R - T - MILA FERRAZ DE OLIVEIRA MARTINSCOVID
R - T - MILA FERRAZ DE OLIVEIRA MARTINSCOVID
R - T - MILA FERRAZ DE OLIVEIRA MARTINSCOVID
CURITIBA
2021
MILA FERRAZ DE OLIVEIRA MARTINS
CURITIBA
2021
Universidade Federal do Paraná. Sistema de Bibliotecas.
Biblioteca de Ciências Biológicas.
(Rosilei Vilas Boas – CRB/9-939).
TERMO DE APROVAÇÃO
Os membros da Banca Examinadora designada pelo Colegiado do Programa de Pós-Graduação em CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
(ENTOMOLOGIA) da Universidade Federal do Paraná foram convocados para realizar a arguição da tese de Doutorado de MILA
FERRAZ DE OLIVEIRA MARTINS intitulada: Padrões morfológicos em formigas de solo (Hymenoptera: Formicidae): um
enfoque em formigas hipogeicas, sob orientação do Prof. Dr. RODRIGO DOS SANTOS MACHADO FEITOSA, que após terem
inquirido a aluna e realizada a avaliação do trabalho, são de parecer pela sua APROVAÇÃO no rito de defesa.
A outorga do título de doutor está sujeita à homologação pelo colegiado, ao atendimento de todas as indicações e correções
solicitadas pela banca e ao pleno atendimento das demandas regimentais do Programa de Pós-Graduação.
Assinatura Eletrônica
24/05/2021 14:00:46.0
RODRIGO DOS SANTOS MACHADO FEITOSA
Presidente da Banca Examinadora
Ants (Hymenoptera: Formicidae) are organisms widely disseminated in the environment, occurring
from the canopy to the underground. They are important bioturbators and fundamental for the
maintenance of soil quality. Soil is an important driving agent of evolutionary processes, acting in
several groups (from invertebrates to vertebrates) in the selection of characters that favor the
occurrence in this stratum. Among the traits under the greatest evolutionary pressure, in this
environment, are those associated with locomotion. In ants, characters associated with locomotive
appendages are poorly studied. Due the advent of hypogaeic sampling techniques and the
confirmation that assemblies of soil ants present vertical stratification, there was an increase in the
capture of subterranean ants, with an increase in their representativeness in scientific collections.
Consequently, the possibilities for research involving ecological issues associated with
subterranean ants have been considerably expanded, as has the demand for tools that provide
accurate identifications of soil assemblies. This work aims to evaluate the existence of a
conspicuous morphological pattern that represents hypogaeic ants (species that live exclusively in
the subterraneous estrata), using as a proxy locomotion appendage. For that, we used 61 traits,
among which 30 were taken from the legs and ten were originated from the calculation of the legs
segments area. We measured 1071 specimens, from 224 ant species previously classified as
epigaeic, interstitial and hypogaeic, using exclusivity criteria. We use Principal Component
Analysis and later Linear Discriminant Analysis to assess the existence of a pattern. As a result, the
characters associated with the locomotor appendages proved to be relevant to the analysis, so that
we obtained a set of attributes that allows the distinction of underground (hypogaeic and soil
interstitial) and epigaeic ants. Finally, we suggest a standardization in the use of terms associated
with assemblies of soil ants in order to improve communication between the scientific community.
We recommend that the term hypogaeic be restricted to species identified via exclusivity criteria
(obtained from the mandatory association of hypo and epigaeic sampling methods). We also
suggest the use of the term subterranean as a generalization for species that were captured by
hypogaeic techniques (without comparison with epigaeic strata) or which have shorter femurs and
scapes, narrower head, longer than elevated mesossoma and larger areas of trochanter and posterior
coxa. Cryptobiotic morphology should be used for those species that do not forage exposed and
remain hidden in any environment and not as a tool or criterium for identifying underground
species.
1.2 OBJETIVOS
O presente trabalho visa avaliar a existência de uma resposta fenotípica expressa por um
conjunto de caracteres conspícuos que distingam formigas de solo em epigeicas e hipogeicas.
Como objetivos específicos temos:
1- Explorar a morfologia de espécies que são pouco coletadas (caso das hipogeicas).
2- Associar características morfológicas conspícuas ao habitat utilizado para forrageio (epigeico,
intermediário e hipogeico).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
15
2.1 SOLO E SUA INFLUÊNCIA NA RESPOSTA FENOTÍPICA DE DISTINTOS GRUPOS
O solo é estrutura fundamental à vida terrestre. É a partir dele que uma série de ciclos
energéticos e biogeoquímicos acontecem. Dessa forma, a vida terrestre é estritamente relacionada
à qualidade e manutenção deste recurso (MENTA, 2012). É, comumente, considerado um ambiente
relativamente simples, pois não possui mudanças abruptas em seu microclima, o que lhe confere
alta especificidade e baixa produtividade (referentes aos processos de diversificação) (NEVO,
1979). Para compreender como os mecanismos atuam, precisamos compreender a estruturação
desse ambiente e seus mecanismos de ação sobre os organismos.
Na Pedologia a estrutura de estudo é denominada pedon (um metro quadrado com dois
metros de profundidade) (SINGER, 2015), sendo este composto pelas camadas desde a superfície
(em contato com a atmosfera) até a matriz rochosa (EMBRAPA, 2006). Esta unidade (pedon) é
constituída por distintas camadas chamadas horizontes, que variam (em quantidade e extensão) de
acordo com o solo em questão (CHAPIN et al., 2011). As camadas são delimitadas de acordo com
sua composição: horizonte O é a camada orgânica que se mantém sobre o solo e em contato com a
superfície; horizonte A é primeira camada com concentração mineral e que se mantém em contato
com o horizonte O, possuindo alta concentração de matéria orgânica; horizonte E é a camada que
se forma em ambientes de clima úmido e com alto índice pluviométrico, onde os minerais do
horizonte A são lixiviados; horizonte B é formado em alguns solos, de locais com climas árido ou
semiárido, quando há acúmulo de ferro, alumínio e argila provenientes das camadas A e E;
horizonte C é a camada que mantém a maior similaridade à matriz rochosa, além de acumular
material lixiviado das demais camadas (CHAPIN et al., 2011).
Sendo uma mistura composta por partículas sólidas, água e ar, os solos preservam
propriedades térmicas, mecânicas e hidrológicas ao longo de sua distribuição geográfica
16
(EISENBEIS et al., 1987; VERRUIJT, 2018). No entanto, alterações físico-químicas (em escala
de milhões de anos) são frequentes e as camadas (em termos gerais) são reestruturadas a cada 100-
200 mil anos (CHAPIN et al., 2011).
Mesmo com essas reestruturações periódicas, algumas propriedades são constantes no
tempo, mantendo o caráter hipóxico, hiperbárico e a capacidade de manutenção de temperatura
(CHAPIN et al., 2011; ZHAO et al., 2018). A manutenção do caráter hipóxico se dá em função das
reações de oxidação-redução que ocorrem, principalmente em presença de material orgânico
(CHAPIN et al., 2011), que durante a decomposição utilizam o oxigênio e elevam as concentrações
de gás carbônico (EISENBEIS et al., 1987). O caráter hiperbárico se dá em função das somas das
pressões atmosférica e das forças atuantes sob o próprio material particulado que compõe o solo
(VERRUIJT, 2018). Já a manutenção de temperatura pode ser explicada pela presença de
moléculas de água adsorvidas às partículas do solo, bem como aos processos químicos exógenos
que ocorrem durante as reações redox (AMENU; KUMAR, 20005; CHAPIN et al., 2011; ZHAO
et al., 2018).
Em geral, organismos heterotróficos habitam os solos onde há presença de partículas
orgânicas (horizontes O e A) e são mais frequentes entre zero e 30 centímetros, onde a concentração
de gás carbônico (CO2) é similar à superfície (EISENBEIS et al., 1987; VILLANI et al., 1999).
Também há maior concentração, especialmente de artrópodes, nos horizontes O e A devido ao
volume dos poros do solo (espaços entre os grãos), que diminuem de acordo com a profundidade
(no horizonte O) ou de acordo com os grãos que constituem o horizonte A (estes sendo dependentes
da matriz rochosa e dos processos pedológicos) (EISENBEIS et al., 1987).
17
As principais características morfológicas associadas à utilização do estrato subterrâneo,
em mamíferos, são: corpo cilíndrico, reduções anatômicas (apêndices e olhos), hipertrofia dos
órgãos de escavação (dentes e membros anteriores), além do hiperdesenvolvimento de órgãos
associados ao olfato, tato e audição (NEVO, 1979; 1995). Já em répteis, as modificações
morfológicas são associadas ao alongamento das escamas (JACKSON; RENO, 1975),
encurtamento da cabeça e ângulo rostral (ANDREWS et al., 1987; BARROS et al., 2011), além de
espessamento dos ossos craniais (LEE, 1998), alongamento do corpo e redução geral do tamanho
(WIENS; SLINGLUFF, 2001; NAVAS et al., 2004) e redução de membros (anteriores, posteriores
e cauda) (SHINE; WALL, 2008). Wu et al., (2015) ainda constataram que répteis estritamente
fossoriais possuem redução no comprimento das coxas anteriores, alongamento das coxas
posteriores, corpos mais estreitos e cabeças menores.
Em relação aos invertebrados, Menta (2012) cita quatro categorias de tamanho nas quais
são classificados os invertebrados de solo: micro (20 µm a 200 µm), meso (200 µm a 2mm), macro
(2mm a 20mm) e megafauna (20mm>). Além destas categorias de tamanho, a autora define os
organismos que habitam o solo como: geófilos temporariamente inativos (organismos que usam o
solo por apenas um estágio do ciclo de vida – larva ou pupa - e não possuem adaptações
morfológicas específicas à utilização deste estrato); geófilos temporariamente ativos (aqueles que
desenvolvem a maior parte do ciclo de vida no solo, deixando-o apenas após emergirem); geófilos
periódicos (organismos que passam parte da vida no solo, geramente como larvas, mas retornam
ao longo da vida para nidificar, caçar ou se esconder); e geobiontes (organismos que vivem no solo,
possuindo modificações morfológicas que propiciam a existência dos mesmos neste ambiente).
Também em relação aos invertebrados, Eisenbeis et al., (1987), cita quatro grupos de
artrópodes passíveis de ocorrer no solo: Crustacea, Arachnida, Myriapoda e Insecta. Estes mesmos
autores citam três tipos de biologias associadas ao solo: organismos euedáficos, hemiedáficos e
epiedáficos. A essas biologias são atribuídas características convergentes dentre os grupos
supracitados. Aos euedáficos (organismos que vivem confinados aos poros do solo) são atribuídas
as seguintes características: corpo pequeno, vermiforme ou arredondado, extremidades reduzidas,
ausência de pigmentação e olhos (ou olhos reduzidos). Epiedáficos são aqueles que vivem na
superfície, especialmente na serrapilheira, apresentam formas de corpo variadas, bem como alto
grau de pigmentação e aparato sensorial (principalmente os olhos) bem desenvolvidos.
Hemiedáficos seriam os organismos que possuem parte do ciclo de vida (fase larval ou pupa) com
18
desenvolvimento no solo, mas o adulto é epiedáfico ou atmobiótico (seres que vivem no estrato
arbóreo, herbáceo ou na vegetação rasteira).
Eisenbeis et al., (1987) e Menta (2012) abordam, ainda, a necessidade de desenvolvimento
de órgãos sensoriais (referentes à audição e olfato) mais acurados em artrópodes subterrâneos, dada
a ausência ou redução do aparato fotorreceptor. Ainda sobre artrópodes, Villani et al., (1999) citam
o fato de que a maioria destes animais não possui uma alteração morfológica extremamente
evidente para escavação, e consequente deslocamento no subsolo. Porém, enunciam que os
artrópodes euedáficos possuem características morfológicas facilmente distinguíveis como corpos
alongados, achatados ou cilíndricos, antenas e pernas (particularmente os tarsos) curtas, reduzidas
ou ausentes.
Na literatura especificamente mirmecológica, Emery (1875a, 1875b) cita que as espécies
subterrâneas (referidas nestes trabalhos tanto por “ipogeé” (italiano) e por “hypogꬱische”
(alemão), possuem olhos diminutos, tamanho reduzido e deslocamento lento, mas que nem toda
formiga subterrânea terá olhos reduzidos ou ausentes, assim como nem toda espécie sem olhos
pode ser considerada subterrânea. Em Wheeler (1910), há o reforço das características elencadas
por Emery (1875a, 1875b), e a adição da descrição relativa à coloração pálida, porém há uma
observação de que todas as variações de cor são possíveis, tanto nas espécies hipogeicas quanto
nas epigeicas.
Apesar da identificação de uma série de gêneros e espécies como de hábitos subterrâneos,
especialmente as pertencentes à subfamília Dorylinae (SCHNEIRLA, 1957; GOTWALD, 1978;
BERGHOFF, 2002), não houve adições às descrições morfológicas de Emery e Wheeler.
Considerações entorno das espécies de formigas subterrâneas passaram a ser mais comuns com o
advento da ecologia funcional e a identificação de grupos funcionais e/ou guildas (para as várias
definições de guildas e compreensão dos contextos, veja: WILSON, 1999). Estas muito mais
direcionadas à delimitação do tipo de recurso alimentar utilizado (FOWLER et al., 1991;
FOWLER; DELABIE 1995), estratégias de forrageamento como características associadas à
dominância (GREENSLADE, 1976; ANDERSEN, 1991; ANDERSEN, 1997), ou ambos (BIHN
et al. 2010; SILVA; BRANDÃO, 2010; GIBB; PARR, 2013).
Trabalhos que atestaram a estratificação vertical das comunidades de solo (WILKIE et al.,
2007; ANDERSEN; BRAULT, 2010; JACQUEMIN et al., 2012; MARTINS et al., 2020;
TORRES et al., 2020), trouxeram luz sobre a necessidade de uma melhor delimitação das
19
especificidades morfológicas necessárias à utilização efetiva dos estratos de forrageamento. A
caracterização das espécies hipogeicas tornou-se mais evidente e necessária a partir do enfoque nas
amostragens dessa comunidade. Com o advento de técnicas de coleta específicas para o estrato
subterrâneo (ver: DELABIE; FOWLER, 1995; FOWLER; DELABIE, 1995; FOWLER et al.,
2000; SILVA; SILVESTRE, 2004; WILKIE et al., 2007; SCHMIDT; DIEHL, 2008; SCHMIDT;
SOLAR, 2010; PACHECO; VASCONCELOS, 2012; JACQUEMIN et al., 2016; MARTINS et
al., 2020), há a crescente necessidade de se delimitar as características específicas dos grupos que
ocupam distintos estratos do solo.
Wong e Guénard (2017) realizaram uma revisão acerca das espécies e técnicas de coleta
específicas para as formigas subterrâneas. No intuito de organizar a utilização dos termos utilizados
na literatura, estes autores sugeriram a utilização de hipogeicas para formigas que possuem hábito
de nidificação e forrageio exclusivo ao estrato subterrâneo e/ou que possuam morfologia
criptobiótica. E o uso do termo subterrâneo seria exclusivo para a delimitação do ambiente
(estrato) de ocorrência. No entanto, o padrão morfológico associado às formigas criptobióticas,
nesse caso, nada mais é do que o descrito por Emery (1875), para subterrâneas. A morfologia
criptobiótica é uma síndrome que atinge não só formigas ou artrópodes de solo. Ela também é
comum em organismos cavernícolas que, além de possuírem as características citadas por Emery,
também possuem ausência de cor e se diferenciam das espécies de solo por terem apêndices
alongados (BICHUETTE et al., 2014; TRAJANO; CARVALHO, 2017).
20
al., 2003; SILVA; SILVESTRE, 2004; SCHMIDT; DIEHL, 2008; BERMAN; ANDERSEN, 2012;
YEO et al., 2016; MARTINS et al., 2020; TORRE et al. 2020; ).
Após Wilkie et al. (2007) constatarem a estratificação vertical na distribuição das espécies
de solo, corroborada posteriormente por Andersen e Brault (2010), Jacquemin et al., (2016),
Martins et al., (2020) e Torres et al., (2020), houve um aumento nas amostragens e abordagens
científicas sobre as assembleias hipogeicas. No entanto, a delimitação dessas assembleias se
manteve com base nas espécies coletadas via métodos hipogeicos (para métodos hipogeicos de
coleta ver: DELABIE et al., 2000; WEISSFLOG et al., 2000; BERGHOFF et al., 2003; SILVA;
SILVESTRE, 2004; WILKIE et al., 2007; ANDERSEN; BRAULT, 2010; SCHMIDT; SOLAR,
2010; PACHECO; VASCONCELOS, 2012; MARTINS et al., 2020; MUNYAI et al., 2021).
Diferindo de Wong e Guenárd (2017), Martins et al. (2020) e Houadria e Menzel (2021)
sugerem o critério de exclusividade para a delimitação das assembleias hipogeicas. Sendo
consideradas hipogeicas as espécies que ocorrem apenas no subsolo, em áreas onde realiza-se
amostragem múltipla (associação de método epigeico e hipogeico) e posterior comparação entre as
espécies que ocorrem na superfície e abaixo desta. Considera-se estas espécies restritas ao subsolo
(nidificando e forrageando neste local, apenas).
3 METODOLOGIA
O presente trabalho se caracteriza por ser uma pesquisa quali-quantitativa, de natureza
básica. Desta forma, também se estabelece a necessidade de desenvolvimento de uma metodologia
experimental.
25
e mantido em campo por 72 horas, enquanto o TSBF é uma amostragem de monólito de solo
(ANDERSON; INGRAM, 1993), amplamente utilizada e consiste na retirada de blocos de solo
com dimensões de 25 x 25 x 30 (comprimento x largura x profundidade). Para todo monólito
retirado, houve a instalação de um pitfall a um metro do TSBF (para maiores detalhes sobre os
métodos de coleta e desenho amostral, ver: Martins et al., 2020).
Classificamos as espécies a priori de acordo com o critério de exclusividade proposto por
Martins et al (2020) e Houadria; Menzel (2021). Consiste na identificação do estrato de forrageio
das espécies a partir da ocorrência em apenas um método de coleta. Espécies coletadas apenas via
pitfall são epigeicas, já as coletadas apenas no TSBF são hipogeicas e as registradas em ambos os
métodos chamamos de intermediárias. Para espécies frequentes, com mais de 25 registros de
ocorrência para um dos métodos, caso tenha sido registrada uma ocorrência no método
complementar, consideramos essa única coleta como acidental e o critério de exclusividade foi
mantido.
A identificação a nível genérico se deu a partir do uso do Guia para os Gêneros de
Formigas do Brasil (BACCARO et al., 2015) e seguimos suas sugestões de chaves de identificação
de espécies. Especialistas foram consultados para a confirmação das espécies (Alexandre C.
Ferreira, Gabriela P. Camacho, John E. Latke, Mayron Escárraga, Rodrigo M. Feitosa e Thiago S.
R. da Silva) e sempre que necessário realizamos comparações com o material depositado na
Coleção Entomológica Padre Jesus Santiago Moure (DZUP), da Universidade Federal do Paraná
(UFPR), onde as espécies estão depositadas. As espécies foram nomeadas sempre que possível e
as que não, permaneceram como morfoespécies.
As espécies medidas foram escolhidas, inicialmente, de acordo com a correspondência
aos seguintes quesitos: (1) número de espécies medidas por gênero deve ser proporcional à riqueza
registrada do mesmo para as localidades amostradas (um maior número de espécies de Pheidole,
Hypoponera Santschi, 1938 e Solenopsis Westwood, 1840, gêneros altamente diversos, foi medida
em comparação à Simopelta Mann, 1922, por exemplo, por sua vez pouco representado); (2) quanto
maior a frequência de ocorrência, maior o número de espécimes medidos por espécie; (3)
montagem adequada, possibilitando mobilidade dos apêndices; (4) quando possível, ao menos três
espécimes foram medidos. Para espécies polimórficas, apenas as operárias menores foram medidas,
como orientado pelo GlobalAnts database (PARR et al., 2017) e a terminologia morfológica
utilizada seguiu o proposto por Bolton (1994, 2000) e Keller (2011).
26
Os espécimes receberam um código de identificação por cor de acordo com o critério de
exclusividade, após mensurados: (1) etiquetas verdes para epigeicas; (2) pretas para intermediárias
e (3) marrons para hipogeicas. Quando havia mais de um espécime por alfinete, a mensuração era
feita no de melhor montagem (apêndices móveis) ou, se ambos estavam adequados, no primeiro de
cima para baixo (para facilitar a mobilidade).
Para o cálculo das áreas, escapos, coxas e trocanteres foram geometrizados como trapézios
(pois, em sua grande maioria, largura proximal e distal não eram iguais) (Apêndice A). A fórmula
para o cálculo da área do trapézio (1) é:
𝐵+𝑏
𝐴𝑡 =
2
∗ ℎ (1)
28
2𝑏𝑚 + 𝐵𝑝 + 𝐵𝑑
𝐴𝑓 = 𝐻 ( )
2
𝐴𝑓 = 𝐻(𝑏𝑚 + 𝐵𝑝 + 𝐵𝑑) (2)
TABELA 1 – Lista de caracteres avaliados. Caracteres sem indicação são contínuos (mensurados em mm);
(**) caracteres categóricos. Abreviações feitas a partir das descrções dos caracteres em inglês. Caracteres
mensurados primariamente neste trabalho, estão indicados como DZUP.
CARÁTER ABREVIAÇÃO REFERÊNCIAS
CABEÇA
1 Comprimento da cabeça HL Kaspari; Weiser, 1999; Yanoviak; Kaspari,
2000; Parr et al., 2003; Sarty et al., 2006;
Bihn et al., 2010; Silva; Brandão, 2010;
Yates et al., 2014; Schofield et al., 2016;
Parr et al., 2017; Peeters et al., 2017
2 Máxima largura da cabeça HMW Kaspari, 1992; Kaspari, 1993; Kaspari,
1996; Kaspari; Weiser, 1999; Parr et al.,
2003; Silva; Brandão, 2010; Yates et al.,
2014; Schofield et al., 2016; Parr et al., 2017
3 Comprimento do escapo SL Weiser; Kaspari, 2006; Silva; Brandão,
2010; Yates et al., 2014; Gibb et al., 2015;
Parr et al., 2017; Sosiak; Barden 2020
4 Largura proximal do escapo SWP DZUP
5 Largura distal do escapo SWD DZUP
6 Distância interocular IOW Silva; Brandão; Gibb; Parr, 2013; Schofield
et al., 2016; Parr et al., 2017
7 Número de segmentos antenais ** NSA DZUP
29
10 Comprimento do pronoto em vista PLDV DZUP
dorsal
11 Altura da face dorsal do pronoto à HPr DZUP
inserção da perna anterior
12 Altura da face dorsal do mesonoto HMe DZUP
+ mesepisterno à inserção da perna
média
13 Altura da face dorsal do propódeo à HPrp DZUP
inserção da perna posterior
14 Diferença de altura entre porção HPP DZUP
mais alta do mesossoma e o
propódeo
15 Junção promesonotal ** PMST Keller, 2011
16 Comprimento de Weber WeL Silva; Brandão, 2010; Gibb; Parr, 2013;
Gibb et al., 2015;
17 Coloração do espécime ** SCOL Parr et al., 2016; Schofield et al., 2016; Parr
et al., 2017
18 Formato do espiráculo propodeal SPS DZUP
**
19 Máximo comprimento do PSWmax DZUP
espiráculo propodeal
20 Pilosidade mesossomal ** MEP DZUP
21 Esculturação do espécime** SCULP Parr et al., 2017
PERNAS
22 Largura proximal do trocânter WTr1 DZUP
anterior
23 Largura distal do trocânter anterior WTr1.2 DZUP
24 Comprimento do trocânter anterior LTr1 DZUP
25 Largura proximal do trocânter WTr2 DZUP
médio
26 Largura distal do trocânter médio WTr2.2 DZUP
27 Comprimento do trocânter médio LTr2 DZUP
28 Largura proximal do trocânter WTr3 DZUP
posterior
29 Largura distal do trocânter WTr3.2 DZUP
posterior
30 Comprimento do trocânter LTr3 DZUP
posterior
31 Largura proximal da coxa anterior WC1 DZUP
em vista lateral
32 Largura distal da coxa anterior em WC1.2 DZUP
vista lateral
33 Comprimento da coxa anterior LC1 Sosiak; Barden, 2020
30
40 Largura proximal do fêmur anterior PFWF DZUP
31
usando o comando PCA() pacote FactorMineR (HUSSON et al., 2020). Essa mesma análise foi
utilizada para avaliar quais caracteres são, de fato, componentes dos morfoespaços hipogeico,
intermediário e epigeico e os mais importantes para esta delimitação. Após análise, a seleção dos
caracteres de maior poder explicativo se deu pela avaliação dos loadings e via inspeção gráfica.
Gráficos de contribuição das variáveis foram gerados a partir do comando fviz_contrib(), pacote
factoextra (KASSAMBARA; MUNDT, 2020), indicando o quanto cada variável preditora
contribuiu na construção dos componentes principais (PCs). Estes gráficos geram uma linha
tracejada que indica a contribuição média caso todas as variáveis tivessem o mesmo peso na
constituição do componente (PC). Variáveis que estejam na ou acima da linha são as mais indicadas
para explicar a maior variabilidade dos dados.
Para avaliar se o conjunto de características é relacionado ao hábito, utilizamos os scores
dos (PCs), com maiores eingenvalues, em regressão linear e submetemos os modelos à Análise de
Variância (ANOVA) e posterior Teste de Tukey. Consideramos o hábito (epigeico, intersticial e
hipogeico) e a subfamília como variáveis preditoras dos modelos submetidos às análises e estes
foram ajustados a partir do critério Akaike (AIC).
Para avaliar se as características elencadas (a partir da PCA) são eficientes na identificação
de espécies que tenham os distintos hábitos (hábito como resposta à combinação das variáveis),
realizamos uma Análise Discriminante Linear (LDA), combinando esses dados às variáveis
categóricas. Escolhemos a LDA por esta análise maximizar a separação entre categorias conhecidas
(avalia a variação entre grupos e não os dados totais). Assim como em Sosiak e Barden (2020),
usamos um dataset para testar a separação dos grupos, dividindo de forma aleatória os dados totais
(medições das variáveis previamente indicadas pela PCA, das 224 espécies) em “training” (70%)
e “test” (30%). As análises e gráficos foram elaborados com auxílio dos seguintes pacotes R (versão
4.0.3, com auxílio da interface RStudio 1.0.3): vegan (OKSANEN et al., 2013), MASS (RIPLEY
et al., 2019), ggplot2 (WICKHAM et al. 2021).
4 RESULTADOS
Foram mensurados 1071 espécimes, pertencentes a 224 espécies, 49 gêneros e 10
subfamílias. Deste modo, ao todo, foram geradas 65.331 medidas de atributos morfológicos
associados a formigas de solo. A partir do critério de exclusividade, adotado previamente, 81
espécies foram classificadas como epigeicas, 43 como hipogeicas e 91 como intermediárias
32
(Apêndice B). Após a análise de cada variável, via Kruskal-Wallis, obtivemos 8 caracteres que,
isoladamente, estão relacionados apenas ao hábito: HMW, SL, FFL, MeFL, MFL, SA, MeFA e
MFA.
Após realização da PCA com os dados lineares e áreas (Tabela 2), houve a redução de 54
caracteres contínuos para 19 (Fig, 2A), com o eixo formado pelas áreas (PC1) explicando 53.5% e
o eixo formado pelas medidas lineares (tamanho) (PC2), 41.75% (Fig. 2B). Como os dois primeiros
componentes explicam 95.25% da variação dos dados, consideramos apenas os scores destes como
variáveis resposta aos modelos submetidos ao ANOVA (PCs ~Hábito*Subfamília). Também foi
possível visualizar uma grande sobreposição dos morfoespaços entre as três categorias: hipogeicas,
intersticiais e epigeicas (Fig. 3).
33
HPr 0.004602 0.957752 0.024418 0.139066 0.004807* 0.000198*
WTr3.2 0.003887 0.952748 0.001217 0.006932 0.03894* 2.44E-07*
WTr3 0.003352 0.952245 0.001484 0.008452 0.3174 8.28E-09*
PLDV 0.00931 0.951962 0.03366 0.1917 0.005215* 0.007063*
DFWM 0.002791 0.951607 8.78E-05 0.0005 0.005895* 2.88E-05*
PFWH 0.001368 0.951319 5.13E-05 0.000292 0.05358 5.01E-08*
DFWF 0.003514 0.944653 0.00012 0.000686 0.02225* 7.17E-07*
DFWH 0.002882 0.943208 3.96E-05 0.000226 0.005366* 3.17E-05*
WTr2 0.002576 0.942666 0.003674 0.020922 0.8054 8.28E-11*
SL 0.000179 0.937176 0.316658 1.803399 3.96E-06* 0.2353
PWDV 0.008073 0.926337 0.050439 0.287257 0.01227* 0.00018*
IOW 0.005492 0.916828 0.068397 0.389529 0.006691* 3.63E-05*
HL 0.000653 0.915802 9.393432 53.49653 0.0152* 6.83E-08*
HMe 0.00089 0.908853 0.022456 0.12789 0.05032 1.68E-07*
MFWH 0.000174 0.901444 3.74E-05 0.000213 0.002556* 0.02373*
HPrp 0.002 0.876093 0.020393 0.11614 0.06403 3.38E-13*
MFWF 0.00186 0.87254 0.000158 0.0009 0.04356* 2.14E-06*
SWP 0.002379 0.844704 0.126895 0.72268 0.1781 1.97E-09*
PFWF 0.00318 0.832667 0.000173 0.000986 0.08565 1.03E-09*
SWD 0.00137 0.805427 0.089707 0.510893 0.005619 1.71E-08*
PSWmax 0.009266 0.728344 0.010353 0.058963 0.3659 0.000376*
HPP 0.005524 0.13884 0.015849 0.09026 0.002012* 3.42E-13*
SA 0.744597 0.015243 2.91E-05 0.000165 0.02654* 8.04E-05
MCA 0.949252 0.003575 1.66E-05 9.43E-05 0.02509* 1.35E-05*
ATr1 0.942084 0.002769 2.66E-05 0.000152 0.005* 0.000235*
FFA 0.978799 0.002315 1.03E-05 5.84E-05 0.006685* 0.001562*
HCA 0.970826 0.001473 1.33E-05 7.58E-05 0.009786* 5.78E-06*
FCA 0.972215 0.000606 1.84E-05 0.000105 0.01675* 8.82E-06*
ATr2 0.962895 0.000347 2.55E-05 0.000145 0.01898* 5.02E-06*
ATr3 0.951067 0.000258 2.19E-05 0.000125 0.01082* 1.76E-05*
MeFA 0.975508 3.32E-05 8.46E-06 4.82E-05 0.000346* 0.1438
MFA 0.965647 3.17E-05 7.69E-06 4.38E-05 0.000151* 0.2049
Fonte: A autora, 2021.
Após realizar a ANOVA, observa-se que PC2 apresenta relação com o hábito (F= 6.16; p=
0.002519) (Tabela 3), sendo o modelo mais adequado o que considera este componente como
variável resposta (PC2 ~ Hábito) (AIC= 441.2149; p= 0.004321). A partir do teste Tukey, nota-se
que os caracteres permitem a distinção do grupo epigeico em relação aos grupos intersticiais e
hipogeicos (subterrâneos), mas não entre estes últimos (Fig. 4).
34
Os gráficos de correlação das espécies com os PC1 e PC2 mostram quais espécies
possuem as maiores variações (e consequentemente maior correspondência com os caracteres
constituintes dos PCs) (Fig 5 e 6). Observa-se uma maior correlação entre as medidas de área e as
espécies de Pheidole (espécies 1 a 72), Hypoponera (73 a 97) e Solenopsis (98 a 118). Já as espécies
que apresentam maior variância em relação ao PC2 estão entre as cultivadoras de fungos (120 a
129), além de Camponotus melanoticus Emery, 1894, Crematogaster nigropilosa Mayr, 1870,
Ectatomma edentatum Roger, 1863, Neoponera bucki (Borgmeier, 1927), Odontomachus chelifer
(Latreille, 1802) e O. hastatus (Fabricius, 1804), Pachycondyla striata Smith, 1858 e P. harpax
(Fabricius, 1804).
FIGURA 2 – Gráficos resultantes da Análise de Componentes Principais (PCA) sobre dados lineares e
quadráticos (áreas), expressos para os 25 caracteres que mais contribuem na formação das PCs 1 e 2. A)
Contribuição das variáveis para a formação dos componentes principais 1 e 2. B) Qualidade de
representação das variáveis.
35
FIGURA 3 – Gráfico de polígonos para demonstrar a distribuição dos caracteres
associados ao hábito em formigas de solo a partir medidas lineares e quadráticas (áreas).
Epi = Epigeicas; hipo= hipogeicas e inter= inintermediárias.
TABELA 2- Resultados da análise de variância (ANOVA) e ajuste de modelo aos dois principais
componentes derivados da PCA (% de variância: PC1 - 53.5% e PC2 - 41.45%) realizada com
todos os dados (lineares e áreas). (*) p< o.o5; Valor em negrito: melhor ajuste de modelo segundo
critério Akaike (AIC).
Df SumSq Mean Sq F value Pr(>F) AIC
PC1 HABT 2 28.64 14.3212 1.5249 0.2199 504.6923
Residuals 221 2075.49 9.3913
PC2 HABT 2 78.95 39.476 5.5806 0.004321* 441.2149
Residuals 221 1563.32 7.074
PC1+PC2 HABT 2 202.7 101.35 6.3206 0.002141* 624.5272
Residuals 221 3543.7 16.035
Fonte: A autora, 2021.
36
FIGURA 4– Gráfico de relação entre categorias geradas pelo Teste Tukey para o modelo
PC2~Hábito, utilizado na ANOVA. Separação entre epi (epigeicas), inter (intermediárias) e
hipo (hipogeicas).
37
FIGURA 5– Gráfico de correlação entre espécies e as PCs (Dim 1 = PC1; Dim 2 = PC2), após
Análise de Componentes Principais (PCA). Quanto maior e mais escuro o círculo, mais
relacionado com os eixos área (PC1) e tamanho (PC2). Números de 1 a 120 correspondem às
espécies mensuradas.
38
FIGURA 6– Gráfico de correlação entre espécies e as PCs (Dim 1 = PC1; Dim 2 = PC2), após
Análise de Componentes Principais (PCA). Quanto maior e mais escuro o círculo, mais
relacionado com os eixos área (PC1) e tamanho (PC2). Números de 121 a 224 correspondem
às espécies mensuradas.
39
Em relação à LDA, realizada a partir dos 19 caracteres resultantes da PCA, o modelo
utilizado é capaz de prever com 51.5% de acurácia o pertencimento de uma espécie a um dos três
hábitos, a partir da comparação com nossos dados. Já a probabilidade posterior, associada a cada
grupo, corresponde a 31.9%, 47.5% e 20.6% para epigeicas, intermediárias e hipogeicas,
respectivamente. O LD1 corresponde à 61.89% dos dados e o LD2 ao restante (38.11%). A partir
dos dados para treinamento, o número de espécies que são classificadas como hipogeicas é 19.73%,
intermediárias 40.78% e epigeicas 39.47% (Fig. 7 e 8).
Apesar da grande sobreposição de características, os gráficos e sinais dos coeficientes
gerados nesta análise (Tabela 4), indicam que as espécies hipogeicas tendem a possuir menores
comprimento de escapo (SL), largura máxima da cabeça (HMW), altura do mesonoto +
mesepisterno (HMe), fêmur anterior (FFL), área do trocânter posterior (ATr3) e área da coxa
anterior (FCA) e maiores larguras do pronoto (PWDV), comprimento de Weber (WeL) e área da
coxa posterior (HCA). As epigeicas tendem a ter cabeças mais largas, escapo e fêmures mais longos
(anteriores e médios), maior área do trocanter posterior e da coxa anterior e HMe maior, além de
terem maior tendencia à coloração preta que as demais. As espécies intermediárias podem ter
cabeça mais larga (polígono variando mais no eixo LD2), fêmur posterior mais longo e área da
coxa média maior em relação às hipogeicas.
Embora os caracteres categóricos não tenham sido testados quanto à sua relação com o
hábito, na LDA foi possível avaliar que espécies epigeicas tendem a possuir pilosidade tarsal de
esparsa a densa, espiráculo oval (embora esse formato seja um artefato da visualização, ver detalhes
no Apêndice A), junção promesonotal móvel e formigas com coloração escura (preta). Referente
às cores, as diferentes gradações e tons encontram-se difusos no morfoespaço (ver Fig. 7D).
40
FIGURA 7 – Representação gráfica da Análise Discriminante Linear (LDA) em relação aos hábitos
epigeico, intersticial e hipogeico (LD1 = 61.89%, LD2 = 38.11%). A) Pontos indicam MEP (Pilosidade
mesossomal); B) NSA (Número de artículos antenais); C) PMST (Sutura Promesonotal); D) SCOL
(Coloração nominada após identificação de acordo com a gradação apresentada no GlobalAnts
Database).
41
FIGURA 8– Representação gráfica da Análise Discriminante Linear (LDA) em relação aos hábitos
epigeico, intersticial e hipogeico (LD1 = 61.89%, LD2 = 38.11%). Pontos indicam A) SCULP (Esculturação
de acordo com o sugerido no GlobalAnts Database); B) SPS (Formato do espiráculo propodeal); C) TPIL
(Pilosidade tarsal).
42
TABELA 4- Coeficientes dos discriminantes lineares, gerados a partir da Análise de
Discriminantes Lineares (LDA).
HM SL PWDV PLDV HMe WeL FFL MeFL MFL
W
MEP MEP_ MEP_ MEP_ PMST_ PMST_ ESCU INTER SPS_ NSA
_ MOVEL LPID MEDIA
esparsa semidensa semies IMPR A RIA oval
densa parsa
0.1003 0.283 -0.347 0.984 0.264 -0.254 -0.569 -1.037 0.331 0.273
MEP MEP_ MEP_ MEP_ PMST_ PMST_ ESCU INTER SPS_ NSA
_ MOVEL LPID MEDIA
esparsa semidensa semies IMPR A RIA oval
densa parsa
43
5 DISCUSSÃO
5.1 RESPOSTAS FENOTÍPICAS EM FORMIGAS DE SOLO
Este é o primeiro trabalho que avalia conjuntos de caracteres morfológicos com foco em
formigas de solo. Os dados aqui obtidos e analisados não permitiram a delimitação de um padrão
morfológico conspícuo e específico para formigas hipogeicas. Ainda assim, esta delimitação foi
possível quando consideramos as formigas subterrâneas (intermediárias e hipogeicas) em relação
às epigeicas. Nossos resultados corroboram os de Kaspari; Weiser (1999), Gibb e Parr (2010),
Silva; Brandão e Sosiak; Barden (2020): as espécies epigeicas tendem a ter fêmures anteriores mais
longos e cabeças mais largas, enquanto as subterrâneas tendem a ter cabeças mais estreitas e
fêmures mais curtos.
Essa configuração corporal em formigas subterrâneas permite a locomoção nos interstícios,
de maneira similar às formigas epigeicas de serrapilheira que levaram à formulação da “size-grain
hypothesis” (KASPARI; WEISER, 1999). Esta hipótese foi desenvolvida a partir das espécies de
serrapilheira e elucida que as menores tendem a explorar os interstícios deste ambiente, enquanto
as espécies maiores predominam na superfície (WEISER; KASPARI, 1999). Já foi confirmada em
trabalhos sob condições naturais ou artificiais para formigas de serrapilheira (SARTY et al., 2006;
GIBB; PARR, 2010; SOSIAK; BARDEN, 2020). Porém, sua aplicação não foi confirmada em
ambientes de dossel (considerados menos complexos pelos autores), de modo que espécies
arbóreas não apresentaram tamanho maior que as de serrapilheira (YANOVIAK; KASPARI, 2000).
Como o solo é um ambiente complexo, podemos considerar que a “size-grain hypothesis”
se aplicaria também a este habitat. Uma vez que a complexidade da superfície é medida pela
heterogeneidade e cobertura do solo (que geram interstícios) (KASPARI; WEISER, 1999), o solo
também apresenta elementos que vão aumentar ou diminuir a quantidade de interstícios (elementos
que integrarão a heterogeneidade). De acordo com Verruijt (2006), os seguintes elementos podem
definir a heterogeneidade do solo: rigidez dependente do nível de estresse (relacionado à
quantidade de pressão externa sob o solo), deformação (que depende da granulometria do solo,
solos arenosos deformam mais, por exemplo), dilatância (propriedade de mudar de estado em
função da pressão e composição mineral), quantidade de água adsorvida e a variabilidade química
(em termos de composição macroestrutural – compostos dominantes). Esses fatores podem ser
considerados como componentes da complexidade do solo alterando a quantidade e disponibilidade
44
de interstícios. Porém, essa proposição precisa ser melhor testada, uma vez que não avaliamos esses
fatores.
Segundo Wu et al., (2015), corpos mais alongados favorecem a escavação de túneis mais
estreitos. Esse pode ser um fator a ser testado futuramente, uma vez que nossos resultados
mostraram que o comprimento de Weber, a largura do pronoto e a altura do mesonoto mais
mesopleura são maiores nas espécies subterrâneas e menores nas epigeicas. Ou seja, formigas
subterrâneas tendem a ter o pronoto mais largo e corpo alongado, enquanto as epigeicas tem
pronoto estreito e corpos mais curtos. Formigas são excelentes escavadoras, sendo um dos
principais organismos responsáveis pelos processos de bioturbação do solo (BOTINELLI et al.,
2015). Apesar disso, pouco sabemos sobre os processos e mecanismos envolvidos na escavação
feita por formigas.
Segundo Yates et al., (2014) o comprimento de Weber e do escapo são medidas que
possuem sinal filogenético, sendo difícil separar os efeitos filogenéticos dos ambientais. Como a
origem e diversificação das formigas pode ter ocorrido primariamente no subsolo a partir de um
ancestral subterrâneo (LUCKY et al., 2013), a prevalência desses caracteres em formigas
subterrâneas seria esperada especialmente nas pertencentes às subfamílias constituintes do clado
Poneroide (BRANSTETTER et al., 2017). As espécies aqui classificadas como subterrâneas (e com
51.5% de chance de assim serem classificadas, dada a acurácia do modelo da LDA), pertencem a
todas as dez subfamílias mensuradas, não apenas às mais basais (clado Poneroide). Os caracteres
corpo alongado e escapos mais curtos (presentes nas subterrâneas), aparentemente estão presentes
tanto nos gêneros poneroides (como Hypononera), como em gêneros que não são comumente
considerados subterrâneos, Pheidole por exemplo, indicando uma possível conservação de
caracteres associados ao solo.
Sosiak e Barden (2020) identificaram várias origens para as convergências morfológicas
em formigas e sugerem que há formação de ecomorfos (integração de caracteres que definem
grupos de morfologia similar, não relacionados filogeneticamente, para a ocupação de um mesmo
nicho). Apesar de ser um sistema de baixa produção de diversidade (NEVO, 1979), não sabemos
como o solo pode atuar junto às formigas tanto na escala micro quanto macroadaptativa, embora
haja evidências de que este estrato atua ativamente como filtro nos processos de seleção em outros
grupos (ver: NEVO, 1979; NEVO, 1995; VILLANI et al., 1999; WU et al., 2015).
45
As variáveis associadas às pernas foram promissoras na distinção de hábitos subterrâneos
e epigeicos, assim como as áreas dos fêmures, trocanteres e coxas. Das 20 variáveis de maiores
loadings (na PCA), 16 são relacionadas às pernas (ver Tabelas 1 e 2, Apêndice A). Esse resultado
reforça a necessidade de olharmos para os apêndices locomotores a partir de uma outra perspectiva,
explorando características que ainda não foram utilizadas e/ou que possam ter sido pouco
exploradas, como as medidas de área dos segmentos das pernas.
Alexander (1982, 1984) cita a importância do movimento para todos os animais e indica o
movimento cursorial (andar e correr) e de escavar como os mais custosos energeticamente. Em
mamíferos e répteis fossoriais, as pernas mais curtas e fortes favorecem o deslocamento no solo
por otimizar a força utilizada no processo de escavação e assim diminuir o gasto de energia (WU
et al., 2015). Pouco sabemos sobre os processos de locomoção, metabólicos e mecânica do
movimento associados às formigas.
Zollikofer (1994a, b, c) realizou uma série de experimentos em que avaliou o tamanho do
passo (distância entre as pernas anterior e posterior de um mesmo lado), alteração na angulação da
direção e velocidade do movimento cursorial de formigas dos gêneros Cataglyphis e Lasius.
Encontrou que há diferenças entre as espécies na forma como o movimento ocorre sob alta
velocidade. Seild e Wehner (2008) também encontraram diferenças na forma com que espécies de
Cataglyphis (uma arbórea e uma de serrapilheira) e deslocam e sugerem que há diferença entre os
mecanismos de locomoção das espécies. Associando as elucidações destes autores e nossos
resultados, podemos afirmar que há muita informação sendo perdida pela não utilização dos
apêndices locomotores, especialmente no que se refere a estudos que envolvem comparação
morfológica entre grupos distintos.
Nossos resultados mostram que os comprimentos dos fêmures anterior e médio para as
espécies epigeicas e posterior para as subterrâneas, podem ser utilizados como caracteres
distintivos destes hábitos. Diferenças entre os comprimentos das três pernas e entre espécies já
foram constatadas para as espécies termofílicas e não-termofílicas de Cataglyphis. Nessas espécies
há uma distinção do comprimento das pernas entre as que se encontram ao longo do eixo norte-sul
global (comprimentos maiores ocorrem mais próximos à linha do Equador) e há uma relação
alométrica entre as pernas (sendo a anterior menor em relação à média e estas menores em relação
à posterior) (SOMMER; WEHNER, 2012). Como nossos resultados mostram fêmures como
caracteres relevantes, uma investigação mais acurada acerca da aplicabilidade das medidas das
46
pernas também na separação de espécies pode trazer resultados interessantes como os de Sommer
e Wehner (2012).
Além disso, a maior contribuição do PC1 (áreas), embora não esteja associada ao hábito,
está relacionada às espécies de Pheidole, Hypoponera e Solenopsis. A separação das espécies destes
gêneros, de alta diversidade, pode se beneficiar da utilização das medidas de áreas sugeridas pelo
presente trabalho. A utilização das medidas lineares de comprimento das três pernas (especialmente
as dos fêmures e coxas), para estes gêneros, também pode agregar conhecimento acerca do hábito
em função do estrato ocupado e/ou de forrageio (como feito por Sommer e Wehner (2012) para a
termofilia).
Das espécies consideradas hipogeicas sensu Wong e Guenárd (2017), ou seja, que possuem
morfologia criptobiótica, (como Fulakora elongata (Santschi, 1912), Neocerapachys splendens
Borgmeier, 1957, Typhlomyrmex major Santschi 1923, e T. pusillus Emery 1894, algumas espécies
do gênero Hypoponera, Simopelta curvata (Mayr, 1887), Sphinctomyrmex stali Mayr, 1866), não
há, majoritariamente, associação ao eixo PC2 (tamanho). Ou seja, apesar das características
(cabeças mais estreitas, maior WeL e pronoto mais largo, fêmures mais curtos) estarem presentes
nessas espécies, não podem ser atribuídas ao hábito. Estas espécies também apresentam maior
relação com o eixo PC1 (áreas). Como não testamos sinais filogenéticos, não podemos explorar
mais detalhadamente esta relação.
Uma característica que as espécies apresentam e que é constantemente associada à
“morfologia hipogeica” é a cor “pálida” (ANDERSEN, 1991; DELABIE et al., 2000; WONG;
GUENÁRD, 2017). Avaliamos as cores e as espécies hipogeicas apresentaram tendência a ter todas
as colorações, menos a preta (que em nosso conjunto de dados foi predominante nas espécies de
Camponotus). Mais uma evidência de que uma morfologia criptobiótica (coloração clara ou
ausente) não necessariamente está relacionada ao ambiente subterrâneo.
Dois gêneros em que as espécies são constantemente classificadas como hipogeicas são
Acropyga Roger, 1862 e Tranopelta Mayr, 1866. No entanto, as espécies Tranopelta gilva Mayr,
1866 e Acropyga goeldii Forel 1893 aparecem em nossos registros como intermediárias. Somente
Acropyga decedens (Mayr, 1887) foi registrada como hipogeica. Nenhuma das espécies de
Acropyga avaliadas aqui possui as características elencadas a partir das análises (para os
respectivos hábitos). Já T. gilva apresenta relação com o PC1, não havendo relação entre a variação
deste e o hábito. Estes resultados corroboram os encontrados por Delabie et al. (2000), que sugerem
47
que apesar de possuírem morfologia criptobiótica e viverem em raízes de plantas (onde atendem
hemípteros), as espécies do gênero Acropyga e Tranopelta não são hipogeicas e sim subterrâneas.
Até o presente o momento, a maior parte das classificações funcionais de formigas de solo,
no Brasil, seguem a proposta de Delabie et al. (2000). Esta baseia-se em descrições elaboradas a
partir de características associadas às estratégias de forrageamento, alimentação e nidificação,
fornecidas pelos autores sem critérios objetivos para a delimitação. Estas características são
eficientes ao que se propõem (delimitar predadores vs. onívoros, espécies dominantes e níveis de
competição), porém existe uma sobreposição de caracteres que mascara o estrato de ocorrência. De
acordo com os autores supracitados, tanto espécies de solo quanto de serrapilheira podem ser
crípticas.
A dificuldade em estabelecer uma relação, a mais próxima do real, entre espécies
subterrâneas e caracteres morfológicos que propiciem o reconhecimento dessas espécies, está na
ampla utilização da morfologia críptica (que é convergente para distintos locais, como cavernas,
fendas, solo, interstício da serrapilheira) como proxy para habitar o solo, além de determinações
arbitrárias como as realizadas a partir de caracteres subjetivos.
De acordo com Johansson (2016), a atribuição de uma qualificação subjetiva (em que a
entidade/símbolo não existe sem uma classificação intencional, caso dos grupos funcionais gerados
a partir de caracteres arbitrários) pode gerar incertezas, sendo fundamental a objetividade durante
o processo de classificação (mesmo que sejam utilizados critérios qualitativos). Essas incertezas
(como a atribuição de caracteres não necessariamente associados ao estrato subterrâneo às espécies
que nele habitam), podem ser minimizadas se estabelecermos conjuntos de caracteres de fato
relacionados com os ambientes ocupado. Essa propagação de incertezas é o que, basicamente, vem
acontecendo em relação às espécies de solo até o momento.
48
A confusão entre os termos usados para classificar as espécies na “categoria” subterrânea
aumentou após o trabalho de Wilkie et al (2007). Isso se deu provavelmente devido à maior
amostragem dessa assembleia, a partir do desenvolvimento de técnicas mais efetivas na coleta de
espécies deste estrato (ver: SCHMIDT; SOLAR, 2010; ANDERSEN; BRAULT, 2010; PACHECO;
VASCONCELOS; VASCONCELOS, 2012; MARTINS et al., 2020). Os trabalhos, até então,
usavam predominantemente a palavra subterrânea para designar as assembleias que habitam o
estrato hipógeo (ver: WHEELER, 1910; GOTWALD, 1978; DELABIE et al., 2000; SILVA;
SILVESTRE, 2004) e crípticas para delimitar aquelas de cor pálida, tamanho pequeno, que vivem
em interstícios de qualquer ambiente (ver: ANDERSEN, 1991; 1992; 1995; 1997). A exceção é
Schneirla (1957) que passa a usar a “categoria” hipogeica como sinônimo de espécies que se
deslocam subterraneamente e que possuem adaptações morfológicas e fisiológicas distintas das de
superfície (ou epigeicas) e Silvestre et al. (2003) que usam o termo como “oposição” à epigeico.
Tendo esse breve histórico em mente e adotando a definição de Trajano; Bichuette (2006)
de que “meios subterrâneos e hipógeos são sinônimos que definem espaços interconectados de
tamanhos variáveis, do subsolo”, sugerimos que a classificação das espécies em hipogeicas
(aquelas restritas ao estrato subterrâneo) se dê de acordo com o sugerido por Martins et al., (2020)
e Houadria e Menzel (2021): através do critério de exclusividade. Caso não seja possível a
utilização de métodos de coleta epi e hipogeicos associados (recomendado por Delabie et al., 2000),
sugerimos usar de forma abrangente o termo “subterrâneas”. Criptobióticas fica restrito às espécies
que, segundo Trajano e Bichuette (2006), possuem uma morfologia propícia a viver abrigada em
fendas (interstícios), “escondidas”.
Como já enunciou Emery (1875a, b), a ausência de uma adaptação morfológica extrema
(como modificação acentuada de pernas em fossoriais) não significa que a espécie não ocorra, e
seja restrita ao estrato subterrâneo. E, como bem elucidaram Silva e Feitosa (2018), a utilização de
termos que possuem vários significados pode acarretar uma série de erros lógicos, como a
atribuição errônea de informação de ocorrência, fato recorrente com espécies que possuem
morfologia criptobiótica e não habitam o subsolo (Heteroponera Mayr 1887, por exemplo é
indicada como hipogeica de acordo com o Box 1 de Wong e Guenárd, 2017).
Para ilustrar a interação entre os estratos, a morfologia e os hábitos, produzimos um
esquema na tentativa de deixar mais clara a utilização dos termos atribuídos a cada categoria
(Fig.8). No esquema apresentado, tentamos elucidar como se relacionam os termos a partir dos
49
nossos resultados e com base na avaliação dos trabalhos que estabelecem alguma relação entre eles
(como EMERY, 1875; SCHNEIRLA, 1957; GOTWALD, 1978; TRAJANO; BICHUETTE, 2006;
WONG; GUÉNARD, 2017). Ilustramos da seguinte forma: epigeica e subterrânea são categorias
usadas para delimitar assembleias distinguíveis morfologicamente. A categoria hipogeica é
delimitada apenas mediante comparação de assembleias, sendo a existência da categoria
intermediária condicionada a esta comparação também. Ambas, hipogeicas e intermediarias, se
referem a capacidade de utilização do solo de modo geral (restrição de atividades a estes locais). E
criptobiótica é uma categoria correspondente à morfologia e hábito de viver de forma oculta,
independente do estrato/local.
FIGURA 8 – Esquema para delimitação dos hábitos de forrageio em função do estrato de ocorrência e
morfologias e/ou síndromes morfológicas associadas à ocupação do solo.
50
6 CONCLUSÃO
Este é o primeiro trabalho a comparar morfologicamente as espécies de solo. Nossos dados
sugerem que não há um conjunto de caracteres conspícuos que descrevam formigas hipogeicas das
regiões amostradas. Porém, constatamos a existência de caracteres que podem ser utilizados na
distinção de formigas subterrâneas (hipogeicas e intersticiais) e epigeicas. Dos 54 caracteres
avaliados, sugerimos a utilização dos 19 seguintes, para a delimitação das espécies subterrâneas e
epigeicas: largura máxima da cabeça, comprimento e área do escapo, largura e comprimento do
pronoto, altura do mesonoto + mesepisterno, comprimento de Weber, comprimentos e áreas dos
fêmures (anterior, médio e posterior), áreas das coxas e trocanteres (anteriores, médias e
posteriores).
A partir de nossos resultados e avaliando as aplicações de termos utilizados para formigas
de solo, sugerimos a utilização de epigeica e subterrânea como categorias usadas para delimitar
assembleias distinguíveis morfologicamente. Hipogeica é delimitada apenas mediante comparação
de assembleias, sendo a existência da categoria intermediárias condicionada a esta comparação
também. Criptobióticas é uma categoria correspondente à morfologia e hábito de vida
oculto/escondido, independente do estrato/local.
A utilização de critérios como coloração clara (ou pálida) e ausência de esculturação não
podem ser utilizados como critérios na delimitação das assembleias de solo. Tampouco os gêneros
devem ser balizados a partir de um único comportamento (vide Acropyga que é um gênero
subterrâneo, mas as espécies A. goeldii e A. decedens são intermediárias e hipogeica,
respectivamente). A utilização de caracteres associados à locomoção, para formigas de solo, pode
ser a saída para a delimitação precisa das assembleias subterrâneas. Como as coleções
mirmecológicas têm recebido bastante material dessa natureza recentemente, confirmações sobre
a aplicabilidade dessas características em espécies de outras localidades são promissores.
51
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62
APÊNDICE A
Esquemas das medidas tomadas.
Fonte: Imagens A (Fulakora armígera - CASENT0915647) e B (Prionopelta punctulata
CASENT0102586) fotos por Michele Esposito, retiradas do AntWeb; Imagens C (Pheidole spp.),
D e F (Camponotus novogranadensis) e E (Pseudomyrmex flavidulus) feitas pela autora com base
em espécimes depositados na DZUP. Demais medidas podem ser encontradas no Global Ants
Database (http://globalants.org/static/trait-descriptions.pdf)
63
Esquemas:
A – Indicação das medidas de largura proximal (SWP) e distal (SWD) do escapo. Escapos devem
ser mensurados com a cabeça em vista frontal.
B – Comprimento do pronoto em vista dorsal (PLDV). Os limites foram: (1) anterior – margem
frontal do pronoto em vista dorsal; (2) posterior – sutura promesonotal, nas condições impressas
(com ou sem mobilidade) e de acordo com o limite do mesepisterno (observado em posição dorso-
oblíqua, porém mensurada dorsalmente) nas espécies em que a sutura é ausente, como indicadas
por Keller (2011, fig.21).
C – Altura do pronoto (HPr), altura do mesonoto + mesepisterno (HMe), altura do propódeo +
metapleura (HPrP), diferença de altura entre “promesonoto” e propódeo (HPP). Promesonoto entre
aspas, pois é uma relativização do termo, já que indica o ponto mais alto do perfil do mesossoma,
antecedendo o propódeo. A mensuração das alturas se deu em vista lateral, da seguinte forma: HPr
- ponto distal da curva ascendente do pronoto até a margem inferior, acima da articulação pleuro-
procoxal; HMe –margem superior do mesonoto, se estendendo pelo mesepisterno até a altura da
articulação pleuro-mesocoxal, paralelamente à junção pronotomesepisternal (sensu Keller, 2011);
HPrP – mensurada a partir da margem dorsal do propódeo, próximo à sutura metanotal, até a
articulação pleuro-metacoxal; HPP- diferença do ponto mais alto do “promesonoto” e o propódeo,
sem considerar espinhos ou projeções propodeais (caso presentes, a altura equivale à base dessas
estruturas).
D – Medidas tomadas na perna anterior: largura proximal da procoxa (WC1), largura distal da
procoxa (WC1.2), comprimento da procoxa (LC1), largura proximal do trocanter anterior (WTr1),
largura distal do trocanter anterior (WTr1.2), comprimento do trocanter anterior (LTr1), largura
proximal do fêmur anterior (PFWF), largura média do fêmur anterior (MFWF), largura distal
(DFWF), comprimento do fêmur anterior (FFL). Notas: Como a articulação pleuro-procoxal e
procoxal-trocanteral anteriores diferem em relação às médias e posteriores, aqui ilustramos como
as medidas foram tomadas na perna anterior e no esquema E, as métricas válidas para pernas médias
e posteriores (que não diferem entre si). Todas as medidas são tomadas em vista lateral. A
articulação pleuro-procoxal não permite a mobilidade dos apêndices. Assim, durante eventual
manuseio, é necessário cautela para que não ocorra desarticulação dos membros e consequente
perda de informações. A articulação procoxal-trocanteral possui movimento de 180°, no sentido
anterior-posterior, não devendo haver manuseio no sentido de afastar a perna em direção oposta à
64
do corpo. Para os fêmures médio e posterior, as medidas foram tomadas da mesma forma.
E – Medidas tomadas nas coxas e trocanteres médio e posterior, ilustradas a partir da perna
posterior. Largura proximal da coxa posterior (WPHC), largura distal da coxa posterior (WDHC),
comprimento da coxa posterior (LHC), largura proximal do trocanter posterior (WTr3), largura
distal do trocanter posterior (WTr3.2), comprimento do trocanter posterior (LTr3). Notas: As
articulações pleuro-coxais das pernas média e posterior possuem movimento no sentido anterior-
posterior. As medidas devem ser tomadas em vista lateral, na face anterior das coxas e trocanteres,
uma vez que a face dorsal destes segmentos é bem mais estreita. A articulação coxal-trocanteral,
nestas pernas, permite apenas movimento vertical. Dessa forma, não há necessidade de manuseio
nesta articulação e arranjos do espécime para medição devem focar na articulação pleuro-coxal, o
que envolve a necessidade de espécimes montados com apêndices livres.
F – Esquema da geometrização em trapézios para o cálculo da área dos segmentos das pernas.
Cálculo das áreas de acordo com as fórmulas 1 e 2 sugeridas no presente trabalho.
65
APÊNDICE B
Lista de espécies mensuradas
APÊNDICE B – Lista de espécies mensuradas, código da espécie nas análises, número de espécimes
mensurados e hábito sugndo o critério de exclusividade (MARTINS et al.,2020; HOUADRIA;
MENZEL,2021)
N° de
Espécies Cód. espécimes Hábito
Amblyoponinae
1 Fulakora armigera (Mayr, 1887) SP163 5 Hipogeica
2 Fulakora elongata (Santschi, 1912) SP164 5 Hipogeica
3 Prionopelta punctulata Mayr, 1866 SP207 5 Intersticial
Dolichoderinae
4 Dorymyrmex brunneus Forel, 1908 SP160 6 Intersticial
5 Dorymyrmex sp1 SP161 3 Epigeica
6 Linepithema micans (Forel, 1908) SP174 9 Intersticial
7 Linepithema iniquum (Mayr 1870) SP175 3 Intersticial
8 Linepithema pr. pulex SP176 4 Epigeica
9 Linepithema gallardoi (Brèthes, 1914) SP177 7 Intersticial
Dorylinae
10 Neivamyrmex sp1 SP183 2 Hipogeica
11 Neocerapachys splendens (Borgmeier, 1957) SP184 5 Hipogeica
12 Labidus coecus (Latreille, 1802) SP199 6 Intersticial
13 Labidus praedator (Smith, 1858) SP200 5 Epigeica
14 Sphinctomyrmex stali Mayr, 1866 SP214 5 Hipogeica
Ectatomminae
15 Ectatomma edentatum Roger, 1863 SP162 5 Epigeica
16 Gnamptogenys pr. striatula SP165 8 Intersticial
17 Gnamptogenys striatula Mayr, 1884 SP166 10 Intersticial
18 Gnamptogenys reichenspergeri (Santschi, 1929) SP167 1 Hipogeica
19 Gnamptogenys sulcata (Smith, 1858) SP168 1 Epigeica
20 Typhlomyrmex major Santschi, 1923 SP220 10 Hipogeica
21 Typhlomyrmex pusillus Emery, 1894 SP221 6 Hipogeica
Formicinae
22 Acropyga goeldii Forel, 1893 SP124 6 Intersticial
23 Acropyga decedens (Mayr, 1887) SP125 5 Hipogeica
24 Brachymyrmex pillipes Mayr, 1887 SP130 3 Epigeica
25 Brachymyrmex gr. pillipes sp1 SP131 2 Hipogeica
26 Brachymyrmex sp1 SP132 6 Intersticial
27 Brachymyrmex sp2 SP133 8 Intersticial
28 Brachymyrmex sp3 SP134 5 Intersticial
29 Brachymyrmex sp5 SP135 6 Intersticial
30 Brachymyrmex sp6 SP136 6 Intersticial
31 Brachymyrmex sp8 SP137 2 Epigeica
66
32 Brachymyrmex sp9 SP138 6 Intersticial
33 Brachymyrmex sp14 SP139 5 Intersticial
34 Camponotus balzani Emery, 1894 SP140 4 Epigeica
35 Camponotus blandus (Smith, 1858) SP141 4 Epigeica
36 Camponotus crassus Mayr, 1862 SP142 3 Intersticial
37 Camponotus melanoticus Emery, 1894 SP143 8 Epigeica
38 Camponotus novogranadensis Mayr, 1870 SP144 3 Intersticial
39 Camponotus punctulatus Mayr, 1868 SP145 4 Intersticial
40 Camponotus renggeri Emery, 1894 SP146 4 Intersticial
41 Camponotus rufipes (Fabicius, 1775) SP147 5 Epigeica
42 Camponotus pr. cingulatus SP148 4 Epigeica
43 Camponotus zenon Forel, 1912 SP149 4 Epigeica
44 Camponotus (Tanaemyrmex) sp1 SP150 4 Epigeica
45 Myrmelachista catharinae Mayr, 1887 SP182 1 Epigeica
46 Myrmelachista nodigera Mayr, 1887 SP181 1 Epigeica
47 Nylanderia pr. docilis SP190 7 Intersticial
48 Nylanderia fulva (Mayr, 1862) SP186 7 Intersticial
49 Nylanderia sp1 SP187 5 Intersticial
50 Nylanderia sp2 SP188 5 Intersticial
51 Nylanderia sp3 SP189 4 Hipogeica
52 Nylanderia sp5 SP191 5 Epigeica
Heteroponerinae
53 Heteroponera dentinodis (Mayr, 1887) SP169 5 Intersticial
54 Heteroponera mayri Kempf, 1962 SP170 3 Epigeica
Myrmicinae
55 Acanthognathus ocellatus Mayr, 1887 SP119 1 Hipogeica
56 Acromyrmex crassispinus (Forel, 1909) SP120 5 Intersticial
57 Acromyrmex disciger (Mayr, 1887) SP121 3 Epigeica
58 Acromyrmex lundii (Guérin-Méneville, 1838) SP122 3 Epigeica
59 Acromyrmex subterraneus (Forel, 1893) SP123 3 Epigeica
60 Apterostigma sp1 SP126 3 Intersticial
61 Apterostigma sp2 SP127 3 Epigeica
62 Apterostigma sp3 SP128 2 Epigeica
63 Atta sexdens (Linnaeus, 1758) SP129 2 Intersticial
64 Carebara sp2 SP151 3 Epigeica
65 Crematogaster ampla Forel, 1912 SP153 4 Epigeica
66 Crematogaster bruchi Forel, 1912 SP154 5 Intersticial
67 Crematogaster corticícola Mayr, 1887 SP155 1 Hipogeica
68 Crematogaster iheringi Forel, 1908 SP152 6 Epigeica
69 Crematogaster nigropilosa Mayr, 1870 SP156 4 Intersticial
70 Cyphomyrmex minutus Mayr, 1862 SP159 8 Intersticial
71 Cyphomyrmex rimosus (Spinola, 1851) SP157 6 Epigeica
67
72 Cyphomyrmex sp. N. 1 SP158 3 Epigeica
73 Hylomyrma balzani (Emery, 1894) SP171 6 Intersticial
74 Hylomyrma reitteri (Mayr, 1887) SP172 4 Intersticial
75 Lachnomyrmex plaumanni Borgmeier, 1957 SP173 1 Hipogeica
76 Megalomyrmex pusillus Forel, 1912 SP178 5 Intersticial
77 Mycetomoellerius holmgreni (Wheleer, 1925) SP218 4 Epigeica
78 Mycetophylax asper (Mayr, 1887) SP179 3 Epigeica
79 Mycetophylax olitor (Forel, 1893) SP198 4 Intersticial
80 Mycetophylax plaumanni (Kempf, 1962) SP197 4 Intersticial
81 Mycocepurus goeldii (Forel, 1893) SP180 5 Intersticial
82 Ochetomyrmex semipolitus Mayr, 1873 SP192 3 Epigeica
83 Octostruma rugifera (Mayr, 1887) SP193 7 Intersticial
84 Octostruma stenognatha Brown; Kempf, 1960 SP194 3 Epigeica
85 Oxyepoecus reticulatus Kempf, 1974 SP195 4 Epigeica
86 Oxyepoecus rosai Albuquerque; Brandão, 2009 SP196 4 Epigeica
87 Pheidole aberrans Mayr, 1868 SP1 8 Intersticial
88 Pheidole aper Forel, 1912 SP20 3 Hipogeica
89 Pheidole bergi Mayr, 1887 SP15 6 Intersticial
90 Pheidole breviseta Santschi, 1919 SP2 6 Intersticial
91 Pheidole cavifrons Emery, 1906 SP3 6 Intersticial
92 Pheidole cf. cingulata (Smith, 1857) SP10 6 Intersticial
93 Pheidole gertrudae Forel, 1886 SP8 4 Intersticial
94 Pheidole guilelmimullerii Forel, 1886 SP12 3 Epigeica
95 Pheidole heyeri Forel, 1899 SP4 6 Epigeica
96 Pheidole humeridens Wilson, 2003 SP16 5 Epigeica
97 Pheidole lignicola Mayr, 1887 SP19 6 Intersticial
98 Pheidole lucretii Santschi, 1923 SP13 1 Epigeica
99 Pheidole mosenopsis Wilson, 2003 SP9 4 Intersticial
100 Pheidole risii Forel, 1892 SP11 4 Epigeica
101 Pheidole aff. rosae SP24 5 Epigeica
102 Pheidole sarcina Forel, 1912 SP17 6 Epigeica
103 Pheidole aff. synarmata SP14 6 Intersticial
104 Pheidole subarmata Mayr, 1884 SP6 6 Intersticial
105 Pheidole transversostriata Mayr, 1887 SP5 2 Intersticial
106 Pheidole triconstricta Forel, 1886 SP7 6 Intersticial
107 Pheidole cf. vafra SP18 9 Intersticial
108 Pheidole sp11 SP21 6 Intersticial
109 Pheidole sp12 SP22 3 Intersticial
110 Pheidole sp13 SP23 4 Intersticial
111 Pheidole sp14 SP25 4 Epigeica
112 Pheidole sp16 SP26 5 Intersticial
113 Pheidole sp17 SP27 4 Intersticial
68
114 Pheidole sp18 SP38 2 Hipogeica
115 Pheidole sp22 SP29 5 Epigeica
116 Pheidole sp24 SP30 4 Epigeica
117 Pheidole sp25 SP31 6 Epigeica
118 Pheidole sp26 SP32 6 Epigeica
119 Pheidole sp27 SP33 5 Epigeica
120 Pheidole sp29 SP39 4 Hipogeica
121 Pheidole sp30 SP34 1 Intersticial
122 Pheidole sp31 SP35 6 Epigeica
123 Pheidole sp32 SP36 5 Epigeica
124 Pheidole sp33 SP37 5 Epigeica
125 Pheidole sp34 SP40 3 Epigeica
126 Pheidole sp36 SP41 8 Epigeica
127 Pheidole sp37 SP43 6 Epigeica
128 Pheidole sp38 SP42 6 Epigeica
129 Pheidole sp39 SP44 6 Epigeica
130 Pheidole sp41 SP46 3 Epigeica
131 Pheidole sp43 SP45 6 Epigeica
132 Pheidole sp48 SP48 5 Hipogeica
133 Pheidole sp50 SP49 2 Epigeica
134 Pheidole sp52 SP47 5 Epigeica
135 Pheidole sp53 SP50 3 Epigeica
136 Pheidole sp54 SP51 3 Epigeica
137 Pheidole sp55 SP52 5 Epigeica
138 Pheidole sp56 SP53 5 Intersticial
139 Pheidole sp59 SP54 3 Epigeica
140 Pheidole sp62 SP55 5 Hipogeica
141 Pheidole sp63 SP56 3 Intersticial
142 Pheidole sp66 SP57 3 Epigeica
143 Pheidole sp68 SP58 5 Epigeica
144 Pheidole sp70 SP59 5 Epigeica
145 Pheidole sp71 SP60 4 Epigeica
146 Pheidole sp76 SP61 5 Epigeica
147 Pheidole sp79 SP62 6 Epigeica
148 Pheidole sp82 SP63 6 Hipogeica
149 Pheidole sp83 SP64 6 Hipogeica
150 Pheidole sp86 SP65 2 Intersticial
151 Pheidole sp89 SP66 8 Intersticial
152 Pheidole sp90 SP66 2 Hipogeica
153 Pheidole sp91 SP67 2 Hipogeica
154 Pheidole sp93 SP68 3 Intersticial
155 Pheidole sp101 SP69 5 Intersticial
69
156 Pheidole sp103 SP70 6 Epigeica
157 Pheidole sp110 SP71 3 Epigeica
158 Pheidole sp112 SP72 2 Epigeica
159 Pogonomyrmex naegelli Emery, 1878 SP206 4 Intersticial
160 Rogeria bruchi Santschi, 1922 SP211 2 Hipogeica
161 Solenopsis invicta Buren, 1972 SP98 10 Intersticial
162 Solenopsis gr. geminata sp1 SP99 8 Epigeica
163 Solenopsis gr. geminata sp2 SP100 4 Epigeica
164 Solenopsis gr. geminata sp3 SP101 6 Intersticial
165 Solenopsis gr. geminata sp4 SP102 6 Intersticial
166 Solenopsis sp1 SP103 5 Epigeica
167 Solenopsis sp2 SP104 7 Intersticial
168 Solenopsis sp3 SP105 8 Intersticial
169 Solenopsis sp7 SP106 7 Intersticial
170 Solenopsis sp9 SP107 7 Intersticial
171 Solenopsis sp10 SP108 10 Intersticial
172 Solenopsis sp11 SP109 10 Intersticial
173 Solenopsis sp12 SP110 6 Intersticial
174 Solenopsis sp13 SP111 10 Intersticial
175 Solenopsis sp14 SP112 9 Epigeica
176 Solenopsis sp15 SP113 7 Intersticial
177 Solenopsis sp16 SP114 6 Intersticial
178 Solenopsis sp17 SP115 3 Intersticial
179 Solenopsis sp19 SP116 5 Epigeica
180 Solenopsis sp20 SP117 3 Epigeica
181 Solenopsis sp22 SP118 6 Intersticial
182 Strumigenys appretiata (Borgmeier, 1954) SP216 3 Intersticial
183 Strumigenys denticulata Mayr, 1887 SP215 5 Intersticial
184 Strumigenys eggersi Emery, 1890 SP217 5 Epigeica
185 Tranopelta gilva Mayr, 1866 SP219 5 Intersticial
186 Wasmannia affinis Santschi, 1929 SP222 7 Intersticial
187 Wasmannia auropunctata (Roger, 1863) SP224 8 Intersticial
188 Wasmannia sulcaticeps Emery, 1894 SP223 7 Intersticial
Ponerinae
189 Hypoponera foreli (Mayr, 1887) SP74 6 Intersticial
190 Hypoponera opaciceps (Mayr, 1887) SP73 6 Intersticial
191 Hypoponera sp1 SP75 9 Intersticial
192 Hypoponera sp2 SP76 6 Hipogeica
193 Hypoponera sp5 SP77 4 Hipogeica
194 Hypoponera sp6 SP78 6 Hipogeica
195 Hypoponera sp8 SP79 8 Intersticial
196 Hypoponera sp10 SP80 5 Hipogeica
70
197 Hypoponera sp11 SP81 7 Intersticial
198 Hypoponera sp13 SP82 6 Hipogeica
199 Hypoponera sp14 SP83 6 Hipogeica
200 Hypoponera sp15 SP84 5 Hipogeica
201 Hypoponera sp16 SP85 6 Hipogeica
202 Hypoponera sp17 SP86 5 Hipogeica
203 Hypoponera sp18 SP87 3 Hipogeica
204 Hypoponera sp19 SP88 4 Hipogeica
205 Hypoponera SP20 SP89 4 Hipogeica
206 Hypoponera sp23 SP90 4 Epigeica
207 Hypoponera sp24 SP91 6 Hipogeica
208 Hypoponera sp25 SP92 4 Intersticial
209 Hypoponera sp27 SP93 6 Intersticial
210 Hypoponera sp28 SP94 6 Hipogeica
211 Hypoponera sp30 SP95 4 Hipogeica
212 Hypoponera sp31 SP96 4 Hipogeica
213 Hypoponera sp33 SP97 3 Intersticial
214 Neoponera bucki (Borgmeier, 1927) SP185 5 Epigeica
215 Odontomachus chelifer (Latreille, 1802) SP201 8 Intersticial
216 Odontomachus hastatus (Fabricius, 1804) SP202 5 Epigeica
217 Odontomachus meinerti Forel, 1905 SP203 3 Hipogeica
218 Pachycondyla striata Smith, 1858 SP204 10 Epigeica
219 Pachycondyla harpax (Fabricius, 1804) SP205 5 Intersticial
220 Rasopone ferrugínea (Smith, 1858) SP212 6 Hipogeica
221 Simopelta curvata (Mayr, 1887) SP213 4 Hipogeica
Proceratiinae
222 Proceratium brasiliensis Borgmeier, 1959 SP210 2 Hipogeica
Pseudomyrmecinae
223 Pseudomyrmex flavidulus (Smith, 1858) SP208 1 Hipogeica
224 Pseudomyrmex sp1 SP209 3 Hipogeica
71
APÊNDICE C
Boxplots de todas as variáveis contínuas utilizadas.
72
73
74
75
76
77
78
79