EDOs-Aula6
EDOs-Aula6
EDOs-Aula6
7o Semestre
d 2y dy
+ P(x ) + Q(x )y = R(x )
dx 2 dx
ou
00 0
y + p(x )y + q(x )y = r (x )
1
Redução de Ordem
0 00
Redução de Ordem: Caso F (x , y , y ) = 0
0 00 dp
façamos a mudança de variável: y = p e y =
dx
2
Redução de Ordem
Exemplo:
Considere a equação
00 0
xy − y = 3x 2
Fazendo a mudança de variável indicada, temos:
dp
x − p = 3x 2
dx
dp 1
⇐⇒ − p = 3x
dx x
1
R R 1 1
e p(x )dx
= e− x dx = e − ln |x |+c = e ln | x |+c = A
x
3
Redução de Ordem
Exemplo:
Escolhemos como fator integrante x1 . Daí, temos
d 1 1
p = 3x
dx x x
Integrando, temos
1
p = 3x + c1
x
⇐⇒ p = 3x 2 + c1 x
dy
Mas, = p, e então,
dx
dy
= p = 3x 2 + c1 x .
dx
Integrando, temos
x2
y = x 3 + c1 + c2
2
4
Redução de Ordem
0 00
Redução de Ordem: Caso F (y , y , y ) = 0
Se tivermos uma EDO da forma:
0 00
F (y , y , y ) = 0,
5
Redução de Ordem
Exemplo:
Considere a equação
00
y + k 2 y = 0,
onde k é uma constante.
Fazendo a mudança de variável indicada, podemos reescrever a
equação como
dp
p + k 2y = 0
dy
ou
pdp = −k 2 ydy
Integrando, temos
p2
2
y
= −k 2 + c1
2 2
2 2 2
p +k y
⇐⇒ = −k 2 c1
2
6
Redução de Ordem
Exemplo:
p 2 + k 2 y 2 = k 2 A2
p
⇐⇒ p = ± k 2 A2 − k 2 y 2
p
⇐⇒ p = ±k A2 − y 2
dy
Como dx = p, temos
dy p
= ±k A2 − y 2
dx
dy
⇐⇒ p = ±kdx
A2 − y 2
7
Redução de Ordem
Exemplo:
y = c1 sen kx + c2 cos kx
7
Teoria das Soluções
Teoria das Soluções
Definições e Teoremas.
Teorema de existência de unicidade
00 0
Dada uma EDOL de 2a ordem y + p(x )y + q(x )y = r (x ), onde p,q,r
estão definidas num certo intevalo I, sejam x0 ∈ I e a,b constantes.
Então existe uma e somente uma solução para a seguinte PVI
00 0
y + p(x )y + q(x )y = r (x )
y (x0 ) = a
y 0 (x ) = b
0
8
Teoria das Soluções
8
Teoria das Soluções
Teorema
Se yg é a solução geral de
00 0
y + p(x )y + q(x )y = 0
8
Teoria das Soluções
Demonstração do Teorema:
Suponhamos que yg = yg (x , c1 , c2 ) seja a solução geral de
00 0
y + p(x )y + q(x )y = 0, e que yp = yp (x ) seja a solução particular de
00 0
y + p(x )y + q(x )y = r (x )
y (x0 ) = a
y 0 (x ) = b
0
8
Teoria das Soluções
Demonstração do Teorema:
Se y = y (x ) é uma solução qualquer da equação acima, então
00 0
(y − yp ) + p(x )(y − yp ) + q(x )(y − yp )
00 0 00 0
= [y + p(x )y + q(x )y ] − [yp + p(x )yp + q(x )yp ]
= r (x ) − r (x ) = 0
00 0
ou seja, y (x ) − yp (x ) é solução de y + p(x )y + q(x )y = 0. Como yg é
00 0
a solução geral de y + p(x )y + q(x )y = 0, segue que
y (x ) − yp (x ) = yg (x , c1 , c2 ), ou seja,
y (x ) = yp (x ) + yg (x , c1 , c2 )
8
Teoria das Soluções
8
Teoria das Soluções
9
Teoria das Soluções
Demonstração do Teorema:
Seja L o seguinte operador:
00 0
L(y ) = y + p(x )y + q(x )y
Temos que L é um operador linear. Por hipótese, y1 e y2 são soluções da
EDO, ou seja,
( 00 0
y1 + p(x )y1 + q(x )y1 = 0
00 0
y2 + p(x )y2 + q(x )y2 = 0
Seja y = c1 y1 + c2 y2 , com c1 e c2 constantes arbitrárias. Assim,
L(y ) = L(c1 y1 + c2 y2 )
= c1 L(y1 ) + c2 L(y2 )
= c1 .0 + c2 .0
= 0
Logo y = c1 y1 + c2 y2 também é solução da EDO.
9
Teoria das Soluções
Definição:
Duas funções y1 , y2 são ditas linearmente dependentes (LD) num certo
intervalo I, se elas forem multiplas uma da outra. Isto é, y1 , y2 são LD
num intervalo I se existirem constantes c1 , c2 não ambas nulas, tal que
c1 y1 + c2 y2 = 0 em todo intervalo I. Caso contrário, y1 , y2 são ditas
linearmente independentes (LI).
9
Teoria das Soluções
Exemplo:
Resolva o PVI 00
0
y − 5y + 6y = 0
y (0) = 2
y 0 (0) = −3
10
Teoria das Soluções
Exemplo:
y = c1 e 2t + c2 e 3t
é solução da EDO.
Tomando y (0) = 2, temos
2 = y (0) = c1 + c2 .
Derivando y = c1 e 2t + c2 e 3t , temos
0
y = 2c1 e 2t + 3c2 e 3t .
10
Teoria das Soluções
Exemplo:
0
Tomando y (0) = −3, temos
y (t) = 9e 2t − 7e 3t .
10
Teoria das Soluções
Definição.
Um CONJUNTO FUNDAMENTAL DE SOLUÇÕES de uma EDOLH no
intervalo I, é um par de soluções LI em I.
Considere a EDO
00 0
y + p(x )y + q(x )y = 0
11
Teoria das Soluções
Definição:
Sejam y1 , y2 duas funções. O Wronskiano de y1 , y2 é o determinante,
denotado por W (y1 , y2 ), dado por
" #
y1 (t) y2 (t)
W (y1 , y2 ) = det 0 0
y1 (t) y2 (t)
11
Teoria das Soluções
Exemplo:
Para y1 = e 2t e y2 = e 3t , temos
" #
e 2t e 3t
W (e 2t , e 3t ) = det
2e 2t 3e 3t
= 3e 2t e 3t − 2e 2t e 3t
= e 5t
11
Teoria das Soluções
Teorema.
Se y1 , y2 são funções LD, então W (y1 , y2 ) = 0.
Demonstração.
Se y1 , y2 são funções LD, então existe c ∈ K tal que y2 = cy1 . Logo
y1 cy1
W (y1 , y2 ) = 0 0 = 0,
y1 cy1
12
Teoria das Soluções
12
Teoria das Soluções
x3 −x 3
W (x 3 , |x 3 |) = =0
3x 2 −3x 2
Logo, {x 3 , |x 3 |} é LI.
12
Teoria das Soluções
Teorema.
Sejam y1 , y2 soluções da EDOLH
00 0
y + p(t)y + q(t)y = 0
13
Teoria das Soluções
⇐=
y (t) = c1 y1 + c2 y2
13
Teoria das Soluções
Em t = t0
(
c1 y1 (t0 ) + c2 y2 (t0 ) = 0
0 0
c1 y1 (t0 ) + c2 y2 (t0 ) = 0
ou equivalentemente,
" #" # " #
y1 (t0 ) y2 (t0 ) c1 0
0 0 =
y1 (t0 ) y2 (t0 ) c2 0
13
Teoria das Soluções
Teorema de Abel.
Sejam y2 , y2 duas soluções da EDOLH
00
y + p(t)y 0 + q(t)y = 0,
14
Teoria das Soluções
Demonstração.
Temos:
y1 y2 0 0
W (y1 , y2 ) = 0 0 = y1 y2 − y1 y2
y1 y2
e
0 0 0 00 0 0 00 00 00
W = y1 y2 + y1 y2 − y1 y2 − y2 y1 = y1 y2 − y2 y1
00
Como y1 , y2 são soluções de y + p(t)y 0 + q(t)y = 0 temos
( 00 0
y1 + p(t)y1 + q(t)y1 = 0
00 0
y2 + p(t)y2 + q(t)y2 = 0
( 00 0
y1 y2 + p(t)y1 y2 + q(t)y1 y2 = 0
∼ 00 0
y1 y2 + p(t)y1 y2 + q(t)y1 y2 = 0
14
Teoria das Soluções
14
Teoria das Soluções
Observação.
0
Observe que, resolvendo a equação W + p(t)W = 0, temos
0
W + p(t)W = 0
dW
⇐⇒ = −p(t)W
dt
1
⇐⇒ dW = −p(t)dt
W Z
⇐⇒ ln |W | = −p(t)dt
R
⇐⇒ W = Ce − p(t)dt
14
Teoria das Soluções
Corolário.
00 0
Se y1 , y2 são soluções da EDOLH y + p(t)y + q(t)y = 0 em I ⊆ R,
então uma das seguintes alternativas acontece:
i) W (y1 , y2 ) = 0, ∀ t ∈ I
ii) W (y1 , y2 ) 6= 0, ∀ t ∈ I
14
Teoria das Soluções
Demonstração.
Logo W (t) = 0, ∀ t ∈ I
Suponhamos que existe t0 ∈ I tal que W (y1 (t0 ), y2 (t0 )) = α 6= 0.
Então,
α
R
α = W (t0 ) = Ce − p(t)dt ⇐⇒ C = R
− p(t)dt
e
Logo, W (t) 6= 0, ∀ t ∈ I.
14
Teoria das Soluções
Exemplo.
Consideremos as funções y1 = t, y2 = t 2 . Vamos procurar uma EDO de
2a ordem tal que y1 , y2 sejam soluções desta EDO. Pelo pricipio da
superposição, y (t) = c1 t + c2 t 2 também seria solução desta EDO. Temos
2
c1 t + c2 t − y (t) = 0
0
c1 + 2c2 t − y (t) = 0
0 + 2c − y 00 (t) = 0
2
ou equivalentemente,
t t2 y c1 0
0
1 2t y c2 = 0
00
0 2c2 y −1 0
| {z }
A
14
Teoria das Soluções
Exemplo.
Como (c1 , c2 , −1) é solução não trivial, então, det A = 0, isto é,
W (t, t 2 , y (t)) = 0.
00
00 00 y
De 0 + 2c2 − y (t) = 0, temos 2c2 = y ⇐⇒ c2 =
2
00
0 0 0 y 0 00
De c1 + 2c2 t − y (t) = 0, temos c1 = y − 2c2 t = y − 2 t =y −y t
2
De c1 t + c2 t 2 − y (t) = 0, temos
00
2 2
0 00 y 2 0 00 00 t 0 00 t
y (t) = (y − y t)t + t = y t − y t2 + y =y t −y
2 2 2
14
Teoria das Soluções
Exemplo.
Logo
t 2 00 0
y − ty + y = 0
2
00 0
⇐⇒ t 2 y − 2ty + 2y = 0
Note que
" #
t t2
det = 2t 2 − t 2 = t 2 6= 0, ∀t 6= 0
1 2t
14
Teoria das Soluções
Exemplo.
Mas W (0) = 0 (contradição com o corolário). Mas note que o teorema
de existência e unicidade é para uma EDO na forma normal
00 0
y + p(t)y + q(t)y = 0. Sendo assim, reescrevendo a EDO
00 0
t 2 y − 2ty + 2y = 0 na forma linear homogênea, temos
00 2 0 2
y − y + 2y = 0
t t
Assim
−2
p(t) = , ∀t ∈ R\{0}
t
2
q(t) = 2 , ∀t ∈ R\{0}
t
Como p(t) e q(t) não estão definidas em t = 0, o corolário não é
contraditado.
14
Método de D’Alembert
Método de D’Alembert
15
Método de D’Alembert
00 0
Nota: Como um conjunto de soluções de y + p(x )y + q(x )y = 0
y2
deve ser LI, = V deve ser uma função não constante de x.
y1
00 0
Consideremos y2 = Vy1 uma solução de y + p(x )y + q(x )y = 0.
Logo,
00 0
y2 + p(x )y2 + q(x )y2 = 0
Derivando y2 , temos
0 0 0
y2 = V y1 + Vy1
00 00 0 0 00
y2 = V y1 + 2V y1 + Vy1
15
Método de D’Alembert
15
Método de D’Alembert
Exemplo.
cos x
Sabendo que y1 = é uma solução LI da EDOLH
00 0
x
xy + 2y + xy = 0, ache uma solução LI da primeira.
15
Método de D’Alembert
15
Método de D’Alembert
0 00 0
Façamos Z = V . Logo V = Z . Assim, temos
0 sen x
Z −2 Z =0
cos x
dZ sen x
⇐⇒ =2 Z
dx cos x
1 sen x
⇐⇒ dZ = 2 dx
Z cos x
Integrando no intervalo I, temos
Z Z
1
dZ = 2 tg x dx
I Z I
⇐⇒ ln |Z | = 2 ln | sec x |
⇐⇒ ln |Z | = ln sec2 x
⇐⇒ Z = sec2 x
15
Método de D’Alembert
0
Como Z = V , temos
Z
dV
= sec2 x ⇐⇒ V = sec2 x dx = tg x
dx
Assim
cos x sen x cos
y2 = Vy1 = (tg(x )) =
x cos x x
Logo a solução geral da EDOLH é dada por
sen x cos x
y (x ) = c1 + c2
x x
15
Método de D’Alembert
Exemplo.
Sabendo que y1 = x é solução da EDOLH
00 0
(1 − x 2 )y − 2xy + 2y = 0,
encontre a solução geral desta EDO.
Seja y2 = Vy1 . Derivando y2 , temos
( 0 0 0
y2 = V y1 + Vy1
00 00 0 0 00
y2 = V y1 + 2V y1 + Vy1
15
Método de D’Alembert
0
2(1 − x 2 )y1 − 2xy1
00 0
⇐⇒ V + V =0
(1 − x 2 )y1
Substituindo y1 = x , temos
2(1 − x 2 ) − 2x 2
00 0
V + V =0
(1 − x 2 )x
15
Método de D’Alembert
0
Fazendo Z = V , temos
0 2 2x
Z + − Z =0
x (1 − x 2 )
−2x
Decompondo em frações parciais, temos
(1 − x 2 )
2x 2x A B A(x +1)+B(x −1)
x 2 −1 = (x −1)(x +1) = x −1 + x +1 = x 2 −1
(
A+B =2
⇐⇒ =⇒ A = B = 1
A−B =0
15
Método de D’Alembert
Assim, temos
0 2 1 1
Z + + + Z =0
x x −1 x +1
dZ 2 1 1
⇐⇒ =− + + Z
dx x x −1 x +1
dZ 2 1 1
⇐⇒ =− + + dx
Z x x −1 x +1
Integrando em I, temos:
ln |Z | = − 2 ln |x | + ln |x − 1| + ln |x + 1|
= − ln x 2 + ln |x − 1| + ln |x + 1|
= − ln x 2 |x − 1||x + 1|
1
= ln 15
x 2 |x − 1||x + 1|
Método de D’Alembert
Assim,
1
Z=
x 2 (x − 1)(x + 1)
0
Lembrando que Z = V , temos
Z
dV 1 1
= 2 ⇐⇒ V = dx
dx x (x − 1)(x + 1) I x 2 (x − 1)(x + 1)
15
Método de D’Alembert
Temos o sistema
A +C +D =0
A=0
B+C −D =0 B = −1
=⇒
−A = 0
C = 21
−B =0 D = − 12
15
Método de D’Alembert
Logo:
1
− 12
Z Z Z
1 2
V = − 2 dx + dx + dx
I x I (x − 1) (x + 1)
I
1 1
= + ln |x − 1| − ln |x + 1|
x 2
r
1 1 x −1 1 x −1
= + ln = + ln
x 2 x +1 x x +1
15
Método de D’Alembert
Concluindo,
y2 = Vy1
r
1 x −1
⇐⇒ y2 = + ln x
x x +1
r
x −1
⇐⇒ y2 = 1 + x ln
x +1
15
Perguntas?
15