Lucely Nogueira Dos Santos
Lucely Nogueira Dos Santos
Lucely Nogueira Dos Santos
BELÉM- PA
2020
LUCELY NOGUEIRA DOS SANTOS
BELÉM- PA
2020
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Pará
Gerada automaticamente pelo módulo Ficat, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
CDD 664.022
LUCELY NOGUEIRA DOS SANTOS
BANCA EXAMINADORA:
____________________________________________________________
Prof. Dr. Nelson Rosa Ferreira
(FEA/ ITEC/ UFPA - Orientador)
____________________________________________________________
Prof. Dr. Rosinelson da Silva Pena
(FEA/ ITEC/ UFPA - Membro Interno)
____________________________________________________________
Prof. Dr. Alberdan Silva Santos
(ICEN/ UFPA - Membro Externo)
___________________________________________________________
Prof. Dr. Geormenny Rocha dos Santos
(FEA/ITEC/UFPA- Suplente Interno)
____________________________________________________________
Prof. Dr. Lênio José Guerreiro de Faria
(FEQ/ITEC/UFPA – Suplente Externo)
A Deus, a minha mãe Lucinda, ao meu avô
(in memoriam) Lourival, minha avó Januária;
ao meu avô Gregório e minha avó (in
memoriam) Izaura, aos meus irmãos (Renan,
Samantha e Diego), aos meus familiares e
amigos, pelo incentivo e cuidado ao longo de
minha jornada, dedico com todo meu carinho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo dom da vida, pela oportunidade de sonhar e poder realizar esse
sonho. Por Sua misericórdia em iluminar e sustentar meus passos em cada momento dessa
jornada. Toda honra e toda glória sejam dadas a Deus!
A minha família, minha mãe Lucinda Moraes, por ser essa mulher tão incrível que
sempre está segurando em minhas mãos e reflete amor e carinho. A minha mãe-avó, Januária
Moraes, a mulher mais incrível que conheço, por todo amor e cuidado ao longo desses anos.
Ao meu pai-avô, Lourival Moraes, que acreditou em mim muito antes de mim mesma, e mesmo
não estando mais nesse plano, me inspira a seguir todos os dias. A minha avó, Izaura Santos,
que também já não está mais presente nesse plano, mas marcou minha história por seu amor,
cuidado e dedição em tudo, eu sei que continuas a torcer por mim. Ao meu avô Gregório Santos,
pela simplicidade e cuidado de sempre. Aos meus tios Marlene e Hamilton, por todo amor e
incentivo. E a toda minha família, meus irmãos, meus tios, tias, primos e primas, que apesar da
distância, sempre têm os abraços de amor, carinho, cuidado e segurança que preciso para seguir.
Gratidão a todos!
Ao meu professor Orientador, Dr. Nelson Rosa, por antes de tudo acreditar e ter me
aceitado como orientanda. Por sua dedicação, por conduzir com maestria essa pesquisa, pelas
orientações não só âmbito profissional, mas acima de tudo para a vida. Sou imensamente grata!
Ao professor Dr. Alberdan Santos, um exemplo de dedicação e competência, obrigada, por ter
me recibo de portas abertas, pela grande parceria nessa pesquisa e por todos os ensinamentos
repassados. A professora Dra. Kelly Dantas, pela parceria nessa pesquisa. Aos professores que
fizeram parte da banca examinadora ao longo do processo de construção desse trabalho, por
todas as contribuições recebidas, muito obrigada!
Aos meus professores da Universidade do Estado do Pará (UEPA), que foram meus
primeiros incentivadores desse sonho. Aos professores do Grupo Abdias Nascimento, em
especial a Professora Zélia Amador, por todos os ensinamentos compartilhados.
Ao meu amigo Dilton Luís e as minhas amigas e irmãs de coração, que estiveram ao
meu lado nos momentos de sorrisos e de lágrimas, me abraçaram e me ajudaram a seguir:
Bianca, Maria, Edirlane, Diene, Rafaela, Larissia, Heliete, Jakeline, Gleika e Jheniffer.
Aos amigos que a caminhada no mestrado me fez conhecer: Robson, Suellen, Suania,
Késsia, Carina, Ivanilde, Ludnéia, Vitória, Cleideiane, Creuza, Andrey, Augusto, Dona Rose
e Dona Suely. E a todos os amigos do Grupo de Oração Luz da Vida. Meus profundos
agradecimentos por todo apoio, sorrisos e aprendizados compartilhados.
A todos os laboratórios parceiros nessa pesquisa: Laboratório de Investigação
Sistemática em Biotecnologia e Biodiversidade Molecular (LabISisBIO), Laboratório de
Produtos de Origem Animal (LAPOA), Laboratório de Medidas Físicas (LAMEFI), ao Grupo
de Espectrometria Analítica Aplicada (GEAAp), O Laboratório de Engenharia Química (LEQ),
Laboratório de Reologia (LabReo) e ao Laboratório de Difração de Raios X -PPGF/UFPA.
Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) pelo
apoio financeiro a esta pesquisa, e ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de
Alimentos da Universidade Federal da Pará (UFPA) por fornecer a infraestrutura.
A todos que de alguma forma contribuíram para esse trabalho acontecer e
proporcionaram aprendizados durante minha jornada.
Minha Gratidão!
O QUE SIGNIFICA VIVER COM
OUSADIA? Devemos respirar fundo e entrar
na arena da vida, qualquer que seja ela: um
novo relacionamento, um encontro importante,
uma conversa difícil em família ou uma
contribuição criativa. Em vez de nos sentarmos
à beira do caminho e vivermos de julgamentos
e critícas, nós devemos ousar aparecer e deixar
que nos vejam. Isso é vulnerabilidade. Isso é a
coragem de ser imperfeito. Isso é viver com
ousadia. (Trecho do livro “A Coragem de ser
Imperfeito” - Brené Brown).
RESUMO
A cachaça é uma bebida típica do Brasil e vem alcançando cada vez mais o mercado nacional
e internacional. As cachaças produzidas em alambiques de cobre apresentam características
únicas, porém podem estar mais suscetíveis a sofrer contaminação por cobre (II). A adsorção
por biopolímeros tem se mostrado uma técnica bastante promissora para a remoção de íons
metálicos. A quitosana é um biopolímero derivado da desacetilação da quitina e apresenta em
sua estrutura grupos aminos livres, os quais são fortemente reativos aos íons metálicos.
Considerando os aspectos mencionados, este trabalho teve por objetivo realizar a desacetilação
da quitosana por meio da tecnologia de irradiação por micro-ondas e avaliar a capacidade da
quitosana obtida em adsorver cobre (II) da cachaça. A quitina foi extraída de exoesqueleto de
camarão, a quitosana foi desacetilada e sua capacidade de adsorção foi avaliada através de
estudo cinético aplicando-se modelos matemáticos. A concentração de cobre (II) remanescente
na cachaça, em todos os experimentos cinéticos foi estimada pela técnica de espectrofotometria
na região do visível e confirmada por espectrometria de emissão ótica com plasma induzido por
micro-ondas (MIP OES). A quitosana foi caracterizada por espectroscopia no infravermelho
com reflectância atenuada (FTIR-ATR), microscopia eletrônica de varredura (MEV), difração
de Raios-X (DRX) e massa molecular Os resultados da caracterização mostraram que o
processo de desacetilação por micro-ondas ocorreu de forma eficiente, uma vez que a quitosana
obtida apresentou propriedades satisfatórias quanto suas principais características observadas,
grau de desacetilação (acima de 85%), peso molecular, morfologia e cristalinidade. Com
relação à cinética de adsorção, a melhor condição para a adsorção do cobre foi a de 6 mg de
quitosana por mL de cachaça, em um tempo de equilíbrio de 60 min que resultou em uma taxa
de redução de 84,09 % de cobre na bebida, de acordo com resultados obtidos por MIP OES. A
análise cinética indicou o melhor ajuste dos dados pela equação de Elovich, sugerindo que o
mecanismo de quimissorção controla o processo cinético. Portanto, a quitosana mostrou ser um
bom adsorvente para a remoção do cobre na cachaça e neste aspecto, um alvo promissor para
futuros investimentos tecnológicos.
Cachaça is a typical drink in Brazil and has been reaching more and more the national and
international market. The cachaças produced in copper stills present unique characteristics,
however they may be more susceptible to suffer contamination by copper (II). Adsorption by
biopolymers has shown to be a very promising technique for the removal of metal ions.
Chitosan is a biopolymer derived from the deacetylation of chitin and has free amino groups in
its structure, which are strongly reactive to metal ions. Considering the aforementioned aspects,
this work aimed to perform the deacetylation of chitosan using microwave irradiation
technology and to evaluate the capacity of the chitosan obtained in adsorbing copper (II) from
cachaça. Chitin was extracted from shrimp exoskeleton, chitosan was deacetylated and its
adsorption capacity was evaluated through kinetic study using mathematical models. The
copper (II) concentration remaining in the cachaça, in all kinetic experiments was estimated by
the spectrophotometry technique in the visible region and confirmed by microwave-induced
plasma optical emission spectrometry (MIP OES). Chitosan was characterized by infrared
spectroscopy with attenuated reflectance (FTIR-ATR), scanning electron microscopy (SEM),
X-ray diffraction (XRD) and molecular mass The results of the characterization showed that
the microwave deacetylation process it occurred efficiently, since the chitosan obtained had
satisfactory properties in terms of its main characteristics observed, degree of deacetylation
(above 85%), molecular weight, morphology and crystallinity. Regarding the adsorption
kinetics, the best condition for copper adsorption was 6 mg of chitosan per mL of cachaça, in
an equilibrium time of 60 min which resulted in a reduction rate of 84.09% of copper in the
drink, according to results obtained by MIP OES. The kinetic analysis indicated the best fit of
the data by the Elovich equation, suggesting that the chemisorption mechanism controls the
kinetic process. Therefore, chitosan proved to be a good adsorbent for the removal of copper in
cachaça and in this respect, a promising target for future technological investments.
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
Tabela 1 Dados de posição 2θ, distância d dos planos atômicos e intensidade dos picos
característicos............................................................................................................................73
Tabela 2 Parâmetros refentes aos modelos cinéticos analisados para a quitosana....................75
Tabela 3 Comparação entre o percentual de adsorção de cobre em cachaça por diferentes
adsorventes................................................................................................................................77
Tabela 4 Teores médios de cobre (mg L-1) nas amostras de cachaça analisadas e seus respectivos
esvios padrão (n=3)...................................................................................................................77
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO....................................................................................................................15
2.OBJETIVOS.........................................................................................................................17
2.1 OBJETIVO GERAL.......................................................................................................17
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.........................................................................................17
3.ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO..................................................................................18
4.REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................................19
4.1 QUITINA....................................................................................................................... 19
4.1.1 Estruturas polimórficas da quitina ....................................................................... 20
4.1.2 Fontes de quitina ................................................................................................... 21
4.1.3 Potencialidades dos resíduos da indústria do camarão ........................................ 21
4.1.4 Processo de extração da quitina ............................................................................ 22
4.2 DESACETILAÇÃO ....................................................................................................... 23
4.2.1 Desacetilação convencional ................................................................................... 25
4.2.2. Desacetilação por irradiação Micro-ondas .......................................................... 26
4.3 QUITOSANA ................................................................................................................ 27
4.3.1 Quitosana na indústria de alimentos .................................................................... 28
4.4 MÉTODOS DE CARACTERIZAÇÃO DA QUITOSANA...............................................29
4.4.1 Determinação do grau médio de desacetilação ..................................................... 30
4.4.2 Massa Molecular..... ............................................................................................... 33
4.4.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)..........................................................33
4.4.4 Difração de Raios-X (DRX)........................................................................................34
4.5 CACHAÇA .........................................................................................................................35
4.5.1 Histórico da Produção de cachaça no Estado do Pará.............................................35
4.5.2 Etapas do processo de produção da cachaça.............................................................36
4.5.3 Importância do cobre para a qualidade da cachaça.................................................36
4.5.4 Desvantagens do excesso de cobre na cachaça..........................................................37
4.6 CINÉTICA DE ADSORÇÃO.............................................................................................38
4.6.1 Biossorção...................................................................................................................40
4.6.2 Quitosana como bioadsorvente..................................................................................40
REFERÊNCIAS......................................................................................................................42
CAPÍTULO II..........................................................................................................................53
RESUMO.................................................................................................................................54
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................55
MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................................58
RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................................66
CONCLUSÃO.........................................................................................................................79
REFERÊNCIAS......................................................................................................................80
APÊNDICE..............................................................................................................................85
ANEXOS..................................................................................................................................92
1. INTRODUÇÃO
15
e ésteres (ALCARDE et al., 2014). Ela geralmente é produzida em alambiques de cobre, o qual
confere melhor qualidade ao produto, quando comparado aos alambiques constituídos por
outros materiais como, por exemplo, o aço inox (NASCIMENTO et al., 1998). É atribuído ao
cobre o papel de catalisador durante o processo de destilação da aguardente. Porém, a presença
de cobre na aguardente em elevadas concentrações é indesejável (LIMA NETO; FRANCO,
1994).
Nesse contexto, estudos que tenham como finalidade pesquisar a adsorção desse metal,
são indispensáveis, uma vez que a adsorção realizada por derivados de polissacarídeos é
considerada um processo de baixo custo para a descontaminação, extração e separação de
compostos. Desse modo, os polímeros quitina e quitosana apresentam-se como candidatos
importantes a serem utilizados como agentes quelantes de metais, principalmente devido à sua
combinação diversificada e única de propriedades como a biodegradabilidade,
biocompatibilidade, bioatividade, não toxicidade e excelentes desempenhos físicos e mecânicos
(SARODE et al., 2019).
Portanto, a busca pela produção de quitosana com características satifatórias se faz
necessária, bem como o estudo para aplicações desse biopolímero como adsorvente de metais.
Assim, este trabalho está sendo descrito com base em mecanismos científicos e tecnológicos,
buscando realizar a desacetilação da quitosana por meio da tecnologia de irradiação por micro-
ondas e avaliar a capacidade da quitosana obtida em adsorver Cu (II) da cachaça.
16
2. OBJETIVOS
2.1.GERAL
2.2.ESPECÍFICOS
17
3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
18
4. REVISÃO DA LITERATURA
4.1.QUITINA
Celulose
Quitina
19
4.1.1. Estruturas polimórficas da quitina
20
4.1.2. Fontes de quitina
21
Contudo, o processamento de grandes volumes da produção pesqueira resulta em volume
correspondente de resíduos (ISLAMA et al., 2004).
Considera-se como resíduo todo material que não é aproveitado durante a sua produção
ou consumo, podendo resultar em danos ao meio ambiente, quando não manejado de forma
adequada (REBOUÇAS et al., 2012). A utilização dos resíduos agroindustriais como matérias-
primas para geração de novos produtos, representa uma solução para os graves prejuízos
gerados ao meio ambiente, principalmente, devido ao grande volume gerado durante o
processamento industrial e, muitas vezes, pelo descarte inadequado. Desse modo, a utilização
de resíduos, além de trazer benefícios ambientais, gera vatangens econômicas, uma vez que,
esses resíduos, são subprodutos de determinados processos, que passam a ser insumos e
matérias-primas para um novo processo (WOICIECHOWSKI, 2013).
Os resíduos provenientes da carnicicultura correspondem à cabeça e à casca do
camarão e são superiores a 40% de seu peso inicial. Ssão constituídos principalmente por
quitina, proteínas e carbonato de cálcio (DUAN et al., 2012). No beneficiamento do camarão
para a obtenção do filé; atividade esta que gera maior quantidade de resíduo; perde-se em média
45% do peso corporal, sendo 32% cabeça e 13% carapaça (HEU et al., 2003). Devido ao
elevado valor biológico de seus constituintes, esses resíduos podem ser utilizados como
matéria-prima para a produção de quitosana. Além disso, deve ser considerada a
comercialização de outros subprodutos valiosos, como pigmentos, hidrolisados proteicos e sais
minerais (GÓMEZ-RÍOS et al., 2017).
22
Quando é empregada a fermentação microbiana, as etapas de desproteinação e
desmineralização são processadas simultaneamente (YOUNES; RINAUDO, 2015). Proteases
e bactérias produtoras de ácido láctico têm sido usadas para as etapas de desproteinação e
desmineralização, respectivamente (KNIDRI et al., 2018).
Vale ressaltar que todos esses tratamentos devem ser adaptados à fonte de quitina,
devido às diferenças na estrutura inicial do material, por exemplo, no caso dos camarões, a
parede da casca é mais fina, assim, o isolamento da quitina é mais fácil do que de outros tipos
de cascas (YOUNES; RINAUDO, 2015). Battisti e Campana-Filho (2008), em estudos sobre
extração de quitina de M. Rosenbergii, por duas sequências distintas, observaram que a
sequência em que as cascas foram desmineralizadas e desproteinadas, foi favorável devido ser
mais eficiente na retirada de cálcio e magnésio e ainda resultou em quitosanas com maiores
viscosidades intrínsecas e grau médio de acetilação.
4.2.DESACETILAÇÃO
23
Rolim et al. (2018) apresentaram em estudos as principais características da quitosana
como biomaterial. Dentre as propriedades que dependem do grau de desacetilação da quitosana,
os autores destacaram a variação da massa molar, a cristalinidade, a capacidade de absorção de
água, a taxa de degradação, a solubilidade, as propriedades mecânicas, a resposta biológica do
biomaterial, a ação antimicrobiana e a porosidade das matrizes tridimensionais para o reparo
ósseo.
Figura 3 Reação de transformação da quitina para quitosana por hidrólise alcalina. (a) ataque da hidroxila ao
carbono da acila da amida; (b) captura pelo nitrogênio de íon H+ do meio, quebra da ligação entre carbono e
nitrogênio;(c) estruturas formadas: quitosana, hidróxido de sódio e ácido acético.
24
Tabela 2 Técnicas propostas para a desacetilação da quitina.
Técnica Referência
25
4.2.2. Desacetilação por irradiação Micro-ondas
26
irradiação de micro-ondas, e verificaram que o peso molecular da quitosana degradada, obtida
por irradiação micro-ondas, foi consideravelmente inferior ao obtido por aquecimento
convencional. Os autores concluíram que a irradiação por micro-ondas acelerou
significativamente a degradação da quitosana, em comparação com o aquecimento
convencional.
Al Sagheer et al. (2009) utilizaram a irradiação por micro-ondas para converter a
quitina em quitosana. Da mesma forma, Abreu et al. (2013), em seus estudos, obtiveram
quitosanas produzidas pelo método por irradiação por micro-ondas, o qual mostrou-se
particularmente vantajoso, pois neste processo ocorreu uma maior conversão dos grupos
acetamidos em amino, com um consumo energético de 10% comparado ao método
convencional de desacetilação.
Knidri et al. (2016) aplicaram pela primeira vez a irradiação por micro-ondas nas
etapas da extração da quitina, desmineralização e desproteinização, na desacetilação da
quitosana, e realizaram um estudo comparativo utilizando o método de aquecimento
convencional para preparar quitina e quitosana. Os autores obtiveram quitosana com grau de
desacetilação de 82,73% e a tecnologia de micro-ondas permitiu uma redução de
aproximadamente dezesseis vezes do tempo de extração não convencional.
4.3.QUITOSANA
27
Quitosana
Figura 4 Estrutura química da quitosana
A quitosana vem sendo aplicada em diferentes áreas e com diferentes finalidades. Sua
natureza policatiônica e capacidade de se modificar fisicamente lhe permite ser trabalhada em
difrentes formas, tais como: pó, micro-esferas, nanopartículas, membranas, fibras, filmes, géis,
além de seus grupos laterais amino e hidroxila fornecerem numerosos sítios e mecanismos para
modificações químicas (RINAUDO, 2006; DASH et al., 2011).
28
Devido apresentar grande habilidade em formar biofilmes e géis, estabilidade
mecânica e biocompatibilidade, a quitosana vem sendo utilizada como imobilizadora de
biomoléculas (enzimas); protetora de frutas (uma fina camada de quitosana permite uma
proteção contra entrada de micro-organismos) e bem como a modificação da atmosfera,
emulsificante e suplemento dietético (WU et al., 2009).
A quitosana sob a forma de revestimento ou filme é amplamente utilizada em
alimentos devido às suas características bioativas, como atividades antioxidante, antifúngico e
antibacteriana (BAZARGANI-GILANI et al., 2015). Kanatt et al., (2013) em seus estudos
mostraram que o revestimento de quitosana não afetou a qualidade sensorial da carne pronta
para cozinhar, em termos de mudanças na aparência e no sabor. Bilbao-Sainz et al. (2018)
produziram revestimentos comestíveis, camada por camada (LBL), a base de quitosana, e
observaram que os revestimentos ajudaram a preservar a qualidade e aumentar a vida útil de
barras de frutas enriquecidas com ácido ascórbico, retardando a degradação e a perda de
capacidade antioxidante, bem como a redução do amolecimento das barras.
Análises microbiológicas também mostraram um atraso no crescimento de fungos e
leveduras. Sobre isso, Kuntzlera et al. (2018) desenvolveram nanofibras poliméricas, a partir
de quitosana, contendo compostos fenólicos, as quais apresentaram temperatura de máxima
degradação elevadas. Um parâmetro importante para embalagens de alimentos, além de
potencial atividade antibacteriana confirmada pela inibição de Staphylococcus aureus e
Escherichia coli. Os autores concluíram que as nanofibras poliméricas apresentaram
propriedades que permitem sua aplicação como embalagem ativa.
Segundo Matté da Rosa (2013) as características antimicrobianas a antifúngicas da
quitosana podem estar relacionadas com as interações eletrostáticas entre os grupos aminas da
quitosana e os sítios aniônicos na parede celular dos micro-organismos, devido à presença de
resíduos de ácido carboxílicos e de fosfolipídios.
Quitosanas com diferentes propriedades e diversas aplicações podem ser obtidas com
a variação nas condições de reação, tais como a fonte de obtenção da quitina; temperatura e
tempo de reação; concentração da solução de álcali e adição de diluente (álcoois ou cetonas de
cadeias curtas); razão quitina/álcali; tamanho das partículas de quitina; atmosfera da reação e
presença de reagentes que evitem a despolimerização (KUMIRSKA et al., 2009). O efeito das
condições reacionais influencia principalmente nas propriedades físico-químicas dos polímeros
29
(ARANTES et al., 2014). Muitas das propriedades da quitosana estão intimamente relacionadas
com o grau médio de desacetilação e com a massa molecular, o que torna fundamental a
determinação dos mesmos (JANEGITZ et al., 2007). A seguir, será discutido um pouco mais
sobre as formas de determinação dessas características estruturais.
30
Tabela 3 Técnicas utilizadas para a determinação do grau médio de desacetilação da quitosana.
Métodos Referências
Broussignac (1968)
Wu e Zivanovic (2008).
31
Muitos dos métodos citados na Tabela 3, não são adequados para fins rotineiros,
devido, principalmente, ao custo das instalações e sofisticação. A titulação potenciométrica
proposta por Broussignac, 1968 (DOMARD; RINAUDO, 1983) é caracterizada como uma
técnica simples e de baixo custo para a determinação do grau de desacetilação da quitosana. É
vantajosa devido à aplicabilidade para turbidez, cor, soluções diluídas, bem como
adaptabilidade para automação (LIN et al., 1992). Neste método, a quitosana é dissolvida em
um excesso conhecido de ácido clorídrico, a solução é então titulada potenciometricamente com
hidróxido de sódio. Os valores do grau de desacetilação são determinados calculando o número
de moles de hidróxido sódio correspondentes ao número de moles de íons amônio (-NH3+)
presentes, que é igual ao número de moles de unidades β-D-glicosamina presentes na amostra
de quitosana (LIN et al.,1992).
Jiang et al. (2003) apresentaram um método de titulação potenciométrica, no qual duas
novas funções para titulação foram sugeridas, com o objetivo de melhorar os erros nas medições
de pH. Dessa maneira, uma região de restrição de pH para titulação foi definida (pH 2,0-6,0);
assim, os dados obtidos para a extrapolação da reta se encontram na faixa de não precipitação
da quitosana, visto que, a quitosana, normalmente precipita na solução em pH=6,0. A
precipitação reduz a concentração do polímero em solução, o que resulta em um erro
considerável na função linear. Além disso, a quitosana precipitada pode cobrir a superfície do
eletrodo e, portanto, o eletrodo perder a sua precisão. Com isso, um dos principais erros na
potenciometria ácido-base, método de titulação, foi minimizado pela restrição da região de pH
da titulação.
A espectroscopia no infravermelho fornece informaçãoes que comprovam a hidrólise
dos grupamentos acetila da estrutura da quitina, por meio da redução da banda de estiramento
da carbonila da amida. A espectroscopia no infravermelho transformada por Fourier oferece
uma alta razão entre o sinal e o ruído e alta precisão espectral. Dessa forma, é um método
analítico padrão, frequentemente usado para caracterizar a estrutura de polímeros (RATNER,
2004).
No espectro de infravermelho, as diferentes bandas de absorção representam os
diferentes grupos funcionais presentes na quitosana, para determinar o grau de desacetilação
duas bandas de absorção são selecionadas - uma banda característica (também conhecida como
banda sonda), representando o grupo amida da N-acetil-D-glucosamina e uma banda de
referência que representa um grupo que está presente em ambos, N-acetil-D- espécies de
glucosamina e D-glucosamina. Uma função linear com inclinação negativa pode ser
32
determinada relacionando a porcentagem do grau de desacetilação e a razão de absorbância das
duas bandas (BAXTER et al.,1992; DUARTE et al., 2002).
[𝜂]=𝐾𝑀𝑉𝑎 (1)
33
reticulada. De acordo com os autores, os resultados das morfologias dos complexos metálicos
obtidos são importantes para o entendimento sobre os fatores que afetam a ligação dos metais
com a quitosana e os polímeros reticulados.
Na pesquisa desenvolvida por Menezes e colaboradores (2020), na qual tiveram como
objetivo a preparação, caracterização estrutural e espectroscópica de membranas de quitosana,
quitosana com glicerol, quitosana com glicerol e alantoína como princípio ativo. As
morfologias da superfície das membranas foram analisadas por MEV, no qual foi possível
observar principalmente as diferenças de uniformidade entre as membranas preparadas.
De acordo com Sharma e Bhardwaj (2019), no campo da ciência dos alimentos, o MEV
pode ser utilizado como um método promissor e confiável para análise de microestrutura,
principalmente em novas formulações, inovações com propriedades particulares, textura de
alimentos e ainda, na detecção de defeitos em alimentos.
34
obsevar mudanças significativas na morfologia da quitosana e da quitosana reticulada para os
complexos metálicos estudados.
Nos estudos de Kumar e Koh (2012), no qual os autores relataram a atividade físico-
química, óptica e biológica do gel derivado de quitosana-cromona para aplicações biomédicas,
os resultados da avaliação por difração de raios X sugeriram que a quitosana possui boa
compatibilidade, o que leva à formação de uma rede porosa de xerogel, além disso o padrão de
DRX também indicou que o derivado de quitosana-cromona exibe uma forma amorfa
evidenciando possíveis aplicaçoes biomédicas.
4.5.CACHAÇA
35
Nos dias atuais, o município de Abaetetuba vem ganhando destaque pela produção da
“Cachaça Indiazinha”, desta, a versão “Indiazinha Flecha de Ouro”, que é um blend
(armazenada por 1,5 anos em tonéeis de Amburana e Castanheira). Está entre as 20 melhores
cachaças do Brasil, de acordo com o “3º Ranking da Cúpula da Cachaça”, concurso nacional
de cachaças que acontece a cada dois anos (IBRAC, 2019).
36
para o aumento de substâncias de baixa volatilidade no mosto fermentado, responsáveis por
atribuir gosto indesejado e acidez elevada ao destilado. No entanto, essas substâncias sofrem
reações químicas induzidas pelo calor e ação catalítica do cobre, formando outras menos
prejudiciais (PINHEIRO et al., 2003).
O cobre consegue coordenar compostos sulfurados, com isso reduzir a acidez e os
níveis de aldeídos, os quais são responsáveis por conferir à bebida, sabor e odor desagradáveis.
Além disso, o cobre em baixas concentrações é fundamental para o organismo humano, pois
participa do funcionamento de vários sistemas enzimáticos importantes como, por exemplo,
atividades das enzimas tirosinase, citocromo oxidase e ceruloplasmina são basicamente regidas
pelo cobre (AZEVEDO et al., 2003; CANTANHEDE, 2005).
37
4.6 CINÉTICA DE ADSORÇÃO
O estudo cinético de um processo tem como principal objetivo dar infomações sobre
as vias dos mecanismos e tempos de reação para atingir o equilíbrio. A cinética de adsorção
mostra uma grande dependência das características físicas e químicas do material adsorvente
aos resultados de sorção. Nos processos de adsorção e na avaliação dos materias que serão
aplicados, a taxa ou cinética de adsorção é um aspecto importante para determinar a capacidade
de sorção do adsorvente e assim, projetar aplicações de forma efetiva para os materiais
adsorventes (LARGITTE e PASQUIER, 2016; MOREIRA et al., 2019). Em estudos de
adsorção com bioadsorventes e íons metálicos, os modelos cinéticos Pseudo primeira ordem,
Pseudo segunda ordem, Elovich e Difusão intrapartícula são os mais usados para investigar as
cinéticas de adsorção (VITALI, 2008; CUNHA, 20019 ).
Em 1898, Lagergren apresentou o modelo de equação de primeira ordem para
descrever o processo cinético de adsorção líquido-sólido. Para diferenciar as equações cinéticas,
nas quais a taxa de adsorção são baseadas na concentração da solução, a equação de primeira
ordem de Lagergren foi chamada de pseudo-primeira ordem e vem sendo amplamente utilizada
na avaliação dos processos de adsorção em diferentes campos de pesquisa (QIU, 2009).
O modelo de pseudo-primeira ordem é baseado na capacidade de adsorção de sólidos.
A forma linear mais comumente usada está descrita na Equação 2 (HO, 2004).
1 𝐾
log(𝑄𝑒𝑞 − 𝑄𝑡 ) = log 𝑄𝑒𝑞 − (2,303 )𝑡 (2)
No qual, Qeq ( mg g-1) e Qt ( mg g-1) são as quantidades de adsorvato retidas por grama de
adsorvente no equilíbrio e no tempo t (min), repectivamente e K1 é a constante cinética de
pseudo-primeira ordem.
A aplicabilidade do modelo de pseudo-primeira ordem é verificada ao se traçar uma
reta do gráfico de log (Qeq-Qt) em função de t (HO, 2004).
Em 1995, Ho em suas pesquisas, descreveu um modelo cinético, equação de segunda
ordem, para a adsorção de íons metálicos bivalentes em turfa, no qual relatou que a ligação
química entre os íons metálicos bivalentes e os grupos funcionais polares presentes na turfa,
tais como aldeídos, cetonas, ácidos e grupos fenólicos são os responsáveis pela capacidade da
turfa em adsorver metais. A equação de segunda ordem de Ho, foi chamada de pseudo-segunda
ordem para diferenciar as equações cinéticas nas quais a capacidade de adsorção é baseada na
concentração da solução. Esse modelo de equação vem sendo empregado em estudos de
38
adsorção a partir de soluções aquosas de íons metálicos, corantes, herbicidas, óleos, entre outros
(QIU, 2009).
O modelo cinético de pseudo-segunda ordem (Equação 3) foi desenvolvido por Ho e
Mckay e caracteriza processos de natureza química, os quais envolvem forças de valência ou
troca de elétrons entre o adsorvente e adsorvato (QIU, 2009; ESCUDERO et al., 2018).
𝑡
𝑞𝑡 = (3)
1 𝑡
(ℎ ) + ( 𝑞 )
0 𝑒
ℎ0 = 𝑘2 𝑞𝑒2
𝑑𝑎𝑡
= 𝛼𝑒 − 𝛽𝑞𝑡 (4)
𝑑𝑡
1 1
𝑞𝑡 = ln(𝛼𝛽 ) + ln 𝑡 (5)
𝛽 𝛽
Onde: α (mg g-1 min-1) é a taxa inicial de adsorção, β (g mg-1) é a constante de dessorção e qt
-
(mg 1) é a quantidade adsorvida no tempo t (min).
O modelo de difusão intrapartícula, representado pela Equação (6), é empregado
quando se tem por objetivo identificar se a etapa limitante do processo de remoção é
consequência de um possível mecanismo de difusão intrapartícula (DEBRASSI et al., 2011).
1⁄
𝑞𝑡 = 𝐾𝑝 𝑡 2 +𝐶 (6)
39
No qual, Kp é a constante de difusão intrapartícula (mg g-1 min-1/2), C é uma constante
relacionada com a resistência à difusão (mg g-1) e qt é a quantidade adsorvida (mg g-1) no tempo
t (min).
4.6.1 Biossorção
De acordo com Gadd (2009) a adsorção caracteriza a adesão física ou ligação de íons
e moléculas na superficie de um biomaterial sólido. Nesse caso, o material acumulado na
interface é chamado de adsorbato e a superfície sólida na qual o adsorvato se acumula é
chamado de adsorvente.
A biossorção é caracterizada pela propriedade de certas biomoléculas não vivas ou
biomassas em ligar ou concentrar íons ou outras moléculas selecionadas. O processo é
verificado por meio da afinidade entre o biossorvente (superfície sólida do biosubstrato) e o
adsorbato (produto químico acumulado na interface). Mecanismos tais como, ligação química
(complexação e quelação), troca iônica, fisissorção, microprecipitação e / ou redução de óxido,
podem estar simultaneamente presentes na biossorção de metais. Grupos funcionias como
COOH, NH2, OH, e SH são alguns grupos frequentemente presentes na superfície de um
biossorvente (AZARUDEEN et al., 2013; NÚÑEZ-GÓMEZ et al., 2016; ESCUDERO et al.,
2018).
40
favorável e com alta eficácia. No entanto, mais estudos são necessários para entender os
mecanismos que envolvem o processo de completa interação entre a quitosana e os metais. O
aumento da capacidade de adsorção tem relação com o grau de intumescimento do material,
que contribui para a quantidade de grupos acessíveis, uma vez que ele se expande em contato
com uma solução de um metal iônico, ocorre uma maior acessibilidade dos grupos funcionais,
aumentando a capacidade de adsorção (ROBERTS, 1992).
O processo cinético da adsorção de ions metálicos pela quitosana ocorre primeiro pela
tranferência de massa do soluto, presente na solução para a superfície da quitosana; em seguida
ocorre a difusão para dentro da partícula, e a terceira etapa é caracterizada pela adsorção em
um sítio no interior da partícula. Esta última etapa é considerada a mais rápida, e as duas
primeiras, dependendo das condições reacionais, são etapas determinates na taxa de captação.
Dois modelos (Figura 5) têm sido propostos para demonstrar o mecanismo de
formação do complexo metal-quitosana: um, denominado “pendant model”, o qual propõe que
uma espécie metálica liga-se a um grupo amino da quitosana (OGAWA; OKA; YUI, 1993) e
outro o “bridge model”, que propõe que os íons metálicos são coordenados por vários grupos
amino, originários da mesma ou de cadeias diferentes do polímero. No processo de quelação
são evidentes o papel dos grupos hidroxi ativos nas posições C3 e C6 da molécula de quitosana
(SCHLICK, 1986).
Figura 5 Estruturas propostas para complexos de Cu (II) com quitosana: (a) pendant model; (b) bridge model.
41
REFERÊNCIAS
ABDOU, E.S.; NAGY, K.S; ELSABEE M.Z. Extraction and characterization of chitin and
chitosan from local sources. Bioresour. Technol. v.99, pp:1359–1367. 2008.
ADETUNJI, L.R., ADEKUNLE, A., ORSAT, V., RAGHAVAN V. Advances in the pectin
production process using novel extraction techniques: A review. Food Hydrocolloids. v. 62,
pp. 239-250, 2017.
AGULLÓ, E.; PENICHE, C.; TAPIA, C.; HERAS, Á.; ROMÁN, J. S.; ARGÜLLES, W.;
GOYCOOLEA, F.; MAYORGA, A.; NAKAMATSU, J.; ABRAM, A. P. Quitina y Quitosano:
obtención, caracterización y aplicaciones. Perú: Pontificia Universidad Católica Del Perú/
Fondo Editorial. pp. 312, 2004.
AL SAGHEER, F.A., AL-SUGHAYER, M.A., MUSLIM, S., ELSABEE, M.Z., Extraction and
characterization of chitin and chitosan from marine sources in Arabian Gulf. Carbohydr.
Polym. v.77, n.2, pp. 410–419. 2009.
ANBINDER, P. S.; MACCHI, C.; AMALVY, J.; SOMOZA, A. A study of the structural
changes in a chitosan matrix produced by the adsorption of copper and chromium ions.
Carbohydrate Polymers, v.222, 2019.
42
AZUMA, K., IFUKU, S., OSAKI, T., OKAMOTO, Y., MINAMI, S. Preparation and biomedi-
cal applications of chitin and chitosan nanofibers. Journal of Biomedical Nanotechnology.
v.10, pp: 2891–2920. 2014.
BADAWY M., RABEA, E. A biopolymer chitosan and its deriva- tives as promising
antimicrobial agents against plant pathogens and their applications in crop protection. Int J
Carbohydr Chem. v1. pp:29. 2011.
BALÁZS; N., SIPOS; P. Limitations of pH-potentiometric titration for the determination of the
degree of deacetylation of chitosan. Carbohydrate Research, v.342. n.1, pp:124-130.2007.
BATTISTI M. V. E CAMPANA-FILHO, S. P. Obtenção e caracterização de α-quitina e
quitosanas de cascas de Macrobrachium rosembergii. Quim. Nova, Vol. 31, No. 8, pp: 2014-
2019. 2008.
BAXTER, A.; DILLON, M.; TAYLOR, K. D. A. Improved method for i.r. determination of
the degree of N-acetylation of chitosan, International Journal of Biological Macromolecules,
v.14, n.3, pp:166-169. 1992.
BILBAO-SAINZ, C.; CHIOU, B.; PUNOTAI, K.; OLSON, D.; WILLIAMS, T.; WOOD, D.;
RODOV, V.; POVERENOV, E; MCHUGH, T. Layer‐by‐Layer. Alginate and Fungal Chitosan
Based Edible Coatings Applied to Fruit Bars. Journal of Food Science. v. 0, Iss. 0. 2018.
43
CHITOSAN MARKET. Estimates And Trend Analysis By Application (Water Treatment,
Pharmaceutical & Biomedical, Cosmetics, Food & Beverage), By Region (North America,
Europe, Asia Pacific, RoW). By Country, And Segment Forecasts, 2018 – 2025. pp:90. 2017.
COLLINS, J.; LEADBEATER. N. E. Microwave energy: a versatile tool for the biosciences.
Org. Biomol. Chem., v. 5, pp.1141–1150. 2007.
DUAN, S.; LI, L.; ZHUANG, Z.; WU, W.; HONG, S.; ZHOU, J. Improved production of chitin
from shrimp waste by fermentation with epiphytic lactic acid bacteria. Carbohydrate
Polymers, v.89, n. 4, pp:1283–1288, 2012.
DUAN, X.; LIU, W. C.; REN, G. Y.; LIU, L. L.; LIU, Y. H. Browning behavior of button
mushrooms during microwave freeze-drying. Drying Technology, v.34, n.11, pp.1373-1379,
2016.
44
DUARTE, M.L.; FERREIRA, M.C.; MARVÃO, M.R.; ROCHA J. An optimised method to
determine the degree of acetylation of chitin and chitosan by FTIR spectroscopy. Int. J. Biol.
Macromol. v. 31, pp.1- 8, 2002.
FAO.The State of World Fisheries and Aquaculture Meeting the sustainable development goals.
Rome. 2018.
HEU, M. S; KIM, J.S.; SHAHIDI, F. Components and nutritional quality of shrimp processing
by-products. Food Chemistry, Easton. v. 82, pp. 235-242, 2003.
HSIEH, Y.Y., CHIN, H.Y., TSAI, M.L. Enrichment desired quality chitosan fraction and
advance yield by sequential static and static-dynamic supercritical CO2. Carbohydrate
Polymers, v. 133, pp: 313–319. 2015.
45
IBRAC (Instituto Brasileiro de Cachaça). Disponível em:
<http://www.ibrac.net/index.php?option=com_content&view=article&id=47&Itemid=44.>.
Acesso em: 03 de jan.2019.
ISLAMA, M. S.; KHANB, S.; TANAKA, M. Waste loading in shrimp and .sh processing e
uents: potential source of hazards to the coastal and nearshore environments. Marine Pollution
Bulletin, n. 49, pp. 103-110, 2004.
JIANG, X.; CHEN, L.; ZHONG, W. A new linear potentiometric titration method for the
determination of deacetylation degree of chitosan. Carbohydrate Polymers, v.54, n.4, pp.457–
463. 2003.
KANATT, S.R., RAO, M.S., CHAWLA, S.P., SHARMA, A. Effects of chitosan coating on the
shelf-life of ready- to- cook meat products during chilled storage. LWT-Food Sci. Technol. v.
53, pp.321-326. 2013.
KAUR, S., DHILLON, G.S. Recent trends in biological extraction of chitin from marine shell
wastes: a review. Crit. Rev. Biotechnol. v.35, pp.1–18. 2013.
KAYA, M.; BARAN, T.; ASAN-OZUSAGLAM, M.; CAKMAK, Y.; TOZAK, K.; MOL, A.;
MENTES, A.; SEZEN, G. Extraction and characterization of chitin and chitosan with
antimicrobial and antioxidant activities from cosmopolitan Orthoptera species (Insecta).
Biotechnol. Bioprocess. v. 20, n. 1, pp. 168–179. 2015.
KHAN, T. A.; PEH, K. K.; CH’NG, H. S. Reporting degree of deacetylation values of chitosan:
the influence of analytical methods. J Pharmaceut Sci. v. 59, pp. 205-212, 2003.
KHOR, E., WAN, A.C.A. Chitin: Fulfilling a biomaterials promise, 2.ed. Elsevier. 2014.
46
KUMAR; S. KOH; J. Physiochemical, Optical and Biological Activity of Chitosan Chromone
Derivative for Biomedical Applications. Int. J. Mol. Sci., v.13, pp: 6102 6116. 2012.
KUMARI, S; P. RATH, A.S. HARI, T.N. TIWARI, Extraction and characterization of chitin
and chitosan from fishery waste by chemical method, Environ. Technol. Innov.v.3 pp:77–85.
2015.
LARGITTE, L; PASQUIER, R A review of the kinetics adsorption models and their application
to the adsorption of lead by an activated carbono. Chemical engineering research and design
v. 109, pp:495–504. 2016.
LIMA NETO, B. S.; FRANCO, D. W.A aguardente e o controle químico de sua qualidade.
Engarrafador Moderno, São Caetano do Sul, v. 4, n. 33, pp:5-8.1994.
LIN, R; JIANG, S.; ZHANG, M. The determination of degree of deacetylation. Chem Bull. v.
3, pp.39-42. 1992.
LIU, Z.; QIAO, L.; YANG, F.; GU, H.; YANG, L. Bronsted acidic ionic liquid based ultrasound
microwave synergistic extraction of pectin from pomelo peels. International Journal of
Biological Molecules, v. 94, pp. 309-318. 2016.
MAHDY SAMAR, M.; EL-KALYOUBI, M.H.; KHALAF, M.M.; ABD EL-RAZIK, M.M.
Physicochemical, functional, antioxidant and antibacterial properties of chitosan extracted from
47
shrimp wastes by microwave technique. Annals of Agricultural Sciences. v 58, pp.33-41.
2013
MOREIRA, J. V. I.; SOUSA, R. B.; MORAIS, L. N.; BORBA, R. D., XAVIER, G. R.;
SIGNINI, R. Quitosana, Quitosana Reticulada e Carboximetilquitosana Reticulada. Rev.
Virtual Quim., vol 11, n. 1, pp: 237-254, 2019.
MOREIRA, J. V. I.; SOUSA, R. B.; MORAIS, L. N.; BORBA, R. D., XAVIER, G. R.;
SIGNINI, R. Quitosana, Quitosana Reticulada e Carboximetilquitosana Reticulada. Rev.
Virtual Quim. ,v.11, n. 1, pp: 237-254. 2019.
MOSELEY, J. D.; KAPPE, C. O. A critical assessment of the greenness and energy efficiency
of microwave-assisted organic synthesis. Green Chem.v. 13, pp. 794. 2011. MPA - Ministério
da Pesca e Aquicultura. Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura, Brasília, 2011.
48
NANJO, F, KATSUMI, R., SAKAI, K. Enzymatic method for determination of the degree of
deacetylation of chitosan. Analytical Biochemistry, v.193, n. 2, pp:164–167, 1991.
PAHARI, A.K.; CHAUHAN, B.S. Engineering Chemistry. Ed.2. ISBN 10: 8131801993.
2007.
PARK, S.Y.; MARSH, K.S.; RHIM, J.W. Characteristics of different molecular weight
chitosan films affected by the type of organic solvents. Journal of Food Science, v. 67, n.1,
pp:194–197. 2002.
Pérez-Marín, A. B., Zapata, V. M., Ortuño, J. F., Aguilar, M., Sáez, J., & Lloréns, M. (2007).
Removal of cadmium from aqueous solutions by adsorption onto orange waste. Journal of
Hazardous Materials, v 139(1), pp: 122–131. https://doi.org/10.1016/j.jhazmat.2006.06.008
PINHEIRO, P.C.; LEAL, M.C.; ARAÚJO, D.A. Origem, produção e composição química da
cachaça. Química Nova na escola, São Paulo, n.18, pp.3 -8, Dez. 2003.
49
PRASHANTH, K.V.H.; THARANATHAN. R.N. Chitin/chitosan: modifications and their
unlimited application potential—an overview. Trends Food Sci Technol. v.18, pp:117-131,
2007.
QIU, H.; Lu L.V; PAN, B; ZHANG, Q. j.; ZHANG, W.; ZHANG, Q. X. Critical review in
adsorption kinetic models. Journal of Zhejiang University Science A. v.10, n.5, pp:716-724.
2009. ISSN 1673-565X (Print); ISSN 1862-1775 (Online).
REGIER, M. Microwave processing of foods and its combination with electron beam
processing. pp: 49-60, 2015.
RINAUDO M. Chitin and chitosan: properties and applications. Polymer Science. v.31, n.7,
pp. 603–632, 2006.
RINAUDO, M., MILAS, M., DUNG, P. L., Characterization of chitosan. Influence of ionic
strength and degree of acetylation on chain expansion. Int. J. Biol. Macromol. v 15, pp. 281-
285. 1993.
ROBERTS, G.A.F. Chitin Chemistry. London. Editora. The Macmillian Press LTD, pp: 1-349.
1992.
ROE, R. X-ray diffraction. Encyclopedia of Polimer Science and Engineering. v.17. Nova
York, 1985
ROGOVINA, S. Z.; AKOPOVA, T.A.; VIKHOREVA, G.A.J. Appl Polym Sci, v.70, pp: 927-
933 1998.
SABIR A., ALTAF F., SHAFIQ.M. Synthesis and Characterization and Application of Chitin
and Chitosan-Based Eco-friendly Polymer Composites.In: Inamuddin Thomas S., Kumar
Mishra R., Asiri A. (eds) Sustainable Polymer Composites and Nanocomposites. pp: 1365-
1405. 2019.
50
SANTOS, Z. M.; CARONI, A. L. P. F M. R. PEREIRA, D. R. DA SILVA, J. L. C. FONSECA.
Determination of deacetylation degree of chitosan: a comparison between conductometric
titration and CHN elemental analysis. Carbohydrate Research. v. 344, pp. 2591–2595. 2009.
SCHLICK., S. Binding Sites of Cu2+ in Chitin and Chitosan. An Electron Spin Resonance
Study. Macromolecules, v. 19. n.1, pp: 192. 1986.
SHAMS, M.I.; IFUKU, S.; NOGI, M.; OKU, T. YANO, H. Fabrication of optically
transparente chitin nanocomposites. Applied Physics A: Materials Science and Processing.
v.102, pp: 325-331. 2011.
SUN, Y. D. LIU, J. CHEN, X. YE, D. YU, Effects of different factors of ultrasound treatment
on the extraction yield of the trans- b-carotene from citrus peels, Ultrason. Sonochem. v.18,
pp. 243–249. 2011.
TAN, S. C., KHOR, E., TAN, T. K., WONG, S. M. The degree of deacetylation of chitosan:
advocating the first derivative UVspectrophotometry method of determination, Talanta, v. 45,
n. 4, pp: 713–719. 1998.
TASKIN, P.; CANISAG, H.; SEN, M. The effect of degree of deacetylation on the radiation
induced degradation of chitosan. Radiation Physics and Chemistry, v. 94, n. 1, pp. 236–239,
2014.
51
TATKE, P.; JAISWAL, Y. An overview of microwave-assisted extraction and its applications
in herbal drug research. Res. J. Med. Plant. v.5, n.1, pp. 21-31, 2011.
USMAN, A.; ZIA, K.M.; BER, M. ZU.; TABASUM, S.; REHMAN, S.; ZIA, F. Chitin and
chitosan based polyurethanes: A review of recente advances and prospective biomedical
applications. International Journal of Biological Macromolecules. v.86, pp. 630-645, 2016.
VIANNA, C. R.; SILVA, C.L.C.; NEVES, M.J.; ROSA, C.A. Saccharomyces cerevisiaes trains
from traditional fermentations of Brazilian cachaça: trehalose metabolism, heat and ethanol
resistence. Antonie van Leeuwenhoek, Amsterdam, v. 93, n. 1-2, pp.205-217, 2008.
WU, J. H., PENG, K., ZANG, Y., HU, X. S., LIAO, S. T., CHEN, F. Comparison of quality of
apple pectin between conventional solution extraction and microwave-assisted extraction.
Transactions of the Chinese Society of Agricultural Engineering, v. 25, n. 9, pp. 350-355.
2009.
XING, R., LIU, S., YU, H., GUO, Z., WANG, P., LI, C., LI, Z., LI, P. Salt-assisted acid hydro-
lysis of chitosan to oligomers under microwave irradiation. Carbohydrate Research, v.340,
pp: 2150–2153. 2005.
YOUNES, I., RINAUDO, M. Chitin and chitosan preparation from marine sources. Structure,
properties and applications. Marine Drugs. v.13, n.3, pp.1133–1174. 2015
52
CAPÍTULO II
53
Resumo
Pela primeira vez a quitosana foi utilizada na remoção específica de cobre na cachaça. Nesse
contexto, esse estudo tem como finalidade avaliar o desempenho da quitosana, obtida por
irradiação micro-ondas, como adsorvente na remoção de cobre (II) na cachaça. O biopolímero
quitosana apresenta na estrutura grupos amino livres, os quais são fortemente reativos aos íons
metálicos. As características estruturais da quitosana obtida, bem como o efeito do íon metálico
adsorvido na microestrutura da quitosana foram estudados por meio das análises de titulação
potenciométrica, espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR), massa
molecular, difratometria de raios X (DRX) e microscopia eletrônica de varredura (MEV)
equipada com espectroscopia de dispersão de energia EDS. A taxa de redução de cobre na
bebida, foi obtida pela técnica de titulação espectrofotométrica com EDTA e pela técnica de
espectrometria de emissão óptica com plasma induzido por micro-ondas (MIP OES). Os dados
cinéticos foram ajustados aos modelos de pseudo-primeira ordem, pseudo-segunda ordem,
Elovich e difusão intrapartícula. Os resultados mostraram que a melhor condição para a
adsorção do cobre foi a de 6 mg de quitosana por mL de cachaça, em um tempo de equilíbrio
de 60 min que resultou em uma taxa de redução de 84,09 % de cobre na bebida. A análise
cinética indicou o melhor ajuste dos dados pela equação de Elovich, sugerindo que o
mecanismo de quimissorção controla o processo cinético. Os resultados revelaram a quitosana,
com potencial para remoção de Cu (II) na cachaça, e neste aspecto um alvo promissor para
futuros investimentos tecnológicos.
Palavras-chave: adsorção; aguardentes de cana-de-açúcar; cobre; quitosana
Abstract
For the first time chitosan was used in the specific removal of copper in cachaça. In this context,
this study aims to evaluate the performance of chitosan, obtained by microwave irradiation, as
an adsorbent in the removal of copper (II) in cachaça. The chitosan biopolymer has free amino
groups in the structure, which are strongly reactive to metal ions. The structural characteristics
of the obtained chitosan, as well as the effect of the metal ion adsorbed on the chitosan
microstructure, were studied by means of potentiometric titration analyzes, Fourier-transformed
infrared spectroscopy (FTIR), molecular mass, X-ray diffractometry (XRD) and scanning
electron microscopy (SEM) equipped with EDS energy dispersion spectroscopy. The rate of
copper reduction in the drink was obtained by the spectrophotometric titration technique with
EDTA and by the microwave-induced plasma optical emission spectrometry (MIP OES). The
kinetic data were adjusted to the models of pseudo-first order, pseudo-second order, Elovich
and intraparticle diffusion. The results showed that the best condition for copper adsorption was
6 mg of chitosan per mL of cachaça, in an equilibrium time of 60 min which resulted in a
reduction rate of 84.09% of copper in the drink. The kinetic analysis indicated the best fit of the
data by the Elovich equation, suggesting that the chemisorption mechanism controls the kinetic
process. The results revealed chitosan, a bio-based material, with the potential for removing Cu
(II) in cachaça, and in this respect a promising target for future technological investments.
54
1. INTRODUÇÃO
55
nacional (Bortoletto, & Alcarde, 2015; Miranda, Martins, Belluco, Horii, & Alcarde, 2007;
Vargas, & Glória, 1995). O que representa para o mercado um obstáculo à exportação da bebida
(Cantanhede, Lima, Lopes, Farias, & Bezerra, 2005; Zacaroni et al., 2015).
Diferentes técnicas são utilizadas para redução de cobre na cachaça, tais como: filtros
com adsorventes, como o carvão ativado e as resinas de troca iônica. Mas, além do alto custo
para a utilização dessas técnicas, são recomendados certos cuidados em suas utilização, pois
alguns materiais podem retirar além do cobre, substâncias importantes para o sabor e aroma da
bebida, descaracterizando-a. Para a redução deste efeito, é possível lançar mão de biopolímeros
naturais ou modificados (Fu & Wang, 2011; Zacaroni et al., 2015).
A quitosana é um biopolímero natural, composto por unidades β-1,4 D-glucosamina
ligadas a resíduos de N-acetilglucosamina, derivado da N-desacetilação da quitina. A quitosana
apresenta em seus resíduos glicosídicos e nas unidades de repetição, dois grupos de hidroxila e
um grupo amino livre, os grupos aminos livres atuam como locais ativos com alta capacidade
de adsorção (Ishchenko & Vasylkivskyi, 2020; Vakili et al., 2019). Devido aos abundantes
grupos funcionais em sua estrutura, a quitosana destaca-se como excelente bioadsorvente de
metais pesados (Nitayaphat, 2017; Peng, Xie, Cheng, Shi, & Zhang, 2015). O processo de
adsorção em adsorventes naturais (biossorção) é relativamente recente e vem apresentando
crescimento em aplicações na remoção de metais pesados, fenóis, tintas e outros poluentes
orgânicos (Krstić, Urošević, & Pešovski, 2018), as interações da quitosana com os íons
metálicos podem ocorrer por quelação, atração eletrostática ou troca iônica (Vakili et al., 2019).
Além disso, a quitosana apresenta características como a biodegradabilidade, a
biocompatibilidade e a não-toxicidade (Ishchenko & Vasylkivskyi, 2020). Com base em todas
essas características, vem sendo descritas propriedades quelantes seletivas para ferro, cobre,
cádmio ou magnésio, entre outros metais, bem como diversas aplicações desse biopolímero em
várias áreas (Muxika, Etxabide, Uranga, Guerrero, & de la Caba, 2017).
A busca de métodos para melhor extração da quitosana vem sendo relacionado em
vários estudos, os quais buscam principalmente tecnologias limpas para os métodos de extração.
A tecnologia micro-ondas tem se mostrado como possibilidade alternativa para desacetilação
da quitina, em busca de atender a expectativa de inovação à desacetilação química
convencional, em termos de redução de produtos químicos, energia e o tempo de processamento
(Mahdy Samar, El-Kalyoubi, Khalaf, & Abd El-Razik, 2013).
Este é o primeiro estudo que utiliza quitosana obtida por irradiação de micro-ondas
para reduzir o teor de Cu (II) em cachaça produzida em alambique de cobre. Desse modo, o
presente trabalho visa avaliar a capacidade da quitosana em adsorver Cu (II) da cachaça nas
56
condições experimentais estabelecidas, abrindo um precedente tecnológico para futuro
aprimoramento da técnica.
57
2. MATERIAL E MÉTODOS
58
2.2.Caracterização da quitosana
a) Titulação potenciométrica
V +V
(
f (x ) = 0 . H + − OH − ) (1)
NB
59
b) Análise de FTIR-ATR
𝐴1310
= 0,3822 + 0,0313 𝐺𝐴 (4)
𝐴1420
Onde: GA: Grau de acetilação, 𝐴1310 : Área sob a curva da banda do espectro infravermelho
com número de ondas de 1310 cm-1, 𝐴1420 : Área sob a curva da banda do espectro
infravermelho com número de ondas de 1420 cm-1.
A Qt foi dissolvida em tampão de acetato de sódio (0,2 M) e ácido acético (0,1 M). As
medições da viscosidade foram realizadas um viscosímetro Cannon-Fenske (Schott AVS 350)
a 25 ±1,0 °C, conforme descrito por Garcia (2018). Primeiramente, foi obtida a viscosidade
cinemática (v) (cm2.s-1) das soluções. Por meio desta, calculou-se a viscosidade específica (η𝑠𝑝 ),
e a viscosidade intrínseca [η] foi obtida segundo Roberts e Domszy (1982), através da
extrapolação dos dados de viscosidade à diluição infinita, de acordo com a Equação de Huggins
(1942) Eq (5):
60
𝜂𝑠𝑝 /𝐶=[𝜂]+𝐾𝐻 [𝜂]2 .C (5)
[𝜂]=𝐾 ′ 𝑀𝑉 𝛼 (6)
Onde: [𝜂] é a estimativa da viscosidade intríseca; K ′ e α são constantes para um dado solvente
e temperatura ( K ′ =0,074 e α =0,76) e MV é a massa molar média viscosimétrica.
61
– Powder Diffraction File). O índice de cristalinidade foi calculado pela seguinte Eq (7), Abdou
et al. (2008).
𝐼𝑚𝑎𝑥 − 𝐼0
𝐼𝐶𝑅 = [ ] 𝑥 100 (7)
𝐼𝑚𝑎𝑥
A eficiência da remoção do íon cobre na cachaça foi calculada com base na análise da
concentração total do íon, realizada por titulação espectrofotométrica com EDTA, com leitura
no comprimento de onda de 745 nm, na região visível, utilizando espectrofotômetro-UV-
Visível (Thermo; modelo: Genesys), conforme metodologia de Cantanhede; Lima, Lopes, &
Farias (2005). As quantidades de cobre foram determinadas por comparações das absorbâncias
observadas na amostra de cachaça, com valores de absorbâncias referentes a uma curva analítica
previamente construída, utilizando-se CuSO4.5H2O como padrão com limites de quantificação
de cobre entre 10 a 200 mg L-1.
2.4.2 Espectrometria de emissão óptica com plasma induzido por micro-ondas (MIP OES)
62
em duplicata e mantidas sob agitação de 125 rpm, em agitador (GFL - modelo 1083),
termostatizado a 25 ± 1°C, na faixa de tempo de 6 a 120 minuto, conforme descrito por
Maachou, Bal, Chagnes, & Cote (2019).
A quantidade de cobre adsorvida por unidade de massa de quitosana no equilíbrio (Qe;
mg g-1) e a eficiência de remoção (%R) foram calculados a partir das Eq (8) e (9),
respectivamente (Labidi, Salaberria, Fernandes, Labidi, & Abderrabba, 2016).
(𝐶0 − 𝐶𝑒 )𝑉
𝑄𝑒 = (8)
𝑀
𝐶0 − 𝐶𝑡
%𝑅 = × 100 (9)
𝐶0
𝑑𝑄𝑡
= 𝐾1 (𝑄𝑒 − 𝑄𝑡 ) (10)
𝑑𝑡
Onde: Qe e Qt (mg / g-1) são as quantidades de íons de cobre adsorvidos pela quitosana no
equilíbrio e no tempo t (min), respectivamente, k1 (min-1). é a constante de taxa de adsorção do
modelo pseudo-primeira ordem.
Após a integração da Eq.10 e aplicando-se condições de contorno: 𝑄𝑡 = 0, 𝑡 = 0,
quando 𝑄𝑡 = 𝑄𝑡 , 𝑡 = 𝑡 obtém-se a Eq (11) (Zacaroni et al., 2015).
63
𝐼𝑛(𝑄𝑒 − 𝑄𝑡 ) = 𝐼𝑛𝑄𝑒 − 𝑘1 𝑡 (11)
O modelo cinético de Pseudo-segunda ordem proposto por (Ho & McKay, 1999) é
expresso pela Eq (12):
𝑑𝑄𝑡
= 𝑘2 (𝑄𝑒 − 𝑄𝑡 )2 (12)
𝑑𝑡
Onde: Qe e Qt (mg g-1) são a quantidade de íons cobre adsorvido pela quitosana no equilíbrio
e no tempo t (min), respectivamente; k2 é uma constante de proporcionalidade do modelo
cinético de pseudo-segunda ordem (g mg -1 min-1). O modelo cinético de pseudo-segunda ordem
pode ser representado pela Eq (12).
Integrando a Eq.(12), de forma similar à equação (11), tem-se a Eq (13) (Zacaroni et
al., 2015).
𝑡 1
= + 𝑘2 𝑡 (13)
𝑄𝑒 − 𝑄𝑡 𝑄𝑒 2
𝑡 1 1
= + (14)
𝑄𝑒 𝑘2 𝑄𝑒 2 𝑄𝑒
𝑑𝑎𝑡
= 𝛼𝑒 − 𝛽𝑞𝑡 (14)
𝑑𝑡
64
A integração dessa equação é dada como:
1 1
𝑞𝑡 = ln(𝛼𝛽 ) + ln 𝑡 (15)
𝛽 𝛽
Onde: α (mg g-1 min-1) é a taxa inicial de adsorção, β (g mg-1) é a constante de dessorção e qt
-
(mg 1) é a quantidade adsorvida no tempo t (min).
𝑞𝑡 = 𝑘𝑝 𝑡 1/2 + 𝐶 (16)
65
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
f (x)
66
3.2 Massa molecular da quitosana
A estimativa da viscosidade intrínseca da Qt foi feita por regressão linear, com os valores
da viscosidade reduzida e da concentração da solução de quitosana (Fig. 2). A massa molecular
estimada para a Qt foi de 162,96 kDa, valor calculado pela equação de Mark-Houwink-
Sakurada. Conforme descrito por (Goy, Britto, & Assis, 2009), não existe um padrão específico
para definir massa molecular, mas é aceito que quitosanas de baixa massa molecular sejam <50
kDa, média 50 - 150 kDa e alta massa molecular> 150 kDa. O que caracteriza a Qt utilizada
nesse estudo como sendo de alta massa molecular. Quanto maior o peso molecular, mais
segmentos inteiros a cadeia molecular contém, isso reflete em um aumento na viscosidade da
quitosana. Alguns estudos mostram que a quitosana produzida pela técnica de microondas tem
um peso molecular maior em comparação ao método convencional (EL Knidri, Dahmani,
Addaou, Laajeb, & Lahsini, 2019; Sagheer, Al-Sughayer, Muslim, & Elsabee, 2009).
Na área de alimentos, estudos apontam para o uso de quitosana de maior peso molecular
como biofilme protetor de frutas e vegetais contra lesões mecânicas e escurecimento pós-
colheita (Liu et al, 2020; Wang et al, 2017).
(ηred) mL/g
Concentração (g/L-1)
67
3.3 Espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier de refletância total
atenuada (FTIR-ATIR)
A técnica de FTIR foi usada para analisar e identificar os principais grupos funcionais
presentes na estrutura da quitosana e evidenciar mudanças estruturais. A Fig. 3 ilustra os
espectros de infravermelho na região de 4000cm-1 a 600cm-1, da amostra Qt, quitosana
adsorvida com cobre (II) (Qc) e quitina (Qi).
Transmistância (%)
Figura 3 Espectro de absorção no Infravermelho na região de 4000 cm-1 a 600 cm-1 das amostras de quitina
(Qi) (—), quitosana obtida (Qt) (—) e quitosana adsorvida com cobre (Qc) (—)
68
monossacarídeo. As bandas descritas são como as encontradas na literatura (Brugnerotto et al.,
2001; et al., 2007; Queiroz et al., 2015; Mendoza et al., 2016).
No espectro obtido para Qi, em comparação com Qt, é possível notar que a banda
atribuída ao grupo funcional O-H que apareceu em 3430 cm-1 foi deslocada para 3427 cm-1. Ao
comparar Qi, Qt e Qc nessa mesma faixa, observa-se a menor intensidade da banda em Qi e
maior para Qt e Qc. Isso pode ocorrer porque o nitrogênio está menos disponível para ligações
de hidrogênio em Qi (amidas) do que em Qt e Qc (aminas). A menor intensidade em 1650 cm1
para Qc sugere um efeito inibitório do cobre (II) no grupo acetamida (alongamento C = O da
amida I). As bandas entre 1585 e 1550 cm-1, relacionadas à flexão de aminas em amidas
secundárias, apresentam menor intensidade para Qc (1585 cm-1) e maior intensidade para Qi
(1550 cm-1). Esse resultado corrobora o efeito observado em 1650 cm -1 e confirma a maior
presença de grupos acetamida na quitina. Um valor mais baixo de intensidade foi observado
para Qc a 1370 cm-1, o que corresponde às deformações simétricas do CH3. É possível observar
na faixa entre 1150 cm-1 e 894 cm-1, o cobre (II) aumenta as interações vibracionais C-O-C das
ligações glicosídicas (1150 cm-1). As deformações axiais e angulares das ligações C-O (1060
cm-1 e 1023 cm-1) também são aprimoradas pelo cobre (II). Segundo Anbinder, Macchi, Amalvy
e Somoza (2019), as mudanças estruturais que influenciam os deslocamentos das bandas e suas
diferenças nas intensidades podem ser atribuídas às interações entre quitosana e cobre (II)
através dos grupos de hidróxidos e principalmente de os grupos amina presentes no
biopolímero.
69
intenso, caracterizado pela presença do metal Cu (II) na estrutura da quitosana. A intensidade
do brilho no imageamento por ERE é proporcional a presença de elementos com maior número
atômico.
Figura 4 Fotomicrografias ERE da quitina (A) e (B) com aumento de 500 x e 1500 x, respectivamente;
quitosana (C) e (D) com aumento de 500 x e 1500 x, respectivamente; e quitosana adsorvida com cobre (E) e (F)
com aumento de 180 x e 300 x, respectivamente.
Análises químicas por EDS foram efetuadas para identificar a composição elementar da
quitosana. Os espectrogramas da Qt e da Qc, podem ser observados na Fig. 5, e seus respectivos
percentuais elementares. A Qt apresenta C e O em maior quantidade em composição elementar,
resultados semelhantes foram observados na pesquisa de El Knidri, El Khalfaouy, Laajeb,
Addaou, & Lahsini (2016), onde os autores descreveram esses elementos como alguns dos
principais encontrados na quitosana e justificam que pequenas quantidades encontradas de Ca
e P está relacionada com a retirada desses elementos nas etapas de desmineralização e
desproteinação. Nos espectros EDS da Qc pode ser observado o aparecimento do pico de Cu
(II), o qual apresentou um percentual de 14,2 %, e confirma a presença do íon metálico na
estrutura do biopolímero, após a cinética de adsorção, assim como os resultados das análises de
FTIR e MEV também mostraram.
70
a
Elementos Percentual PesoAtômico
(%) (%)
C 50,2 57,3
O 49,6 42,6
Ca 0,2 0,1
Total 100 100
b
Elementos Percentual PesoAtômico
(%) (%)
O 67,8 85,1
P 9,4 6,1
Ca 8,6 4,3
Cu 14,2 4,5
Total 100 100
Kev
Figura 5 Espectros EDS para quitosana (Qt) (a), quitosana adsorvida com cobre (Qc) (b) e porcentagem dos
elementos encontrados.
Figura 6 Comparação dos padrões DRX para quitina (Qi), quitosana (Qt) e quitosana adsorvida com cobre (Qc)
Figura 7 Padrões DRX modelados segundo as funções pseudoVoigt e Pearson VII no Highscore Plus
72
Tabela 1- Dados de posição 2θ, distância d dos planos atômicos e intensidade dos picos
característicos.
Amostra Pico Característico dhkl (Å) Imax I0 Cristalinidade
Relativa ICR
(%)
Quitina 2θ = 22,4° (h k l = 110) 4,6 2451 368 84,9
73
qt (mg/g) –k1
tempo (min)
qt (mg/g) –k1
tempo (min)
qt (mg/g) –k1
tempo (min)
Figura 8 Perfis cinéticos da adsorção de Cu (II) em diferentes valores de massa de quitosana: 6mg/ mL (A),
4mg/mL (B) e 2 mg/ mL (C), em cachaça com concentração de 50 mg L-1 de cobre.
74
modelos avaliados, observa-se que o modelo cinético Elovich apresentou melhor o ajuste com
os dados experimentais para a quitosana. O que também pode ser observado pelos valores dos
coeficientes de correlação, indicando fortes evidências de que o processo da cinética de
adsorção de íons cobre pela Qt na cachaça é controlado pelo mecanismo de quimissorção
(reação química), devido à coordenação e reação entre o soluto e os grupos amino e hidroxi na
quitosana. O mecanismo de quimiossorção também foi encontrado por Chang & Juang (2005),
em estudos de equilíbrio e cinética sobre a adsorção de surfactante, ácidos orgânicos e corantes
para biopolímeros naturais.
75
3.6.2 Efeito da quantidade de adsorvente na adsorção Cu (II) pela quitosana
Tempo (min)
76
Tabela 3- Comparação entre o percentual de adsorção de cobre em cachaça por diferentes
adsorventes.
Adsorvente Matriz Percentual de Referências
adsorção
Sílica-Titânia Cachaça 90,0% Cantanhede et al., (2005)
modificada
Bentonita Cachaça 88,0% Cantão et al., (2010)
3.6.3 Quantificação de cobre por espectrometria de emissão óptica com plasma induzido por
micro-ondas (MIP OES).
Os teores de médios de Cu (II) nas três amostras analisadas pela técnica MIP OES:
cachaça, cachaça dopada com cobre (50 mg L-1) e a cachaça após o pocesso de adsorção, são
mostrados na Tabela 4. Os resultados mostram que após o ensaio de adsorção a concentração
final de Cu (II) na cachaça foi de 7,7 mg L-1, o que representou uma redução em torno de 84,09
% na concentração inicial do metal. Embora não se tenha conseguido atingir a redução do cobre
presente na cachaça para os níveis estabelecidos pela legislação nacional com limite máximo
de 5 mg L-1 e pela internacional de 2 mg L-1, foi observado por meio das condições
experimentais estabelecidas, que a quitosana mesmo sem modificação, apresentou alta
capacidade em adsorver cobre na cachaça, o que possibilita melhorar os resultados com o
aprimoramento da técnica.
Tabela 4- Teores médios de cobre (mg L-1) nas amostras de cachaça analisadas e seus
respectivos desvios padrão (n=3)
Amostras Cobre (372.395) * ª
Cachaça 3,4 ± 0,003
Cachaça com cobre 48,4 ± 0,52
Cachaça após adsorção 7,7 ± 0,11
*Comprimento de onda; ªlinha atômica.
A técnica MIP OES vem sendo utilizada por diversos autores devido sua melhor
exequibilidade e menor custo na determinação de metais pesados quando comparada a outras
técnicas como na spectrometria de absorção atômica com chama (Ozbek e Akman, 2016). Neste
77
estudo, foi uitizada esta técnica como uma etapa confirmatória dos resultados obtidos pela
titulação potenciométrica.
78
4 CONCLUSÃO
A partir das evidências experimentais obtidas neste trabalho, podemos dizer que a
quitosana, obtida por irradiação por microondas, apresentou propriedades satisfatórias nas
principais características observadas. O grau de desacetilação, peso molecular, morfologia e
cristalinidade confirmaram a eficácia da desacetilação. Na aplicação do biopolímero, os
resultados da capacidade de adsorção de Cu (II) mostram que o percentual de adsorção foi maior
na condição cinética em que a massa de quitosana foi maior. Isso nem sempre é observado em
trabalhos com adsorção. Esse comportamento pode ser atribuído ao excesso de locais de
adsorção disponíveis na superfície do biopolímero. A cinética de adsorção foi melhor explicada
pelo mecanismo de quimisorção. A redução de 84% de Cu (II) na cachaça mostra que a
quitosana tem o potencial de remover esse íon. Novas tecnologias de baixo custo para o uso de
subprodutos da pesca podem emergir desses resultados.
79
REFERÊNCIAS
Abdou, E.S.; Nagy, K.S; & Elsabee M. Z. (2008). Extraction and characterization of chitin and
chitosan from local sources. Bioresource Technology, 99, 1359–1367.
https://doi.org/10.1016/j.biortech.2007.01.051
Alcarde, A. R., Souza, L. M., & Bortoletto, A. M. (2014). Formation of volatile and maturation-
related congeners during the aging of sugarcane spirit in oak barrels. The Institute of
Brewing & Distilling ,120, 529–536. https://doi.org/10.1002/jib.165
Anbinder, P. S., Macchi, C., Amalvy, J., & Somoza, A. (2019). A study of the structural changes
in a chitosan matrix produced by the adsorption of copper and chromium ions.
Carbohydrate Polymers, 222, 114987. https://doi.org/10.1016/j.carbpol.2019.114987
Bortoletto, A. M., & Alcarde, A. R. (2015). Assessment of chemical quality of Brazilian sugar
cane spirits and cachaças. Food Control, 54, 1-6
https://doi.org/10.1016/j.foodcont.2015.01.030
Brugnerotto, J., Lizardi, J., Goycoolea, W., Argüelles-Monal, W., Desbrières, J., & Rinaudo,
M. (2001). An infrared investigation in relation with chitin and chitosan characterization.
Polymer, 42(8), 3569-3580. http://dx.doi.org/10.1016/S0032-3861(00)00713-8
Cantanhede, L B; Lima, J. B; Lopes, G.S; Farias, R. & Bezerra. C. W. B. (2005). Uso de sílica
e sílica-titânia organofuncionalizadas para a remoção de Cu (II) em aguardente. Ciência e
Tecnologia de Alimentos, 25, 500–505. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-
20612005000300018
Cantão, F. de O., Melo, W. de C., Cardoso, M. das G., dos Anjos, P. J., & de Oliveira, L. C. A.
(2010). Avaliação E Remoção De Cobre Em Aguardentes De Cana Pela Utilização Dos
Aluminossilicatos: Zeólita E Bentonita. Ciência e Agrotecnologia, 34(5), 1109–1115.
https://doi.org/10.1590/s1413-70542010000500005
Chang, M., & Juang, R. (2005). Equilibrium and kinetic studies on the adsorption of surfactant,
organic acids and dyes from water onto natural biopolymers, Colloids and Surfaces A:
Physicochem. Eng. Aspects 269, 35–46. https://doi.org/10.1016/j.colsurfa.2005.06.064
Daraghmeh, N. H., Chowdhry, B. Z., Leharne, S. A., Al Omari, M. M., & Badwan, A. A.
(2011). Chitin. Profiles of Drug Substances, Excipients and Related Methodology, ch.2,
Elsevier Inc.,35–102. https://doi:10.1016/b978-0-12-387667-6.00002-6.
80
Miranda, M. B., Martins, N. G. S., Belluco, A. E. D. S., Horii, J., & Alcarde, A. R. (2007).
Qualidade química de cachaças e de aguardentes brasileiras. Ciência e Tecnologia de
Alimentos, 27(4), 897–901. https://doi.org/10.1590/S0101-20612007000400034.
El Knidri, H., El Khalfaouy, R., Laajeb, A., Addaou, A., & Lahsini, A. (2016). Eco-friendly
extraction and characterization of chitin and chitosan from the shrimp shell waste via
microwave irradiation. Process Safety and Environmental Protection, 104, 395–405.
https://doi.org/10.1016/j.psep.2016.09.020
EL Knidri, H., Dahmani, J., Addaou, A., Laajeb, A., & Lahsini, A. (2019). Rapid and efficient
extraction of chitin and chitosan for scale-up production: Effect of process parameters on
deacetylation degree and molecular weight. International Journal of Biological
Macromolecules. 139, 1092–1102. https://doi:10.1016/j.ijbiomac.2019.08.079
Guibal, E.; Interactions of metal ions with chitosan-based sorbents: A Review. Separation
Purification Technology, 38, 43-74, 2004.
Fu, F., & Wang, Q. (2011). Removal of heavy metal ions from wastewaters: A review. Journal
of Environmental Management, 92(3), 407–418.
https://doi.org/10.1016/j.jenvman.2010.11.011
Goy, R. C., Britto, D. De, & Assis, O. B. G. (2009). A Review of the Antimicrobial Activity of
Chitosan. Polímeros: Ciência e Tecnologia, 19, 241–247. https://doi.org/10.1590/S0104-
14282009000300013
Ishchenko, V., & Vasylkivskyi, I. (2020). Sustainable Production: Novel Trends in Energy,
Environment and Material Systems. Springer Inter. Publishing, 198, 161–175.
https://doi.org/10.1007/978-3-030-11274-5
Jiang, X., Chen, L., & Zhong, W. (2003). A new linear potentiometric titration method for the
determination of deacetylation degree of chitosan. Carbohydrate Polymers, 54(4), 457–
463. https://doi.org/10.1016/j.carbpol.2003.05.004
Khor, E., & Wan, A. C. A. Chitin: Fulfilling a biomaterials promise, 2 edition. Elsevier. 2014.
Krstić, V., Urošević, T., & Pešovski, B. (2018). A review on adsorbents for treatment of water
and wastewaters containing copper ions. Chemical Engineering Science, 192, 273–287.
https://doi.org/10.1016/j.ces.2018.07.022
Kumari, S., Kumar Annamareddy, S. H., Abanti, S., & Kumar Rath, P. (2017). Physicochemical
properties and characterization of chitosan synthesized from fish scales, crab and shrimp
shells. International Journal of Biological Macromolecules, 104, 1697–1705.
https://doi.org/10.1016/j.ijbiomac.2017.04.119
Labidi, A., Salaberria, A. M., Fernandes, S. C. M., Labidi, J., & Abderrabba, M. (2016).
Adsorption of copper on chitin-based materials: Kinetic and thermodynamic studies.
Journal of the Taiwan Institute of Chemical Engineers, 65, 140–148.
https://doi.org/10.1016/j.jtice.2016.04.030
81
Lagergren, S. (1898). About the theory of so-called adsorption of soluble substances. K. Sven.
Vetenskapsakad. Handl, 24, 1–39.
Liu, Y., Yuan, Y., Duan, S., Li, C., Hu, B., Liu, A., Wu, W. (2020). Preparation and
characterization of chitosan films with three kinds of molecular weight for food packaging.
International Journal of Biological Macromolecules,155, 15 July, 249-259.
https://doi:10.1016/j.ijbiomac.2020.03.217
López, F. A., Mercê, A. L. R., Alguacil, F. J., & López-Delgado, A. (2007). A kinetic study on
the thermal behaviour of chitosan. Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, 91(2),
https://633–639.doi:10.1007/s10973-007-8321-3
Maachou, H., Bal, Y., Chagnes, A., & Cote, G. (2019). Copper sorption on chitin and acid-
washed shrimp shells from Palinurus elephas: isotherm and kinetic studies. International
Journal of Environmental Science and Technology, (0123456789).
https://doi.org/10.1007/s13762-019-02241-6.
Mahdy Samar, M., El-Kalyoubi, M. H., Khalaf, M. M., & Abd El-Razik, M. M. (2013).
Physicochemical, functional, antioxidant and antibacterial properties of chitosan extracted
from shrimp wastes by microwave technique. Annals of Agricultural Sciences, 58(1), 33–
41. https://doi.org/10.1016/j.aoas.2013.01.006.
Martino, A.; Durante, M; Pifferi; P.G; Spagna; G; Bianchi, G. (1996). Immobilization of beta-
glucosidase from a comercial preparation. Part 1. A comparative study of natural supports.
Process Biochemistry, New York, v.31, 281-285. https://doi.org/10.1016/0032-
9592(95)00065-8
Mendoza, L. J., Argüelles Monal, W. M., & Goycoolea Valencia, F. M. (2016). Chemical
Characteristics and Functional Properties of Chitosan. Chitosan in the Preservation of
Agricultural Commodities, Academic Press, Elsevier Inc., Cambridge, 3–31.
https://doi:10.1016/b978-0-12-802735-6.00001.
Muxika, A., Etxabide, A., Uranga, J., Guerrero, P., & de la Caba, K. (2017). Chitosan as a
bioactive polymer: Processing, properties and applications. International Journal of
Biological Macromolecules, 105, 1358–1368.
https://doi.org/10.1016/j.ijbiomac.2017.07.087
Nitayaphat, W. (2017). Chitosan/coffee residue composite beads for removal of reactive dye.
Materials Today: Proceedings, 4(5), 6274–6283.
https://doi.org/10.1016/j.matpr.2017.06.127
Ozbek, N., & Akman, S. (2016). Method development for the determination of calcium, copper,
magnesium, manganese, iron, potassium, phosphorus and zinc in different types of breads
by microwave induced plasma-atomic emission spectrometry. Food Chemistry,200, 245–
248. https://doi:10.1016/j.foodchem.2016.01.043.
82
Parazzi, C., Arthur, C. M., Lopes, J. J. C., & Borges, M. T. M. R. (2008). Avaliação e
caracterização dos principais compostos químicos da aguardente de cana-de-açúcar
envelhecida em tonéis de carvalho (Quercus sp.). Ciencia e Tecnologia de Alimentos,
28(1), 193–199. https://doi.org/10.1590/S0101-20612008000100028
Peng, W., Xie, Z., Cheng, G., Shi, L., & Zhang, Y. (2015). Amino-functionalized adsorbent
prepared by means of Cu (II) imprinted method and its selective removal of copper from
aqueous solutions. Journal of Hazardous Materials, 294, 9–16.
https://doi.org/10.1016/j.jhazmat.2015.03.046
Pérez-Marín, A. B., Zapata, V. M., Ortuño, J. F., Aguilar, M., Sáez, J., & Lloréns, M. (2007).
Removal of cadmium from aqueous solutions by adsorption onto orange waste. Journal of
Hazardous Materials, 139(1), 122–131. https://doi.org/10.1016/j.jhazmat.2006.06.008
Pinheiro, P. C.; Leal, M. C.; & Araújo, D. A. (2003). Origem, produção e composição química
da cachaça. Química Nova Na Escola, 3–8.
Queiroz, F., M., Melo, K.R., Sabry, D.A., Sassaki, G.L., & Rocha, H.A. (2015). Does the Use
of Chitosan Contribute to Oxalate Kidney Stone Formation?. Marine Drugs,13, 141-158.
https://doi:10.3390/md13010141.
Rinaudo M. (2006). Chitin and chitosan: properties and applications. Polymer Science. v.31,
n.7, 603–632. https://doi.org/10.1016/j.progpolymsci.2006.06.001
Roberts, G. A. F.; & Domszy, J. G. (1982). Determination of the viscosimetric constants for
chitosan. Internacional. Journal of Biological Macromoleculas. v. 4, 374-377.
https://doi.org/10.1016/0141-8130(82)90074-5
Sagheer, F. A. A., Al-Sughayer, M. A., Muslim, S., & Elsabee, M. Z. (2009). Extraction and
characterization of chitin and chitosan from marine sources in Arabian Gulf. Carbohydrate
Polymers, 77(2), 410–419. https://doi.org/10.1016/j.carbpol.2009.01.032
Souza, L. M.; Alcarde, A. R.; Lima, F. V.; & Bortoletto, A. M. (2013). Produção de cachaça de
qualidade. Piracicaba: USP-ESALQ.
83
Tolaimate, A., Desbrieres, J., Rhazi, M., & Alagui, A. (2003). Contribution to the preparation
of chitins and chitosans with controlled physico-chemical properties. Polymer, 44(26),
7939–7952. https://doi.org/10.1016/j.polymer.2003.10.025
Vakili, M., Deng, S., Cagnetta, G., Wang, W., Meng, P., Liu, D., & Yu, G. (2019). Regeneration
of chitosan-based adsorbents used in heavy metal adsorption: A review. Separation and
Purification Technology, 224(May), 373–387.
https://doi.org/10.1016/j.seppur.2019.05.040
Vargas, E. A.; & Glória, M. B. (1995). Qualidade da cachaça de cana (Saccharum officinarum,
L.) produzida, comercializada e/ou engarrafada no Estado de Minas Gerais. Boletim da
Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, 15, 43–46.
Wang, Y., Chang, Y., Yu, L., Zhang, C., Xu, X., Xue, Y., & Xue, C. (2013). Crystalline
structure and thermal property characterization of chitin from Antarctic krill (Euphausia
superba). Carbohydrate Polymers, 92(1), 90–97.
https://doi.org/10.1016/j.carbpol.2012.09.084
Wang, Y., Li, B., Zhang, X., Peng, N., Mei, Y., & Liang, Y. (2017). Low molecular weight
chitosan is an effective antifungal agent against Botryosphaeria sp. and preservative agent
for pear (Pyrus) fruits. International Journal of Biological Macromolecules, 95, 1135–
1143. https://doi:10.1016/j.ijbiomac.2016.10.105
Zacaroni, L. M., Magriotis, Z. M., Cardoso, M. das G., Santiago, W. D., Mendonça, J. G.,
Vieira, S. S., & Nelson, D. L. (2015). Natural clay and commercial activated charcoal:
Properties and application for the removal of copper from cachaça. Food Control.
https://doi.org/10.1016/j.foodcont.2014.07.035
Zhang, L., Zeng, Y., & Cheng, Z. (2016). Removal of heavy metal ions using chitosan and modi
fi ed chitosan: A review. Journal of Molecular Liquids, 214, 175–191.
https://doi.org/10.1016/j.molliq.2015.12.013
84
APÊNDICE A- Etapas da extração de quitina e quitosana, a partir do resíduo de camarão
Resíduo do camarão
Desproteinação
QUITINA
QUITOSANA
85
APÊNDICE B: Etapas de extração da quitina: Desmineralização (A); Desproteinação (B) e
Quitina Seca (C).
A B
86
Apêndice C: Quitina (A) e Quitosana (B)
A B
87
Apêndice D: Rendimento da obtenção de quitina em relação a massa inicial do resíduo de
camarão seco e triturado
88
Apêndice E: Curva de quantificação espectrofotométrica íons Cu2+ na cachaça.
0,25
0,2
Absorbância
0,15
y = 0,001x - 0,0056
0,1 R² = 0,9998
0,05
0
0 50 100 150 200 250
89
Apêndice F: Tabela de exatidão do procedimento de análise por MIP OES pelo
método de adição e recuperação analito.
15 97,2
20 103,2
90
Apêndice G: Limite de detecção e limite de quantificação em mg L-1 de cobre por
espectrometria de emissão óptica com plasma induzido por micro-ondas
91
ANEXO A: Ficha (padrão) de Identicação da Quitina - banco de dados do ICDD-
(International Center for Diffraction Data).
92
93
ANEXO B: Ficha (padrão) de Identicação da Quitosana - banco de dados do ICDD-
(International Center for Diffraction Data)
94
95