Fascículo II - Eletrostática No Vácuo
Fascículo II - Eletrostática No Vácuo
Fascículo II - Eletrostática No Vácuo
Eletromagnetismo
Fascículo II
Eletrostática no vácuo
II Elestrostática no vácuo 5
1 A lei de Coulomb e o campo elétrico 7
1.1 O rotacional do campo eletrostático . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.1.1 Potencial elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.2 A lei de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.3 Condições de contorno na eletrostática . . . . . . . . . . . . . 50
3 Condutores 67
3.1 Propriedades fundamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.2 Cargas induzidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
3.3 Pressão eletrostática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
4 Capacitores 73
4.1 Capacitância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
4.2 Energia em capacitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
4.3 A matriz de capacitância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
4.3.1 Coeficientes do potencial, de capacitância e indução . 77
4.3.2 Energia para um conjunto de condutores . . . . . . . . 79
5 Lista de exercícios II 87
A Apêndices 99
A.1 Séries de Taylor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
A.1.1 Séries de potências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
A.1.2 Expansão em série de Taylor . . . . . . . . . . . . . . . 100
A.2 Integrais úteis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
A.2.1 Integral I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
3
Sumário 4
Elestrostática no vácuo
5
Capítulo 1
~F12 = k e q1 q2
r r̂
2
12
12 , (1.1)
7
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 8
~F12 = −k e q1 q2 q1 q2
r r̂
2
12
21 = −k e
r r̂
2
21
21 = −~F21 , (1.3)
N
1 qi q j
~Fj = ∑
i =1( i 6 = j )
4πe0 2ij r r̂ ij , (1.9)
de tal modo que o campo elétrico ~Ei devido a uma única carga i exercido na
posição j é dado
~Ei (~r j ) = 1 qi ij ,
4πe0 2ij r r̂ (1.12)
N
1 q
~E(~r ) =
4πe0 ∑ r 2i r̂ i , (1.13)
i =1 i
r
sendo agora ~ i = ~r −~ri .
No SI, a unidade para o campo elétrico é simplesmente Newton por
Coulomb (N C−1 ) ou, como veremos mais adiante, é o Volt por metro
(V m−1 ). Já no sistema CGS, o campo será em Dinas por unidades
eletrostáticas (dina esu−1 ). De acordo com a análise dimensional, termos
que
1 dina esu−1 = 1 g1/2 cm−1/2 s−1 = 1 G, (1.14)
onde a unidade G é o Gauss. Com uma vantagem considerável, pelo menos
para físicos, o CGS unifica no Gauss a unidade para todos os campos
elétricos e magnéticos, sem necessidade de conversão entre eles quando
se apresentarem simultaneamente nas equações do eletromagnetismo. Isso
não ocorre no SI, que possui unidades diferentes para os campos elétricos e
magnéticos. A√conversão de unidades para o campo elétrico também é feita
usando fator 4πe0 ,
EG p 1 G
= 4πe0 = . (1.15)
ESI 2, 998 × 104 N/C
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 11
Figura 1.2: Dipolo elétrico com as cargas pontuais ocupando as posições ~r1 = − Lẑ
e ~r2 = Lẑ de um sistema cartesiano de coordenadas.
z
L -q
2 r2
E2 y
E1 r r1
x -L q
1
~E(~r ) = q ~r + q ~r
1 2 q ( x x̂ + Lẑ) q ( x x̂ − Lẑ)
2 = − , (1.16)
r r
3
1
1 3
2 ( x2 + L2 )
3/2
( x 2 + L2 )
3/2
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 12
~E(~r ) = 2qL
3/2
ẑ (CGS) . (1.17)
( x 2 + L2 )
A componente x̂ é nula, o campo elétrico só possui componente na direção
ẑ. Na figura 1.3 a seguir, apresentamos o gráfico para a componente Ez ( x )
do campo elétrico do dipolo no eixo x no sistema CGS.
Campo elétrico
9
L = 0, 5 cm
8 L = 1, 0 cm
L = 1, 5 cm
7
Ez ( x ) (dina/ esu)
−1
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
x(cm)
q q
r 3 = ( x + L )2 + L2 , r 4 = ( x − L )2 + L2 . (1.23)
Na figura 1.5 a seguir, temos uma representação dos vetores de interesse
para o problema.
O campo elétrico será então dado pela seguinte soma,
N
1 q
~E(~r ) =
4πe0 ∑ r 2i r̂ i , (1.24)
i =1 i
r̂ ~r i i
ou, usando o fato que
r =r , 2
i
3
i
!
N
1 q 1 q q q q
∑ r ~r = 4πe r ~r + r ~r + r ~r + r ~r ,
~E(~r ) = i 1 2 3 4
3 i 3 1 3 2 3 3 3 4 (1.25)
4πe0 i =1 i 0 1 2 3 4
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 14
~E(~r ) = 1 q
4πe0 h i3/2 [( x − L) x̂ − Lŷ] +
( x − L )2 + L2
−q
+h i3/2 [( x + L) x̂ − Lŷ]
( x + L )2 + L2
q (1.26)
+h i3/2 [( x + L) x̂ + Lŷ]
( x + L )2 + L2
−q
+h i3/2 [( x − L) x̂ + Lŷ] .
2
( x − L) + L2
~E( x ) = q 1 1
3/2 − 3/2 ŷ . (1.28)
2πe0 L2
x 2 x 2
+1 +1 −1 +1
L L
2
Ey ( x ) (dina/ esu)
−1
−2
−3
−4
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
x (cm)
ˆ 0 0
1 λ(~r )dl
~E(~r ) =
4πe0 C r r̂ ,
2
(1.31)
ˆ 0 0
1 λ(~r )dl
~E(~r ) =
4πe0 C r ~r ,
3
(1.33)
ˆ
1 λRdφ0
2π
~E(~r ) = [− R(cos φ0 x̂ + sin φ0 ŷ) + zẑ]. (1.34)
4πe0
0 ( R2 + z2 )3/2
´ 2π
As integrais nas componentes x e y se anulam pois 0 cos φ0 dφ0 =
´ 2π 0 0
0 sin φ dφ = 0, fazendo com que o campo elétrico tenha componente
apenas na direção z, como era de se esperar pela simetria da distribuição de
carga, isto é,
ˆ 2π
~E(z) = 1 λRz
dφ0 ẑ, (1.35)
4πe0 ( R2 + z2 )3/2 0
~E(z) = λR z
ẑ . (1.36)
2e0 ( R2 + z2 )3/2
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 18
No caso limite de z R,
1 Q
ẑ, z>0
4πe0 z2
~E(z) = (1.38)
− 1 Q ẑ,
z < 0.
4πe0 z2
com Q = 2πRλ sendo a carga total do anel. Isso mostra que no limite de
z R, o campo elétrico é típico de carga pontual. Na caso limite de z R,
vamos fatorar R2 no denominador da seguinte maneira,
~E(z) = λR z
2e0 3/2 ẑ, (1.39)
z2
R2 1+ 2
R
~E(z) = λ z/R
2e0 R 3/2 ẑ, (1.40)
z2
1+ 2
R
e definindo x ≡ z/R,
~E( x ) = λ x
ẑ. (1.41)
2e0 R (1 + x2 )3/2
3 15 35
(1 + x2 )−3/2 = 1 − x2 + x4 − x6 + ... (1.42)
2 8 16
para chegar a um resultado em série de potências de x para o campo elétrico,
~E( x ) = λ 3 3 15 5 35 7
x − x + x − x + ... ẑ. (1.43)
2e0 R 2 8 16
Considere agora a aproximação z R, ou seja, x 1. A aproximação de
ordem zero indica que o campo elétrico terá comportamento linear em x, e
será
~E( x ) ≈ λx ẑ (1.44)
2e0 R
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 19
F ≈ −kz, (1.46)
qλ
com k ≡ . Considerando apenas a força elétrica, o movimento seria
2e0 R2 r r
k qλ
harmônico simples de frequência ω = = . No entanto,
m 2e0 mR2
como a carga elétrica acelerada emite radiação eletromagnética, como
estudaremos mais adiante neste texto, o movimento será amortecido. Na
figura 1.9 a seguir, estão apresentados os gráficos para o campo elétrico
gerado por um anel para pontos no eixo z para os resultados exata, carga
pontual (z R) e aproximação linear (z R).
Figura 1.9: Resultados gráficos para o campo elétrico sobre pontos no eixo z
produzido pelo anel carregado com densidade linear λ. As linhas tracejada,
pontilhada e sólida representam, respectivamente, os resultados para o campo
elétrico exato, carga pontual (z R) e aproximação linear (z R).
0 ,4 E x a to
P o n tu a l
0 ,2 L in e a r
2 e 0E / R 0 ,0
- 0 ,2
- 0 ,4
-6 -4 -2 0 2 4 6
x = z /R
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 20
E ʹ
R
y
ʹr
ʹ daʹ
x
• ~r = ~0.
r
• ~ = − R cos θ 0 ẑ − R sin θ 0 cos φ0 x̂ − R sin θ 0 sin φ0 ŷ.
• r = R.
• da0 = R2 sin θ 0 dθ 0 dφ0 .
Calculando o campo elétrico na posição ~r, teremos
¨
~E = 1 σ (~r 0 )da0
4πe0 S 3
~.
r r (1.47)
ˆ ˆ
~Ex = 1 2π π
σR2 sin θ 0 dθ 0 dφ0 [− R sin θ 0 cos φ0 x̂ ]
, (1.49)
4πe0 0 π/2 R3
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 21
ˆ ˆ
~Ey = 1 σR2 sin θ 0 dθ 0 dφ0 [− R sin θ 0 sin φ0 ŷ]
2π π
, (1.50)
4πe0 0 π/2 R3
ˆ 2π ˆ π
~Ez = 1 σR2 sin θ 0 dθ 0 dφ0 [− R cos θ 0 ẑ]
. (1.51)
4πe0 0 π/2 R3
Perceba que as componentes nas direções x̂ e ŷ se anulam, visto que
´ 2π 0 0
´ 2π 0 0 ~
0 cos φ dφ = 0 sin φ dφ = 0, sobrando apenas Ez ,
ˆ ˆ
~E = − 1
2π π
σR2 sin θ 0 cos θ 0 dθ 0 dφ0
ẑ, (1.52)
4πe0 0 π/2 R2
ˆ 2π ˆ π
~E = − σ dφ0 sin θ 0 cos θ 0 dθ 0 ẑ, (1.53)
4πe0
| 0 {z } | π/2 {z }
2π −1/2
~E = σ ẑ . (1.54)
4e0
r p
• = ρ 02 + ( z − z 0 )2
• dτ 0 = ρ0 dz0 dρ0 dφ0
Calculando o campo elétrico na posição ~r, teremos
˚
ρ0 dτ 0
~E =
3
~,
V r r (1.55)
ˆ ˆ R ˆ L/2
~E(z) = ρ0
2π
ρ0 dz0 dρ0 dφ0 [−ρ0 cos φ0 x̂ − ρ0 sin φ0 ŷ + (z − z0 )ẑ]
.
0 0 − L/2 [ρ02 + (z − z0 )2 ]3/2
(1.56)
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 22
r
R
L/2
z- zʹ
dʹ
rʹ
zʹ
y
ʹ ʹ
x -L/2
ˆ z− L/2
udu 1 1
− = p −p , (1.60)
z+ L/2 [ ρ 02 2
+u ] 3/2 0 2
ρ + (z − L/2) 2 0
ρ + (z + L/2)2
2
(ˆ ˆ )
~E(z) = 2πρ0
R
ρ0 dρ0 R
ρ0 dρ0
p − p ẑ, (1.62)
0 ρ02 + (z − L/2)2 0 ρ02 + (z + L/2)2
(q R q R )
~E(z) = 2πρ0
ρ02 + (z − L/2)2 − ρ02 + (z + L/2)2 ẑ, (1.63)
0 0
q
~E(z) = 2πρ0 R2 + (z − L/2)2 − |z − L/2|−
q (1.64)
R2 + (z + L/2)2 + |z + L/2| ẑ.
q q
~E(z) = 2πρ0 L + R2 + (z − L/2)2 − R2 + (z + L/2)2 ẑ . (1.66)
q q
~E(z) = 2πρ0 2z + R2 + (z − L/2)2 − R2 + (z + L/2)2 ẑ . (1.68)
q q
~E(z) = 2πρ0 − L + R2 + (z − L/2)2 − R2 + (z + L/2)2 ẑ . (1.70)
Figura 1.12: Resultados gráficos para o campo elétrico sobre pontos no eixo z
produzido pelo cilindro uniformemente carregado. As dimensões usadas para o
resultado gráfico são R = 2, 0 cm, L = 10, 0 cm e densidade volumétrica de carga
ρ0 = 1, 0 esu/cm3 .
15
R=2,0 cm
L=10,0 cm
10
Ez (z) (dina/ esu)
−5
−10
−15
−10 −5 0 5 10
z(cm)
∂ fz 3(z − z0 )(y − y0 )
=− 5/2
, (1.77)
∂y [( x − x 0 )2 + (y − y0 )2 + (z − z0 )2 ]
( )
∂ fy ∂ (y − y0 )
= , (1.78)
∂z ∂z [( x − x 0 )2 + (y − y0 )2 + (z − z0 )2 ]3/2
∂ fy 3(y − y0 )(z − z0 )
=− 5/2
, (1.79)
∂z [( x − x 0 )2 + (y − y0 )2 + (z − z0 )2 ]
de onde concluímos que
∂ fy
∂ fz
(∇ × ~f ) x = − = 0. (1.80)
∂y ∂z
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 26
˚
~E(~r ) = − 1 0 0
ρ(~r )dτ ∇
1
, (1.83)
4πe0 V r
˚
ρ(~r 0 )dτ 0
~E(~r ) = −∇ 1
, (1.84)
4πe0 V r
~E(~r ) = −∇V, (1.85)
onde definimos a expressão entre colchetes acima como o potencial elétrico,
isto é,
˚
1 ρ(~r 0 )dτ 0
V (~r ) = . (1.86)
4πe0 V r
Para as distribuições superficiais e lineares temos, respectivamente,
¨
1 σ(~r 0 )da0
V (~r ) = , (1.87)
4πe0 S r
ˆ
1 λ(~r 0 )dl 0
V (~r ) = . (1.88)
4πe0 C r
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 27
ˆ ~r
V (~r ) = − ~E · d~l . (1.91)
∞
ˆ ~r
q dr
V (~r ) = − , (1.93)
4πe0 ∞ r2
q 1 ~r
V (~r ) = . (1.94)
4πe0 r ∞
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 28
Equipotenciais Equipotenciais
E
E
Potencial Potencial
diminuindo diminuindo
+q -q
V>0 V<0
Equipotenciais
Equipotenciais V<0 E
-q +q
V=0
E
+q
+q
V
V>0
V>0
r
daʹ
ʹ
R rʹ
y
ʹ
x
2
ˆ , r≤R
σR2 sin θ 0 dθ 0 dφ0
π
√ = R (1.107)
0 R2 + r2 − 2Rr cos θ 0 2 , R ≤ r.
r
σR
e , r≤R
0
V (r ) = (1.108)
σR2
, r ≥ R.
e0 r
ρ(~r )
∇ · ~E = . (1.113)
e0
Figura 1.15: Resultados gráficos para o (a) potencial elétrico (normalizado para
e0 V (r )/σR) e do (b) campo elétrico (normalizado para e0 E(r )/σ) de uma superfície
esférica carregada com densidade σ uniforme. Em (c), temos a configuração de
linhas de campo elétrico (linhas sólidas com setas) e superfícies equipotenciais
(linhas tracejadas).
1 ,0 1 ,0
e 0V ( r ) / R
e 0E ( r ) /
0 ,5 0 ,5
0 ,0 0 ,0
0 1 2 3 0 1 2 3
r /R r /R
(a) (b)
E
E=0
R V
(c)
√
de carga por ρ → 4πe0 ρ, temos que a lei de Gauss nas formas integral e
diferencial serão expressas, respectivamente, por
‹
~E · d~a = 4πQenc , (1.114)
S
∇ · ~E = 4πρ(~r ) . (1.115)
A lei de Gauss na forma integral é bastante adequada quando
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 34
ρR3
E (r ) = , (1.119)
3e0 r2
ao passo que, para r < R,
‹
~E · d~a = Qenc , (1.120)
S e0
ρ4πr3
E(r )4πr2 = , (1.121)
3e0
ρr
E (r ) = . (1.122)
3e0
De forma resumida,
ρr
, r≤R
3e0
E (r ) = (1.123)
ρR3
, r ≥ R.
3e0 r2
(a) (b)
1 d h 2 i ρ(~r )
r E ( r ) = . (1.125)
r2 dr e0
Vamos resolver esta equação diferencial para r > R e r < R. Para r < R,
teremos
1 d h 2 i ρ
2
r E (r ) = , (1.126)
r dr e0
ˆ h i ˆ ρr2 dr
d r 2 E (r ) = + A, (1.127)
e0
ρr3
r 2 E (r ) = + A, (1.128)
3e0
ρr A
E (r ) = + 2, (1.129)
3e0 r
com A sendo uma constante de integração para se determinar. Note que
A 6= 0 conduziria a um campo elétrico infinito da origem (r = 0), sendo
uma solução não aceitável do ponto de vista físico. Dessa forma, somos
obrigados a considerar que A = 0, o que implica que
ρr
E (r ) = , (1.130)
3e0
para r < R.
Para r > R, temos
1 d h 2 i
r E ( r ) = 0, (1.131)
r2 dr
r2 E(r ) = B, (1.132)
B
E (r ) = , (1.133)
r2
com B sendo uma constante de integração para se determinar. Como a
distribuição de carga é volumétrica e não singular, o campo elétrico deve
ser uma função contínua em todo o espaço. Vale notar aqui que isto
não acontece em distribuições superficiais de cargas, como veremos mais
adiante. Com efeito, no limite de r → R, o campo elétrico deve ser o mesmo
tanto vindo de dentro como de fora, isto é,
ρR B
= 2, (1.134)
3e0 R
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 37
ρR3
B= . (1.135)
3e0
De forma resumida, o campo elétrico será
ρr
, r≤R
3e0
E (r ) = (1.136)
ρR3
, r ≥ R.
3e0 r2
Para r > R, ˆ r
ρR3
V (r ) = − 2
dr, (1.138)
∞ 3e0 r
r
ρR3 r −2+1
V (r ) = − , (1.139)
3e0 −2 + 1 ∞
ρR3
V (r ) = . (1.140)
3e0 r
Para r < R, ˆ ˆ
R r
ρR3 ρr
V (r ) = − dr − dr, (1.141)
∞ 3e0 r2 R 3e0
r2
ρ 2
V (r ) = R − . (1.143)
2e0 3
De forma resumida, o potencial elétrico será
ρR3
, r≥R
3e0 r
V (r ) = (1.144)
r2
ρ 2
R − , r ≤ R.
2e0 3
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 38
~E(~r ) = 1 q
r̂. (1.145)
4πe0 r2
para r 6= 0, implicando em
˚
∇ · ~Edτ = 0, (1.149)
V
˚ ‹
r̂ cos θda
∇· dτ = . (1.164)
V r2 S r2
O integrando desta última integral é definido como elemento infinitesimal
de ângulo sólido (em esterradianos)
cos θda
dΩ ≡ . (1.165)
r2
Note que está quantidade é igual a razão da projeção esférica da área
infinitesimal da superfície S por r2 . Esta razão é a mesma se considerarmos
o mesmo ângulo sólido, isto é, se aumentarmos (ou diminuirmos) a projeção
esférica da área, r2 aumenta (ou diminui) na mesma proporção. Se
considerarmos a área infinitesimal esférica correspondente a uma superfície
esférica S0 de raio R (com R < r), teremos
˚
1
r̂ 0, se V não contém ~r = 0
∇ · 2 dτ = (1.168)
V 4π r
1, se V contém ~r = 0.
temos que
˚
0, se V não contém ~r = 0
δ(~r )dτ = (1.170)
V
1, se V contém ~r = 0.
Chamamos esta “função” de delta de Dirac δ(~r ), e ela representa uma
concentração infinita de carga no ponto ~r = 0, sendo nula para todos os
demais pontos do espaço (~r 6= 0). A delta de Dirac é representada através
da expressão
0, ~r 6= 0
δ(~r ) = (1.171)
∞, ~r = 0,
0, ~r 6= ~r 0
0
δ(~r −~r ) = (1.175)
∞, ~r = ~r 0 ,
r
ou, através do vetor separação ~ = ~r −~r 0 ,
0, ~ 6= 0 r
δ(~ ) = r , (1.176)
∞, ~ = 0. r
o que permite escrever também,
∇·
r̂ = 4πδ(~r ). (1.177)
r2
˚
∇ · ~E =
1 0
ρ(~r )dτ 0
∇·
r̂ , (1.180)
4πe0 V r2
ρ(~r )
∇ · ~E = . (1.182)
e0
As = 2πRδ, (1.187)
de tal maneira que a densidade volumétrica de carga é
Q
ρ= . (1.188)
2πRδh
Note agora a seguinte constatação. Podemos admitir uma espessura da
coroa cada vez menor, ou seja, tornando a coroa cada vez mais fina, de
tal modo que o limite δ → 0, corresponde a uma superfície cilíndrica de
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 46
Q
lim ρδ = , (1.189)
δ →0 2πRh
lim ρδ = σ, (1.190)
δ →0
Para pontos externos à coroa, temos que r > R + δ/2. Uma superfície
superfície Gaussiana S com r > R + δ/2 encerra toda uma carga de secção
de altura h. Sendo assim,
‹
~ = Qenc ,
~E · da (1.194)
S e0
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 47
ρ2πRδh
E(r )2πrh = , (1.195)
e0
ρδ R
E (r ) = . (1.196)
e0 r
De maneira compacta, podemos escrever o campo elétrico para toda região
no espaço da seguinte maneira,
0, r < R − δ/2
" #
δ 2
1
ρ
r− R− , R − δ/2 < r < R + δ/2
E(r ) = 2e0 r 2 (1.197)
ρδ R ,
r > R + δ/2.
e0 r
´ R+δ/2
R−δ/2 E (r )rdr
E( R) = lim ´ R+δ/2 = lim < E(r ) > . (1.199)
δ →0 δ →0
R−δ/2 rdr
ˆ ˆ " #
R+δ/2 R+δ/2
δ 2
ρ 2
(r )rdr = r − R− dr, (1.202)
R−δ/2 R−δ/2 2e0 2
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 48
ˆ " #
R+δ/2
( R + δ/2)3 − ( R − δ/2)3 δ 2
ρ
E(r )rdr = − R− δ , (1.204)
R−δ/2 2e0 3 2
ˆ R+δ/2
3R2 δ + δ3 /4
ρ
E(r )rdr = − R2 δ + Rδ2 − δ3 /4 , (1.205)
R−δ/2 2e0 3
ˆ R+δ/2
ρ 3Rδ2 − δ3 /2 ρRδ2
δ
E(r )rdr = = 1− . (1.206)
R−δ/2 2e0 3 2e0 6R
Substituindo agora as integrais,
ρRδ2
´ R+δ δ
1−
R E(r )rdr 2e0 6R
E( R) = lim ´ R+δ = lim , (1.207)
δ →0 rdr δ →0 Rδ
R
σ
E( R) = . (1.209)
2e0
Com efeito, a campo elétrico para uma distribuição superficial cilíndrica e
idealizada será
0, r<R
σ
, r=R
E (r ) = 2e0 (1.210)
σ R
, r > R.
e0 r
Um estudo gráfico para o campo elétrico da coroa cilíndrica e o processo
limite que conduz à densidade superficial de carga está apresentado na
figura 1.19 a seguir.
O estudo gráfico revela um comportamento diferenciado para o
campo elétrico quando consideramos a densidade de carga volumétrica
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 49
Figura 1.19: Resultados gráficos para o campo elétrico (normalizado em e0 E(r )/ρ)
gerados pela coroa cilíndrica uniformemente carregada, de espessura δ. Temos,
respectivamente em (a), (b), (c) e (d), os resultados para δ/R = 0, 5, δ/R = 0, 2,
δ/R = 0, 05 e lim ρδ. Perceba claramente que o campo elétrico é uma função
δ →0
contínua nos três primeiros casos, mas descontínua, quando tomamos o limite
δ → 0.
0 ,5
0 ,2 0
0 ,4
0 ,1 5
0 ,3
0 ,1 0
e 0E ( r ) /
e 0E ( r ) /
0 ,2
0 ,0 5
0 ,1
0 ,0 0 ,0 0
0 1 2 3 0 1 2 3
r /R r /R
0 ,0 6
1 ,0
0 ,0 4
e 0E ( r ) /
e 0E ( r ) /
0 ,5
0 ,0 2
0 ,0 0 0 ,0
0 1 2 3 0 1 2 3
r /R r /R
ˆ h ˆ 2π ˆ ∞
σR
δ(r − R)rdrdφdz = Q, (1.214)
0 0 0 r
ˆ h ˆ 2π ˆ ∞
σR dz dφ δ(r − R)dr = Q, (1.215)
0 0 0
Q
σ= , (1.216)
2πRh
onde chegamos à expressão para densidade superficial de carga, sendo
2πRh a área lateral da superfície cilíndrica que contém uma carga total Q.
~E1 · A ~ = σA ,
~ − ~E2 · A (1.218)
e0
σ
E1⊥ − E2⊥ = , (1.220)
e0
∂V
−∇V = ~E, portanto, ~E · n̂ = −∇V · n̂ = − . Sendo assim, a equação
∂n
1.220 se torna
∂V ∂V σ
− =− , (1.221)
∂n 1 ∂n 2 e0
Figura 1.21: Interface com densidade superficial de carga σ. Uma curva fechada foi
escolhida em formato retangular de comprimento L de base e altura h. Os vetores
~E1 e ~E2 representam os campos elétricos imediatamente acima e abaixo da interface,
respectivamente.
k k
E1 = E2 . (1.225)
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 53
∇2 V = 0, (1.227)
Exemplo 1.9. Considere uma camada esférica muito fina de raio R com
densidade superficial de carga σ. Mostre que a condição de contorno 1.220
é obedecida para este caso.
Solução: Através da lei de Gauss, é fácil mostrar que os campos elétricos
numa posição r fora (acima) e dentro (abaixo) da esfera (interface) são dados
por
σ R2
r̂, r > R
~E(~r ) = e0 r2
(1.228)
0, r < R.
σ
Portanto, no limite r → R, temos que E1⊥ = e E2⊥ = 0, o que conduz a
e0
σ σ
−0 = , (1.230)
e0 e0
o que verifica a condição de contorno citada.
Figura 1.22: Separação das contribuições do campo elétrico sobre uma superfície
carregada de densidade σ. Para retirarmos a contribuição do campo elétrico devido
a carga sobre o ponto de interesse, separamos as contribuições devido o disco e
devido às demais cargas.
• ~r = r ẑ.
• dq0 = σR2 sin θ 0 dθ 0 dφ0 .
‹ 0 0
1 σ (~r )da
~E(~r ) =
4πe0 S r ~r .
3
(1.239)
Para r > R, | R − r | = r − R,
~E(r ) = σR (r2 − R2 ) 1 1
− + r + R − r + R ẑ, (1.246)
4e0 r2 r−R r+R
r + R − r + R
~E(r ) = σR 22
(r − R ) + 2R ẑ, (1.247)
4e0 r2 r2
−R2
2
~E(r ) = σR ẑ. (1.248)
e0 r 2
Usando a expressão para densidade de carga σ = Q/4πR2 , temos o campo
típico de uma carga pontual,
~E(r ) = 1 Q
ẑ . (1.249)
4πe0 r2
Para r < R, | R − r | = R − r,
~E(r ) = σR (r2 − R2 ) 1 1
− + R + r − R + r ẑ, (1.250)
4e0 r2 R−r R+r
R+r−R+r
~E(r ) = σR − ( R2
− r
2
) + 2r ẑ, (1.251)
4e0 r2 R2
−r2
~E(r ) = ~0 , (1.253)
ˆ
1 π
sin θ 0 dθ 0
. (1.255)
23/2 R2 θ0 (1 − cos θ 0 )1/2
Fazendo u = 1 − cos θ 0 , temos que a integral fica
2
1 u−1/2+1
, (1.256)
23/2 R2 −1/2 + 1
u ( θ0 )
2
[21/2 − (1 − cos θ0 )1/2 ], (1.257)
23/2 R2
onde tomamos o limite θ0 → 0 para mostrar que a integral na equação ??
para r = R, excluindo a indeterminação causada pela carga neste ponto,
resulta em ˆ π
1 sin θ 0 dθ 0 1
= 2. (1.258)
23/2 R2 θ0 (1 − cos θ 0 )1/2 R
Sendo assim, o campo sobre a superfície carregada será
2
~E( R) = σR 1 ẑ = σ ẑ, (1.259)
2e0 R2 2e0
como queríamos demonstrar e compatível com a média calculada
anteriormente.
Nos limites das proximidades da esfera, em seu interior, o campo
elétrico pode ser examinado através do princípio da superposição como
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 59
Figura 1.24: Em (a), temos o exame da resultante do campo elétrico nos limites
de proximidade da superfície esférica com densidade de carga uniforme σ. Em (b),
temos o resultado gráfico para o campo elétrico encontrado como função de r.
(a)
1 ,0
e 0E ( r ) /
0 ,5
0 ,0
0 1 2 3
r /R
(b)
Capítulo 1. A lei de Coulomb e o campo elétrico 60
ˆ ~r2
W = − q2 ~E12 · d~l, (2.2)
∞
61
Capítulo 2. Trabalho e energia potencial eletrostática 62
r
Figura 2.1: Cargas pontuais q1 e q2 nas posições ~r1 e ~r2 com ~ 12 = ~r2 −~r1 . A força
~Fext é aplicada contra a força ~F12 para montar a configuração final do sistema de
duas cargas.
F12 z
q2
Fext
r2 12
q1
r1 y
x
W = q2 V1 (~r2 ), (2.4)
1 q2 q1
W= . (2.5)
4πe0 12r
Note que se tivéssemos feito o mesmo procedimento, só que com a carga
q1 teríamos exatamente o mesmo resultado. Basta trocarmos os índices na
expressão anterior ficando com
1 q1 q2
W= . (2.6)
4πe0 21r
A equação 2.4 indica que para colocar uma carga q2 (na presença
de q1 ) numa posição ~r2 , demandou-se um trabalho igual a W = q2 V1 (~r2 ).
Portanto, podemos generalizar que para uma carga q esteja numa posição ~r,
um trabalho igual a W = qV (~r ) foi necessário, com V (~r ) sendo o potencial
elétrico na posição ~r. Definimos então, neste caso, de energia potencial
eletrostática U, o trabalho mínimo necessário para que a configuração
pretendida de posição das cargas seja alcançada. Neste sentido, o potencial
Capítulo 2. Trabalho e energia potencial eletrostática 63
elétrico pode ser visto como a razão da energia potencial por quantidade de
carga, ou seja,
U
V (~r ) = . (2.7)
q
A unidade para o potencial elétrico no SI é o Volt (V), de tal maneira que um
Volt é definido como um Joule por um Coulomb (1 V=1 J/1 C). No sistema
Gaussiano, a unidade para o potencial elétrico é o statVolt (statV), definido
como um erg por um statcoulomb (1 statV=1 erg/1 statC).
Continuando com a abordagem sobre a configuração anteriormente
mencionada, se quisermos adicionar uma nova carga q3 à configuração de
carga numa posição ~r3 , teremos o trabalho contra o campo elétrico da carga
q1 sobre q3 bem como o campo elétrico da carga q2 sobre q3 , resultando na
seguinte expressão para energia potencial eletrostática,
1 q1 q2 1 q1 q3 1 q3 q2
U= + + . (2.8)
r
4πe0 21 4πe0 31 r
4πe0 23 r
Para uma generalização com N cargas, teríamos a soma
N N qi q j
1
U=
4πe0 ∑∑ r ij
, (2.9)
i =1 j > i
com o segundo somatório tendo j > i para evitarmos somar duas vezes a
mesma quantidade. Ou poderíamos permitir a soma dupla e usarmos um
fator 1/2 para compensar, ou seja,
N N qi q j
1 1
U=
2 4πe0 ∑ ∑ r ij
. (2.10)
i =1 j =1( j 6 = i )
1 N
2 i∑
U= qi V (~ri ), (2.12)
=1
:0
ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ
e0 2π π ∞ σ2 R4 1 2
2π π R
e0 2
U= (
0 ) r sin θdrdθdφ + r sin θdrdθdφ,
2
0
0 0 2 0 0 R e02 r4
(2.27)
ˆ ∞
4πe0 σ2 R4 1
U= dr, (2.28)
2 e02R r 2
∞
2πσ2 R4 r −2+1
U= , (2.29)
e0 −2 + 1 R
2πσ2 R4 1
U= , (2.30)
e0 R
2πσ2 R3
U= . (2.31)
e0
Capítulo 3
Condutores
67
Capítulo 3. Condutores 68
Figura 3.1: Esfera metálica posta em campo elétrico inicialmente uniforme. Em (a)
temos uma representação das linhas de campo elétrico ~E0 (linhas sólidas pretas)
inicialmente uniforme em uma região do espaço. As linhas tracejadas cinzas
representam as superfícies equipotenciais (planos perpendiculares a ~E0 ). Em (b),
temos uma representação das linhas de campo elétrico com a inserção do condutor
esférico. Os sinais + e − indicam as cargas superficiais induzidas sendo ~E I o campo
devido a essas cargas. Note que ~E I se opõe a ~E0 no interior do condutor, blindando
a esfera metálica. As linhas de campo elétrico serão distorcidas, de tal forma que
o campo elétrico externo será a superposição do campo elétrico indutor ~E0 com o
campo elétrico devido às cargas induzidas.
E0 EI E
E0
Equipotenciais
(a) (b)
σ
E1⊥ − E2⊥ = . (3.2)
e0
*0
" #
1 σ
~Eabaixo
n̂ + , (3.8)
2 e0
σ
n̂. (3.9)
2e0
Este é o campo sofrido por um elemento de carga na superfície de um
condutor. Se multiplicarmos a intensidade deste campo elétrico pela
Capítulo 3. Condutores 71
f
ʹ
rʹ daʹ
R
y
ʹ
x
ˆ 2π ˆ
σ2 π/2
~F = [sin θ 0 cos φ0 x̂ + sin θ 0 sin φ0 ŷ + cos θ 0 ẑ] R2 sin θ 0 dθ 0 dφ0 .
0 0 2e0
(3.14)
Note que as integrais nas componentes das direções x̂ e ŷ se anulam, visto
´ 2π ´ 2π
que 0 cos φdφ = 0 sin φdφ = 0, sobrando apenas uma componente na
direção ẑ expressa por
2 2 ˆ 2π ˆ π/2
~F = σ R dφ0 cos θ 0 sin θ 0 dθ ẑ, (3.15)
2e0 0 0
π/2
2 R2 2 0
~F = σ sin θ
2π ẑ, (3.16)
2e0 2
0
2 2
~F = πσ R ẑ . (3.17)
2e0
Capítulo 4
Capacitores
4.1 Capacitância
Suponha que dois condutores no vácuo, inicialmente descarregados,
são postos sob ação de um gerador que consegue carrega-los com carga
de módulo Q, porém de sinais opostos, submetidos a uma diferença de
potencial ∆V ≡ V+ − V− , sendo V+ o potencial elétrico na superfície do
condutor com carga positiva e V− o potencial elétrico na superfície do
condutor com carga negativa, como indica a figura 4.1 a seguir.
E
V-
V+ -Q
+Q
Definimos a razão
Q
C≡ , (4.1)
∆V
como sendo a capacitância do conjunto. Sua unidade no SI é o Faraday,
de tal forma que 1 F=1 C/1 V, ao passo que no sistema CGS fica expresso
73
Capítulo 4. Capacitores 74
+Q
r2
-Q
V E
r1
−Q
E(r ) · 4πr2 = , (4.4)
e0
1 Q
E (r ) = − , (4.5)
4πe0 r2
Capítulo 4. Capacitores 75
ˆ r2
1 Q
∆V = − − r̂ · drr̂, (4.8)
r1 4πe0 r2
ˆ r2
Q dr
∆V = , (4.9)
4πe0 r1 r2
r
Q r −2+1 2
∆V = , (4.10)
4πe0 −2 + 1 r1
Q 1 1
∆V = − , (4.11)
4πe0 r1 r2
r2 − r1
Q
∆V = . (4.12)
4πe0 r1 r2
Terceiro, aplicando a definição de capacitância, temos que
Q r r
C≡ = 4πe0 1 2 . (4.13)
∆V r2 − r1
qdq
dW = . (4.14)
C
Para carregarmos o capacitor desde seu estado descarregado até uma carga
Q, a quantidade de energia potencial acumulada (ou trabalho realizado) é
calculada pela integral
ˆ Q
qdq
W= , (4.15)
0 C
Capítulo 4. Capacitores 76
Q
1 q2
W= , (4.16)
C 2 0
Q2
W= . (4.17)
2C
Este último resultado representa a energia potencial de um capacitor com
carga Q e capacitância C. Usando a definição de capacitância, podemos
escrever também que
1
U = C∆V 2 , (4.18)
2
1
U= Q∆V. (4.19)
2
Exemplo 4.2. Mostre, usando o conceito de densidade de energia no campo
eletrostático, que a energia potencial no capacitor esférico é igual a Q2 /2C.
Q2
U= . (4.26)
2C
Capítulo 4. Capacitores 77
i
j
z
dai
ij
daj
ri
rj
y
x
N ‹ ‹
1 σ (~ri )σ (~r j )dai da j
Vi Qi =
4πe0 ∑ Sj Si r ij
, (4.32)
j =1
N ‹ ‹
1 σ (~ri )σ (~r j )dai da j
Vi =
4πe0 Qi ∑ Sj Si r ij
, (4.33)
j =1
N ‹ ‹
1 Qj σ (~ri )σ (~r j )dai da j
Vi =
4πe0 Qi ∑ Qj Sj Si r ij
, (4.34)
j =1
N ‹ ‹ !
1 σ (~ri )σ (~r j )dai da j
Vi = ∑ 4πe0 Qi Q j Sj Si r ij
Qj. (4.35)
j =1
c = p −1 . (4.39)
1
Ui = VQ . (4.42)
2 i i
A energia potencial U do conjunto será obtida mediante a soma sobre todos
os condutores, isto é,
1 N
U = ∑ Vi Qi . (4.43)
2 i =1
1 N N
2 i∑ ∑ pij Qi Q j ,
U= (4.44)
=1 j =1
1 N N
2 i∑ ∑ cij Vi Vj .
U= (4.45)
=1 j =1
Exemplo 4.3. Mostre que para um capacitor com seus condutores com
cargas Q e − Q sob potenciais V+ e V− , respectivamente, a capacitância
será
1 Q
, r≥R
4πe0 r
V (r ) = (4.55)
1 Q,
r≤R
4πe0 R
então,
1 1 1
p11 = , p12 = p21 = , p22 = . (4.59)
4πe0 r1 4πe0 r2 4πe0 r2
e a matriz p procurada é
1 1
4πe0 r1 4πe0 r2
p= . (4.60)
1 1
4πe0 r2 4πe0 r2
Capítulo 4. Capacitores 83
1 1 1 1
det p = − , (4.63)
4πe0 r1 4πe0 r2 4πe0 r2 4πe0 r2
!
1 1 1
det p = − , (4.64)
(4πe0 )2 r1 r2 r22
1 r2 − r1
det p = . (4.65)
(4πe0 ) r1 r22
2
1 1
−
r1 r22 4πe0 r2 4πe0 r2
c = (4πe0 )2 , (4.66)
r2 − r1
1 1
−
4πe0 r2 4πe0 r1
r1 r2 r1 r2
−
r2 − r1 r2 − r1
c = 4πe0 , (4.67)
r r r2
− 1 2 2
r2 − r1 r2 − r1
de onde tiramos que
r1 r2 r r2 r22
c11 = 4πe0 , c12 = c21 = −4πe0 1 , c22 = 4πe0 .
r2 − r1 r2 − r1 r2 − r1
(4.68)
(c) Substituindo os coeficientes de capacitância e indução na equação 4.54,
temos
c11 c22 − c212
C= , (4.69)
2c12 + c11 + c22
Capítulo 4. Capacitores 84
ˆ ˆ ˆ ˆ
2π π 2π π
1 sin θ1 dθ1
p12 = sin θ2 dθ2 dφ1 dφ2 .
(4π )3 e0
q
0 0 0 0 r12 + r22 − 2r1 r2 cos γ
(4.76)
Nesta última equação, fatoramos a integração nas variáveis θ1 . Já
resolvemos esta integração no problema da superfície esférica carregada
Capítulo 4. Capacitores 85
r2 da2
1 r1 da1
2
1 y
x
ˆ 2π ˆ π ˆ 2π
1 2
p12 = sin θ2 dθ2 dφ1 dφ2 , (4.78)
(4π )3 e0 0 0 0 r2
Capítulo 4. Capacitores 86
1 (4π )2
p12 = , (4.79)
(4π )3 e0 r2
1
p12 = , (4.80)
4πe0 r2
e por simetria, temos que p21 = p12 .
Vamos calcular agora p11 . Neste caso, para diferenciar os vetores,
usaremos ~r1 e ~r10 e os ângulos θ, φ, θ 0 e φ0 , respectivamente. Desta forma,
teremos
ˆ 2π ˆ π ˆ 2π ˆ π
1 Q21 r14 sin θ sin θ 0 dθdφdθ 0 dφ0
p11 = q , (4.81)
4πe0 Q21 0 0 0 0 (4π )2 r14
r12 + r12 − 2r1 r1 cos γ
ˆ ˆ ˆ
2π 2π
sin θ 0 dθ 0
π ˆ π
1
p11 = √ √ sin θdθdφdφ0 , (4.82)
(4π )3 e0 r1 2 0 0 0 0 1 − cos γ
(4π )2
p11 = , (4.85)
(4π )3 e0 r1
1
p11 = . (4.86)
4πe0 r1
1
De forma análoga, temos que p22 = , confirmando assim todos os
4πe0 r2
resultados obtidos anteriormente por outra forma de cálculo.
Capítulo 5
Lista de exercícios II
Determine:
87
Capítulo 5. Lista de exercícios II 88
Determine:
(a) O potencial elétrico V (z) sobre eixo z.
(b) O campo elétrico ~E(z) sobre o eixo z.
(c) Verifique se a relação ~E = −∇V é satisfeita.
Capítulo 5. Lista de exercícios II 89
z
H/2
-H/2
y
H
x
Questão II.6. Considere uma cavidade plana circular de raio R com centro
coincidindo com a origem de um sistema cartesiano, em um plano infinito
carregado no vácuo com densidade uniforme σ. Determine:
Capítulo 5. Lista de exercícios II 90
( x − d )2 + y2
λ
V ( x, y) = − ln . (5.2)
4πe0 ( x + d )2 + y2
(b) Mostre que, além do plano z-y com x = 0 ser uma superfície
equipotencial, um conjunto de superfícies cilíndricas são também
equipotenciais, de equações
( x − x c )2 + y2 = R2 , (5.3)
onde √
2d α d ( α + 1)
R= , xc = , (5.4)
| α − 1| α−1
Capítulo 5. Lista de exercícios II 91
com
α = e4πe0 V0 /λ , (5.5)
e V0 o potencial especificado para a equipotencial em questão.
y
(x,y)
-l l
-d d x
Questão II.8. Seja um disco de raio de raio R que se encontra no vácuo com
centro coincidindo com a origem de um sistema cartesiano, com metade
de sua área preenchida com uma densidade de carga σ e a outra metade
carregada com densidade σ. Ou seja,
(
−σ, 0 < φ < π
σ(φ) =
σ, π < φ < 2π
Determine o campo elétrico numa posição z > 0 no eixo z.
Questão II.9. Seja um fio fino e finito no vácuo, carregado com densidade
linear uniforme λ no eixo z, compreendido entre z = − L/2 e z = L/2,
como indica a figura 5.7 a seguir. Considere agora, um ponto P localizado
em uma altura z e distante ρ do fio. Os ângulos α1 e α2 são definidos de tal
modo que
L/2 − z L/2 + z
sin α1 = p , sin α2 = p ,
ρ2 + (z − L/2)2 ρ2 + (z + L/2)2
ρ ρ
cos α1 = p , cos α2 = p .
2
ρ + (z − L/2) 2 ρ + (z + L/2)2
2
y
x R
P
y
x
-L/2 2
~E = λ
[(sin α1 + sin α2 )ρ̂ + (cos α1 − cos α2 )ẑ] .
4πe0 ρ
~E(ρ) = λ
ρ̂.
2πe0 ρ
R
y
(a) Encontre o campo elétrico ~E(z) sobre pontos no eixo z (~r = zẑ).
(b) Considerando agora que a superfície cilíndrica é infinita (L → ∞),
encontre o campo elétrico ~E( x ) sobre pontos no eixo x (~r = x x̂), para
dentro (x < R) e para fora (x > R) da superfície cilíndrica.
Capítulo 5. Lista de exercícios II 94
x -L/2
z
L
E
L
q y
L
x
Capítulo 5. Lista de exercícios II 95
z
R
L
y
x
Figura 5.12: Cavidade esférica de raio Rc feita no interior de uma condutor esférico
de raio R isolado no vácuo contendo uma carga pontual q em seu centro.
R
Rc
Figura 5.13: Dois condutores esféricos de raios r1 e r2 cujos centros estão separados
por uma distância d r1 + r2 no vácuo.
r1 r2
d
q2
q1
1 q
V= . (5.7)
4πe0 r1 + r2
Capítulo 5. Lista de exercícios II 97
(b) Considere agora que o efeito do campo elétrico de uma esfera sobre
a outra possa ser aproximado por uma carga pontual localizada nos
centros das esferas. Mostre que o potencial elétrico será
1 (d − r1 r2 /d)q
V= . (5.8)
4πe0 (r1 + r2 )d − 2r1 r2
4πe0 r1 r2 d
C= . (5.9)
(r1 + r2 )d − 2r1 r2
Apêndices
∞
∑ an (x − x0 )n = a0 + a1 (x − x0 ) + a2 (x − x0 )2 + ... + an (x − x0 )n + ... (A.1)
n =0
∞
(−1)n 1 1 1
∑ (n + 1)! (x − 1)n = 1 − 2! (x − 1) + 3! (x − 1)2 − 4! (x − 1)3 + ... (A.2)
n =0
(−1)n
possui an = e x0 = 1. Podemos dizer também que uma série de
( n + 1) !
potências é também uma série de polinômios un = an ( x − x0 )n com infinitos
termos.
As séries numéricas em geral podem ser classificadas em séries
convergentes e divergentes. Basicamente, a série que possui seu limite
como um número finito é classificada de convergente, do contrário, a mesma
é classificada como divergente. Vale salientar aqui que em problemas de
física, as séries devem ser convergentes para representar quantidades físicas
finitas. A partir desta constatação, surge a importância de estudarmos
99
Apêndice A. Apêndices 100
seja convergente.
| x | < 1. (A.7)
Neste caso, dizemos que o raio de convergência R é 1 e que o intervalo de
convergência é ]−1, 1[. Isto quer dizer para valores de x neste intervalo, a
série de potênciais será convergente.
ˆ x
f ( x ) = f ( x0 ) + f 0 (t)dt. (A.9)
x0
ˆ x t= x ˆ x
f 0 (t)dt = [(t − x ) f 0 (t)] − (t − x ) f 00 (t)dt. (A.10)
x0 t = x0 x0
ˆ x t= x ˆ x
(t − x )2 00 (t − x )2 000
(t − x ) f 00 (t)dt =
f (t) − f (t)dt. (A.12)
x0 2 t = x0 x0 2
ˆ x
( x − x0 )2 00
(t − x )2 000
f ( x ) = f ( x0 ) + ( x − x0 ) f 0 ( x0 ) + f ( x0 ) +
f (t)dt.
x0 2
2
(A.13)
Continuando o cálculo, após m integrações, teremos que a função
f ( x ) poderá ser escrita como a soma de um polinômio com o um termo
remanescente, ou resto, da seguinte forma,
m ˆ x
f n ( x0 )( x − x0 )n ( t − x ) m m +1
f (x) = ∑ n!
+ (−1)m
x0 m!
f (t)dt. (A.14)
n =0
Apêndice A. Apêndices 102
∞
f n ( x0 )
f (x) = ∑ n!
( x − x0 ) n , (A.17)
n =0
∞
f n (0) n
f (x) = ∑ n!
x . (A.18)
n =0
1
Exemplo A.2. Obtenha a série de Maclaurin da função f ( x ) = e
1−x
determine seu intervalo de convergência.
Temos então que f n (0) = n!, o que conduz à seguinte série de Maclarin
para a referida função,
∞
1
= ∑ x n = 1 + x + x2 + x3 + x4 + ... (A.24)
1−x n =0
1
Uma análise gráfica da série de Maclarin da função f ( x ) =
1−x
revela propriedades interessantes a respeito de como a função f ( x ) pode
ser descrita como uma série de potências. Observando a figura A.1, note
que todas as aproximações melhoram quanto mais próximo estivermos de
x = x0 = 0 e note também que ao passo que o polinômio de Taylor aumenta
de ordem (m = 1, 2, 3, 20), a aproximação do polinômio também melhora
para intervalo maior de valores de x.
Acabamos de notar que a série de Taylor se apresenta como
uma técnica matemática muito útil quando nosso interesse é escrever
de forma aproximativa alguma função f ( x ) em torno de algum ponto.
Vamos fazer agora, alguns desenvolvimentos em série de Maclaurin para
algumas funções de importância em sistemas físicos, como as funções
trigonométricas e transcendentais.
f 1 ( x ) = cos( x ), (A.25)
f 2 ( x ) = − sin( x ), (A.26)
f 3 ( x ) = − cos( x ), (A.27)
f 4 ( x ) = sin( x ). (A.28)
Apêndice A. Apêndices 104
Figura A.1: Gráficos das aproximações sucessivas do polinômio de Taylor para a função
1
f (x) = . A linha preta sólida é o gráfico da função ao passo que a linha tracejada e
1−x
pontilhada representa o polinômio de Taylor nas respectivas aproximações.
(a) m = 1. (b) m = 2.
De maneira geral,
nπ
f n ( x ) = sin x + . (A.29)
2
Isto revela que, para Série de Maclaurin (x0 = 0), somente os termos
nπ de
n
ordens ímpares serão diferentes de zero. Ou seja, f (0) = sin , onde
2
Apêndice A. Apêndices 105
fica claro que os termos com n = 0, 2, 4, 6... serão nulos. Para representarmos
a série sem esses termos nulos, basta mudarmos o índice da série de n para
2n + 1. Note que,
2n+1 (2n + 1)π
f (0) = sin = (−1)n , (A.30)
2
desta forma, a série de Maclarin para a função seno é dada por
∞
f 2n+1 (0) 2n+1
sin( x ) = ∑ (2n + 1)!
x , (A.31)
n =0
∞
(−1)n 2n+1 x3 x5 x7
sin( x ) = ∑ (2n + 1)!
x = x−
3!
+
5!
−
7!
+ ... (A.32)
n =0
Fica como exercício para o leitor mostrar que para a função cosseno
temos a seguinte série de Maclaurin,
∞
(−1)n 2n x2 x4 x6
cos( x ) = ∑ (2n)! x = 1 −
2!
+
4!
−
6!
+ ... (A.33)
n =0
∞
f n (0) n x2 x3 x4 x5
ex = ∑ n!
x = 1+x+
2!
+
3!
+
4!
+
5!
+ ... (A.34)
n =0
√
Consideremos que x = iθ com i = −1 sendo a unidade imaginária dos
números complexos. Sendo assim, temos que
θ2 iθ 3 θ4 iθ 5
eiθ = 1 + iθ −
− + + ... (A.36)
2! 3! 4! 5!
de onde podemos rearranjar os termos em duas séries, de tal forma que
θ3 θ5 θ2 θ4
iθ
e =i θ− + + ... + 1 − + ... (A.37)
3! 5! 2! 4!
Apêndice A. Apêndices 106
sin(15π/180)
≈ 98, 86%. (A.39)
15π/180
A figura A.2 a seguir apresenta as aproximações de sin( x ) para sucessivos
polinômos de Taylor.
ˆ π
sin θ 0 dθ 0
I≡ √ . (A.40)
0 R2 + r2 − 2Rr cos θ 0
1
( R +r )2
1 u− 2 +1
I= , (A.42)
2Rr − 21 + 1
( R −r )2
1
I= (| R + r | − | R − r |) . (A.43)
Rr
Para r < R (dentro da esfera), | R − r | = R − r, então
2r
I= , (A.44)
Rr
2
I= . (A.45)
R
Para r > R (fora da esfera), | R − r | = r − R, então
2R
I= , (A.46)
Rr
2
I= . (A.47)
r
Apêndice A. Apêndices 108
Figura A.2: Gráficos das aproximações sucessivas do polinômio de Taylor para a função
f ( x ) = sin( x ). A linha preta sólida é o gráfico da função ao passo que a linha tracejada
representa o polinômio de Taylor nas respectivas aproximações.
(a) m = 1. (b) m = 2.
(c) m = 3. (d) m = 7.
em r = R)
2
ˆ , r≤R
σR2 sin θ 0 dθ 0 dφ0
π
I= √ = R (A.48)
0 R2 + r2 − 2Rr cos θ 0 2 , R ≤ r.
r
A.2.2 Integral II
ˆ π
sin θ 0 dθ 0 (r − R cos θ 0 )ẑ
I≡ . (A.49)
0 ( R2 + r2 − 2Rr cos θ 0 )3/2
(A.50)
"ˆ
( R +r )2
#
r 2 − R2 + u
1
= du , (A.51)
(2r )2 R ( R −r )2 u2
3
" ˆ ( R + r )2 ˆ ( R +r )2 #
1 3 1
= (r 2 − R2 ) u− 2 du + u− 2 du , (A.52)
(2r )2 R ( R −r )2 ( R −r )2
( R +r )2 ( R +r )2
1 u − 32 +1 u − 12 +1
= (r 2 − R2 )
+ 1
, (A.53)
(2r )2 R 3
− 2 + 1 ( R −r )2
− 2 + 1 ( R −r )2
" 2
1 ( R−r)
#
√ ( R +r )2
1 2 2
= 2(r − R ) √ + 2 u ( R −r )2 , (A.54)
(2r )2 R u ( R +r )2
1 2 2 1 1
I= 2 (r − R ) − + (| R + r | − | R − r |) . (A.55)
2r R |R − r| |R + r|
Apêndice A. Apêndices 110
ˆ a
n0 πy
nπy
II = sin sin dy . (A.56)
0 a a
1
sin(θ ) sin(φ) = [cos(θ − φ) − cos(θ + φ)] , (A.57)
2
ou seja,
n0 πy (n0 − n)πy
0
nπy 1 (n + n)πy
sin sin = cos − cos .
a a 2 a a
(A.58)
Perceba que se n0 = n,
n0 πy
0
2 1 2n πy
sin = 1 − cos , (A.59)
a 2 a
Para n0 6= n,
ˆ
(n0 − n)πy
a 0
1 (n + n)πy
cos − cos dy =
0 2 a a
1 a
[sin (n0 − n)π − sin(0)]
0
(A.61)
2 (n − n)π
a 0
− 0 [sin (n + n)π − sin(0)] = 0
(n + n)π
A.2.4 Integral IV
ˆ π
cos θ 0 sin θ 0 dθ 0
III = 1/2
(A.63)
0 (z2 + R2 − 2Rz cos θ 0 )
2 2
1 +1 ( R + z ) 1 +1 ( R + z )
−
1 ( z2 + R2 ) u u2
2
= − 1 , (A.65)
(2zR)2 −1 + 1
2 2
( R−z)
+ 12 2
( R−z)
1 2 2 2 3 3
= 2 ( z + R )(| R + z | − | R − z |) − (| R + z | − | R − z | ) . (A.66)
(2zR)2 3
1 8z3
= , (A.69)
(2zR)2 3
4z
. III = (A.70)
3R2
Para z > R, temos que | R − z| = z − R. Então,
1 2 2 2 3 3
= 2(z + R )( R + z − z + R) − [( R + z) − (z − R) ] , (A.71)
(2zR)2 3
1 2 2 2 2 3
= 4R(z + R ) − (6z R + 2R ) , (A.72)
(2zR)2 3
1 8R3
= , (A.73)
(2zR)2 3
Apêndice A. Apêndices 112
4R
III = , (A.74)
3z2
ou seja de forma resumida,
4z
ˆ 2, z≤R
cos θ 0 sin θ 0 dθ 0
π
III = = 3R (A.75)
1/2
0 (z2 + R2 − 2Rz cos θ 0 ) 4R ,
z≥R
3z2
A.2.5 Integral V
ˆ π
sin θdθ
V≡ . (A.76)
0 ( R2 + d2 − 2dR cos θ )3/2
Fazendo u = R2 + d2 − 2dR cos θ temos que sin θdθ = du/2dR, u(0) =
(d − R)2 e u(π ) = (d + R)2 . Sendo assim,
ˆ ( d + R )2
1 du
V= , (A.77)
2dR ( d − R )2 u3/2
3
( d + R )2
1 u− 2 +1
V= , (A.78)
2dR − 23 + 1
(d− R) 2
2
1 1 (d+ R)
V= √ , (A.79)
dR u (d− R)2
1 1 1
V= − . (A.80)
dR |d − R| |d + R|
Para d > R, temos que |d − R| = d − R. Com efeito,
1 d+R−d+R
V= , (A.81)
dR d2 − R2
2 1
V= . (A.82)
d d2 − R2
Para d < R, temos que |d − R| = R − d. Então
1 d+R−R+d
V= , (A.83)
dR d2 − R2
Apêndice A. Apêndices 113
2 1
V= , (A.84)
R d2 − R2
ou seja de forma resumida,
2 1
ˆ π
, d<R
sin θdθ
R d − R2
2
= . (A.85)
0 ( R + d − 2dR cos θ )3/2
2 2 2 1
d>R
,
d d2 − R2
A.2.6 Integral VI
ˆ π
sin θ 0 cos θ 0 dθ 0
IV ≡ ẑ . (A.86)
0 ( R2 + d2 − 2Rd cos θ 0 )3
R2 + d2 − u du
Fazendo u = R2 + d2 − 2Rd cos θ 0 , temos cos θ 0 = e =
2Rd 2Rd
sin θdθ. Desta maneira, teremos
ˆ ( d + R )2 R2 + d2 − u du
IV = , (A.87)
( d − R )2 2Rdu3 2Rd
" ˆ ( d + R )2 ˆ ( d + R )2 #
1 2 2 du du
= (R + d ) − , (A.88)
(2Rd)2 ( d − R )2 u
3
( d − R )2 u
2
2 2
−3+1 ( d + R ) −2+1 ( d + R )
1 ( R2 + d2 ) u u
= − , (A.89)
(2Rd)2 − 3 + 1 ( d − R )2 − 2 + 1 ( d − R )2
" ( d − R )2 ( d − R )2 #
1 2 2 1 1
= ( R + d ) − 2 , (A.90)
2(2Rd)2 u 2 ( d + R )2
u ( d + R )2
1 2 2 1 1 1 1
= (R + d ) − −2 − ,
2(2Rd)2 ( d − R )4 ( d + R )4 ( d − R )2 ( d + R )2
(A.91)
( d + R )4 − ( d − R )4 ( d + R )2 − ( d − R )2
1
= ( R2 + d2 ) − 2 ,
2(2Rd)2 ( d2 − R2 )4 ( d2 − R2 )2
(A.92)
Apêndice A. Apêndices 114
1 32R3 d3
= , (A.95)
2(2Rd)2 (d2 − R2 )4
4Rd
IV = . (A.96)
( d2 − R2 )4
ˆ π
cos θ 0 sin θ 0 dθ 0
VII ≡ √ . (A.97)
0 R2 + r2 − 2Rr cos θ 0
( R +r )2
1 1 +1 ( R +r )
2
1 (r 2 + R2 )
u − 2 +1u2
= − 1 , (A.99)
(2rR)2 1
− 2 + 1 ( R −r )2
2 + 1 ( R −r )2
1 2 2 2 3 3
= 2(r + R )(| R + r | − | R − r |) − (| R + r | − | R − r | ) .
(2rR)2 3
(A.100)
Para r > R, | R + r | = R + r e | R − r | = r − R. Dessa forma,
ˆ π
cos θ 0 sin θ 0 dθ 0 1 n
√ = 2(r2 + R2 )( R +
r−
r + R)
0 R2 + r2 − 2Rr cos θ 0 (2rR)2
2
− [(r + R)3 − (r − R)3 ] ,
3
(A.101)
Apêndice A. Apêndices 115
1 n
= 2
4( Rr2 + R3 )
(2rR)
(A.102)
2 3
− [r + 3r2 R + 3rR 2
+ R3 − r3 + 3r2 R − 3rR 2
+ R3 ] ,
3
1 2 3 4 2 3
= 4 ( Rr + R ) − [ 3r R + R ] , (A.103)
(2rR)2 3
1 4n 2 3 2 3
o 8R3
= 3Rr + 3R − 3r R − R = , (A.104)
(2rR)2 3 12r2 R2
ˆ π
cos θ 0 sin θ 0 dθ 0 2R
√ = 2 , r > R. (A.105)
0 R 2 + r 2 − 2Rr cos θ 0 3r
Para r < R, | R + r | = R + r e | R − r | = R − r. Dessa forma,
ˆ π
cos θ 0 sin θ 0 dθ 0 1 n
√ = 2
2(r2 + R2 )(r +
R−
R + r)
0 R2 + r2 − 2Rr cos θ 0 (2rR)
2
− [(r + R)3 − ( R − r )3 ] ,
3
(A.106)
1 n
= 4(r3 + rR2 )
(2rR)2
(A.107)
2 3 2 2 3 3 2 2 3
− [r + 3r R + 3rR + R − R + 3R r − 3Rr + r ] ,
3
1 3 2 4 2 3
= 4(r + rR ) − [3R r + R ] , (A.108)
(2rR)2 3
1 4n 2 3 2 3
o 8r3
= 3rR + 3r − 3R r − r = , (A.109)
2
(2rR) 3
12r2 R2
ˆ π
cos θ 0 sin θ 0 dθ 0 2r
√ = 2
, r < R. (A.110)
0 2 2
R + r − 2Rr cos θ 0 3R
De forma resumida teremos
2r
ˆ 2, r < R
cos θ 0 sin θ 0 dθ 0
π
√ = 3R (A.111)
0 R2 + r2 − 2Rr cos θ 0 2R , r > R.
3r2