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1. Prescrição dos Honorários (Art.
25 do Estatuto da OAB)
Um advogado celebra um contrato com um cliente para atuar em um
processo judicial de longa duração, por exemplo, uma ação de execução de dívida. Após anos de trabalho, o caso chega ao trânsito em julgado e os honorários de sucumbência são fixados pela sentença. O cliente, no entanto, demora para efetuar o pagamento.
Neste caso, o advogado tem cinco anos a partir do trânsito em
julgado para exigir judicialmente o pagamento dos honorários. Se ele não ajuizar uma ação para cobrar esses honorários dentro desse prazo, o direito de cobrança será prescrito.
2. Honorários em Caso de Renúncia ou Revogação do Mandato
Imagine que um advogado foi constituído para representar um cliente
em uma ação de divórcio. No meio do processo, o advogado decide renunciar ao mandato por questões pessoais. O advogado, então, notifica o cliente da sua decisão e junta a renúncia aos autos do processo. A partir dessa data, ele ainda continua responsável pela causa por um prazo de 10 dias, conforme determina o Estatuto da OAB, para que o cliente possa constituir um novo advogado.
Por outro lado, em um caso onde o cliente está insatisfeito com o
trabalho do advogado e decide revogar o mandato, ele notifica o advogado e contrata um novo profissional. Nesse cenário, o novo advogado não precisa do consentimento do advogado anterior para assumir a causa, e os honorários devidos serão divididos proporcionalmente ao trabalho desempenhado por cada um até o momento da revogação.
3. Substabelecimento com e sem Reservas
Em um caso de grande complexidade, um advogado é contratado
para representar uma empresa em uma ação trabalhista com milhares de documentos e testemunhas a serem gerenciadas. Sabendo da dificuldade de atuar sozinho, o advogado decide substabelecer parte dos poderes a um colega especialista em Direito Trabalhista. No entanto, ele decide fazer isso com reserva de poderes, o que significa que os dois advogados atuarão em conjunto no processo. Nesse caso, os honorários devem ser divididos proporcionalmente entre ambos.
Em outro cenário, um advogado recebe um cliente com um processo
em curso, mas percebe que não pode continuar atuando por estar sobrecarregado com outros casos. Ele decide substabelecer sem reserva de poderes, ou seja, transfere completamente a causa para o outro advogado, que passa a ser o único responsável pelo processo. Aqui, o advogado substabelecente sai do caso e não mais atua na causa.
4. Artigo 26 – Substabelecimento com Reservas e Fixação de
Honorários
Se o advogado substabelecido com reserva de poderes deseja fixar
um novo valor de honorários com o cliente, ele deve, obrigatoriamente, consultar o advogado anterior, pois ambos têm direito sobre a causa e os honorários devem ser ajustados de forma proporcional. Um exemplo comum seria um advogado ser contratado para atuar numa execução de sentença e, após substabelecimento com reservas, o novo advogado fixa honorários com o cliente para negociar e liquidar a dívida. Neste caso, ele deverá combinar o valor com o advogado original para garantir a devida divisão.
Exemplo Resumido de Um Processo Real:
Um advogado de Direito Penal é contratado para atuar na defesa de
um réu em um processo de crime econômico. Ele renuncia ao mandato após o cliente ser condenado, mas precisa seguir acompanhando o caso por 10 dias após a notificação da renúncia, enquanto o cliente busca um novo advogado. O novo defensor entra na causa através de substabelecimento sem reservas, e os honorários entre o advogado original e o novo defensor são divididos proporcionalmente ao trabalho de cada um.
Esses exemplos mostram como o advogado precisa lidar com diversas
situações práticas envolvendo seus direitos e deveres, especialmente no que diz respeito à cobrança de honorários e à sua atuação nos processos.