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INTRODUÇÃO

O GÊNERO APOCALÍPTICO.

Entre o ano 165 a.C. e 125 d.C. uma escola de escritores judeus e cristãos produziram
uma série de escritos comumente chamados de apocalípticos. Os judaicos foram escritos
na época de Antíoco Epifânio e posteriormente acompanhando as perseguições daquele
momento histórico. Eram escritos para lhes dar esperança quanto ao futuro, já que o
presente lhes era atribulado. Estes livros judeus nunca gozaram de importância entre as
autoridades religiosas, mas serviram bem ao seu propósito.
Em contraste com isso, o espírito apocalíptico dominava a igreja primitiva. Cristo não
tinha estabelecido um reino imediatamente e isso levou os primeiros discípulos a crer
em uma breve ou iminente volta de Cristo para que isto acontecesse (no grego parousia,
palavra citada no NT). Esta vinda traria uma era melhor para a humanidade, mas
também era necessária uma agonia muito grande da era presente.
Estes livros são escatológicos, reveladores (apocalipse quer dizer revelação), empregam
verdades místicas e simbólicas, com freqüência utilizam pseudônimos (obviamente não
é o caso do Apocalipse de João), são altamente dualistas (bem vencendo o mal,
intercalando otimismo e pessimismo), deterministas, éticos e messiânicos. Alguns
títulos de destaque dentre esses livros são I Enoque e Assunção de Moisés (citados por
Judas), Testamento dos Doze Patriarcas, estes judaicos. Temos um judaico-cristão
chamado Ascensão de Isaías. Do lado do NT, quanto aos livros não-canônicos temos o
Apocalipse de Pedro e o Pastor de Hermas.

TESTEMUNHOS ANTIGOS

O Apocalipse foi escrito para ser lido nas igrejas (1.3). Sua autoridade canônica foi
reconhecida a princípio na Ásia Menor, mas foi alcançando reconhecimento geral pela
igreja a partir dos fins do século II.
Dentre os pais da igreja, a menção específica mais antiga foi a de Justino Mártir (135),
antes de ter se mudado para Roma. Papias (da Frigia, por volta do ano 150) usava e
considerava o Apocalipse inspirado. Irineu (de Lion) sustentava a autoria apostólica do
livro em sua obra “Contra as Heresias”. Teófilo, bispo de Antioquia, cita o Apocalipse
em suas disputas contra Hermógenes, abertamente reconhecendo sua autoridade como
Escritura. Clemente de Alexandria o citou como livro sagrado e confirmou sua autoria.
Temos também o testemunho do Cânon Muratoriano (de Roma) que lista entre seus
livros o Apocalipse. Até diversas seitas da época o reconheciam como os quiliastas, os
milenaristas e os montanistas. Muitos grupos duvidavam da autoria e da canonicidade
do livro, tendo a maior resistência da igreja armênia e síria oriental (até o século XII).
Podemos dizer que só a partir do século XIII o livro foi aceito de forma unânime.

AUTORIA

DEPENDÊNCIA LITERÁRIA

1. Antigo Testamento
2. Literatura Apocalíptica
3. Outros livros do NT
4. Fontes da filosofia do seu tempo: astrológicas, numerológicas e cabalísticas.
DATA
Época do imperador Domiciano (81-96), próximo do final do seu reinado. Domiciano
baniu João para a ilha de Patmos e Nerva, sucessor de Domiciano, o repatriou.

PROVENIÊNCIA E DESTINO
Ilha de Patmos (1.9). Foi nessa solitária e descalvada ilha que Deus deu a João a
revelação (apocalipse). É destinada às sete igrejas da Ásia Menor. João ministrava nesta
época em Éfeso, cidade mais importante dessa área e é bem natural que, exilado, se
dirija a elas.

MOTIVO E PROPÓSITOS
Foi escrita por causa da grande perseguição de Domiciano, o segundo Nero, para
encorajar a igreja.
Além disso notamos no livro lições morais, a ênfase na autoridade absoluta de Cristo, a
vitória de Deus sobre o mal e noções do estado eterno.

LINGUAGEM
Um grego do povo da época, escrito com muitas expressões estrangeiras (barbarismos)
e hebraicas (hebraísmos), que definem a linguagem de um cristão judeu que não teve
uma educação grega. Apesar do grego ser muito simples, ele é claro. O fato do autor
não dominar muito bem o grego mostra também que ele veio da Palestina, porque se
tivesse crescido na dispersão ele o dominaria melhor.
Existem erros gramaticais que se explicam porque o autor parece pensar em aramaico.
Algumas passagens podem ser melhor compreendidas se soubermos o aramaico por
detrás delas. O grego do Apocalipse é peculiar. Ainda que tenha hebraísmos, não se
assemelha à LXX.
Mesmo assim, o livro do Apocalipse não perde sua força literária e sua expressividade.

CONCEITOS E MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO

1. PRETERISTA: Tudo o que está lá já aconteceu. Estão com ela estudiosos


católicos e liberais.
2. HISTÓRICO: Procuram encaixar os dados do Ap nas épocas da história,
tornando a obra essencialmente fechada e misteriosa.
3. FUTURISTA: O livro inteiro é preditivo. Existem os moderados que dizem que
se fala do futuro a partir do capítulo 4.
4. SIMBÓLICA OU MÍSTICA: Vêem o livro como uma coleção de símbolos
místicos para ensinar lições espirituais e morais, não importando a época onde
os fatos ocorram.
5. ECLÉTICO: Misturam as outras escolas de interpretação de forma que nenhuma
tome destaque.

VERSÍCULO CHAVE: 1.7. A vinda de Cristo é muito importante no livro.

O próprio Espírito Santo em 1.19 divide o Apocalipse em três:

1-) As coisas que vistes: O que João viu antes de escrever (Ap 1)
2-) As que são: Ap 2 e 3: O que havia nas sete igrejas, as quais João escreveu o livro.
3-) As que hão de suceder depois destas: (Ap 4-22)

O Apocalipse não é uma obra obscura, um enigma que a igreja deve desprezar, mas sim
A REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO. Mas tem uma coisa: Este livro foi feito com
lágrimas e deve ser lido com lágrimas. Cada vez mais precisamos dessa revelação
porque o tempo está próximo (Ap 1.3; 22.10).

I – AS COISAS QUE VISTES (1)

O assunto do livro (1.1-3)

O livro é chamado Revelação de Jesus Cristo porque Ele é o seu grande assunto, o
centro do seu interesse, especialmente durante sua vinda, reino e glória. (1 Co 1.5-7; 2
Ts 1.6-10; 1 Pe 1.7). É revelação para os seus servos, porque o segredo do Senhor é para
os que o temem (Sl 25.14). Jesus falava em parábolas para que só quem tivesse o
coração aberto pudesse entender. As profecias da Palavra são reveladas à medida que
abrimos o coração como servos humildes e obedientes (Jo 15.15).
Fala-se de coisas que brevemente devem acontecer. (Hb 2.2, 3). Explica-se isso com a
iminência desses acontecimentos, a sua urgência. Elas devem acontecer não importando
o que o homem pense ou faça. João recebe do anjo a revelação: mostra que é uma
mensagem solene.
Vem então a bênção para quem lê o livro (v. 3)

Saudações dos céus aos santos perseguidos (1.4-8)

Ainda que esteja dirigida primariamente às sete igrejas podemos ver que a afetuosa
saudação se dirige a toda a igreja. Uma paz arraigada na graça de Deus. Depois vem
uma lembrança da nossa libertação dos pecados. Algo que o crente sempre deve estar
recordando: Jesus nos libertou, nos lavou no seu sangue!
Segue-se o versículo chave e uma descrição da vinda de Cristo em glória “com as
nuvens”. Muitos não quererão vê-lo, mas todos o verão. Parece uma mensagem voltada
aos judeus que não crêem. Jesus é o Sim e o Amém. É o Alfa e o Ômega, a primeira
letra e a última letra do alfabeto grego, simbolizando todas as demais também. É o
princípio (Jo 1.3) e o fim.

A visão de Cristo como está atualmente no céu (1.9-20)


João mostra de início que era tão irmão quanto os apóstolos. Não aceitou qualquer título
eclesiástico. Sejamos de alta ou humilde posição estamos no mesmo nível de Cristo e
participamos com os apóstolos.
O termo “o dia do Senhor” equivale ao domingo. Ser arrebatado em espírito é o estado
em que se recebe a profecia. Aqui se encontra um bom estado para passarmos o
domingo .
João ficou tão fascinado com as coisas que via pela frente que deu as costas para Cristo
e ouviu a voz por detrás dele. Ao ouvir a voz dele ela capturou sua total atenção.
Voz de trombeta mostra Jesus levando a João para mais perto dele. A trombeta sempre
convoca. E finalmente ele vê a Jesus em meio a perseguição, um exemplo da nossa
própria vida. Quem segue a Jesus passa por perseguições. No meio dos sete castiçais: o
castiçal é a igreja. Jesus está no meio da igreja, não importa o tamanho ou o lugar.

A descrição de Cristo glorificado


1. Semelhante ao filho do homem: natureza humana
2. Vestido até os pés de um vestido comprido: vestes de Juiz
3. Com um cinto de ouro no peito
4. Cabeça e cabelos brancos: glória (Pv 16.31)
5. Olhos como chama de fogo: vem dele e esquadrinha os pensamentos e intenções.
6. Pés como latão reluzente: o latão ao derreter é insuportável aos olhos, indica o
esmagamento dos inimigos.
7. Voz como muitas águas: poder
8. Sete estrelas à mão direita: os anjos das sete igrejas
9. Saia uma espada aguda de dois fios da sua boca: a Palavra. Jesus é o Verbo vivo.
10. Rosto como o sol resplandecente: Cristo é o sol, os ministros dele estrelas distantes.
Mas sua luz vai iluminar a Nova Jerusalém e será superior a do sol. (21.23; 22.5).
11. Tem as chaves da morte e do inferno: Quando uma cidade sitiada caía nas mãos de
alguém, o vencedor recebia as chaves, emblema de sua autoridade sobre ela. Jesus
venceu a morte e o hades. A morte segura os corpos dos homens, o hades segura as
almas. Jesus pode libertar o homem dos dois.

As sete estrelas: as igrejas iluminando o mundo escuro. (veja 2.15, 16). Os sete castiçais
de ouro: a igreja é a coisa mais preciosa na terra e ilumina o mundo em redor.

II - AS COISAS QUE SÃO (2, 3)

As sete mensagens ás igrejas

São sete mensagens a sete igrejas porque sete simboliza a perfeição e a plenitude.
Simbolicamente Jesus direciona a mensagem à totalidade de sua igreja e a cada crente
em particular. Das sete igrejas da Ásia, só duas não receberam repreensão: Esmirna e
Filadélfia. Hoje Esmirna se chama Izmir, grande porto da Turquia. Filadélfia hoje se
chama Alasehir e continua de pé. As outras são meras ruínas. Não resta coisa alguma a
Laodicéia senão ruínas e fontes de água morna.

Existem três interpretações para as cartas:


1. CONTEMPORÂNEA: Visa o contexto imediato para aquela época
2. COMPOSTA: Um retrato composto da igreja, tanto da igreja como um todo,
como de cada crente em particular.
3. CRONOLÓGICA: Mencionaremos apenas os períodos, mas é interessante que
se refira à matéria História da Igreja para uma maior profundidade. Esta
interpretação não é unânime, mas é, no mínimo, interessante.

Éfeso: Igreja Primitiva (33-100): Pentecostes à morte de João


Esmirna: Igreja Perseguida (100-313): morte de João até Edito de Milão (Constantino)
Pérgamo: Igreja Imperial (313-476): Edito de Milão à queda de Roma
Tiatira: Igreja Medieval (476-1453): queda de Roma á queda de Constantinopla
Sardes: Igreja Reformada (1453-1648): queda de Constantinopla ao final da guerra dos
30 anos
Filadélfia: Igreja Moderna (1648 ao século XX):
Laodicéia: Século XX até hoje.
Há quem ensine que hoje vivemos um misto de Filadélfia e Laodicéia, mas isto tudo é
questão de interpretação. Mesmo os que entendem as cartas como eras sabem que as
lições explicadas nas sete cartas podem ser úteis para os crentes de todas as épocas.

CARACTERÍSTICAS DAS CARTAS


1. Cada uma mostra uma característica do Cristo glorificado.
2. São dirigidas ao anjo da igreja.
3. Começam mostrando a onisciência de Cristo “Sei as tuas obras”
4. Enumera primeiro as qualidades, depois os defeitos das igrejas. Filadélfia não
tinha defeitos e Laodicéia não tinha qualidades.
5. Terminam com o apelo “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às
igrejas”.

POR QUE A ÁSIA?


1. Era onde o oriente e o ocidente se encontravam.
2. É um lugar bonito com terras férteis.
3. Era sede da nação hitita, tendo uma grande história e cultura. Éfeso e Esmirna
foram fundadas pelos hititas por volta de 2.000 a.C.

Éfeso (desejável):
Era a igreja mais próxima de Patmos (120 km), a principal cidade da Ásia, província do
tamanho do Ceará. Ela tinha na época 200.000 habitantes. Porto marítimo, centro
comercial de exportação. Local do grande templo de Artemis (Deusa Diana), uma das
sete maravilhas do mundo antigo e lugar do “Banco da Ásia”, porque lá as pessoas
depositavam vastas somas de dinheiro. Ao redor do templo a imoralidade imperava em
orgias e ritos de fertilidade. Possuía um teatro com capacidade para 20.000 pessoas e
um anfiteatro com capacidade para outros cem mil.
O evangelho teve tanto impacto na cidade que foram erigidos quatro pilares na entrada
do porto em homenagem aos quatro evangelistas, um deles ainda está de pé. Os templos
pagãos foram pouco a pouco se transformando em igrejas. Igreja fundada por Paulo e
pastoreada por ele, por Apolo, Timóteo e o próprio João.

-Título ou Atributo de Jesus:- o Sustentador da Igreja. Ele a sustenta e a alimenta.


Avaliação: Conhecida pelas obras, a igreja não compactuava com o erro e conhecia a
Palavra. Seu erro é que perdeu o primeiro amor. Quando a pessoa perde o primeiro
amor, ela serve para manter a aparência, no exterior. Ela não tem temor, passa a faltar
aos cultos, volta pouco a pouco às companhias do mundo, não oram em oculto nem
fazem culto doméstico. Evangelizam pouco ou nada e não se sacrificam mais pela obra
do Senhor.
Conselho: Lembrar de onde caiu, arrepender-se e praticar as primeiras obras.
Promessa ao que vencer: Comer da árvore da vida.
Nicolaítas: Alguns crêem que seja uma doutrina gnóstica antinomista infiltrada por
Nicolau, um dos sete diáconos da igreja primitiva que teria se desviado, que ensinava,
entre outras coisas, que era preciso permanecer no pecado para entendê-lo. Outros
acham serem seguidores da doutrina de Balaão (Nicolau seria o equivalente grego de
Balaão). Alguns outros acham que pela etimologia da palavra seria vitória sobre o povo,
a nomeação de sacerdotes sobre os leigos (vem da interpretação cronológica). Èfeso os
rejeitava mas Pérgamo os aceitava.
Esmirna (mirra: “sofrimento”)
Porto marítimo a 64 km. ao norte de Éfeso. Fundada por Alexandre, o Grande, tinha
templos dedicados a Zeus, Deus do Sol e aos imperadores romanos, que tinham "status"
de Deus (centro do culto ao imperador). Foi o lugar do martírio de Policarpo, discípulo
de João. É a única cidade que permanece com a grandeza que tinha no tempo de João.
Cidade comercial que muitos acreditam um dia ser maior do que Istambul. Até hoje os
cristãos são perseguidos lá, agora pelo islamismo.
É a mensagem mais resumida das sete.
-Título ou Atributo de Jesus:- O que passou por perseguição e venceu a morte.
-Avaliação Espiritual da Igreja:- Jesus diz conhecer as tribulações por que tem passado
esta Igreja, pois ela é uma Igreja perseguida por causa do Nome de Jesus. E é na
perseguição que a fé é purificada e fortalecida. Era uma Igreja constituída por gente
pobre e, por isso, externamente tinha a aparência de uma Igreja bem pobre, mas, por
causa da sua fidelidade, mesmo sofrendo perseguições, Jesus diz que ela é rica; rica em
amor; rica em devoção; rica na fé.
Esta Igreja, também, recebeu elogios de Jesus, por superarem a blasfêmia que estava
recebendo dos judeus, que os denunciavam às autoridades romanas, por puro ódio,
como pessoas que se recusavam adorar o Imperador. Jesus, então, fala em Satanás e
diabo. A distinção é que , por Satanás (Sinagoga de Satanás), Ele chama os judeus
acusadores e por diabo, o Estado perseguidor.
- Conselhos:-
a) Não Temas:-
b) Sê Fiel até à Morte e dar-te-ei a Coroa da Vida:- o prêmio, prometido por Jesus é a
Coroa da Vida, Tg 1.12; 1 Pe 5.4; 2 Tm 4.8
Promessa ao que vencer: Não terá o dano da segunda morte.
É interessante acrescentar que 5.000.000 de pessoas foram martirizadas no período
representado pela carta, segundo Fox. Quanto a “tribulação de dez dias”, houve dez
grandes perseguições no Império Romano antes do Edito de Milão: Nero, Domiciano,
Trajano, Marco Aurélio Antonino, Severo, Maximino, Décio, Valeriano, Aureliano e
Diocleciano (a maior de todas)
Pérgamo:
Seu nome vem de duas palavras: alto + união, e é situada sobre um penhasco alto, onde
dois rios convergiam. Situada à beira do rio Caico, grande centro político e religioso,
com templos aos deuses, Zeus e Esculápio, além daqueles oferecidos aos Imperadores
Romanos. Era famosa pela grande biblioteca de 200.000 livros. Os magos da Babilônia
fugiram para lá em 133 a.C. Também eram adoradores de serpentes. Era um lugar de
grande imoralidade por causa dos cultos pagãos. Desta cidade veio a palavra
pergaminho.
- Título ou Atributo de Jesus:- Aquele que maneja a espada separando a igreja do
mundo.
- Avaliação Espiritual da Igreja:- para esta Igreja, Jesus fala algumas coisas, como:
a) que ela deixou-se influenciar pelo mundanismo, pelo paganismo, com os diversos
cultos ali existentes, onde está o trono de Satanás (os templos);
b) a igreja estava sustentando a doutrina de Balaão, falso profeta, que conhecia a
doutrina dos verdadeiros judeus, mas usava esses conhecimentos para prejudicá-los;
c) também dentro desta Igreja, havia muitos que sustentavam a doutrina dos nicolaítas;
d) todavia, na Igreja ainda havia aquele "resto" que mantinha a fidelidade a Jesus e,
como exemplo, Jesus fala de Antipas, servo fiel e que foi martirizado por testemunhá-
lo; Antipas significa anti-papa. Na interpretação cronológica, vemos que nesse período
muitas heresias foram dissipadas, como no Concílio de Nicéia, e o credo foi fortalecido.
- Repreensão:- Jesus repreende a Igreja e conclama a que ela se arrependa de seus
pecados e volte a ser fiel e verdadeira. Agora, caso isso não aconteça, Jesus lhes afirma
que virá lutar contra os fiéis corruptos com a espada que estava em sua boca;
Promessa ao que vencer: maná escondido (vida diária com Jesus) e a pedrinha branca
com um novo nome (viver com o nome do Senhor para sempre).
Tiatira:
Fica a 77 km de Pérgamo. Primariamente construída como forte por Seleuco I, tornou-
se um centro comercial no fértil vale do rio Lico onde se junta com o vale do Caico, rota
importante. Imagina-se que Lídia tenha levado o evangelho para lá (At 16). É a menor
destas sete cidades. Havia uma igreja próspera na cidade, porém logo se tornou um dos
centros da heresia de Montano. A principal atividade econômica era uma indústria de
tinturaria de tecidos. Mas ali também se fabricava cerâmica, roupas e objetos de bronze.
A cartomancia ali florescia. Hoje se chama Ak Hissar (campos brancos)
- Título ou Atributo de Jesus:- Juiz com olhos como chama de fogo. O Filho de Deus se
apresenta para vencer o Filho de Zeus, Apolo, deus da cidade.
- Avaliação Espiritual da Igreja:- Muita coisa ia bem, mas tinha a
Jezabel: trouxe o paganismo para o reino do norte (Israel). Assim a ascensão do papa
aumentou a idolatria de vez e pôs os rituais acima de Cristo. Tal como Jezabel matou
Nabote, a inquisição matou milhares. Simboliza a igreja apóstata.
Leia a repreensão e note como Jesus repreende. Dá tempo mas sua disciplina é certa.
Aos outros pediu para guardarem o que tem.
- Promessas:- autoridade sobrenatural sobre as nações; e a estrela da manhã (o planeta
Vênus, que simboliza a segunda vinda de Jesus).
Sardes
Ficava ao pé do monte Tmolo, á beira do rio Pactolo. Foi muito rica com o reino da
Lídia, sob o rei Creso. Havia muito ouro no vale do Pactolo. Sofreu as conquistas por
Ciro, rei da Pérsia e por Alexandre, o Grande, quando foi reduzida à ruína. No ano 17,
um terremoto a reduziu a um monte de lixo. Foi reconstruída pelo Imperador Romano
Tibério. Nela, adorava-se a Deusa Cibele, culto caipira da época. Também havia um
templo de Apolo, uma sinagoga e um ginásio. Na época era famosa por suas riquezas e
luxo, mas passava por um período de mediocridade. Segundo a tradição teria sido a
primeira cidade da região que recebeu o evangelho pelo apóstolo João, a primeira a se
desviar e a primeira a cair em ruínas. Historicamente vemos que alguns ouviram a
palavra de Jesus, já que Melito, bispo de Sardes no séc II, foi conhecido pela dedicação
e instrução. Escreveu um livro sobre sua visita a Palestina para verificar o cânon do AT
e um comentário sobre o Apocalipse.
- Título ou Atributo de Jesus:- O que tem os sete espíritos e pode ressuscitar os crentes
da morte para a vida. Só o Espírito Santo aviva a igreja, mas ele é enviado por Jesus.
- Avaliação Espiritual da Igreja:- tal como a cidade, esta Igreja estava passando por um
momento de mediocridade. Era uma Igreja insignificante, que não tem observado os
preceitos de Jesus e, portanto, apesar de ter nome de viva, por causa do afastamento de
Jesus, está morta. Tem, contudo, um "resto" que se mantém fiel e não se contaminou;
- Repreensão:- se a Igreja não ficar vigilante; não voltar às boas obras; não perseverar;
não se arrepender; Jesus diz que a destruirá e que isto pode ocorrer a qualquer momento,
pois Ele virá como um ladrão, isto é, sem ser esperado;
- Recomendações de Jesus:- Ser vigilante, lembrar das palavras de Cristo e se
arrepender.
- Promessa:- vestes brancos, nomes para sempre no livro da vida, nome confessado por
Jesus.
Na interpretação cronológica, vemos que o protestantismo está frio. Restaurou muita
coisa, mas não restaurou tudo. Nem o batismo no Espírito Santo nem a escatologia.

Filadélfia (amor fraternal)


Ficava a 40 km de Sardes, e foi edificada por Eumenes, rei de Pérgamo, e batizada em
nome de seu irmão Átalo Filadelfo,. Também foi destruída pelo grande terremoto do
ano 17 A.D. e reconstruída por Tibério. Tinha fama de ter uma excelente fábrica de
vinho e a bebida era o seu problema maior. É um lugar fértil, razão de sua prosperidade.
Jesus não apresenta censura alguma a essa igreja. Hoje o seu nome é Allah Shehr,
cidade de Deus.
- Título ou Atributo de Jesus:- O que abre as portas para a evangelização
- Avaliação Espiritual da Igreja:- muito boa a avaliação desta Igreja, pois, Cristo achou-
a fiel e perseverante. Foi uma das duas Igrejas que não recebeu repreensão por Jesus. A
porta aberta que Jesus diz que colocará ante ela, é um grande avivamento e que ela era
uma Igreja missionária.
- Recomendações de Jesus Cristo:- Jesus recomenda pouca coisa àquela Igreja, qual
seja, para que ela conserve o que tem (amor; fidelidade; perseverança; boas obras, etc.),
a fim de que ninguém lhe tome a coroa;
- Promessas:- fará prostrar aos seus pés os falsos judeus da Sinagoga de Satanás;
guardá-los na hora da grande tribulação, fará deles coluna do santuário de Deus e daí
jamais sairão. Promessa de companhia eterna de Jesus e de Deus Pai; Hoje no lugar da
igreja se encontra uma mesquita que tem uma coluna firme. McGee encontrou nas
ruínas uma coluna firme das ruínas do anfiteatro que foi usado pelos turcos para matar
os cristãos. Foi lá onde o cristianismo resistiu por mais tempo das sete igrejas. Foi um
local estratégico para a evangelização até o século XIII.
Laodicéia: (união dos leigos)
Fundada por Antíoco II em homenagem a sua mulher Laodice (séc. III a.C.) à beira do
rio Lico, uma das maiores cidades de Ásia Menor. Situada em rota comercial a 160 km
de Éfeso e Mileto. Era muito rica, com um comércio florescente. Vendia muitas roupas.
Possuía uma escola de medicina e fabricava um colírio com grande poder de cura (o “pó
Frígio”), que também era indicado para os ouvidos. Adorava-se muito a Júpiter, ou
Zeus, naquela cidade. A cidade foi abandonada por causa dos terremotos. Nunca foi
escavada. As ruínas impressionantes de dois teatros romanos, de um grande estádio e de
três igrejas cristãs primitivas ainda estão lá. Hoje é conhecida como Campo Velho e está
deserta.
- Título ou Atributo de Jesus:- "Cristo é a testemunha fiel e verdadeira, tirando a
máscara dessa igreja”.
- Avaliação Espiritual da Igreja:- foi péssima a avaliação desta Igreja. Ao contrário da
de Esmirna e de Filadélfia, que não foram repreendidas, esta não foi nem elogiada por
Jesus, que não achou nela nada de bom. Jesus chamou-a de morna e disse que, por ela
não ser quente ou fria, estava a ponto de vomitá-la. Era, portanto, uma Igreja que não
era Igreja, mas, sim, um clube, uma associação burocrática, que se reunia, apenas, por
costume. Ninguém tinha compromisso com ninguém. Cada um fazia o que lhe dava na
telha.
- Repreensão:- Jesus repreende esta Igreja pela sua auto-suficiência, por achar que não
depende de ninguém, pois, como a cidade, ela é rica e tem "poder", mas, de fato, o que
os seus fiéis são é infelizes, miseráveis, pobres, cegos e nus.

- Recomendações de Jesus:- seja zelosa e se arrependa, compre dele ouro refinado pelo
fogo, para que seja, de fato, rica (Palavra de Deus); compre veste branca (pureza): para
esconder a nudez da impureza; colocar colírio nos olhos, para que possam enxergar a
glória e a grandeza de Deus, já que naquela cidade havia um colírio muito poderoso;
esteja atenta para ouvir as batidas na porta e a voz de Jesus e convidá-lo a entrar e cear
com Ele.
- Promessa:- Sentar-se no Seu Trono, em Sua companhia.

III – AS COISAS QUE DEPOIS DESTAS HÃO DE ACONTECER (4-22)

1. O arrebatamento e o cântico da criação (4)

As coisas que são foram introduzidas por uma grande visão do Cristo glorificado. A
parte profética se inicia com uma deslumbrante visão de Deus, assentado sobre o trono
no céu e rodeado por inumeráveis seres celestiais.

Porta no céu: oportunidade para ver as coisas celestiais.


Lições:
1. O que acontece na terra primeiro é planejado no céu. (Hb 8.5)
2. Só sabemos do futuro o que Deus revelar (Dt 29.29)
3. É um dever aceitar o que Deus revela sem querer saber mais do que ele revelou.

O arrebatamento de João é uma antevisão do arrebatamento da igreja. O trono é o lugar


onde se recebem os mandados e ordens perante o qual todas as criaturas se prostram. É
o ponto central do universo e o símbolo da autoridade de Deus. A palavra trono é usada
duas vezes em média em cada capítulo do Apocalipse. Por mais que tentem destronar a
Deus da cabeça dos homens, ele continua no trono reinando sobre tudo.

Jaspe: vitória Sardônio: o sangue de Cristo


Arco íris: sinal do concerto que Deus fez entre Cristo e a igreja. A cor predominante era
da esmeralda, um verde suave, devido ao poder da nova aliança em renovar e
revivificar. Apesar de no momento da ira ter trovões e relâmpagos, ele para o crente está
envolto em um arco-íris de esperança.

24 tronos com 24 anciões: 2 x 12: representam os remidos do Antigo e do Novo


Testamento. Estavam assentados por ter uma íntima relação com Deus. Vestidos
brancos: justiça. O fato de ele estarem assentados mostra que João viu algo após a
vinda de Jesus. Os remidos não se abalarão com as calamidades na terra e permanecerão
assentados.

Sete lâmpadas de fogo: Os perseguidores podem ter quebrado os castiçais pelo martírio
mas os sete espíritos continuam fortes como sempre.

Mar de vidro: multidão dos remidos. O “vidro” indica que o mar está calmo. Na
presença de Deus há verdadeira paz.

Seres viventes: melhor tradução que “animais”. Estavam entre os 24 anciãos e Deus.
Eram cheios de olhos (penetração intelectual, vigilância e prudência). Semelhante ao
leão = corajoso. Semelhante ao bezerro = esforço e diligência. Rosto de homem =
prudência e discrição dos homens. Águia = amor e sentimentos elevados. (Ez 1.1-10;
vide 6.1-8 e 15.7). Estes seres têm muito em comum com os serafins de Is 6.

Muitos crêem que esses animais representem a perfeição da natureza quando Deus a
criou.
Lançar as coroas diante do trono indica humildade diante de quem realmente tem o
poder.

2. O livro selado e o cântico de redenção (5)

O cenário é o mesmo, mas agora acontece a investidura de Jesus Cristo de glória, honra,
domínio e poder.
O livro é a escritura de posse da terra. (Lc 19.12). Só Jesus tem o direito de comandar os
acontecimentos que virão (v.3). João chora por ansiar ver a Palavra do juízo de Deus e
do reino se cumprindo. Bom exemplo para o crente. (Mt 5.4)
Meio do trono: Jesus é onipresente. Ele é Leão porque venceu a Satanás, a morte, o
Hades e assentou-se no trono com seu Pai. O Cordeiro também é Jesus.. Cordeiro e
Leão ao mesmo tempo? Sim, ele trata com os homens mansamente, mas seu poder é
irresistível no juízo contra os impenitentes. É à sua ordem que os elementos naturais
obedecem para arrancar a terra do diabo.
O momento mais esperado da história é quando Jesus tomar o livro da destra do Pai. Lá
se vão 6000 anos de espera. Mas a hora está chegando.
Incenso = oração dos santos por todo esse tempo.
O primeiro culto de louvor é o da criação, o segundo é o da redenção.
Cântico de redenção (v.9), serviço (10) e vitória (10).
Uma verdadeira onda de louvor: do trono para os anjos incontáveis.

3. Os primeiros seis selos abertos (6)

Com o cântico terminado, Jesus tem o livro na mão e abre um selo após outro. Começa
a grande luta pela terra.
a. 1º selo: Cavalo branco: Manifestação do anticristo: Permitida para sua
derrocada final.
b. 2º selo: Cavalo vermelho: Guerra e carnificina
c. 3º selo: Cavalo preto: Fome e carestia. A pele se enegrece com a fome
(Lm 5.10): comida racionada no mundo todo. O cavaleiro é um ditador
de alimentos. O v.6 mostra que os ricos não serão afetados (Tg 5.1-5).
d. 4º selo: Cavalo amarelo: A morte e o Hades: Amarelo como um morto
em estado de decomposição. 25% das pessoas mortas com espada, fome,
peste e feras, uma conseqüência da outra.
e. 5º selo: Os santos martirizados. Pessoas que se voltaram para Deus em
meio aos flagelos descritos até o quarto selo e morreram pela fé (em
meio à grande tribulação). (Mt 24.9-14). Notem que as almas estavam
conscientes, refutando a doutrina do sono da alma. Este evangelho do
reino só pode levar a salvação no derramamento de sangue (v.11) .
f. 6º selo: Angústia na terra (a terra toda tremerá), sinais no céu (sol negro,
lua como sangue, estrelas cadentes – provavelmente meteoros, giro
rápido do céu, tsunami) Cf Mt 24.29, 30; Jl 2.31. Até o ateu orará
naquele dia de temor.

4. Duas visões de consolação (7)

Mesmo na ira, o Senhor lembra da misericórdia nessas duas visões. A primeira é a dos
144.000 selados (v.1-8) e a segunda é a da multidão vinda da Grande Tribulação (v. 9-
17)
144.000: Aqui se cumprem promessas de Deus com Israel. Estes são selados para
serviço e segurança. O vento pàra para que o momento se revista de solenidade.
Multidão: o remanescente dos judeus é selado, e os gentios que crerem depois de
martirizados aparecerão no céu.

5. O sétimo selo que libera as sete trombetas: (8-11)


No sétimo selo surgem os anjos com as sete trombetas. A trombeta chama o povo à
batalha, para levantar acampamento, para derrubar os ímpios, para manifestar a
majestade de Deus. Nos capítulos 8 a 22 elas chamam para enormes convocações e
violentas transformações.
Antes da primeira trombeta chega a oração dos santos para que venha o Reino do
Senhor.

1ª Trombeta (8.7): Saraiva, fogo e sangue. 1/3 da terra queimada, 1/3 das árvores e
ervas verdes queimada.
2ª Trombeta (8.8, 9): Algo como monte ardendo é lançado sobre o mar, transformando
a água do mar em sangue. 1/3 dos peixes morrem e 1/3 das embarcações se perdem.
3ª Trombeta (8.10, 11): A estrela Absinto cai sobre rios e nascentes transformando 1/3
da água em absinto (águas amargas). O absinto é um aperitivo feito com uma erva
extremamente amarga do mesmo nome.
4ª Trombeta: (8. 12): 1/3 do sol, lua e estrelas escurecem. (Lc 21.25)

No tempo da quarta trombeta voará um anjo pelos ares, anunciando que os julgamentos
das quatro primeiras trombetas se agravarão com as três últimas, que são chamadas as
trombetas de AIS! (v.13) . Passamos então ao capítulo 9.
5ª Trombeta (9.1-12): por um período a Satanás é dada a chave do poço do abismo
libertando os anjos maus que ali estão. Gafanhotos porque são seres numerosos, cavalos
por serem organizados estrategicamente, com rosto de homens, cabelos compridos,
presas e garras como escorpiões, que atacarão os homens que não servirem à besta com
angústia terrível. Abadom (hebraico) e Apoliom (grego) querem dizer destruição. É
chamado o anjo da morte ou do abismo.
6ª Trombeta (9.13-21): 4 anjos soltos com uma cavalaria infernal de 200.000.000
cavaleiros matam 1/3 dos homens.

Duas visões estão entre a sexta e a sétima trombeta:


i. Um anjo traz um livrinho, vestido de nuvem para causar temor,
em trovões comunicam algo selado. O livro é dado a João e ele
o come. (cap 10).
ii. As duas testemunhas: Começa a visão pelo templo da
tribulação que o Anticristo construirá em Jerusalém e
profanará. Não se sabe quem elas são, mas muitos especulam
que sejam Enoque e Elias ou Moisés e Elias. Profetizarão na
segunda parte da tribulação vestidas de saco. São semelhantes
às oliveiras de Zc 4 (Zorobabel e Josué). Serão mortas pela
besta e três dias e meio depois serão ressuscitadas e arrebatadas.
Ao mesmo tempo haverá um terremoto em Jerusalém.

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