trabalho constitucional

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 3

Ademais, o conceito de "ordem social" implica em uma visão de que a proteção

ambiental está intrinsicamente ligada aos direitos humanos, ao desenvolvimento


econômico e ao bem-estar social. O meio ambiente não é um bem isolado, mas está
entrelaçada com as condições de vida digna, com a saúde pública, a qualidade de vida, a
educação e a convivência comunitária. Portanto, a proteção ambiental não deve ser vista
como um obstáculo ao progresso econômico, mas sim como uma condição para o
próprio desenvolvimento, que respeite as necessidades sociais e a integridade ecológica.

Em síntese, o meio ambiente, enquanto parte integrante da ordem social constitucional


brasileira, não é um direito meramente individual, mas coletivo. Sua preservação é
fundamental para garantir a dignidade humana, a qualidade de vida e o equilíbrio entre
as necessidades do presente e os direitos das futuras gerações, criando uma sociedade
mais justa e sustentável.

Como parte integrante da ordem social constitucional do Brasil, o meio ambiente ocupa
uma posição central e fundamental na Constituição de 1988. A proteção ambiental não
se trata apenas de proteger a natureza, mas também de justiça social, qualidade de vida e
segurança. Direitos fundamentais das gerações presentes e futuras.

No contexto da Constituição Federal, o meio ambiente é considerado um direito de todos e


sua proteção é considerada uma responsabilidade do poder público e da sociedade. O artigo
225.º da Constituição afirma que todas as pessoas têm direito a um ambiente ecologicamente
equilibrado, essencial à saúde e ao bem-estar das pessoas. Este direito é reconhecido como
um direito de todos, incluindo as gerações atuais e futuras, e reflete um compromisso com a
sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável.

O conceito de Novo Estado Democrático e Ecológico, também conhecido como Estado


ambiental surgiu com a Constituição brasileira de 1988 e refletiu uma grande mudança na
forma como se entendia a relação entre o Estado, à sociedade e o meio ambiente. Neste novo
modelo, o ambiente é visto não apenas como um bem natural que precisa ser protegido, mas
como um direito fundamental de todos, diretamente ligado à dignidade humana, à saúde, ao
bem-estar e à qualidade de vida.

Um “Estado democrático sob o Estado de Direito” refere-se a um Estado que exerce a


soberania popular através de representantes eleitos democraticamente e garante e protege os
direitos básicos de todos os cidadãos. Este conceito está intimamente relacionado com a ideia
de que o poder do Estado é limitado pela constituição e pela lei e procura sempre proteger a
liberdade, a igualdade e a justiça.

No contexto brasileiro, a Constituição de 1988 estabeleceu um marco jurídico fundamental


para consolidar o Estado Democrático de Direito, com a inclusão de direitos sociais, civis e
culturais, e a criação de um sistema jurídico que garantisse a participação do cidadão nas
decisões políticas e a transparência nas ações do governo. Os direitos à democracia, à
liberdade de expressão, ao voto, à educação, à saúde, entre outros direitos, fazem parte dessa
visão de Estado.
Por fim, O Novo Estado Democrático e Ecológico de Direito, ou Estado Ambiental, configura-
se como um paradigma que transforma a visão tradicional do Estado, que antes se limitava a
assegurar direitos civis e políticos, para um modelo mais holístico e integrador, que reconhece
o meio ambiente como parte essencial para a realização de uma vida digna. Esse novo Estado
não apenas se preocupa com a preservação ambiental, mas também com a garantia de um
desenvolvimento sustentável, ético e justo para todas as gerações.

As queimadas têm se tornado um problema crescente em várias partes do mundo, e suas


consequências são dramáticas tanto para o meio ambiente quanto para a saúde pública e
a economia. Quando a vegetação é incendiada, uma série de substâncias tóxicas é
liberada no ar, como dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO), óxidos de
nitrogênio e partículas finas, que comprometem a qualidade do ar e afetam diretamente
a saúde das pessoas. A poluição gerada pelas queimadas é uma das principais causas de
problemas respiratórios, como asma e bronquite, além de doenças cardiovasculares. As
partículas finas, em particular, são extremamente prejudiciais, pois podem penetrar
profundamente nos pulmões e na corrente sanguínea, aumentando o risco de doenças
crônicas e até câncer. O impacto dessas emissões não se limita às áreas imediatamente
afetadas pelas queimadas, uma vez que a fumaça pode se espalhar por grandes
distâncias, atingindo regiões urbanas e afetando milhares de pessoas.

Além de sua contribuição para a poluição do ar, as queimadas também desempenham


um papel crucial no agravamento da seca em diversas regiões, especialmente nas áreas
tropicais e subtropicais. As florestas e outros ecossistemas naturais têm um papel vital
na regulação do ciclo da água, com as plantas absorvendo água do solo e liberando
vapor na atmosfera por meio da evapotranspiração. Esse processo ajuda a manter a
umidade no ambiente e a favorecer a formação de nuvens, o que contribui para a
ocorrência de chuvas. Quando as queimadas destroem grandes áreas de vegetação, essa
função é perdida, e a capacidade da terra de reter e liberar água é reduzida, o que
intensifica os efeitos da seca. Com o tempo, a destruição da cobertura vegetal cria um
ciclo vicioso: a perda de árvores e plantas agrava a secura do solo, tornando as áreas
mais vulneráveis a novos incêndios, o que por sua vez exacerba a aridez.

A combinação desses efeitos — poluição do ar e agravamento da seca — tem impactos


devastadores na economia e nas condições de vida das populações. A secura gerada
pelas queimadas afeta diretamente a agricultura e a pecuária, tornando as áreas mais
vulneráveis à falta de água e à perda de produtividade. Em regiões onde a agricultura é
uma das principais fontes de renda, a seca pode resultar em quedas significativas na
produção de alimentos, afetando a segurança alimentar e gerando uma crise econômica
local. Além disso, a escassez de água e a degradação do solo prejudicam a criação de
animais, o que afeta também a produção de carne e leite.
Em termos de saúde pública, os custos aumentam substancialmente, com uma maior
demanda por tratamentos médicos devido aos problemas respiratórios provocados pela
poluição. Hospitais e centros de saúde enfrentam sobrecarga, e os sistemas de saúde
pública, já frequentemente limitados, tornam-se ainda mais pressionados. Além disso, as
queimadas contribuem para o aumento do risco de desastres naturais, como enchentes e
deslizamentos de terra, que também têm consequências econômicas e sociais graves.

O enfrentamento desse problema requer uma abordagem integrada, que inclua políticas
públicas mais eficazes para combater a prática das queimadas, maior fiscalização e a
adoção de alternativas sustentáveis ao uso do fogo no manejo da terra. Além disso, é
fundamental promover a conscientização da população sobre os impactos das
queimadas, tanto em termos de saúde quanto em relação à degradação ambiental. A
preservação das florestas e outros ecossistemas naturais é essencial para garantir o
equilíbrio do ciclo da água, melhorar a qualidade do ar e evitar o agravamento da seca, o
que é crucial para a saúde humana e a segurança alimentar a longo prazo.

Você também pode gostar