EDOs-Aula6

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Cálculo Diferencial e Integral III

7o Semestre

Prof. Kleiton Andre Schneider


1 de Junho de 2021
UFMS
Redução de Ordem
Redução de Ordem

Definição: Uma EDO linear de 2a ordem é da forma:

d 2y dy
+ P(x ) + Q(x )y = R(x )
dx 2 dx
ou
00 0
y + p(x )y + q(x )y = r (x )

1
Redução de Ordem

0 00
Redução de Ordem: Caso F (x , y , y ) = 0

 Se tivermos uma EDO da forma:


0 00
F (x , y , y ) = 0,

0 00 dp
façamos a mudança de variável: y = p e y =
dx

2
Redução de Ordem

Exemplo:

 Considere a equação
00 0
xy − y = 3x 2
 Fazendo a mudança de variável indicada, temos:
dp
x − p = 3x 2
dx
dp 1
⇐⇒ − p = 3x
dx x

 Temos assim uma EDO linear de primeira ordem. Calculando o fator


integrante, temos

1
R R 1 1
e p(x )dx
= e− x dx = e − ln |x |+c = e ln | x |+c = A
x

3
Redução de Ordem

Exemplo:
 Escolhemos como fator integrante x1 . Daí, temos
 
d 1 1
p = 3x
dx x x
 Integrando, temos
1
p = 3x + c1
x
⇐⇒ p = 3x 2 + c1 x
dy
 Mas, = p, e então,
dx
dy
= p = 3x 2 + c1 x .
dx
 Integrando, temos
x2
y = x 3 + c1 + c2
2
4
Redução de Ordem

0 00
Redução de Ordem: Caso F (y , y , y ) = 0
Se tivermos uma EDO da forma:
0 00
F (y , y , y ) = 0,

façamos a seguinte mudança de variável:


0 00 dp dp dy dp
y = p, e y = = =p
dx dy dx dy

5
Redução de Ordem

Exemplo:
 Considere a equação
00
y + k 2 y = 0,
onde k é uma constante.
 Fazendo a mudança de variável indicada, podemos reescrever a
equação como
dp
p + k 2y = 0
dy
ou
pdp = −k 2 ydy
 Integrando, temos
p2
 2 
y
= −k 2 + c1
2 2
2 2 2
p +k y
⇐⇒ = −k 2 c1
2
6
Redução de Ordem

Exemplo:

 Como o primeiro lado da igualdade é sempre positivo, a constante c1


só pode ser negativa. Então fazemos −2c1 = A2 . Assim, temos

p 2 + k 2 y 2 = k 2 A2
p
⇐⇒ p = ± k 2 A2 − k 2 y 2
p
⇐⇒ p = ±k A2 − y 2
dy
 Como dx = p, temos

dy p
= ±k A2 − y 2
dx
dy
⇐⇒ p = ±kdx
A2 − y 2

7
Redução de Ordem

Exemplo:

 Integrando novamente, temos


y
arcsen = ±kx + B
A
y
⇐⇒ = sen(±kx + B)
A
⇐⇒ y = A sen(±kx + B)

 Como sen(B ± kx ) = (sen B cos kx ± cos B sen kx ), então

y = c1 sen kx + c2 cos kx

7
Teoria das Soluções
Teoria das Soluções

Definições e Teoremas.
Teorema de existência de unicidade
00 0
Dada uma EDOL de 2a ordem y + p(x )y + q(x )y = r (x ), onde p,q,r
estão definidas num certo intevalo I, sejam x0 ∈ I e a,b constantes.
Então existe uma e somente uma solução para a seguinte PVI
 00 0
 y + p(x )y + q(x )y = r (x )

y (x0 ) = a
 y 0 (x ) = b

0

8
Teoria das Soluções

Observação: EDOLH: uma EDOL de 2a ordem é homogênea se


00 0
r (x ) = 0, isto é, y + p(x )y + q(x )y = 0. Observe que y = 0 é solução
da EDOL homogênea, chamada solução trivial.

8
Teoria das Soluções

Teorema
Se yg é a solução geral de
00 0
y + p(x )y + q(x )y = 0

e yp é uma solução particular de


 00 0
 y + p(x )y + q(x )y = r (x )

y (x0 ) = a
 y 0 (x ) = b

0

então yg + yp e a solução geral de


00 0
y + p(x )y + q(x )y = r (x ).

8
Teoria das Soluções

Demonstração do Teorema:
Suponhamos que yg = yg (x , c1 , c2 ) seja a solução geral de
00 0
y + p(x )y + q(x )y = 0, e que yp = yp (x ) seja a solução particular de
 00 0
 y + p(x )y + q(x )y = r (x )

y (x0 ) = a
 y 0 (x ) = b

0

8
Teoria das Soluções

Demonstração do Teorema:
Se y = y (x ) é uma solução qualquer da equação acima, então
00 0
(y − yp ) + p(x )(y − yp ) + q(x )(y − yp )
00 0 00 0
= [y + p(x )y + q(x )y ] − [yp + p(x )yp + q(x )yp ]
= r (x ) − r (x ) = 0
00 0
ou seja, y (x ) − yp (x ) é solução de y + p(x )y + q(x )y = 0. Como yg é
00 0
a solução geral de y + p(x )y + q(x )y = 0, segue que
y (x ) − yp (x ) = yg (x , c1 , c2 ), ou seja,

y (x ) = yp (x ) + yg (x , c1 , c2 )

para uma escolha adequada das constantes c1 e c2 .

8
Teoria das Soluções

Conclusão: o problema central da teoria das EDO lineares é o de


resolver a equação homogênea correspodente.

8
Teoria das Soluções

Teorema: (Principio da superposição)


Se y1 e y2 são duas soluções da EDO
00 0
y + p(x )y + q(x )y = 0,

então y = c1 y1 + c2 y2 também é solução da EDOLH, onde c1 e c2 são


constantes arbitrárias.

9
Teoria das Soluções

Demonstração do Teorema:
Seja L o seguinte operador:
00 0
L(y ) = y + p(x )y + q(x )y
Temos que L é um operador linear. Por hipótese, y1 e y2 são soluções da
EDO, ou seja,
( 00 0
y1 + p(x )y1 + q(x )y1 = 0
00 0
y2 + p(x )y2 + q(x )y2 = 0
Seja y = c1 y1 + c2 y2 , com c1 e c2 constantes arbitrárias. Assim,
L(y ) = L(c1 y1 + c2 y2 )
= c1 L(y1 ) + c2 L(y2 )
= c1 .0 + c2 .0
= 0
Logo y = c1 y1 + c2 y2 também é solução da EDO.
9
Teoria das Soluções

Definição:
Duas funções y1 , y2 são ditas linearmente dependentes (LD) num certo
intervalo I, se elas forem multiplas uma da outra. Isto é, y1 , y2 são LD
num intervalo I se existirem constantes c1 , c2 não ambas nulas, tal que
c1 y1 + c2 y2 = 0 em todo intervalo I. Caso contrário, y1 , y2 são ditas
linearmente independentes (LI).

9
Teoria das Soluções

Exemplo:
Resolva o PVI  00
0
 y − 5y + 6y = 0

y (0) = 2
 y 0 (0) = −3

onde y1 = e 2t e y2 = e 3t são soluções da EDO acima.

10
Teoria das Soluções

Exemplo:

 Pelo principio da superposição, temos que

y = c1 e 2t + c2 e 3t

é solução da EDO.
 Tomando y (0) = 2, temos

2 = y (0) = c1 + c2 .

 Derivando y = c1 e 2t + c2 e 3t , temos
0
y = 2c1 e 2t + 3c2 e 3t .

10
Teoria das Soluções

Exemplo:
0
 Tomando y (0) = −3, temos

−3 = y 0 (0) = 2c1 + 3c2 .

 Logo, temos o sistema


(
c1 + c2 = 2
2c1 + 3c2 = −3

o que implica que c2 = −7 e c1 = 9.


 Logo a solução da PVI é

y (t) = 9e 2t − 7e 3t .

10
Teoria das Soluções

Definição.
Um CONJUNTO FUNDAMENTAL DE SOLUÇÕES de uma EDOLH no
intervalo I, é um par de soluções LI em I.

 Considere a EDO
00 0
y + p(x )y + q(x )y = 0

e sejam y1 , y2 soluções da EDOLH acima.


 Fixamos x = x0 tal que tenhamos o PVI
 00 0
 y + p(x )y + q(x )y = 0

y (x0 ) = a
 y 0 (x ) = b

0

com a,b constantes arbitrárias.

11
Teoria das Soluções

 Pelo principio da superposição


y (x ) = c1 y1 + c2 y2
também é solução da EDOLH, com c1 , c2 constantes.
 Para achar a solução do PVI, apliquemos as condições iniciais, e
teremos (
c1 y1 (x0 ) + c2 y2 (x0 ) = a
0 0
c1 y1 (x0 ) + c2 y2 (x0 ) = b
ou equivalentemente,
" #" # " #
y1 (x0 ) y2 (x0 ) c1 a
0 0 =
y1 (x0 ) y2 (x0 ) c2 b
 Esse sistema tem solução única (ou seja, c1 e c2 são únicos) se, e
somente se,
" #
y1 (x0 ) y2 (x0 )
det 0 0 6= 0
y1 (x0 ) y2 (x0 )
11
Teoria das Soluções

Definição:
Sejam y1 , y2 duas funções. O Wronskiano de y1 , y2 é o determinante,
denotado por W (y1 , y2 ), dado por
" #
y1 (t) y2 (t)
W (y1 , y2 ) = det 0 0
y1 (t) y2 (t)

11
Teoria das Soluções

Exemplo:
Para y1 = e 2t e y2 = e 3t , temos
" #
e 2t e 3t
W (e 2t , e 3t ) = det
2e 2t 3e 3t
= 3e 2t e 3t − 2e 2t e 3t
= e 5t

11
Teoria das Soluções

Teorema.
Se y1 , y2 são funções LD, então W (y1 , y2 ) = 0.
Demonstração.
Se y1 , y2 são funções LD, então existe c ∈ K tal que y2 = cy1 . Logo

y1 cy1
W (y1 , y2 ) = 0 0 = 0,
y1 cy1

pois uma coluna é multipla da outra.

12
Teoria das Soluções

6 y1 , y2 são funções LD.


Observação: W (y1 , y2 ) = 0=⇒
Exemplo.
 Considere y1 = x 3 e y2 = |x 3 |, definidas num intervalo I = [−1, 1].
 Temos que

(  3x 2 , se x > 0
3 x 3 , se x ≥ 0 d(|x 3 |) 
|x | = =⇒ = 0, se x = 0
−x 3 , se x < 0 dx  −3x 2 ,

se x < 0
 Sendo assim, para x > 0, temos
x3 x3
W (x 3 , |x 3 |) = = 0,
3x 2 3x 2
 para x = 0, temos
0 0
W (x 3 , |x 3 |) = =0
0 0

12
Teoria das Soluções

 e para x < 0, temos

x3 −x 3
W (x 3 , |x 3 |) = =0
3x 2 −3x 2

 Agora, sejam c1 , c2 ∈ K tal que c1 x 3 + c2 |x 3 | = 0. Para x ≥ 0 e


para x < 0, temos
)
c1 x 3 + c2 x 3 = 0
=⇒ c1 = c2 = 0
c1 x 3 − c2 x 3 = 0

 Logo, {x 3 , |x 3 |} é LI.

12
Teoria das Soluções

Teorema.
Sejam y1 , y2 soluções da EDOLH
00 0
y + p(t)y + q(t)y = 0

Então y1 , y2 são LD se, e somente se, W (y1 , y2 ) = 0


Demonstração.
=⇒

 Se y1 , y2 são funções LD, então, por teorema, W (y1 , y2 ) = 0

13
Teoria das Soluções

⇐=

 Temos como hipóteses que W (y1 , y2 ) = 0 e que y1 , y2 são soluções


da EDO.
 Pelo Princípio da Superposição,

y (t) = c1 y1 + c2 y2

também é solução da EDO.


 Fixemos t = t0 , e consideremos o PVI
 00 0
 y + p(t)y + q(t)y = 0

y (t0 ) = 0
 y 0 (t ) = 0

0

13
Teoria das Soluções

 Em t = t0
(
c1 y1 (t0 ) + c2 y2 (t0 ) = 0
0 0
c1 y1 (t0 ) + c2 y2 (t0 ) = 0

ou equivalentemente,
" #" # " #
y1 (t0 ) y2 (t0 ) c1 0
0 0 =
y1 (t0 ) y2 (t0 ) c2 0

 Como, por hipótese,


" #
y1 (t0 ) y2 (t0 )
W (y1 , y2 ) = det 0 0 = 0,
y1 (t0 ) y2 (t0 )

então existem infinitas soluções para o sistema, isto é, c1 , c2 não são


simultaneamente nulos.
13
Teoria das Soluções

 Temos que y (t) = c1 y1 + c2 y2 é solução do PVI. Mas y = 0 também


é solução do PVI, e como a solução é única, temos c1 y1 + c2 y2 = 0.
 Como c1 , c2 são não nulos, então y1 , y2 são funções LD.

13
Teoria das Soluções

Teorema de Abel.
Sejam y2 , y2 duas soluções da EDOLH
00
y + p(t)y 0 + q(t)y = 0,

e seja W (y1 , y2 ) o seu wronskiano.


Então o wronskiano satisfaz a EDO de 1a ordem
0
W + p(t)W = 0

14
Teoria das Soluções

Demonstração.

 Temos:
y1 y2 0 0
W (y1 , y2 ) = 0 0 = y1 y2 − y1 y2
y1 y2
e
0 0 0 00 0 0 00 00 00
W = y1 y2 + y1 y2 − y1 y2 − y2 y1 = y1 y2 − y2 y1
00
 Como y1 , y2 são soluções de y + p(t)y 0 + q(t)y = 0 temos
( 00 0
y1 + p(t)y1 + q(t)y1 = 0
00 0
y2 + p(t)y2 + q(t)y2 = 0

( 00 0
y1 y2 + p(t)y1 y2 + q(t)y1 y2 = 0
∼ 00 0
y1 y2 + p(t)y1 y2 + q(t)y1 y2 = 0

14
Teoria das Soluções

 Subtraindo a segunda da linha da primeira, temos


00 00 0 0
(y1 y2 − y1 y2 ) + p(t)(y1 y2 − y1 y2 ) = 0,

o que implica que


0
W + p(t)W = 0.

14
Teoria das Soluções

Observação.
0
Observe que, resolvendo a equação W + p(t)W = 0, temos
0
W + p(t)W = 0
dW
⇐⇒ = −p(t)W
dt
1
⇐⇒ dW = −p(t)dt
W Z
⇐⇒ ln |W | = −p(t)dt
R
⇐⇒ W = Ce − p(t)dt

14
Teoria das Soluções

Corolário.
00 0
Se y1 , y2 são soluções da EDOLH y + p(t)y + q(t)y = 0 em I ⊆ R,
então uma das seguintes alternativas acontece:

i) W (y1 , y2 ) = 0, ∀ t ∈ I
ii) W (y1 , y2 ) 6= 0, ∀ t ∈ I

14
Teoria das Soluções

Demonstração.

 Suponhamos que existe t0 ∈ I tal que W (y1 (t0 ), y2 (t0 )) = 0. Então,


R
0 = W (t0 ) = Ce − p(t)dt =⇒ C = 0

 Logo W (t) = 0, ∀ t ∈ I
 Suponhamos que existe t0 ∈ I tal que W (y1 (t0 ), y2 (t0 )) = α 6= 0.
Então,
α
R
α = W (t0 ) = Ce − p(t)dt ⇐⇒ C = R
− p(t)dt
e
 Logo, W (t) 6= 0, ∀ t ∈ I.

14
Teoria das Soluções

Exemplo.
Consideremos as funções y1 = t, y2 = t 2 . Vamos procurar uma EDO de
2a ordem tal que y1 , y2 sejam soluções desta EDO. Pelo pricipio da
superposição, y (t) = c1 t + c2 t 2 também seria solução desta EDO. Temos

2
 c1 t + c2 t − y (t) = 0

0
c1 + 2c2 t − y (t) = 0
 0 + 2c − y 00 (t) = 0

2

ou equivalentemente,
    
t t2 y c1 0
0 
1 2t y   c2  = 0
   
00
0 2c2 y −1 0
| {z }
A

14
Teoria das Soluções

Exemplo.
Como (c1 , c2 , −1) é solução não trivial, então, det A = 0, isto é,
W (t, t 2 , y (t)) = 0.
00
00 00 y
De 0 + 2c2 − y (t) = 0, temos 2c2 = y ⇐⇒ c2 =
2
00
0 0 0 y 0 00
De c1 + 2c2 t − y (t) = 0, temos c1 = y − 2c2 t = y − 2 t =y −y t
2
De c1 t + c2 t 2 − y (t) = 0, temos
00
2 2
0 00 y 2 0 00 00 t 0 00 t
y (t) = (y − y t)t + t = y t − y t2 + y =y t −y
2 2 2

14
Teoria das Soluções

Exemplo.
Logo

t 2 00 0
y − ty + y = 0
2
00 0
⇐⇒ t 2 y − 2ty + 2y = 0

Note que
" #
t t2
det = 2t 2 − t 2 = t 2 6= 0, ∀t 6= 0
1 2t

14
Teoria das Soluções

Exemplo.
Mas W (0) = 0 (contradição com o corolário). Mas note que o teorema
de existência e unicidade é para uma EDO na forma normal
00 0
y + p(t)y + q(t)y = 0. Sendo assim, reescrevendo a EDO
00 0
t 2 y − 2ty + 2y = 0 na forma linear homogênea, temos
00 2 0 2
y − y + 2y = 0
t t
Assim
−2
p(t) = , ∀t ∈ R\{0}
t
2
q(t) = 2 , ∀t ∈ R\{0}
t
Como p(t) e q(t) não estão definidas em t = 0, o corolário não é
contraditado.

14
Método de D’Alembert
Método de D’Alembert

 Esse método é usado para obter uma solução LI a partir de uma


solução conhecida.
 Consideremos que y1 = y1 (x ) 6= 0 seja uma solução conhecida de
00 0
y + p(x )y + q(x )y = 0.

 Assim, cy1 (x ) também é solução da equação,∀c ∈ K. Mas {y1 , cy1 }


seria um conjunto de funções LD.
 Idéia: substituir c por uma função desconhecida V (x ), e determinar
V tal que
y2 = Vy1
seja outra solução da EDO. Desse modo obteríamos um par de
soluções LI.

15
Método de D’Alembert

00 0
 Nota: Como um conjunto de soluções de y + p(x )y + q(x )y = 0
y2
deve ser LI, = V deve ser uma função não constante de x.
y1
00 0
 Consideremos y2 = Vy1 uma solução de y + p(x )y + q(x )y = 0.
Logo,
00 0
y2 + p(x )y2 + q(x )y2 = 0
 Derivando y2 , temos
0 0 0
y2 = V y1 + Vy1
00 00 0 0 00
y2 = V y1 + 2V y1 + Vy1

15
Método de D’Alembert

 Substituindo na EDO, temos que


00 0 0 00 0
(V y1 + 2V y1 + Vy1 ) + p(x )(V y0 + Vy11 ) + q(x )y1 V = 0
00 0 0 00 0
⇐⇒ y1 V + (2y1 + p(x )y1 )V + (y1 + p(x )y1 + q(x )y1 ) V = 0
| {z }
=0,pois y1 é solução da EDO
00 0 0
⇐⇒ y1 V + (2y1 + p(x )y1 )V = 0

 Temos uma EDO de 2a ordem redutível à 1a ordem. Façamos


0 00 0
V = z, V = z . Logo, temos a EDO
0
0 (2y1 + p(x )y1 )
z + z =0
y1

15
Método de D’Alembert

Exemplo.
cos x
Sabendo que y1 = é uma solução LI da EDOLH
00 0
x
xy + 2y + xy = 0, ache uma solução LI da primeira.

 Seja y2 = V (x )y1 ,, V não constante. Derivando y2 , temos


0 0 0
y2 = V y1 + Vy1
00 00 0 0 00
y2 = V y1 + 2V y1 + Vy1

15
Método de D’Alembert

 Substituindo na EDO, temos


00 0 0 00 0 0
x (V y1 + 2V y1 + Vy1 ) + 2(V y1 + Vy1 ) + xVy1 = 0
00 0 0 00 0
⇐⇒ (xy1 )V + (2xy1 + 2y1 )V + (xy1 + 2y1 + xy1 )V = 0
00 0 0
⇐⇒ (xy1 )V + (2xy1 + 2y1 )V = 0
     
cos x 00 − sen x .x − cos x cos x 0
⇐⇒ x V + 2x 2
+2 V =0
x x x
 
cos x cos x 0
⇐⇒ cos xV 00 + −2 sen x − 2 +2 V =0
x x
00 0
⇐⇒ cos xV − 2 sen xV = 0

15
Método de D’Alembert

0 00 0
 Façamos Z = V . Logo V = Z . Assim, temos
0 sen x
Z −2 Z =0
cos x
dZ sen x
⇐⇒ =2 Z
dx cos x
1 sen x
⇐⇒ dZ = 2 dx
Z cos x
 Integrando no intervalo I, temos
Z Z
1
dZ = 2 tg x dx
I Z I
⇐⇒ ln |Z | = 2 ln | sec x |
⇐⇒ ln |Z | = ln sec2 x
⇐⇒ Z = sec2 x

15
Método de D’Alembert

0
 Como Z = V , temos
Z
dV
= sec2 x ⇐⇒ V = sec2 x dx = tg x
dx
 Assim
cos x sen x cos
y2 = Vy1 = (tg(x )) =
x cos x x
 Logo a solução geral da EDOLH é dada por
sen x cos x
y (x ) = c1 + c2
x x

15
Método de D’Alembert

Exemplo.
Sabendo que y1 = x é solução da EDOLH

00 0
(1 − x 2 )y − 2xy + 2y = 0,
encontre a solução geral desta EDO.
 Seja y2 = Vy1 . Derivando y2 , temos
( 0 0 0
y2 = V y1 + Vy1
00 00 0 0 00
y2 = V y1 + 2V y1 + Vy1

15
Método de D’Alembert

 Substituindo na EDO, temos


00 0 0 00 0 0
(1 − x 2 )(V y1 + 2V y1 + Vy1 ) − 2x (V y1 + Vy1 ) + 2Vy1 = 0
    
00
2 0 0 00 0
⇐⇒ (1 − x )y1 V + 2(1 − x )y1 − 2xy1 V + (1 − x 2 )y1 − 2xy1
2

0
2(1 − x 2 )y1 − 2xy1
 
00 0
⇐⇒ V + V =0
(1 − x 2 )y1

 Substituindo y1 = x , temos

2(1 − x 2 ) − 2x 2
 
00 0
V + V =0
(1 − x 2 )x

15
Método de D’Alembert

0
 Fazendo Z = V , temos
 
0 2 2x
Z + − Z =0
x (1 − x 2 )

−2x
 Decompondo em frações parciais, temos
(1 − x 2 )
2x 2x A B A(x +1)+B(x −1)
x 2 −1 = (x −1)(x +1) = x −1 + x +1 = x 2 −1
(
A+B =2
⇐⇒ =⇒ A = B = 1
A−B =0

15
Método de D’Alembert

 Assim, temos
 
0 2 1 1
Z + + + Z =0
x x −1 x +1
 
dZ 2 1 1
⇐⇒ =− + + Z
dx x x −1 x +1
 
dZ 2 1 1
⇐⇒ =− + + dx
Z x x −1 x +1

 Integrando em I, temos:
 
ln |Z | = − 2 ln |x | + ln |x − 1| + ln |x + 1|
 
= − ln x 2 + ln |x − 1| + ln |x + 1|
 
= − ln x 2 |x − 1||x + 1|

1
= ln 15
x 2 |x − 1||x + 1|
Método de D’Alembert

 Assim,
1
Z=
x 2 (x − 1)(x + 1)
0
 Lembrando que Z = V , temos
Z
dV 1 1
= 2 ⇐⇒ V = dx
dx x (x − 1)(x + 1) I x 2 (x − 1)(x + 1)

15
Método de D’Alembert

 Decompondo o integrando em frações parciais, temos


1 A B C D
= + 2+ +
x 2 (x − 1)(x + 1) x x x −1 x +1
Ax 2 (x −1)(x +1)+Bx (x −1)(x +1)+Cx 3 (x +1)+Dx 3 (x −1)
= xx 2 (x −1)(x +1)
Ax (x 2 −1)+B(x 2 −1)+Cx 2 (x +1)+Dx 2 (x −1)
= x 2 (x −1)(x +1)

 Temos o sistema
 

 A +C +D =0 
 A=0
 
 B+C −D =0  B = −1
=⇒

 −A = 0 
 C = 21
 
−B =0 D = − 12
 

15
Método de D’Alembert

 Logo:

1
− 12
Z Z Z
1 2
V = − 2 dx + dx + dx
I x I (x − 1) (x + 1)
 I
1 1
= + ln |x − 1| − ln |x + 1|
x 2
r
1 1 x −1 1 x −1
= + ln = + ln
x 2 x +1 x x +1

15
Método de D’Alembert

 Concluindo,

y2 = Vy1
 r 
1 x −1
⇐⇒ y2 = + ln x
x x +1
r
x −1
⇐⇒ y2 = 1 + x ln
x +1

 Logo a solução geral é dada por


 r 
x −1
y (x ) = c1 x + c2 1 + x ln
x +2

15
Perguntas?

15

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