Políticas Ambientais
Políticas Ambientais
Políticas Ambientais
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Figura 1 - Direito ambiental
De acordo com o conceito legal, disposto pelo art. 3º, inciso I, da Lei nº 6.938/81, meio ambiente é "[...] o
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas". (BRASIL, 1981).
Deve-se considerar que o escopo de "[...] ‘todas as formas de vida’ refere-se a elementos vivos - como a flora
e a fauna - e a elementos não vivos - como a água e o solo” (LIMA, 1999, on-line). Nesse sentido, proteger o
meio ambiente significa proteger todos os espaços que acomodam e permitem estilos de vida existentes.
Ante o exposto, é necessário enfatizar que o conceito jurídico de meio ambiente se refere apenas ao meio
ambiente natural, enquanto os ambientalistas estudam outros ambientes, como ambientes artificiais,
ambientes culturais e ambientes de trabalho. De acordo com Rodrigues (2019, on-line),
“ O meio ambiente é a interação de tudo que, situado nesse espaço, é essencial para
a vida humana com qualidade em todas as suas formas. Logo, a proteção do meio
ambiente compreende a tutela de um meio biótico (todos os seres vivos) e outro
abiótico (não vivo), porque é dessa interação, entre as diversas formas de cada
meio, que resultam a proteção, o abrigo e a regência de todas as formas de vida. „
Ademais, é importante mencionar que ter um ambiente equilibrado e sustentável é direito de terceira dimensão
garantido a todos, compreendido pela sua magnitude.
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Fique de olho
O conceito e a proteção ao meio ambiente são demasiadamente amplos,
especialmente quando insere na penalização da poluição uma proteção
específica ao ser humano, preocupando-se com sua saúde, segurança, bem-
estar, além das atividades sociais e econômicas que ligam o ser humano ao
meio ambiente. Assim, a amplitude a qual se insere o meio ambiente, também
contempla a sua relação direta com o ser humano e os seus direitos
fundamentais.
Sendo assim, a Carta Magna de 1988 reconheceu a necessidade de proteger todas as formas de vida
existentes e introduziu no ordenamento jurídico inovações em questões ambientais, o que foi um marco na
efetivação de direitos nessa área (MURTA, 2019, on-line). Para proteger o meio ambiente, o art. 225 da
Constituição dispõe que todos têm o direito de desfrutar de um meio ambiente ecologicamente equilibrado,
sendo ele interesse comum das pessoas e de uma qualidade de vida saudável (MURTA, 2019, on-line).
Paralelamente, ao direito ambiental compete definir os conceitos contidos no ambiente e criar métodos que
garantam o equilíbrio dos benefícios ecológicos, econômicos e sociais com base no desenvolvimento
sustentável, de forma a minimizar os impactos do comportamento Humanos irresponsável.
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O princípio da participação constitui um dos postulados fundamentais do Direito
“ Ambiental. [...] Embora ainda pouco difundido no nosso país, a verdade é que tal
postulado se apresenta na atualidade como sendo uma das principais armas, senão
a mais eficiente e promissora, na luta por um ambiente ecologicamente equilibrado. „
Na sequência, é válido desmistificar os princípios do poluidor-pagador e do usuário-pagador. Assim, princípio
do poluidor-pagador pune o agente por todos os danos causados ao meio ambiente, tendo caráter punitivo e
reparatório. Para a doutrina:
“ O princípio da informação pode ser definido como o direito de todo cidadão ter as
informações que julgar necessárias sobre o ambiente em que vive e a ninguém é
dado o direito de sonegar informações que possam gerar danos irreparáveis à
sociedade, prejudicando o meio ambiente, que além de ser um bem de todos, deve
ser sadio e protegido pela coletividade, inclusive pelo Poder Público (GUIMARÃES,
2002, on-line). „
O princípio do comportamento preventivo é que o impacto ambiental seja conhecido e medidas devem ser
tomadas para prevenir ou reduzir os danos. Por outro lado, o princípio da precaução visa prevenir o risco de
perigos abstratos que são desconhecidos ou não podem ser minimizados.
Por fim, de acordo com a Constituição Federal de 1988, a responsabilidade ambiental estipula no art. 225, §
3º, “[...] as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas a sanções penais e administrativas, independentemente de remediação. obrigação de
danos”.
Desta feita, os princípios ambientais são um conjunto de normas obrigatórias que regulam as atividades
humanas que podem afetar direta ou indiretamente a saúde ambiental em escala global e a sustentabilidade
para as gerações presentes e futuras (MILARÉ, 2011, p. 109). Logo, nota-se que esses princípios são
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essenciais para a aplicação da meta constitucional do meio ambiente ecologicamente equilibrado, que permite
ao ecossistema viver em harmonia com a vida humana sem qualquer risco ou dano iminente.
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„
Para minimizar os impactos já causados, a Constituição Federal de 1988 seguiu a Política Ambiental Nacional
e inovou na proteção geral do meio ambiente. Para Silva (2004), a Constituição Federal tratou
conscientemente as questões ambientais, uma vez que trouxe mecanismos de proteção e controle, sendo
conhecida como “Constituição Verde” por alguns.
Assim, o fundamento da Lei Ambiental está concentrado no art. 225, que estipula que
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30, incisos I e II (BRASIL, 1988, on-line): “Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de
interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber”. No que concerne a essa
competência, é importante frisar a crítica que Antunes (2021, p. 76) faz:
Já a competência material comum, exercida por todos os entes federativos, está prevista no art. 23 da Carta
Política, determinando que os entes devem proteger, resguardar, preservar, fomentar, dentre outras ações, o
meio ambiente, seja ele em qualquer de suas nuances, visando a uma utilização adequada. A competência
residual, definida no artigo 25, §1°, determina que ficam reservados aos estados as competências que não lhe
forem excluídas pela Constituição.
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Fique de olho
Julgamento de ações civis públicas: no âmbito da justiça dos estados, pela Lei
n. 9.099 de 1995, consta no art. 63 que ‘‘[...] a competência do Juizado será
determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal’’ (BRASIL, 1995).
Importante mencionar que se a infração for verificada em mais de uma comarca
concorrentemente, haverá a aplicação das normas do CPC, a saber, se
verificará a possibilidade de aplicação por conexão ou prevenção, por exemplo.
Por fim, sobre a competência processual, deve ser analisada a matéria ambiental a ser discutida para que
assim se note qual será o tribunal a julgar a ação, e, nesse sentido, entende o Supremo Tribunal Federal:
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Figura 3 - Ministério do Meio Ambiente (MMA)
Consonante Antunes (2021, p. 100), a Política Nacional do Meio Ambiente, “[...] resulta da combinação de um
contexto internacional complexo, no qual a proteção ao meio ambiente se tornou cada vez mais relevante com
a existência de reflexos internos que, igualmente, contribuíram decisivamente para a sua elaboração”.
Assim, nota-se que o intuito da PNMA é a preservação, bem como a “[...] melhoria e recuperação da qualidade
ambiental propícia à vida” (BRASIL, 1981, on-line). Esses objetivos visam promover o equilíbrio do meio
ambiente e a qualidade de vida dos impactados pelo meio.
Assim, para a fiel aplicação da lei, observará os princípios abordados no art. 2º (BRASIL, 1981, on-line):
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Desse modo, extrai-se que o meio ambiente é um patrimônio público e deve ser protegido de modo efetivo e
amplo pelo Poder Público, visando à fiscalização, prevenção, reparação, repreensão e preservação ambiental.
Não obstante, a coletividade também tem o dever de garantir o desenvolvimento sustentável do meio.
Antunes (2010) ensina que o art. 2º ainda aborda sobre o incentivo de pesquisas sobre educação ambiental
com o intuito de mobilizar a sociedade a ser a favor da preservação ambiental na tentativa de minimizar o
impacto do homem no meio ambiente natural.
É importante frisar que a lei ainda aborda alguns conceitos em seu art. 3º, por exemplo, o que se entende por
meio ambiente, definindo-o como: “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981, on-line).
Além disso, é determinada a conceituação para fins jurídicos sobre a degradação da qualidade ambiental, ou
seja, ‘‘[...] a alteração adversa das características do meio ambiente” (BRASIL, 1981, on-line), e o conceito de
poluição, caracterizando-os como:
Fique de olho
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Importante mencionar que a conservação do meio ambiente é necessária haja
vista que, conforme a doutrina, a sua “[...] não conservação pode trazer
prejuízos econômicos incalculáveis. Veja-se a crise hídrica que o Brasil passa
no momento. Não é de hoje que o Governo Federal reconhece que a “[...]
devastação desordenada das matas está produzindo em todo o país efeitos
sensíveis e desastrosos, salientando-se entre eles alterações na constituição
climática de várias zonas e no regime das águas pluviais e das correntes que
delas dependem”, como transcrito do Decreto nº 8.843/1911, que criou a
reserva florestal do Acre, e que há necessidade de proteger e assegurar a
navegação fluvial e, consequentemente, de obstar que o regime hidrográfico
sofra modificação” (PAZ, 2021, on-line).
Na sequência de estudos, relevante é salientar também os objetivos determinados no artigo 4º para a Política
Nacional do Meio Ambiente, quais sejam:
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Parágrafo único - As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas
„
em consonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente (BRASIL,
1981, on-line).
Assim, nota-se a importância da Política do Meio Ambiente, que apresentou importante avanço no que tange à
preservação ambiental, definindo meios de preservação, prevenção e punição àqueles que causarem danos.
“ [...] posto que devemos considerarmos que o meio ambiente equilibrado é um bem
de uso comum do povo e que compete ao poder público o seu controle e gestão, é
certo que não se poderá admitir o uso incomum ou atípico do bem ambiental (uso
econômico, por exemplo) sem um “pedido de licença” (RODRIGUES, 2019, p. 557). „
Dessa forma, para fins de proteção ambiental, os institutos de impacto ambiental e o licenciamento de
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras estão previstos pela Lei nº 6.938, sendo os instrumentos para
a execução da Política Nacional de Meio Ambiente. Ante o exposto, foi aduzido o termo pela Resolução
Conama n. 237/97:
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I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão
ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas
efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e
„
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente
estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão
ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar,
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental. (BRASIL, 1997)
Em consonância, pode-se observar que a licença ambiental é um ato administrativo que envolve
peculiaridades complexas, haja vista ter resultado de um procedimento administrativo com amplo contraditório.
Fique de olho
A doutrina ensina que, ‘‘[...] a licença ambiental é o ato resultante do processo
de licenciamento. Só se obtém uma licença ambiental após o desenvolvimento
válido e regular de uma sequência de atos administrativos em contraditório que
culminam num ato final, que é a concessão ou denegação do pedido de licença
ambiental’’ (RODRIGUES, 2018, p. 558).
Dessa forma, os estudos realizados pelo instituto de licenciamento podem ser utilizados em outros
procedimentos em sede administrativa, por exemplo, em avaliações de impacto, monitoramento ambiental,
zoneamento ambiental entre outros. Para tanto, a Resolução n. 237/97 dispõe que estudos ambientais são:
“ Resolução n. 237/97 Art. 1º III — são todos e quaisquer estudos relativos aos
aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação
de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise
da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle
ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo,
plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. (BRASIL,
1997, on-line) „
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Diante disso, para todas as atividades que causem significativo impacto ao meio ambiente será exigido o
estudo prévio de impacto (EIA/RIMA). Ainda, em situações em que não houver riscos de impactos ambientais,
será exigida a licença ambiental, sendo necessários também outros estudos de menor porte que o EIA,
conforme as disposições do artigo 3º:
“ Art. 1o Esta Lei Complementar fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do
caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações
administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à
proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao
combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da
fauna e da flora. (BRASIL, 2011) „
Assim, Rodrigues (2019, p. 562) explana que:
“ Como estudado, o critério que primeiramente deve ser utilizado para identificar o
ente político competente para licenciar uma obra ou atividade é o da predominância
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do interesse. Ou seja, estabelecer se o empreendimento é de interesse nacional,
„
regional ou local, para, então, determinar a competência da União, Estado ou
Município.
Ademais, a tripartição da licença ambiental em etapas (prévia, instalação e operação) permite um maior
controle do cumprimento das condicionantes e exigências fixadas ao longo do desenvolvimento do projeto
(RODRIGUES, 2019, p. 659). Desse modo, o legislador estabelece prazos de validade distintos para as
licenças:
No que tange à reflexão sobre os impactos ambientais, a avaliação é um instrumento de suma importância
para a gestão e política ambiental, que possui como finalidade cessar os danos ambientais ilícitos, em
consonância com os princípios da preservação e precauções (vide art. 9º, inciso III, da Lei n. 6.938/81)
Nesae sentido, aparecem as AIA, que se referem a uma técnica de gestão administrativa do meio ambiente
que permite consultar a qualidade/quantidade de impactos ambientais causados por uma obra ou
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empreendimento, por uma série de procedimentos, como diagnóstico, análises de risco, propostas de
mitigação, de forma que se possam antever as consequências de uma dada atividade (RODRIGUES, 2018).
Destaca-se que a avaliação não deve ser confundida com os estudos ambientais, haja vista que essa técnica
é utilizada para possibilitar a avaliação. Destarte, nota-se que é por meio dos estudos que se pode chegar a
uma conclusão sobre a magnitude do impacto ambiental causado por um empreendimento.
Dessa maneira, observa-se que os estudos ambientais são as fundamentações técnico-científicas necessárias
às avaliações de impacto ambiental. Assim, a avaliação de impacto ambiental foi disposta pela Lei n. 6.803/80,
conforme seus arts. 9º e 10º:
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Art. 7º Compete ao CONAMA: [...]
Dessa forma, a construção, instalação, ampliação ou operação de atividades que utilizem recursos ambientais
considerados eficazes ou potencialmente poluidores, e que possam causar qualquer forma de degradação
ambiental, estará sujeita à aprovação prévia do órgão nacional integrante do Sisnama e não afetam outras
licenças exigidas por lei.
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III - executar as ações supletivas de competência da União, de conformidade com a
„
legislação ambiental vigente. (BRASIL, 1989)
Dessa forma, exige-se do poder público e da sociedade uma postura ativa em relação ao controle para
minimizar os impactos ambientais e qualquer ato que possa causar danos ao meio ambiente será penalizado
com a tríplice responsabilidade ambiental.
Há de se ressaltar que a tríplice responsabilidade frente a um dano ambiental envolve a aplicação das
penalidades: I. civis, que protegem o bem jurídico tutelado pela vida civil, como bens, oferecendo limitação
patrimonial; II. penais, que têm por sanção restrição da liberdade, prestação social alternativa ou suspensão
/interdição de direitos diante do bem jurídico tutelado penalmente, como a vida; e administrativas, tendo como
objeto principal os interesses da coletividade - às condutas que causem desequilíbrio ambiental. Diante disso,
para configurar a responsabilidade que advém do dano, o elemento identificador do dano é o objeto principal
da tutela (FIORILLO, 2006).
Nesse sentido, convém destacar que dano ambiental, para Leite (2003), constitui uma expressão ambivalente
que designa, em certas vezes, alterações nocivas ao meio ambiente e outras, ainda, os efeitos que tal
alteração provoca na saúde das pessoas e em seus interesses.
Dois fortes institutos criados para proteção ambiental são a reparação e a compensação. O primeiro, a
reparação, está disciplinada pelo Código Civil, que dispõe o seguinte:
“ Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem. (BRASIL, 2002) „
Já o segundo, objetiva a minimização dos impactos gerados ao meio ambiente. Esse instituto está
regulamentado pelo art. 36 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000:
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implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental
licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo
empreendimento.
§ 2o Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a
serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e
ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas
unidades de conservação.
§ 3o Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua
zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só
poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua
administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de
Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida neste
artigo.
§ 4º A obrigação de que trata o caput deste artigo poderá, em virtude do interesse
público, ser cumprida em unidades de conservação de posse e domínio públicos do
grupo de Uso Sustentável, especialmente as localizadas na Amazônia Legal. „
Nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente aduz que esse instituto objetiva ‘‘[...] compensar a sociedade e o
meio ambiente como um todo, pelo uso autorizado de recursos naturais por empreendimento de significativo
impacto ambiental’’ (BRASIL, 2021, on-line)
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Art. 2º O ZEE, instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente
Ademais, conforme o art. 5º, o ZEE obedecerá aos princípios da função socioambiental da propriedade, da
prevenção, da precaução, do poluidor-pagador, do usuário-pagador, da participação informada, do acesso
equitativo e da integração. Desse modo, o zoneamento não substitui nem se superpõe ao Plano Diretor
Urbano ou às leis de ordenamento de território, de competência do município, mas apenas estabelece as
diretrizes gerais, objetivos e aspectos que devem ser levados em consideração para a fixação de zonas de
proteção do ambiente (BRASIL,1998).
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O Sisnama é um sistema no qual suas instituições constituintes seguem os princípios e diretrizes
especificados pela Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). A política é formulada de acordo com a Lei n.
6.938/81 para proteger o meio ambiente ecologicamente equilibrado, a qual está incluída na Constituição
Federal, conforme o “direito ambiental”, é a garantia de que a humanidade tem um meio ambiente protegido,
equilibrado e benéfico. O sistema protege o meio ambiente de qualquer dano possível, como disposto no art.
225 da Constituição Federal.
A criação desse sistema é um fator muito importante e decisivo, pois foi criado em 1981 com a formulação da
Lei nº 6.938, com a ideia de se tornar um único sistema nacional de proteção ambiental. Antes da implantação
desse sistema, a Lei Florestal de 1965 regulamentava essa questão. Com a entrada em vigor dessas
regulamentações, estados e municípios passaram a ter mais autonomia legislativa em questões ambientais,
mas essa legislação é muito escassa. Vários estados e municípios têm preenchido suas lacunas, não há
preocupação nacional com o meio ambiente nem leis e regulamentações adequadas à situação, e sequer
esforços claros, por isso os estados e municípios têm suas próprias legislações ambientais com a adoção do
Sisnama.
Fique de olho
Em 2010, no entanto, houve uma nova polêmica envolvendo a política
ambiental com a elaboração de um Novo Código Florestal, que é considerado
pelos grupos ambientalistas um retrocesso na legislação brasileira em relação
ao meio ambiente. Entre os pontos polêmicos está a redução das áreas das
APPs e a anistia a crimes ambientais praticados por latifundiários.
A estrutura do Sisnama é fundamentada também pela Lei n. 6.938/81, constituída pelos seguintes órgãos:
Órgão Superior: composto por todos os ministros do poder executivo federal, e tem como função assessorar o
Presidente da República na formulação de políticas públicas nacionais e na formulação de outras diretrizes
relacionadas ao meio ambiente.
Órgão Consultivo e Deliberativo: composto pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que é
responsável por propor normas e diretrizes aos órgãos de nível superior, porém, como os órgãos de nível
superior não cumpriam suas funções, o Conama assumiu essa função e expediu normas, padrões e
orientações ee regulamentações gerais sobre o meio ambiente nacional. Segundo a Lei n. 6.938/81 a
finalidade do Conama é assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo diretrizes de políticas
governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência,
sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia
qualidade de vida.
As normas elaboradas pelo Conama são publicadas em forma de resoluções. O órgão é presidido pelo
Secretário do Meio Ambiente e seu colegiado é composto por representantes de órgãos federais, estaduais e
municipais do setor empresarial e civil.
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Órgão Central: é constituído pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e, como disposto no artigo 6º, III da Lei
n. 6.938/81, a finalidade do órgão central é: “[...] planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão
federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente”. Cada estado tem
suas próprias entidades públicas de proteção ambiental, mas esses órgãos devem respeitar as decisões do
MMA.
Órgãos Executores: formados pelo Ibama e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), responsáveis pela implementação das normas ambientais e vinculados ao Ministério do Meio
Ambiente.
Órgãos Seccionais e Locais: os órgãos seccionais são entidades estaduais responsáveis por executar
programas, projetos, controlar e fiscalizar atividades que causam a depredação ambiental; já os órgãos locais
são entidades municipais que somente controlam e fiscalizam essas atividades.
2.10 EIA/RIMA
Inicialmente, vale destacar que a pesquisa de impacto Meio Ambiente (EIA)/Relatório de Impacto Ambiental
(Rima) é uma ferramenta que tem por objetivo auxiliar no planejamento ambiental e na avaliação de impactos
regionais.
O estudo de impacto ambiental define medidas a serem tomadas contra atividades/empreendimentos com
fatores predatórios extremamente elevados e poluição ambiental, e sua regulamentação é formulada pelo
artigo 2º do Conama 01/86. Nesse sentido, os documentos produzidos por pesquisas de impacto ambiental
trazem também questões positivas e negativas sobre o meio ambiente natural, biológico e socioeconômico.
O Ibama também usa o arquivo para criar projetos de melhoria na área e fiscalizar as empresas produtoras
para verificar se mantêm o equilíbrio e protegem o meio ambiente.
As informações contidas no estudo de impacto ambiental são apresentadas no relatório de impacto ambiental
em linguagem clara e objetiva, e todo o estudo é explicado de forma intuitiva, mostrando o impacto inferido no
meio ambiente, como as consequências devem ser implementadas e como as ações devem ser levadas para
implementar restauração e proteção, medidas para controlar e minimizar esses efeitos.
A gestão ambiental dos estudos estaduais de impacto ambiental/relatórios de impacto ambiental é
regulamentada pela Lei n. 1356/88, na qual alterações podem ser feitas no meio ambiente, mas requerem
licenças ambientais a serem analisadas por estudos de impacto ambiental.
Portanto, conclui-se que o estudo de impacto ambiental/relatório de impacto ambiental utiliza a análise
socioeconômica e ambiental de uma área delimitada e algumas alterações ocorrerão nessa área para calcular
as consequências que o projeto trará, de modo a fazer recomendações e tomar as medidas possíveis para
reduzir o impacto negativo que sofrerá a região e maximizar o impacto positivo. É importante destacar também
que os estudos de impacto ambiental/relatórios de impacto ambiental têm finalidades distintas, mas são
sempre mencionados em conjunto porque se complementam.
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Fonte: kosmos111, Shutterstock, 2021.
De acordo com o art. 2º da Resolução 01/86, sua lista detalhada inclui algumas das atividades necessárias à
elaboração de estudos de impacto ambiental, a saber: rodovias com duas ou mais faixas; ferrovias; portos e
terminais de minério, petróleo e produtos químicos; oleodutos , gasodutos de gás natural, minerodutos; linhas-
tronco de coletor e saídas de descarga de esgoto; linhas de transmissão de energia acima de 230 quilowatts e
extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão).
Fique de olho
De acordo com o art. 225, §1º, inciso IV da Constituição Federal de 1988, são
necessárias pesquisas de impacto ambiental para instalação de obra ou
atividade que possa causar grave degradação ambiental com antecedência e
os dados serão divulgados.
A elaboração da análise de impacto ambiental pode ser realizada pelas próprias empresas que são obrigadas
a prepará-la, desde que elas tenham profissionais capacitados. Caso não tenham, elas podem contratar uma
empresa qualificada em assessoria técnica ecossistêmica para a elaboração dessa análise, em que o ônus
será do empreendedor, que é o interessado em conseguir a licença.
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Encerramento
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
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ÂMBITO JURÍDICO. Os princípios gerais de direito ambiental. ago. 2008. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/os-principios-gerais-de-direito-ambiental/. Acesso em:
24 nov. 2021.
ÂMBITO JURÍDICO. Direito ambiental e o princípio do desenvolvimento. dez. 2009. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/direito-ambiental-e-o-principio-do-desenvolvimento-
sustentavel/. Acesso em: 25 nov. 2021.
ÂMBITO JURÍDICO. Responsabilidade civil por danos ambientais. ago. 2017. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/responsabilidade-civil-por-danos-ambientais/. Acesso
em: 24 nov. 2021.
ANTUNES, P. de B. Direito ambiental. Paulo de Bessa Antunes. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2021.
BASTOS, C. R. Curso de direito constitucional. 13. ed. reformulada de acordo com a Constituição Federal
de 1988. São Paulo: Saraiva, 1990.
BELTRÃO, A. F. G. Curso de Direito Ambiental. São Paulo: Editora Método, 2008.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao
/constituicao.htm. Acesso em: 17 set. 2021.
BRASIL. Lei n. 6.938 de 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em:
25 nov. 2021.
BRASIL. Lei n. 7735 de 1989. Disponível em :http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7735.htm. Acesso em:
25 nov. 2021.
BRASIL. Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.
htm. Acesso em: 25 nov. 2021.
BRASIL. Resolução Conama n. 237/97. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/cecav/images/download
/CONAMA%20237_191297.pdf. Acesso em: 25 nov. 2021.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade- ICMBio.
2020. Compensação Ambiental. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/compensacao-
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BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Tribunal Pleno, RE 835558. SÃO PAULO-SP. Min. Luiz Fux, 2017.
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DA SILVA, R. M. P. Meio ambiente na Constituição de 1988. Jus.com.br, out. 2013. Disponível em: https://jus.
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