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Fundação Universidade
Federal de Rondônia – UNIR

Prof. Isaac Lucena de Amorim


Conteúdo:
INTRODUÇÃO – Conceito e importância;
princípios e objetivos da agroecologia
CAP. I - Estrutura e processos ecológicos em
sistemas naturais e em agroecossistemas
CAP II – Manejo da fertilidade do solo na
agroecologia
CAP III – Manejo de plantas espontâneas na
agroecologia
CAP IV – Controle de pragas e doenças na
agroecologia
CAP V – Transição e conversão para a
agroecologia
CAP VI – Certificação de produtos
agroecológicos
CAP VII – Gestão da propriedade agroecológica
A agricultura de base agroecológica busca:

Maiores Redução de Melhor Supressão de doenças


rendimentos Custos qualidade e ervas daninhas
A agricultura de base agroecológica
Alguns benefícios para o meio ambiente:

Limpeza dos
Proteção de Previne a Sequestro de
recursos
insetos e plantas erosão do solo carbono
hídricos
Afinal, o que é agroecologia?
Alguns conceitos:
1) A agroecologia é a ciência que se preocupa com a aplicação dos princípios e
conceitos da ecologia ao desenho e manejo de agroecossistemas sustentáveis
(GLIESSMANN, 2001)
2) Ciência emergente que estuda os agroecossistemas integrando conhecimentos de
agronomia, ecologia, economia e sociologia (ALTIERE, 1989)
3) Para outros, trata-se apenas de uma nova disciplina científica, já que incorpora o
conhecimento tradicional que por definição não é científico (GUZMÁN, 2002)

Portanto, podemos dizer que a agroecologia se aproxima ao estudo da agricultura


numa perspectiva ecológica; embora com estrutura teórica orientada à
compreensão ampla dos processos produtivos.
A Agroecologia é uma CIÊNCIA
• Tem princípios, conceitos, metodologias e tecnologias para apoiar o processo de
transição do atual modelo de agricultura convencional para estilos de
agriculturas sustentáveis.

• É uma ciência...

✓ Multidisciplinar

✓ Interdisciplinar

✓ Transdisciplinar
... e está em constante crescimento.
UMA CIÊNCIA TRANSDISCIPLINAR DO CAMPO DA COMPLEXIDADE (CAPORAL, 2009)
A Agroecologia é uma CIÊNCIA
• Sob o ponto de vista da pesquisa agroecológica, seus objetivos
não são a maximização da produção de uma atividade
particular, mas a otimização do agroecossistema como um todo.

• Como ciência aglutinadora, aplica os conhecimentos e


experiências já acumuladas, para, através da Investigação-Ação
Participativa ou do Diagnóstico Rural Participativo, por exemplo,
contribuir para a promoção das transformações sociais
necessárias e para gerar padrões de produção e consumo mais
sustentáveis.
Atenção!!! Agroecologia não é sinônimo de agricultura orgânica

(CIÊNCIA) (MODELO DE AGRICULTURA)


O que não é agroecologia:
Agroecologia não é um modelo de agricultura, nem agricultura alternativa
Agroecologia não é uma prática, nem um movimento social
Agroecologia não é uma política pública

É cada vez mais comum ouvirmos frases equivocadas do tipo

– “existe mercado para a Agroecologia”


– “a Agroecologia produz tanto quanto a agricultura convencional”
– “a Agroecologia é um novo modelo tecnológico”
– “fazer a transição para a Agroecologia”
– “vamos fazer uma feira de Agroecologia”
Princípios básicos da
Agroecologia
Princípios básicos da agroecologia
1. Todas as áreas da unidade produção e seus componentes bióticos e abióticos têm
igual relevância e devem ser cuidados segundo os preceitos ecológicos, uma vez
que fazem parte de um corpo único.

Agricultura Agricultura
convencional agroecológica

Enfoque
HOLÍSTICO do
agroecossistema
e abordagem
SISTÊMICA dos
processos
produtivos
Toda a propriedade é uma unidade
• Onde plantas e animais, áreas de mata, ciclos minerais,
transformações energéticas, processos biológicos e as relações sócio
econômicas são investigadas e analisadas em seu conjunto.

APPs e Ervas
RL espontâneas Ciclos
minerais

criações

Inimigos
naturais Processos
cultivos biológicos
Princípios básicos da agroecologia
2. Valorizar e conservar a diversidade biológica (diversidade
genética).
Manter áreas naturais com o máximo de espécies vegetais
nativas, florestais, frutíferas e herbáceas espontâneas, o que
estimulará a diversificação da fauna e agentes do controle
biológico.

3. Estímulo à diversificação de atividades produtivas.


Quanto mais diversificados e integrados forem os sistemas
de cultivos e criações mais próximos estarão da
sustentabilidade ambiental e econômica desejada e possível.
Princípios básicos da agroecologia
4. Otimização dos rendimentos, respeitando-se a capacidade
produtiva (de suporte) do ambiente.
“Rendimento sustentável”, isto é, colher certa quantidade de
biomassa de um sistema, mantendo-o capaz de renovar-se
por si só (Resiliência).

5. Uso mínimo de insumos externos.


Para isso, deve-se estimular as interações biológicas
benéficas e sinergismos, como a ciclagem de nutrientes e de
energia, o controle biológico e o planejamento de sistemas de
produção adaptados às condições locais.
Princípios básicos da agroecologia
6. Uso dos recursos dentro do agroecossistema com
conhecimento ecológico, visando o mínimo efeito negativo no
ambiente.
Procurar evitar uso do fogo, adubos químicos e banir uso de
agrotóxicos; e, na irrigação, usar água de forma que permita
sua recarga e uso por parte da população humana e outros
elementos do ecossistema

7. Adotar práticas de conservação e reconstrução da fertilidade


do solo.
Adubação verde, cobertura morta, rotação de culturas,
plantio direto
Princípios básicos da agroecologia
8. Prevenir erosão e manter a saúde ecológica do solo
Fazer o mínimo revolvimento do solo, plantios em curva de
nível, plantios em faixas, manter o solo sempre com
cobertura vegetal (inclusive de ervas espontâneas).

9. Garantir a equidade no acesso a práticas agrícolas


adequadas ao conhecimento e a tecnologia assim como
permitir o controle local dos recursos agrícolas, valoração da
produção e sua inserção no mercado
Através do associativismo/cooperativismo e da formação de
redes de agroecologia
Princípios básicos da agroecologia

10. Valorização e aplicação dos saberes locais.


A articulação do conhecimento científico com o saber local
(conhecimento empírico), permite a implementação de
sistemas de agricultura alternativa potencializadores da
biodiversidade ecológica e da diversidade sociocultural.
ECOSSISTEMA NATURAL: AGROECOSSISTEMA:

• Sistemas ecológicos em equilíbrio • Sistemas ecológicos alterados


• Grande biodiversidade • Biodiversidade reduzida
• Regido por processos ecológicos • Regido por processos ecológicos,
• Pouca perda de energia do sistema, econômicos, tecnológicos, etc.
basicamente em função do • Grandes perdas de energia,
escamento superficial e percolação através da exportação de
da água no solo. nutrientes, erosão e queimadas
• Cadeia trófica (alimentar) ampla • Cadeia trófica reduzida
• Pressão de seleção natural • Pressão de seleção artificial
• Ciclagem de nutrientes fechada • Ciclagem de nutrientes aberta
Existe um modelo de agricultura agroecológica único?
Não!

Isso vai depender de fatores como:

Realidade local
Conhecimentos
Aspectos sociais e Características
empírico +
tradições culturais edafoclimáticas
Científico
PRINCÍPIOS DA REALIDADE
AGROECOLOGIA LOCAL

DIFERENTES MODELOS DE
AGRICULTURA

➥ Nível tecnológico
➥ Culturas exploradas

≠ ➥ Arranjos (cultivos solteiros ou consorciados)


➥ Espaçamentos
➥ Adubos orgânicos
➥ Insumos para controle de pragas e doenças
➥ Grau de associativismo/cooperativismo
➥ Mercado atendido
Nem toda agricultura alternativa atende aos princípios da
agroecologia.
Por exemplo,

➢ Existem aqueles que não utilizam agrotóxicos ou fertilizantes químicos em


seu processo produtivo, mas:

i. Utilizam insumos orgânicos inadequados ou contaminados


ii. Praticam o monocultivo
iii. Descuidam das práticas de recuperação e conservação do solo
iv. Fazem mal uso da água de irrigação, podendo levar fontes de
recursos hídricos à eutrofização
v. Pagam pouco ou exploram a mão-de-obra braçal
vi. Priorizam o mercado de exportação
vii.Descumpre a Legislação ambiental
viii.Não se integra à comunidade local
Segundo GLIESSMAN (2000) as agriculturas de base
agroecológica têm em comum as seguintes características:
a) baixa dependência de inputs (insumos) comerciais;

b) uso de recursos renováveis localmente acessíveis;

c) utilização dos impactos benéficos ou benignos do meio ambiente local;


d) aceitação e/ou tolerância das condições locais, ao invés de ficar na
dependência da intensa alteração ou tentativa de controle sobre o meio
ambiente;
e) manutenção a longo prazo da capacidade produtiva;

f) preservação da diversidade biológica e cultural;

g) utilização do conhecimento e da cultura da população local; e

h) produção de mercadorias para o consumo interno (primeiramente) e para


a exportação (excedente)
Conteúdo:
INTRODUÇÃO – Conceito e importância;
princípios e objetivos da agroecologia
CAP. I - Estrutura e processos ecológicos em
sistemas naturais e em agroecossistemas
CAP II – Manejo da fertilidade do solo na
agroecologia
CAP III – Manejo de plantas espontâneas na
agroecologia
CAP IV – Controle de pragas e doenças na
agroecologia
CAP V – Transição e conversão para a
agroecologia
CAP VI – Certificação de produtos
agroecológicos
CAP VII – Gestão da propriedade agroecológica
Por que precisamos saber sobre a
ESTRUTURA e os PROCESSOS
ECOLÓGICOS de um
agroecossistema?
Saber sobre a estrutura e os processos ecológicos de um
agroecossistema permite-nos:
✓Entender como funciona o agroecossistema
✓Identificar suas potencialidades e fragilidades
✓Delimitar áreas segundo aptidão do solo
✓Definir o modelo de agricultura para cada área:
Ex.: hortaliças, cereais, forrageiras, frutíferas, florestais,
pastagem, etc.
✓Escolher as espécies tolerantes ou resistentes às condições
microclimáticas e edáficas de cada área
✓Programar as práticas a serem implementadas segundo os princípios
da agroecologia
O que é a estrutura do
agroecossistema?
Conjunto de componentes bióticos e
abióticos que o compõe.
ESTRUTURA DO AGROECOSSISTEMA
Quais são os
processos ecológicos
que ocorrem a partir
das interações entre
os fatores bióticos e
abióticos?
Transpiração
Absorção de água
A ÁGUA NO SISTEMA Absorção de
SOLO X PLANTA X ATMOSFERA nutrientes
Abertura estomática
Entrada de CO₂
Fotossíntese
processos Produção de M.O.
ecológicos CICLAGEM DE NUTRIENTES Atividade dos
microrganismos
Disponibilidade
de nutrientes
Neutra-
Simbioses liza pH
Absorção de nutrientes do solo
INTERAÇÕES
ENTRE OS Mutualismo Polinização, controle biológico
SERES VIVOS Predação
Controle biológico
Parasitismo
Processos ecológicos: Interações ecológicas
(relações) Simbiose (+/+)

Competição (-/-)
Principalmente
estas:

Parasitismo (+/-) Predação (+/-) Mutualismo (+/+)


Portanto... Para se manejar uma lavoura sem agroquímicos
é preciso compreender como ocorre a dinâmica
dos processos naturais no agroecossistema.
(CLIMA) (INTERAÇÕES)
Que podem influenciar
positiva ou
➢ T °C
negativamente:
➢ Luz
▪ Germinação
➢ Chuva
▪ Crescimento
➢ U.R. ar ▪ Floração
➢ Ventos ▪ Frutificação
▪ Rendimento
▪ Ação de pragas e
doenças
▪ Velocidade de
decomposição da M.O.
▪ Disponibilidade de
(SOLO) nutrientes no solo, etc.
Conteúdo:
INTRODUÇÃO – Conceito e importância;
princípios e objetivos da agroecologia
CAP. I - Estrutura e processos ecológicos em
sistemas naturais e em agroecossistemas
CAP II – Manejo da fertilidade do solo na
agroecologia
CAP III – Manejo de plantas espontâneas na
agroecologia
CAP IV – Controle de pragas e doenças na
agroecologia
CAP V – Transição e conversão para a
agroecologia
CAP VI – Certificação de produtos
agroecológicos
CAP VII – Gestão da propriedade agroecológica
Matéria orgânica no solo

Origem

• A matéria orgânica do solo origina-se, em quase sua totalidade, de


resíduos vegetais cuja composição média varia entre:
- as diferentes espécies de vegetais e,
- dentro da mesma espécie,
- com a idade e
- com o nível de nutrição da planta.

• Todavia, ocorre certa constância entre os componentes básicos das


plantas, variando apenas o percentual destes componentes
estruturais.
Matéria orgânica no solo

Natureza - composição
• Os componentes dos vegetais são, comumente, divididos em seis grandes
grupos (Waksman, 1952):

• Os constituintes minerais usualmente encontrados nas cinzas variam de 1,0 a


12%.
Matéria orgânica no solo

Dinâmica

• As transformações pelas quais passa o carbono compreendem


essencialmente duas fases:
a) fase de fixação do gás carbônico
b) fase de regeneração.
Matéria orgânica no solo

Dinâmica
• FASE DE FIXAÇÃO DO CARBONO:
(Fotossíntese)
É efetuada pelos organismos fotossintéticos, plantas verdes, algas e
bactérias autotróficas.

Esta fixação finaliza-se na síntese de compostos hidrocarbonados de


complexidade variável: • amidos, • hemiceluloses, • celuloses, •
ligninas, • proteínas, • óleos e • outros polímeros.
Matéria orgânica no solo

Dinâmica
• FASE DE REGENERAÇÃO DO CARBONO:
(Biodegradação da matéria orgânica)

Acontece quando os compostos hidrocarbonados retornam ao solo


com os resíduos vegetais e são utilizados pelos microrganismos
para obtenção da energia que lhes é indispensável, devolvendo à
atmosfera o gás carbônico durante as reações de oxidação
respiratória.
Matéria orgânica no solo

Biodegradação da matéria orgânica


➢A fase inicial da biodegradação microbiana é caracterizada pela perda
rápida dos compostos orgânicos prontamente decomponíveis (açúcares,
proteínas, amido, celulose, etc), sendo as bactérias especialmente ativas
nesta fase de decomposição.

➢Na fase seguinte, produtos orgânicos intermediários e protoplasma


microbiano recentemente formado, são biodegradados por uma grande
variedade de microorganismos, com a produção de nova biomassa e
liberação de CO2.

➢O estágio final é caracterizado pela decomposição gradual de compostos


mais resistentes, exercida pela atividade de actinomicetos e fungos.

Bactérias filamentosas
Matéria orgânica no solo

Fases da biodegradação

• Do ponto de vista da evolução da matéria orgânica do solo, existem


conceitualmente dois processos:

➢A degradação: Macro, meso e microfauna do solo consomem de 70 a


80% do material orgânico envolvido, transformando-os em CO₂ e H₂O;

➢A Humificação: microorganismos aeróbicos e anaeróbicos transformam


os 20 a 30% do material orgânico restante (compostos fenólicos e
compostos lignificados parcialmente transformados) em substâncias
húmicas (ácido fúlvico e ácido húmico).
Matéria orgânica no solo

A velocidade da Decomposição

• A velocidade de decomposição da matéria orgânica do solo,


independente da forma em que se encontra, é condicionada à inúmeros
fatores, dentre eles:
a) Natureza da matéria orgânica (relação C/N)
b) Agentes responsáveis pela decomposição
c) Umidade e Arejamento (40 a 60%)
d) Temperatura: Em solos tropicais verifica-se uma velocidade de decomposição de 5 a 10
vezes maior do que em solos de clima temperado (Sanchez, 1981)
e) Acidez do solo (6 a 8)
f) Nutrientes do solo: Além da exigência do carbono e nitrogênio pelos microrganismos
do solo, outros elementos igualmente são solicitados, em especial P, S, e microelementos.
Influência da matéria orgânica na
FERTILIDADE DO SOLO
Influência da matéria orgânica nas
Propriedades QUÍMICAS do solo:

1. Aumento da CTC
2. Aumenta disponibilidade de nutrientes;
3. Aumenta a adsorção de cátions;
4. Eleva ou diminui o pH;
5. Complexa o alumínio tóxico;
6. Controla a presença de elementos tóxicos como ferro, manganês e metais
pesados, pela capacidade de fixar, quelar ou complexar estes elementos;
7. Recupera solos salinos;
8. Aumenta o poder tampão do solo (Tamponamento do pH);
9. Fixa o nitrogênio do ar;
10. Fornece substâncias estimulantes de crescimento.
Influência da matéria orgânica nas
• Propriedades FÍSICAS do solo:

1. Agente cimentante na agregação do solo (estrutura)


2. Reduz a densidade aparente
3. Aumenta a superfície específica.
4. Torna o solo mais friável;
5. Aumenta a infiltração da água;
6. Facilita a drenagem;
Influência da matéria orgânica nas
• Propriedades FÍSICAS do solo:

7. Aumento da retenção de água e o arejamento.


✓Kiehl (1985), cita que a matéria orgânica fresca, tem
capacidade de retenção de água em torno de 80% do seu peso,
✓à medida que vai sendo humificada, essa capacidade se eleva
para cifras médias de 160%;
✓a matéria orgânica bem humificada, rica em colóides, como as
turfas e os solos orgânicos, podem ter de 300 a 400% de
capacidade de reter água, ou seja, de 6 a 8 vezes o seu peso.
Influência da matéria orgânica nas
• Propriedades FÍSICAS do solo:

8. Aumento da capacidade de absorção de calor na superfície do solo,


dado seu escurecimento.
Absorvem melhor os raios infravermelhos que aquecem o solo e cujo
calor influencia na germinação, crescimento e atividade microbiana.

9. Elevação do limite de umidade no qual o solo se torna plástico e


pegajoso e diminuição do limite de umidade onde o mesmo se torna
muito duro.
Dessa forma, ela pode aumentar a faixa ótima de manejo que o solo
pode ser trabalhado, sem problemas com os implementos agrícolas.
Influência da matéria orgânica nas

• Propriedades BIOLÓGICAS do plantas: (plantas e fauna do solo)

➢Influência direta:
- fonte de nutrientes para as plantas e Carbono para a biota do solo.

➢Influência indireta:
- Aumento na disponibilidade de 02 e água,
- Aumento na disponibilidade de nutrientes na solução do solo,
- Fonte de energia primária para a cadeia alimentar do solo.
cadeia
alimentar
do solo
Conservação da
matéria orgânica
PRINCIPAIS PRÁTICAS
Conservação da M.O.

• Nas condições tropicais, as perdas de M. O. após o desmatamento


são rápidas, principalmente na fase inicial, e muitos dos nutrientes
mineralizados, em especial o N, perdem-se rapidamente, sem
condições de aproveitamento pelas plantas.

• O manejo, nessa circunstância, exige que se adotem práticas que


protejam o solo, diminuindo as perdas.
Conservação da M.O.
• As práticas a serem adotadas são, portanto, aquelas que permitam
maior adição possível de matéria orgânica ao solo:
- rotação de culturas,
- coberturas verdes,
- Podas e desramas,
- Roço ou capinas das ervas daninhas,
- incorporação de restos culturais ou
- adição de adubos orgânicos de outros locais.
Conservação da M.O.
• Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Santos et al.,
2006), um solo orgânico é aquele que apresenta 8% ou mais de
carbono orgânico na fração terra fina seca ao ar.

• Segundo Valladares et al. (2008), apenas 1% do território brasileiro é


considerado orgânico.
Manejo do solo na
Agroecologia

O solo é o meio ambiente do sistema radicular, onde a


disponibilidade de nutrientes, água e oxigênio é governada
pelos atributos físicos, químicos e biológicos.
INTRODUÇÃO

Como sabemos, o manejo agroecológico


do solo é baseado na ausência de
aplicação de fertilizantes industriais
altamente solúveis e agrotóxicos, aliado às
boas práticas de uso e manejo de solo que
promovem melhorias nas condições físicas,
químicas e biológicas do solo.
Manejo agroecológico do solo
INTRODUÇÃO

• O solo de ser visto na sua


integralidade.
Água
Fungos
Bactérias
Ar

Meso-
fauna
Manejo agroecológico do solo
INTRODUÇÃO

• Ao longo do seu perfil mudam-se


as condições de nutrientes,
aeração, umidade e biodiversidade
e abundância microbiológica.
• A interação do solo com as raízes
e os microrganismos define sua
qualidade e sua potencialidade
produtiva.
O que esperar dos seguintes componentes do SAF

SOLO PLANTAS BIOTA DO SOLO


Boa estrutura / porosidade Adaptabilidade edafoclimática Decomposição da M. O.

Níveis ideais de Nutrientes Rendimento econômico Degradação de exsudados

Boa Saturação por bases Resistencia: pragas e doenças Aumenta absorção de P, Zn,
Mn, Cu pelas plantas

Profundidade efetiva Proteção e melhoria do solo Fixação de N atmosférico

Baixo Risco à erosão Ciclagem de nutrientes Biorremediação/supressividade

Possibilidade de mecanizar Interações positivas Aumento do C no solo


Manejo ecológico do solo

Recomendações

Objetivos e

Práticas
Manejo agroecológico do solo
• Recomendações:
1. Quanto menos revolvimento do solo melhor
2. A cobertura vegetal morta (mulching) proporciona proteção ao solo
3. Quanto mais incorporação de matéria orgânica mais carbono e nutrientes serão
disponibilizado às plantas e microrganismos
4. A diversificação de culturas favorece a diversidade da fauna de polinizadores e do
controle biológico
5. A rotação de culturas desfavorece o estabelecimento de pragas e doenças
6. Consórcios de Culturas com estruturas radiculares distintas proporcionam
melhor aproveitamento do perfil do solo
7. A Irrigação localizada reduz perdas de água e o crescimento de ervas espontâneas
8. A adubação orgânica com material de baixa relação C:N (“bem curtido”)
proporciona maior disponibilidade de nutrientes às culturas
Manejo agroecológico do solo
• Objetivos: Este manejo visa:
➢ Aproveitar a biodiversidade e otimizar os serviços ecossistêmicos a favor
das culturas agrícolas, buscando reduzir ao máximo a dependência de
insumos externos;
➢ Ativar e alimentar os microrganismos do solo;
➢ Aumentar a ciclagem de nutrientes;
➢ Melhorar a estrutura do solo permitindo boa infiltração e reposição das
águas subterrâneas;
➢ Diminuir o escoamento superficial reduzindo processos de erosão e
deposição de sedimentos nos corpos d’água.
Manejo agroecológico do solo
• Práticas: As boas práticas referem-se à:
Manutenção do solo coberto com resíduos orgânicos (cobertura morta),
COBERTURA MORTA
Conserva umidade
Reduz calor
Fonte de M.O. ⟹ solo e microrganismos
Evita a erosão

Manejo de plantas espontâneas


Manejo agroecológico do solo
• Práticas: As boas práticas referem-se à:
➢ Manutenção do solo coberto com resíduos orgânicos (cobertura morta),
Plantas de cobertura e adubação verde com leguminosas (FNA),
Vantagens das Plantas de Cobertura de Solo e Adubação Verde
1. Incremento de biomassa vegetal que fomentará a fertilidade do solo.
2. Fixação do nitrogênio atmosférico.
3. Proteção do solo contra a erosão.
4. Por reduzir o escoamento superficial, permite maior infiltração de água no solo.
5. Distribuição e estoca de carbono no solo.
6. Contribuição na formação e na manutenção da matéria orgânica.
7. Redução da perda de nutrientes por volatização e lixiviação.
8. Controle da temperatura das camadas superficiais do solo.
9. Favorece o controle biológico de pragas e doenças.
10. Reduz a incidência de plantas daninhas (espontâneas).
11. Serve de cobertura morta (palhada) no sistema de plantio direto.
12. Como cobertura morta, ajuda a conservar a umidade do solo, permitindo
produção média em longos períodos de estiagem.
Os sistemas radiculares aumentam a permeabilidade e
levam matéria orgânica a diferentes profundidades do
solo.
Manejo agroecológico do solo
• Práticas: As boas práticas referem-se à:
➢ Manutenção do solo coberto com resíduos orgânicos (cobertura morta),
➢ Plantas de cobertura e adubação verde com leguminosas,
Plantio direto,
O PLANTIO DIRETO
NA PALHA – PDP
Hoje, cerca de 33 milhões de hectares são cultivados nesse
sistema, que corresponde a mais de 80% da área semeada de
grandes culturas.
O incremento na matéria orgânica do solo é
uma das chaves dos benefícios de todo o sistema
de plantio direto na palha.
A conservação da umidade do solo é outro
grande benefício do sistema de plantio direto na
palha.
Mais palhadas
menos erosão
(Fonte: Adaptado de Ramos (1976) citado por Ruedell (1995))
Manejo agroecológico do solo
• Práticas: As boas práticas referem-se à:
➢ Manutenção do solo coberto com resíduos orgânicos (cobertura morta),
➢ Plantas de cobertura e adubação verde com leguminosas,
➢Plantio direto,
Rotação de culturas,
O que se busca com a rotação de culturas?

• MELHORIA DA FERTILIDADE DO SOLO;


• REDUÇÃO DE PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS DANINHAS;
• AUMENTO DA PRODUTIVIDADE DAS CULTURAS;
• ESTABILIDADE DO SISTEMA DE PRODUÇÃO.
Exemplo:
Manejo agroecológico do solo
• Práticas: As boas práticas referem-se à:
➢ Manutenção do solo coberto com resíduos orgânicos (cobertura morta),
➢ Plantas de cobertura e adubação verde com leguminosas,
➢Plantio direto,
➢Rotação de culturas apropriadas,
Consórcios ou coquetéis de adubos verdes com leguminosas FBN,
Manejo agroecológico do solo
• Práticas: As boas práticas referem-se à:
➢ Manutenção do solo coberto com resíduos orgânicos (cobertura morta),
➢ Plantas de cobertura e adubação verde com leguminosas,
➢Plantio direto,
➢Rotação de culturas apropriadas,
➢Consórcios ou coquetéis de adubos verdes com leguminosas FBN,
Práticas de conservação do solo e da água,
Práticas de conservação do solo
Manejo agroecológico do solo
• Práticas: As boas práticas referem-se à:
➢ Manutenção do solo coberto com resíduos orgânicos (cobertura morta),
➢ Plantas de cobertura e adubação verde com leguminosas,
➢Plantio direto,
➢Rotação de culturas apropriadas,
➢Técnicas integradas de manejo de nutrientes com policultivos e coquetéis
de adubos verdes com leguminosas que fixam nitrogênio atmosférico,
➢Práticas de conservação do solo e da água,
Adubação orgânica.
Adubação orgânica

• Fornece nutrientes ao solo, aumenta a CTC


• Aumenta a diversidade e atividade da macrofauna e
microrganismos do solo
• Melhora as condições físicas do solo: aeração e
armazenamento de água
• Torna o solo mais estruturado.

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