estão na Figura 35.
2. MOSFET de Crescimento
O MOSFET no modo de depleção foi parte da evolução para se chegar ao MOSFET modo
de crescimento, abreviado para MOSFET-E. Sem o MOSFET-E, os computadores
pessoais que agora são largamente utilizados não existiriam.
Figura 36a mostra um MOSFET-E. O substrato p se estende agora por todo o dióxido de
silício. Como você pode ver, já não existe um canal n entre a fonte e o dreno. Como funciona
um MOSFET-E? A Figura 36b mostra as polaridades normais para a polarização. Quando
a tensão na porta é zero, a corrente da fonte para o dreno é zero. Por essa razão, um
MOSFET-E é normalmente em corte quando a tensão na porta é zero.
O único modo de obter corrente é com a tensão na porta positiva. Quando a porta é positiva,
ela retira elétrons livres da região p. Os elétrons livres se recombinam com as lacunas
próximas do dióxido de silício. Quando a tensão na porta é suficientemente positiva, todas
as lacunas em contato com o dióxido de silício são preenchidas e os elétrons livres
começam a circular da fonte para o dreno. O efeito é semelhante a criar uma camada fina
de material tipo n próximo do diodo de silício.
Figura 36 – Mosfet modo crescimento: não polarizado e polarizado – Malvino e Bates 2016
A camada fina de condução é chamada de camada de inversão tipo n. Quando ela existe,
os elétrons livres podem circular facilmente da fonte para o dreno. O valor de VGS mínimo
que cria a camada de inversão tipo n é chamado de tensão de limiar (threshold),
simbolizado por VGS(th). Quando VGS é menor que VGS(th), a corrente no dreno é zero.
Quando VGS é maior que VGS(th) a camada de inversão tipo n conecta a fonte ao dreno e
a corrente de dreno pode circular. Valores típicos de VGS(th) para dispositivos de baixo
sinal são entre 1 V e 3 V.
Um MOSFET-E para pequeno sinal tem uma potência nominal de 1 W ou menos. A Figura
37a mostra uma família de curvas do dreno para um MOSFET-E de pequeno sinal típico. A
curva mais baixa é a curva de VGS(th). Quando VGS for menor que VGS(th), entra em
condução e a corrente no dreno é controlada pela tensão na porta.
36
A parte quase vertical do gráfico é a região ôhmica e as partes quase horizontais são a
região ativa. Quando polarizado na região ôhmica, o MOSFET-E é equivalente a um
resistor. Quando polarizado na região ativa, ele é equivalente a uma fonte de corrente.
Embora o MOSFET-E possa ser operado na região ativa, o principal uso é na região
ôhmica.
A Figura 37b mostra uma curva de transcondutância típica. Não há corrente no dreno
enquanto VGS não for igual à VGS(th). A corrente no dreno então aumenta rapidamente até
atingir a corrente de saturação ID(saturação). Além desse ponto, o dispositivo fica
polarizado na região ôhmica. Portanto, ID não pode aumentar, mesmo que haja aumento
em VGS. Para garantir a saturação forte, é usada uma tensão na porta de VGS(lig) bem
acima de VGS(th), como mostra a Figura 37b.
Quando VGS = 0, o MOSFET-E (EMOS) está em corte porque não há um canal de condução
entre a fonte e o dreno. O símbolo esquemático na Figura 38a tem uma linha tracejada para
o canal que indica a condição de normalmente em corte. Como você sabe, a tensão na
porta maior que a tensão de limiar cria uma camada de inversão do tipo n que conecta a
fonte ao dreno. A seta aponta para a camada de inversão, que age como um canal n quando
o dispositivo está conduzindo.
O MOSFET-E canal n usa elétrons como os portadores majoritários que têm maior
mobilidade que as lacunas no canal p. Isso resulta em RDS(lig) menor e velocidades de
comutação maiores para o MOSFET-E canal n.
37
Os MOSFET têm uma fina camada de dióxido de silício, um isolante que impede a
circulação de corrente de porta tanto para tensões positivas como negativas. Essa camada
isolante e mantida tão fina quanto possível para dar a porta um melhor controle sobre a
corrente de dreno. Como a camada e muito fina, e fácil destrui-la com uma tensao porta –
fonte excessiva.
Além da aplicação direta de tensao excessiva entre a porta fonte, pode-se destruir a
camada isolante devido a transientes de tensao causados por retirada/colocação do
componente com o sistema ligado. O simples ato de tocar um MOSFET pode depositar
cargas estáticas suficientes que excedam a especificação de VGS máximo. Alguns
MOSFET são protegidos por diodos Zener internos em paralelo com a porta e a fonte. Mas
eles têm como inconveniente, a diminuição da impedância de entrada.
Um circuito como o da Figura 39 é o mais simples que pode ser montado para computador.
Ele é chamado de inversor porque a tensão na saída é a oposta à da tensão na entrada.
Quando a tensão na entrada é baixa, a tensão na saída é alta. Quando a tensão na entrada
é alta, a tensão na saída é baixa. Não é necessária uma precisão alta quando analisar
circuitos de chaveamento. Tudo o que importa é que as tensões na entrada e na saída
podem ser reconhecidas facilmente como baixa ou alta.
A ideia-chave era livrar-se das cargas passivas com resistores. A Figura 40a mostra a
invenção: chaveamento com carga ativa.
O MOSFET inferior age como uma chave, mas o MOSFET superior age como uma
resistência de valor alto. Note que o MOSFET superior tem sua porta conectada ao seu
dreno. Por isso, ele se tornou em um dispositivo de dois terminais com uma resistência
ativa de:
onde VDS(ativa) e ID(ativa) são as tensões e correntes na região ativa. Para o circuito
trabalhar corretamente, a RD do MOSFET superior tem de ser maior comparada com
RDS(lig) do MOSFET inferior. Por exemplo, se o MOSFET superior funciona como uma RD
de 5 kΩ e o inferior como uma RD(lig) de 667 Ω, como mostra a Figura 40b, então a tensão
na saída será baixa.
A Figura 40c mostra como calcular o valor de RD para o MOSFET superior. Pelo fato de
VGS = VDS, cada ponto de operação deste MOSFET tem de cair ao longo da curva para
dois terminais como mostra a Figura 40c. Se você verificar cada ponto plotado nesta curva
para dois terminais, verá que VGS = VDS.
A curva para dois terminais na Figura 40c significa que o MOSFET superior age como uma
resistência de RD. O valor de RD mudará ligeiramente para pontos diferentes. Por exemplo,
no ponto mais alto da Figura 40c, a curva para dois terminais tem ID = 3 mA e VDS = 15 V.
Com a Equação, podemos calcular:
15𝑉
𝑅𝐷 𝑹𝑫 = 𝟓𝑲𝛀
3𝑚𝐴
O próximo ponto abaixo tem estes valores aproximados: ID = 1,6 mA e VDS = 10 V.
Portanto:
10𝑉
𝑅𝐷 𝑹𝑫 = 𝟔, 𝟐𝟓𝑲𝛀
1,6𝑚𝐴
Por meio de um cálculo similar, o ponto mais baixo, onde VDS = 5 V e ID = 0,7 mA, tem um
RD = 7,2 kΩ. Se o MOSFET inferior tem o mesmo conjunto de curvas de dreno como o do
superior, então o MOSFET inferior tem uma RDS(lig) de:
2𝑉
𝑅𝐷 𝑹𝑫 = 𝟔𝟔𝟕𝛀
3𝑚𝐴
Esse é o valor mostrado na Figura 40c. Como mencionado anteriormente, não importa o
valor exato para os circuitos de chaveamento digital enquanto as tensões puderem ser
distinguidas facilmente como baixa ou alta. Portanto, o valor exato de RD é importante. Ela
pode ser de 5 kΩ, 6,25 kΩ ou 7,2 kΩ. Qualquer um destes valores é alto suficiente para
produzir uma tensão baixa na saída na Figura 40b.
40
Conclui-se que o circuito funciona como um inversor, pois com V E = 0V tem-se VS = VDD e
com VE = VDD temos VS = 0V. Para a implementação de circuitos lógicos utiliza-se,
basicamente, o MOSFET como chave. Porém, como o resistor ocupa uma área muito
grande no circuito integrado, ele é substituído por um MOSFET atuando como resistor de
carga. A figura a seguir mostra a implementação de duas portas logicas utilizando MOSFET
como componente:
Esse dispositivo híbrido existe e é chamado de transistor bipolar com porta isolada
(IGBT). O IGBT está essencialmente envolvido com a tecnologia do MOSFET de potência.
Sua estrutura e operação são semelhantes às de um MOSFET. A Figura 43 mostra a
estrutura básica de um IGBT canal n. Sua estrutura é semelhante a de um MOSFET de
potência canal n construído com um substrato tipo p.
As versões NPT têm valores de condução VCE(lig) mais altos que as versões PT e um
coeficiente positivo de temperatura. O coeficiente positivo de temperatura faz do NPT o
escolhido para conexões em paralelo. A versão PT, com uma camada extra n+, tem a
vantagem de uma alta velocidade de chaveamento. Ela tem um coeficiente negativo de
temperatura.
Além da estrutura básica mostrada na Fig.43, diversos IGBTs são fabricados com outras
estruturas mais avançadas. Uma versão destes tipos avançados é o IGBT FS (Field-Stop
IGBT – IGBT de retenção de campo). O IGBT FS combina as vantagens do IGBT PT e do
IGBT NTP e, ao mesmo tempo, eliminam as desvantagens dessas duas estruturas.
Controle do IGBT
As Figuras 44a e 44b, mostram dois símbolos esquemáticos comuns para um IGBT de
canal N. Observe na Fig. 44b a presença do chamado diodo intrínseco. Este diodo
construído no interior do IGBT é similar aos diodos implantados no interior dos FETs de
potência. A Figura 44c mostra também um circuito equivalente simplificado para este
dispositivo. Como você pode ver, o IGBT é essencialmente um MOSFET de potência no
lado da entrada e um TBJ no lado da saída.
42
IDEIAS CHAVES
Mosfet de Depleção, Mosfet de Crescimento, Curva de Corte e Saturação, Curva de
Transcondutância, Transistor Bipolar de Porta Isolada - IGBT
RECAPITULANDO...
A partir de agora estudaremos uma nova família de componentes usados nos controles de
potência. É a família dos tiristores ou diodos de quatro camadas.
A palavra tiristor vem do grego e significa “porta”, usada no mesmo sentido de abrir-se
uma porta e deixar alguém passar por ela. Um tiristor é um dispositivo semicondutor que
usa uma realimentação interna para produzir uma ação de chaveamento.
DIODO DE 4 CAMADAS
A conexão não usual na Figura 45a usa uma realimentação positiva. Qualquer variação na
corrente da base de Q2 é amplificada e realimentada por Q1 para aumentar a variação
original. Esta realimentação positiva continua mudando a corrente na base de Q2 até que
os dois transistores entrem em saturação ou em corte.
Nesse caso, o circuito total age como uma chave fechada 45b. Por outro lado, se algo
causar uma diminuição na corrente na base de Q2, a corrente no coletor de Q2 diminui, a
corrente na base de Q1 diminui, a corrente no coletor de Q1 diminui e a corrente na base
de Q2 diminui mais ainda. Essa ação continua até que os dois transistores sejam levados
para o corte.
Logo, o circuito funciona como uma chave aberta 45c. O circuito na 45a é estável em
qualquer um dos estados; aberto ou fechado. Ele permanecerá em um dos estados
indefinidamente até que alguma força externa aja. Se o circuito está aberto, ele permanece
aberto até que algo aumente a corrente na base de Q2. Se o circuito está fechado, ele
permanece fechado até que alguma coisa diminua a corrente na base de Q2. Pelo fato de
o circuito poder permanecer em um estado indefinidamente, ele é chamado de trava (latch).
A Figura 46a mostra uma trava conectada a um resistor de carga com uma fonte de tensão
de VCC. Suponha que a trava esteja aberta, como mostra a Figura 46b. Como não há
corrente no resistor de carga, a tensão na trava é igual à tensão de alimentação. Então, o
ponto de operação está no extremo inferior da reta de carga CC (Figura 46d).
O único modo de fechar a trava na Figura 46b é pelo disparo (breakover). Isso significa
usar uma tensão de alimentação de VCC suficientemente alta para atingir a ruptura
(breakdown) do diodo coletor Q1. Como a corrente no coletor de Q1 aumenta, a corrente
45
Na Figura 46a, o disparo pode ocorrer também se Q2 atingir a ruptura primeiro. Embora a
ruptura tenha início em qualquer um dos diodos coletores, ela termina com os dois
transistores no estado de saturação. Essa é a razão pela qual o termo disparo é usado em
vez de ruptura para descrever este tipo de fechamento da trava.
Como abrimos a trava na Figura 46a? Reduzindo a tensão de alimentação VCC a zero. Isso
força os transistores a sair da saturação e entrar em corte. Chamamos esse tipo de abertura
de corrente baixa de desligamento porque ela depende da redução da corrente na trava
a um valor baixo suficiente para tirar o transistor fora da saturação.
2. Diodo Shockley
A Figura 47d mostra o símbolo esquemático de um diodo de quatro camadas. O único modo
de fechar o diodo de quatro camadas é pelo disparo. O único modo de abri-lo é pelo
desligamento por corrente baixa, o que significa reduzir a corrente a um valor abaixo da
corrente de manutenção (indicado nas folhas de dados).
46
A Figura 47e mostra o gráfico da corrente versus tensão para o 1N5158 que está em
condução. Como você pode ver, a tensão no dispositivo aumenta quando a corrente
aumenta: 1 V com 0,2 A, 1,5 V com 0,95 A, 2 V com 1,8 A e assim por diante.
CARACTERÍSTICA DE DISPARO
Quando o dispositivo está em corte, a corrente é zero. Se a tensão no diodo tentar exceder
o valor de VB, o dispositivo dispara e seu ponto de operação move-se rapidamente ao longo
da linha tracejada indo para a região de saturação. Quando o diodo está em saturação, ele
opera na linha de cima.
Enquanto a corrente que circula por ele for maior que a corrente de manutenção IH, o diodo
permanece travado no estado de condução. Se a corrente tornar-se menor que IH, o
dispositivo assume o estado de corte.
47
A aproximação ideal para um diodo de quatro camadas é uma chave aberta quando em
corte e uma chave fechada quando em saturação. A segunda aproximação inclui a tensão
de joelho Vk, aproximadamente 0,7 V na Figura 48.
SUS é o acrônimo para Sillicon Unilateral Switch ou Chave Unilateral de Silício. Trata-se de
um dispositivo semicondutor da família dos tiristores usado em comutação.
Na figura 49 temos o símbolo usado para representar esse componente e seu circuito
equivalente, que nos permite entender seu funcionamento.
Os SUS são usados no disparo de SCRs e na produção de pulsos (formas de onda), além
de outras aplicações. Como os SCRs e outros dispositivos da família os SUS consistem em
chaves regenerativas com a diferença de que em sua porta (gate) existe um diodo Zener
que determina a tensao de disparo do componente.
Outro fato que diferencia o SUS de um SCR e que seu disparo e feito pela porta de anodo.
Em funcionamento, quando a tensao entre o anodo e o catodo tornar-se suficientemente
positivo para produzir a condução do diodo Zener, o SUS dispara, ou seja, passa de estado
de desligado para o de plena condução, fluindo então uma corrente intensa entre o anodo
e o catodo.
Normalmente o diodo Zener interno existente nos SUS tem uma tensao de 7,4 V o que,
levando-se em conta a barreira de potencial entre o anodo e a porta, determina uma tensao
de disparo da ordem de 8 V. Para os casos em que se desejar uma tensao de disparo
menor, basta ligar um diodo Zener de valor apropriado entre a porta e o catodo.
Observe que ela e semelhante à de um SCR, com a diferença de que a tensao de disparo
e programada pela porta, ou da ordem de 7 V se ela for mantida desligada. Observe que
ela é semelhante à de um SCR, com a diferença de que a tensao de disparo é programada
pela porta, ou da ordem de 7 V se ela for mantida desligada.
SBS significa Silicon Bilateral Switch ou Chave bilateral de Silício. Esse componente, da
família dos tiristores, consiste num semicondutor usado principalmente em circuitos de
comutação. Na figura 51 temos o símbolo adotado para representar o SBS assim como os
seus circuitos equivalentes.
O SBS, conforme podemos ver consta de dois SUS ligados em oposição, representados na
figura por SCRs com disparo pelo anodo, ou disparo programado e Zeners externos. Assim,
da mesma maneira que os SUS são usados nos circuitos de disparo de SCRs, os SBS são
usados no disparo de TRIACs, pois conduzem corrente nos dois sentidos.
Se o sinal aplicado a porta for positivo em relação ao terminal A1 é o diodo Zener 2 que
conduz e deste modo, é disparado o SCR2. Se o sinal for positivo em relação ao terminal
A2, neste caso é o diodo Zener 1 que conduz e o disparo é de SCR1.
Veja que a ligação externa de diodos Zener entre a porta e o anodo, desde que sua tensao
seja menor que a do Zener de disparo interno, permite alterar as características de disparo
deste componente.
A tensao típica de disparo do SBS está entre 7 e 9 V, mas pode ser alterada pela
polarização conveniente do gate.
Como o SBS pode conduzir a corrente em ambos os sentidos, ao disparar, ele é utilizado
no disparo de Triacs enquanto o SUS é usado no disparo de SCRs.
IDEIAS CHAVES
Tiristores, Diodo de 4 Camadas, Diodo Shockley, Chave Unilateral de Silício, Chave
Bilateral de Silício, Disparo por Tensão.
RECAPITULANDO...
• Os Tiristores são formados por uma estrutura de quatro camadas de materiais
semicondutores P e N, apresentam características de resistência negativa e de
disparo rápido.
• Encontramos tiristores controlando cargas resistivas de alta potência como
lâmpadas e elementos de aquecimento em estufas, fornos e outras aplicações
industriais assim como controlando cargas indutivas como motores, transformadores
inversores, solenoides e muitos outros dispositivos semelhantes.
• O diodo Shockley é fechado pelo disparo (tensão). O único modo de abri-lo é pelo
desligamento por corrente baixa.
• Os SUS são usados no disparo de SCRs e na produção de pulsos (formas de onda).
50
O SCR (Sillicon Controlled Rectifier) é o tiristor mais utilizado. Ele pode chavear correntes
de altos valores. Por isso, ele é sempre utilizado no controle de motores, fornos,
condicionadores de ar e aquecedores de indução.
Na figura 53 está representada uma analogia entre um SCR e dois transistores e seu
símbolo equivalente. Observe que o SCR é subdividido em dois transistores: um do tipo
PNP e outro do tipo NPN (analogia ao diodo de 4 camadas). Quando o anodo está positivo
em relação ao catodo, ou seja, o potencial do emissor do transistor T1 está positivo em
relação ao potencial do emissor do transistor T2, o SCR está pronto para conduzir. Quando
é aplicada uma tensão na base do transistor T2 (gatilho do SCR), ele conduz e ativa a base
do transistor T1.
Como o gatilho de um SCR está conectado à base de um transistor interno, ele precisa de
pelo menos 0,7 V para disparar um SCR. As folhas de dados listam esse valor de tensão
como tensão de disparo do gatilho VGT.
51
VGT = 1,0 V
IGT = 9,0 mA
Isso quer dizer que a fonte que aciona o gatilho de um SCR da série 2N6504 típico tem de
fornecer 9,0 mA com 1,0 V para disparar o SCR. Além disso, a tensão de ruptura ou a
tensão de bloqueio é especificada como valor de pico repetitivo no estado desligado da
tensão direta, VDRM, e seu valor de pico repetitivo no estado desligado da tensão reversa,
VRRM. Dependendo da série de SCR que estiver sendo usada, a faixa de tensão de ruptura
varia de 50 V a 800 V.
Um SCR como o mostrado na Figura 54a tem uma tensão de gatilho de VG. Quando ela é
maior que VGT, o SCR entra em condução e a tensão na saída cai de VCC para um valor
baixo. Algumas vezes, usamos um resistor no gatilho como mostrado aqui. Esse resistor
limita a corrente no gatilho em um valor seguro.
A tensão na entrada necessária para disparar um SCR tem de ser maior que:
Nessa equação, VGT e IGT são a tensão e a corrente de disparo no gatilho do dispositivo.
Por exemplo, a folha de dados de um 2N4441 fornece VGT = 0,75 V e IGT = 10 mA. Quando
tiver o valor de RG, o cálculo de Vin é imediato.
BLOQUEANDO UM SCR
Depois que um SCR entra em condução, ele permanece conduzindo mesmo que você
reduza a alimentação do gatilho, Vin, a zero. Nesse caso, a saída permanece baixa
indefinidamente. Para bloquear o SCR, você deve reduzir a corrente do anodo para o
catodo a um valor abaixo da corrente de manutenção, IH. Isso pode ser feito reduzindo-se
52
VCC a um valor baixo. A folha de dados do 2N6504 lista um valor típico da corrente de
manutenção de 18 mA.
O SCR com valores nominais de potências menores ou maiores geralmente tem valores
respectivos menores ou maiores de corrente de manutenção. Como a corrente de
manutenção circula pelo resistor de carga na Figura 54, a tensão de alimentação para
desligar tem de ser menor que:
Além da redução de VCC, outros métodos podem ser usados para reativar o SCR. Dois
métodos comuns são a interrupção da corrente e uma comutação forçada. Tanto pela
abertura da chave em série na Figura 54a como pelo fechamento da chave em paralelo na
Figura 54b, a corrente de anodo para catodo cairá para um valor abaixo da corrente de
manutenção e o SCR chaveará para seu estado de corte.
Outro método utilizado para reativar o SCR é forçando uma comutação, como mostra a
Figura 54c. Quando a chave é acionada, uma tensão negativa VAK é aplicada
momentaneamente. Isso reduz a corrente direta de anodo para catodo a um valor abaixo
de IH desligando o SCR. Nos circuitos reais, a chave pode ser substituída por um dispositivo
TJB ou FET.
Polarização reversa – quando VAK < 0, o SCR funciona como uma chave aberta, ou seja,
não conduz. Na realidade, existe uma corrente de polarização reversa muito baixa,
geralmente na ordem de alguns nA, assim como ocorre nos diodos. Porém, quando a
tensão reversa atinge o valor da tensão de ruptura reversa VBR, o dispositivo conduz.
Polarização direta com condução – para entrar em condução o SCR deve conduzir uma
corrente suficiente, cujo valor mínimo recebe o nome de corrente e retenção IL. O SCR não
entrará em condução, se a corrente de gatilho for suprimida antes que a corrente de anodo
atinja o valor IL. Este valor IL é geralmente de duas a três vezes a corrente de manutenção
IH que, uma vez retirada a corrente de gatilho, é a suficiente para manter o estado de
condução.
Esse fenômeno faz com que muitos elétrons se choquem e saiam das órbitas dos átomos
da rede. Estando disponíveis para condução, esses elétrons permitem que a corrente de
anodo cresça. Esse processo de disparo, nem sempre destrutivo, raramente é utilizado na
prática. Para o gatilho aberto (IG = 0), a tensão na qual o SCR passa ao estado de
condução, é chamado tensão de breakover (VBO).
Mesmo não havendo pulso no gatilho, a capacitância da junção J2 pode fazer circular uma
corrente de gatilho, devido à variação de tensão. Se a variação de tensão for muito grande,
a corrente resultante pode ser grande o suficiente para disparar o SCR. Esse disparo,
normalmente indesejado, pode ser evitado pela ação de um circuito chamado snubber,
formado por um resistor em série com um capacitor, de acordo com o circuito da Figura 57.
54
O dimensionamento do circuito snubber deve ser feito de modo que ele funcione como um
curto-circuito para frequências acima de um valor que possa provocar uma variação de
tensão suficiente para disparar o SCR.
Comutação Natural
O bloqueio de um SCR ocorre quando a corrente de anodo se torna menor do que a
corrente de manutenção (IH). Em um circuito de corrente alternada, acorrente passa pelo
zero em algum ponto do ciclo. Isso já leva o SCR ao bloqueio (IA < IH). A Figura 58
exemplifica esse tipo de circuito. Portanto, ocorre bloqueio pelo zero da rede.
Várias são as aplicações dos SCR’s nos circuitos de corrente contínua – CC e corrente
alternada – CA. Vejamos algumas delas.
Observe que, inicialmente, as chaves Sw1, Sw2 e Sw3 estão fechadas (NF), levando o
gatilho do SCR a zero volt. Portanto, o SCR estará inicialmente bloqueado. Quando
qualquer uma das chaves (Sw1, Sw2 ou Sw3) for acionada, os seus contatos serão abertos
e, consequentemente, o SCR irá disparar. Observe que nesta situação, o gatilho do SCR
passa a receber corrente.
A resistência do LDR e baixa quando ele está iluminado. Neste momento, o SCR está
bloqueado. A resistência do LDR aumenta quando a iluminação é interrompida. Esta
situação poderia ocorrer, por exemplo, quando houvesse o corte de um feixe luminoso
direcionado ao LDR.
Como as condições de disparo fixam dois valores (VAK = 6 V e IGT = 20 mA), com certeza,
entre 3,6 V e 6 V, a corrente necessária será atingida para garantir o disparo do SCR. Com
quantos graus, a tensao da rede atinge 6 V?
58
IDEIAS CHAVES
Retificador Controlado de Silício, tensão e corrente de disparo no gate do SCR, corrente
mínima de manutenção IH entre anodo e catodo.
RECAPITULANDO...
• O SCR (Sillicon Controlled Rectifier) é o tiristor mais utilizado. Ele pode chavear
correntes de altos valores. Por isso, ele é sempre utilizado no controle de motores,
fornos, condicionadores de ar e aquecedores de indução.
• Como o gatilho de um SCR está conectado à base de um transistor interno, ele
precisa de pelo menos 0,7 V para disparar um SCR. As folhas de dados listam esse
valor de tensão como tensão de disparo do gatilho VGT.
• Existem 3 tipos de polarização dos SCR´s, polarização reversa, polarização direta
em bloqueio e polarização direta em condução.
• O SCR pode ser disparado por sobretensão entre anodo e catodo, sem nenhuma
corrente no gatilho, porém não é comum e pode danificar o SCR.
• O SCR também pode ser disparado por radiação ou por Luz (SCR sensível a Luz).
59
O DIAC é uma chave bidirecional disparada por tensão. Normalmente, a tensão de disparo
dos DIACs ocorre entre 20 e 40 V. A curva característica do DIAC e os símbolos mais
usuais são mostrados a seguir:
Portanto, ele só dispara quando a tensão aplicada sobre ele atinge as tensões de disparo
VD. Geralmente este valor se encontra entre 20 e 40 volts. Trata-se de um dispositivo
simétrico, ou seja, ele possui as mesmas condições de disparo tanto para o 1°, quanto para
o 3° quadrantes.
O DIAC pode manter-se em condução nos dois sentidos. O circuito equivalente do DIAC
são dois diodos de quatro camadas em antiparalelo*, como mostra a Figura 66a, idealmente
as mesmas travas na Figura 66b.
60
O DIAC fica em corte enquanto a tensão aplicada nele não exceder ao valor da tensão de
disparo VD em qualquer sentido.
Por exemplo, se a polaridade de V for como a indicada na Figura 66a, o diodo da esquerda
conduz quando a tensão V exceder ao valor da tensão de disparo VD. Nesse caso, a trava
da esquerda fecha, como mostra a Figura 66c. Quando V tem a polaridade invertida, a trava
da direita fecha. A Figura 66d mostra o símbolo esquemático mais usado para o DIAC.
O TRIAC funciona como dois SCRs em antiparalelo. A figura a seguir mostra o circuito
equivalente e seu símbolo usual.
O TRIAC pode ser disparado tanto por pulso positivo quanto por pulso negativo. Uma visão
simplista do TRIAC é a de uma associação em antiparalelo de dois SCRs. Isso, porém, não
consegue explicar porque o TRIAC dispara com pulso negativo. Essa explicação está além
de nossos objetivos, mas a figura 69 mostra que o gate (ou porta) não está ligada na
camada N e nem na camada P, e sim isolada desta camadas.
Como o TRIAC é bidirecional, as palavras anodo e catodo ficam sem sentido. Os terminais
do TRIAC são chamados anodo 1 (A1), anodo 2 (A2) e gatilho (G). As terminologias
“terminal principal 1” (MT1) e “terminal principal 2” (MT2) também são utilizadas para os
anodos.
Disparo no 1° quadrante – os terminais MT2 e gatilho (G) estão positivos em relação a MT1.
Disparo no 2° quadrante – o terminal MT2 está positivo e o terminal G está negativo, ambos
em relação a MT1.
Disparo no 3° quadrante – o terminal MT2 está negativo e o terminal G está negativo, ambos
em relação a MT1.
Disparo no 4° quadrante – o terminal MT2 está negativo e o terminal G está positivo, ambos
em relação a MT1. Logo, a corrente entra em G.
Portanto, o disparo de um TRIAC não é simétrico, ou seja, não dispara nas mesmas
condições para os quatro quadrantes.
Os Triacs são obtidos nos mesmos invólucros dos SCRs, transistores de potência e
MOSFETs. Em alguns casos fica difícil saber do que se trata, se é mesmo um TRIAC
somente observando os códigos.
A Texas Instruments, por exemplo, tem uma serie de SCRs e Triacs que recebem a
denominação “TIP” e tem todos os mesmos invólucros. O ideal e consultar o datasheet.
Na figura 70 temos invólucros comuns para Triacs.
Como esses dispositivos são utilizados em controles de potência que operam com
correntes elevadas, todos são dotados de recursos para montagem em dissipadores de
calor.
63
Para a maioria dos casos, entretanto, o valor refere-se ao pico de uma tensao senoidal, já
que a principal aplicação do componente é justamente em circuitos ligado à rede local CA.
Veja que o valor indicado já tem a especificação de que se trata de uma corrente rms, ou
seja, o valor eficaz da corrente alternada, já que o componente normalmente operara em
circuitos de corrente alternada.
Figura 71 – Controle de fase numa carga resistiva utilizando TRIAC – IFMG 2015
64
Dados
IGT = 50 mA (1º e 3º quadrantes)
VGT = 2,0 V (1º e 3º quadrantes)
As formas de onda da tensao sobre a carga são mostradas na sequência para cada um dos
ângulos de disparo.
Figura 74 – Forma de onda para ângulo de disparo de 30º e 60º – IFMG 2015
Quando se utiliza um circuito com TRIAC em corrente alternada, o valor médio da tensão
na carga, para qualquer ângulo de disparo, é sempre igual a zero.
Na Tabela acima, observa-se que, quanto maior o ângulo de disparo α do Triac, menor será
a tensao eficaz aplicada a carga e vice-versa. Disparando-o em diversos ângulos da tensão
senoidal da rede, é possível aplicar a carga RL, potências diferentes.
IDEIAS CHAVES
Diodo de Corrente Alternada, Triodo de Corrente Alternada, Tensão de disparo (V D),
tensão de breakover (VBO), Tensão máxima de trabalho (VDRM)
RECAPITULANDO...
• O DIAC e o TRIAC são tiristores bidirecionais. Esses dispositivos podem conduzir
nos dois sentidos do sinal CA;
• O TRIAC funciona como um interruptor controlado e apresenta as mesmas
características funcionais de um SCR, no entanto, ele possui a vantagem de poder
conduzir nos dois sentidos de polarização;
• O Triac entra em condução quando for ultrapassada a tensão de breakover (VBO)
sem pulso no gatilho ou quando for aplicada uma corrente de gatilho;
• A Tensão máxima de trabalho (VDRM) refere-se a máxima tensão que pode aparecer
entre os terminais de um TRIAC quando ele se encontra desligado;
• Corrente de disparo IGT é a indicação da sensibilidade do comportamento ao disparo,
sendo esta corrente especificada em termos de miliamperes.
68
Figura 78 – Gerador de onda Dente de Serra SCR e circuitos equivalentes – Malvino e Bates 2016
A Figura 78b mostra o circuito equivalente de Thevenin visto pelo gatilho. A resistência
equivalente de Thevenin é:
Pelo fato de o divisor de tensão ser de 10:1, a tensão no gatilho é de um décimo da tensão
na saída. Portanto, a tensão na saída no ponto de disparo é:
Vpico = 10(1 V) = 10 V
A Figura 78c mostra o circuito equivalente de Thevenin visto do capacitor quando SCR está
em corte. A partir daí você pode ver que o capacitor tentará carregar-se até a tensão final
de +50 V com uma constante de tempo de:
T = 0,2(100 μs) = 20 μs
A frequência é:
f = 1/20 μs
f = 50 kHz
70
Se não acontecer nada dentro de uma fonte de alimentação que cause um aumento
excessivo na sua tensão de saída, o resultado pode ser desastroso. Por quê? Porque
algumas cargas, como os CIs digitais de custo elevado não podem resistir a um valor muito
alto de tensão da fonte sem serem danificados.
Uma das aplicações mais importantes do SCR é a de proteger cargas delicadas e de custo
elevado contra sobretensões da fonte de alimentação.
A Figura 79 mostra uma fonte de alimentação de VCC aplicada em uma carga a ser
protegida. Sob as condições normais, VCC é muito menor que a tensão de ruptura do diodo
Zener. Nesse caso, não há tensão em R, e o SCR permanece em corte. A carga recebe
uma tensão VCC e tudo funciona normalmente.
Agora suponha que a tensão na fonte aumente por uma razão qualquer. Quando VCC é
muito alta, o diodo Zener conduz e a tensão é transferida para R. Se essa tensão é maior
que a tensão no gatilho do SCR, ele dispara e torna-se uma trava fechada.
Essa ação é similar a atravessar uma barra (crowbar) nos dois terminais da carga. Pelo fato
de o SCR entrar em condução rapidamente (1 μs para o 2N444l), a carga é protegida
também rapidamente contra danos causados por uma sobretensão. O valor da sobretensão
que dispara o SCR é:
VCC = VZ + VGT
Esta forma drástica, que funciona como uma barra, é necessária em muitos CIs digitais
porque eles não podem receber uma sobretensão. Em vez de destruir os CIs caros, então,
podemos usar um SCR como barra para curto-circuitar os terminais da carga ao primeiro
sinal de sobretensão.
O circuito com SCR que funciona como barra na Figura 79 é um protótipo, um circuito básico
que pode ser modificado e melhorado. Ele já é adequado para muitas aplicações como
está. Mas está sujeito a um disparo lento porque o joelho na ruptura do Zener é uma curva
disfarçada em vez de uma curva em quina. Quando levamos em consideração a tolerância
nas tensões do Zener, o disparo lento pode resultar em uma tensão de alimentação
perigosamente alta antes do disparo do SCR.
O único modo de superar o disparo lento é pela adição de um ganho de tensão, como
mostra a Figura 80.
71
Figura 80 – Barra de Proteção com SCR e transistor (ganho tensão) – Malvino e Bates 2016
Observe que um diodo comum está sendo utilizado em vez de um diodo Zener. Esse diodo
compensa o efeito da temperatura do diodo da base do transistor. O ajuste do ponto de
disparo nos permite escolher o ponto de disparo do circuito, tipicamente em torno de 10%
a 15% acima da tensão normal.
Observe também que as correntes no anodo variam de 1,5 a 70 A. Dispositivos como esses
podem controlar cargas industriais de maior valor de corrente pelo uso do controle de fase.
A Figura 82a mostra a tensão CA de linha sendo aplicada em um circuito com SCR que
controla a corrente na carga com valor alto de corrente. Nesse circuito, o potenciômetro R1
e o capacitor C deslocam o ângulo de fase do sinal no gatilho.
Quando R1 é zero, a tensão no gatilho está em fase com a tensão de linha e o SCR age
como um retificador de meia onda. R2 limita a corrente a um nível seguro.
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Figura 82b,c,d,e – Formas de onda no controle de fase com SCR – Malvino e Bates 2016
Quando R1 aumenta, contudo, a tensão CA no gatilho atrasa a linha por um ângulo entre 0
e 90ºC, como mostra as Figuras 82b e c. Antes do ponto de disparo da Figura 82c, o SCR
está em corte e a corrente na carga é zero.
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No ponto de disparo, a tensão no capacitor é alta suficiente para disparar o SCR. Quando
isso ocorre, quase toda a tensão de linha aparece na carga e a corrente na carga é alta.
Idealmente, o SCR permanece travado até que a tensão de linha inverte de polaridade. Isso
está nas Figuras 82c e d.
A porção sombreada na Figura 82b mostra quando o SCR está conduzindo. Pelo fato de
R1 ser variável, o ângulo da fase da tensão no gatilho pode ser mudado. Isso nos permite
controlar a porção sombreada da tensão de linha. Dito de outro modo: podemos controlar
a corrente média na carga. Isso é útil para variar a rotação de um motor, o brilho de uma
lâmpada ou a temperatura de um forno de indução.
O circuito tem a função de controlar a tensão elétrica na carga através do disparo do Triac,
e consequentemente a potência na carga. Muito utilizado no controle de luminosidade. Este
circuito tem a função de disparar o tiristor em ângulos maiores do que 90º com a adição do
capacitor.
O capacitor C1 atrasa a tensao aplicada sobre o DIAC. Então, é comum dizer que se trata
de disparo por rede defasadora. Portanto, torna-se possível disparar o TRIAC com ângulos
maiores que 90° e 270°, pois a tensao sobre o capacitor, atrasada em relação a tensao da
rede, e quem vai disparar o DIAC e, consequentemente, o TRIAC.
CIRCUITOS OPTOACOPLADORES
Eles são construídos com um LED infravermelho e um fotodetector, que pode ser um
transistor, um SCR ou um TRIAC (sensíveis a luz), de acordo com a Figura 85.
A luz emitida pelo LED D2 ira acionar o fototriac Q2. Estes elementos estão encapsulados
em um único circuito integrado. Assim, polarizando diretamente o LED D2, por meio da
tensao de controle (Vcontrole), o fototriac Q2 ira conduzir, disparando o TRIAC principal Q1,
ligando a carga.
Verificação se o MOC está sendo usado dentro de seus parâmetros mínimos e máximos.
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2. Dissipadores de Calor
Se bem que os dissipadores não sejam componentes, no sentido de que operem com uma
fonte de alimentação, o fato de estarem em contato com os componentes que geram calor
os torna de extrema importância.
Quando uma corrente elétrica deve vencer uma resistência para sua circulação, ou seja,
encontra uma oposição, o resultado do "esforço" de sua passagem é a produção de calor.
Energia elétrica se converte em calor e isso é valido para a maioria dos componentes
eletrônicos comuns. O calor liberado neste processo tende a aquecer o componente e em
consequência da diferença de temperatura que se estabelece entre ele e o meio ambiente,
tem início a uma transferência de calor para esse meio ambiente.
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A maioria dos componentes e dotada de recursos que facilitam a condução do calor gerado
para sua superfície e daí para o meio ambiente. No entanto, muitos componentes tem
dimensões insuficientes para fazer isso sozinho, ou seja, possuem uma superfície de
contato insuficiente para que o calor gerado possa ser transferido com facilidade.
Isso ocorre porque um dos fatores que influi na transferência do calor de um meio para
outro e a superfície de contato entre esses dois meios. Transistores e circuitos integrados
de potência consistem em exemplos disso.
Suas pequenas dimensões impedem que mais do que algumas centenas de miliwatts e
eventualmente alguns watts de energia seja convertida em calor e transferida (dissipada)
para o meio ambiente de modo eficiente.
Levando em conta que o calor gerado pode ser transferido para o meio ambiente de três
maneiras, irradiação, contato e convecção temos as seguintes possibilidades:
CONTATO
Na figura 88 temos uma solução dotada para o caso de transistores de média potência
como os BD135 e TIP31 quando eles não operam com sua potência máxima.
Figura 88 – Usando área cobreada de uma placa como dissipador de calor – Braga 2014
Neste caso, montamos o transistor em contato com uma área cobreada maior da placa de
circuito impresso, a qual ajuda absorver o calor gerado, e como tem uma superfície maior
de contato com o ar ela transfere esse calor para o meio ambiente.
Podemos dizer que a própria placa de circuito impresso pode ser usada como radiador de
calor neste caso.
CONVECÇÃO
Nos aparelhos de alta potência e importante deixar orifícios de ventilação para que esse ar
quente seja expelido.
Temos então furos por baixo por onde entra o ar frio e furos por cima por onde sai o ar
quente.
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Existem até "micro ventiladores" que podem ser encaixados sobre circuitos integrados e
componentes especiais para ajudar a dissipar o calor que ele gera.
IRRADIAÇÃO
Parte do calor gerado por qualquer corpo e irradiada na forma de ondas eletromagnéticas.
Uma boa parte desta radiação está na faixa dos infravermelhos e para sua propagação não
se necessita de um meio material.
Verifica-se que os corpos negros irradiam muito melhor o calor do que os corpos de outras
cores. Por este motivo, os componentes pintados de preto possuem uma capacidade maior
de irradiação de calor do que os equivalentes que tenham invólucros de cores mais claras,
conforme sugere a figura 90 abaixo:
Figura 90 – Corpos negros têm maior poder de emissão de calor – Braga 2014
Lei de Joule
Todo dispositivo eletrônico, que não apresente uma resistência nula, gera certa quantidade
de calor ao ser percorrido por uma corrente elétrica.
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Como essa resistência causa uma queda de tensao no dispositivo, podemos dizer que a
potência gerada e dada pelo produto dessa queda de tensao pela intensidade da corrente
conduzida. O calor gerado pelos dispositivos precisa ser dissipada para que não causem
elevações de temperatura capazes de danificá-los.
Nesses casos, o dispositivo deve contar com recursos adicionais para dissipar o calor
gerado, ou seja, com dissipadores de calor.
Assim, além de recursos que permitem espalhar o calor pela própria placa de circuito
impresso, através dos materiais, a ventilação forcada, o principal meio, sem dúvida e o que
faz uso dos radiadores ou dissipadores de calor.
Estes elementos aproveitam todos os três modos de transferência de calor para o meio
ambiente. Assim, a quantidade de calor que um radiador de calor pode transferir para o
meio ambiente depende basicamente dos seguintes fatores:
TAMANHO
Na realidade, o que deve ser levado em conta é a superfície do radiador de calor que tem
contato com o meio ambiente. Para aumentar esta superfície, os radiadores são
construídos com muitas dobras ou aletas, conforme mostra a figura 91.
Para os casos em que a potência que se deseja dissipar não seja tão grande, uma simples
chapinha fixada no componente, ou ainda dobrada na forma de "U" ou "L" já pode
dar resultados satisfatórios.
IDEIAS CHAVES
Velocidade de comutação, proteção, resposta de disparo, tolerância componentes, ângulo
de disparo, radiação térmica, dissipadores de calor.
RECAPITULANDO...
• Os optoacopladores ou acopladores óticos possuem a função de proporcionar
isolamento elétrico entre o circuito de disparo e o circuito de potência, já que o
contato passa a ser realizado por luz.
• Uma boa parte dos dispositivos que estudamos gera bastante calor ao funcionar e
esse calor precisa ser dissipado através de meios apropriados.
• A maioria dos componentes eletrônicos converte energia elétrica em calor, em maior
ou menor quantidade, dependendo de suas características ou regime de operação.
• Os radiadores ou dissipadores de calor são os elementos que ajudam a fazer esta
transferência, sendo por isso, de enorme importância nas montagens eletrônicas.
Vamos analisar sua função.
• Quando uma corrente elétrica deve vencer uma resistência para sua circulação, ou
seja, encontra uma oposição, o resultado do "esforço" de sua passagem é a
produção de calor.
• A diferença de temperatura entre o componente e o meio ambiente determina a
velocidade com que o calor gerado é transferido. Assim, chega o instante em que o
calor gerado e o transferido se igualam quando então a temperatura do corpo que o
gera se estabiliza.
• Os metais são bons condutores de calor. Assim, a montagem de componentes
eletrônicos em contato com superfícies maiores de metal, desde que não haja
contato elétrico, mas somente térmico, ajuda na transferência do calor.
• O componente aquecido transfere o calor para o ar ambiente que então se aquece.
O ar aquecido é mais leve que o ar frio a sua volta e por isso tende a subir. Forma-
se então uma corrente de ar quente ascendente sobre o componente que "leva o
calor" para cima.
• Parte do calor gerado por qualquer corpo e irradiada na forma de ondas
eletromagnéticas. Uma boa parte desta radiação está na faixa dos infravermelhos e
para sua propagação não se necessita de um meio material.
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Esses componentes, entretanto, não operam sozinhos. Além dos próprios circuitos de
controle, existem elementos que fazem o seu disparo, o que é fundamental para o
interfaceamento entre eles.
1. Circuitos de Disparo
O meio mais comum para levar um SCR à condução é a aplicação de uma corrente entre
os terminais gate e catodo. O fabricante do componente estabelece uma série de
especificações de disparo, entre elas: corrente de gatilho, tensão de gatilho e tempo de
disparo. Assim, o circuito de disparo deve:
• Considerar as variações das características do componente dentro dos limites
• estabelecidos pelo fabricante;
• Não exceder as especificações de tensão, corrente e potência de gatilho;
• Assegurar que o disparo não ocorra quando não desejado, através de sinais
ruidosos.
• Assegurar que o disparo ocorrerá quando desejado.
• Permitir variação do ângulo de disparo.
O disparo pode ser feito com a aplicação de corrente contínua entre gate e catodo,
entretanto esta alternativa provoca um aquecimento do componente devido à potência
dissipada na junção gate catodo.
Uma maneira de resolver este problema é mostrada na figura 92b. A ideia é atrasar a tensão
que irá comandar o disparo do tiristor. Desta forma, a tensão de disparo irá ocorrer mais
tarde no semiciclo positivo.
O TRIAC também pode ser utilizado para variação de potência na carga. A única diferença
é que neste caso, a condução de corrente ocorre em ambos sentidos, ou seja, o controle
de fase pode ser feito nos semiciclos positivo e negativo.
Como já foi dito, o disparo por pulsos evita o aquecimento do componente provocado por
disparo com sinais CC, e possibilita a isolação elétrica entre o circuito de disparo e o circuito
de potência por meio de transformadores de pulso.
A tecnologia mais comum usada no disparo de tiristores é a que faz uso de osciladores de
relaxação.
Na prática, utiliza-se R2 << RB2, fazendo com que a queda de tensão em R2 seja
desprezível. O mesmo ocorre com R1 e RB1.
Considerando o capacitor inicialmente descarregado, este impõe Ve menor que hVbb. Com
o passar do tempo, o capacitor vai se carregando através de RT, elevando o potencial Ve
até atingir Vbb. Isso provoca o início da condução do emissor, consequentemente
diminuindo o valor de R1, descarregando rapidamente o capacitor CT, fornecendo um pulso
de tensão no ponto Vb1.
O resistor R1 é o responsável pela coleta do pulso dado pela descarga do capacitor CT,
assumindo um valor na ordem de dezenas ou centenas de ohm.
Apesar de sua semelhança física com o SCR, o PUT é denominado transistor de Unijunção
por ser utilizado em circuitos, nos quais poderiam ser utilizados UJTs convencionais.
Quando se analisam o circuito equivalente da Figura 97(b) e o circuito análogo do PUT com
dois transistores da Figura 96(c), conclui-se que, se VA < VG, o PUT estará cortado. A razão
é que o transistor T1 da analogia estará cortado.
Com T1 cortado, IG ≅ 0 e VG = VS. Como o transistor T2 estará sem corrente de base, ele
também estará cortado. Para que o PUT dispare (VA = VP), é necessário elevar a tensão
da fonte de alimentação V até atingir VS mais a queda de tensão no diodo base-emissor de
T1, ou seja:
Por essa expressão fica claro por que o PUT é chamado de programável. Enquanto, no
UJT, o parâmetro η é uma característica construtiva, no PUT ele é fixado por resistores
externos.
Quando T1 entra em condução, sua corrente de coletor alimenta a base de T2, que entra
em condução. Com T2 em condução, aumenta a corrente de base de T1, aumentando a
corrente de coletor de T1 e, novamente, a corrente de base de T2.
A semelhança entre as características do PUT e UJT mostra por que o PUT é considerado
um UJT programável. Em um PUT, IP, IV, VP e η são definidos pela escolha de
componentes externos.
O funcionamento desse circuito é análogo ao do oscilador com UJT. Quando se liga a fonte
VBB, estando o capacitor inicialmente descarregado, é aplicada ao gatilho a tensão
equivalente VS. Como a tensão de anodo é nula (VCT = 0), o PUT fica bloqueado.
O capacitor inicia sua carga, tendendo a atingir VBB. Antes, porém, a tensão no capacitor
atinge o valor VP de disparo do PUT (VCT = VA = VP). Ele dispara, tornando-se um caminho
de baixa impedância para a descarga de CT sobre RS.
Durante a descarga do capacitor, haverá um ponto em que a corrente pelo PUT cairá abaixo
de IV, bloqueando-o. Com isso, o capacitor volta a carregar-se, atingindo novamente VP,
repetindo o ciclo. A frequência de oscilação será:
Figura 100 – Disparo do SCR por um oscilador de relaxação com PUT– Almeida 2014
Os SCRs e TRIACs são dispositivos para controle de potência, que operam com tensões e
correntes elevadas, quando comparadas com os circuitos de sinal (circuitos analógicos e
digitais).
Para que os circuitos de sinal, utilizados em circuitos de disparo, não sejam afetadas pelas
tensões e correntes dos circuitos de potência, é necessário isolá-los galvanicamente.
Transformadores de Pulso
Outra maneira de isolar pulsos de disparo é por meio de acopladores ópticos. Basicamente,
um acoplador óptico é constituído de um diodo emissor de luz (light emitter diode - LED)
infravermelho e um fotodetector. O fotodetector pode ser um transistor ou até um SCR ou
TRIAC, arranjados num mesmo invólucro. A Figura 102 ilustra duas possibilidades.
Com o MOC3011, é possível acionar outro TRIAC diretamente a partir de um sistema digital,
como se vê na Figura 104.
Quando se deseja acionar o TRIAC Q1, o sistema digital deve fornecer nível lógico “1” à
entrada de controle da porta NAND. Assim, o pino 2 do MOC3011 vai para nível lógico “0”,
e o LED D2 fica polarizado diretamente, disparando o fotodetector Q2 e,
consequentemente, o TRIAC Q1.
2. TCA 785
O circuito interno será explicado apenas para que você possa fixar o conceito do disparo
por pulsos. Além disso, o conhecimento de como o TCA 785 funciona ajuda a entender os
circuitos de disparo e o modo de projetá-los.
IDEIAS CHAVES
Circuitos de Disparo, Regularidade de disparo, Transistor Programável de Unijunção,
Oscilador de Relaxação, Circuito integrado TCA-785
RECAPITULANDO...
• Os componentes tiristores não operam sozinhos. Além dos próprios circuitos de
controle, existem elementos que fazem o seu disparo, o que é fundamental para o
interfaceamento entre eles.
• O fabricante do componente estabelece uma série de especificações de disparo,
entre elas: corrente de gatilho, tensão de gatilho e tempo de disparo.
• Assim, maiores cuidados devem ser tomados no projeto considerando a
especificação da máxima potência de gatilho.
• A tecnologia mais comum usada no disparo de tiristores é a que faz uso de
osciladores de relaxação.
• As características elétricas do PUT e UJT são semelhantes, mas a tensão de disparo
do PUT é programável. Além disso, o PUT é mais rápido e mais sensível do que o
UJT.
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BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, José Luiz Antunes. Eletrônica industrial: conceitos e aplicações com SCR´s e
Triacs. 1. ed. Érica, São Paulo, 2014
BRAGA, Newton. Curso de potência: semicondutores de potência. V.7 São Paulo, 2014
MALVINO, Albert; BATES, David j. Eletrônica. 8. ed. Mc Grow Hill, Porto Alegre, 2016