Resolução Das Atividades Adicionais-1

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Resolução das atividades adicionais

m ó d ul o
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Estudos de linguagem

1. b O colunista deixa subentendido sua agradável surpresa ao ver o uso correto da crase no
título da novela.
2. a A crase é obrigatória porque a palavra “campanha” está implícita depois do “a” e o verbo
“interpor” exige a preposição; portanto o raciocínio seria: “[...] interpõe-se a [a campanha]
dos meus parceiros”.
3. a I. Saíram daqui há [verbo haver indicando tempo decorrido] pouco, mas voltarão daqui
a [indicação de tempo futuro: preposição] pouco, pois moram apenas a [indicação de
distância: preposição] dois quilômetros de distância.
Observação: em “daqui a pouco” e “a dois quilômetros de distância”: não há crase
antes de palavra masculina e numeral (“pouco”; “dois” ).
II. Aonde [ir a algum lugar] foram suas amigas? Onde [verbo estar não exige a preposição a]
estarão agora?
4. e Corrigindo as demais:
a) [...] do que discordavam [...]
b) [...] que/o qual nem pediu para integrar [...]
c) [...] onde trabalhar, priorizando empresas/priorizando as empresas [...]
d) [...] consciente da limpeza [...]
5. Sim, porque há a fusão da preposição a, exigida pelo verbo “ir”, e o artigo definido feminino a
do substantivo “casa”, determinado/especificado por “do novo habitante da cidade”.
6. d Por paralelismo, o artigo “a” anteposto a “prática” sugere que haja também o artigo anteposto a
“perfeição”. Nesse caso, a crase se faz necessária, pois há a união da preposição com o artigo.
7. d Em “desde as 8 h” e “até as 9h30min” o “as” é artigo.
„ Em “porque às 10h30min” o “as” recebe acento por introduzir uma locução adverbial
feminina.
„ Os verbos assistir, dirigir-se e ir são transitivos indiretos, daí “assistirei à sessão”, “dirigi-
-me à rua” e “ir à Galeria”.
8. c O verbo “obedecer” é transitivo indireto que rege a preposição a. No entanto, o artigo
definido antes de possessivo é facultativo: “a minha mãe” ou “minha mãe”. Portanto, a crase
na frase é facultativa.
9. a à: preposição “a” exigida pelo verbo chegar em contração com o artigo feminino “a” do
substantivo repartição.
„ há: verbo haver na locução “há de estar”, equivalente a “estará”.
„ a: preposição.

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10. I. “[...] apito de um trem igual a” + “aquele que ouvira em Limoeiro.”: igual àquele
II. “Habituara-se a” + “aquela boa vida, [...]”: Habituara-se àquela
III. “[...] recusei duzentos mil-réis a” + “aquele [pirata], [...]”: recusei duzentos mil-réis àquele
[pirata]
IV. “[...] dizendo pra gente fazer isso e não fazer aquilo” (fazer: VTD)
11. c I. Foi ofendido, mas não conseguiu dar importância àquilo. É a única sentença que admite
crase em função da regência nominal.
12. d I. Correto.
II. Correto.
III. Incorreto. A palavra “proibida” é adjetivo e deve concordar com o substantivo quando
este vier determinado por artigo.
13. a Corrigindo as demais:
b) [...] estão quites com [...]
c) Seguem anexas [...]
d) Muito obrigada!
e) [...] menos preocupações.
Nos exercícios 14 e 17 são apresentadas as concordâncias mais comuns no uso da norma culta.
Existem outras possibilidades de concordância.
14. a) interessadas/interessados – pouco – exposta/expostos
b) Límpido – claro/claros – propícia/propícios
c) Esboçada – idealizados – objetivo/objetivos
d) perdido/perdidos – recolhido/recolhidos – meio elaborados
e) esperada/esperados – transformados – materno/maternos
f ) arrependidos – confortados
g) bastante contraditório/contraditórios
h) Menos – bastantes – esquecido/esquecidos
i) associado/associados – proveitosos
j) orvalhado/orvalhados – fortalecido/fortalecidos – inoportuno/inoportunos
k) político-religiosas – socioeconômicas – meio atendidas
15. a A expressão “é bom” é invariável quando o substantivo a que se refere não vem determi-
nado pelo artigo “a”.
„ “[...] homens e mulheres voltados/voltadas [...]”
„ O pronome indefinido “bastante” concorda com o substantivo a que se refere: “[...] bastantes
vezes”.
„ “Meio”, quando advérbio, é invariável.
16. c “Meio”, quando se refere a um adjetivo (“trêmulas”), é advérbio, portanto palavra invariável.
17. a) próprias – mesmo – mesmas
b) sós – alerta – mesmos
c) o
d) Bastantes – bastante
e) bom – boa – ótima
f ) quite – problemáticas
g) contrariado – satisfatórios

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18. a [...] observados [...] graves desequilíbrios ecológicos [...]

19. d O pronome adjetivo “mesmo” concorda com o termo a que se liga: “Ela mesma [...]”.
„ O adjetivo “anexo” concorda com o substantivo: “Vão anexos os livros”.
„ “Meio”, quando advérbio, é invariável.
„ “É necessário” é expressão invariável quando o substantivo a que se refere não aparece
acompanhado do artigo: “É necessário muita atenção [...]”.
„ O substantivo “séries” refere-se, no plural, a ambas as séries.

20. a) má
b) mau
c) má/maus
d) as línguas

21. e O adjetivo “combinados” concorda no masculino plural com os substantivos de gêneros


diferentes “analfabetismo”, “saneamento” e “pobreza”.

22. a “[...] a avaliação [...] é necessária”


Corrigindo as demais:
„ Um e outro internauta [...]
„ Haja vista o grande número [...]
„ Dada a dependência [...]
„ [...] meio prejudicada [...]

23. Os adjetivos “feitos” e “proporcionados” estão flexionados no masculino plural, pois con-
cordam com o sujeito composto “mãos e pés”, formado por núcleos de gêneros diferentes,
preponderando o masculino.

24. e “lhes” concorda com o plural (implícito) “de cada jogador”.


“parados” é predicativo do sujeito “times”, com ele concordando em gênero e número.

25. c O artigo marca a flexão nominal, levando os verbos e adjetivos a concordarem com o plural
(“As mina de Sampa são branquelas”).

26. a) “se perdesse os dois milhões de processos que tramitam contra ela e tivesse de pagá-los [...]”
b) “os dois milhões de causas.”
O texto de teoria gramatical indica que milhão é o substantivo núcleo de “os dois milhões
de causas”, daí o artigo (“os”) e o numeral (“dois”), ambos exercendo função sintática de
adjunto adnominal, concordarem com “milhões”.

27. a O texto deixa subentendido que nem sempre a faixa de segurança é respeitada pelos mo-
toristas.

28. a O pronome pessoal “nós” leva o verbo a ser conjugado na 1ª pessoa do plural.

29. a) O primeiro período apresenta sujeito composto: “um pouquinho de grossura” e “[um
pouquinho de] falta de respeito”, por isso o verbo posposto deve obrigatoriamente
concordar com ele no plural: “Um pouquinho de grossura e falta de respeito podem
transformar [...]”.

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b) É possível defender a concordância efetuada a partir de dois pontos de vista:
1º) O período apresenta sujeito simples em que o núcleo representado pelo substantivo
pouquinho aparece especificado pelo adjunto adnominal “de grossura e falta de respeito”.
Portanto, o sujeito simples no singular leva o verbo para o singular.
2º) O período apresenta sujeito composto, mas seus termos podem ser considerados
sinônimos: “um pouco de grossura e [um pouco de] falta de respeito”, o que pode levar o
verbo para o singular.
30. b O verbo existir concorda com o sujeito: “Existem livros antigos [...]”.
O verbo haver, no sentido de existir, não exige sujeito e fica no singular: “Há tanta(s) coisa(s) [...]”.
O verbo auxiliar dever, acompanhando esses verbos, segue as mesmas regras: “Devem
existir livros [...]”/“Deve haver tanta(s) coisa(s)”.
31. d O pronome relativo “que” substitui “laminados” e exerce função sintática de sujeito, o que
determina a forma “retêm” (3ª pessoa do plural).
32. a) O técnico com seus auxiliares elaboraram o plano de jogo.
„ o verbo concorda no plural com o sujeito composto “o técnico com seus auxiliares”.
b) O técnico, com seus auxiliares, elaborou o plano de jogo.
„ o verbo concorda no singular com o sujeito simples “o técnico”.

33. d O sujeito da oração “a chancelaria dos dois países decidirão o problema” é o termo “chan-
celaria”, que leva o verbo para a 3ª pessoa do singular: “[...] a chancelaria dos dois países
decidirá o problema.”
34. e O verbo haver, com sentido de existir, é impessoal, só se conjuga na 3ª pessoa do singular
e não tem sujeito. Porém, se substituído por existir, este terá sujeito e com ele concordará.
Assim, teremos:
I. [...] existiram dúvidas sobre o padrinho. (sujeito: “dúvidas”)
II. [...] existisse dificuldade em encontrarem-se os pares. (sujeito: “dificuldade”)
35. a) Havia meses que você não trocava de roupa.
b) Deve fazer meses que você não troca de roupa.
36. b Corrigindo as demais:
a) As opressões: sempre hão de acontecer. Que não haja, porém, os oprimidos conformados.
c) Se não houvesse influências culturais tão distintas, não seríamos o que somos hoje.
d) Na história do Brasil Colônia houve distintas influências culturais.
e) Os poderes que a língua tem resistem; mesmo que haja ações contrárias.
37. Comentário da UERJ:
A justificativa do emprego da forma verbal na terceira pessoa do plural está na concordância
com o sujeito “Oito dias”, que também se encontra nessa mesma pessoa. Ao substituir o
verbo “ir” pelo verbo “fazer”, obedecendo à norma-padrão, este deverá permanecer no
singular, em função de seu emprego impessoal, ou seja, sem concordância com um termo
identificado como sujeito. Desse modo, ao reescrever o verso, a construção será a seguinte:
“Oito dias lá faz que ando cismado”.
38. b “Lojas”: o texto se refere a “três”.
“Femininos”: o adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere.

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39. c Em “Vendem-se”, o “se” é partícula apassivadora. O verbo concorda com o sujeito paciente
“três lojas”: “Três lojas são vendidas”.
40. a) “[...] percalços que enfrentariam qualquer programa de estabilização [...]”
b) O autor realizou a concordância do verbo enfrentar com o antecedente do pronome re-
lativo que (“percalços”), considerado sujeito. No entanto, o sujeito desse verbo é “qualquer
programa de estabilização”.
c) “[...] os percalços que enfrentaria qualquer programa de estabilização [...]”
41. e Corrigindo as demais:
a) “se deparam”.
b) “aos/a seus jovens”, “bastantes”.
c) “podem”, “chegue a uma”.
d) “existem dúvidas”.
42. Os verbos são resta e correspondem. O primeiro está no singular, concordando com défi-
cit, núcleo do sujeito “um déficit de oitenta por cento”; o segundo está no plural, concor-
dando com vinte, núcleo do sujeito “os vinte por cento”.
43. a Corrigindo as demais:
IV. O verbo bastar concorda com o sujeito “dez anos”: “Bastam dez anos [...]”
V. O verbo haver, no sentido de existir, é impessoal: “Houve famílias beneficiadas [...]”
44. Resposta da FGV:
a) O termo redondas concorda com elas, pronome que está subsumido no termo gente,
que tem sentido coletivo; portanto, correto emprego da flexão.
b) Trata-se de “que hajam defensores”: o verbo haver no sentido de existir é impessoal,
implicando flexão na 3ª pessoa do singular. Portanto: haja.
45. e “inúteis”, como predicativo do objeto, deve concordar com o objeto direto “medidas”.
„ haver, no sentido de existir, é impessoal: “Haverá soluções” ou “Existirão soluções”.
„ fazer, no sentido de tempo transcorrido, é impessoal: “Já faz vários meses”.
„ “anexa” concorda com o substantivo feminino “cópia”.
46. d Trata-se de pronomes recíprocos: falar entre si/uns com outros; relacionar-se entre si/
uns com os outros.
47. e Reestruturando a oração: “Aos que a força imperiosa das experiências passadas não
submete, estende-se a possibilidade de abrir novos tempos”.
Corrigindo as demais:
a) [...] que se cumpram os propósitos que [...] se formulam [...]
b) Enreda-se [...] todo aquele que [...]
c) [...] dão impulso [...] os homens [...]
d) [...] deveria caber [...]
48. a) mais bem
b) melhor
c) mais mal
d) pior
e) mais mal
f ) mais bem

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49. d Corrigindo as demais:
a) A repercussão [...] manifestou-se [...]
b) Deve-se concluir [...] que os jovens [...]
c) [...] reservam-se [...] indesejáveis surpresas [...]
e) A alternativa pode parecer drástica [...]
50. c Corrigindo as demais:
a) A utilidade dos dicionários [...] manifesta-se [...]
b) Não se nota [...] qualquer disposição [...]
d) [...] há que se esclarecer o sentido [...]
e) Uma das maneiras [...] surge [...]
51. a) Alugam
b) Perderam
c) assistia
d) necessita
e) Disseram
52. c Em “Vende-se”, o “se” é partícula apassivadora; por isso, o verbo deve concordar com o
sujeito “casas”: “Vendem-se casas”.
53. e A partícula “se”, associada ao verbo fazer (VTD), indica o emprego da voz passiva sintética;
trata-se, portanto, de pronome apassivador.
54. Os verbos “martelar” e “enterrar”, empregados na voz passiva sintética, devem concordar
no plural com o sujeito opiniões (subentendido, posto que expresso na oração anterior).
Literatura

55. a O primeiro período do texto foi construído pelo processo da coordenação; os seguintes
são períodos simples, havendo uma grande economia no uso dos adjetivos.
56. c A tensão entre o eu e sua conduta vem sintetizada nos últimos versos: “Itabira é apenas
uma fotografia na parede. / Mas como dói!”.
57. c O poema “Mãos dadas” apresenta conteúdo engajado e recusa os escapismos de tipo
romântico, como o amor (versos 1 e 2) e o suicídio (verso 3). Os versos 5 e 6 afirmam a
preocupação com a vida real.
58. a) Verso livre: verso sem rigor métrico, como se pode observar pela irregularidade dos
   versos em ambos os textos.
„ Concisão: pequena quantidade de versos; linguagem econômica e sintética,
que estabelece comunicação imediata com o leitor.
„ Ironia: como instrumento eficaz de crítica, no caso, a uma situação literária e a uma
situação política.
b) Podem ser admitidas duas respostas: “Política literária” e “Anedota búlgara” podem ser
entendidos como textos datados ou circunstanciais. O primeiro entendimento, dentro do
contexto do Modernismo e da sua luta contra o Parnasianismo. O segundo, dentro de um
contexto de lutas antiditatoriais, que marcaram a década de 1920.

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59. d Em A rosa do povo, Drummond faz poesias fortemente marcadas pelo caráter social, não
dispensando, contudo, o trabalho de exploração da linguagem, que é fundamento e
premissa da criação.
60. c Como se diz no primeiro terceto: “N’água e na pedra amor deixa gravados / seus hierógli-
fos e mensagens, suas / verdades mais secretas e mais nuas”. Ou seja, um dos índices de
que o amor não se manifesta de forma clara é que o faz por hieróglifos.
61. b A reflexão do eu lírico se assenta na sinceridade (“Não amei sequer a mim mesmo, / Contu-
do próximo. Não amei ninguém.”) e no sentimento de perda (“[...] e na meia-luz / tesouros
fanam-se, os mais excelentes.”).
62. b Em “Oficina irritada“, Carlos Drummond de Andrade, por meio da reflexão sobre o ato de
conceber o soneto – “metapoetando” –, reúne o querer fazer o poema e oferecê-lo ao leitor.
63. a) A concepção de amor no texto I indica idealização do sentimento amoroso e da mu-
lher amada; valorização da fantasia e da imaginação; caracterização do poder absoluto
do amor sobre as personagens. O tema é tratado no texto II a partir de um tom crítico e
irônico, apontando o desencanto e o desencontro entre as personagens. Lili, a “que não
amava ninguém”, é a única do grupo que ironicamente encontrou um par. Diferentemente
dos outros, que cumpriram um destino solitário ou trágico, ela se casou com J. Pinto Fer-
nandes, uma personagem de fora da quadrilha.
b) Pode-se identificar os movimentos: 1º movimento – do verso 1 ao verso 3; 2º movi-
mento – do verso 4 ao verso 7.
64. e Drummond procura mimetizar em seu poema o mesmo desespero e terror expostos no
quadro de Munch, conforme se pode depreender da hipérbole ‘‘dói o quadro’’ e da pro-
sopopeia ‘‘A natureza grita’’, criando uma relação de proximidade formal e conteudística
entre pintura e poema.
65. a Ao propor a conscientização de que a morte é a única certeza da condição humana, o texto
deixa implícito que, quando isso se dá, o medo perde a razão de existir e, consequentemente,
há uma transcendência espiritual; daí a utilização do termo “sublimação”.
66. a Cecília Meireles é poetisa da 2ª geração modernista e de forma extremamente lírica reflete,
nos versos selecionados, sobre a instabilidade das relações amorosas.
67. a) A “felicidade coletiva” refere-se a um novo mundo, marcado pela justiça, pela equidade
social e pelas ações coletivas (“não podes, sozinho [...]”). Remete, portanto, às doutrinas
sociais e políticas coletivistas.
b) Metonimicamente, Drummond toma a “ilha de Manhattan” (Manhattan pelos EUA)
como um dos símbolos maiores do capitalismo (talvez pela localização, em Nova Iorque,
da Bolsa de Valores, e por toda a opulência e ostentação daquela cidade).
68. c Não há conformismo diante da mudança inexorável, mas perplexidade: “– Em que espelho
ficou perdida / A minha face?”; “meu sonho agoniza, perplexo.”
69. b I. Incorreta. Cecília retoma o episódio da Inconfidência, sem identificá-lo com o “passado
heroico do Brasil”: no texto, enfatiza-se o interesse, a vileza e a traição.
II. Correta.
III. Incorreta. Não há arrependimento ou busca de perdão: “Pois ele [Judas] encontra
remorso, / coisa que não te acomete”.
IV. Correta.

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70. d A autora analisa poeticamente o fato histórico, mas pressupõe um lapso de tempo entre o
que ela poetiza e o seu tempo de poetar, o que lhe permite tal reflexão sobre o fato histó-
rico, ou seu motivo poético.
71. Resposta da Unicamp:
a) A “noite” designa aqui menos um horário específico de escuridão e trevas, entre o ocaso
e o nascer do sol, do que um estado de espírito associado a um momento sombrio da
história do século XX, no Brasil e no mundo. O sentimento que o eu lírico experimenta
internamente e no mundo objetivo não está, como ele mesmo afirma, associado à “morte”,
“Não é dor, nem paz,”. É um “desânimo” que faz o grito calar fundo dentro dele. Como registra
Antonio Houaiss, por derivação de sentido, a noite é metáfora para designar o “estado de
dor, desesperança; tristeza, melancolia, abatimento”. Na 1ª estrofe do poema, a referência
a “sentir” a noite, em vez de “ver” a noite, reforça esse uso figurado do termo, associado
ao abatimento, ao sentimento de melancolia, decorrente da falta de perspectivas diante
daquele momento histórico negro.
b) Por oposição à 1ª estrofe, a 2ª explora a esperança, a crença utópica do nosso “poeta
público” (simpatizante, à época, do ideal socialista) na sociedade do amanhã, presentificada,
metaforicamente, pela “clara manhã” de um novo dia, para o qual os homens despertam
(“Os corpos saltam do sono,”) e podem sair às ruas (“De novo andar: as distâncias, / as cores,
posse das ruas.”), e “o mundo se recompõe.”. Esse novo dia representa uma ordem social
mais justa e solidária: “A fraterna entrega do pão. / Amar: mesmo nas canções.”, associada
ao sentimento de alegria, amor, fraternidade. A crença utópica do eu lírico é tamanha, que
ele chega a ponto de não só sentir ou imaginar esse novo amanhã, mas, significativamente,
consegue vê-lo.
72. b Segundo o texto: “Todo o sentido da vida / principia” à porta das palavras.
73. b As interrogações dirigidas a interlocutores que representam elementos da sociedade do
açúcar nordestina constituem um recurso que imprime dramaticidade ao texto.
74. b O texto afirma que as tentativas de apagar a herança cultural africana não serão vitoriosas
(“não apagarão de suas almas, a tua alma, negro!”), garantindo a preservação da memória
ancestral do negro, capaz de renovar a cultura ocidental durante o século XX, conforme os
últimos quatro versos.
75. d Normalmente, o açoite realizava-se à vista de todos, como “lição” a ser assimilada pelos
escravos; no texto, o açoite privado deixa subentender o misto de punição e atração
sexual.
76. O sufixo “-ilho” de “sonetilho” atribui, além do sentido usual diminutivo – por ter menos
sílabas que sonetos convencionais –, também, conotativamente, o tom jocoso, uma
brincadeira intertextual com o poeta português Fernando Pessoa.
Menção à temática de Fernando Pessoa (ele mesmo): “E das peles que visto / muitas há
que não vi.”.
Ao poeta Ricardo Reis: “Nem Fausto nem Mefisto, / à deusa que se ri”, que opta temati-
camente pelo passado pagão.
Ao heterônimo Álvaro de Campos: “eis-me a dizer: assisto / além, nenhum, aqui, / mas não
sou eu, nem isto.”, que tem como motivo poético as contradições vividas pelo homem
moderno que vive à mercê das conturbações de suas incompreensões.

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77. e Ambos os artistas captam o trágico da vida moderna: a guerra em Picasso e o acidente
aéreo em Jorge de Lima.
78. b O poema “O farrista” elabora alegoricamente uma imagem questionadora do Período
Colonial brasileiro, desfazendo a idealização típica dos românticos.
79. Resposta da UFG:
a) A ironia está em se querer a revolução (ou a liberdade) e não lutar por ela.
ou
O confronto entre a ilusão do Alferes de que em Minas estaria em condições de lutar pela
revolução e as imagens de delação (ou abandono ou traição).
b) O Alferes está preso no Rio de Janeiro, traído e desejando retornar para Minas Gerais.
ou
Inconfidência Mineira; Ciclo do Ouro; Revolução Mineira; Época de Mineração; século XVIII;
Conjuração Mineira; Insurreição Mineira.
Presença de recursos estilísticos, entre eles: poema, verso, estrofe, rima, refrão, voz lírica,
metáfora, repetição, alegoria, reticências, interrogação, exclamação, anáfora, aliteração,
hipérbole, redondilha, redondilha maior, heptassílabo, metonímia, musicalidade ou
ritmo, hipérbato ou inversão, antítese, assonância, medida velha, sinédoque, paralelismo
e subjetividade.
c) O narrador é realista, cético. O Alferes é sonhador, idealista.
ou
O narrador conhece os fatos e, por vezes, deles está distanciado, tendo um olhar crítico sobre
o que ocorreu. O Alferes está vivendo os fatos e se envolve emocionalmente com eles.
80. b Bandeira põe em destaque aspectos negativos presentes em quase todos os versos, por
exemplo: “Arquiteto falhado, músico / Falhado [...]”. Também Drummond evidencia uma
postura pessimista, ao se definir como “gauche” e “fraco”.
81. a) Não, pois o soneto desenvolve um tema “baixo” – a comunhão entre o eu lírico e os ani-
mais se consumando na “mijada” comum – com utilização da linguagem coloquial, como
se vê em “Mastigando”, “cuspindo”, “estrume”, “mijada” e “Mijamos”.
b) Nos quartetos, o eu lírico se entrega a ações que antecipam a sua identificação com
as vacas e os bois: “sigo pelo pasto”, “Mastigando um capim” e “em torno dos currais”.
Nos tercetos, o eu lírico já se encontra em “Entre as vacas e os bois”, identificando-se com eles,
como fica evidente no penúltimo verso “Nós todos, animais [...]”, e acompanhando-os na
mesma ação, como se lê no último verso “Mijamos em comum numa festa de espuma.”
82. a Murilo Mendes despoja o fato histórico da Proclamação da República de qualquer
grandiosidade, desmistificando-o e apresentando-o como algo risível.
No texto, Murilo Mendes aborda um evento que a história oficial apresenta como sendo
de ordem superior – a Proclamação da República – pelo viés do deboche.
83. d O poema evidencia a recuperação de uma forma clássica (o soneto), antes veementemente
combatida pela estética de 22, além de linguagem muito elaborada sintaticamente, como
se pode observar no gosto pelas inversões.
84. d Bandeira distancia-se da visão de Vinicius de Moraes, pois aquele desconstrói o modelo român-
tico de mulher: ele acha que Teresa “tinha pernas estúpidas” e “a cara parecia uma perna”.

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85. a) A década de 1930 é marcada pelo engajamento social. O escritor utiliza a literatura como
arma de denúncia dos aspectos deteriorados da realidade em que vive. Como exemplos
podem ser citados:
„ Rachel de Queiroz – seca – O Quinze;
„ Jorge Amado – conflito pela posse das terras nas regiões cacaueiras da Bahia – Terras do
sem-fim;
„ José Lins do Rego – decadência dos grandes proprietários de engenhos produtores de
açúcar – Fogo morto;
„ Graciliano Ramos – denúncia das misérias vividas pelos retirantes da seca – Vidas secas.
Observação: podem ser citadas outras obras e também outros autores.
b) A obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, apresenta uma reviravolta na visão dos
problemas brasileiros, notadamente quanto à denúncia da miséria a que estava submetida
uma parcela da população interiorana, antecipando a visão engajada do romance nordestino
da década de 1930. A data de sua primeira publicação é 1902.
86. e O Quinze tem como tema a grande seca de 1915 no Ceará e retrata o modo como o
sertanejo é particularmente atingido por ela.
87. c José Lins do Rego compõe um quadro dos engenhos Santa Fé e Santa Rosa e mostra como os
personagens, sobretudo seu avô Paulino e o coronel Lula, se relacionam com esse ambiente.
88. d I. Correta.
II. Incorreta. Há um envolvimento afetivo do narrador com o mundo retratado, por exemplo
na frase “Coitado do Santa Fé!”.
III. Correta.
IV. Incorreta.
89. e A frase atribui sentimentos aos engenhos: “Não se sentiam, porém, rivais [...]”
90. a A frase I indica o modo da ação do proprietário do engenho Santa Rosa, tendo em vista a
finalidade de expandir sua propriedade, como revela a frase II.
91. e Em suas narrativas, a velha Totonha utiliza como matriz o conto oral europeu (histórias de reis
e rainhas, heróis e vilões, como o Barba-Azul), mas o atualiza no contexto colonial brasileiro,
dando-lhe cor local: “O seu Barba-Azul era um senhor de engenho de Pernambuco”.
92. b O sentimento de Paulo Honório, evidente em todas as suas falas, é o ciúme – fruto, em
grande parte, da incapacidade de dominar Madalena.
93. d Citando o texto: “Não consigo modificar-me, é o que mais me aflige”.
94. d Paulo Honório se propõe a escrever um livro a partir do fracasso de seu casamento. O
egoísmo e o ciúme doentio do personagem-narrador foram fatores de opressão que
levaram a mulher ao suicídio. Paralelamente, ele menciona a crise econômica que enfrenta
no contexto da Revolução de 1930.
95. e No romance São Bernardo, opõem-se as mentalidades de Madalena, mulher culta e
humanizada, e de Paulo Honório, homem rústico e extremamente individualista. Do conflito
entre eles, nasce o profundo ciúme de Paulo Honório pela mulher, coagindo-a e levando-a
ao suicídio.
96. c Em Vidas secas, Graciliano Ramos, em linguagem enxuta e com foco nas andanças de
retirantes sob o sol ingrato do Sertão, revela ao público leitor a situação miserável por que
passam os menos privilegiados, valendo-se, muitas vezes, do discurso indireto livre.

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97. a Ao dirigir-se a Vidas secas como uma novela, a crítica refere-se ao fato de que o romance
é composto por uma série de narrativas breves, que se caracterizam por apresentar uma
espécie de concentração temática, em torno de um número restrito de personagens:
Fabiano e sua família, sob as agruras da seca, da miséria, da fome, da morte, etc. Os
elementos humanos se ligam pela miséria física (paisagem), extensiva ao intelectual
(linguagem) e à mundividência de cada um: falta de comunicação e força interior. Em Vidas
secas, mais do que a seca, oprime os homens um fenômeno social.
98. a O romance Vidas secas, obra-prima de Graciliano Ramos, é pautado por uma captação direta
dos eventos narrados, isto é, o Realismo científico (herdado do século XIX) dá lugar a uma
visão mais tensa das relações humanas tomadas em conjunto. O autor deixa clara a preocupa-
ção em estabelecer vínculos profundos entre o homem e o meio social em que está inserido.
99. d A afirmação III é incorreta. A literatura engajada dos anos 1930 revela a situação do pobre,
mas não contribui efetivamente para “modificar a posição social do sertanejo na realidade
nacional”.
Merece ressalva a afirmação I, que deve ser entendida com restrições, já que o texto não
menciona diretamente o que vem a ser “antes tratado de forma exótica e folclórica pelo
Regionalismo pitoresco”.
Sabe-se que o Regionalismo tem raízes no Romantismo e, nesse enfoque, é possível ser
exemplificado por Alencar, Bernardo Guimarães e até mesmo Taunay. Mas o advérbio antes
engloba também autores como Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, entre outros, para
cujas obras a afirmação é problemática.
100. c Nos dois textos dados fica evidente a ideia de que a literatura expõe, com maestria, o que
muitas vezes se deseja esconder. É o caso do 1º texto, em que se descortina a presença
maçante do barão, que com seu pedantismo linguístico estraga o livro: “Infelizmente um
doutor, utilizando bichinhos, impunha-nos a linguagem dos doutores. – Queres tu brincar
comigo?”. Já o 2º texto apresenta a mesma ideia de forma mais evidente: “[...] pois mesmo
as obras consideradas indispensáveis para a formação do moço trazem frequentemente
o que as convenções desejariam banir. Aliás, essa espécie de inevitável contrabando é um
dos meios por que o jovem entra em contato com realidades que se tenciona escamotear-lhe”.
101. d Comentário da UERJ:
O texto de Graciliano Ramos apresenta uma reflexão sobre o limite da verdade mesmo em
textos que não se pretendem ficcionais, como biografias e autobiografias. Ao perceber que
as memórias de cada pessoa se alteram com o tempo, o que dificulta bastante distinguir
o que foi ou não realidade no passado, o escritor assume a possibilidade de reconstrução
ficcional das suas próprias lembranças. Ao dizer que suas memórias “conjugam-se, comple-
tam-se e me dão hoje impressão de realidade”, ele justifica o fato de escrevê-las e publicá-las
mesmo reconhecendo que nem ele nem ninguém pode dizer a verdade toda sobre o passa-
do, mas apenas passar para os leitores uma razoável “impressão de realidade”.
102. c Comentário da UERJ:
O fragmento que melhor exemplifica o uso da linguagem figurada é “quantas demoradas
tristezas se aqueciam ao sol pálido”. Tanto “tristezas” quanto “sol” recebem adjetivos que
os personificam: este se mostra “pálido” como uma pessoa doente, aquelas se mostram
“demoradas” como pessoas lentas, que ainda por cima decidem se “aquecer” ao sol, como
se uma tristeza pudesse ser aquecida.

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103. c Comentário da UERJ:
No trecho de Memórias do cárcere apresentado há pelo menos 9 perguntas retóricas, vá-
rias delas encadeadas uma depois da outra. Esse procedimento de construção textual
não apenas ajuda o leitor a refletir junto com o escritor, como se estivessem conversando,
como também expressa suas inquietudes e dúvidas.

104. d Comentário da UERJ:


Quando o narrador diz “exponho o que notei, o que julgo ter notado”, ele corrige a ideia
mais categórica, representada por “notei”, alterando-a para “julgo ter notado”, ou seja, pre-
ferindo uma expressão menos categórica, menos assertiva, mais dubitativa, portanto. E ele
não apaga, no entanto, a primeira expressão, mantendo ambas, logo, deixando explícita
sua hesitação e, consequentemente, sua “dificuldade de reproduzir a realidade”.

105. a Comentário da UERJ:


Uma mentira pode ser verossímil, isto é, pode parecer verdadeira, enquanto uma verdade
pode ser inverossímil, isto é, pode parecer uma mentira. Por isso, uma narrativa “convence”
melhor o leitor se ela se mostra verossímil, isto é, se ela parece verdadeira, se ela “parece
contar uma história real”.

106. a) O conflito que perpassa a obra é a oposição entre o sonho/utopia da fartura/plenitude


e a realidade feita de carências.
b) O domínio da linguagem equivaleria à apreensão e compreensão do mundo, como su-
gere a passagem “Livres dos nomes, as coisas ficavam distantes, misteriosas”. Pelo domínio
da linguagem, portanto, as coisas perderiam o caráter mágico/mítico, tornando-se tangí-
veis, racionalizáveis.

107. e O romance Capitães da Areia, de Jorge Amado, estrutura-se em um jogo de tensões cuja
expressão se dá no contraste entre a religião africana, como forma de resistência cultural,
e a religião dos brancos e dos ricos. Ademais, a tensão social decorre da manutenção de
uma estrutura social advinda do Período Colonial e, por fim, o trecho “Omolu espalhara a
bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina [...]”
(destaque nosso) registra os descompassos e as desigualdades dos processos de moderni-
zação por que o Brasil passou.

108. b O próprio termo “regionalista”, amplamente utilizado como qualificador para o chamado
“romance de 1930”, já traz implícita a preferência dos autores daquele período por realida-
des bem determinadas, com foco nos problemas sociais.

109. a As duas obras apresentam conflitos de classe: em Jorge Amado, pobres × ricos; em Gra-
ciliano, vaqueiro × patrão. Em ambas, há questões culturais brasileiras: pobreza, miséria,
fome e ignorância dos personagens.

110. e Em sua fase inicial, o autor deu preferência a temas que retratassem o conflito de classes,
doutrina fundamental no marxismo/socialismo. A greve de que fala o excerto insere-se
nesse contexto.

111. c O autor enfatiza que o problema não é racial, trata-se de uma questão social: a miséria
iguala pretos e brancos no universo dos explorados pelo sistema.

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112. a) O motivo pelo qual Severino pergunta “se não vale mais saltar / fora da ponte e da vida”
resume-se em desilusões e decepções. Durante sua peregrinação, ele tem contato com mi-
séria, sofrimento, amargura e morte. Quando chega a Recife, já desanimado, questiona-se
sobre a validade da vida.
b) Mestre carpina refere-se ao nascimento de seu filho, “o filho esperança”. Os versos se
opõem àqueles que revelam as desesperanças de Severino.
c) A morte é apresentada em todo o poema, sucessivas vezes, acompanhando o retirante
em sua jornada. Já a vida se mostra apenas no final da obra, no nascimento de uma
criança, filha de mestre carpina, que representa o ressurgimento da esperança, a crença
na vida.
d) Durante todo o poema, o autor emprega a derivação imprópria (mudança de classe
gramatical): Severino, substantivo próprio, passa a ser severino (“Somos muitos se-
verinos”), substantivo comum, e, especificamente no trecho “ainda mais quando é [...]
severina”, adjetivo.
113. c O autor, ao suspender a realidade, enfatiza elementos do sonho; foge do lógico e realista
para realçar o onírico.
114. a) Pela disposição verbo-visual.
b) Ao contar com o recurso gráfico da ampliação, o poeta transmite ao leitor sua difi-
culdade em casar pensamento-palavra. A ampliação da palavra nunca, por exemplo,
a qual preenche toda a extensão da linha, sugere a própria extensão do tempo ao
infinito.
115. c Cuidando do rigor formal e vocabular, João Cabral coloca-se contra o prosaísmo. Desde o
próprio título, “O engenheiro”, ele sugere o ato poético como uma tarefa que exige apuro
e dedicação.
116. a A prática poética de João Cabral de Melo Neto, no texto, consiste em ressignificar as pala-
vras, atribuindo-lhes novos sentidos. Para isso, o recurso da metáfora é utilizado recorren-
temente, como em “Flor é o salto / da ave para o voo:”.
117. e Ao contrário do que foi dito na alternativa, é o canavial que corta o vento. Como se verifica
na última estrofe, o “vento [...] nele [ou seja, no canavial] se esfola”.
118. d Para aproximar canavial e mar, o poeta atribui a ambos, no último verso do poema, a
qualidade comum de serem um “nada prenhe”, expressão que constitui um paradoxo
por dar a um mesmo elemento as ideias contraditórias de “vazio” e “repleto”.
119. a Ao afirmar que “todo metro é vão” para delimitar a extensão de um canavial, o poeta
declara ser impossível chegar a uma medida exata de sua imensidão.
120. b Os versos do poema de João Cabral são octossílabos, conforme a metrificação exemplificada
abaixo:
Um ca na vial tem a ex ten são
1 2 3 4 5 6 7 8
an te a qual to do me tro é vão.
1 2 3 4 5 6 7 8

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Tem o es can ca ra do do mar
1 2 3 4 5 6 7 8
que e xis te pa ra de sa fiar
1 2 3 4 5 6 7 8
121. a) A rigor, os versos de Cazuza e o poema concreto de Augusto de Campos podem conter
múltiplas críticas dirigidas a algo pouco definido em Cazuza como “burguesia” ou simples-
mente visualizado na combinação luxo/lixo em Augusto de Campos. Como é uma questão
meramente interpretativa, a resposta pode ser direcionada para a busca da ascensão social,
para a massificação do gosto, para a oposição riqueza/miséria, entre outros aspectos.
b) Tanto Cazuza como Augusto de Campos apontam para o gosto pela ostentação, pelo
exibicionismo, marca registrada de uma mentalidade para a qual a aparência vale mais
que a essência.
122. e Nas duas obras, Vidas secas e Morte e vida severina, há, nos personagens Fabiano e Severino,
uma caracterização determinista. Assim, do meio em que estão inseridos vêm todas as
suas marcas. Além disso, as obras refletem preocupações sociais e as personagens sofrem
opressão dos poderosos e do meio.
123. b O Concretismo combate o verso (livre ou metrificado) identificado com a frase gramati-
calmente organizada; propõe que a poesia vá além da palavra escrita, passando a explorar
diversos recursos verbais e visuais: união entre texto e imagem, trabalho com o signifi-
cante das palavras, jogos de palavras que se apoiam em recursos sonoros como alitera-
ções e assonâncias e sua disposição na página em branco.
124. b O espaço gráfico é um dos agentes estruturais do poema concreto, isto é, o branco da folha
de papel adquire valor expressivo. O poema estrutura-se sobre a linguagem da comunicação
verbal somada à comunicação visual. Para tanto, o poeta utiliza os aspectos concretos do
significante, fazendo o “poema-objeto”, por meio de múltiplos recursos, como: o acústico, o
visual, a carga semântica e a disposição geométrica dos vocábulos na página.
125. a No poema de Pedro Xisto, os elementos dispostos numa ordem especial adquirem um
significado subjetivo e novo, pois a letra S, por exemplo, passa a significar a serpente que
envolve e une homem e mulher.
126. d I. Incorreta. A personagem não abandona a dimensão racional (“tentava aprender”, “doce
martírio em não saber pensar”).
II. Correta.
III. Correta.
IV. Incorreta. A afirmação não se justifica, já que a mulher de casaco marrom encontra
apenas indiferença e inocência nos animais.
127. a I. Correta.
II. Correta.
III. Incorreta. Não há nesse trecho muitos verbos que indicam movimentos, “que trazem uma
determinação especial às ações da personagem”. O que os verbos nos mostram, na verdade,
é o movimento interno dessa personagem (o seu desejo de aprender, com os animais,
a odiar), seus pensamentos, seu conflito. Não há ações concretas, apenas pensamentos.
IV. Correta.

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128. c Uma das características das obras de Clarice Lispector é tomar um fato comum do dia a dia
como pretexto para investigar as reações provocadas no interior das personagens.
129. b A substantivação do adjetivo “sensível”, no título do texto, retoma tanto o conteúdo temá-
tico do conto quanto a manifestação da subjetividade da senhora, reiterada nas repetições
do verbo sentir, destacado pelo uso de aspas.
130. c Existe entre a senhora e a bordadeira uma relação de oposição que culmina, por parte
da senhora, com a constatação de que a bordadeira tem algo que ela não tem: a liberdade.
131. c Em A hora da estrela, mostra-se um narrador peculiar ao refletir sobre questões existen-
ciais, como em “[...] como a morte parece dizer sobre a vida [...]” e sobre a construção do
discurso, como em “[...] esta história será o resultado de uma visão gradual – há dois anos e
meio venho aos poucos descobrindo os porquês.”.
132. c A intenção de Clarice Lispector é sublimar a morte de Macabéa, quando, no final, ela é atrope-
lada por um Mercedes (automóvel cujo símbolo é justamente uma estrela). A proximidade
da morte dá à personagem, pela primeira vez, a consciência de sua condição humana.
133. Segundo a autora, “É uma maldição porque obriga e arrasta como um vício penoso
do qual é quase impossível se livrar”, mas, logo em seguida, há uma ressalva: “[escrever]
Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca
se entende a menos que se escreva”.
134. Clarice afirma que a escolha entre romance, conto ou qualquer outro gênero não se dá de an-
temão, ou seja, “eventualmente” a escrita se encaminha para um rumo que não é dado a priori.
135. Sim. Ao afirmar que “só sei escrever quando espontaneamente a ‘coisa’ vem”, Clarice
encontra paralelo na seguinte passagem do Manual do roteiro, de Syd Field: “desafia
análises; é mágica e maravilha”.
136. d O narrador de “Campo geral”, em terceira pessoa, deixa transparecer um forte lirismo em
relação à história, pois, muitas vezes, revela a perspectiva do protagonista, Miguilim.
137. b O uso dos diminutivos permite uma aproximação afetiva carinhosa do universo infantil,
revelando a perspectiva da criança, no caso, Miguilim.
138. b A descrição feita pelo narrador (filho) denota muita segurança do pai com relação à sua
partida: “encalcou o chapéu”; “decidiu um adeus para a gente”; “Nem falou outra palavra”;
“não fez a alguma recomendação”.
139. b A forma como é marcada a gradação do pronome – do mais informal e familiar para o
mais formal e distante – denuncia a separação do casal: ela, a que fica; ele, o que parte
para uma indistinta parte de um rio.
140. d Representante máximo do regionalismo modernista da 3ª geração, Guimarães Rosa não se
limita ao registro dos aspectos observados nas regiões do interior de Minas Gerais. Atribui
ao sertanejo um pensamento filosófico que vai muito além das preocupações usuais que
alimentam o cotidiano de um homem comum.
141. a Além da paisagem, é possível detectar o personagem nela se inteirando de forma a vencer
os estreitos limites do eu e do mundo. Dessa maneira, encontram-se outras esferas que
não as físicas, propícias à criação do mito e das transcendências de caráter metafísico.
Fundem-se, portanto, o real, o mágico e o religioso.

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142. a A linguagem, no texto, tem a si mesma como tema, caracterizando assim a função
metalinguística: “O termo é novo, de impensada origem e ainda sem definição que lhe
apanhe em todas as pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. [...]”.
143. a) O trecho apresenta aliterações e assonâncias que produzem musicalidade, um recurso
típico da expressão poética.
b) O trecho apresenta:
„ elipses: “Até [talvez] fosse crime, fabricar dessas [canoas] [...]”;
„ corte sintático, pelo uso das vírgulas que quebram a unidade do período composto por
subordinação, separando, por exemplo, a oração principal (“Até fosse crime”) da subor-
dinada substantiva (“fabricar dessas, de madeira burra!”);
„ oralidade e associação rara em “madeira burra”;
„ células rítmicas (marcadas pelas vírgulas), que sugeririam ser cada segmento uma
espécie de redondilha menor, associando prosa e poesia.
144. e No texto de “O burrinho pedrês”, observa-se uma das grandes características do estilo
de Guimarães Rosa – a abolição das fronteiras entre prosa e poesia. O autor faz uso da
pontuação para marcar ritmo, das assonâncias e aliterações, entre outros. A partir do
segundo parágrafo, o narrador descreve o início da marcha do gado através de frases
que, separadas por vírgulas, apresentam cinco sílabas métricas, para depois imprimir
velocidade ao movimento através de frases com três sílabas métricas : “as-an-cas-ba-lan(çam), /
eas-va-gas-eos-dor(sos), / das-va-cas-e-tou(ros) / ba-ten-do-cõas-cau(das),” e “boi-bem-
-bra(vo), / ba-te-bai(xo), / bo-ta-ba(ba), / boi-ber-ran(do)...”. Também as assonâncias (“As
ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas”) e aliterações em b, d e v estão presentes
na descrição “Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando... Dança doido, dá de
duro, dá de dentro, dá direito... Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando...”).
145. e Exemplos de superstições e feitiçarias que povoam a cultura popular do interior são: “não
falar em raio: quando muito, e se o tempo está bom, ‘faísca’; nem dizer lepra; só o ‘mal’; passo
de entrada com o pé esquerdo”.
146. e O narrador entendeu que a resposta sobre o sentido da palavra devia ser um tanto evasiva,
pois o esclarecimento do real sentido poderia gerar um conflito.
Redação
147. a) Nessa passagem, a interação entre o narrador e outro personagem se dá pelo uso do
vocativo “Zé Fernandes”. Essa técnica atribui ao texto tom de diálogo, característico de
uma narração.
b) O trecho descritivo “[...] uma cocotte com os seus vestidos, os seus diamantes, os seus
cavalos, os seus lacaios, os seus camarotes, as suas festas, o seu palacete [...]” reforça a ideia
de fausto da sociedade parisiense no final do século XIX.
148. d O texto é uma descrição, com riqueza de detalhes, de como era um sarau no tempo em
que transcorre a história de A Moreninha, na primeira metade do século XIX.
149. Redação pessoal.
150. b Embora esse seja o gabarito oficial, não existe, a rigor, alternativa correta. A palavra
“muitas”, no contexto, deve ser classificada como pronome indefinido, denotando
quantidade, e não como adjetivo.

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151. c A forma “haja” representa, no contexto, a 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo,
denotando uma hipótese.
152. e Há amplo predomínio de verbos no pretérito imperfeito do indicativo: tinha, cantava, era,
fugia, etc.
153. b Os elementos destacados a seguir mostram o caráter subjetivo e impressionista da descri-
ção: “um cheiro mole e salobro enojou-a”, “uma janela [...] coava a luz suja do saguão”, “o
chorar doloroso de uma criança”.
154. c O texto apresenta um narrador observador de 3ª pessoa, que se pretende tão objetivo e
imparcial quanto possível: “Melhor será contar primeiro, de maneira tão sucinta e imparcial
quanto possível, a história de Antares e de seus habitantes [...]”.
155. Redação pessoal.
156. a Comentário da PUC:
a) Com a expressão “Belazarte me contou”, o autor apresenta o narrador-testemunha, que
é aquele que registra os acontecimentos sob uma ótica individual, sem sobrecarga de
emoções, e que vive a história.
b) Não é um narrador-personagem, porque este, além de contar a história em primeira
pessoa, faz parte dela, sendo por isso chamado de personagem, o que não acontece aqui.
c) Não é a personagem principal do conto.
d) Não é um narrador-onisciente, não conhece todos os aspectos da história e das perso-
nagens.
e) O narrador-observador presencia, mas não faz parte dos fatos relatados.
157. c Como fica evidente no texto de José de Alencar, no texto teatral não há um narrador que
conduza a história para o leitor, o que é feito pelas próprias personagens.
158. Redação pessoal.
159. d No texto apresentado, a narração é feita por um narrador-testemunha e onisciente.
160. c A frase “ainda era um homem” torna evidente que o narrador, nesse momento, revela ao
leitor o pensamento do personagem.
161. d A narradora em 1ª pessoa imprime um caráter muito particular à narrativa, oferecendo ao
leitor, portanto, a sua visão da realidade vivida.
162. Redação pessoal.
163. a Os três textos abordam o mesmo tema: a beleza exuberante da natureza.
164. b a) Eu imagino por aqui o Éden.
c) em tudo quanto eu vejo e sinto.
d) vejo por entre um claro das árvores.
e) que todavia mal eu vejo.
Todas as alternativas podem ser transpostas para a primeira pessoa sem perda de sentido,
exceto a alternativa b.
165. c O advérbio “aqui” refere-se a um lugar em que, no passado, havia “fonte”, “árvores flores-
centes” e “troncos decadentes”. A tônica do texto é, justamente, o lamento do eu poemático
em razão da destruição dessa natureza (que um dia ele contemplou) pelo progresso.

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166. b A diferença básica pode ser evidenciada pelo confronto desses dois segmentos: “[...] não
há ali nada grandioso nem sublime [...]” (Garrett) e “Tudo era grande e pomposo no cenário
que a natureza [...]” (Alencar). Deduz-se, então, que a natureza não possui a mesma magni-
tude (grandeza) nos dois textos.
167. a) Não se pode depreender que a moradora não aprecie o canto do sabiá-laranjeira. Ela
apenas constata o som do canto desses pássaros nas madrugadas, mesmo em uma cidade
barulhenta e caótica como São Paulo.
b) “Uma moradora do Brooklin (zona sul) conta que havia morado por 35 anos no interior
paulista e nunca fora acordada por passarinho algum e que naquele momento, em plena
São Paulo barulhenta e caótica, as madrugadas dela vinham sendo bem diferentes”.
168. e A afirmação I está correta, pois há coerência entre a pergunta e a resposta do primeiro
quadrinho se forem interpretadas independentemente uma da outra.
A afirmação II está incorreta.
A afirmação III está incorreta, porque o texto não expressa depreciação em relação ao
casamento se as respectivas perguntas e respostas de ambos os quadrinhos forem
interpretadas de modo independente.
A afirmação IV está correta.
A afirmação V está correta se a resposta do primeiro quadrinho for confrontada com a
do segundo, evidenciando-se a incoerência.
169. c Na passagem do discurso direto para o indireto, os verbos devem ser alterados; assim,
“seja” = fosse, “tenha” = tivesse, “dê” = desse e “fique” = ficasse. Da mesma forma, os
pronomes também devem ser alterados, como “você”, que se transforma em ela.
170. a) Seu Alberto disse que a voz de Leniza era linda, e ela comentou que, por ele, ela já estaria
no rádio.
b) Os pensamentos, as falas, as ideias dos personagens já são incorporados ao discurso
do narrador. Exemplo: “[...] que loucura!”.
171. c A forma verbal gostara, pretérito mais-que-perfeito do indicativo, corresponde a “gostou”,
pretérito perfeito do indicativo, na transposição de discursos: – Você gostou do quadro?
172. e O narrador joga com dois tempos, fazendo confluir o tempo presente (do adulto quarentão)
e o tempo passado (do mesmo personagem enquanto criança).
173. a Chama-se “discurso indireto livre” aquele em que a voz do narrador confunde-se com a
voz de um personagem, criando certa ambiguidade, como no exemplo dado.
174. a) Em primeiro lugar, a estrutura sintática, caracterizada ora pelo uso do polissíndeto (“[...]
vento que zunia lá fora e nas venezianas do meu quarto e de repente cessava e tudo ficava tão
quieto [...]”), ora pelo assíndeto (“[...] estava em minha cama com minha blusa de lã as mãos
enfiadas nos bolsos os braços colados ao corpo [...]”); em segundo lugar, a ausência de pon-
tuação contribui decisivamente para o jorro dos pensamentos do narrador-personagem.
b) Há dois exemplos de discurso direto: “[...] deixa de preguiça menino!” e “[...] e pousou
a mão em meu joelho e falou você não quer mesmo almoçar?”.
175. d Os trechos em destaque estão em discurso indireto livre, pois durante sua leitura confun-
dem-se a voz do narrador e a do personagem. Trata-se, portanto, de um discurso polifônico.
176. d A frase “que lembrança!” deve ser atribuída ao personagem, mesclando-se ao discurso
do narrador.

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177. b A atitude do lenhador foi controversa, pois, apesar de fazer uma afirmação com palavras,
fez outra com gestos. Isso mostra que alguns “homens [...] proclamam ações nobres, mas
na prática realizam atos vis”.
178. d A transposição do discurso indireto para o direto requer que os verbos no modo subjun-
tivo assumam o imperativo; dessa forma teríamos “Entre na cabana”. Já o tempo pretérito
mais-que-perfeito passa para o pretérito perfeito como em “Você viu uma raposa?”.
179. a) Deus me livre trocar minhas ideias pelas suas!
b) Um disse ao outro que queria propor uma troca de ideias, ao que o outro respondeu que
Deus o livrasse daquilo.
(Há outras possibilidades.)
180. b I. Correta.
II. Incorreta. Não há reutilização do discurso do personagem pelo narrador, portanto não
há discurso indireto.
III. Incorreta. Não ocorre discurso direto, pois não há citação do discurso do personagem.
IV. Correta.
181. e I. Verdadeira. No discurso direto, os personagens criam voz através de diálogos que
marcam o tipo da fala de cada um e, com isso, indicam o comportamento que define
um personagem no texto. Portanto, nesse tipo de discurso, as falas são reproduzidas
fielmente, para dar maior realismo ao diálogo.
II. Verdadeira. O discurso direto introduz mais vivacidade por reproduzir fielmente a fala
das personagens e, para isso, o autor utiliza das interjeições, dos vocativos, das interro-
gações, tudo para dar maior realismo ao diálogo.
III. Verdadeira. O discurso direto representa fielmente a fala através dos diálogos, apare-
cendo na narrativa sem intermediários. No discurso indireto, as falas dos personagens
passam pelo filtro do narrador, por isso a denominação “discurso indireto”.
IV. Verdadeira. A transposição do discurso direto para o indireto está correta. No discurso
direto há o uso do travessão e o personagem fala de maneira bastante pessoal direta-
mente com seu antagonista:
– Por que esse espanto? Você não é gente? [...]
Já no discurso indireto, há uma história sendo contada ou mediada por um narrador:
Ele perguntou por que o espanto, se ela não era gente, porque gente fala sobre gente.
V. Verdadeira. A função de linguagem predominante é a fática, pois não há um assunto
sendo conversado, há apenas aquela comunicação básica entre pessoas que pouco se
conhecem, somente para estabelecer um contato ou para testar se o contato está sen-
do realmente efetivado.
182. Passando para o discurso direto:
– É imprudente andar por essas casas, disse Camilo a Rita.
(Há outras possibilidades.)
183. Os dois entes abstratos que passam pelo processo de personificação são a virtude e o in-
teresse: ambos são adjetivados como se fossem seres humanos. À virtude, são atribuídas a
preguiça e a avareza; ao interesse, o espírito ativo e pródigo.
184. a O morcego, na fábula, consegue sobreviver adaptando-se às preferências de seus opositores.
Nisso constitui-se a moral da fábula: “lhe bastou mudar de nome para ter a vida salva”.

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185. a O verbo no presente do indicativo do discurso direto (“sou”) transforma-se, na transposição
para o discurso indireto, no pretérito imperfeito “era”.
186. a) No período indicado: “[...] amizade às vezes é difícil sobre essa base, porque atravessa
períodos complicados. Mas quando a gente ama de verdade, no amor, na amizade, ama
as luzes e as sombras de cada pessoa ou de cada lugar”, as duas metáforas utilizadas são
luzes e sombras, que se referem às qualidades e defeitos inerentes a qualquer ser humano
ou lugar.
b) O entrevistador pediu para que Galeano falasse um pouquinho sobre uma coisa muito
importante para o entrevistado: a amizade.
187. d O guarda, que usa óculos, se mostra espantado pelo fato de o motorista dirigir uma moto
que tem um para-brisa com lente.
188. e I. Discurso direto: “– O senhor é lavrador?”
Discurso indireto: “Cristiano Palha maldisse o governo [...]”
Discurso indireto livre: “Que lhe importavam escravos futuros, se os não compraria?”
II. A obra é centrada na vida malograda de Rubião, que possui como pano de fundo as
questões governamentais e escravocratas do final do século XIX.
III. O narrador-onisciente, “aquele que sabe tudo”, lança paulatinamente informações e
impressões dos personagens que, à maneira realista, compõem a essência da trama.
189. a) Há duas possibilidades:
1. O pai disse ao filho que um dia tudo aquilo seria seu/dele.
Reescrita correta, porém o pronome possessivo de 3ª pessoa gera uma ambiguidade, pois
o possuidor pode tanto ser o pai quanto o filho.
2. O pai disse que um dia tudo aquilo seria do filho.
Essa transformação desfaz a ambiguidade da anterior, contudo perde-se um dado fun-
damental que é o interlocutor presente no discurso direto (filho): nessa reescrita, o filho
aparece como possuidor, mas não como interlocutor.
b) Sim, considerando que a ironia consiste em atribuir a uma palavra, sentença ou frase o
sentido diverso do que normalmente possui. A frase “Filho, um dia isso tudo será seu” tem
sentido positivo, aludindo aos bens que serão herdados. No texto, contudo, o sentido passa
a ser negativo, pois, no contexto de um lixão, sugere a devastação ambiental como a
herança que será deixada para as novas gerações.
190. c Os trechos em questão estão em discurso indireto livre, ou seja, não apresentam as marcas
gramaticais que permitem a atribuição da fala ao personagem ou ao narrador. Assim, a voz
de Juliana se mistura à voz do narrador.
191. Redação pessoal.
192. e A crônica é marcada, sobretudo, por ter como ponto de partida um tema do cotidiano que
passa a ser trabalhado pela criatividade e subjetividade do cronista, daí a utilização da
linguagem figurada e de imagens.
193. b Pelo trecho da crônica de Rubem Braga, observam-se os seguintes aspectos:
„ Como assunto: uma informação colhida de um viajante:
“Um Sr. Matter, que fez uma viagem de exploração [...] conta a um jornal [...]”

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„ Como modo de apresentação: uma narrativa sugestiva, pois o leitor é levado a ler não
só o que está escrito, mas também o que está implícito.
„ Como finalidade: promover reflexão. O leitor é convidado a refletir sobre as ações e a
diversidade de culturas dos homens.
194. e I. I ncorreta. O título é coerente com o conteúdo da crônica, pois esta trata das disposições
e medidas relacionadas com a proteção do patrimônio dos moradores do condomínio.
II. Correta.
III. Correta.
195. Redação pessoal.
196. c A presente crônica trata o tema da infidelidade de modo irônico, uma vez que o aborda de
forma indireta, lúdica e maliciosa.
197. b I. Correta.
II. Incorreta. O texto não apresenta linguagem conativa (ou apelativa), pois o emissor não
se dirige, expressamente, ao receptor.
III. Correta.
198. c Em “Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que já
o tinha visto.”, o pronome pessoal oblíquo “o” retoma o substantivo “mar”, não se referindo,
portanto, a “menino”.
199. No contexto, a palavra cronistas designa aqueles que escreveram a respeito da terra
recém-descoberta; remete, portanto, ao sentido original de crônica como compilação
de fatos históricos apresentados segundo a ordem de sucessão no tempo.
200. e A função metalinguística da linguagem é predominante nesse texto, pois o autor coloca as
dificuldades da escrita de crônicas como alvo central de seu próprio texto.
201. e Há contraste entre o tema abordado e a linguagem utilizada, porque o autor brinca com
a passagem bíblica sobre o nascimento de Jesus, usando uma seleção vocabular informal,
como visto na frase “Negócio seguinte”.
202. a) O fato de a crônica ser efêmera, pois lida com aspectos circunstanciais que envolvem o
cotidiano.
b) Então, no contexto, é palavra de realce (expletiva) e indica espanto, surpresa, perplexidade.
203. a É próprio da crônica extrair seus temas do cotidiano, concentrando-se em fatos aparente-
mente banais.
204. c A citação do verso estabelece um diálogo com o poema de Bandeira, o que caracteriza a
intertextualidade.
205. a Conforme os dois parágrafos iniciais da crônica: “O Jornal do Commércio deu um brado esta
semana contra as casas que vendem drogas para curar a gente, acusando-as de as vender
para outros fins menos humanos. Citou os envenenamentos que tem havido na cidade,
mas esqueceu de dizer, ou não acentuou bem, que são produzidos por engano das pessoas
que manipulam os remédios.”

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206. Resposta oficial:
A importância desse recurso é a de dar ênfase à situação de tristeza e melancolia da nar-
rativa, pois a expressão “ventava muito”, além de dar ritmo ao texto e reunir os dois episó-
dios, remete tanto à noite da tragédia quanto a um dos fatores climáticos que provoca a
morte do filho do japonês.
207. Resposta oficial:
A descrição pode ser identificada no 1º parágrafo através de citações de elementos descritivos
do ambiente em que ocorre o episódio narrado no texto. A narração no 2º parágrafo pode
também ser identificada através de citações do fato narrado. Ainda é possível identificar
entre os parágrafos a diferença no uso predominante de adjetivos e verbos no pretérito
imperfeito no 1º parágrafo, e de marcadores temporais e verbos no pretérito perfeito no 2º.
208. a O texto de Machado de Assis apresenta características essenciais de uma crônica, como
tema extraído do cotidiano, concisão, brevidade e interlocução com o leitor.
209. a Segundo o texto, “O ponto comum entre a crônica e a notícia ou a reportagem é que o
cronista, assim como o repórter, não prescinde do acontecimento”.
210. e Conforme o texto:
“[...] sem o dogmatismo do editorial, no qual a opinião do autor (representando a opinião
da empresa jornalística) [...]”
211. d O termo “dogmatismo”, no contexto do verbete, se refere às opiniões apresentadas e
defendidas, geralmente, em um texto pertencente ao gênero editorial. Essas opiniões
apresentadas pelo autor em um editorial correspondem, ainda, às opiniões da empresa
jornalística.
212. d Conforme o texto, a crônica é um “Texto jornalístico desenvolvido de forma livre e pessoal,
a partir de fatos e acontecimentos da atualidade [...]”.
213. c Segundo Antonio Candido, a crônica desempenhou uma função pedagógica entre nós,
pois contribuiu para a compreensão do fato de que grandiloquência e requinte gramatical
não eram atestados de superioridade de uma obra literária.
214. c Comentário da UERJ:
O recurso visual de balões de pensamento deixa claro que há diálogo do personagem
apenas consigo mesmo, dessa maneira enfatizando sua condição solitária.
215. b Comentário da UERJ:
Quando o personagem se pergunta “Quem poderá dizer que os rebeldes estão errados?”,
ele coloca em dúvida uma certeza: a de que os rebeldes estariam sempre errados e por
isso deveriam ser combatidos. A pergunta, então, relativiza a opinião do poder dominante,
levantando a possibilidade de que, sob perspectiva diferente, os rebeldes pudessem ter
razão.
216. a Segundo o texto, “Abrigos confortáveis, boa iluminação, calçamento, limpeza e paisagismo
que circundam estações de metrô ou pontos de ônibus precisam mostrar o status que o
transporte público tem em uma determinada cidade”.

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217. b Apesar de os paulistanos terem uma predileção por erguer muros e pregarem um certo
isolamento em relação à cidade como um todo, “o poder público não fez a sua parte em
desmentir que a chegada do transporte de massas não degrade a paisagem urbana”.
218. d As demais alternativas apresentam termos por meio dos quais se nota a avaliação do autor:
“exacerbado”, “tétrica”, “quase bonita”, “desastre” e “ótimo”.
219. a “Moradores de Higienópolis admitiram ao jornal Folha de S.Paulo que a abertura de uma
estação de metrô na avenida Angélica traria ‘gente diferenciada’ ao bairro”, ou seja, traria
o “Brasil real” ao bairro.
220. d A ironia é uma figura que consiste em dizer justamente o oposto do que está escrito ou
dito. No caso da questão, só não há ironia na afirmação formulada na alternativa d.
221. e I. C  orreta. A tira e o texto remetem o leitor à questão de estar isolado em relação à “gente
diferenciada”.
II. Correta. A imagem do entorno da tira retrata a “gente diferenciada” referida no texto, ou
seja, pessoas que representam o “Brasil real”.
III. Correta. O texto faz menção a paulistanos, entre os quais os moradores de Higienópolis,
que vivem em refúgios distantes do “Brasil real”, como também o carro da tira.
222. a) A dificuldade na redação da carta ocorre também em outros gêneros, como o romance e
o conto. O registro oral (“enquanto falo outra”) entra em conflito com a linguagem “escrita”.
b) Não, o texto também apresenta a modalidade oral, marcada no segundo quadro: “[...]
com toda essa coisa [...]”.
223. Podem ser mencionadas:
„ a utilização de quadros cuja sequência marca a progressão da narrativa;
„ o desenho que marca condição psicológica do personagem (veja o segundo quadro),
bem como a progressão da escrita da carta;
„ os balões que contêm as falas do personagem.

224. d No último quadrinho, a locução interjetiva “qual é!” caracteriza registro informal da língua,
rompendo com o padrão de linguagem anteriormente utilizado por Calvin.

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