INTRODUÇÃO ap
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O GÊNERO APOCALÍPTICO.
Entre o ano 165 a.C. e 125 d.C. uma escola de escritores judeus e cristãos produziram
uma série de escritos comumente chamados de apocalípticos. Os judaicos foram escritos
na época de Antíoco Epifânio e posteriormente acompanhando as perseguições daquele
momento histórico. Eram escritos para lhes dar esperança quanto ao futuro, já que o
presente lhes era atribulado. Estes livros judeus nunca gozaram de importância entre as
autoridades religiosas, mas serviram bem ao seu propósito.
Em contraste com isso, o espírito apocalíptico dominava a igreja primitiva. Cristo não
tinha estabelecido um reino imediatamente e isso levou os primeiros discípulos a crer
em uma breve ou iminente volta de Cristo para que isto acontecesse (no grego parousia,
palavra citada no NT). Esta vinda traria uma era melhor para a humanidade, mas
também era necessária uma agonia muito grande da era presente.
Estes livros são escatológicos, reveladores (apocalipse quer dizer revelação), empregam
verdades místicas e simbólicas, com freqüência utilizam pseudônimos (obviamente não
é o caso do Apocalipse de João), são altamente dualistas (bem vencendo o mal,
intercalando otimismo e pessimismo), deterministas, éticos e messiânicos. Alguns
títulos de destaque dentre esses livros são I Enoque e Assunção de Moisés (citados por
Judas), Testamento dos Doze Patriarcas, estes judaicos. Temos um judaico-cristão
chamado Ascensão de Isaías. Do lado do NT, quanto aos livros não-canônicos temos o
Apocalipse de Pedro e o Pastor de Hermas.
TESTEMUNHOS ANTIGOS
O Apocalipse foi escrito para ser lido nas igrejas (1.3). Sua autoridade canônica foi
reconhecida a princípio na Ásia Menor, mas foi alcançando reconhecimento geral pela
igreja a partir dos fins do século II.
Dentre os pais da igreja, a menção específica mais antiga foi a de Justino Mártir (135),
antes de ter se mudado para Roma. Papias (da Frigia, por volta do ano 150) usava e
considerava o Apocalipse inspirado. Irineu (de Lion) sustentava a autoria apostólica do
livro em sua obra “Contra as Heresias”. Teófilo, bispo de Antioquia, cita o Apocalipse
em suas disputas contra Hermógenes, abertamente reconhecendo sua autoridade como
Escritura. Clemente de Alexandria o citou como livro sagrado e confirmou sua autoria.
Temos também o testemunho do Cânon Muratoriano (de Roma) que lista entre seus
livros o Apocalipse. Até diversas seitas da época o reconheciam como os quiliastas, os
milenaristas e os montanistas. Muitos grupos duvidavam da autoria e da canonicidade
do livro, tendo a maior resistência da igreja armênia e síria oriental (até o século XII).
Podemos dizer que só a partir do século XIII o livro foi aceito de forma unânime.
AUTORIA
DEPENDÊNCIA LITERÁRIA
1. Antigo Testamento
2. Literatura Apocalíptica
3. Outros livros do NT
4. Fontes da filosofia do seu tempo: astrológicas, numerológicas e cabalísticas.
DATA
Época do imperador Domiciano (81-96), próximo do final do seu reinado. Domiciano
baniu João para a ilha de Patmos e Nerva, sucessor de Domiciano, o repatriou.
PROVENIÊNCIA E DESTINO
Ilha de Patmos (1.9). Foi nessa solitária e descalvada ilha que Deus deu a João a
revelação (apocalipse). É destinada às sete igrejas da Ásia Menor. João ministrava nesta
época em Éfeso, cidade mais importante dessa área e é bem natural que, exilado, se
dirija a elas.
MOTIVO E PROPÓSITOS
Foi escrita por causa da grande perseguição de Domiciano, o segundo Nero, para
encorajar a igreja.
Além disso notamos no livro lições morais, a ênfase na autoridade absoluta de Cristo, a
vitória de Deus sobre o mal e noções do estado eterno.
LINGUAGEM
Um grego do povo da época, escrito com muitas expressões estrangeiras (barbarismos)
e hebraicas (hebraísmos), que definem a linguagem de um cristão judeu que não teve
uma educação grega. Apesar do grego ser muito simples, ele é claro. O fato do autor
não dominar muito bem o grego mostra também que ele veio da Palestina, porque se
tivesse crescido na dispersão ele o dominaria melhor.
Existem erros gramaticais que se explicam porque o autor parece pensar em aramaico.
Algumas passagens podem ser melhor compreendidas se soubermos o aramaico por
detrás delas. O grego do Apocalipse é peculiar. Ainda que tenha hebraísmos, não se
assemelha à LXX.
Mesmo assim, o livro do Apocalipse não perde sua força literária e sua expressividade.
1-) As coisas que vistes: O que João viu antes de escrever (Ap 1)
2-) As que são: Ap 2 e 3: O que havia nas sete igrejas, as quais João escreveu o livro.
3-) As que hão de suceder depois destas: (Ap 4-22)
O Apocalipse não é uma obra obscura, um enigma que a igreja deve desprezar, mas sim
A REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO. Mas tem uma coisa: Este livro foi feito com
lágrimas e deve ser lido com lágrimas. Cada vez mais precisamos dessa revelação
porque o tempo está próximo (Ap 1.3; 22.10).
O livro é chamado Revelação de Jesus Cristo porque Ele é o seu grande assunto, o
centro do seu interesse, especialmente durante sua vinda, reino e glória. (1 Co 1.5-7; 2
Ts 1.6-10; 1 Pe 1.7). É revelação para os seus servos, porque o segredo do Senhor é para
os que o temem (Sl 25.14). Jesus falava em parábolas para que só quem tivesse o
coração aberto pudesse entender. As profecias da Palavra são reveladas à medida que
abrimos o coração como servos humildes e obedientes (Jo 15.15).
Fala-se de coisas que brevemente devem acontecer. (Hb 2.2, 3). Explica-se isso com a
iminência desses acontecimentos, a sua urgência. Elas devem acontecer não importando
o que o homem pense ou faça. João recebe do anjo a revelação: mostra que é uma
mensagem solene.
Vem então a bênção para quem lê o livro (v. 3)
Ainda que esteja dirigida primariamente às sete igrejas podemos ver que a afetuosa
saudação se dirige a toda a igreja. Uma paz arraigada na graça de Deus. Depois vem
uma lembrança da nossa libertação dos pecados. Algo que o crente sempre deve estar
recordando: Jesus nos libertou, nos lavou no seu sangue!
Segue-se o versículo chave e uma descrição da vinda de Cristo em glória “com as
nuvens”. Muitos não quererão vê-lo, mas todos o verão. Parece uma mensagem voltada
aos judeus que não crêem. Jesus é o Sim e o Amém. É o Alfa e o Ômega, a primeira
letra e a última letra do alfabeto grego, simbolizando todas as demais também. É o
princípio (Jo 1.3) e o fim.
As sete estrelas: as igrejas iluminando o mundo escuro. (veja 2.15, 16). Os sete castiçais
de ouro: a igreja é a coisa mais preciosa na terra e ilumina o mundo em redor.
São sete mensagens a sete igrejas porque sete simboliza a perfeição e a plenitude.
Simbolicamente Jesus direciona a mensagem à totalidade de sua igreja e a cada crente
em particular. Das sete igrejas da Ásia, só duas não receberam repreensão: Esmirna e
Filadélfia. Hoje Esmirna se chama Izmir, grande porto da Turquia. Filadélfia hoje se
chama Alasehir e continua de pé. As outras são meras ruínas. Não resta coisa alguma a
Laodicéia senão ruínas e fontes de água morna.
Éfeso (desejável):
Era a igreja mais próxima de Patmos (120 km), a principal cidade da Ásia, província do
tamanho do Ceará. Ela tinha na época 200.000 habitantes. Porto marítimo, centro
comercial de exportação. Local do grande templo de Artemis (Deusa Diana), uma das
sete maravilhas do mundo antigo e lugar do “Banco da Ásia”, porque lá as pessoas
depositavam vastas somas de dinheiro. Ao redor do templo a imoralidade imperava em
orgias e ritos de fertilidade. Possuía um teatro com capacidade para 20.000 pessoas e
um anfiteatro com capacidade para outros cem mil.
O evangelho teve tanto impacto na cidade que foram erigidos quatro pilares na entrada
do porto em homenagem aos quatro evangelistas, um deles ainda está de pé. Os templos
pagãos foram pouco a pouco se transformando em igrejas. Igreja fundada por Paulo e
pastoreada por ele, por Apolo, Timóteo e o próprio João.
- Recomendações de Jesus:- seja zelosa e se arrependa, compre dele ouro refinado pelo
fogo, para que seja, de fato, rica (Palavra de Deus); compre veste branca (pureza): para
esconder a nudez da impureza; colocar colírio nos olhos, para que possam enxergar a
glória e a grandeza de Deus, já que naquela cidade havia um colírio muito poderoso;
esteja atenta para ouvir as batidas na porta e a voz de Jesus e convidá-lo a entrar e cear
com Ele.
- Promessa:- Sentar-se no Seu Trono, em Sua companhia.
As coisas que são foram introduzidas por uma grande visão do Cristo glorificado. A
parte profética se inicia com uma deslumbrante visão de Deus, assentado sobre o trono
no céu e rodeado por inumeráveis seres celestiais.
Sete lâmpadas de fogo: Os perseguidores podem ter quebrado os castiçais pelo martírio
mas os sete espíritos continuam fortes como sempre.
Mar de vidro: multidão dos remidos. O “vidro” indica que o mar está calmo. Na
presença de Deus há verdadeira paz.
Seres viventes: melhor tradução que “animais”. Estavam entre os 24 anciãos e Deus.
Eram cheios de olhos (penetração intelectual, vigilância e prudência). Semelhante ao
leão = corajoso. Semelhante ao bezerro = esforço e diligência. Rosto de homem =
prudência e discrição dos homens. Águia = amor e sentimentos elevados. (Ez 1.1-10;
vide 6.1-8 e 15.7). Estes seres têm muito em comum com os serafins de Is 6.
Muitos crêem que esses animais representem a perfeição da natureza quando Deus a
criou.
Lançar as coroas diante do trono indica humildade diante de quem realmente tem o
poder.
O cenário é o mesmo, mas agora acontece a investidura de Jesus Cristo de glória, honra,
domínio e poder.
O livro é a escritura de posse da terra. (Lc 19.12). Só Jesus tem o direito de comandar os
acontecimentos que virão (v.3). João chora por ansiar ver a Palavra do juízo de Deus e
do reino se cumprindo. Bom exemplo para o crente. (Mt 5.4)
Meio do trono: Jesus é onipresente. Ele é Leão porque venceu a Satanás, a morte, o
Hades e assentou-se no trono com seu Pai. O Cordeiro também é Jesus.. Cordeiro e
Leão ao mesmo tempo? Sim, ele trata com os homens mansamente, mas seu poder é
irresistível no juízo contra os impenitentes. É à sua ordem que os elementos naturais
obedecem para arrancar a terra do diabo.
O momento mais esperado da história é quando Jesus tomar o livro da destra do Pai. Lá
se vão 6000 anos de espera. Mas a hora está chegando.
Incenso = oração dos santos por todo esse tempo.
O primeiro culto de louvor é o da criação, o segundo é o da redenção.
Cântico de redenção (v.9), serviço (10) e vitória (10).
Uma verdadeira onda de louvor: do trono para os anjos incontáveis.
Com o cântico terminado, Jesus tem o livro na mão e abre um selo após outro. Começa
a grande luta pela terra.
a. 1º selo: Cavalo branco: Manifestação do anticristo: Permitida para sua
derrocada final.
b. 2º selo: Cavalo vermelho: Guerra e carnificina
c. 3º selo: Cavalo preto: Fome e carestia. A pele se enegrece com a fome
(Lm 5.10): comida racionada no mundo todo. O cavaleiro é um ditador
de alimentos. O v.6 mostra que os ricos não serão afetados (Tg 5.1-5).
d. 4º selo: Cavalo amarelo: A morte e o Hades: Amarelo como um morto
em estado de decomposição. 25% das pessoas mortas com espada, fome,
peste e feras, uma conseqüência da outra.
e. 5º selo: Os santos martirizados. Pessoas que se voltaram para Deus em
meio aos flagelos descritos até o quarto selo e morreram pela fé (em
meio à grande tribulação). (Mt 24.9-14). Notem que as almas estavam
conscientes, refutando a doutrina do sono da alma. Este evangelho do
reino só pode levar a salvação no derramamento de sangue (v.11) .
f. 6º selo: Angústia na terra (a terra toda tremerá), sinais no céu (sol negro,
lua como sangue, estrelas cadentes – provavelmente meteoros, giro
rápido do céu, tsunami) Cf Mt 24.29, 30; Jl 2.31. Até o ateu orará
naquele dia de temor.
Mesmo na ira, o Senhor lembra da misericórdia nessas duas visões. A primeira é a dos
144.000 selados (v.1-8) e a segunda é a da multidão vinda da Grande Tribulação (v. 9-
17)
144.000: Aqui se cumprem promessas de Deus com Israel. Estes são selados para
serviço e segurança. O vento pàra para que o momento se revista de solenidade.
Multidão: o remanescente dos judeus é selado, e os gentios que crerem depois de
martirizados aparecerão no céu.
1ª Trombeta (8.7): Saraiva, fogo e sangue. 1/3 da terra queimada, 1/3 das árvores e
ervas verdes queimada.
2ª Trombeta (8.8, 9): Algo como monte ardendo é lançado sobre o mar, transformando
a água do mar em sangue. 1/3 dos peixes morrem e 1/3 das embarcações se perdem.
3ª Trombeta (8.10, 11): A estrela Absinto cai sobre rios e nascentes transformando 1/3
da água em absinto (águas amargas). O absinto é um aperitivo feito com uma erva
extremamente amarga do mesmo nome.
4ª Trombeta: (8. 12): 1/3 do sol, lua e estrelas escurecem. (Lc 21.25)
No tempo da quarta trombeta voará um anjo pelos ares, anunciando que os julgamentos
das quatro primeiras trombetas se agravarão com as três últimas, que são chamadas as
trombetas de AIS! (v.13) . Passamos então ao capítulo 9.
5ª Trombeta (9.1-12): por um período a Satanás é dada a chave do poço do abismo
libertando os anjos maus que ali estão. Gafanhotos porque são seres numerosos, cavalos
por serem organizados estrategicamente, com rosto de homens, cabelos compridos,
presas e garras como escorpiões, que atacarão os homens que não servirem à besta com
angústia terrível. Abadom (hebraico) e Apoliom (grego) querem dizer destruição. É
chamado o anjo da morte ou do abismo.
6ª Trombeta (9.13-21): 4 anjos soltos com uma cavalaria infernal de 200.000.000
cavaleiros matam 1/3 dos homens.