Aula 16 - Direito Administrativo - Aula 02

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PACOTE DE EXERCCIOS MDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL MPU/2010


PROF. EDSON MARQUES

Ol, pessoal, Como esto? Nesta aula abordaremos tema de suma importncia que cobrado em praticamente todas as provas de concurso, sobretudo elaboradas pelo CESPE, que um admirador, devoto, de atos administrativos. Ento, veremos:
4. Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulao,

AULA 02

revogao e convalidao; discricionariedade e vinculao. 3. Servios Pblicos: conceito e princpios; delegao: concesso, permisso e autorizao.

Vamos ao que interessa.

QUESTES SELECIONADAS
1. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJDFT CESPE/2008) O conceito de ato administrativo engloba todas as aes emanadas da administrao pblica e sujeitas ao controle pelo Poder Legislativo.

2. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO TCU CESPE/2008) Os atos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judicirio devem sempre ser atribudos sua funo tpica, razo pela qual tais poderes no praticam atos administrativos.

3. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJ/CE CESPE/2008) Os chamados atos administrativos no so necessariamente praticados pelos rgos e entidades que compem o Poder Executivo, que, por outro lado, pode praticar atos que no se caracterizam como administrativos. No primeiro caso, um exemplo o contrato firmado pelo Poder Judicirio com uma entidade privada para a realizao de concurso pblico; o segundo exemplifica-se com a concesso do indulto de Natal.

4. (TCNICO EM COMUNICAO SOCIAL REL. PBLICAS MPS CESPE/2010) Quando um banco estatal celebra, com um cliente, um contrato de abertura de conta-corrente, est praticando um ato administrativo.

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5. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO TCU CESPE/2008) So exemplos de atos administrativos relacionados com a vida funcional de servidores pblicos a nomeao e a exonerao. J os atos praticados pelos concessionrios e permissionrios do servio pblico no podem ser alados categoria de atos administrativos.

6. (ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) Atos praticados pela administrao valendo-se de suas prerrogativas e regido pelas normas de direito pblico so exemplos de atos administrativos, no podendo ser classificados, portanto, como atos da administrao.

7. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO TCU CESPE/2008) O ato administrativo no surge espontaneamente e por conta prpria. Ele precisa de um executor, o agente pblico competente, que recebe da lei o devido dever-poder para o desempenho de suas funes.

8. (TABELIO TJDFT CESPE/2008) O silncio administrativo no significa ocorrncia do ato administrativo ante a ausncia da manifestao formal de vontade, quando no h lei dispondo acerca das conseqncias jurdicas da omisso da administrao.

9. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO ADMINISTRAO TCE/AC CESPE/2008) Um administrador cuja atribuio determinada por lei competente para a prtica de ato administrativo, mas no o o administrador cuja atribuio determinada por regulamento ou portaria.

10.(ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO ADMINISTRAO TCE/AC CESPE/2008) A competncia um requisito personalssimo do ato administrativo, no se admitindo delegao e avocao.

11.(TCNICO JUDICIRIO TJ/RJ CESPE/2008) A competncia para a prtica do ato administrativo, seja vinculado, seja discricionrio, condio para a sua validade, mas admite-se a delegao do seu exerccio por vontade do delegante.

12.(AGENTE ADMINISTRATIVO MPS CESPE/2010) A competncia delegvel, mas no passvel de avocao.

13.(TCNICO EM COMUNICAO SOCIAL RELAES PBLICAS MPS CESPE/2010) A delegao no transfere a competncia, mas somente o exerccio de parte das atribuies

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14. (PROCURADOR FEDERAL AGU CESPE/2010) O ato de delegao no retira a


atribuio da autoridade delegante, que continua competente cumulativamente com a autoridade delegada para o exerccio da funo.

15.(ASSESSOR TCNICO JURDICO TCE/RN CESPE/2009) A edio de atos de carter normativo, a deciso de recursos administrativos e as matrias de competncia exclusiva do rgo ou da entidade no so objeto de delegao.

16.(AGENTE ADMINISTRATIVO MPS CESPE/2010) A edio de atos de carter normativo um dos objetos de delegao. 17.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRT 17 REGIO CESPE/2009) Em algumas circunstncias, pode um agente transferir a outro funes que originariamente lhe so atribudas, fato esse denominado delegao de competncia. Entretanto, no se admite delegar a edio de atos de carter normativo, a deciso de recursos administrativos e as matrias de competncia exclusiva do rgo ou autoridade.

18.(ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO ADMINISTRAO TCE/AC CESPE/2008) A indicao de motivo pode ser dispensvel em atos discricionrios, como, por exemplo, em um ato de governador de estado publicado no dirio oficial que exonera um secretrio de estado do cargo que ocupa.

19.(ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO ADMINISTRAO TCE/AC CESPE/2008) Atos vinculados no dependem de motivao para sua validade.

20.(TCNICO JUDICIRIO TJ/RJ CESPE/2008) Quando o agente pblico explicita a motivao do ato administrativo discricionrio, os motivos implicam vinculao apenas quanto aos fundamentos de direito.

21.(ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO ADMINISTRAO TCE/AC CESPE/2008) Segundo a teoria dos motivos determinantes, o ato discricionrio, quando motivado, no fica vinculado ao motivo que lhe serviu de suporte.

22.(TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) As razes explicitadas na motivao de um ato administrativo so determinantes na aferio da validade e da

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23.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA STJ CESPE/2008) O administrador pblico pode praticar ato administrativo que contrarie jurisprudncia do STJ, firmada em sentido contrrio, desde que o faa de forma motivada, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos.

24.(TCNICO JUDICIRIO STJ CESPE/2008) Como regra geral os atos administrativos devem ser motivados, com a clara indicao dos fatos e fundamentos, sendo, por esse motivo, vedadas as decises orais.

25.(TCNICO JUDICIRIO TJ/RJ CESPE/2008) O ato administrativo discricionrio pode ser motivado aps sua edio.

26.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRT 5 REGIO CESPE/2008) dispensvel a motivao para o ato administrativo quando este se destinar apenas a suspender outro ato anteriormente editado.

27.(AGENTE DE INTELIGNCIA ABIN CESPE/2008) No viola o princpio da motivao dos atos administrativos o ato da autoridade que, ao deliberar acerca de recurso administrativo, mantm deciso com base em parecer da consultoria jurdica, sem maiores consideraes.

28.(ANALISTA TCNICO-ADMINISTRATIVO MS CESPE/2010) Conforme afirma a doutrina prevalente, o ato administrativo ser sempre vinculado com relao competncia e ao motivo do ato.

29.(TCNICO JUDICIRIO TRT 5 REGIO CESPE/2008) O ato administrativo de remoo de servidor pblico ocupante de cargo efetivo com o intuito de puni-lo caracteriza desvio de poder.

30.(ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRT/17 Regio CESPE/2009) O desvio de finalidade do ato administrativo verifica-se quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explcita ou implicitamente, na regra de competncia.

31.(PERITO MDICO PREVIDENCIRIO INSS CESPE/2010) A alterao da finalidade do ato administrativo expressa na norma legal ou implcita no ordenamento da administrao caracteriza o desvio de poder.

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32.(ASSISTENTE ADMINISTRATIVO MPE/RR CESPE/2008) Determinado policial civil, valendose da prerrogativa que o cargo lhe assegura, ingressou em uma casa de espetculos, na qual iria ocorrer um show de pagode, sem pagar o ingresso correspondente, sob o argumento de que, por ser policial, tem livre acesso a locais pblicos e privados. Tendo como referncia a situao descrita acima, julgue os itens a seguir, relativos a poderes e atos administrativos. Caso fique comprovado que o policial no estava no local em razo do servio, mas apenas para assistir ao show, restar configurado desvio de finalidade.

33.(ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - MPE/RR 2008) Os atos administrativos tm presuno de legitimidade e veracidade.

34.(TCNICO JUDICIRIO TJ/RJ CESPE/2008) A presuno de legitimidade do ato administrativo transfere administrao o nus de provar que o ato administrativo legtimo.

35.(ANALISTA TCNICO-ADMINISTRATIVO MS CESPE/2010) Os atos administrativos gozam de presuno iuris et de iure de legitimidade. 36.(TCNICO JUDICIRIO TRT 5 REGIO CESPE/2008) A administrao tem o nus de provar a legalidade do ato administrativo sempre que ela for questionada judicialmente.

37.(ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) Os atos administrativos so dotados de presuno de veracidade e legitimidade, razo pela qual vedado ao Poder Judicirio apreciar de ofcio a validade de tais atos.

38.(ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRE/BA CESPE/2010) Um dos efeitos do atributo da presuno de veracidade dos atos administrativos reside na impossibilidade de apreciao de ofcio da validade do ato por parte do Poder Judicirio.

39.(TCNICO EM COMUNICAES DPU CESPE/2010) Pelo atributo da presuno de veracidade, a validade do ato administrativo no pode ser apreciada de ofcio pelo Poder Judicirio. 40.(TCNICO JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJ/CE CESPE/2008) Os atos administrativos possuem atributos tpicos. Por exemplo, se algum invade a rea pblica, estendendo os limites de suas instalaes alm do permitido para construo, caracteriza-se no apenas a

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PROF. EDSON MARQUES exigibilidade, com o que se obriga ao cumprimento da obrigao sem a necessidade de recorrer ao Poder Judicirio, como tambm a executoriedade, pois a administrao pode, por iniciativa prpria, derrubar construo erigida em rea pblica.

41.(DEFENSOR PBLICO DPE/ES CESPE/2009) A autoexecutoriedade atributo presente em qualquer ato administrativo.

42.(TCNICO JUDICIRIO TRE/BA CESPE/2010) A autoexecutoriedade um atributo de todos os atos administrativos.

43.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJDFT CESPE/2008) A imperatividade o atributo pelo qual algumas espcies de atos administrativos se impem a terceiros, mesmo que no haja sua concordncia explcita.

44.(ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRT 5 REGIO CESPE/2008) Os atos administrativos no tm poder de coercibilidade em relao aos particulares, visto que ningum est obrigado a fazer ou deixar de fazer algo seno em virtude de lei.

45.(AGENTE DE POLCIA FEDERAL DPF/MJ CESPE/2009) O princpio da presuno de legitimidade ou de veracidade retrata a presuno absoluta de que os atos praticados pela administrao pblica so verdadeiros e esto em consonncia com as normas legais pertinentes.

46.(TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) O ato administrativo vlido quando expedido em absoluta conformidade com as exigncias do ordenamento jurdico.

47.(PERITO MDICO INSS CESPE/2010) O ato administrativo pode ser perfeito, vlido e ineficaz.

48.(PERITO MDICO INSS CESPE/2010) O ato administrativo pendente pressupe um ato perfeito.

49.(TCNICO EM COMUNICAES DPU CESPE/2010) Quanto exequibilidade, o denominado ato administrativo perfeito aquele que j exauriu seus efeitos, tornando-se definitivo e no podendo mais ser impugnado na via administrativa ou na judicial.

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PROF. EDSON MARQUES 50.(PROCURADOR FEDERAL AGU CESPE/2010) O ato administrativo pode ser invlido e, ainda assim, eficaz, quando, apesar de no se achar conformado s exigncias normativas, produzir os efeitos que lhe seriam inerentes, mas no possvel que o ato administrativo seja, ao mesmo tempo, perfeito, invlido e eficaz.

51.(TCNICO JUDICIRIO STJ CESPE/2008) Uma autarquia federal realizou concurso pblico para alguns cargos e fixou seu prazo de validade em apenas um ano, improrrogvel. Nessa situao, nada h de irregular na conduta do mencionado ente pblico, pois se trata de ato discricionrio.

52.(TCNICO JUDICIRIO TRT 5 REGIO CESPE/2008) A aposentadoria de cargo de provimento efetivo, por implemento de idade, um ato administrativo discricionrio.

53.(AGENTE DE INTELIGNCIA ABIN CESPE/2008) O prefeito de determinado municpio houve por bem desapropriar terreno com vistas a construir um hospital. No entanto, em vez de hospital, foi construda uma escola pblica. Considerando a situao hipottica apresentada, julgue os itens seguintes, que dizem respeito aos atos administrativos. ** O decreto desapropriatrio considerado ato vinculado.

54.(TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) O ato administrativo simples resulta da vontade de um rgo, mas depende da verificao por parte de outro rgo para se tornar exeqvel.

55.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRE/BA CESPE/2010) Ato administrativo complexo aquele que resulta do somatrio de manifestaes de vontade de mais de um rgo, por exemplo, a aposentadoria.

56.(ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), a aposentadoria seria exemplo de ato composto mesmo nos casos em que o tribunal de contas, no exerccio do controle externo constitucionalmente previsto, aprecia a legalidade da prpria concesso.

57.(ASSISTENTE ADMINISTRATIVO MPE/RR CESPE/2008) Atos administrativos complexos so aqueles que demandam profunda anlise do administrador pblico e estudos tcnicos prvios.

58.(ASSISTENTE ADMINISTRATIVO MPE/RR CESPE/2008) Ato administrativo composto o

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PROF. EDSON MARQUES que resulta da manifestao de dois ou mais rgos, em que a vontade de um instrumental em relao de outro, que edita o ato principal.

59.(ANALISTA ADMINISTRATIVO ANTAQ CESPE/2009) Considere que a ANTAQ tenha editado resoluo que exija, como requisito para obteno de autorizao para o afretamento de embarcaes estrangeiras, a prvia consulta sobre a disponibilidade de embarcaes nacionais que possam fazer a navegao de cabotagem. Acerca dessa situao hipottica e dos atos administrativos a ela relacionados, julgue os itens que se seguem. *** Resolues como a mencionada so classificadas como atos administrativos compostos, j que so formadas pela vontade de mais de um agente pblico.

60.(ANALISTA ADMINISTRATIVO ANAC CESPE/2009) Um decreto assinado pelo chefe do Poder Executivo e referendado por um ministro de Estado e uma dispensa de licitao dependente de homologao por uma autoridade superior para produzir efeitos so exemplos, respectivamente, de ato complexo e ato composto.

61.(DEFENSOR PBLICO DPE/ES CESPE/2009) De acordo com a doutrina, as resolues e as portarias editadas no mbito administrativo so formas de que se revestem os atos gerais ou individuais, emanados do chefe do Poder Executivo.

62.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJ/CE CESPE/2008) considerado um ato declaratrio o reconhecimento reduo de um tributo por se ter um estabelecimento instalado em determinada regio beneficiada por incentivos fiscais para o seu desenvolvimento, pois esse direito no existia antes do respectivo ato.

63.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJ/CE CESPE/2008) Se a administrao do municpio conceder alvar de funcionamento para um tipo de estabelecimento, de acordo com as exigncias legais, contra os interesses particulares dos moradores de determinado local, tendo como objetivo o aumento da arrecadao tributria, o Poder Judicirio estar autorizado a decretar a nulidade do ato, por ser ele vinculado, e no discricionrio.

64.(ASSESSOR TCNICO JURDICO TCE/RN CESPE/2009) Atos administrativos enunciativos so aqueles em que a administrao certifica ou atesta um fato ou emite um juzo de valor acerca de determinado assunto, como, por exemplo, as certides e os atestados.

65.(ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TJDFT CESPE/2008) Mesmo nos atos discricionrios, no h margem para que o administrador atue com excessos ou desvio de poder,

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PROF. EDSON MARQUES competindo ao Poder Judicirio o controle cabvel.

66.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJDFT CESPE/2008) A revogao, a anulao e a cassao so formas de extino de um ato administrativo por meio de outro ato do Poder Pblico.

67.(TCNICO JUDICIRIO TRT 5 REGIO CESPE/2008) O Poder Judicirio pode revogar seus prprios atos administrativos e anular os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo.

68.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRT 5 REGIO CESPE/2008) A revogao de ato administrativo por motivo de convenincia e oportunidade deve respeitar os direitos eventualmente adquiridos.

69.(ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRT 5 REGIO CESPE/2008) A revogao do ato administrativo ocorre por motivo de convenincia e oportunidade e opera efeitos ex nunc.

70.(ASSISTENTE ADMINISTRATIVO MPE/RR CESPE/2008) Os atos administrativos podem ser revogados pelo Poder Judicirio.

71.(TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) A revogao de ato administrativo ocorre por manifestao bilateral de vontade, ou seja, por vontade da administrao e do administrado.

72.(TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) O Poder Judicirio pode revogar ato administrativo por no considerar sua edio oportuna.

73.(ANALISTA ADMINISTRATIVO ANAC CESPE/2009) A revogao, possvel de ser feita pelo Poder Judicirio e pela administrao, no respeita os efeitos j produzidos pelo ato administrativo.

74.(TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) Um ato administrativo pode ser revogado se ofender direito lquido e certo de particular.

75.(ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRT/17 REGIO CESPE/2009) De acordo com a teoria dos motivos determinantes, os atos administrativos, quando tiverem sua prtica

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PROF. EDSON MARQUES motivada, ficam vinculados aos motivos expostos, para todos os efeitos jurdicos. Havendo desconformidade entre os motivos e a realidade, ou quando os motivos forem inexistentes, a administrao deve revogar o ato.

76.(ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TJDFT CESPE/2008) A possibilidade da anlise de mrito dos atos administrativos, ainda que tenha por base os princpios constitucionais da administrao pblica, ofende o princpio da separao dos poderes e o estado democrtico de direito. 77.(ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TJDFT CESPE/2008) O Poder Judicirio poder exercer amplo controle sobre os atos administrativos discricionrios quando o administrador, ao utilizar-se indevidamente dos critrios de convenincia e oportunidade, desviar-se da finalidade de persecuo do interesse pblico.

78.(TABELIO TJDFT CESPE/2008) O STF, em posio j tradicional de sua jurisprudncia, classificou os atos administrativos eivados de vcios em ilegais, inconvenientes ou inoportunos, dizendo serem os ilegais passveis de anulao, e os ltimos, de revogao, mas, em qualquer dos casos, os direitos existentes devem ser sempre respeitados, por terem sido incorporados na esfera jurdica do indivduo.

79.(TCNICO JUDICIRIO STJ CESPE/2008) Ainda que um ato praticado pela administrao tenha observado todas as formalidades legais, ela poder revog-lo se julgar conveniente, desde que respeite os direitos adquiridos por ele gerados.

80.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRE/BA CESPE/2010) Apesar de o ato de revogao ser dotado de discricionariedade, no podem ser revogados os atos administrativos que geram direitos adquiridos.

81.(TCNICO JUDICIRIO TJ/RJ CESPE/2008) O ato administrativo pode ser revogado por ter perdido sua utilidade.

82.(ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) A revogao de atos pela administrao pblica, por motivos de oportunidade e convenincia, possui limitao de natureza temporal, como, por exemplo, o prazo qinqenal previsto na Lei n 9.784/1999, no entanto no possui natureza material.

83.(TCNICO JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJ/CE CESPE/2008) No controle dos atos

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PROF. EDSON MARQUES administrativos, a regra aplicvel ao Poder Judicirio examin-los sob o prisma da legalidade e, quanto ao mrito, apreciar sua convenincia e oportunidade, sobretudo em se tratando de atos motivados, o que importa dizer que so passveis de anulao, independentemente de eventuais leses aos cofres pblicos.

84.(TCNICO

EM

COMUNICAES

DPU

CESPE/2010)

Os

atos

administrativos

discricionrios, por sua prpria natureza, no admitem o controle pelo Poder Judicirio.

85.(TCNICO EM COMUNICAO SOCIAL RELAES PBLICAS MPS CESPE/2010) permitido ao Poder Judicirio avaliar e julgar o mrito administrativo de ato proveniente de um administrador pblico.

86.(ANALISTA TCNICO-ADMINISTRATIVO MS CESPE/2010) No controle dos atos discricionrios, os quais legitimam espao de liberdade para o administrador, o Poder Judicirio deve, em regra, limitar-se ao exame da legalidade do ato, sendo vedada a anlise dos critrios de convenincia e oportunidade adotados pela administrao.

87.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRT 5 REGIO CESPE/2008) O prazo decadencial para a administrao pblica anular atos administrativos de efeitos patrimoniais contnuos renova-se periodicamente.

88.(ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRT 5 REGIO CESPE/2008) Os atos administrativos podem ser anulados pela prpria administrao pblica, sem que seja preciso recorrer ao Poder Judicirio.

89.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRT 17 REGIO CESPE/2009) O ato administrativo nulo, por ter vcio insanvel, opera sempre efeitos ex tunc, isto , desde ento. Dessa forma, mesmo terceiros de boa-f so alcanados pelo desfazimento de todas as relaes jurdicas que se originaram desse ato.

90.(TCNICO EM COMUNICAES DPU CESPE/2010) Valendo-se de seu poder de autotutela, a administrao pblica pode anular o ato administrativo, sendo que o reconhecimento da desconformidade do ato com a lei produz efeitos a partir da prpria anulao.

91.(TCNICO JUDICIRIO TRE/GO CESPE/2005) O conceito de servio pblico no uniforme, pois varia em funo do pas e do momento histrico, e, alm disso, a legislao

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PROF. EDSON MARQUES de cada Estado soberano que define, em cada poca, quais atividades so classificveis como servio pblico.

92.(ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRT 9 REGIO CESPE/2007) Prevalece o entendimento de que o conceito de servio pblico deve ser pautado pelo critrio orgnico ou subjetivo, segundo o qual servio pblico aquele prestado pelos rgos ou entidades de natureza pblica.

93.(TCNICO JUDICIRIO TRE/MT CESPE/2010) Servio pblico toda atividade material que a lei atribui diretamente ao Estado, sob regime exclusivo de direito pblico; assim, as atividades desenvolvidas pelas pessoas de direito privado por delegao do poder pblico no podem ser consideradas como tal.

94.(TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) O conceito de servio pblico compreende no somente a execuo de determinada atividade, como tambm sua gesto, que deve ser desempenhada pelo Estado por intermdio da atuao exclusiva da administrao centralizada.

95.(ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO TCU CESPE/2007) No Brasil, segundo entendimento doutrinrio dominante, a atividade em si no permite decidirmos se um servio ou no pblico, uma vez que h atividades essenciais, como a educao, que so exploradas por particulares sem regime de delegao, e h servios totalmente dispensveis, a exemplo das loterias, que so prestados pelo Estado como servio pblico. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. Direito administrativo.13. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007 (com adaptaes). Tendo o texto acima como referncia inicial, julgue os itens que seguem, acerca dos servios pblicos. Segundo a corrente doutrinria conhecida como essencialista, no possvel identificar um ncleo relativo natureza da atividade que leve classificao de uma atividade como servio pblico.

96.(TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) Todo servio pblico tem por finalidade atender a necessidades pblicas, razo pela qual toda atividade de interesse pblico constitui servio pblico.

97.(TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) Os servios pblicos, em qualquer hiptese, esto sujeitos ao regime jurdico pblico.

98.(TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) Para se atender ao princpio da igualdade

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PROF. EDSON MARQUES dos usurios, devem-se impor prazos rigorosos ao contraente.

99.(TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) O princpio da igualdade dos usurios no aplicvel ao servio pblico, na medida em que devem ser considerados, como regra, aspectos de carter pessoal de cada usurio na prestao do servio pblico.

100.

(TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) Pelo princpio da continuidade do

servio pblico, a pessoa que satisfaa as condies legais estabelecidas faz jus prestao de servio, sem qualquer distino de carter pessoal.

101.

(TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) O reconhecimento de privilgios para

a administrao, como, por exemplo, a encampao, fundamenta-se no princpio da continuidade do servio pblico.

102.

(AUDITOR DO ESTADO SECONT CESPE/2009) Tendo em vista o princpio da

continuidade do servio pblico, na hiptese de resciso do contrato administrativo, a administrao pblica detm a prerrogativa de, nos casos de servios essenciais, ocupar provisoriamente bens mveis, imveis, pessoal e servios vinculados ao objeto do contrato.

103.

(TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) O uso compulsrio dos recursos

humanos pela administrao est fundamentado no princpio da mutabilidade do regime jurdico.

104.

(TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) Pelo princpio da mutabilidade do

regime jurdico, tanto os servidores pblicos quanto os usurios dos servios pblicos tm direito adquirido de manuteno de determinado regime jurdico.

105.

(TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) O princpio da mutabilidade do

regime jurdico aplicvel ao servio pblico, motivo pelo qual so autorizadas mudanas no regime de execuo do servio para adaptaes ao interesse pblico, o que implica ausncia de direito adquirido quanto manuteno de determinado regime jurdico.

106.

(DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) A permisso de servio pblico

definida pela lei geral de concesses como a delegao, a ttulo precrio, mediante licitao, da prestao de servios pblicos, feita pelo poder concedente pessoa fsica ou jurdica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

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PROF. EDSON MARQUES 107. (DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) No procedimento de licitao para

contratao de servios pblicos, obrigatoriamente a primeira fase ser a de habilitao e a segunda, de julgamento da proposta que melhor se classificar, conforme as condies estabelecidas no edital, no sendo possvel a inverso dessas fases.

108.

(DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) No contrato de concesso,

obrigatria clusula que preveja o foro de eleio, no sendo possvel, diante do interesse pblico envolvido, prever-se o emprego de mecanismos privados para a resoluo de disputas decorrentes do contrato ou a ele relacionadas, inclusive a arbitragem.

109.

(DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) No contrato de concesso

patrocinada, no mbito das parcerias pblico-privadas, os riscos do negcio jurdico decorrentes de caso fortuito ou fora maior sero suportados exclusivamente pelo parceiro privado.

110.

(DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) Uma concessionria de energia

eltrica, pessoa jurdica de direito privado, houve por bem terceirizar o servio de corte do fornecimento de tal servio. Marcos, empregado dessa empresa terceirizada, ao efetuar a suspenso dos servios de energia eltrica em favor de Maria, acabou por agredi-la, j que essa alegava que a conta j havia sido paga. Em relao a essa situao hipottica. *** A lei geral de concesso no autoriza a suspenso do fornecimento de energia eltrica, pelo inadimplemento por parte do usurio, j que o acesso ao servio de energia eltrica decorre da prpria dignidade da pessoa humana, que deve prevalecer sobre os interesses econmicos da concessionria.

111.

(DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) Uma concessionria de energia

eltrica, pessoa jurdica de direito privado, houve por bem terceirizar o servio de corte do fornecimento de tal servio. Marcos, empregado dessa empresa terceirizada, ao efetuar a suspenso dos servios de energia eltrica em favor de Maria, acabou por agredi-la, j que essa alegava que a conta j havia sido paga. Em relao a essa situao hipottica. *** Cabe mandado de segurana contra ato dos diretores da concessionria de servio pblico, com vistas a restabelecer o servio de energia eltrica, o qual dever ser impetrado na justia estadual.

112.

(DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) Uma concessionria de energia

eltrica, pessoa jurdica de direito privado, houve por bem terceirizar o servio de corte do fornecimento de tal servio. Marcos, empregado dessa empresa terceirizada, ao efetuar a

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ANALISTA PROCESSUAL MPU/2010
PROF. EDSON MARQUES suspenso dos servios de energia eltrica em favor de Maria, acabou por agredi-la, j que essa alegava que a conta j havia sido paga. Em relao a essa situao hipottica. *** A competncia para julgar eventual ao de indenizao proposta contra a concessionria de servio pblico ser da justia federal, j que se trata de uma delegao de servio pblico federal.

113.

(ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) O servio de

transporte coletivo ou seletivo de passageiros pode ser executado, mediante transferncia a terceiros, por intermdio de delegao, subdelegao, contratao, permisso ou outro instrumento jurdico vlido.

114.

(ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) A delegao

do transporte seletivo se far por intermdio de permisso de execuo de servio, que pode ser rescindida, por iniciativa da permissionria, somente no caso de descumprimento de normas contratuais pelo poder concedente, sendo certo que os servios sero paralisados to logo haja o descumprimento das aludidas normas contratuais.

115.

(ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) A permisso,

concedida por prazo certo e determinado, ser renovada ou mantida, enquanto a execuo do servio for considerada eficiente

GABARITO:
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 E E C E E E C C E E E 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 E C C E E E C C E E E 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 C C C C E E C C C C E 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 C C C E E C E E E C E 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 E E E C C C C C C E E 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 E C E C C C E E E E C 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 C E E E E E E E E E C 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 C E E E E E E E E E

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PROF. EDSON MARQUES 57 58 59 60 E C E C 72 73 74 75 E E E E

12 13 14 15

E C C C

27 28 29 30

C E C C

42 43 44 45

E C E E

87 88 89 90

E C E E

102 103 104 105

C E E C

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QUESTES COMENTADAS 1. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJDFT CESPE/2008) O conceito de ato administrativo engloba todas as aes emanadas da administrao pblica e sujeitas ao controle pelo Poder Legislativo. Comentrio: Devemos, inicialmente, entender o que o ato administrativo e, para tanto, necessrio compreender como se d seu surgimento. Observe que no mundo h diversos fatos que consubstanciam a realizao de coisas, tal como andar, falar, chover, um raio, um aperto de mo etc, ou seja, alguns fatos surgem de condutas humanas e outros, independentemente dessa. Nesse universo, nem todos os fatos interessam ao Direito. Somente ser objeto de ateno os que tenham implicao jurdica, ou seja, os fatos mais importantes, aos quais se atribuem algum efeito ou conseqncia no mbito do Direito, de modo a fazer surgir, extinguir, modificar ou alterar direitos ou obrigaes. Assim, somente interessam os fatos que tm reflexo na ordem jurdica, denominando-se fatos jurdicos. Para o Prof. Celso Antnio Bandeira de Mello fato jurdico qualquer acontecimento a que o Direito imputa e enquanto imputa efeitos jurdicos. O fato jurdico, portanto, pode ser um evento material ou uma conduta humana, voluntria ou involuntria, preordenada ou no a interferir na ordem jurdica. Com efeito, em relao aos fatos interessa-nos aqueles que tm alguma influncia no cotidiano da Administrao Pblica, ou seja, os denominados fatos administrativos. Estes so considerados, em sentido amplo, como toda atividade material que tem, por objetivo, efeitos prticos no interesse da Administrao Pblica.
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Dessa forma, os fatos administrativos podem ser voluntrios ou naturais. So voluntrios quando traduzem providncias desejadas pela Administrao, atravs de sua manifestao volitiva ou por condutas administrativas que refletem aes ou comportamentos administrativos. So naturais quando se originam de eventos da natureza que refletem na rbita administrativa. Podemos dizer, ento, que os fatos administrativos ou decorrem de atos administrativos, sendo a execuo material destes (exemplo: expedio de ato determinando a derrubada de construo irregular ato administrativo; o fato ser a execuo desse ato, ou seja, a derrubada da obra irregular o que alguns denominam como mero ato administrativo), ou surgem de eventos naturais (exemplo: morte de um servidor). de se mencionar que, para a Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, os fatos que ocorrem no mbito da Administrao, mas no tm qualquer efeito jurdico, so fatos da Administrao, e a realizao material de certas condutas pela Administrao estaria englobada dentre os atos da Administrao, sendo fato administrativo apenas aqueles que decorrem de eventos naturais e tenha conseqncias ou decorram efeitos jurdicos para o Direito Administrativo. Assim, conforme lio da Professora Di Pietro, dentre os atos da Administrao, se incluiria: a) os atos de direito privado; b) os atos materiais da administrao; c) atos de conhecimento, opinio, juzo ou valor; d) os atos polticos; e) os contratos; f) os atos normativos; e, g) os atos administrativos propriamente ditos. O Prof. Bandeira de Mello, por outro lado, explica que so atos da Administrao os atos regidos pelo direito privado, atos materiais (cirurgia, pavimentao de rua etc) e atos polticos ou de governo. Para o renomado Mestre, vale destacar ainda, que as omisses da Administrao Pblica, ou seja, o silncio da Administrao, no se enquadra como ato administrativo, sendo, portanto, um fato administrativo.

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Dessa forma, preciso esclarecer que nem todo ato praticado pela Administrao tido como ato administrativo, alguns so atos da Administrao, cuja expresso representa toda atividade, jurdica ou no jurdica, que tem nascimento a partir da Administrao Pblica, consoante dico de Cretella Jnior. Por outro lado, devemos observar que o Poder Judicirio e o Poder Legislativo, no exerccio de suas funes tpicas, no praticam atos administrativos, ou seja, praticam atos judiciais e legislativos, respectivamente. Por isso, nem todos os atos praticados pela Administrao se caracterizam como atos administrativos, alguns, por exemplo, so considerados atos privados, tal como a assinatura de um cheque, o pagamento de uma fatura de telefone, a locao de um imvel, pois so atos que so regidos pelas regras de direito privado. Dessa forma, conforme conceitua Hely Lopes Meirelles, ato administrativo toda manifestao unilateral de vontade da Administrao Pblica que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigaes aos administrados ou a si prpria. Nesse sentido, arremata Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, esclarecendo que o ato administrativo uma manifestao de vontade, de contedo jurdico, da Administrao Pblica; o fato administrativo, por seu turno, no provido de contedo jurdico, no tem por escopo a produo de efeitos jurdicos; configura a realizao material, a execuo prtica de uma deciso ou determinao da Administrao. Assim, nem toda ao da Administrao Pblica tida como ato administrativo, a exemplo daquelas praticadas pelas estatais (empresas pblicas e sociedades de economia mista) os quais so submetidas ao mesmo regime jurdico das demais empresas privadas, conforme estabelece o art. 173, 3, inc. II, CF/88, alm dos demais atos regidos pelo direito privado, como locao, compra e venda etc.

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Gabarito: Errado.

2. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO TCU CESPE/2008) Os atos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judicirio devem sempre ser atribudos sua funo tpica, razo pela qual tais poderes no praticam atos administrativos. Comentrio: Os poderes Legislativo e o Judicirio, conforme ressaltado, no mbito de suas funes tpicas, no praticam atos administrativos, seus atos so considerados atos legislativos e atos judiciais, respectivamente. Toa, tanto o Poder Legislativo quanto o Judicirio exercem a funo administrativa, de forma atpica, ou seja, na organizao de suas atividades, de seu funcionamento, tais poderes alm de suas funes primordiais tambm exercem a funo administrativa. Desse modo, na realizao da funo administrativa, os poderes Legislativo e Judicirio podem praticar atos administrativos, no sentido de que agem submetidos ao regime jurdico de direito pblico, e manifestam sua vontade, produzindo efeitos jurdicos, tal como a nomeao de candidato para ocupar cargo vago, a exonerao de um comissionado, a remoo de um servidor para outra localidade etc. Devemos tomar cuidado para no restringir a Administrao Pblica aos limites do Poder Executivo. que a Administrao Pblica est inserida no mbito dos trs poderes, conforme preceitua o prprio art. 37, caput, da CF/88. Gabarito: Errado.

3. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJ/CE CESPE/2008) Os


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chamados atos administrativos no so necessariamente praticados pelos rgos e entidades que compem o Poder Executivo, que, por outro lado, pode praticar atos que no se caracterizam como administrativos. No primeiro caso, um exemplo o contrato firmado pelo Poder Judicirio com uma entidade privada para a realizao de concurso pblico; o segundo exemplifica-se com a concesso do indulto de Natal. Comentrio: A questo bem bonitinha, ou seja, aparentemente toda correta. No entanto, fao uma ressalva, pecou o examinador no exemplo de ato administrativo. que, em que pese parte da doutrina citar como exemplo de ato administrativo o contrato, inclusive entendimento adotado pelo CESPE, no conceito de ato temos manifestao de vontade unilateral e no contrato, ajuste de vontade, ou seja, manifestao bilateral de vontade. Ento, minha ressalva nesse sentido, ou seja, os contratos administrativos seriam formalizados por atos bilaterais (acordo de vontade), de modo que tambm no se enquadrariam como atos administrativos, por ser o ato administrativo manifestao unilateral da Administrao. Outrossim, na hiptese de considerarmos esse contrato como ato, ele seria uma ato de natureza privada, ou seja, um ato privado, pois se trata de uma prestao de servio. Esse exemplo, ao meu sentir matou a questo! Uma coisa o ato administrativo que levaria a contratao, ou seja, o edital deflagrando o procedimento licitatrio, outra o contrato que acordo bilateral de vontade. Toa, o CESPE considerou o item como certo. Uma falha, digase de passagem. De qualquer sorte, devemos entender que nem todo ato praticado pela Administrao ato administrativo. E, no apenas os praticados pelo Poder Executivo so tidos como atos administrativos, at porque j sabemos que a

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Administrao Pblica engloba os trs poderes, de modo que tambm os Poderes Judicirio e Legislativo, no exerccio da funo administrativa, podem praticar atos administrativos. De igual forma, nem todos os atos praticados pelo Executivo so atos administrativos. Com efeito, tomando por emprstimo a classificao da Professora Di Pietro, os atos da Administrao podem ser, por exemplo, atos polticos, tal como a concesso de indulto natalino, que se caracteriza mais como ato de governo, promovido pelo Estado, do que ato administrativo. E o que indulto natalino? Em sntese, representa um perdo concedido ao condenado pelo Presidente da Repblica (art. 84, inc. XII, CF/88), no exerccio de sua funo de chefe de Estado, uma vez atendidos os requisitos legais, permitindo, na poca festiva que retorne ao convvio da sociedade. Portanto, tal ato no seria um ato administrativo, mas ato de natureza poltica. Gabarito: Certo.

4. (TCNICO EM COMUNICAO SOCIAL REL. PBLICAS MPS CESPE/2010) Quando um banco estatal celebra, com um cliente, um contrato de abertura de conta-corrente, est praticando um ato administrativo. Comentrio: Como destaquei, nem toda ao da Administrao Pblica tida como ato administrativo. Somente pode ser considerado ato administrativo suas manifestaes, unilaterais, quando ela (Administrao) age como tal. Significa dizer que a Administrao atua com superioridade, com prerrogativa, com supremacia. Assim, como regra, os atos praticados por estatais (empresas pblicas e sociedades de economia mista) so submetidas ao mesmo regime jurdico das demais empresas privadas (regime jurdico de direito privado), conforme
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estabelece o art. 173, 3, inc. II, CF/88, no sendo, pois, considerados atos administrativos, mas atos privados da Administrao. Gabarito: Errado.

5. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO TCU CESPE/2008) So exemplos de atos administrativos relacionados com a vida funcional de servidores pblicos a nomeao e a exonerao. J os atos praticados pelos concessionrios e permissionrios do servio pblico no podem ser alados categoria de atos administrativos. Comentrio: De fato, a nomeao e exonerao so exemplos de atos administrativos, praticados pela Administrao Pblica de quaisquer dos poderes. Toa, possvel que um ato administrativo seja praticado por um particular no exerccio de um servio pblico por meio de delegao. que a descentralizao administrativa pode se d por outorga (descentralizao territorial e a descentralizao por servio), quando se cria a Administrao Indireta (autarquias, fundaes, empresas pblicas e sociedade de economia mista), de forma a titularizar e exercer uma atividade administrativa. Ou pode ocorrer por delegao de servio pblico (descentralizao por colaborao), atravs de contrato administrativo de concesso ou de permisso, ou por meio de ato administrativo de autorizao. Com efeito, quando ocorre a delegao a pessoa fsica ou jurdica ir executar um servio pblico e na conduo deste poder praticar atos administrativos, tal como um reitor de uma universidade particular que nega a matrcula de um aluno, sendo inclusive passvel de mandado de segurana. Nesse sentido, vale consignar a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia:

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RECURSO

ADMINISTRATIVO.

ORDINRIO

EM

MANDADO

DE

SEGURANA. INTERRUPO NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELTRICA. FALTA DE PAGAMENTO DE TARIFA. APLICAO DE MULTA PELO PROCON. IMPOSSIBILIDADE. ARTS. 22 E 42 DA LEI N 8.078/90 (CDIGO DE PROTEO E DEFESA DO CONSUMIDOR). ENTENDIMENTO DO RELATOR. ACOMPANHAMENTO DA POSIO DA 1 SEO DO STJ. PRECEDENTES. 1. No resulta em se reconhecer como legtimo o ato administrativo

praticado pela empresa concessionria fornecedora de energia


e consistente na interrupo de seus servios, em face de ausncia de pagamento de fatura vencida. A energia , na atualidade, um bem essencial populao, constituindo-se servio pblico indispensvel, subordinado ao princpio da continuidade de sua prestao, pelo que se torna impossvel a sua interrupo. 2. O art. 22 do Cdigo de Proteo e Defesa do Consumidor assevera que os rgos pblicos, por si ou suas empresas, concessionrias, permissionrias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, so obrigados a fornecer servios adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contnuos. O seu pargrafo nico expe que, nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigaes referidas neste artigo, sero as pessoas jurdicas compelidas a cumprilas e a reparar os danos causados na forma prevista neste cdigo. J o art. 42 do mesmo diploma legal no permite, na cobrana de dbitos, que o devedor seja exposto ao ridculo, nem que seja submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaa. Tais dispositivos aplicam-se s empresas concessionrias de servio pblico. 3. No h de se prestigiar atuao da Justia privada no Brasil, especialmente, quando exercida por credor econmica e

financeiramente mais forte, em largas propores, do que o devedor. Afrontaria, se fosse admitido, os princpios constitucionais da inocncia presumida e da ampla defesa. O direito de o cidado se utilizar dos servios pblicos essenciais para a sua vida em sociedade deve ser interpretado com vistas a beneficiar a quem deles se utiliza. 4. Esse o entendimento deste Relator. 5. No entanto, embora tenha o posicionamento acima assinalado,

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rendo-me, ressalvando meu ponto de vista, posio assumida pela ampla maioria da 1 Seo deste Sodalcio, pelo seu carter uniformizador no trato das questes jurdicas no pas, que vem decidindo que lcito concessionria interromper o fornecimento de energia eltrica, se, aps aviso prvio, o consumidor de energia eltrica permanecer inadimplente no pagamento da respectiva conta (L. 8.987/95, Art. 6, 3, II) (REsp n 363943/MG, 1 Seo, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de 01/03/2004). No mesmo sentido: EREsp n 337965/MG, 1 Seo, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 08/11/2004; REsp n 123444/SP, 2 T., Rel. Min Joo Otvio de Noronha, DJ de 14/02/2005; REsp n 600937/RS, 1 T., Rel. p/ Acrdo, Min. Francisco Falco, DJ de 08/11/2004; REsp n 623322/PR, 1 T., Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 30/09/2004. 6. Com a ressalva de meu ponto de vista, homenageio, em nome da segurana jurdica, o novo posicionamento do STJ. 7. Recurso provido. (RMS 21.542/RN, Rel. Ministro DEL-

GADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/11/2006, DJ 18/12/2006 p. 305)

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANA IMPETRADO CONTRA ATO EMANADO DE REPRESENTANTE DE CONCESSIONRIA DO SERVIO DE FORNECIMENTO DE GUA. CABIMENTO. 1. O atode inadimplemento de corte do fornecimento de gua em virtude impugnado, qual seja, consumidor, traduz-se em ato de autoridade no exerccio de funo delegada pelo poder pblico, impugnvel pela via do mandado de segurana. 2. Recurso especial provido. (REsp 994.779/SP, Rel. Ministro CASTRO

MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/06/2008, DJe 23/06/2008)

Assim, podemos estabelecer a seguinte sntese:


Smula 1 Nem todo ato praticado pela Administrao Pblica ato administrativo Smula 2 Nem todo ato administrativo praticado pela Administrao Pblica. Smula 3 Os Poderes Judicirio e Legislativo tambm podem praticar atos administrativos.

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Gabarito: Errado.

6. (ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) Atos praticados pela administrao valendo-se de suas prerrogativas e regido pelas normas de direito pblico so exemplos de atos administrativos, no podendo ser classificados, portanto, como atos da administrao. Comentrio: Essa questo uma daquelas que pega os desavisados, que fazem uma leitura rpida, sem concentrao. Veja que dentre os atos da Administrao, temos os atos administrativos, ou seja, atos que a Administrao pratica valendo-se dessa condio e regido pelo Direito Pblico. Gabarito: Errado.

7. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO TCU CESPE/2008) O ato administrativo no surge espontaneamente e por conta prpria. Ele precisa de um executor, o agente pblico competente, que recebe da lei o devido deverpoder para o desempenho de suas funes. Comentrio: De acordo com a definio de Hely Lopes Meirelles (ato administrativo toda
manifestao unilateral de vontade da Administrao Pblica que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigaes aos administrados ou a si prpria), podemos extrair que algum

dever ser o instrumento condutor da vontade da Administrao. Perceba, pois, que o ato administrativo uma manifestao unilateral de vontade da Administrao, ou seja, h o exerccio da vontade administrativa. Assim, necessria a interferncia humana a fim de exteriorizar tal vontade.
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certo que a Administrao Pblica manifesta-se por meio de seus rgos, os quais detm atribuies ou competncias previstas na lei. Toa, essa vontade da Administrao ser executada pelo agente ao qual por lei for atribuda a competncia, que se traduz em um dever-poder, consoante feliz expresso utilizada pelo Prof. Bandeira de Mello, na medida em que dever do agente exercer o poder que lhe fora conferido. Isso aplicao direta da teoria do rgo, segundo a qual o agente quem manifesta a vontade do rgo a qual imputada ao ente ou entidade administrativa. Gabarito: Certo.

8. (TABELIO TJDFT CESPE/2008) O silncio administrativo no significa ocorrncia do ato administrativo ante a ausncia da manifestao formal de vontade, quando no h lei dispondo acerca das conseqncias jurdicas da omisso da administrao. Comentrio: Conforme vimos, em observncia lio do Prof. Celso Antnio Bandeira de Mello, o silncio da Administrao no se enquadra na figura de um ato administrativo, tendo em vista ser despido de manifestao de vontade. Para o referido autor, o silncio da Administrao configura um fato administrativo. Toa, quando a lei atribuir efeitos para o silncio, por exemplo, quando estabelecer prazo para a Administrao se manifestar, o silncio, como regra, importar em ato administrativo denegatrio, ou seja, negativa. No mbito administrativo, no se aplica aquele jargo popular quem cala consente. E o contrrio, pois em relao a formulao de um pedido para que a Administrao realize algo, estabelecendo a lei prazo para que se manifeste, a ausncia de resposta, significa a negativa do pedido.
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De outro lado, se nada a lei imputar quanto ao silncio, este, ento, ser um fato administrativo to-somente. Gabarito: Certo.

9. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO ADMINISTRAO TCE/AC CESPE/2008) Um administrador cuja atribuio determinada por lei competente para a prtica de ato administrativo, mas no o o administrador cuja atribuio determinada por regulamento ou portaria. Comentrio: Inicialmente, devemos conhecer os requisitos ou elementos dos atos administrativos. Com efeito, com base na Lei n 4.717/65 (Lei de Ao Popular) possvel extrair os requisitos ou elementos do ato administrativo, sendo: Competncia, Finalidade, Forma, Motivo e Objeto. a) Competncia Competncia o poder conferido por lei a um determinado agente pblico para desempenho de certas atribuies. A competncia sempre decorre de lei, sendo portanto um dever seu exerccio, ou seja, dever-poder, visto que o agente no cabe escolher exercit-la ou no, devendo atuar sempre e quando for determinado por lei. Diante disso, podemos dizer que a competncia possui as seguintes caractersticas: o Seu exerccio obrigatrio (dever-poder) o irrenuncivel, no se admite que o agente renuncie, abdique, ou
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seja, abra mo de sua competncia. o intransfervel, ou seja, no poder o agente pblico transferir para outrem o que lhe fora conferido por lei. o inderrogvel, ou seja, no se modifica pela vontade do agente, da Administrao ou de terceiros. Somente a lei pode modific-la. o imprescritvel, significando dizer que no importa em perda de sua competncia o simples fato de no t-la exercido, o agente pblico por certo perodo. Nestes termos dispe o art. 11 da Lei n 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo) que a competncia irrenuncivel e se exerce pelos rgos administrativos a que foi atribuda como prpria, salvo os casos de delegao e avocao legalmente admitidos. Toa, possvel ao agente pblico delegar, parcial e temporariamente, suas atribuies, se e quando a lei permitir, de modo que nesta situao ele poder revogar a delegao a qualquer tempo, no se tratando, portanto, de renncia ou transferncia de sua competncia. Delegao a transmisso de poderes para que outrem realize certos atos pelo agente delegante. E, avocar chamar para si certos poderes de outro agente. Com efeito, no vedada a delegao e avocao de competncias. Toa, devero ser exercidas nos limi tes e termos permitidos por lei. Assim, devemos observar que a regra, atualmente, a possibilidade de delegao, conforme dispe a Lei n 9.784/99, na medida em que, conforme estabelece o art. 13, somente vedada a delegao de: a) edio de atos de carter normativo; b) a deciso de recursos administrativos; c) as matrias de competncias exclusivas do rgo ou autoridade. Diante disso, pode-se concluir que a delegao pode ocorrer quando: a)

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no existir impedimento legal; b) houver convenincia administrativa em razo de circunstncias de ndole tcnica, social, econmica, jurdica ou territorial. No poder, no entanto, ser total, deve ser apenas de parcela da competncia e tem que ser temporria, ou seja, feita por prazo determinado. importante mencionar que a delegao poder ser feita para rgo ou agentes que estejam subordinados autoridade delegante, como tambm poder ser feita quando no exista subordinao hierrquica. Significa dizer que o delegado, ou seja, aquele que recebe a delegao, rgo ou agente, no precisa ser necessariamente subordinado ao delegante, poder no haver tal subordinao. O ato de delegao, conforme determina a Lei, dever conter a matria e os poderes transferidos, os limites da atuao do delegado, a durao e os objetivos da delegao e o recurso cabvel, podendo conter ressalva de exerccio de atribuies delegada. Assim, os atos praticados pelo delegado, no exerccio da delegao, devero constar tal fato, ou seja, que age na qualidade de delegado, de modo que os atos que praticar nessa condio devero ser considerados editados pelo delegante, cuja responsabilidade ser imputada a este. Por fim, o ato de delegao poder a qualquer momento ser revogado pelo delegante, devendo, tanto este ato como o da prpria delegao ser publicados no meio oficial. A avocao, por outro lado, a possibilidade de um superior hierrquico chamar para si o exerccio, temporrio e excepcional, de parte de competncias conferidas a um subordinado. Portanto, sempre temporria e se dar por motivos relevantes devidamente justificados, no podendo ocorrer quando se tratar de competncia exclusiva do subordinado. Dessa forma, a Lei n 4.417/65 (Lei de Ao Popular LAP) diz que so nulos

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os atos praticados com vcio de incompetncia, e que a incompetncia caracteriza-se quando o ato no se incluir nas atribuies legais. Com efeito, quando tratamos de competncia, somos levados a verificar o denominado abuso de poder, ou seja, o uso anormal do poder. O uso do poder a utilizao normal das prerrogativas pblicas, abuso de poder , conforme lio de do s Santos Carvalho Filho a conduta ilegtima do administrador, quando atua fora dos objetivos expressa e implicitamente traados na lei. Diante disso, podemos perceber duas formas de vcio quanto ao uso do poder, sendo o excesso de poder e o desvio de poder (desvio de finalidade). Ocorre o excesso de poder quando o agente atua fora ou alm dos limites da competncia que lhe foi atribuda. O desvio de poder ou de finalidade ocorre quando o agente, muito embora seja competente, atua em descompasso com a finalidade estabelecida em lei para a prtica de certo ato. Como disse, o desvio de poder tambm conhecido como desvio de finalidade, ou seja, conduta do agente pblico que d finalidade ao ato administrativo diverso daquela prevista na lei. Exemplo do superior que, no sentido de punir, perseguir, o subordinado, remove-o para comarca distinta da sua sede. Tanto quando h excesso de poder ou desvio de poder, diz-se que houve abuso de poder. Assim, agindo o agente, comete ato ilcito administrativo (alm de ilcito penal, Lei n 4.898/65), visto que o abuso de poder afronta o princpio da legalidade, sujeitando-se, portanto, ao controle administrativo (autotutela) ou judicial (mandado de segurana, por exemplo). Ademais, podemos citar outros vcios relacionados competncia, por exemplo a chamada usurpao de poder ou de funo e o exerccio da funo de fato.

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A usurpao de funo acontece quando um indivduo se faz passar pelo agente pblico competente para a realizao de certas atribuies. Por exemplo: pessoa que se faz passar por um carteiro a fim de cometer ilcitos. Um agente da ABIN que se faz passar por um Delegado de Polcia a fim de obter documentos constantes de inqurito policial etc. J o exerccio da funo de fato se d quando o agente investido em cargo, emprego ou funo, muito embora exista alguma irregularidade que torna esse ato ilegal. Aqui ns teramos a chamada teoria do servidor de fato, ou seja, de um agente que de fato exerceu as atribuies ou competncias administrativas como se de direito fosse um servidor. Nesse caso, deve ser aplicada a teoria da aparncia, de modo a considerar os atos praticados por tal agente como vlidos ou pelo menos seus efeitos, eis que no seria dado ao cidado (administrado) imaginar que tal agente no era um servidor legalmente investido nas atribuies do cargo. Por isso, o vcio de competncia poder ensejar a declarao de nulidade do ato. No entanto, em certos casos, tal como o do exerccio da funo de fato, admite-se sua convalidao. No entanto, se o vcio acerca da competncia diz respeito matria, ou seja, se uma autoridade dispe sobre matria que no est afeta sua competncia ou ainda se matria de competncia exclusiva, no h possibilidade de convalidao. De outro lado, se a competncia diz respeito to-somente pessoa, desde que no se trate de competncia exclusiva, mas o ato foi praticado no rgo correspondente, haver a possibilidade de convalidao do ato. Visto isso, podemos dizer que a competncia ser sempre um elemento ou requisito vinculado, ou seja, sempre definida por lei. b) Finalidade A finalidade outro requisito ou elemento do ato administrativo e diz respeito

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ao fim perseguido pelo ato, ou seja, qual o seu objetivo. Com efeito, todo e qualquer ato administrativo tem por objetivo, por fim, atender ao interesse pblico. Essa finalidade est sempre, expressa ou implicitamente, estabelecida na lei, de modo que a finalidade sempre elemento vinculado. A violao aos fins legais, como vimos, importa em vcio que acarreta a nulidade do ato administrativo, por abuso de poder, denominado desvio de poder ou desvio de finalidade. Os atos praticados com desvio de finalidade, ou seja, com ofensa finalidade, so, em regra, para atender a sentimento pessoal do agente, que utiliza de seu poder, sua competncia, para buscar a satisfao de seus desejos, violando a finalidade do ato. c) Forma A forma o meio pelo qual se exterioriza a vontade da Administrao, ou seja, consiste na realizao do ato segundo os procedimentos ou solenidades descritas na norma. como se materializa o ato administrativo. A doutrina clssica tem entendido que se trata tambm de um elemento vinculado, pois a lei determina como o ato deva ser praticado. Assim, em princpio, todo ato administrativo seria formal, adotando-se, como regra, a forma escrita. No entanto, nos termos do art. 22 da Lei n 9.784/99, e entendimento doutrinrio mais moderno, ao qual aderimos, nem sempre a forma est prevista em lei, ou seja, s vezes ela livre. Explico. Muito embora a Lei n 9.784/99 determine que os atos do processo administrativo sejam realizados por escrito, o citado artigo estabelece que os atos do processo administrativo no dependem de forma determinada seno quando a lei expressamente a exigir.

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Assim, possvel percebemos que a forma ser livre, salvo quando a lei expressamente a estabelecer. Teramos, portanto, o chamado princpio do formalismo moderado. Entretanto, quando a lei estabelecer que a forma seja da essncia do ato, este somente ser vlido se observar tal determinao, no sendo possvel a sua convalidao por vcio dessa natureza. De mais a mais, importante destacar que poderemos ter atos administrativos exteriorizados no s pela forma escrita, mas por meio verbal, por gestos ou mmica, at mesmo por meio de equipamentos ou sinais. C) Motivo Motivo o fundamento de fato e de direito que serve de suporte ao ato administrativo, ou seja, como bem destacado por Hely Lopes Meirelles, motivo ou causa, a situao de direito ou de fato que determina ou autoriza a realizao do ato administrativo. preciso, no entanto, diferenciarmos motivo e motivao. A motivao, conforme leciona Celso Bandeira de Mello, integra a formalizao do ato, sendo a exteriorizao, exposio, dos fundamentos de fato e de direito que deram suporte a prtica do ato, ou seja, a demonstrao ou exposio dos motivos. controvertido, doutrinariamente, acerca da obrigatoriedade de ser expor a motivao do ato administrativo, sendo obrigatria para alguns (Celso Antnio, Di Pietro) e no obrigatria para outros ( dos Santos). H, ainda, o entendimento no sentido de que a motivao seria obrigatria nos atos vinculados e dispensada para atos discricionrios. Deve-se ressaltar, no entanto, que todo administrativo tem um motivo, porm nem todos tm motivao. Com efeito, alguns atos administrativos no precisam ser motivados, ou seja, no carecem da exposio de seus motivos, tal como o caso da

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nomeao e exonerao de cargo comissionado, por ser declarado de livre nomeao e exonerao. Assim, a regra os atos administrativos serem motivados. Toa, existem atos administrativos que no carecem de motivao. Nesse aspecto, a Lei n 9.784/99, exigiu expressamente a motivao de alguns atos, conforme art. 50, que assim determina;
Art. 50. Os atos administrativos devero ser motivados, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanes; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleo pblica; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatrio; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofcio; VII - deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a questo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatrios oficiais; VIII - importem anulao, revogao, suspenso ou convalidao de ato administrativo.

Desse modo, pode-se perceber que nem todos os atos administrativos devero ser motivados. No entanto, salutar que a Administrao Pblica, em razo do princpio da transparncia, corolrio da publicidade, adote como regra a motivao de seus atos. Assim, quando a motivao for obrigatria, trata-se de exigncia que diz respeito forma, de modo que sua ausncia nulifica o ato, sendo vcio insanvel, pois no se admite a motivao posterior na medida em que ela deve ser contempornea ao ato praticado.

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Diante disso, vale comentar a denominada Teoria dos Motivos Determinantes. Para esta teoria os motivos que deram suporte prtica do ato integram a sua validade, de maneira que se os motivos forem falsos ou inexistentes o ato estaria viciado, sendo inquinado de nulidade. Tal teoria aplica-se a qualquer ato, mesmo para aqueles que no se exige motivao, mas se declarou o motivo, est vinculado ao declarado. Essa teoria funda-se no princpio de que o motivo do ato administrativo deve sempre guardar correlao com a situao de fato apresentada, ou seja, que deu ensejo ao surgimento do ato. e) Objeto Objeto o resultado prtico que a Administrao se prope a conseguir. denominado, por alguns, como contedo, ou seja, o efeito jurdico imediato do ato administrativo, a coisa, a atividade, ou a relao de que o ato se ocupa e sobre o qual tende a recair. O objeto do ato administrativo pode ser discricionrio ou vinculado, consoante tenha ou no margem para escolha, entre um objeto ou outro, pelo Administrador. Nesse aspecto, precisamos conhecer o denominado mrito do ato administrativo. Conforme se enunciou, alguns dos elementos do ato administrativo so sempre vinculados e outros, no. Vinculao quer dizer que a lei no deu liberdade de atuao do administrador, que dever observar os estritos termos da norma. Por outro lado, quando h certa margem de liberdade para atuao do administrador, cabendo-lhe avaliar a convenincia e oportunidade da prtica do ato, diz-se que o ato discricionrio. Ser sempre vinculada a competncia, a finalidade e, como regra, a forma,

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eis que lei ir dispor sobre seus limites. Porm, no tocante ao objeto e a valorao dos motivos, poder a lei no dispor de forma exaustiva, permitindo que a Administrao possa escolher qual o objeto a ser perseguido, bem como escolher dentre as razes de fato e de direito que do ensejo prtica do ato. Assim, o mrito do ato administrativo, ou seja, a avaliao acerca da convenincia e oportunidade, encontra-se no motivo e no objeto, de modo que se a lei tambm dispor de forma completa sobre tais elementos, o ato ser vinculado, caso um destes d possibilidade ou margem de escolha, liberdade de atuao, o ato ser discricionrio. Ento, vejamos a assertiva: Um administrador cuja atribuio determinada por lei competente para a prtica de ato administrativo, mas no o o administrador cuja atribuio determinada por regulamento ou portaria. Ora, sabidamente a lei que confere competncia para determinado agente. Toa, a lei poder conferir tambm ao rgo, de modo que, internamente, as atribuies podero ser repartidas por regulamento ou portarias. A lei vai estabelecer a competncia de forma geral e abstrata, de modo que seu exerccio ser distribudo entre os diversos agentes. Por isso, poder portaria ou regulamento tambm trazer a previso de competncia, desde que em consonncia com a lei. Nesse sentido, bem destaca o Prof. dos Santos Carvalho Filho, ao esclarecer que a competncia primria do rgo provm da lei, e a competncia dos segmentos internos dele, de natureza secundria, pode receber definio atravs de atos organizacionais. Gabarito: Errado

10. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO ADMINISTRAO TCE/AC CESPE/2008) A competncia um requisito personalssimo do ato administrativo, no se admitindo delegao e avocao.

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Comentrio: Como j sabemos, a competncia sempre decorre de lei, sendo irrenuncivel, imprescritvel, inderrogvel, e obrigatrio o seu exerccio. No entanto, podemos verificar que possvel tanto a delegao, quanto a avocao. A delegao no admitida quando se tratar de: a) edio de atos normativos; b) competncia exclusiva; c) deciso de recursos administrativos. E, a avocao, quando se tratar de competncia exclusiva. Gabarito: Errado.

11. (TCNICO JUDICIRIO TJ/RJ CESPE/2008) A competncia para a prtica do ato administrativo, seja vinculado, seja discricionrio, condio para a sua validade, mas admite-se a delegao do seu exerccio por vontade do delegante. Comentrio: Essa questo uma maldade. Pura maldade de concurso. um pega, dos grandes. Observe que colocou que a delegao pode ocorrer por vontade do delegante. Claro que a delegao ocorre por ato do delegante, mas sempre por vontade da Lei, ou seja, somente a lei pode permitir a delegao. Gabarito: Errado.

12. (AGENTE ADMINISTRATIVO MPS CESPE/2010) A competncia delegvel, mas no passvel de avocao. Comentrio:

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Como destaquei, possvel tanto a delegao quanto a avocao de competncia, conforme estabelece o art. 11 da Lei n 9.784/99, assim expresso:
Art. 11. A competncia irrenuncivel e se exerce pelos rgos administrativos a que foi atribuda como prpria, salvo os casos de delegao e avocao legalmente admitidos

Gabarito: Errado.

13. (TCNICO EM COMUNICAO SOCIAL RELAES PBLICAS MPS CESPE/2010) A delegao no transfere a competncia, mas somente o exerccio de parte das atribuies do delegante. Comentrio: Conforme ressaltado, o ato de delegao dever conter a matria e os poderes transferidos, os limites da atuao do delegado, a durao e os objetivos da delegao e o recurso cabvel, podendo conter ressalva de exerccio de atribuies delegada. Ademais, os atos praticados pelo delegado, no exerccio da delegao, devero constar tal fato, ou seja, que age na qualidade de delegado, de modo que os atos que praticar nessa condio devero ser considerados editados pelo delegante, cuja responsabilidade ser imputada a este. Assim, v-se que a delegao a transferncia do exerccio de certa atividade ou parcela dela, to-somente. No transfere o delegante a competncia para a pratica do ato, at porque essa lhe conferida por Lei. Gabarito: Certo.

14. (PROCURADOR FEDERAL AGU CESPE/2010) O ato de delegao no retira a atribuio da autoridade delegante, que continua competente cumulativamente com a autoridade delegada para o exerccio da funo.
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Comentrio: Ento? Praticamente a mesma questo! De fato, o delegante o que tem a atribuio legal de realizar o ato (competncia). Assim, ao delegar o exerccio ou a realizao de parte de suas atribuies no perde a competncia para tambm realiz-la, de modo que podemos dizer que o delegante e o delegado podem, cumulativamente, exercer a funo. Gabarito: Certo.

15. (ASSESSOR TCNICO JURDICO TCE/RN CESPE/2009) A edio de atos de carter normativo, a deciso de recursos administrativos e as matrias de competncia exclusiva do rgo ou da entidade no so objeto de delegao. Comentrio: Ento, repetiu novamente no ? A mesma coisa! No nosso concurso tambm vo cobrar esse tpico, pode ter certeza. Como vimos, no objeto de delegao, conforme art. 13 da Lei n 9.784/99, a) edio de atos normativos; b) competncia exclusiva; c) deciso de recursos administrativos. Gabarito: Certo.

16. (AGENTE ADMINISTRATIVO MPS CESPE/2010) A edio de atos de carter normativo um dos objetos de delegao.
Comentrio:

E a, mais uma vez acerca do mesmo tema. Percebem como reincidente o negcio. Ento, como j observamos no mbito da competncia, no ser
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objeto de delegao, conforme disposto no art. 13 da Lei n 9.784/99, a edio de atos normativos, atos de competncia exclusiva e a deciso de recursos administrativos.
Gabarito: Errado.

17. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRT 17 REGIO CESPE/2009) Em algumas circunstncias, pode um agente transferir a outro funes que originariamente lhe so atribudas, fato esse denominado delegao de competncia. Entretanto, no se admite delegar a edio de atos de carter normativo, a deciso de recursos administrativos e as matrias de competncia exclusiva do rgo ou autoridade. Comentrio: A mesma matria ou no? A mesma pergunta, mesminha! Ento, no vamos errar, no ?? bem capaz de que em nosso concurso venham a repetir! Tomar hein!!!. Como j sabemos, a edio de atos normativos, atos de competncia exclusiva e a deciso de recursos administrativos no podem ser objeto de delegao. Gabarito: Certo.

18. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO CESPE/2008) A indicao de motivo discricionrios, como, por exemplo, em publicado no dirio oficial que exonera que ocupa. Comentrio:

ADMINISTRAO TCE/AC pode ser dispensvel em atos um ato de governador de estado um secretrio de estado do cargo

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Bem observamos que todo ato administrativo tem um motivo, mas nem todo ato administrativo apresenta, expe, tal motivo. Significa dizer que nem todo ato administrativo exige motivao, tal como o exemplo clssico da exonerao de um cargo comissionado. Gabarito: Certo.

19. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO ADMINISTRAO TCE/AC CESPE/2008) Atos vinculados no dependem de motivao para sua validade. Comentrio: Os atos vinculados, por terem todos os elementos diretamente estabelecidos pela norma, inclusive, portanto, o motivo, depende de motivao a fim de se verifique a compatibilidade, a validade do motivo em relao ao que a norma prescreveu. V-se, portanto, que o art. 50 da Lei n 9.784/99 exemplificativo, j que no rol das hipteses em que se exige a motivao no consta os atos vinculados, mas como sabemos deve ser motivado. Gabarito: Errado.

20. (TCNICO JUDICIRIO TJ/RJ CESPE/2008) Quando o agente pblico explicita a motivao do ato administrativo discricionrio, os motivos implicam vinculao apenas quanto aos fundamentos de direito. Comentrio: O motivo o fundamento de fato e de direito. Assim, quando for manifestado, ou seja, quando for explicitada a motivao, estar a Administrao vinculada tanto aos fundamentos de fato, quanto de direito.

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Gabarito: Errado.

21. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO ADMINISTRAO TCE/AC CESPE/2008) Segundo a teoria dos motivos determinantes, o ato discricionrio, quando motivado, no fica vinculado ao motivo que lhe serviu de suporte. Comentrio: A teoria dos motivos determinantes estabelece que quando declarados os motivos, fica a Administrao vinculada a tais motivos, de modo que se forem inexistentes ou falsos, o ato ser nulo. Gabarito: Errado.

22. (TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) As razes explicitadas na motivao de um ato administrativo so determinantes na aferio da validade e da eficcia do ato em eventual exame pelo Poder Judicirio. Comentrio: Conforme a teoria dos motivos determinantes os motivos declarados pela Administrao a vinculam, de modo que se forem inexistentes ou falsos, o ato ser nulo. Assim, eventual exame do ato pelo Poder Judicirio poder ser declarada a nulidade por tal fundamento, se comprovado que o motivo alegado no existiu ou falso. Gabarito: Certo.

23. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA STJ CESPE/2008) O


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administrador pblico pode praticar ato administrativo que contrarie jurisprudncia do STJ, firmada em sentido contrrio, desde que o faa de forma motivada, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos. Comentrio: Destacamos que a Lei n 9.784/99, exigiu expressamente a motivao de alguns atos, conforme estabelece o art. 50, assim expresso:
Art. 50. Os atos administrativos devero ser motivados, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanes; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleo pblica; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatrio; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofcio; VII - deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a questo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatrios oficiais; VIII - importem anulao, revogao, suspenso ou convalidao de ato administrativo.

Nesse sentido, determina o artigo 50, inc. VII, que devero ser motivados o atos administrativos que deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a questo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatrios oficiais. Devemos tomar cuidado, no entanto, ao fato de que no poder a Administrao deixar de aplicar deciso definitiva do Supremo Tribunal Federal em sede de controle abstrato de constitucionalidade, tendo em vista ser vinculante, assim como observar smula vinculante.

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Gabarito: Certo.

24. (TCNICO JUDICIRIO STJ CESPE/2008) Como regra geral os atos administrativos devem ser motivados, com a clara indicao dos fatos e fundamentos, sendo, por esse motivo, vedadas as decises orais. Comentrio: Como destacamos, a regra que os atos administrativos sejam praticados de forma escrita e contenham a motivao, ou seja, a exposio do seu motivo (dos fatos e fundamentos jurdicos). Havendo, no entanto, atos administrativos que no carecem de motivao. Toa, possvel a realizao de atos administrativos de forma verbal, tal como as ordens dadas pelos superiores aos subordinados na execuo de certas atividades, os comandos verbais dados por agentes de trnsito etc. Com efeito, no se veda decises orais, podendo o ato ser praticado tambm sob essa forma. Gabarito: Errado.

25. (TCNICO JUDICIRIO TJ/RJ CESPE/2008) O ato administrativo discricionrio pode ser motivado aps sua edio. Comentrio: A motivao deve ser contempornea ou anterior ao ato, jamais se admite a motivao posterior. Isso porque o agente poder mud-la a fim de parecer que atende, que cumpre o interesse pblic. Gabarito: Errado.

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26. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRT 5 REGIO CESPE/2008) dispensvel a motivao para o ato administrativo quando este se destinar apenas a suspender outro ato anteriormente editado. Comentrio: Nos termos da Lei n 9.784/99, artigo 50, inc. VIII, obrigatria a motivao dos atos administrativos que importem anulao, revogao, suspenso ou convalidao de ato administrativo. mais uma das situaes descritas na Lei como de motivao obrigatria. Por isso, importante a leitura pormenorizada de referido artigo na medida em que seu conhecimento ser objeto de avaliao. Gabarito: Errado.

27. (AGENTE DE INTELIGNCIA ABIN CESPE/2008) No viola o princpio da motivao dos atos administrativos o ato da autoridade que, ao deliberar acerca de recurso administrativo, mantm deciso com base em parecer da consultoria jurdica, sem maiores consideraes. Comentrio: Com efeito, determina a Lei do Processo Administrativo que obrigatrio a motivao dos atos administrativos que decidam acerca de recurso administrativo, conforme art. 50, inc. V. No entanto, poder o administrador adotar parecer firmado por assessoria jurdica como suas razes de decidir, ou seja, como fundamento sua deciso, de modo que o fazendo estar ento tomando o parecer como motivao do ato. Nestes termos, estabelece o artigo 50, 1 da Lei n 9.784/99 que a motivao deve ser explcita, clara e congruente, podendo consistir em declarao de concordncia com fundamentos de anteriores pareceres,
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informaes, decises ou propostas, que, neste caso, sero parte integrante do ato. Gabarito: Certo.

28. (ANALISTA TCNICO-ADMINISTRATIVO MS CESPE/2010) Conforme afirma a doutrina prevalente, o ato administrativo ser sempre vinculado com relao competncia e ao motivo do ato. Comentrio: Podemos perceber que a competncia ser sempre uma elemento vinculado, ou seja, sempre depender de lei, no havendo margem de liberdade para o agente decidir acerca de sua competncia, pois est ser estabelecida por lei. No entanto, conforme observamos, h atos em que a lei estabelece um nico motivo para sua realizao e h outros em que a lei estabelece mais de um motivo, cabendo ao administrador decidir qual o mais adequada ao interesse pblico, ante os critrios de convenincia e oportunidade. Assim, podemos dizer que o motivo pode ser um elemento vinculado ou discricionrio, conforme haja ou no margem de liberdade para decidir/escolher o mais adequado. Gabarito: Errado.

29. (TCNICO JUDICIRIO TRT 5 REGIO CESPE/2008) O ato administrativo de remoo de servidor pblico ocupante de cargo efetivo com o intuito de puni-lo caracteriza desvio de poder. Comentrio: Ressaltei que ocorre o desvio de poder ou finalidade quando se utiliza
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instituto para fins outros, distintos daquele definido por lei. Significa dizer que possvel realizar a remoo de servidor para atender a necessidade do servio e, com isso, o interesse pblico. Toa, atua de forma ilegal, com desv io de finalidade, o agente que utiliza a remoo com a finalidade diversa da preconizada por lei, ou seja, como meio punitivo, ou para satisfao pessoal. Gabarito: Certo.

30. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRT/17 Regio CESPE/2009) O desvio de finalidade do ato administrativo verifica-se quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explcita ou implicitamente, na regra de competncia.

Comentrio: Observem a, a mesma questo praticamente. Isso se repete com uma freqncia que vocs nem imaginam. Olhe a prxima, s para entender. Veja que a questo vem se repetindo em 2008, em 2009 e 2010. Ento, como j verificamos, toda vez que o agente pratica ato no observando a finalidade, expressa ou implicitamente, estabelecida na regra de competncia, comete abuso de poder, na modalidade desvio de finalidade. Gabarito: Certo.

31. (PERITO MDICO PREVIDENCIRIO INSS CESPE/2010) A alterao da finalidade do ato administrativo expressa na norma legal ou implcita no ordenamento da administrao caracteriza o desvio de poder. Comentrio:

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Ento, observaram, a mesma questo, no ? Fica mais fcil assim, no fica? (risos). A alterao da finalidade caracteriza o desvio de finalidade ou de poder. Gabarito: Certo.

32. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO MPE/RR CESPE/2008) Determinado policial civil, valendo-se da prerrogativa que o cargo lhe assegura, ingressou em uma casa de espetculos, na qual iria ocorrer um show de pagode, sem pagar o ingresso correspondente, sob o argumento de que, por ser policial, tem livre acesso a locais pblicos e privados. Tendo como referncia a situao descrita acima, julgue os itens a seguir, relativos a poderes e atos administrativos. Caso fique comprovado que o policial no estava no local em razo do servio, mas apenas para assistir ao show, restar configurado desvio de finalidade. Comentrio: E a, no a mesma coisa, ou seja, a mesma questo, s est um pouco disfarada! Aplica-se o mesmo raciocnio que fizemos nas anteriores, ou seja, o agente utiliza-se de poder que lhe conferido por lei, para alcanar fim no preconizado pela norma, ou seja, abusa do poder, na forma desvio de finalidade. que atua com desvio de finalidade o agente que se utiliza do poder que lhe fora conferido para alcanar fim no previsto, expressa ou implicitamente, na norma, sendo, portanto, o ato nulo. Gabarito: Certo.

33. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - MPE/RR 2008) Os atos administrativos tm


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presuno de legitimidade e veracidade. Comentrio: Cumpre dizer que os atos administrativos entendidos como espcies de atos jurdicos provenientes do Estado, no exerccio de sua funo administrativa (Administrao Pblica) ou por quem lhe faa s vezes (delegatrios), possuem certos atributos que os diferenciam dos atos jurdicos particulares. Na viso clssica, que so atributos dos atos administrativos: a presuno de legalidade, a autoexecutoriedade a imperatividade. Toa, atualmente, temos descatado os seguintes atributos: Presuno de legitimidade e veracidade Autoexecutoriedade Tipicidade. Imperatividade

A presuno de legitimidade e veracidade o atributo segundo o qual todo ato administrativo proferido de acordo com o ordenamento jurdico (legalidade) e so seus fundamentos verdadeiros. Trata-se de presuno relativa (iuris tantum), ou seja, admite-se prova em contrrio. Tal atributo que permite a imediata execuo dos atos administrativos, ainda que defeituosos ou invlidos, enquanto no pronunciada sua nulidade. A imperatividade, tambm denominada por alguns de coercibilidade, a possibilidade que tem a Administrao de criar obrigaes ou impr restries, unilateralmente, aos administrados. Decorre do chamado poder extroverso do Estado, ou seja, poder de restringir direitos ou criar obrigaes para particulares. Com efeito, podemos constatar que esse atributo somente estar presente nos atos administrativos que criem obrigaes ou restries (atos de polcia, por exemplo), no estando em outros atos (emisso de certido), por no

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criarem qualquer obrigao. A autoexecutoriedade o poder que tem a Administrao de imediata e diretamente, executar seus atos, independentemente de ordem judicial. Pode-se dividir tal atributo em exigibilidade e executoriedade. A exigibilidade seria a obrigao do particular em cumprir as determinaes da Administrao (coero indireta) e a executoriedade seria o poder de a Administrao fazer o particular cumprir suas obrigaes e em caso de no cumprimento ela mesma adotar as medidas inerentes ao cumprimento do ato (coero direta). Assim, a multa administrativa no gozaria de executoriedade, eis que a Administrao no poderia se valer de sua fora para adentrar a esfera de patrimnio do administrativo, em caso de no cumprimento, a fim de se fazer cumprir. Por outro lado, exigvel na medida em que pode obrigar o administrado a cumpri-la por meios indiretos, tal como bloqueio de documento de veculo, por exemplo. Por fim, tipicidade que o atributo no qual o ato administrativo deve corresponder s figuras estabelecidas previamente no ordenamento jurdico, ou seja, o ato deve estar tipificado, deve constar na lei como apto a produzir determinados efeitos. Portanto, verificamos que os atos administrativos gozam de presuno de legitimidade e veracidade, imperatividade, auto-executoriedade e tipicidade. Gabarito: certo.

34. (TCNICO JUDICIRIO TJ/RJ CESPE/2008) A presuno de legitimidade do ato administrativo transfere administrao o nus de provar que o ato administrativo legtimo. Comentrio:
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Dentre os atributos do ato administrativo h a presuno de legitimidade e veracidade, como vimos, que se traduz na condio do ato administrativo gozar de presuno, relativa, de que est de acordo com o ordenamento jurdico e que verdadeiro. Assim, por ser essa presuno relativa (iuris tantum), admite-se sua contestao, impugnao, ou seja, prova em contrrio. Toa, aquele que faz a impugnao , a contestao, dessa presuno que ter de demonstrar a ilegitimidade do ato, no se transferido para a Administrao o nus de provar, cabe ao particular provar seu direito. Gabarito: Certo.

35. (ANALISTA TCNICO-ADMINISTRATIVO MS CESPE/2010) Os atos administrativos gozam de presuno iuris et de iure de legitimidade. Comentrio: Bem, j verificamos que os atos administrativos gozam de presuno de legitimidade e veracidade. Significa dizer que o ato administrativo est de acordo com o ordenamento jurdico e que verdadeiro. Toa, como j destaquei, trata-se de uma presuno relativa, ou seja, que admite sua contestao, impugnao, prova em contrrio. Portanto, trata-se de uma presuno denominada juris tantum. A presuno iuris et de iure uma presuno de direito, ou seja, absoluta e no admite prova em contrrio. Gabarito: Errado.

36. (TCNICO JUDICIRIO TRT 5 REGIO CESPE/2008) A administrao tem


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o nus de provar a legalidade do ato administrativo sempre que ela for questionada judicialmente. Comentrio: Ento, essa questo uma variao da questo anterior, nada mais do que isso. Vimos que dentre os atributos do ato administrativo h a presuno de legitimidade e veracidade que se traduz na condio do ato administrativo gozar de presuno de que est em acordo com o ordenamento jurdico e que verdadeiro. Por isso, por ser uma presuno relativa admite-se sua impugnao, ou seja, admite-se que se demonstre que no est de acordo como o ordenamento jurdico ou que no seja verdadeiro. Porm, cabe quele que faz a impugnao, a contestao, dessa presuno a demonstrao da ilegalidade do ato. preciso esclarecer que pode a Administrao, de ofcio, tambm reconhecer eventual ilegalidade ou inveracidade do ato, conforme o princpio da autotutela. Porm, em hiptese de algum infirmar o ato judicialmente, cabe a este demonstrar o vcio. Gabarito: Errado.

37. (ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) Os atos administrativos so dotados de presuno de veracidade e legitimidade, razo pela qual vedado ao Poder Judicirio apreciar de ofcio a validade de tais atos. Comentrio: De fato, j observamos que os atos administrativos gozam de presuno de veracidade e legitimidade, as quais possibilitam a imediata e direta
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execuo do ato. Toa, possvel que seja questionada essa presuno, tanto na via administrativa, quanto na via judicial. No entanto, no pode o Poder Judicirio de ofcio apreciar a validade do ato, que no age de ofcio, necessita de provocao. Ao contrrio, a Administrao Pblica pode, de ofcio, diante de ilegalidade, anular o ato. Gabarito: Certo.

38. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRE/BA CESPE/2010) Um dos efeitos do atributo da presuno de veracidade dos atos administrativos reside na impossibilidade de apreciao de ofcio da validade do ato por parte do Poder Judicirio. Comentrio: E a, perceberam! pura repetio. Olha, durante o perodo em que me dediquei na busca dos meus objetivos como concursando, fiz um levantamento estatstico a fim de ver o que mais caia, ento passei a dar mais nfase nesses pontos, e foi dito e certo. Como disse inicialmente, atos administrativos sempre, mas sempre mesmo, caem. Ento, pode o Poder Judicirio, de ofcio, apreciar o ato. Claro que no, primeiro porque goza de presuno de legitimidade e veracidade, segundo porque o Judicirio no atua de ofcio. Gabarito: Certo.

39. (TCNICO EM COMUNICAES DPU CESPE/2010) Pelo atributo da presuno de veracidade, a validade do ato administrativo no pode ser apreciada de ofcio pelo Poder Judicirio.

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Comentrio: Mais uma vez a mesma questo. Eu sempre digo que o melhor dos cursos o de exerccio, pois mostra a voc que temos sempre um ncleo de questes comuns. De fato, no pode o Poder Judicirio, de ofcio, apreciar o ato administrativo, at porque o Judicirio no age de ofcio, deve ser provocado, conforme princpio da inrcia. Mas mesmo provocado, ou seja, diante de uma demanda qualquer, deve ser alegada a nulidade do ato, sob pena de o Judicirio no poder analislo de ofcio ante a presuno de legitimidade e veracidade do ato. Gabarito: Certo.

40. (TCNICO JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJ/CE CESPE/2008) Os atos administrativos possuem atributos tpicos. Por exemplo, se algum invade a rea pblica, estendendo os limites de suas instalaes alm do permitido para construo, caracteriza-se no apenas a exigibilidade, com o que se obriga ao cumprimento da obrigao sem a necessidade de recorrer ao Poder Judicirio, como tambm a executoriedade, pois a administrao pode, por iniciativa prpria, derrubar construo erigida em rea pblica. Comentrio: Como observamos a autoexecutoriedade atributo que permite Administrao Pblica executar, direta e imediatamente, seus atos administrativos, independentemente de autorizao judicial. A autoexecutoriedade subdivida em executoriedade e exigibilidade. A executoriedade d a Administrao o poder de, por si mesma, executar seus atos, independentemente de ordem judicial. A exigibilidade o poder conferido Administrao para exigir o
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cumprimento de seus atos, criando mecanismos indiretos para que o administrado o cumpra. Assim, diante de invaso de rea pblica, pode a Administrao derrubar a construo, independentemente de ordem judicial para tanto. Gabarito: Certo.

41. (DEFENSOR PBLICO DPE/ES CESPE/2009) A autoexecutoriedade atributo presente em qualquer ato administrativo. Comentrio: A autoexecutoridade, como vimos, permite a Administrao, por si mesma, executar seus atos, sem necessidade de autorizao judicial para isso. No entanto, nem todo ato administrativo autoexecutrio. Devemos nos ater que h dois elementos, podemos assim dizer, que configuram a autoexecutoriedade, sendo a exigibilidade e a executoriedade. Portanto, s autoexecutvel o ato que seja exigvel e executvel. H atos, no entanto, que so exigveis, mas no so autoexecutveis, tal como a multa administrativa (de trnsito, por exemplo), ela no executvel, ou seja, a Administrao no pode por si s ingressar em bens do particular e execut-los para que a multa seja paga. Deve cobr-la pelos meios judiciais ou estabelecer mecanismos de coero indireta, para que o indivduo venha pag-la voluntariamente. Gabarito: Errado.

42. (TCNICO JUDICIRIO TRE/BA CESPE/2010) A autoexecutoriedade um atributo de todos os atos administrativos.

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Comentrio: De novo! Acabei de salientar isso. Bem, de fato nem todos os atos administrativos so autoexecutveis. Alguns gozam da exigibilidade, mas no da executoriedade, de modo que no so autoexecutveis pela Administrao. Citei como exemplo a multa administrativa. S devem tomar cuidado com a multa contratual, prevista na Lei de Licitaes e Contratos, porque essa pode ser executada diretamente pela Administrao, sempre cobrada da garantia prestada pela contratada, por exemplo. Gabarito: Errado.

43. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJDFT CESPE/2008) A imperatividade o atributo pelo qual algumas espcies de atos administrativos se impem a terceiros, mesmo que no haja sua concordncia explcita. Comentrio: A imperatividade ou coercibilidade o atributo pelo qual tem a Administrao o poder de criar obrigaes ou impor restries, unilateralmente, a terceiros. decorrncia do denominado poder extroverso da Administrao, ou seja, poder de impor restries ou criar obrigaes para particulares, mesmo sem a concordncia deste. A imperatividade so meios de coero direta, ou seja, obrigaes impostas, unilateralmente, pela Administrao aos particulares, de modo que poder, inclusive, exigir seu cumprimento com o uso da fora. claro que nem todo ato administrativo imperativo, ou seja, impe-se a terceiros, inclusive com o uso da fora. Por exemplo, os atos enunciativos.
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Gabarito: Certo.

44. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRT 5 REGIO CESPE/2008) Os atos administrativos no tm poder de coercibilidade em relao aos particulares, visto que ningum est obrigado a fazer ou deixar de fazer algo seno em virtude de lei. Comentrio: Essa uma mera implicao da questo anterior. Ora, como vimos, a imperatividade ou coercibilidade o atributo pelo qual tem a Administrao o poder de criar obrigaes ou impor restries, unilateralmente, a terceiros. Evidentemente que tais obrigaes decorrem da aplicao da lei e em razo do interesse pblico. Assim, tendo em vista que todo ato administrativo goza de presuno de legitimidade e veracidade, significa que fora produzido de acordo com a lei, ou seja, que h lei autorizando a sua prtica e que apto a produzir tais efeitos (tipicidade), pode a Administrao, unilateralmente, criar obrigaes que devero ser observadas ou cumpridas pelos particulares, sob pena de a prpria Administrao executar seus atos, inclusive com uso da fora. Gabarito: Errado.

45. (AGENTE DE POLCIA FEDERAL DPF/MJ CESPE/2009) O princpio da presuno de legitimidade ou de veracidade retrata a presuno absoluta de que os atos praticados pela administrao pblica so verdadeiros e esto em consonncia com as normas legais pertinentes. Comentrio: Ento, sabemos que a presuno de veracidade e legitimidade relativa, ou seja, admite-se prova em contrrio. Quer dizer admite-se a demonstrao
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de que no verdadeiro ou legtimo o ato administrativo. Gabarito: Errado.

46. (TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) O ato administrativo vlido quando expedido em absoluta conformidade com as exigncias do ordenamento jurdico. Comentrio: Inicialmente devemos considerar que o ato administrativo, assim como todos os atos jurdicos, pode ser analisado sobre trs planos. O plano da validade, o plano da eficcia e o plano da perfeio. perfeito o ato administrativo quando ele completa seu ciclo de formao, ou seja, quando completa todo o procedimento para sua emanao. vlido quando produzido de acordo com os ditames normativos. Enfim, eficaz quando disponvel para produo de seus efeitos, ou seja, quando independe de qualquer evento ou condio. Com efeito, possvel que o ato seja perfeito, invlido e eficaz, ou seja, que completo seu procedimento, tenha sido projetado com burla ao comando normativo, porm apto a produzir efeitos. Ex.: um servidor que fora nomeado para um cargo pblico, muito embora tenha sido aprovado no certame por meio de fraude. Poder ser perfeito, vlido, ineficaz, ou seja, quando completo seu ciclo e em conformidade com as exigncias normativas, sendo que no produz efeitos por no ter alcanado a condio ou termo para iniciar a produo de seus efeitos. Exemplo disso a designao de servidor para ocupar o cargo comissionado de assessor, a partir da vacncia do cargo pelo servidor Y no dia 31/12/2009, ou seja, o ato somente produzir seus efeitos com o advento do termo (termo evento futuro e certo), ou, em outro exemplo, fica
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exonerado o servidor da funo quando for promovido por merecimento. Veja que no se sabe quando ser o servidor promovido, portanto se trata de uma condio (condio evento futuro e incerto). Pode, ainda, o ato ser perfeito, invlido e ineficaz, quando o ato, em que pese estar completo seu procedimento, ele no fora emanado segundo as orientaes normativas e tambm no est apto produo de efeitos, por depender de termo ou condio. No devemos, portanto, confundir perfeio, validade e eficcia, na medida em que estaremos em planos distintos de avaliao do ato. Portanto, verificamos que a validade diz respeito adequao do ato s exigncias estabelecidas pelo ordenamento jurdico. Gabarito: Certo.

47. (PERITO MDICO INSS CESPE/2010) O ato administrativo pode ser perfeito, vlido e ineficaz. Comentrio: De fato, como vimos, os atos administrativos podem ser:
Eficaz Vlido Ineficaz Perfeito Eficaz Invlido Ineficaz

Gabarito: Certo.

48. (PERITO MDICO INSS CESPE/2010) O ato administrativo pendente pressupe um ato perfeito.

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Comentrio: O ato administrativo pendente aquele que, muito embora seja perfeito, ainda no produz seus efeitos, isso porque est sujeito a condio ou termo. Condio evento futuro e incerto. Termo evento futuro e certo. Portanto, o ato pendente ato perfeito. H ainda os atos denominados consumados, ou seja, aquele que j produziu todos os seus efeitos. Gabarito: Certo.

49. (TCNICO EM COMUNICAES DPU CESPE/2010) Quanto exequibilidade, o denominado ato administrativo perfeito aquele que j exauriu seus efeitos, tornando-se definitivo e no podendo mais ser impugnado na via administrativa ou na judicial. Comentrio: Perfeito o ato administrativo que completou seu ciclo de formao, ou seja, aquele que completou todo o procedimento para sua emanao, reunindo todos os elementos necessrios sua exeqibilidade, isto est apto e disponvel para produzir seus efeitos. Assim, aquele que j exauriu seus efeitos denominado ato consumado, tornado-se definitivo, irretratvel ou imodificvel por lhe faltar o objeto. Gabarito: Errado.

50. (PROCURADOR FEDERAL AGU CESPE/2010) O ato administrativo pode ser invlido e, ainda assim, eficaz, quando, apesar de no se achar conformado s exigncias normativas, produzir os efeitos que lhe seriam inerentes, mas no possvel que o ato administrativo seja, ao mesmo tempo, perfeito, invlido e eficaz.
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Comentrio: Como destaquei, perfeito o ato administrativo que completou seu ciclo de formao, ou seja, aquele que completou todo o procedimento para sua emanao, reunindo todos os elementos necessrios sua exeqibilidade, isto est apto e disponvel para produzir seus efeitos. vlido quando produzido de acordo com os ditames normativos. Enfim, eficaz quando disponvel para produo de seus efeitos, ou seja, quando independe de qualquer evento ou condio. Com efeito, possvel que o ato seja perfeito, invlido e eficaz, ou seja, que completo seu procedimento, tenha sido projetado com burla ao comando normativo, porm apto a produzir efeitos, conforme o seguinte esquema:
Eficaz Vlido Ineficaz Perfeito Eficaz Invlido Ineficaz

Gabarito: Errado.

51. (TCNICO JUDICIRIO STJ CESPE/2008) Uma autarquia federal realizou concurso pblico para alguns cargos e fixou seu prazo de validade em apenas um ano, improrrogvel. Nessa situao, nada h de irregular na conduta do mencionado ente pblico, pois se trata de ato discricionrio. Comentrio: Aqui devemos conhecer a classificao dos atos administrativos em atos vinculados e atos discricionrios. Ato vinculado aquele em que a lei fixa todos os requisitos de sua realizao, no havendo margem de liberdade para atuao do agente
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pblico, de modo a proceder avaliao da convenincia e oportunidade da prtica do ato. Ex. licena paternidade, eis que ao nascer o filho do servidor este, automaticamente, sara em licena. O ato discricionrio aquele em que h margem de liberdade para atuao do agente pblico, cabendo-lhe decidir acerca da convenincia e oportunidade em se praticar o ato. Exemplo: concesso de frias que poder ser de acordo com a convenincia e oportunidade da administrao. Com efeito, neste caso, acerca do prazo de validade do concurso pblico, disps a Constituio Federal, art. 37, inc. III e o art. 12 da Lei n 8.112/90 que o prazo de validade do concurso pblico ser de at dois anos, podendo ser prorrogado por igual perodo. Portanto, caber ao administrador avaliar a convenincia e oportunidade de se fixar este ou aquele prazo para validade do concurso, ou seja, poder fixar um ms, dez meses, seis meses, um ano, ou seja, pode fixar at dois anos e, ainda, poder avaliar a convenincia e oportunidade de prorrog-lo. Trata-se, assim, de ato discricionrio a fixao do prazo de validade do concurso, dentro dos limites legais, de modo que o ato regular. Gabarito: Certo.

52. (TCNICO JUDICIRIO TRT 5 REGIO CESPE/2008) A aposentadoria de cargo de provimento efetivo, por implemento de idade, um ato administrativo discricionrio. Comentrio: A aposentadoria por implemento de idade, ou seja, a aposentadoria compulsria como o prprio nome diz, no permite qualquer margem de liberdade para a atuao do administrador, de modo que alcanada a idade limite, o servidor dever ser aposentado.
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Nesse sentido, por no haver qualquer margem para se avaliar a convenincia e oportunidade se praticar tal ato, verifica-se que a aposentadoria compulsria ato vinculado. Gabarito: Errado.

53. (AGENTE DE INTELIGNCIA ABIN CESPE/2008) O prefeito de determinado municpio houve por bem desapropriar terreno com vistas a construir um hospital. No entanto, em vez de hospital, foi construda uma escola pblica. Considerando a situao hipottica apresentada, julgue os itens seguintes, que dizem respeito aos atos administrativos. ** O decreto desapropriatrio considerado ato vinculado. Comentrio: Como dito, o ato vinculado aquele em que todos os seus elementos esto previstos na norma, ou seja, no h margem de liberdade para atuao do agente pblico. No entanto, observemos que a desapropriao poder ocorrer por ato administrativo (decreto) ou diretamente por lei. Quando se tratar de desapropriao por fora de ato administrativo caber ao Administrador definir qual a rea objeto de interesse da Administrao, qual o momento oportuno a se realizar o ato. Por isso, devemos entender que o Prefeito ao vislumbrar a necessidade coletiva (interesse social), far exame de convenincia e oportunidade acerca de qual o imvel que melhor se adqua ao interesse pblico, determinando conforme essa anlise, o ato desapropriatrio. Portanto, trata-se de ato discricionrio e no vinculado. Gabarito: Errado.

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54. (TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) O ato administrativo simples resulta da vontade de um rgo, mas depende da verificao por parte de outro rgo para se tornar exeqvel. Comentrio: Quanto manifestao de vontade, o ato administrativo poder ser simples, complexo e composto. Ato simples o que decorre da manifestao de vontade de um nico rgo, colegiado (comisso disciplinar) ou singular (ato do chefe). Este ato estar completo com a emanao de vontade desse rgo, no dependendo de qualquer outra manifestao para ser considerado perfeito e eficaz. Ato complexo o que decorre de manifestao de vontade de dois ou mais rgos, que se somam formando um nico ato. Importante destacar que o ato s se considera formado quando h as duas manifestaes, uma delas apenas insuficiente para dar existncia ao ato, somente com a juno das duas que estar formado. Exemplo o ato de aposentadoria de servidor que somente se forma pela manifestao de vontade do rgo e com a homologao pelo Tribunal de Contas. E, por fim, ato composto aquele que resulta da manifestao de um s rgo, mas cuja produo dos efeitos depende de outro ato de um outro rgo que o aprove. Ex. nomeao de Ministro do Tribunal Superior. Uma vez nomeado, dever ser sabatinado pelo Senado e se aprovado poder tomar posse no cargo. Aqui temos dois atos, sendo que um o principal e o outro o acessrio ou secundrio. Assim, o ato administrativo simples resulta da vontade de um rgo, independente de qualquer manifestao de outro rgo para a produo de seus efeitos.

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Gabarito: Errado.

55. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRE/BA CESPE/2010) Ato administrativo complexo aquele que resulta do somatrio de manifestaes de vontade de mais de um rgo, por exemplo, a aposentadoria. Comentrio: ento, o que acham? Dvidas? De fato, o ato de aposentadoria entendido como ato complexo. Esse tambm o entendimento no mbito do STJ e do STF, vejamos:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINRIO.

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANA. REVISO DE APOSENTADORIA. DECISO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM DA AUTORIDADE QUE APENAS CUMPRE A DETERMINAO DA CORTE DE CONTAS. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. O ato de aposentadoria ato complexo que se perfaz com a manifestao do rgo concedente, em conjunto com aprovao do Tribunal de Contas a respeito da legalidade do ato. 2. A deciso final acerca de reviso da aposentadoria do servidor atribuio do Tribunal de Contas da Unio, de acordo com a competncia prevista no artigo 71, III, da Constituio Federal 3. Este Superior Tribunal de Justia tem asseverado que o Presidente do Tribunal de Justia do Distrito Federal e dos Territrios, ao praticar ato em cumprimento deciso de carter impositivo e vinculante oriundo do Tribunal de Contas da Unio, no detm legitimidade para figurar no polo passivo do mandamus. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg no RMS 20.175/DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS

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MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 24/11/2009, DJe 14/12/2009) ADMINISTRATIVO. APOSENTADORIA. ATO COMPLEXO.

CONFIRMAO PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO. ART. 54 DA LEI N. 9.784/99. DECADNCIA ADMINISTRATIVA QUE SE CONTA A PARTIR DESSE LTIMO ATO. NO-CONFIGURAO. 1. Caso o ato acoimado de ilegalidade tenha sido praticado antes da promulgao da Lei n. 9.784/99, a Administrao tem o prazo de cincos anos a contar da vigncia da aludida norma para anul-lo; caso tenha sido praticado aps a edio da mencionada Lei, o prazo qinqenal da Administrao contar-se- da prtica do ato tido por ilegal, sob pena de decadncia, nos termos do art. 54 da Lei n. 9.784/99. 2. O ato de aposentadoria tem natureza jurdica de ato administrativo providncia produzem. 3. Agravo regimental desprovido. (AgRg no AgRg no REsp 1059164/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 24/03/2009, DJe 20/04/2009) INFORMATIVO N 575 TTULO: Alterao de Aposentadoria: Aditamento e Desnecessidade de Contraditrio PROCESSO: MS - 25561 ARTIGO O Tribunal indeferiu mandado de segurana impetrado contra ato do Tribunal de Contas da Unio - TCU que, sem prvia manifestao do impetrante, exclura dos seus proventos de aposentadoria o pagamento de quintos. Na espcie, a Corte de Contas reputara legal a aposentao originria do impetrante, ocorrida em 1995. Entretanto, em 1997, a fundao que concedera a aposentadoria ao impetrante inclura, de complexo, ocorra, os ou seja, da aperfeioa-se decadncia apenas no se quando do registro no Tribunal de Contas e, at que tal efeitos

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maneira superveniente, o pagamento de quintos, parcela remuneratria esta no examinada naquela oportunidade, por no constar do processo. Ocorre que, submetida tal incluso ao TCU, este a considerara ilegal ante a insuficincia de tempo de servio do impetrante para auferi-la. Inicialmente, rejeitouse a preliminar suscitada pelo Min. Marco Aurlio, relator, sobre a ausncia de Em qurum para julgamento a da matria de constitucional. seguida, afastou-se preliminar

decadncia ao fundamento de que o prazo de cinco anos previsto no art. 54 da Lei 9.784/99 teria sido observado. No ponto, ressaltando que o ato de aposentadoria seria complexo, aduziu-se que o termo a quo para a contagem do referido prazo seria a data em que aperfeioada aquela. No mrito, consignou-se que, na situao dos autos, fora encaminhada ao TCU alterao introduzida posteriormente nos proventos de aposentadoria do impetrante e que o rgo competente glosara o que praticado na origem, modificando os parmetros da aposentadoria ento registrada. Mencionou-se, ademais, que o procedimento referente alterao estaria ligado ao registro. Asseverou-se que, uma vez procedido o registro da aposentadoria pelo TCU, fixando-se certos parmetros a nortearem os proventos, alterao realizada pelo rgo de origem em benefcio do aposentado implicaria aditamento e, ento, no haveria necessidade de estabelecer-se contraditrio. MS 25525/DF, rel. Min. Marco Aurlio, 17.2.2010. (MS-25525)

preciso, no entanto, tomar cuidado, pois at mesmo no STJ h divergncia acerca desse entendimento, conforme ementa a seguir:
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PBLICO. APOSENTADORIA.

CONTAGEM DE TEMPO. IRREGULARIDADE APURADA PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO. REVISO DO ATO. PRAZO DECADENCIAL. ART. 54 DA LEI N. 9.784/99. TERMO INICIAL. 1. A aposentadoria de servidor pblico no ato complexo, pois no se conjugam as vontades da Administrao e do

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Tribunal de Contas para concede-la. So atos distintos e praticados no manejo de competncias igualmente diversas, na medida em que a primeira concede e o segundo controla sua legalidade. 2. O art. 54 da Lei n. 9.784/99 vem a consolidar o princpio da segurana jurdica dentro do processo administrativo, tendo por precpua finalidade a obteno de um estado de coisas que enseje estabilidade e previsibilidade dos atos. 3. No vivel a afirmativa de que o termo inicial para a incidncia do art. 54 da Lei n. 9.784/99 a concluso do ato de aposentadoria, aps a manifestao dos Tribunal de Contas, pois o perodo que permeia a primeira concesso pela Administrao e a concluso do controle de legalidade deve observar os princpios constitucionais da Eficincia e da Proteo da Confiana Legtima, bem como a garantia de durao razovel do processo. 4. Recurso especial improvido. (REsp 1047524/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 16/06/2009, DJe 03/08/2009)

De todo modo, se no fizer nenhuma ressalva ao posicionamento da 5 Turma do STJ, devemos manter o entendimento majoritrio, de que o ato de aposentadoria complexo. Gabarito: Certo.

56. (ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), a aposentadoria seria exemplo de ato composto mesmo nos casos em que o tribunal de contas, no exerccio do controle externo constitucionalmente previsto, aprecia a legalidade da prpria concesso. Comentrio: A aposentadoria ato complexo e no composto, conforme j

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demonstrado anteriormente, e com base na jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal, vejamos:


INFORMATIVO N 575 TTULO: Alterao de Aposentadoria: Aditamento e Desnecessidade de Contraditrio PROCESSO: MS - 25561 ARTIGO O Tribunal indeferiu mandado de segurana impetrado contra ato do Tribunal de Contas da Unio - TCU que, sem prvia manifestao do impetrante, exclura dos seus proventos de aposentadoria o pagamento de quintos. Na espcie, a Corte de Contas reputara legal a aposentao originria do impetrante, ocorrida em 1995. Entretanto, em 1997, a fundao que concedera a aposentadoria ao impetrante inclura, de maneira superveniente, o pagamento de quintos, parcela remuneratria esta no examinada naquela oportunidade, por no constar do processo. Ocorre que, submetida tal incluso ao TCU, este a considerara ilegal ante a insuficincia de tempo de servio do impetrante para auferi-la. Inicialmente, rejeitouse a preliminar suscitada pelo Min. Marco Aurlio, relator, sobre a ausncia de Em qurum para julgamento a da matria de constitucional. seguida, afastou-se preliminar

decadncia ao fundamento de que o prazo de cinco anos previsto no art. 54 da Lei 9.784/99 teria sido observado. No ponto, ressaltando que o ato de aposentadoria seria complexo, aduziu-se que o termo a quo para a contagem do referido prazo seria a data em que aperfeioada aquela. No mrito, consignou-se que, na situao dos autos, fora encaminhada ao TCU alterao introduzida posteriormente nos proventos de aposentadoria do impetrante e que o rgo competente glosara o que praticado na origem, modificando os parmetros da aposentadoria ento registrada. Mencionou-se, ademais, que o procedimento referente alterao estaria ligado ao registro. Asseverou-se que, uma vez procedido o registro da aposentadoria pelo TCU, fixando-se certos parmetros a nortearem os proventos, alterao realizada pelo

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rgo de origem em benefcio do aposentado implicaria aditamento e, ento, no haveria necessidade de estabelecer-se contraditrio. MS 25525/DF, rel. Min. Marco Aurlio, 17.2.2010. (MS-25525

Gabarito: Errado.

57. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO MPE/RR CESPE/2008) Atos administrativos complexos so aqueles que demandam profunda anlise do administrador pblico e estudos tcnicos prvios. Comentrio: Essa questo at engraada. Ora, no o ato complexo pela complexidade de sua anlise. O ato complexo no porque a matria ou o seu contedo complexo e depende de anlises tcnicas e mais aprofundadas. Como ressaltado, o ato complexo o que decorre de manifestao de vontade de dois ou mais rgos. Assim, o ato s se considera formado quando h as duas manifestaes, uma delas apenas insuficiente para dar existncia ao ato, ou seja, muito embora haja duas manifestaes de vontade, teremos apenas um ato. Gabarito: Errado.

58. (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO MPE/RR CESPE/2008) Ato administrativo composto o que resulta da manifestao de dois ou mais rgos, em que a vontade de um instrumental em relao de outro, que edita o ato principal. Comentrio: Como verificamos, o ato composto aquele que resulta da manifestao de
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um s rgo, mas cuja produo dos efeitos depende da manifestao de outro rgo que o aprove. Significa que h a manifestao de vontade de um rgo que d surgimento ao ato principal, o qual precisa ser aprovado ou referendado por ato de outro rgo para produzir seus efeitos. Ex. todas as nomeaes que dependem de sabatina no Senado (Ex.: nomeao do Procurador-Geral da Repblica, Defensor Pblico-Geral Federal etc) Observe que teremos um ato principal e um secundrio ou instrumental. Assim, teremos duas vontades distintas, que formam atos distintos, sendo o segundo ato, de aprovao do principal.
Gabarito: Certo

59. (ANALISTA ADMINISTRATIVO ANTAQ CESPE/2009) Considere que a ANTAQ tenha editado resoluo que exija, como requisito para obteno de autorizao para o afretamento de embarcaes estrangeiras, a prvia consulta sobre a disponibilidade de embarcaes nacionais que possam fazer a navegao de cabotagem. Acerca dessa situao hipottica e dos atos administrativos a ela relacionados, julgue os itens que se seguem. *** Resolues como a mencionada so classificadas como atos administrativos compostos, j que so formadas pela vontade de mais de um agente pblico. Comentrio: J vimos que o ato composto formado por dois atos distintos. Um principal e outro acessrio, que instrumental ao principal. Resoluo ato administrativo normativo, oriundo do poder normativo das agncias que decorrem de delegao tcnica. Assim, as resolues da ANTAQ, muito embora digam respeito de atividades complexas, considerado ato simples, porm de natureza geral.
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Gabarito: Errado.

60. (ANALISTA ADMINISTRATIVO ANAC CESPE/2009) Um decreto assinado pelo chefe do Poder Executivo e referendado por um ministro de Estado e uma dispensa de licitao dependente de homologao por uma autoridade superior para produzir efeitos so exemplos, respectivamente, de ato complexo e ato composto. Comentrio: De fato, no primeiro exemplo temos um ato composto. o decreto um ato praticado pela soma de vontade de duas autoridades distintas, formando-se apenas este ato. De outro lado, podemos dizer que a licitao um procedimento administrativo prvio contratao. Toa, o ato que a dispensa deve ser homologado pela autoridade superior. Assim, temos um ato a dispensa que somente produzir seus efeitos com a aprovao da autoridade superior, por isso ato composto. Gabarito: Certo.

61. (DEFENSOR PBLICO DPE/ES CESPE/2009) De acordo com a doutrina, as resolues e as portarias editadas no mbito administrativo so formas de que se revestem os atos gerais ou individuais, emanados do chefe do Poder Executivo. Comentrio: Podemos, ainda, classificar os atos administrativos quanto ao seu destinatrio, sendo gerais ou individuais. Gerais so aqueles que no possuem destinatrios determinados, so abstratos e impessoais, ou seja, buscam atingir a todos que se enquadrem na mesma situao,

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indistintamente. Os individuais possuem destinatrios determinados, certos, ou seja, faz previso de uma situao concreta, cuja beneficirio determinado. Assim, resolues e portarias so exemplos de atos gerais e no individuais. Gabarito: Errado.

62. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJ/CE CESPE/2008) considerado um ato declaratrio o reconhecimento reduo de um tributo por se ter um estabelecimento instalado em determinada regio beneficiada por incentivos fiscais para o seu desenvolvimento, pois esse direito no existia antes do respectivo ato. Comentrio: Ainda poderemos classificar os atos administrativos no tocante aos seus efeitos, quando teremos: ato constitutivo, extintivo, declaratrio, alienativo, modificativo ou abdicativo. Fao uma ressalva para tomarem muito cuidado com essa questo, pois a doutrina no uniforme acerca da definio dada nessa classificao, havendo forte divergncia entre os principais autores brasileiros. Mas, de forma geral, vamos adotar o seguinte: O ato constitutivo aquele que cria uma nova situao jurdica para seu destinatrio. Tem-se a criao de uma situao jurdica nova. Ex. nomeao de servidor, promoo do servidor, concesso de licena etc. Ato extintivo ou desconstitutivo aquele que pe fim, extingue, situaes jurdicas existentes. Ex.: demisso, cassao de autorizao. Ato modificativo o ato que tem por fim alterar situaes j existentes, sem,
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contudo, suprimi-las. Parte da doutrina entende que o ato constitutivo englobaria tambm os modificativos e extintos, conforme o entendimento da Profa. Di Pietro, segundo o qual o ato constitutivo aquele pelo qual a Administrao cria, modifica ou extingue um direito ou uma situao do administrado. Ato declaratrio aquele que declara uma situao preexistente, visado preservar o direito declarado. Trata-se de mera certificao de fato ocorrido. Ex: certido, atestado, homologao, anulao e apostilamento. A Profa. Di Pietro entende que declaratrio seria o ato que reconhece um direito que j existia antes do ato. Ex: uma iseno, admisso, licena etc. Ato alienativo o ato que trata de transferncia de bens ou direitos de um titular a outro. Por isso, tambm considerado ato modificativo. Ato abdicativo so os atos por meio o administrado abre mo, abdica de um determinado direito. A Profa. Di Pietro ainda cita os atos enunciativos, nos quais a Administrao apenas atesta, reconhece determinado fato ou emite juzo de conhecimento ou opinio, separando-o dos declaratrios, como exemplo as certides, declaraes, pareceres etc. Assim, na hiptese no se trata de um ato declaratrio, j que o direito no existia anteriormente, ou seja, ao ser determinada uma rea que fora concedido benefcio fiscal, instituiu-se uma nova situao jurdica. Ento, temos um ato constitutivo. Gabarito: Errado.

63. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJ/CE CESPE/2008) Se a administrao do municpio conceder alvar de funcionamento para um tipo de estabelecimento, de acordo com as exigncias legais, contra os

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interesses particulares dos moradores de determinado local, tendo como objetivo o aumento da arrecadao tributria, o Poder Judicirio estar autorizado a decretar a nulidade do ato, por ser ele vinculado, e no discricionrio. Comentrio: O Alvar o instrumento pelo qual a Administrao Pblica confere licena ou autorizao para a prtica de ato. A licena , como regra, ato administrativo vinculado na medida em que ao serem preenchidos os requisitos legais, a Administrao dever conced-la, no cabendo a anlise acerca da convenincia, a no ser de atendimento aos requisitos legais. Ex.: Licena para exerccio de profisso, licena para dirigir (habilitao), licena para funcionamento de estabelecimento comercial (alvar de funcionamento). De outro lado, a autorizao ato discricionrio e precrio, ou seja, a concesso depender da convenincia e oportunidade, podendo ser revogado a qualquer tempo, ou seja, ainda que o indivduo atenda aos requisitos necessrios para se conferi-la, depender da convenincia e oportunidade da Administrao para conced-la, que poder, a qualquer momento, revog-lo. Ex.: autorizao para porte de arma, autorizao para prestar servio de condutor autnomo (taxi). Assim, acaso a Administrao municipal conceda alvar de funcionamento para certo estabelecimento (ato vinculado), porque atendidas as exigncias legais, mesmo que seja contrrio aos interesses particulares dos moradores dessa localidade, e tendo como objetivo o aumento da arrecadao tributria, no poder o Poder Judicirio decretar a nulidade do ato, independentemente de ser vinculado ou discricionrio. Tome cuidado, no entanto, que na Lei Geral de Telecomunicaes h previso de autorizao da prestao de servio pblico de telecomunies como ato vinculado.

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Gabarito: Errado.

64. (ASSESSOR TCNICO JURDICO TCE/RN CESPE/2009) Atos administrativos enunciativos so aqueles em que a administrao certifica ou atesta um fato ou emite um juzo de valor acerca de determinado assunto, como, por exemplo, as certides e os atestados. Comentrio: Essa questo trata das espcies de atos administrativos, que so as seguintes: a) atos normativos: so atos gerais e abstratos que visam explicitar a maneira correta da aplicao da norma no mbito administrativo. (Ex. regulamentos, decretos, resolues administrativas, instrues normativas, deliberaes e portarias de contedo geral). b) atos ordinatrios: so os atos emanados da hierarquia administrativa que estabelecem ordem, organizao e o funcionamento da Administrao, bem como da conduta funcional de seus agentes. (Exemplo: circulares, avisos, portarias, ordens de servios, ofcios e despachos). c) atos negociais: so atos administrativos contendo uma declarao de vontade da Administrao coincidente com a pretenso do particular, ou seja, so declaraes de vontade da Administrao que geram efeitos pretendidos pelo interessado. (Ex: Licena, autorizao, permisso, aprovao, visto, homologao). d) atos enunciativos: so os atos que atestam, certificam, enunciam ou declaram um fato ou situao, bem como transmitem opinio da Administrao sobre determinado assunto. Toa, no so emanaes da manifestao unilateral de vontade da Administrao, tampouco vinculativos. (Ex: certides, atestados, pareceres opinativos) e) atos punitivos: so atos que contm imposio de sano, penalidade queles que vinculados Administrao infringiram alguma disposio legal
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ou contratual, ou seja, so atos que tm a finalidade de punir ou reprimir infraes administrativas. (Ex: advertncia, demisso, multa contratual) Gabarito: Certo.

65. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TJDFT CESPE/2008) Mesmo nos atos discricionrios, no h margem para que o administrador atue com excessos ou desvio de poder, competindo ao Poder Judicirio o controle cabvel. Comentrio: Vimos que, quanto liberdade de atuao, o ato administrativo poder ser vinculado ou discricionrio. vinculado quando todos os requisitos e condies de sua realizao esto fixados na lei, no havendo margem de liberdade, escolha, de modo a proceder avaliao da convenincia e oportunidade para a prtica do ato. Ex. licena paternidade, eis que ao nascer o filho do servidor este, automaticamente, sara em licena. De outro lado, discricionrio o ato em que h margem de liberdade para atuao do administrador, cabendo-lhe decidir acerca da convenincia e oportunidade em se praticar o ato. Exemplo: concesso de frias que poder ser de acordo com a convenincia e oportunidade da administrao. Com efeito, em quaisquer desses atos, possvel verificarmos se o agente utiliza o poder que lhe fora conferido de acordo com os ditames legais ou adota conduta ilegtima (abuso de poder). Como ressaltamos, o uso ilegtimo do poder, denominado abuso de poder, pode se apresentar de duas formas: excesso de poder e o desvio de poder (desvio de finalidade). Ocorre o excesso de poder quando o agente atua fora ou alm dos limites
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da competncia que lhe foi atribuda. O desvio de poder ocorre quando o agente, muito embora seja competente, atua em descompasso com a finalidade estabelecida em lei para a prtica de certo ato. O desvio de poder tambm conhecido como desvio de finalidade, ou seja, conduta do agente pblico que d finalidade ao ato administrativo diverso daquele previsto, expressa ou implicitamente, na lei. Com efeito, aplicar suspenso no por falta administrativa, mas por sentimento de perseguio, por exemplo. Assim, em qualquer das situaes de abuso h ilcito administrativo (alm de ilcito penal, Lei n 4.898/65), visto que o abuso de poder afronta o princpio da legalidade, sujeitando-se, portanto, ao controle administrativo (autotutela) ou judicial (mandado de segurana, por exemplo). Gabarito: Certo.

66. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJDFT CESPE/2008) A revogao, a anulao e a cassao so formas de extino de um ato administrativo por meio de outro ato do Poder Pblico. Comentrio: Aqui devemos conhecer as formas de extino do ato administrativo e como se processam. Com efeito, Celso Antnio Bandeira de Mello esclarece que o ato administrativo pode ser extinto por diversos motivos, seja o ato eficaz ou ineficaz, podendo ocorrer sua extino de forma natural ou por vcio que o inquine de ilegalidade ou ilegitimidade, podendo, ademais, serem retirados por razes de mrito administrativo. Assim, com suporte nessa lio, podemos apresentar as seguintes formas de extino do ato administrativo:
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Extino natural Extino subjetiva Extino objetiva Retirada Renncia

Assim, a extino natural, ou seja, a extino por ter o ato administrativo cumprido seus efeitos ocorrer quando: a) o ato esgotou seu contedo jurdico, ou seja, quando j surtiu todos os seus efeitos (ex. viagem realizada a servio, frias gozadas); b) houve a execuo material, isto , quando o ato alcanou seu objetivo, de modo que a providncia que havia sido determinada fora executada (a execuo de uma ordem de demolio de um prdio); c) por implemento de condio resolutiva ou termo final. No primeiro caso quando se d um evento futuro e incerto elencado pelo ato como fator extintivo de seus efeitos (ex.: um servidor que assume um cargo comissionado, sob a condio de permanecer at que seja feito novo concurso e o aprovado venha assumir o cargo naquele setor). No segundo, quando ocorrer um evento futuro e certo descrito como fator de extino do ato (Ex.: concedo licena capacitao para o servidor a ser exercida at o ms de maio). A extino subjetiva, ou seja, por desaparecimento do sujeito ocorre quando desaparece o sujeito beneficirio do ato (falecimento do servidor que obteve autorizao para realizar certo curso, ou do candidato nomeado para cargo pblico, ou, ainda, falncia da sociedade que recebeu alvar de funcionamento, por exemplo), A extino objetiva ocorre quando h o desaparecimento do prprio objeto do ato. Exemplo: destruio pelas chuvas de imvel que estava invadindo rea pblica e, por isso, seria derrubado pela Administrao).

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De outro lado, haver a extino do ato administrativo pela retirada nos casos de: revogao, anulao, cassao, caducidade, contraposio. D-se a cassao quando as condies ou requisitos que foram estabelecidos para a prtica do ato restaram desatendidas pelo beneficirio, quando deveriam ser observadas a fim de que pudesse continuar desfrutando dos benefcios decorrentes do ato. (autorizao para porte de arma, contudo, posteriormente, o agente sofreu condenao criminal, restando, portanto, as condies estabelecidas para tal autorizao desatendidas, de maneira que incidir o poder de cassar a autorizao anteriormente dada). A caducidade ocorre porque sobreveio norma que no se permite mais os efeitos do ato antes autorizado. Trata-se, portanto, de norma superveniente contrria que permitia a prtica do ato. Exemplo de mudana de locais que eram destinados a espetculos em virtude de nova lei de zoneamento. Assim, aqueles que tinham autorizao para realizar espetculo em tal local, assim, o ato caducou, de modo que j no poder mais se apresentar ali. A contraposio diz respeito prtica de novo ato administrativo, cuja competncia diversa do que gerou o ato anterior, porm o contedo ditado em contradio ao daquele. Ex. Um superior hierrquico de um setor X concede dirias para um subordinado realizar um curso oferecido pela Administrao. No entanto, aps a autorizao, a autoridade desse rgo baixa uma portaria determinando que no ser autorizada a realizao de cursos fora da sede. Por fim, a renncia, como causa de extino do ato, ocorrer quando houver a rejeio pelo prprio beneficirio da situao jurdica que lhe era favorvel, decorrente do ato administrativo praticado, tal como no caso de renncia promoo, renncia remoo a pedido etc. A doutrina, ademais, denomina invalidao a extino do ato administrativo pela Administrao por motivos de ilegalidade ou de mrito, ou seja, seria a extino por anulao do ato ou por revogao.

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Particularmente no gosto de utilizar o termo invalidao, pois nos provoca um pensamento contrrio validade, e da que o ato invlido seria ilegal. Mas, essa expresso utilizada, com freqncia, para tratar das duas situaes, ou seja, da anulao e da revogao. A revogao a extino do ato administrativo por no mais se coadunar com os interesses perseguidos pela Administrao na consecuo do interesse pblico. Trata-se de reavaliao dos critrios de convenincia e oportunidade na manuteno do ato. Com efeito, verificando-se que o ato no atende mais os anseios coletivos, tornando-se inconveniente ou mesmo inoportuno, surge para a Administrao a possibilidade de retir-lo do mundo jurdico por fora de revogao, praticando um novo ato nesse sentido. Assim, diz-se que a revogao expressa quando o novo ato diz peremptoriamente que fica revogado o ato anterior, e implcita ou tcita quando o novo ato trata do mesmo contedo disposto no ato anterior. bom ressaltar que o competente para revogar a mesma autoridade que praticou o ato a ser revogado, tendo por objeto, em regra, um ato vlido, pois na revogao no se discute a legalidade e legitimidade do ato, apenas se este atende aos anseios da coletividade no sentido de ser oportuno ou conveniente. importante ressaltar que a revogao do ato administrativo opera-se sempre de forma exclusiva pela Administrao Pblica, de modo que os outros poderes no podem revogar ato emanado pelo juzo de mrito administrativo, ressalvado, por bvio, se o ato administrativo emanou de suas funes atpicas. Significa dizer que o Poder Judicirio no detm competncia para revogar ato administrativo de outro poder, podendo, contudo, revogar seus prprios atos administrativos, quando agindo na funo administrativa. A revogao tem por fundamento o poder discricionrio da autoridade

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administrativa em praticar o ato. Assim, se tem poder para pratic-lo segundo a convenincia e oportunidade, tambm ter o poder de reavaliar tal juzo em momentos futuros. Por se tratar, portanto, de poder que incide sobre ato vlido, a revogao dever operar apenas para frente, de modo que seus efeitos so ex nunc, ou seja, futuros dali para frente, no alcanado as relaes pretritas. Desse modo, os efeitos pretritos do ato so mantidos at a incidncia do ato revogador, quando a partir de ento no se verificar mais a incidncia do ato revogado. Existem, no entanto, situaes que no admite revogao, que denominamos de limites revogao. Assim, so insuscetveis de revogao: a) Atos que a lei declare irrevogveis, eis que o princpio da legalidade deve ser observado pela Administrao, de modo que se a lei diz que no se permite a revogao no surge para a Administrao a possibilidade de avaliao da convenincia e oportunidade no tocante manuteno do ato. b) Atos consumados, ou seja, os atos que j exauriram seus efeitos. que por terem alcanado seu objetivo e concretizado seus efeitos, no se pode modificar aquilo que no produz mais efeito algum. (Ex.: ato que concede frias, doravante, ante a necessidade do servio, se quer revog-la, porm essa j foi usufruda) c) Direito adquirido, conforme a proteo constitucional (art. 5, inc. XXXVI, CF/88) de que a lei no retroagir para violar o direito adquirido. Assim, se a lei no pode violar o direito adquirido, menos ainda o ato administrativo, por isso, no pode ser revogado o direito adquirido. d) Atos vinculados na medida em que em tais atos no se realiza a avaliao de convenincia e oportunidade, ou seja, no h margem de discricionariedade, visto que os elementos motivo e objeto esto dispostos

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na lei, ou seja, o mrito determinado pela lei (mrito legal). e) Meros atos administrativos, ou seja, os atos administrativos que simplesmente enunciam determinadas situaes de fato ou de direito (certides, pareceres, atestados etc). Por bvio, tais atos no podem ser revogados, porque apenas informam ou certificam dado fato, j ocorrido. f) Atos integrante de procedimento administrativo uma vez que ao se praticar o ato futuro, ocorreu a precluso do ato passado, tendo em vista a relao de sucesso entre os atos. Outrossim, no tocante aos vcios incidentes sobre a legalidade ou legitimidade, passa-se pelo estudo da anulao do ato. Anulao, portanto, a extino do ato administrativo por razes de ilegalidade, ou seja, por estar o ato em desconformidade com as determinaes constantes do ordenamento jurdico. Diferentemente da revogao, a anulao tanto poder ser declarada pela Administrao, em decorrncia de seu poder de autotutela, consoante a dico das Smulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal e artigo 54 da Lei n 9.784/99, quanto pelo Poder Judicirio por fora do controle judicial, nos termos do art. 5, inc. XXXV, da Constituio/1988. A anulao do ato pode ocorrer por motivo de ilegitimidade ou ilegalidade, por isso, os seus efeitos so retroativos, de maneira a fulminar o ato desde o seu nascedouro, ou seja, efeitos ex tunc. No entanto, conforme a Lei n 9.784/99 (Lei Processo Administrativo) os atos que apresentarem defeitos sanveis, podero ser convalidados, nos termos do art. 55 que assim dispe: em deciso na qual se evidencie no acarretarem leso ao interesse pblico nem prejuzo a terceiro, os atos que apresentarem defeitos sanveis podero ser convalidados pela prpria Administrao. Portanto, conforme ministra Santos Carvalho Filho, regra geral deve ser a da nulidade, considerando-se assim graves os vcios que inquinam dos

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o ato, e somente por exceo, pode dar-se a convalidao de ato viciado, tido como anulvel. Assim, devemos entender a convalidao. A convalidao ou saneamento o ato administrativo pelo qual se supre o vcio do ato ilegal, de modo a valid-lo com efeitos retroativos, ou seja, ab initio. Com efeito, de acordo com a Lei n 9.784/99, podemos dizer que h duas hipteses em que se permite a convalidao: a) Pelo decurso de prazo (decadncia) b) Por ato da Administrao Nesse sentido, observem as disposies contidas nos arts. 54 e 55 da Lei n 9.784/99:
Art. 54. O direito da Administrao de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorveis para os destinatrios decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada m-f.

Art. 55. Em deciso na qual se evidencie no acarretarem leso ao interesse pblico nem prejuzo a terceiro, os atos que apresentarem defeitos sanveis podero ser convalidados pela prpria

Administrao.

Assim, na primeira hiptese, ou seja, pelo decurso de prazo, qualquer vcio existente em ato administrativo, uma vez alcanado o prazo decadencial de cinco anos, e beneficirio esteja de boa-f ficar convalidado. Por isso, importante destacar que se o terceiro, beneficirio do ato, estiver de m-f, o ato no se convalida pelo decurso do prazo, ou seja, no haver a incidncia do prazo para anulao. Outrossim, na segunda hiptese, convalidao por ato administrativo, ou seja, deciso administrativa, entende-se que se trata de ato discricionrio, pois a Administrao poder convalidar ou no. Significa que temos um ato

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nulo, porm o vcio considervel sanvel. Nesta ltima hiptese, podemos dizer que aderiu o Direito Administrativo, a partir da Lei n 9.784/99, teoria dualista dos atos jurdicos, ou seja, existncia de ato jurdico nulo e anulvel. So anulveis os atos passveis de saneamento e nulos os que no se convalidam. Toa, preciso compreender um pouco mais isso. No verdade que temos atos nulos e anulveis, nos mesmos moldes do Cdigo Civil. L temos atos que a Lei diz serem nulos e atos que a lei diz serem anulveis. Acabamos de ver que mesmo diante de atos nulos, pode haver a convalidao por fora do tempo. Ento o que permitiu a Lei n 9.784/99 que mesmo diante do ato nulo, possa ser corrigido o vcio, pois este sanvel. Por isso, eu sempre entendi que estamos diante de uma teoria dualista mitigada ou especial. importante, ento, dizer que nem todos os atos so passveis de convalidao. Com efeito, no se admite a convalidao acerca dos elementos finalidade, motivo e objeto. Podem ser convalidados os vcios relativos competncia quando inerente ao sujeito, ou seja, ato praticado por sujeito incompetente, desde que no seja competncia exclusiva ou determinada pela matria. Por fim, poder ser convalidado o vcio de forma, se esta no for da essncia do ato. Gabarito: Certo.

67. (TCNICO JUDICIRIO TRT 5 REGIO CESPE/2008) O Poder Judicirio pode revogar seus prprios atos administrativos e anular os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo. Comentrio:
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Essa questo muito boa. Percebam que o Poder Judicirio somente no poder revogar ato administrativo praticado por outro poder. Toa, quando se tratar de ato praticado por ele mesmo, caber a revogao por parte dessa autoridade administrativa. Quer dizer que o mesmo rgo do Poder Judicirio que praticou o ato poder revog-lo. Outrossim, cabe ao Poder Judicirio o exame de legalidade de quaisquer atos administrativos, emanados de quaisquer dos Poderes. Gabarito: Certo.

68. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRT 5 REGIO CESPE/2008) A revogao de ato administrativo por motivo de convenincia e oportunidade deve respeitar os direitos eventualmente adquiridos. Comentrio: Ento, como ressaltado, h limites ao poder de a Administrao Pblica revogar seus atos discricionrios, dentre eles a ocorrncia de direito adquirido. Direito adquirido, conforme previsto no art. 5, inc. XXXVI, CF/88 aquele que j se incorporou a esfera de patrimnio do indivduo. Assim, se j houve a incorporao ao seu patrimnio no pode a Administrao revog-lo, por entender que no mais conveniente e oportuna a manuteno do ato. Chamo ateno para o seguinte. No que a Administrao no poder revogar de modo algum, ele poder revogar o ato, porm em relao quele que o ato gerou direito adquirido, tais efeitos restaro mantidos pela Administrao. Gabarito: Certo.

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69. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRT 5 REGIO CESPE/2008) A revogao do ato administrativo ocorre por motivo de convenincia e oportunidade e opera efeitos ex nunc. Comentrio: A revogao a avaliao sobre o mrito do ato administrativo, ou seja, se o ato administrativo conveniente e oportuno. De modo que sempre ser uma anlise do presente para o futuro, ou seja, do momento da avaliao para frente, no alcanando os efeitos pretritos do ato. Por isso, a revogao no gera efeitos retroativos, s pr-ativos, ou seja, ex nunc. Gabarito: Certo.

70. (ASSISTENTE

ADMINISTRATIVO

MPE/RR

CESPE/2008)

Os

atos

administrativos podem ser revogados pelo Poder Judicirio. Comentrio: Pois ? E a, j vimos, no ? Observem como recorrente. Ento, vimos que o Poder Judicirio somente poder revogar os seus prprios atos administrativos, ou seja, quando o Poder Judicirio atuar na sua funo atpica administrativa, poder revogar seus prprios atos. No entanto, quando se fala em Poder Judicirio, sem qualquer ressalva, est se perquirindo a sua atuao tpica, de modo que no cabe ao Poder Judicirio assumir a funo do administrador, atuando como seu substituto. Por isso, no permitido ao Poder Judicirio revogar os atos administrativos. No significa dizer, entretanto, que no poder o Judicirio verificar os elementos motivo e objeto, ou seja, o mrito do ato administrativo
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discricionrio, no tocante aos limites da legalidade. Com efeito, poder verificar se tais elementos so proporcionais ou razoveis, de modo que se no o forem, poder anular o ato administrativo, mas jamais revog-lo. Gabarito: Errado.

71. (TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) A revogao de ato administrativo ocorre por manifestao bilateral de vontade, ou seja, por vontade da administrao e do administrado. Comentrio: A revogao no depende de qualquer manifestao de vontade do administrado. uma anlise exclusiva do administrador em se avaliar a convenincia e oportunidade do ato administrativo. Portanto, tal avaliao somente cabe ao administrador, sendo ato unilateral da Administrao. Gabarito: Errado.

72. (TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) O Poder Judicirio pode revogar ato administrativo por no considerar sua edio oportuna. Comentrio: Uma dica. O CESPE adora perguntar se cabe ao Poder Judicirio revogar o ato administrativo. Sabemos que somente o administrador, portanto, a Administrao Pblica, pode realizar a anlise de convenincia e oportunidade. Assim, no cabe ao Judicirio revogar ato administrativo sob o fundamento de que no era oportuno. Poder anular, se existir, algum vcio que o inquine
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de nulidade. Gabarito: Errado.

73. (ANALISTA ADMINISTRATIVO ANAC CESPE/2009) A revogao, possvel de ser feita pelo Poder Judicirio e pela administrao, no respeita os efeitos j produzidos pelo ato administrativo. Comentrio: a? Pode? Pode? Pode o Judicirio revogar ato administrativo. Claro que no, no verdade. Observe que o pega a parte final, pois ir respeitar os efeitos j produzidos. Gabarito: Errado.

74. (TCNICO JUDICIRIO JUDICIRIO TJ/CE CESPE/2008) Um ato administrativo pode ser revogado se ofender direito lquido e certo de particular. Comentrio: Direito lquido e certo aquele que demonstrado de plano, ou seja, se apresenta certo na sua existncia, delimitado na sua extenso e apto a ser exercido no momento da sua apresentao, ou seja, tem o suporte legal de sua existncia. Assim, um ato administrativo que ofenda direito lquido e certo, ter um vcio de legalidade ou legitimidade. Com efeito, os atos administrativos que contenham vcio de legalidade ou legitimidade devero ser anulados, no revogados, pois revogao extino do ato por razes de oportunidade e convenincia. Gabarito: Errado.
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75. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRT/17 REGIO CESPE/2009) De acordo com a teoria dos motivos determinantes, os atos administrativos, quando tiverem sua prtica motivada, ficam vinculados aos motivos expostos, para todos os efeitos jurdicos. Havendo desconformidade entre os motivos e a realidade, ou quando os motivos forem inexistentes, a administrao deve revogar o ato. Comentrio: E a, e agora? Poderemos revogar ou no? Lembre-se, mais uma vez, somente poder ser revogado o ato administrativo que no contenha vcio de legalidade. Se for ilegal, por qualquer motivo, o ato ser anulado e nunca revogado. Gabarito: Errado.

76. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TJDFT CESPE/2008) A possibilidade da anlise de mrito dos atos administrativos, ainda que tenha por base os princpios constitucionais da administrao pblica, ofende o princpio da separao dos poderes e o estado democrtico de direito. Comentrio: No se deve confundir a anlise de convenincia e oportunidade do mrito do ato administrativo, com o prprio mrito do ato administrativo. Diz-se que o mrito do ato administrativo verificado nos elementos motivo e objeto, pois aqui que cabe, nos atos discricionrios, a liberdade de atuao do administrador pblico. Assim, poder o Poder Judicirio ou mesmo o Legislativo verificar a legalidade, por exemplo, dos elementos motivo e objeto, ainda que o ato seja discricionrio. Pode, inclusive, verificar se o ato discricionrio, em seu
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mrito, observa os princpios da razoabilidade e proporcionalidade. Gabarito: Errado.

77. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TJDFT CESPE/2008) O Poder Judicirio poder exercer amplo controle sobre os atos administrativos discricionrios quando o administrador, ao utilizar-se indevidamente dos critrios de convenincia e oportunidade, desviar-se da finalidade de persecuo do interesse pblico. Comentrio: Como disse o CESPE simplesmente adora perguntar isso. S que aqui tome cuidado, pois quer nos enganar, ou seja, levar ao erro. O Poder Judicirio poder exercer amplo controle sobre os atos discricionrios quando este tiver algum vcio de legalidade nos seus elementos, em qualquer deles. Ou seja, tanto nos elementos ditos vinculados, quanto naqueles que podem ser discricionrios possvel o controle judicial. Veja que, em que pese o administrador utilizar-se do critrio de convenincia e oportunidade, que no seria passvel de apreciao pelo Judicirio, desviou da finalidade legal, significa dizer que tal avaliao violou o elemento finalidade, sendo, portanto, o ato nulo. Assim, cabe ao Judicirio verificar se o mrito do ato (convenincia e oportunidade) respeita os fins perseguidos pela lei, seno, o ato passvel de anulao, por desvio de finalidade. Gabarito: Certo.

78. (TABELIO TJDFT CESPE/2008) O STF, em posio j tradicional de sua jurisprudncia, classificou os atos administrativos eivados de vcios em ilegais, inconvenientes ou inoportunos, dizendo serem os ilegais passveis de
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anulao, e os ltimos, de revogao, mas, em qualquer dos casos, os direitos existentes devem ser sempre respeitados, por terem sido incorporados na esfera jurdica do indivduo. Comentrio: Sabemos que poder a administrao anular seus atos ilegais, e somente respeitar os direitos existentes se decorridos cinco anos da prtica de tal ato, e o beneficirio estiver de boa-f (decadncia do direito de anular o ato). Assim, no transcorrido tal prazo ou verificada a m-f do beneficirio poder ser anulado o ato, mesmo que tenha gerado efeitos favorveis a terceiros. Gabarito: Errado.

79. (TCNICO JUDICIRIO STJ CESPE/2008) Ainda que um ato praticado pela administrao tenha observado todas as formalidades legais, ela poder revog-lo se julgar conveniente, desde que respeite os direitos adquiridos por ele gerados. Comentrio: Mais uma vez, versa sobre os limites da revogao. Observamos que a revogao, por ser uma avaliao de convenincia e oportunidade, no poder incidir sobre ato administrativo que tenha gerado direito adquirido. Com efeito, conforme verificamos, no se admite a revogao no tocante aos seguintes atos: a) que a lei declare irrevogveis; b) atos consumados; c) direito adquirido; d) atos vinculados; e) Meros atos administrativos, e; f) Atos integrante de procedimento administrativo. Assim, respeitados os direitos adquiridos o ato poder ser revogado. Gabarito: Certo.
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80. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRE/BA CESPE/2010) Apesar de o ato de revogao ser dotado de discricionariedade, no podem ser revogados os atos administrativos que geram direitos adquiridos. Comentrio: Novamente, temos a mesma questo. V como rotineira a abordagem desse tema. Assim, no se admite a revogao no tocante aos seguintes atos: a) que a lei declare irrevogveis; b) atos consumados; c) direito adquirido; d) atos vinculados; e) Meros atos administrativos, e; f) Atos integrante de procedimento administrativo. Gabarito: Certo.

81. (TCNICO JUDICIRIO TJ/RJ CESPE/2008) O ato administrativo pode ser revogado por ter perdido sua utilidade. Comentrio: Ento, isso mesmo. Os atos administrativos sero revogados quando no forem mais teis, ou seja, quando no forem mais convenientes e oportunos, de modo que perderam a utilidade para a Administrao. Gabarito: Certo.

82. (ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) A revogao de atos pela administrao pblica, por motivos de oportunidade e convenincia, possui limitao de natureza temporal, como, por exemplo, o prazo qinqenal previsto na Lei n 9.784/1999, no entanto no possui natureza material.

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Comentrio: O prazo decadencial de cinco anos, previsto na Lei n 9.784/99, art. 54, para anular o ato administrativo que contenha vcio de legalidade. Quanto revogao no h previso de prazo, ou seja, no possui limitao temporal. Gabarito: Errado.

83. (TCNICO JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TJ/CE CESPE/2008) No controle dos atos administrativos, a regra aplicvel ao Poder Judicirio examin-los sob o prisma da legalidade e, quanto ao mrito, apreciar sua convenincia e oportunidade, sobretudo em se tratando de atos motivados, o que importa dizer que so passveis de anulao, independentemente de eventuais leses aos cofres pblicos. Comentrio: Cabe a Administrao Pblica realizar o exame de legalidade ou de mrito do ato administrativo. Toa, ao Judi cirio no compete analisar o mrito do ato administrativo, de modo a substituir o administrador pblico na avaliao de convenincia e oportunidade da prtica do ato. Outrossim, preciso enfatizar que o Poder Judicirio poder analisar os elementos que compe o mrito do ato administrativo, de forma a verificar se foram praticados dentro dos limites legais (razoabilidade e proporcionalidade), ou seja, exame de legalidade. No poder realizar a anlise do mrito do ato administrativo. Acerca da motivao, o que se poder analisar se os motivos declarados existem ou no, se so verdadeiros ou falsos. Acaso sejam falsos ou inexistentes, conforme a teoria dos motivos determinados, os motivos adotados vinculam a Administrao, de modo que se inexistentes ou falsos, o ato nulo.
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Gabarito: Errado.

84. (TCNICO EM COMUNICAES DPU CESPE/2010) Os atos administrativos discricionrios, por sua prpria natureza, no admitem o controle pelo Poder Judicirio. Comentrio: Como destaquei, o Poder Judicirio poder analisar os elementos que compe o mrito do ato administrativo, de forma a verificar se foram praticados dentro dos limites legais (razoabilidade e proporcionalidade), ou seja, exame de legalidade. No poder realizar a anlise do mrito do ato administrativo, ou seja, realizar o exame de convenincia e oportunidade que exclusivo do administrador pblico. Ademais, precisamos lembrar que o ato discricionrio possui elementos vinculados (competncia, finalidade e forma) de modo que tais elementos podem ser objeto de apreciao do Poder Judicirio, que poder anular o ato por vcio de legalidade. O que o Poder Judicirio, no exerccio de sua funo tpica, no pode fazer revogar ato administrativo. Gabarito: Errado.

85. (TCNICO EM COMUNICAO SOCIAL RELAES PBLICAS MPS CESPE/2010) permitido ao Poder Judicirio avaliar e julgar o mrito administrativo de ato proveniente de um administrador pblico. Comentrio: Olha a, a mesma questo!! Moleza, moleza. Pois , no dado ao Poder Judicirio o poder de substituir o administrador, de modo que somente a este
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cabe a anlise da convenincia e oportunidade de se realizar o ato administrativo discricionrio. Gabarito: Errado.

86. (ANALISTA TCNICO-ADMINISTRATIVO MS CESPE/2010) No controle dos atos discricionrios, os quais legitimam espao de liberdade para o administrador, o Poder Judicirio deve, em regra, limitar-se ao exame da legalidade do ato, sendo vedada a anlise dos critrios de convenincia e oportunidade adotados pela administrao. Comentrio: E a? Em outras palavras, o que acabei dizer que em relao aos atos discricionrios o Poder Judicirio deve, em regra, limitar-se ao exame da legalidade do ato, sendo vedada a anlise dos critrios de convenincia e oportunidade adotados pela administrao. Gabarito: Certo.

87. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRT 5 REGIO CESPE/2008) O prazo decadencial para a administrao pblica anular atos administrativos de efeitos patrimoniais contnuos renova-se periodicamente. Comentrio: Lembremos que a Administrao tem o prazo decadencial de cinco anos para anular os atos eivados de vcio de legalidade. Tal prazo conta-se do momento em que o ato fora praticado. Assim, se temos um ato de efeito contnuo, por exemplo, pagamento de um adicional ao servidor, referido prazo deve ser contado do primeiro pagamento, e no de cada ato de forma isolada.

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Gabarito: Errado.

88. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRT 5 REGIO CESPE/2008) Os atos administrativos podem ser anulados pela prpria administrao pblica, sem que seja preciso recorrer ao Poder Judicirio. Comentrio: A Administrao Pblica, conforme princpio da autotutela, pode por si mesma, independentemente de autorizao judicial, anular seus atos administrativos, quando verificar vcio de legalidade. a aplicao do art. 54 da Lei n 9.784/99, segundo o qual a Administrao tem o dever de anular os seus atos ilegais e poder revogar os inoportunos e inconvenientes. Gabarito: Certo.

89. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRT 17 REGIO CESPE/2009) O ato administrativo nulo, por ter vcio insanvel, opera sempre efeitos ex tunc, isto , desde ento. Dessa forma, mesmo terceiros de boa-f so alcanados pelo desfazimento de todas as relaes jurdicas que se originaram desse ato. Comentrio: E, ento, para arrematar. Vamos finalizar com esta questo. Quer dizer que se o ato nulo, o vcio que contm originrio, ou seja, nasceu com o ato, cabendo Administrao ou ao Judicirio apenas declar-lo, por isso os efeitos so pretritos, isto , desde a origem (ex tunc). Assim, ex tunc retroativo (desde a origem) e ex nunc no retroativo (desde ento). Para no ter mais dvida disso, vou contar um mtodo que
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uma aluna certa vez explicou. Ela disse assim: Professor, simples. Basta que no momento da prova, usemos nossas mos. Uma para dar um tapa na Testa e a outra para dar um tapa da Nuca. Assim, quando damos um tapa na TESTA, vamos para trs, EXTESTA (Ex TUNC). Quando damos um tapa na NUCA (Ex NUCA), vamos para frente. (risos). Gabarito: Errado.

90. (TCNICO EM COMUNICAES DPU CESPE/2010) Valendo-se de seu poder de autotutela, a administrao pblica pode anular o ato administrativo, sendo que o reconhecimento da desconformidade do ato com a lei produz efeitos a partir da prpria anulao. Comentrio: Ento, como ? a partir da prpria anulao ou retroativa? Ex nunc ou ex tunc? A anulao ex tunc, ou seja, retroativa, produzindo seus efeitos desde a origem do ato. Gabarito: Errado.

SERVIOS PBLICOS 91. (TCNICO JUDICIRIO TRE/GO CESPE/2005) O conceito de servio pblico no uniforme, pois varia em funo do pas e do momento histrico, e, alm disso, a legislao de cada Estado soberano que define, em cada poca, quais atividades so classificveis como servio pblico. Comentrio:

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No tocante organizao administrativa, podemos entender a Administrao Pblica sob o prisma subjetivo, formal ou orgnico, ou seja, dos entes, entidades que a compem. De outro lado, sob o prisma objetivo, material ou funcional, estaremos diante das atividades que dizem respeito administrao pblica. Assim, devemos entender que dentre as atividades administrativas temos os servios pblicos, o poder de polcia, o fomento e a interveno no domnio econmico e no domnio privado. Nesse sentido, expresso servio pblico pode ser concebida sob vrias acepes na medida em que se traduz em noo ampla da atuao do Estado-administrao. Em sentido geral podemos dizer que servio pblico qualquer atividade prestada pelo Estado, ou seja, qualquer atividade prestada no sentido de satisfazer os anseios da coletividade. basilar a lio de Roberto Dromi o qual esclarece que os servios pblicos, numa interpretao positiva, podem ser vistos sob trs vertentes, isto , numa compreenso mxima (sentido amplssimo), o qual corresponderia a toda atividade do Estado cujo desempenho deva ser garantido e regulado por este. Essa corrente baseada na escola do servio pblico, cujo representante mximo Leon Duguit, para a qual a expresso servio pblico englobaria todas as atividades prestadas pelo Estado, inclusive as atividades legislativas e judiciais. Pode ser vista, ainda, em um sentido mdio (sentido amplo), segundo a qual os servios pblicos representariam toda e qualquer atividade da Administrao Pblica. E, enfim, numa compreenso mnima, ou restrita (sentido estrito), servio pblico seria uma importante, mas no nica ou exclusiva, atividade prestada pela administrao pblica.

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Para Celso Antnio Bandeira de Mello servio pblico seria toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material destinada satisfao da coletividade em geral, mas fruvel singularmente pelos administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faa s vezes, sob um regime de Direito Pblico portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de restries especiais -, institudo em favor dos interesses definidos como pblicos no sistema normativo. Hely Lopes Meirelles, de forma mais simples, conceitua servio pblico como sendo todo aquele prestado pela Administrao ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundrias da coletividade ou simples convenincias do Estado. Para a profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, servio pblico toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exera diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente s necessidades coletivas, sob regime jurdico total ou parcialmente pblico. De fato, no se pode exatamente dizer o que servio pblico, variando de Estado para Estado, de sociedade para sociedade, conforme o tempo, devendo, sobretudo, verificar o que a lei estabelece com tal. Nesse sentido, vale citar a lio do Prof. Hely Lopes, para quem o conceito
de servio pblico no uniforme na doutrina, que ora nos oferece uma noo orgnica, s considerando com tal o que prestados por rgos pblicos; ora nos apresenta uma conceituao formal, tendente a identific-lo por caractersticas extrnsecas; ora nos expe um conceito material, visando a defini-lo por seu objeto. Realmente, o conceito de servio pblico varivel e flutua ao sabor das necessidades e contingncias polticas, econmicas, sociais e culturais de cada comunidade, em cada momento histrico, como acentuam os modernos publicistas.

Gabarito: Certo.

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92. (ANALISTA JUDICIRIO ADMINISTRATIVA TRT 9 REGIO CESPE/2007) Prevalece o entendimento de que o conceito de servio pblico deve ser pautado pelo critrio orgnico ou subjetivo, segundo o qual servio pblico aquele prestado pelos rgos ou entidades de natureza pblica. Comentrio: A fim de caracterizar servios pblicos, o que tem prevalecido no o critrio subjetivo (daquele que presta o servio), tampouco objetivo (da atividade prestada) e nem mesmo o formal (regime jurdico utilizado), mas sim a vontade soberana do Estado, que atravs de lei estabelece o que seja servio pblico. No o subjetivo na medida em que temos servios pblicos, tal como o transporte coletivo, que no so prestados por rgos ou entidades da Administrao, sendo delegado a particulares. Gabarito: Errado.

93. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MT CESPE/2010) Servio pblico toda atividade material que a lei atribui diretamente ao Estado, sob regime exclusivo de direito pblico; assim, as atividades desenvolvidas pelas pessoas de direito privado por delegao do poder pblico no podem ser consideradas como tal. Comentrio: A definio adotada pela Profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, bem pode ilustrar a resposta, na medida em que para a ilustre professora servio pblico toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exera diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente s necessidades coletivas, sob regime jurdico total ou parcialmente pblico.

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Veja, atividade material (concreta), exercida pelo Estado ou por delegatrios, ou seja, particulares que fazem s vezes do Estado, submetido a regime jurdico total ou parcialmente pblico. Assim, nem todo servio pblico atribudo diretamente ao Estado, eis que podem ser delegados a particulares. Gabarito: Errado.

94. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) O conceito de servio pblico compreende no somente a execuo de determinada atividade, como tambm sua gesto, que deve ser desempenhada pelo Estado por intermdio da atuao exclusiva da administrao centralizada. Comentrio: Novamente o mesmo erro, ou seja, de que os servios pblicos somente so prestados pelo Estado, e nesse caso, somente pela Administrao centralizada (Administrao Direta). Observe que os servios pblicos podem ser outorgados entidade administrativa (Administrao Pblica Indireta), que passar a ser titular do servio, ou poder ser delegado a particulares que passaro a exercer o servio pblico. Gabarito: Errado.

95. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO TCU CESPE/2007) No Brasil, segundo entendimento doutrinrio dominante, a atividade em si no permite decidirmos se um servio ou no pblico, uma vez que h atividades essenciais, como a educao, que so exploradas por particulares sem regime de delegao, e h servios totalmente dispensveis, a exemplo das loterias, que so prestados pelo Estado como servio pblico. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. Direito administrativo.13. ed. Rio de Janeiro:
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Impetus, 2007 (com adaptaes). Tendo o texto acima como referncia inicial, julgue os itens que seguem, acerca dos servios pblicos. Segundo a corrente doutrinria conhecida como essencialista, no possvel identificar um ncleo relativo natureza da atividade que leve classificao de uma atividade como servio pblico. Comentrio: Segundo a corrente essencialista, uma atividade para ser considerada servio pblico deve ter a natureza, essncia, de servio pblico, ou seja, a atividade definida como servio pblico segundo a sua natureza, a sua essncia. Por outro lado, para os formalistas, no possvel identificar um ncleo essencial que possa caracterizar servios pblicos, sendo servio pblico toda e qualquer atividade que a Constituio ou as leis afirmem como tal. V-se, portanto, que se trocou uma corrente por outra, ou seja, trata-se no caso da corrente formalista. Gabarito: Errado.

96. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) Todo servio pblico tem por finalidade atender a necessidades pblicas, razo pela qual toda atividade de interesse pblico constitui servio pblico. Comentrio: Devemos observar que h servios essenciais coletividade e outros teis, da a distino entre servios pblicos e servios de utilidade pblica. Servios de utilidade pblica no so considerados servios pblicos propriamente dito, so servios convenientes para a sociedade, visa melhoria de vida do indivduo na coletividade.

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Segundo essa viso, servios pblicos so os considerados essenciais coletividade e ao prprio Estado, prestados exclusivamente por este, por estarem ligados intimamente com suas atribuies. Tais servios so considerados privativos do Poder Pblico, no podendo ser delegados (exemplo segurana pblica, defesa nacional etc). Assim, nem toda atividade de interesse pblico considerada servio pblico, podendo ser servio de utilidade pblica. Gabarito: Errado.

97. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) Os servios pblicos, em qualquer hiptese, esto sujeitos ao regime jurdico pblico. Comentrio: Como regra, os servios pblicos esto submetidos a regime jurdico de direito pblico. No entanto, quando prestado por particulares, por delegao, no estar sujeito, totalmente, a regime jurdico de direito pblico, esto sujeito ao regime privado da delegatria. Gabarito: Errado.

98. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) Para se atender ao princpio da igualdade dos usurios, devem-se impor prazos rigorosos ao contraente. Comentrio: Com efeito, como regra, a prestao de servios pblicos dever do Estado, no entanto, este pode prest-lo diretamente ou de forma indireta, submetido a regime jurdico de direito pblico, ainda que parcialmente, o qual estabelece uma srie de limitaes e poderes, fundados em princpios basilares, tal como:
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Princpio da supremacia do interesse pblico: trata-se de princpio geral do Direito Administrativo, segundo o qual o interesse pblico deve preponderar em relao ao interesse particular, de modo que os servios pblicos visam satisfazer os anseios da coletividade. Princpio da adaptabilidade ou mutabilidade: os servios pblicos devem acompanhar a modernizao, de modo a se manterem atualizados. Assim, permitida mudanas no regime de execuo a fim de adapt-lo ao interesse pblico. Princpio da impessoalidade: na prestao dos servios pblicos no pode haver discriminao, os servios devem ser concebidos a atender a todos. Princpio da igualdade dos usurios segundo o qual direito do usurio, desde que atendidas s condies legalmente estabelecidas, prestao do servio, sem distino. Princpio da universalidade: corolrio do princpio da igualdade, estabelece que os servios pblicos devem ser prestados indistintamente, de forma a abranger generalidade do pblico. Princpio da continuidade: os servios pblicos no podem sofrer lapso de continuidade, quer dizer que no podem ser interrompidos. importante dizer que a Lei n 8.987/95 (Lei de concesses e permisses de servio pblico) excepciona esse princpio nos casos de a) emergncia; b) prvio aviso (I - por motivos tcnicos; II - por falta de pagamento). Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justia tem entendimento de que no possvel o corte de energia por dbitos pretritos, ressalvando-se, no entanto, o corte por falta de pagamento no ms de ocorrncia, quando tais servios so prestados por concessionrio e so remunerados por tarifa, conforme os seguintes precedentes: REsp 909.146/RN, REsp 840.864/SP. Princpio da transparncia: os servios pblicos devem primar pela

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publicidade, devem ser explcitos, devem ser levados ao conhecimento de todos. Princpio da motivao: Na prestao dos servios pblicos as decises devem ser sempre fundamentadas. Princpio da modicidade das tarifas: significa dizer que os servios pblicos no so prestados visando ao lucro, mas visando a satisfao dos anseios da coletividade, de modo que buscando abranger a todos, deve considerar queles que no tm condies materiais, por isso, deve sem de baixo custo, cujo intuito , primordialmente, de apenas custear os gastos efetuados. Princpio do controle: dever do Estado, como titular dos servios pblicos, exercer permanentemente a fiscalizao sob sua prestao. A Lei n 8.987/95 ao definir o que seria servio adequado positivou alguns desses princpios no seu art. 6, 1 ao expressar que servio adequado o que satisfaz as condies de regularidade, continuidade, eficincia, segurana, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestao e modicidades das tarifas. Assim, no se trata de aplicao do princpio da igualdade dos usurios a fixao de prazos rigorosos para o contraente, eis que os servios devem ser voltado a atend-los, diante de suas necessidades, podem sofrer mutaes (princpio da mutabilidade). Gabarito: Errado.

99. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) O princpio da igualdade dos usurios no aplicvel ao servio pblico, na medida em que devem ser considerados, como regra, aspectos de carter pessoal de cada usurio na prestao do servio pblico. Comentrio;
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Conforme destacado, aplica-se no mbito dos servios pblicos os princpios da impessoalidade, segundo o qual na prestao dos servios pblicos no pode haver discriminao, os servios devem ser concebidos a atender a todos, bem como o princpio da igualdade dos usurios, segundo o qual direito do usurio, desde que atendidas s condies legalmente estabelecidas, prestao do servio, sem distino. Gabarito: Errado.

100. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) Pelo princpio da continuidade do servio pblico, a pessoa que satisfaa as condies legais estabelecidas faz jus prestao de servio, sem qualquer distino de carter pessoal. Comentrio: Como j observamos, de acordo com o princpio da igualdade dos usurios direito deste, desde que atendidas s condies legalmente estabelecidas, prestao do servio, sem distino, ou seja, a pessoa que satisfaa as condies legais estabelecidas faz jus prestao de servio, sem qualquer distino de carter pessoal. De outro lado, o princpio da continuidade estabelece que os servios pblicos no podem sofrer lapso de continuidade, quer dizer que no podem ser interrompidos. Gabarito: Errado.

101. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) O reconhecimento de privilgios para a administrao, como, por exemplo, a encampao, fundamenta-se no princpio da continuidade do servio pblico. Comentrio:
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De fato, tendo em vista o princpio da continuidade dos servios pblicos conferido Administrao prerrogativas de modo a no permitir a descontinuidade dos servios pblicos. Assim, tem a Administrao o poder de encampar, que significa a retomada dos servios pblicos, ocupar provisoriamente instalaes, pessoal ou bens das delegatrias, conforme prev o art. 37, 3, da Lei n 8.987/95:
Art. 37. Considera-se encampao a retomada do servio pelo poder concedente durante o prazo da concesso, por motivo de interesse pblico, mediante lei autorizativa especfica e aps prvio

pagamento da indenizao, na forma do artigo anterior.

3 A assuno do servio autoriza a ocupao das instalaes e a utilizao, pelo poder concedente, de todos os bens reversveis.

Gabarito: Certo.

102. (AUDITOR DO ESTADO SECONT CESPE/2009) Tendo em vista o princpio da continuidade do servio pblico, na hiptese de resciso do contrato administrativo, a administrao pblica detm a prerrogativa de, nos casos de servios essenciais, ocupar provisoriamente bens mveis, imveis, pessoal e servios vinculados ao objeto do contrato. Comentrio: Como destacado, a Administrao o poder de encampar os servios pblicos que tenha sido objeto de delegao, podendo, ainda, ocupar provisoriamente instalaes, pessoal ou bens das delegatrias, conforme prev o art. 37, 3, da Lei n 8.987/95:
Art. 37. Considera-se encampao a retomada do servio pelo poder concedente durante o prazo da concesso, por motivo de interesse pblico, mediante lei autorizativa especfica e aps prvio

pagamento da indenizao, na forma do artigo anterior.

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3 A assuno do servio autoriza a ocupao das instalaes e a utilizao, pelo poder concedente, de todos os bens reversveis.

Gabarito: Certo.

103. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) O uso compulsrio dos recursos humanos pela administrao est fundamentado no princpio da mutabilidade do regime jurdico. Comentrio: Como j observamos, em consonncia com o princpio da continuidade dos servios pblicos que poder a Administrao utilizar recursos humanos da delegatria compulsoriamente. Gabarito: Errado.

104. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) Pelo princpio da mutabilidade do regime jurdico, tanto os servidores pblicos quanto os usurios dos servios pblicos tm direito adquirido de manuteno de determinado regime jurdico. Comentrio: Conforme estabelece o princpio da adaptabilidade ou mutabilidade os servios pblicos devem acompanhar a modernizao, de modo a se manterem atualizados, permitindo-se mudanas no regime de execuo a fim de adapt-lo ao interesse pblico. Dessa forma, no h direito adquirido manuteno de determinado regime jurdico de prestao dos servios, eis que podem ser modificados a fim de se adaptar ao interesse pblico.

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Gabarito: Errado.

105. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MG CESPE/2009) O princpio da mutabilidade do regime jurdico aplicvel ao servio pblico, motivo pelo qual so autorizadas mudanas no regime de execuo do servio para adaptaes ao interesse pblico, o que implica ausncia de direito adquirido quanto manuteno de determinado regime jurdico. Comentrio: Questo na verdade uma rplica da anterior. Ora, como destaquei, o princpio da mutabilidade permite mudanas no regime de execuo a fim de adapt-lo ao interesse pblico. Dessa forma, no h direito adquirido manuteno de determinado regime jurdico de prestao dos servios, eis que podem ser modificados a fim de se adaptar ao interesse pblico. Gabarito: Certo.

106. (DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) A permisso de servio pblico definida pela lei geral de concesses como a delegao, a ttulo precrio, mediante licitao, da prestao de servios pblicos, feita pelo poder concedente pessoa fsica ou jurdica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Comentrio: No tocante aos servios pblicos importante destacar que o Estado pode prest-lo diretamente (prestao direta ou centralizada) quando a prpria Administrao direta ou entidade sua, criada especificamente para isso, os executa. prestado indiretamente (prestao indireta ou descentralizada do servio) quando o Estado permite que terceiros o execute. Assim, quando a administrao transfere a titularidade dos servios
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entidade sua, criada para tal fim se d a outorga e por isso a doutrina salienta que se trata de prestao direta, pois o titular quem est prestando o servio. Percebam que h outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado servio pblico. Quando a prestao transferida ao terceiro, por meio de contrato ou ato unilateral da Administrao, tem-se a delegao de servio pblico, que significa a transferncia temporria do servio pblico a quem no seu titular, para execut-lo. (art. 2, Lei n 9.074/95), o que se denomina delegao de servio pblico. No tocante delegao de servio pblico, a doutrina no unssona quanto s suas formas, ou espcies. Para alguns como Celso Antnio Bandeira de Mello, h duas espcies, a concesso e a permisso, para outros, como Maria Sylvia e Hely Lopes, h trs espcies, a concesso, a permisso e a autorizao. Para efeitos didticos, adotaremos a posio dominante, no sentido de que a delegao de servios pblicos pode se realizada utilizando-se os institutos da concesso, permisso e autorizao. Outrossim, modernamente, alguns autores vm citando o arrendamento e a franquia como espcie de contratos que transferem a prestao de servios pblicos a particulares. Contudo, no adotaremos tal viso. Bem, no tocante concesso de servio pblico, podemos afirmar que h duas espcies: a concesso comum e a concesso especial. A concesso comum est prevista na Lei n 8.987/95 (Lei de Concesses e Permisses), que prev duas hipteses: a) concesso de servios pblicos (art. 2, II); b) concesso de servios pblicos precedidas de obra pblica (art.2, III). A concesso de servio pblico (art. 2, inc. II) a delegao da prestao de servios pblicos, feita pelo poder concedente, por meio de contrato, tendo lei que autorize, mediante licitao, na modalidade concorrncia pessoa jurdica ou consrcio de empresas que demonstrem capacidade para prest-lo, por sua conta e risco e em nome prprio, com prazo determinado.

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A concesso de servio pblico precedido de obra pblica (art. 2, inc. III) consiste na construo, total ou parcial, conservao, reforma, ampliao ou melhoramento de quaisquer obras de interesse pblico, delegada pelo poder concedente, mediante licitao, na modalidade concorrncia, pessoa jurdica ou consrcio de empresas que demonstrem capacidade para a sua realizao, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionria seja remunerado e amortizado mediante a explorao do servio ou da obra, por prazo determinado. A concesso especial foi criada pela Lei n 11.079/04 (Lei das Parcerias Pblico-Privadas), prevendo, tambm, duas hipteses, sendo: a) concesso patrocinada (art.2, 1); b) concesso administrativa (art.2, 2). A concesso patrocinada a concesso comum, ou seja, de servios pblicos ou de obras pblicas, quando envolver, alm da tarifa cobrada dos usurios, contraprestao do parceiro pblico ao parceiro privado (art. 2, 1). A concesso administrativa o contrato de prestao de servio de que a Administrao seja usuria direta ou indiretamente, ainda que envolva a execuo de obra ou fornecimento e instalao de bens (art. 2, 2). Em relao permisso de servio pblico a Lei n 8.987/95 alm de regulamentar as concesses comuns, prev em seu art. 2, inc. IV, a permisso de servio pblico. definida como a delegao, a ttulo precrio, mediante licitao, da prestao de servios pblicos, feita pelo poder concedente pessoa fsica ou jurdica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. A doutrina divergente acerca da natureza jurdica da permisso, especialmente no que diz respeito sua formalizao, se realizada por contrato ou ato unilateral. A Lei de concesses, no entanto, estabeleceu que se trata de contrato de adeso, nos termos do art. 40. Assim, a permisso instituto precrio e discricionrio e intuitu personae. Por isso, pode ser unilateralmente revogada, a qualquer tempo, pela Administrao, sem que se deva pagar ao permissionrio qualquer indenizao exceto quando se tratar de permisso condicionada que aquela em que o Poder Pblico se autolimita na faculdade discricionria de
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revog-la a qualquer tempo, fixando em lei o prazo de sua vigncia. denominada permisso contratual. Quadro Resumo:
Concesso Carter mais estvel Exige autorizao legislativa Licitao s por concorrncia S pessoas jurdicas ou consrcio de empresas Permisso Carter mais precrio No exige autorizao legislativa, em regra Licitao por qualquer modalidade Para pessoas fsicas ou jurdicas

Finalmente, no tocante autorizao de servio pblico, como destacado, alguns autores a coloca ao lado da concesso e da permisso. A autorizao destina-se a servios muito simples, de alcance limitado, ou a trabalhos de emergncia, seguindo no que couber a Lei n 8.987/95. Ex. servio de txi, servios de despachante, servios de segurana particular. ato precrio, discricionrio, no interesse do particular e intuitu personae. Por isso mesmo, a cessao pode dar-se a qualquer momento, sem que a Administrao tenha que indenizar. Com efeito, a Lei n 8.987/95 alm de regulamentar as concesses comuns, prev em seu art. 2, inc. IV, a permisso de servio pblico, definindo-a como a delegao, a ttulo precrio, mediante licitao, da prestao de servios pblicos, feita pelo poder concedente pessoa fsica ou jurdica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Gabarito: Certo.

107. (DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) No procedimento de licitao para contratao de servios pblicos, obrigatoriamente a primeira fase ser a de habilitao e a segunda, de julgamento da proposta que melhor se classificar, conforme as condies estabelecidas no edital, no sendo possvel a inverso dessas fases. Comentrio:

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Conforme art. 18-A da Lei de concesses e permisses, o edital poder trazer a inverso de fases de habilitao e julgamento. Isso se deu por fora inclusive da Lei das Parcerias Pblicos e Privadas que j trazia tal inovao. Vejam os dispositivos da Lei de Concesses e Permisses, pois so importantes:
Art. 18-A. O edital poder prever a inverso da ordem das fases de habilitao e julgamento, hiptese em que: (Includo pela Lei n 11.196, de 2005) I - encerrada a fase de classificao das propostas ou o oferecimento de lances, ser aberto o invlucro com os documentos de habilitao do licitante mais bem classificado, para verificao do atendimento das condies fixadas no edital; (Includo pela Lei n 11.196, de 2005) II - verificado o atendimento das exigncias do edital, o licitante ser declarado vencedor; (Includo pela Lei n 11.196, de 2005) III - inabilitado o licitante melhor classificado, sero analisados os documentos habilitatrios do licitante com a proposta classificada em segundo lugar, e assim sucessivamente, at que um licitante classificado atenda s condies fixadas no edital; (Includo pela Lei n 11.196, de 2005) IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto ser adjudicado 2005) ao vencedor nas condies tcnicas e econmicas por ele ofertadas. (Includo pela Lei n 11.196, de

Gabarito: Errado.

108. (DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) No contrato de concesso, obrigatria clusula que preveja o foro de eleio, no sendo possvel, diante do interesse pblico envolvido, prever-se o emprego de mecanismos privados para a resoluo de disputas decorrentes do contrato ou a ele relacionadas, inclusive a arbitragem. Comentrio:
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De fato, nos contratos de concesso obrigatria a previso de clusula prevendo o foro de eleio, conforme determina o art. Outrossim, aderindo a esse novo instrumento privado de soluo de conflitos, a Lei de concesses e permisses (Lei n 8.987/95) estabelece expressamente que se admitir a arbitragem, conforme art. 23-A, assim expresso:
Art. 23-A. O contrato de concesso poder prever o emprego de mecanismos ou privados para ao resoluo contrato, de disputas a decorrentes relacionadas inclusive

arbitragem, a ser realizada no Brasil e em lngua portuguesa, nos termos da Lei n 9.307, de 23 de setembro de 1996. (Includo pela Lei n 11.196, de 2005)

Gabarito: Errado.

109. (DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) No contrato de concesso patrocinada, no mbito das parcerias pblico-privadas, os riscos do negcio jurdico decorrentes de caso fortuito ou fora maior sero suportados exclusivamente pelo parceiro privado. Comentrio: importante destacarmos que nas concesses comuns, o concessionrio exerce o servio pblico por sua conta e risco, de modo que suportar sozinho o risco do negcio. Toa, no caso de parceria ent re o poder pblico e o particular, consoante o art. 5, inc. III, da Lei n 11.079/2004, se extrai que haver a repartio de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso fortuito, fora maior, fato do prncipe e lea econmica extraordinria, de modo que no assume o concessionrio por sua conta e risco somente, havendo, o que podemos dizer de parceria acerca dos riscos tambm. Gabarito: Errado.

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110. (DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) Uma concessionria de energia eltrica, pessoa jurdica de direito privado, houve por bem terceirizar o servio de corte do fornecimento de tal servio. Marcos, empregado dessa empresa terceirizada, ao efetuar a suspenso dos servios de energia eltrica em favor de Maria, acabou por agredi-la, j que essa alegava que a conta j havia sido paga. Em relao a essa situao hipottica. *** A lei geral de concesso no autoriza a suspenso do fornecimento de energia eltrica, pelo inadimplemento por parte do usurio, j que o acesso ao servio de energia eltrica decorre da prpria dignidade da pessoa humana, que deve prevalecer sobre os interesses econmicos da concessionria. Comentrio: Como referido anteriormente, os servios de fornecimento domiciliar de energia considerado servio essencial. Em que pese assim ser considerado, poder haver a suspenso do fornecimento por razes de emergncia ou mediante prvio aviso nas hipteses de inadimplncia ou para manuteno do sistema. Em concluso, sabemos que o fornecimento de energia eltrica, muito embora seja considerado essencial, poder ser interrompido pela falta de pagamento, desde que haja prvio aviso, e a dvida, conforme entendimento do STJU, no seja antiga, ou seja, anterior a trs meses determinao da suspenso do fornecimento. Gabarito: Errado.

111. (DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) Uma concessionria de energia eltrica, pessoa jurdica de direito privado, houve por bem terceirizar o servio de corte do fornecimento de tal servio. Marcos, empregado dessa empresa terceirizada, ao efetuar a suspenso dos servios de energia eltrica em favor de Maria, acabou por agredi-la, j que essa alegava que a conta j havia sido paga. Em relao a essa situao hipottica. *** Cabe
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mandado de segurana contra ato dos diretores da concessionria de servio pblico, com vistas a restabelecer o servio de energia eltrica, o qual dever ser impetrado na justia estadual. Comentrio: possvel que os concessionrios ou permissionrios sejam acionados por meio de mandado de segurana a fim de determinar o restabelecimento do servio de fornecimento de energia eltrica. Lembro que tais empresas, na prestao do servio pblico, atuam em delegao do Estado, ou seja, seus atos so equiparados de autoridade administrativa para efeitos de impetrao de mandado de segurana no que diz respeito aos servios pblicos que prestem. No entanto, tenhamos cautela, que a concesso de fornecimento de energia eltrica feita pela Unio, j que o servio de energia eltrica insere-se em sua competncia, por isso, eventual mandado de segurana seria impetrada na Justia Federal. Nesse sentido, vale colacionar o entendimento do STJ:
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA. MANDADO DE

SEGURANA. SUSPENSO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELTRICA. ATO DE DIRIGENTE DE EMPRESA CONCESSIONRIA DE ENERGIA ELTRICA PRATICADO POR DELEGAO. COMPETNCIA DA JUSTIA FEDERAL. 1. Em sede de mandado de segurana, a competncia para processamento e julgamento definida pela natureza da autoridade impetrada. 2. assente no STJ que compete Justia Federal o julgamento de mandado de segurana impetrado contra ato de dirigente de empresa concessionria de servio pblico federal, quando esteja atuando investido de funo federal delegada, ex vi do art. 109, VII, da Carta Magna de 1988. 3. In casu, a controvrsia na ao principal gravita em torno de ato de dirigente de empresa privada, concessionria de servio pblico federal, para execuo do nominado Plano

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Emergencial contra o "apago", atravs da suspenso do fornecimento de energia eltrica, tipicamente de delegao, porquanto o corte se insere na continuidade do servio. Por isto que a competncia para processar e julgar o feito principal da Justia Federal. Precedentes: CC 54.854 - SP, Relator Ministro DELGADO, Primeira Seo, DJ de 13 de maro de 2006 e CC 45.792 - SP, Relator Ministro CASTRO MEIRA, Primeira Seo, DJ de 06 de maro de 2006. 4. Conflito de competncia conhecido para declarar competente o JUZO DA 6 VARA FEDERAL DA SEO JUDICIRIA DO CEAR. (CC 46.740/CE, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEO, julgado em 14/12/2005, DJ 17/04/2006 p. 163)

Gabarito: Errado.

112. (DELEGADO DE POLCIA PC/PB CESPE/2009) Uma concessionria de energia eltrica, pessoa jurdica de direito privado, houve por bem terceirizar o servio de corte do fornecimento de tal servio. Marcos, empregado dessa empresa terceirizada, ao efetuar a suspenso dos servios de energia eltrica em favor de Maria, acabou por agredi-la, j que essa alegava que a conta j havia sido paga. Em relao a essa situao hipottica. *** A competncia para julgar eventual ao de indenizao proposta contra a concessionria de servio pblico ser da justia federal, j que se trata de uma delegao de servio pblico federal. Comentrio: Nesta hiptese, ao indenizatria, a competncia ser da Justia Estadual, pois no se trata mais de questo que diga respeito prestao do servio de energia, mas de eventual dano que dever ou no ser indenizado pela concessionria, que assumiu a prestao do servio, por sua conta e risco, afora o fato de que no havendo interesse da Unio, autarquia federal ou empresa pblica federal, se exclui a competncia da Justia Federal. Nesse sentido, o entendimento do STJ de que a competncia para julgar aes contra delegatrios da Justia Comum. Ilustrativamente:

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ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AO DE INDENIZAO. CONCESSIONRIA DE ENERGIA ELTRICA. FALTA DE INTERESSE DA UNIO. COMPETNCIA DA JUSTIA ESTADUAL. PRECEDENTES. - Nas aes de indenizao em que figuram como rs concessionrias de energia eltrica, no tendo a Unio manifestado interesse de participar da lide como assistente simples, compete a Justia Estadual o julgamento do feito. - Conflito conhecido para declarar a competncia do Juzo de Direito da 9 Vara Cvel de Guarulhos - SP. (CC 37.303/SP, Rel. Ministro FRANCISCO PEANHA MARTINS, PRIMEIRA SEO, julgado em 13/12/2004, DJ 21/03/2005 p. 205)

Gabarito: Errado.

113. (ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) O servio de transporte coletivo ou seletivo de passageiros pode ser executado, mediante transferncia a terceiros, por intermdio de delegao, subdelegao, contratao, permisso ou outro instrumento jurdico vlido. Comentrio: Observamos que poder pblico pode prestar os servios pblicos diretamente ou indiretamente, ou seja, de forma centralizada ou descentralizada. A descentralizao por colaborao ocorre mediante delegao do servio ao particular, que ir realiz-lo por sua conta e risco. Com efeito, a delegao ocorre mediante concesso, permisso ou autorizao. Gabarito: Errado.

114. (ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) A delegao do transporte seletivo se far por intermdio de permisso de
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execuo de servio, que pode ser rescindida, por iniciativa da permissionria, somente no caso de descumprimento de normas contratuais pelo poder concedente, sendo certo que os servios sero paralisados to logo haja o descumprimento das aludidas normas contratuais. Comentrio: No mbito dos servios pblicos verificamos que se aplica o princpio da continuidade, de modo que os servios no podem ser interrompidos, como regra. Assim, no pode a delegatria de servios pblicos interromper ou paralisar os servios, salvo por deciso judicial, transitada em julgado, conforme estabelece o art. 39, pargrafo nico, da Lei n 8.987/95:
Art. 39. O contrato de concesso poder ser rescindido por iniciativa da concessionria, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ao judicial especialmente intentada para esse fim. Pargrafo nico. Na hiptese prevista no caput deste artigo, os servios prestados pela concessionria no podero ser interrompidos ou paralisados, at a deciso judicial transitada em julgado.

Gabarito: Errado.

115. (ANALISTA DE TRANSPORTES ADVOGADO CETURB/ES CESPE/2010) A permisso, concedida por prazo certo e determinado, ser renovada ou mantida, enquanto a execuo do servio for considerada eficiente Comentrio: Como destaquei, a permisso como regra feita por ato precrio da Administrao, por isso, pode ser revogada a qualquer momento. Ento, noutro sentido, podemos dizer que enquanto a execuo for considerada adequada ela ser mantida.

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PACOTE DE EXERCCIOS MDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO


ANALISTA PROCESSUAL MPU/2010
PROF. EDSON MARQUES

Toa, possvel se fazer uma permisso com prazo certo e determinado, desnaturando em certa medida o instituto. Dessa forma, findo o prazo estabelecido, extingue-se o contrato de permisso, de modo que eventual renovao ou manuteno depender de nova licitao. Gabarito: Errado.

isso pessoal, por hoje s! Vamos firmes. Fiquem com Deus. tima semana e grande abrao. Prof. Edson Marques

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