Apostila Fundamentos Básicos de Eletricidade

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FORMAÇÃO DE ELETRICISTAS DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO

MÓDULO

FUNDAMENTOS BÁSICOS DA
ELETRICIDADE
Módulo – FUNDAMENTOS BÁSICOS DA ELETRICIDADE

2024
ÍNDICE

1. FUNDAMENTOS BÁSICOS DA ELETRICIDADE ........................................................................... 3

1.1. HISTÓRICO DA ELETRICIDADE ................................................................................................3

1.2. DETALHAMENTO DAS ETAPAS DO SISTEMA ELÉTRICO ......................................................... 3

1.3. GERAÇÃO, TRANSMISSÃO, DISTRIBUIÇÃO E CONSUMO ..................................................... 3

1.4. UTILIZAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA ...................................................................................... 5

1.5. ESTRUTURA ATÔMICA .......................................................................................................... 5

1.6. EFEITO LUMINOSO, TÉRMICO E MAGNÉTICO ........................................................................9

1.7. TEORIA E PRÁTICA DA MEDIÇÃO DA CORRENTE E TENSÃO ................................................. 11

1.8. MEDIÇÃO DIRETA E INDIRETA ............................................................................................... 12

1.9. MEDIÇÃO ATRAVÉS DOS DADOS DE PLACA

......................................................................... 13

1.10. CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA ...............................................................................................14

1.11. DIFERENÇA DE POTENCIAL OU TENSÃO ..............................................................................15

1.12. RESISTÊNCIA ELÉTRICA .......................................................................................................18

1.13. LEI DE OHM .......................................................................................................................19

1.14. POTÊNCIA ELÉTRICA ............................................................................................................ 22

1.15. INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO DA POTÊNCIA ELÉTRICA ............................................... 22

1.16. CIRCUITOS COM VÁRIAS CARGAS ................................................................................... 23

1.17. GERAÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA .................................................................................28

1.18. TRANSFORMADOR BÁSICO ................................................................................................. 29

1.19. CIRCUITOS TRIFÁSICOS ........................................................................................................ 30

1.20. ENERGIAS RENOVÁVEIS E INTERLIGAÇÃO AO SEP .............................................................. 34

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... XX

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Módulo – FUNDAMENTOS BÁSICOS DA ELETRICIDADE

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Módulo – FUNDAMENTOS BÁSICOS DA ELETRICIDADE

FUNDAMENTOS BÁSICOS
DA ELETRICIDADE

1. FUNDAMENTOS BÁSICOS DA ELETRICIDADE

1.1. HISTÓRICO DA ELETRICIDADE

A descoberta da eletricidade ocorreu a cerca de 2000 anos. Na época, fora


observado que o "Âmbar", chamado pelos Gregos de "Elektron", atraía folhas e
serragem seca. Entretanto, no ano de 1600, Wilian Gilbert, classificou os
materiais que tinham o mesmo comportamento do "Âmbar", de materiais elétricos
ou não elétricos. Em 1633, o Francês Charles Du Fay, verificou a existência de
dois tipos de eletricidade, pois observou que um pedaço de vidro atraía alguns
objetos e repelia outros, sendo assim, no ano de 1700, o americano Benjamin
Franklin, denominou a estes dois tipos de eletricidade de Positiva ( + ) e
Negativa ( – ).
George Simon Ohm, em 1827, demonstrou que um condutor submetido a
uma certa diferença de potencial e por onde circula uma corrente, se variarmos
essa d.d.p, a corrente também variará, de maneira que o quociente entre a d.d.p
e a intensidade de corrente se manterá constante. Essa constante foi dado o
nome de resistência elétrica. Esta demonstração de George Simon Ohm é
conhecida com a "Lei de OHM".

1.2. DETALHAMENTO DAS ETAPAS DO SISTEMA ELÉTRICO

Um sistema elétrico, na sua concepção geral, é constituído pelos


equipamentos e materiais necessários para transportar a energia elétrica desde a
“geração” até os pontos onde ela é utilizada.

1.3. GERAÇÃO, TRANSMISSÃO, DISTRIBUIÇÃO E CONSUMO

O sistema elétrico é dividido em quatro segmentos distintos, Geração,


Transmissão, Distribuição e Consumo, conforme detalharemos a seguir:

1. Geração
É a etapa desenvolvida nas usinas geradoras que produzem energia
elétrica portransformação, a partir de fontes primárias conforme apresentado a
seguir:

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 Hidroelétricas: São aquelas que utilizam a energia mecânica das


quedas d’água para acionar aunidade geradora.
 Termoelétricas: São àquelas que utilizam uma caldeira para a
vaporização da a água que irá acionaro gerador, por meio queima de
combustíveis, geralmente combustíveis fósseis, como: carvão, óleo
diesel, gasolina e outros.
 Nucleares: São semelhantes as usinas termoelétricas, com a diferença
que se utilizam para o aquecimento e a vaporização da água, que vai
mover a turbina, ao invés de uma caldeira, um reator nuclear que se
utiliza da fissão nuclear do urânio enriquecido.
 Eólicas: São àquelas que se utilizam à energia dos ventos para
acionar a sua unidadegeradora.

2. Transmissão
Consiste no transporte de grandes quantidades de energia elétrica,
transportada em tensões elevadas 750/500/230kV, em corrente alternada (C.A),
ou 600 kV em corrente contínua (C.C). Este transporte é feito através de linhas de
transmissão, sustentadas pelas torres de alta tensão, desde as usinas até as
subestações que estão estrategicamente situadas próximas aos grandes centros
consumidores.
Existem situações onde podemos encontrar níveis de tensão que, embora
elevados, não são atualmente considerados como níveis de tensão de
transmissão, tais como 138/69/34,5/13,8kV.
Nas linhas de transmissão aéreas são usados cabos nus de alumínio com
alma de aço, que ficam suspensos em torres metálicas sustentados pelos
isoladores.
Os grandes consumidores de energia, àqueles denominados de eletro-
intensivos, possuem subestações próprias e são alimentados pelas
concessionárias de energia elétrica a partir das linhas de transmissão, sendo que
a distribuição subsequente em outras tensões, dentro das instalações, é de
responsabilidade do próprio consumidor.

3. Distribuição
Etapa desenvolvida, nos vários centros consumidores. As linhas de
transmissão alimentam as subestações abaixadoras, geralmente situadas nos
centros urbanos; delas partem os alimentadores que constituem as redes em
tensão primária de distribuição (34,5 ou 13,8 kV), visando alimentar os
consumidores urbanos erurais.
As redes de distribuição podem ser concebidas na modalidade de
instalação aérea com cabos nus de alumínio ou de cobre, ou com cabos cobertos,
denominadas protegidas ou ainda subterrâneas. A escolha depende de variáveis
econômicas ou circunstanciais, por exemplo, o nível de arborização, caráter

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estético do perímetro urbano (eliminação acentuada de postes), suscetibilidade ao


vandalismo, ou para aumentar a confiabilidade que o sistema de distribuição em
tensão primária.
As redes de distribuição primárias alimentam diretamente as indústrias e os
edifícios de grande porte (comerciais, público e residenciais), ou seja àqueles
consumidores que possuem subestação ou cabinas de transformação próprias
(posto de transformação) , onde estão instalados seus transformadores, e os
circuitos de distribuição secundária respectivamente, com tensões reduzidas
(220/127 ou 254/127 Volts),
Os pequenos consumidores residenciais, tais como pequenos edifícios,
oficinas, pequenas indústrias, alguns hospitais e outros, são servidos em baixa
tensão pela Copel, através de sua rede de baixa tensão. As redes de Baixa tensão
podem ser concebidas nas modalidades de aérea com cabos nus de alumínio
ou cobre, ou ainda com cabos cobertos multiplexados auto sustentados, ou
mesmo através da a configuração subterrânea.

4. Consumo
Esta é a última etapa de um sistema elétrico. Ela ocorre, nas instalações
elétricas, onde a energia elétrica gerada nas usinas e, transportada pelas linhas
de transmissão e redes de distribuição, é transformada, pelos equipamentos
receptores em outras formas de energia, tais como: mecânica, térmica, luminosa
etc. para os fins a que se destinam.

1.4. UTILIZAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA

A eletricidade é uma forma essencial de energia que desempenha um papel


crucial em nossa vida cotidiana. Compreender os fundamentos da eletricidade é
fundamental para utilizar eficientemente essa forma de energia.

1.5. ESTRUTURA ATÔMICA

A estrutura atômica é um conceito fundamental na compreensão dos


fundamentos básicos da eletricidade. Ela descreve a composição dos átomos, que
são as unidades básicas de matéria.
A estrutura atômica consiste em um núcleo central composto por prótons,
que têm carga elétrica positiva, e nêutrons, que não possuem carga elétrica (são
neutros). Ao redor do núcleo, há uma região chamada de eletrosfera, onde os
elétrons orbitam em diferentes níveis de energia.
Na eletricidade, os elétrons são particularmente importantes, pois eles
carregam carga elétrica negativa e são responsáveis pelas interações elétricas
entre os átomos. Quando os elétrons se movem de um átomo para outro, cria-se

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corrente elétrica, que é a base para muitos fenômenos elétricos que


experimentamos no dia a dia.
Além disso, a estrutura atômica determina as propriedades dos materiais
em relação à condução de eletricidade. Materiais diferentes têm diferentes
estruturas atômicas, o que influencia sua capacidade de conduzir eletricidade. Por
exemplo, metais geralmente têm elétrons livres que podem se mover facilmente,
tornando-os bons condutores de eletricidade, enquanto isolantes têm elétrons
fortemente ligados aos átomos e, portanto, não conduzem eletricidade tão
facilmente.

1. Corrente Elétrica
Originariamente os elétrons livres de um condutor metálico, como por
exemplo um pedaço de fio de cobre, estão num estado de movimento
desordenado, ou seja, movimentam-se em todas as direções. O movimento dos
elétrons livres, ou seja, àqueles situados na última camada do átomo, deslocam-
se de átomo para átomo de maneira tal que, nenhuma região do condutor ganhará
ou perderá elétrons. Quando o movimento de elétrons for mais intenso em uma
determinada direção, isto é, quando este movimento for ordenado, é fácil de
concluir que teremos um fluxo de elétrons direcionado.
Para esta condição de mobilidade ordenada de elétrons denominamos
Corrente Elétrica.

Quando começa circular uma corrente elétrica em um condutor, os elétrons


iniciam seu movimento de maneira análoga ao que ocorre com o conjunto de
vagões de um trem, pois estes iniciam e param os seus movimentos
simultaneamente.
Se um dos vagões do trem se movimenta, ele obrigará todos os outros a

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semoverem com igual velocidade, o mesmo principio ocorre com os elétrons


livresno condutor.
A propagação da energia elétrica é sempre a mesma, 300.000 km/seg.
(igual a velocidade da luz).
Os elétrons livres estarão sempre presentes ao longo do condutor e, assim
que um elétron se deslocar um pouco, ele exercerá uma força sobre o elétron
vizinho, que por sua vez também se deslocará, exercendo uma força sobre um
outro elétron e assim construtivamente. Este “efeito em cascata” que se
estabelece ao longo do condutor determina a corrente elétrica.
A velocidade do Elétron, é relativamente pequena e varia conforme o
material condutor e o número de cargas elétricas envolvidas.

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2. Movimento de Elétrons em um fio condutor de energia elétrica.

Cada ELÉTRON obriga o seguinte a se movimentar um pouquinho.


Como os vagões, todos partem ao mesmo tempo!

Quando um vagão se move, todos se movem simultaneamente

O efeito constatado no trem, pode ser também observado, por exemplo,


nos diversos pontos de uma esteira (correia). Observe que todos os pontos da
correia se movimentam simultaneamente para levar a energia mecânica do motor
até outro ponto.

Lembrando que:
 Cargas elétricas de nomes diferentes se atraem.
 Cargas elétricas de nomes iguais se repelem.

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Partindo deste princípio podemos afirmar que: Os elétrons do pólo


negativo da bateria (fonte) abaixo, repelem os elétrons docondutor ao mesmo
tempo em que são atraídos pelo pólo positivo da bateria.

A corrente elétrica é representada por I ou i e a sua unidade de medida é o


Ampére, que se abrevia sempre por A.
A definição matemática da intensidade de corrente elétrica é dada por:
Onde:
I = Corrente elétrica em Ampére.
Q = Carga elétrica em Coulomb.
T = Tempo em segundos.

2. Efeitos da Corrente Elétrica


Quando a corrente elétrica percorre um condutor, ocorrem certos
fenômenos (efeitos) que são utilizados para caracterizá-la.

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 Efeito Piezelétrico: Existe um método de conversão direta de energia


mecânica em energia elétrica. Certos cristais, como o sal de Rochelle, quartzo, e
outros, têm a propriedade de gerar uma tensão elétrica, quando comprimidos. O
nível da tensão gerada será proporcional a compressão a qual chamamos de
efeito de piezeletricidade.

 Efeito Joule (calor): O efeito térmico da corrente elétrica pode ser


utilizado como um benefício para o consumidor ou como agente de degradação e
promoção de acidentes nas instalações (sobrecargas e curtos-circuitos)
Na situação indesejável, a corrente elétrica, ao circular por um condutor,
produz aquecimento tendo em vista a resistência ôhmica do fio condutor,
dependendo do valor da intensidade da corrente elétrica a temperatura pode
atingir valores tão elevados que poderão danificar a sua isolação, e em
conseqüência provocar curtos- circuitos.

3. Equipamentos que utilizam o Efeito Térmico da corrente elétrica:


Aquecedores, chuveiros, torradeira, torneira elétrica, ferro de passar, forno
elétrico,estufas e outros.

1.6. EFEITO LUMINOSO, TÉRMICO E MAGNÉTICO

1. Energia Luminosa: A energia luminosa é a energia transportada pela


luz visível.

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Efeitos:
a) Fotossíntese: As plantas convertem energia luminosa em energia
química através da fotossíntese, produzindo alimento e liberando
oxigênio.
b) Visão: A luz permite a visão e é fundamental para o funcionamento dos
olhos em seres humanos e em outros animais.
c) Aquecimento: A luz solar pode aquecer superfícies, contribuindo para o
clima e o aquecimento global.

2. Energia Térmica: A energia térmica é a energia associada à temperatura


de um objeto.
Efeitos:
a) Transferência de Calor: A energia térmica está envolvida em processos
de transferência de calor, como condução, convecção e radiação
térmica.
b) Mudanças de Estado: A energia térmica é responsável por mudanças de
estado da matéria, como a fusão e a vaporização.
c) Conforto Térmico: A regulação da temperatura é essencial para o
conforto humano e para o funcionamento de muitos sistemas industriais.

3. Energia Magnética: A energia magnética está associada aos campos


magnéticos e ao movimento de partículas carregadas.
Efeitos:
a) Magnetismo: A energia magnética é responsável pelos fenômenos
magnéticos, como a atração e a repulsão entre ímãs e a magnetização
de materiais ferromagnéticos.
b) Geração de Eletricidade: A energia magnética é usada em geradores e
motores elétricos, onde a interação entre campos magnéticos e
correntes elétricas produz energia elétrica e movimento mecânico.
c) Navegação: A bússola é um exemplo de aplicação prática da energia
magnética, sendo usada para determinar direções geográficas.
Esses são apenas alguns dos efeitos mais comuns associados à energia
luminosa, térmica e magnética, que desempenham papéis fundamentais em
muitos aspectos da vida e da ciência moderna.

O instrumento usado para medir corrente elétrica é o AMPERÍMETRO.

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Em eletricidade existem dois tipos de corrente que se distinguem pela forma


como os elétrons se deslocam no interior dos condutores. A corrente contínua e a
corrente alternada. Vejamos em linhas gerais quais as diferenças entre as duas:

Corrente Contínua é aquela em que os Elétrons se deslocam sempre


no mesmo Sentido.

Corrente Alternada é aquela em que os Elétrons periodicamente


invertem o seu deslocamento e em cada instante tem um valor diferente.

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1.7. TEORIA E PRÁTICA DA MEDIÇÃO DA CORRENTE E TENSÃO


Teoria:
Corrente Elétrica: A corrente elétrica é o fluxo de cargas elétricas através
de um condutor, e, é medida em ampères (A) e representa a taxa de fluxo de carga
elétrica.
Tensão Elétrica: A tensão elétrica é a diferença de potencial entre dois
pontos em um circuito, e, é medida em volts (V) e representa a quantidade de
energia por unidade de carga disponível para mover as cargas elétricas.

Prática:
Medição da Corrente: A corrente elétrica pode ser medida utilizando um
amperímetro.
Para medir a corrente, o amperímetro é conectado em série com o circuito,
o que significa que a corrente flui através do instrumento de medição.
O amperímetro possui uma resistência interna muito baixa para minimizar
qualquer queda de tensão no instrumento.
Medição da Tensão: A tensão elétrica pode ser medida utilizando um
voltímetro.
Para medir a tensão, o voltímetro é conectado em paralelo com o
componente ou ponto do circuito onde se deseja medir a tensão.
O voltímetro tem uma resistência interna muito alta para que minimize a
corrente que flui através dele e não perturbe o circuito.
Técnicas de Medição: Ao medir corrente, é crucial garantir que o
amperímetro esteja corretamente conectado em série com o circuito para evitar
danos ao instrumento ou ao circuito.
Ao medir tensão, é importante selecionar a faixa apropriada no voltímetro
para evitar danos ao instrumento de medição.

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Sempre que possível, é recomendado desligar a energia antes de fazer


conexões ou medições em um circuito elétrico para evitar choques elétricos ou
danos aos instrumentos de medição.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:
1. Calibração: Os instrumentos de medição devem ser calibrados
regularmente para garantir sua precisão.
2. Segurança: Ao lidar com eletricidade, é essencial seguir as práticas de
segurança adequadas para evitar choques elétricos ou danos aos equipamentos.
3. Interpretação dos Resultados: É importante interpretar corretamente
os resultados das medições, especialmente em circuitos complexos, para
diagnosticar problemas e garantir o funcionamento adequado do sistema elétrico.

1.8. MEDIÇÃO DIRETA E INDIRETA

1. Medição Direta:
Na medição direta, os instrumentos de medição são conectados
diretamente ao circuito ou dispositivo elétrico que se deseja medir. Isso significa
que a grandeza elétrica é medida diretamente, sem a necessidade de cálculos ou
inferências adicionais. Por exemplo, se você quiser medir a corrente em um
circuito, você conectaria um amperímetro em série com o circuito para medir a
corrente diretamente. Da mesma forma, um voltímetro pode ser conectado em
paralelo para medir a tensão diretamente. A medição direta é geralmente mais
precisa e confiável, pois elimina erros de cálculo e considerações adicionais.

2. Medição Indireta:

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Na medição indireta, a grandeza elétrica desejada é determinada através


de cálculos ou análises baseadas em outras grandezas medidas diretamente. Por
exemplo, a potência em um circuito pode ser calculada multiplicando-se a corrente
pela tensão. Em muitos casos, a medição indireta é necessária quando não é
prático ou seguro medir a grandeza diretamente. Além disso, em circuitos mais
complexos, pode ser mais conveniente medir algumas grandezas diretamente e
calcular outras com base nessas medidas.
Em resumo, a medição direta é preferível sempre que possível, pois oferece
maior precisão e confiabilidade. No entanto, em certas situações, a medição
indireta é necessária devido a limitações práticas ou de segurança. Em ambos os
casos, entender os princípios por trás das medições elétricas é fundamental para
garantir resultados precisos e confiáveis.

1.9. MEDIÇÃO ATRAVÉS DOS DADOS DE PLACA

Utilização dos Dados de Placa


Através dos dados de placa do Equipamento, podemos calcular
analiticamente as grandezas elétrica necessárias para a instalação dos
equipamentos, visando definir a compatibilidade do equipamento com a
disponibilidade das instalações em termos de proteção e solicitação de corrente.
 Dimensionamento e Seleção de Equipamentos: Os dados de placa
são essenciais para selecionar o equipamento adequado para uma
determinada aplicação, garantindo compatibilidade com as condições de
operação e requisitos do sistema elétrico.
 Manutenção e Operação: Os dados de placa também são úteis para
operar e manter os equipamentos dentro de suas especificações de
design, ajudando a evitar sobrecargas, falhas e danos.
 Diagnóstico de Problemas: Ao comparar as leituras reais com os
valores nominais fornecidos na placa, os técnicos podem diagnosticar
problemas de desempenho, identificar falhas e realizar ajustes
necessários.
1.10. CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA

1. Matéria
É tudo àquilo que ocupa lugar no espaço, sendo constituída de moléculas
e átomos,estudemos isso mais a fundo..

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2. Substâncias
No estado em que são encontrados na natureza, os materiais não
apresentampropriedades claramente definidas. A água do mar, por exemplo, é
uma mistura: pode conter quantidades variáveis de cloreto de sódio e de outros
sais, além de vários tipos de materiais orgânicos. Desde a Antigüidade o homem
vem aperfeiçoando as técnicas para reconhecer e separar os diferentes tipos de
matérias presentes em uma mistura. Cada tipo de matéria é uma substância, e
cada substância apresenta um conjunto bem definido de propriedades. As
substâncias podem ser classificadas em dois grandes campos: inorgânicas e
orgânicas.

3. Substâncias Simples e Compostas


Todas as substâncias que são formadas por átomos de um único elemento
são consideradas substâncias simples. Essa categoria inclui desde materiais
conhecidos por gases, como o nitrogênio, até metais, como o ouro, cobre,
alumínio, quando juntamos mais de um tipo de átomo para formar um composto,
denominamos este composto de matéria composta, por exemplo a água (H2O)

4. Subdivisão da Matéria:

Água Molécula d’água Átomo

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5. O que é uma molécula?


É a menor partícula de uma substância corpo que conserva todas as
propriedadesda matéria. As moléculas são formadas pela ligação entre átomos.
Exemplo:
Molécula de água (H2O)
Ao dividir-se uma gota de água até obter-se uma molécula de água,
observa-se que a mesma é constituída de um átomo de oxigênio e de dois átomos
de hidrogênio (H2O)

6. Estrutura atômica.
Primeiramente devemos dividir os átomos em duas regiões distintas. Uma
região onde residem os elétrons, partícula atômica que por convenção possuem
carga negativa, denominada de eletrosfera e, outra região onde residem os
prótons, partícula atômica que por convenção possuem carga positiva,
denominada núcleo.

7. Do que é constituído um átomo?


No começo da física, realmente pensou-se que o átomo fosse indivisível,
mas a física moderna mostrou-nos que o átomo é divisível e que é formado por
partículas. Estas partículas são denominadas de “elétrons”, “prótons” e “nêutrons”.

Elétrons: São partículas negativas, que giram em órbitas ao redor do


núcleo do átomo numa região do átomo denominada de eletrosfera.

Prótons: São partículas positivas, localizadas no núcleo do átomo.

Os condutores de eletricidade, por serem matéria, também podem ser


divididos emmoléculas e, se tivéssemos condições de visualizá-las poderíamos
observar os seus átomos.

1.11. DIFERENÇA DE POTENCIAL OU TENSÃO

Para que a corrente elétrica circule em um condutor é necessário que


tenhamosuma força ou pressão para fazer com que os elétrons se movimentem.

Em eletricidade, essa força ou pressão é conhecida como diferença


depotencial (ddp.) ou tensão elétrica que é medida em Volt (V).

Podemos fazer uma analogia com uma caixa d’água para entendermos
melhor oque é ddp.

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A diferença de altura da coluna liquida entre os vasos provoca pressão na


água efaz com que ela circule pelo cano S.
Num circuito elétrico a diferença de potencial elétrica (ddp), faz com que
circule corrente elétrica pelo condutor e pela carga.

Se não houver diferença de altura na coluna d’água entre os recipientes A,


B e C (não haverá pressão), portanto, não circulará água entre os vasos.

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Se não houver ddp entre os terminais da carga de um circuito elétrico


nãoocorrerá à circulação de corrente elétrica neste circuito.

Podem existir variações nos níveis de tensão da energia elétrica


distribuída atravésdos transformadores, até os centros consumidores.
A faixa de variação de tensão permitida, para mais ou para menos
da tensãonominal, é definida pela ANNEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

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1.12. RESISTÊNCIA ELÉTRICA

Todos os corpos, quando percorridos por uma corrente elétrica, oferecem


alguma oposição à passagem desta corrente elétrica. Esta oposição é chamada
de Resistência Elétrica.
Sabemos que a corrente elétrica é o movimento ordenado de elétrons livres
no interior do condutor. Os átomos de alguns condutores libertam seus elétrons
externos (elétrons livres situados na última camada do átomo do condutor) com
mais facilidade, enquanto que em outros condutores existe retenção destes
elétrons e como conseqüência a corrente circula com maior dificuldade.

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1. Resistência Elétrica dos Condutores


Chamamos de resistência elétrica a propriedade que possuem os materiais
de se oporem à passagem da corrente elétrica e ao mesmo e como conseqüência
propiciarem transformação da energia elétrica, em energia térmica.
Os elétrons, para percorrerem o condutor, precisam atravessar sua
estrutura atômica. Para isto, entram em colisão com outros elétrons ou com
seus núcleos. Das colisões, devido o intenso movimento vibratório molecular,
resulta o calor, o que explica o fenômeno do aquecimento que acompanha a
passagem da corrente elétrica por um resistor, bem como o aumento da sua
resistência elétrica devido ao já citado movimento vibratório.
Os materiais que oferecem baixa resistência à passagem da corrente
elétrica são denominados bons condutores. A prata, o cobre e o alumínio são
bons condutores, pois estes materiais oferecem baixa resistência a passagem
da correnteelétrica.

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Em geral os elementos que têm três ou menos elétrons na camada de


valência (última camada), são classificados como bons condutores.

Elemento Nº Atômico Elétrons na


Símbolo
Química (Z) Última Camada
Prata Ag 47 1
Cobre Cu 29 1
Ouro Au 79 1
Alumínio Al 13 3
Carbono C 6 4
Hidrogênio H 1 1
Oxigênio O 8 6

Por ordem de resistência, a prata é melhor condutora do que o cobre, no


entanto, é muito mais cara. O alumínio não é um bom condutor como o cobre, mas
é mais barato e mais leve.
A resistência específica ou resistividade depende das propriedades dos
materiais eé dada em /mm2/m conforme tabela abaixo.

2. Medição da Resistência Elétrica.


A unidade da resistência elétrica é o OHM, símbolo .
O Ohmímetro é o instrumento que mede diretamente a resistência
elétrica e, sempre deve ser conectado ao circuito com a fonte totalmente
desligada.

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1.13. LEI DE OHM

Ligando um resistor de valor conhecido a uma fonte de tensão,


observaremos que uma corrente passa pelo resistor. Então, podemos verificar que
a intensidade de corrente assume um determinado valor que é determinado pelo
valor da resistência elétrica do resistor, ou seja, o valor da resistência do resistor
limita o valor da intensidade de corrente em um determinado valor:
A resistência de um circuito é diretamente proporcional a tensão e
inversamente proporcional a intensidade de corrente elétrica, pois sevariarmos a
tensão a corrente varia de forma direta se mantivermos o valorda resistência
constante.

A esta constatação experimental denominamos Lei de Ohm.


Onde:
R = Resistência elétrica dada em ohm.
I = Intensidade de corrente elétrica dada em ampére.
U = Tensão aplicada ao circuito em volt.

1. Observe o circuito e a tabela abaixo:


Podemos concluir que independente do valor da tensão aplicada ao
circuito, aresistência elétrica permanece praticamente inalterada.

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A fim de facilitar a memorização da Lei de Ohm (fórmula), e a determinação


dos valores de tensão de corrente e de resistência elétrica, através de cálculos,
utilizar os triângulos abaixo:

Exemplo 1:
Desejamos calcular o valor da tensão U aplicado a um circuito elétrico.
Tapa-se com o dedo a letra U do triângulo, assim ficarão lado a lado
valores conhecidos, sugerindo-nos o triângulo, que devemos multiplicar
R por I, por exemplo, se I for igual a 25 A e R for igual a 4 ohm teremos:

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Exemplo 2:
Desejamos calcular o valor da resistência elétrica R de um circuito
elétrico, conhecendo-se a sua tensão U = 120V e a sua intensidade de
corrente I = 50 A, tapa-se com o dedo o R do triângulo. Os valores
conhecidos ficarão um em cima e o outro embaixo, então o triângulo
nos sugere que devemos dividir o valor do de cima U pelo de baixo I.

1.14. POTÊNCIA ELÉTRICA

1. Potência Ativa
Símbolo "P": É a potência realmente transformada em trabalho útil, por
exemplo: A potência elétrica consumida por uma resistência para produzir calor e
aquecer um ambiente ou a potência fornecida no eixo de um motor elétrico.

P = U × I × cos θ

2. Potência Reativa
Símbolo "Q": É a potência utilizada normalmente na produção de campo
magnético dos enrolamentos dos motores elétricos, transformadores, ou para
formar o campo elétrico dos capacitores.

Q = U × I × senθ

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3. Potência Aparente.
Símbolo "S": É a potência fornecida pela concessionária de energia,
que se traduz na somavetorial da potência ativa “P” com a potência reativa

S = U×I
“Q”.
Por exemplo:

Quando temos uma carga resistiva pura, não iremos observar o


aparecimento de potência reativa (Q), assim a potência aparente (S) fornecida
será igual a potência ativa (P).
S  P  Q  0(zero)Var

4. Unidade da potência aparente (S) é o Volt-Ampére (VA).


Os transformadores trazem sua potência expressa em kVA e não poderia
ser diferente, pois o fabricante vende um transformador para qualquer
configuração dosistema onde a soma vetorial da potência ativa com a potência
reativa não ultrapasse seus KVA de placa (Ex.: 75kVA).

1.15. INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO DA POTÊNCIA ELÉTRICA

A potência ativa é expressa em watt por meio da equação: P= U x I.


Quando desejamos fazer a medição direta da potência ativa utilizamos
umequipamento denominado wattímetro.

Assim para que um instrumento possa medir a potência de um circuito


elétrico, queconforme a definição consiste no produto da tensão pela intensidade
de corrente, necessitamos construí-lo de tal forma que ele expresse o produto (U
x I) para que isso ocorra, faz-se necessário construí-lo utilizando duas bobinas
internas, sendo uma bobina para a referência de tensão e outra para referencia de
corrente.

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A interação entre os fluxos magnéticos das bobinas de corrente e de


tensão,expressam, no ponteiro do wattímetro, o produto (U x I) ou seja expressam
a potência elétrica do circuito.

Observação:
Note que a bobina de tensão ou de potencial está ligada em
paralelo com a fonte de alimentação da carga e a bobina de
corrente está ligada em série com a carga.

1.16. CIRCUITOS COM VÁRIAS CARGAS


a) Circuito Série: O que determina que um circuito esteja ligado em série
é o fato da corrente elétricaque circula entre as suas cargas possuir um único
caminho para percorrer, ou seja:a corrente elétrica sai da fonte passa por todas
as cargas, retornando à fonte sem desviar-se para outros caminhos.

Observe que a corrente da fonte percorre as duas lâmpadas por um único


caminho, ou seja a mesma corrente que sai da fonte, percorre as duas lâmpadas
e retorna à fonte, assim resistência total do circuito série é igual a soma das
resistências individuais de cada lâmpada.

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Vejamos um pouco mais sobre o circuito série:


A corrente no circuito série deve ser medida inserindo-se um amperímetro
em série. Como existe somente um caminho para a circulação de corrente elétrica,
qualquer parte do circuito pode ser interrompida para inserir o amperímetro. Todos
os amperímetros das figuras abaixo medem o mesmo valor de corrente elétrica,
mostrando que em cada caso a tensão e a resistência total é as mesmas.
A tensão fornecida pela fonte no circuito série se divide pelo número de
resistores de cada carga. Então, a soma das quedas de tensões individuais de
cada carga é igual a tensão da fonte.

Esta relação é muitas vezes lembrada como a Lei de Tensão de Kirchhoff,


a qual estabelece que a soma das quedas de tensões através do circuito série é
igual a tensão aplicada.
A desvantagem consiste no fato de as cargas serem dependentes umas
das outras, caso uma das cargas venha a interromper o circuito, todas as demais
cargas serão desligadas.
A aplicação dos circuitos ligados em série:

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Lâmpadas ornamentais de pinheirinho de natal, iluminação de pistas de


aeroportos,controle de velocidade de motores, controle de intensidade luminosa e
em inúmeros outros circuitos eletrônicos.
Quando ocorre um curto-circuito em um elemento de um circuito série, as
outras cargas continuam operando, no entanto devido a redução da resistência
total do circuito a intensidade da corrente elétrica total aumentará e, dependendo
do valor que a corrente elétrica possa atingir, poderá provocar danos aos demais
elementos do circuito, podendo, até ocorrer na seqüência o rompimento de uma
das cargas abrindo o circuito devido a elevação da corrente elétrica.

b) Circuito Paralelo
Os circuitos paralelos são circuitos compostos de duas ou mais cargas
dispostas de tal forma onde a corrente elétrica total se divide proporcionalmente
entre as cargas.Para cada caminho individual da corrente elétrica chamamos de
ramo. O circuito da figura abaixo tem dois ramos, (cada lâmpada um ramo) e a
corrente elétrica total gerada pelas pilhas se divide entre os dois ramos. Cada
ramo, independentemente dos outros, solicita da fonte a sua própria corrente.
A corrente elétrica e a potência de um ramo são independentes da corrente
elétrica,resistência ou potência de qualquer outro ramo adjacente.

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Tensão no circuito paralelo:


No circuito paralelo, todas as tensões
são iguais, ou seja, a tensão da fonte e atensão de cada ramo são iguais (é a
mesma). Na figura abaixo, cada voltímetro indica a mesma tensão. Em um circuito
paralelo, a relação entre a tensão da fonte e a tensão na carga é expressa como:

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c) Corrente no circuito paralelo


A corrente elétrica total no circuito paralelo é igual a soma das correntes
elétricas individuais de cada ramo. A corrente elétrica total se divide em duas ou
mais corrente elétricas no nó. As várias correntes elétricas que chegam ou deixam
um nó são relacionadas pela Lei de Kirchhoff. Esta lei estabelece que "a soma
das correntes elétricas que chegam a um nó é igual a soma das correntes
elétricas que deixam o mesmo nó", não importando o número de fios
conectados ao nó. A relação das correntes elétricas em circuito paralelo é
expressa por:

d) Resistência nos circuitos Paralelos


A resistência total em um circuito paralelo é sempre menor que a menor
resistência parcial que formam os ramos. Quando adicionamos resistores em
paralelo em um circuito, a corrente elétrica total aumenta e a resistência total
do circuitodiminui. Pode até parecer ilógico que adicionando mais resistores em
paralelo ao circuito que a resistência total diminua. A lógica da afirmativa pode ser
comprovada através do uso da Lei de ohm, observe a demonstração matemática
abaixo que você irá compreender bem por quê a resistência diminui.

Tanto o numerador quanto o denominador da equação podem ser


divididos por UT. Ficando assim:

Fórmula simplificada para o cálculo da resistência total em um circuito

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ligado em paralelo.
Quando tivermos somente dois resistores em paralelo, podemos usar a
fórmula simplificada para resolver problemas envolvendo resistências ligadas
em paralelo. Esta fórmula pode ser utilizada também em circuitos com mais de
dois resistores, por exemplo, 3 resistores, usando este método em duas etapas.
A primeira etapa consiste em determinar a resistência equivalente entre R1//R2 e
na segunda etapa, aplicar a fórmula novamente utilizando o resultado da
resistência equivalente encontrado entre R1//R2 com R3, determinando assim a
resistência total do circuito (RT).
Se houverem mais de três resistências em paralelo e quisermos utilizar
essa fórmula devemos repetir o processo mencionado acima até a última
resistência em paralelo.

e) Cargas ligadas em Paralelos.


Fixação:
1. Duas ou mais cargas estão ligadas em paralelo, quando a tensão nos
terminais detodas as cargas são iguais;
2. A tensão é a mesma em todas as cargas;
3. As cargas são independentes uma das outras, isto é, podem ser
ligadas edesligadas alternadamente;
4. A corrente elétrica total é igual a soma da corrente elétrica das
cargasindividuais;
5. No interior das residências a ligação das cargas é feita em paralelo.
Ocorrendo um curto-circuito em uma das cargas, praticamente estamos
curto-circuitando a fonte de alimentação.

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1.17. GERAÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA

A corrente alternada e a tensão variam em ambos os sentidos durante um


determinado intervalo de tempo, descrevendo um ciclo.
Representando graficamente esta variação, obtemos uma onda para a
corrente e outra para a tensão. Os alternadores, fontes geradores de C.A, são
máquinas rotativas; por analogia a elas, o ciclo é dividido em 360º, representando
uma circunferência retificadora.
Os valores instantâneos da corrente, ou da tensão, durante um ciclo, podem
ser representados pelas projeções do raio de um círculo, em suas diversas
posições.

Desse modo, podemos representar a tensão e a corrente alternada por


segmentos de reta proporcionais aos seus valores instantâneos. Esta
representação é denominada geométrica. É muito usada pela facilidade que
apresenta.
Os valores máximos da corrente e da tensão durante um ciclo podem ou
não coincidir. Quando coincidem diz-se que ambas estão em fase.
Se não coincidem, estão defasadas. a diferença em graus, entre os
instantes em que ocorrem os valores máximos da corrente e da tensão chama-se
ângulo de fase ( ϕ ). Quando a corrente e a tensão estão defasadas pode ocorrer
que a corrente esteja adiantada ou atrasada em relação à tensão. Ao coseno do
ângulo da fase dá-se o nome de fator de potência.
A corrente alternada, passando através de um resistor estará em fase com
a tensão, isto é, o ângulo da fase é nulo (ϕ = 0º). A este fato dá-se o nome de efeito
resistivo ou ôhmico puro.
Se passa por um indutor, devido ao fenômeno de autoindução da bobina, a
corrente estará atrasada em relação à tensão de um ângulo de 90º (ϕ = 90º);
temos, então, um efeito indutivo.

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Num capacitor, a corrente se adianta da tensão de 90º.


O efeito é capacitivo.

1.18. TRANSFORMADOR BÁSICO

É um equipamento eletromagnético capaz de alterar proporcionalmente os


valores de tensão primária e secundária e consequentemente alterar também os
valores de corrente.

Desconsiderando as perdas, podemos afirmar que a potência de entrada


é igual apotência na saída, ou seja:

PE = PS

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No lado de tensão maior, (AT) temos maior número de espiras, menor


intensidadede corrente, portanto o fio da bobina é mais fino.
No lado de menor tensão (BT), temos menor número de espiras maior
intensidadede corrente, portanto o fio da bobina é mais grosso.

1.19. CIRCUITOS TRIFÁSICOS

Como já tivemos a oportunidade de comentar, as concessionárias de


energia elétrica fazem a transmissão de sua energia por meio de três condutores
distintos. Cada condutor transmite uma parcela da energia total do sistema elétrico
de potência, para esse arranjo de três condutores damos o nome de sistema
trifásico.
De um lado da linha de transmissão temos as unidades geradoras e na
outra ponta, os consumidores que são servidos pela concessionária de maneira
trifásica (três fios).

Como o sistema trifásico é ligado?


Dentre as possibilidades de ligação do sistema trifásico, existem duas
possibilidades que se destacam no sistema, um tipo de ligação é a ligação estrela
eo outro tipo é a ligação triângulo.
Considerando que em ambas as configurações (estrela e triângulo)
apresentam um defasamento entre suas fases 120° elétricos, seus valores não
podem simplesmente ser adicionado algebricamente, se quisermos fazê-lo,
deveremos fazê-lo de forma vetorial.

a) Ligação Estrela
A figura abaixo mostra um gerador e uma carga trifásica, ambos
conectados em estrela. Neste diagrama cada círculo representa uma fase do
gerador trifásico. As correntes e as tensões estão indicadas em valores eficazes.
Na conexão estrela com cargas equilibradas, as correntes nas fases são iguais
em módulo.
Para uma conexão estrela, temos:

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Contudo, observe que neste tipo de ligação as tensões de linha (entre


fases) são 3 vezes maiores do que as tensões de fase (fase neutro).

Como calcular as potências de um sistema trifásico?


Após decidir qual potência (ativa, reativa ou aparente) que desejamos
calcular, determinar a intensidade de corrente e a tensão em um único elemento
do sistema estrela e multiplique por três, assim obteremos a potência total do
sistema.
Em síntese, um elemento de um circuito ligado em estrela está submetido
à tensão de fase (tensão fase-neutro) e a corrente de linha. Logo, as potências
serão expressas da seguinte forma:

b) Ligação Triângulo ou Delta


Tensão:
Na ligação triângulo observamos uma única tensão a tensão de linha
pois nestaligação não temos o ponto neutro.

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No exemplo da figura a seguir, iremos considerar (Vab = Vbc = Vca =


220V).

Corrente:
Quanto a corrente, na ligação triângulo temos duas correntes a considerar,
a corrente que circula na linha denominada corrente de linha (Iab, Ibc, e Ica) e a
corrente que circula na bobina denominada corrente de fase (Ia, Ib, e Ic).
Por exemplo, se a corrente na (Iab) for igual a 173A dentro do triângulo, em
série com uma das bobinas constataremos uma corrente de 100A.

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Logo concluímos que:

Multiplicar por 3 as potências implica em tomar muito cuidado ao fazer uso


dos valores a que estão submetidos cada elemento de um circuito trifásico, ou
seja, temos que saber qual o tipo de ligação da carga, se ela está ligada em estrela
ou em triângulo.
No entanto, se fizermos um ajuste nas poderemos calcular a potência
trifásica independente do tipo de ligação da carga.
É o que iremos demonstrar agora:

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Substituindo nas fórmulas:

Agora ficou fácil de calcular a potência trifásica das cargas pois, não
necessitamos mais cuidar do tipo de ligação para sua determinação, basta
sabermos a tensão de linha e a corrente de uma das fases e aplicar as fórmulas

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Exemplo:
Um transformador trifásico de 75 KVA, ligado em 13,2 kV, fornece 220
Volts nosecundário. Calcule a sua corrente secundária

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1.20. ENERGIAS RENOVÁVEIS E INTERLIGAÇÃO AO SEP

Energias Renováveis
As energias renováveis são aquelas que se originam de recursos naturais
que são naturalmente reabastecidos e não se esgotam com o uso, ao contrário
dos combustíveis fósseis. Exemplos incluem energia solar, eólica, hidrelétrica,
biomassa e geotérmica.

Interligação ao SEP
A interligação das energias renováveis ao SEP envolve a integração de
sistemas de geração de energia renovável à rede elétrica existente. Isso é feito
para permitir que a eletricidade gerada a partir de fontes renováveis seja
distribuída e utilizada pelos consumidores.

FUNDAMENTOS BÁSICOS RELACIONADOS:

1. Conversão de Energia
As energias renováveis geralmente geram eletricidade por meio de
processos de conversão de energia. Por exemplo, a energia solar é convertida em
eletricidade por meio de células fotovoltaicas, enquanto a energia eólica é
convertida em eletricidade por meio de turbinas eólicas.

2. Características Intermitentes
Muitas fontes de energia renovável, como solar e eólica, são intermitentes
e dependem das condições climáticas e ambientais. Isso pode levar a flutuações
na geração de eletricidade, o que precisa ser gerenciado no SEP.

3. Geração Distribuída
As energias renováveis muitas vezes permitem a geração distribuída, onde
pequenas unidades de geração estão localizadas próximas aos pontos de
consumo. Isso pode reduzir as perdas na transmissão e distribuição de
eletricidade.

4. Controle e Estabilidade do Sistema


A interligação das energias renováveis ao SEP requer sistemas de controle
e monitoramento para garantir a estabilidade e a qualidade da energia na rede
elétrica. Isso inclui tecnologias de armazenamento de energia, como baterias, para
suavizar as flutuações na geração renovável.

5. Planejamento e Expansão da Rede

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O planejamento e a expansão da infraestrutura de transmissão e


distribuição são fundamentais para integrar eficientemente as energias renováveis
ao SEP. Isso pode envolver a construção de novas linhas de transmissão e
subestações para conectar áreas de geração renovável aos centros de consumo.
BIBLIOGRAFIA

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