Compilação dos slides Economia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 99

61022 - Introdução à Economia (2023/2024)

1. Ciência Económica

Margarita Arantes Salgueiro de Carvalho

Ciência Económica de Margarita Carvalho é


disponibilizado sob a Licença Creative Commons-
Atribuição - NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0
1 Internacional
Índice [1. Ciência Económica]

0. Introdução

 Mankiw, N. G (2021). Principles of Economics, 9th ed.*, Cengage:

cap. 2 (“Thinking like an Economist”)

*[nota: outras edições podem ser usadas].

1. Ciência Económica

 Neves, J. C. (2023). Princípios de Economia Política, Princípia, 8ª ed.:

pág. 13 a 31.

2
0. Introdução

3
Conceitos básicos - O que é a Economia?

À Economia interessa analisar a dimensão económica da realidade social,


constituindo os “fenómenos económicos” (se assim lhes podemos chamar), uma
abstração dessa realidade.

A Economia é uma perspetiva sobre os problemas do homem e da sociedade.

Apesar das várias definições existentes, o contributo da Economia passa pelo


fornecimento de propostas para uma gestão eficiente dos recursos escassos
disponíveis com vista a alcançar o máximo bem-estar das pessoas.
ECONOMIA

MACROECONOMIA
MICROECONOMIA
analisa o comportamento agregado ou global
estuda o comportamento básico dos agentes
dos agentes económicos e ocupa-se dos
económicos individuais e os mecanismos da
termos como a inflação, o emprego, o produto
formação dos preços.
total de uma economia

4
Conceitos básicos: microeconomia e macroeconomia

 A microeconomia, tal como o início da palavra indicia, estuda o comportamento


das unidades mais pequenas que compõem a Economia: um mercado de um
determinado produto, o consumidor, o produtor, o trabalhador, etc. Centra,
assim, a sua análise no comportamento de entidades individuais como os
mercados, as empresas ou as famílias.

 Em contrapartida, a macroeconomia estuda a economia no seu todo, pondo em


evidência as interações entre as diferentes partes. Preocupa-se com a análise
do comportamento agregado ou global dos agentes económicos. Estuda
problemas como a criação de riqueza, a inflação, o desemprego ou as crises
económicas.

5
Conceitos básicos: economia positiva e normativa

 A economia enquanto ciência depende da sua capacidade de distinguir os


factos e argumentos racionais das meras expressões de opinião. Daí a
importância de distinguir entre economia normativa e economia positiva.

 A economia positiva dedica-se ao estudo objetivo de como uma economia


funciona e para isso usa explicações de natureza científica, assentando por isso
em hipóteses suscetíveis de serem testadas. Estabelece, assim, proposições
factuais (no caso de se verificarem tais circunstâncias, então terão lugar tais
acontecimentos);

 A economia normativa produz recomendações que envolvem juízos de valor.


Oferece prescrições para as ações baseadas em juízos de valor pessoal e
subjetivos. Ocupa-se “do que deveria ser”. À partida, não há respostas certas
nem respostas erradas. Estas questões podem e devem ser debatidas, mas
nunca serão resolvidas pela ciência...

6
A Economia como ciência

A Economia como ciência deverá respeitar as seguintes condições:

 Ter um campo de estudo específico, i.e., ter um objeto de estudo;


 Ter uma terminologia própria, i.e. possuir um corpo de conceitos
específicos;
 Utilizar o método científico na pesquisa.

A Economia preocupa-se com a previsão e explicação de fenómenos.

 (acho que estes dois tópicos podem vir mais à frente, quando se volta a
falar de modelos e assunções...)Utilização de modelos que representam a
realidade;

 Os modelos económicos omitem detalhes da realidade, com vista a


permitir analisar o que deveras importa - Assunções (simplificação da
realidade)

7
A Economia como ciência

Etapas da explicação económica:

1. Decidir sobre o que se deseja explicar ou predizer;

2. Identificar as variáveis relevantes;

3. Especificação das suposições da teoria;

4. Especificação das hipóteses;

5. Testar a teoria comparando as previsões com os acontecimentos;

6. Evidência empírica (pró ou contra as suposições teóricas).

8
Os instrumentos da análise económica

A economia baseia-se num conjunto de conceitos, de técnicas e de procedimentos


que ajudam a analisar e a resolver os problemas económicos.

Variáveis:

Variável económica é algo que influencia as decisões relacionadas com os problemas


económicos fundamentais, ou algo que descreve os resultados dessas decisões.

Modelos:

Os modelos permitem a representação da realidade económica - simplificação da


realidade económica através de hipóteses, pressupostos, condições, argumentos…
(vejam-se os dois exemplos apresentados nas páginas seguintes).

Gráficos:

Os gráficos oferecem uma forma de expressar visualmente ideias que pareceriam


menos claras se descritas através de equações ou palavras. Ao analisar dados
económicos, os gráficos oferecem uma forma de descobrir como as variáveis se
relacionam de facto.
9
Os instrumentos da análise económica

Para responder a diferentes questões, os economistas trabalham com:

 Hipóteses (assunções): simplificam o mundo complexo em que vivemos,


tornando-o mais fácil de entender.

 Modelos económicos: representações simplificadas de uma realidade mais


complexa.

10
Os instrumentos da análise económica

Modelo 1. Diagrama do Fluxo Circular do Rendimento


O Diagrama de fluxo
circular é um modelo
visual da economia que
mostra como os dólares
circulam pelos mercados
entre as famílias e as
empresas.
Inclui os mercados de
bens e serviços e de
fatores de produção.
Trata-se de um modelo
que representa, de forma
simplificada, a interação
das empresas e as
famílias.

Fonte: Mankiw, N. Gregory (2021), Principles of Economics, 9th ed., Cengage.

11
Os instrumentos da análise económica

Modelo 2. Fronteira de Possibilidades de Produção


A fronteira de
possibilidades de
produção mostra as
combinações de produtos
– neste caso, carros e
computadores – que a
economia tem a
possibilidade de produzir,
dados os fatores de
produção e a tecnologia
de produção disponíveis.

[Nota: este ponto será


desenvolvido mais à frente,
pretendendo-se nesta seção
apenas ilustrar a sua
utilidade enquanto
instrumento de análise
económica.
Fonte: Mankiw, N. Gregory (2021), Principles of Economics, 9th ed., Cengage.

12
1. Ciência Económica

3
Objeto de estudo da ciência económica

Já vimos que à Economia interessa analisar a dimensão económica da realidade


social, estudando e explicando o comportamento humano em sociedade
relativamente à produção, às trocas e à utilização de bens e serviços.

O problema fundamental para a Economia, e para a sociedade, é o de conjugar,


por um lado, as necessidades ilimitadas de novos bens e serviços, e, por outro
lado, a escassez de recursos (como sejam, o trabalho, o equipamento, as
máquinas, a terra) necessários à produção desses bens e serviços. Relaciona-se,
assim, com as escolhas a fazer tendo em conta que existem necessidades
ilimitadas e recursos escassos para as satisfazer.

Esta ideia é evidente na expressão de Samuelson e Nordhaus (2005) “A


Economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade decidem empregar
recursos escassos, que poderiam ter utilizações alternativas, para produzir bens
variados e para os distribuir para consumo, agora ou no futuro, entre as várias

14 pessoas e grupos da sociedade.”


Princípios (postulados) básicos da Economia

A ciência económica no seu esforço de compreender a realidade parte do princípio


de que os agentes são racionais e os sistemas se equilibram.

Daqui resultam dois postulados:

 Racionalidade: cada pessoa, nas suas decisões, procura escolher aquilo que
lhe parece melhor, tal escolha racional significa escolher a melhor alternativa, a
recusa natural do erro e do desperdício.

 Equilíbrio: sendo os agentes racionais, as várias decisões individuais vão


interagir de forma a encontrar a situação mais equilibrada. Assim, quando
confrontadas, as decisões de vários agentes combinam-se entre si da melhor
maneira possível.

[Nota: Veja-se a este propósito a “História do Autocarro”, apresentada nas páginas 17 a 18,
assim como os desenvolvimentos feitos nas páginas seguintes (p. 18 a 23)].

15
Princípios (postulados) básicos da Economia

A ideia subjacente à “Mão Invisível” de Adam Smith, considerado Pai da Economia,


de que os agentes, ao interagirem no mercado, atuam como se fossem guiados
por uma ‘mão invisível’ que os leva a resultados de mercado desejáveis e que é
evidente no exemplo do Autocarro, permite demonstrar que a sociedade funciona
bem, sem que ninguém se preocupe com isso.

Contudo, o que sucede quando os agentes livres, atuando individualmente, não


resolvem por si a questão de forma satisfatória? O que sucede ao mercado
quando esta “mão invisível” não funciona?

Quando o mercado não funciona bem, se a “mão invisível” falha, então o Estado
poderá intervir através da política económica (este ponto será desenvolvido mais à
frente).

16
Princípios (postulados) básicos da Economia

Através dos postulados da racionalidade e do equilíbrio, a economia explica como é que


uma sociedade consegue pôr a funcionar um sistema (a que chamamos sistema
económico) complexo e poderoso, que nos permite o acesso a uma multiplicidade de
bens.

Este sistema económico complexo funciona de forma contínua e, em cada dia, o


problema económico renova-se em cada tomada de decisão. Nesse sistema cada um
tenta produzir o que melhor sabe fazer e consumir o que mais gosta, de forma a
maximizar o seu bem-estar.

O sistema económico traduz o modo como a sociedade se encontra “organizada” no


sentido de resolver os problemas básicos de qualquer economia. As soluções para os
problemas centrais – O quê?, Como? e Para quem produzir? – de uma sociedade irão
depender, fundamentalmente, do tipo de organização económica vigente e os
instrumentos de que uma sociedade dispõe para a solução do problema económicos
são a tradição, a autoridade e o mercado - veja-se a este propósito as páginas 27 a 31

17 de Neves (2023).
Escassez e Escolha

Como os recursos que uma sociedade dispõe para a produção de bens e


serviços não são ilimitados, o problema da escassez implica que a sociedade
terá necessidade de fazer escolhas. Não se pode produzir tudo o que as
pessoas desejam, são necessários mecanismos que ajudem as sociedades a
escolher quais os bens a produzir e quais as necessidades a satisfazer.

Deste modo, na presença de escassez deparamo-nos sempre com um


Problema Económico

− Multiplicidade de necessidades (“as necessidades humanas têm


natureza ilimitada”);

− Escassez de recursos (Lei da escassez);

Problema fundamental da economia – Problema da Escolha


18
A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP)

 A Fronteira de Possibilidade de Produção (FPP) é um instrumento útil na


ilustração dos problemas da escassez e da escolha.

 Os recursos à disposição são insuficientes de modo a permitirem a satisfação


integral das necessidades, pelo que todas as sociedades, independentemente
do seu nível de desenvolvimento deparam-se com a necessidade de realizar
escolhas.

 A FPP dá-nos as combinações máximas de produção de dois bens (trata-se de


uma simplificação) que podem ser obtidas por uma economia dados os
conhecimentos tecnológicos e a quantidade de fatores de produção (terra,
trabalho e capital) disponíveis .

Assume portanto:
‒ Pleno emprego de fatores;
‒ Tecnologia constante.

19
A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP)

 Para representar graficamente a FPP temos que saber que pares de bens são
produzidos, representando nos eixos dos gráficos as quantidades físicas
produzidas de cada bem.

 No exemplo a seguir apresentado, os bens produzidos são manteiga e


espingardas

Possibilidades de Manteiga Espingardas


produção (milhões de (milhares)
quilos)
A 0 15
B 1 14
C 2 12
D 3 9
E 4 5
F 5 0

20
A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP)

 Cada ponto da FPP representa uma combinação possível face aos recursos e
tecnologia disponíveis na economia.

 A FPP ilustra bem a ideia de eficiência.

A FPP é uma curva


que passa por todas
as combinações
máximas de produção
Espingardas (milhares)

de manteiga e
espingardas para
esta economia

Manteiga (milhões de quilos)

21
A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP)

 O objetivo é utilizar a técnica mais eficiente, ou seja, a combinação de fatores


de produção que permita obter a máxima produção de ambos os bens com
recursos disponíveis (eficiência produtiva).

 Está-se numa situação de eficiência económica se, para aumentar a produção


de um bem, isso só é possível se se diminuir a quantidade produzida do outro
bem.

‒ Isto significa que nos situamos num ponto sobre a FPP onde se utilizam as
técnicas de produção mais eficientes.

 Já os pontos no interior da FPP, tal como o ponto U, são pontos ineficientes no


sentido em que é possível aumentar a produção de um bem sem diminuir a
produção do outro.

‒ Podemos estar no interior da FPP ou porque não estamos a utilizar


plenamente os recursos de que dispomos,

‒ ou porque não estamos a utilizar a técnica de produção mais eficiente.

22  Estas combinações podem ser produzidas mas não são eficientes.


A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP)

 O problema da escassez está presente uma vez que não é possível produzir
combinações de produção que estão no exterior da FPP (por exemplo I).

 Sendo a FPP uma curva com inclinação negativa que representa as


combinações máximas de produção , então o aumento da produção de um bem
implica uma diminuição da produção do outro bem.

 A partir da análise da FPP é evidente que ao efetuarmos escolhas há lugar a um


custo, na medida em que ao escolhermos mais de uma coisa e isto implica
termos menos de outra (custo de oportunidade).

 Sendo os recursos disponíveis escassos, então, para produzir mais de um bem,


terá de reduzir-se a produção do outro bem.

 Mais: A configuração côncava da FPP indica-nos que o custo de oportunidade


de um bem cresce à medida que se vai aumentando a produção desse bem.

23
Custo de Oportunidade

Ao efetuar uma escolha, renuncia-se a bens, serviços ou atividades que iriam


proporcionar satisfação.

Custo de Oportunidade

O Custo de Oportunidade representa assim:

― Alternativa/Oportunidade que é preterida quando se faz uma


escolha.

― O valor do que de melhor deixamos de fazer para fazer o que


fizemos.

 A expressão “Não há almoços grátis” traduz esta ideia ao querer dizer que
todas as escolhas têm um custo, um custo de oportunidade.

24
Vantagens absolutas e comparativas

 O conceito de custo de oportunidade pode ser aplicado às teorias das


vantagens absolutas e comparativas (estas teorias estão na base das teorias
explicativas do comércio internacional).

“O comércio pode ser bom para todos” (Mankiw, 2021)

Por que pessoas e países optam por ser interdependentes?

 O sistema económico centra-se na troca onde cada um tem liberdade de


produzir e consumir o que deseja.

 Na ausência de comercio, só poderíamos consumir aquilo que produzíssemos.


Assim, o comércio permite que todos aproveitem uma maior quantidade e
variedade de bens e serviços.

25
Vantagens absolutas e comparativas

 Os países beneficiam com o comércio e a especialização (ao vender os bens


que produzem a um preço melhor no exterior e ao adquirir uma maior variedade
de bens e serviços a um preço menor do que poderia ser se produzido
domesticamente).

 A teoria das vantagens absolutas (desenvolvida por Adam Smith, 1776) explica
os ganhos do comércio internacional no caso em que um dos países é mais
eficiente do que o outro, em termos absolutos.

 Falamos de vantagem absoluta quando, na produção de bem, são empregues


menos fatores produtivos (recursos) comparativamente a outro produtor. A
vantagem absoluta permite comparar a produtividade de uma pessoa, país ou
empresa com a de outra.

 Cada país deve assim especializar-se nos bens que produz de forma mais
eficiente (com custos inferiores ou com produtividade superior).

26
Vantagens absolutas e comparativas

 David Ricardo (1817), com o princípio da vantagem comparativa, veio explicar


que existem ganhos com o comércio internacional mesmo quando um dos
países é, em termos absolutos, mais eficiente do que o outro na produção de
todos os bens.

 A especialização far-se-á com base na eficiência relativa, i.e., do custo de


oportunidade mais baixo.

 O comércio pode assim beneficiar todos os membros da sociedade porque


permite que os agentes se especializem em atividades nas quais têm uma
vantagem comparativa.

[NOTA: as temáticas dos “ganhos de comércio” e “vantagem comparativa” são desenvolvidas


nas páginas 128 a 133 de Neves (2023)].

27
61022 - Introdução à Economia (2023/2024)

2. O Mercado

Margarita Arantes Salgueiro de Carvalho

O Mercado de Margarita Carvalho é disponibilizado sob a


Licença Creative Commons-Atribuição - NãoComercial-
CompartilhaIgual 4.0 Internacional
1
Índice [2. O Mercado]

2. O Mercado

 Neves, J. C. (2023). Princípios de Economia Política, Princípia, 8ª ed.:

pág. 31 a 47.

Nota: Para efeitos de ilustração gráfica de alguns tópicos aqui abordados foi usada como

bibliografia adicional: Mankiw, N. G (2021). Principles of Economics, 9th ed., Cengage:

cap. 4.

2
2. O Mercado

3
Conceitos básicos - O que é a Economia?

Vimos que o mercado assenta na liberdade de decisão das partes interessadas (e


que nele participam), sendo possível, nesse mercado, encontrar o equilíbrio.

Será importante agora compreender o que motiva e determina a ação dos


intervenientes no mercado e o mecanismo de mercado onde tais forças se
encontram e equilibram.

 Os conceitos de valor e custo são importantes para a compreensão deste


mecanismo. Estes dois conceitos estão ligados à ideia de «utilidade», ou seja,
do benefício que a pessoa tira dos bens.

‒ O valor de cada coisa é a utilidade que ela dá.

‒ O custo é a utilidade que se sacrificou (abdicou).

[Nota: o desenvolvimento destes conceitos é feito com mais detalhe nas


páginas 40 a 47 de Neves (2023)].
4
O Mercado - Introdução

 O funcionamento do mercado baseado nos preços assenta num mecanismo


onde os incentivos desempenham um papel vital na medida em que se os
consumidores querem mais de um bem, estarão dispostos a pagar mais pelo
mesmo, por sua vez, se os produtores percebem que têm mais benefício ao
vender um bem, então terão incentivo em aumentar a sua produção.

 Estes incentivos e as ações consequentes têm impacto no mercado permitindo


que cada um produza o que melhor sabe fazer e troque por aquilo de que mais
gosta. Trata-se de um mecanismo automático (a “mão invisível,” de Adam
Smith) que permite ao sistema económico, dadas as circunstâncias, encontrar
soluções racionais e maximizadores do bem-estar, ou seja, eficientes.

[Nota: A este respeito poderá ser interessante ver o vídeo: “A Price Is a


Signal Wrapped Up in an Incentive”]

5
O Mercado - Introdução

 A forma mais sugestiva de abordar um mercado é através da análise gráfica


com recurso à cruz marshalliana (apresentada por Alfred Marshall).

 O modelo da oferta e da procura apresentado por Marshall dá-nos a conhecer


os instrumentos básicos de análise de mercados perfeitamente concorrenciais,
o que permite compreender o mecanismo de mercado.

 A procura e a oferta são as forças condutoras dos mercados. Na ausência de


intervenção do Estado, a oferta e a procura conduzem os mercados ao
equilíbrio, determinando o preço e a quantidade transacionada de cada bem ou
serviço.

 A forma como os preços e as quantidades evoluem ao longo do tempo depende


das características particulares da oferta e da procura e, em particular, da forma
como estas reagem às alterações que vão ocorrendo no enquadramento
económico.

6
A Procura – Definição

 Curva da procura: é a representação gráfica da procura, o que evidencia a lei


da procura; é o lugar geométrico dos pontos de consumo desejados do bem,
para cada nível de preço.

 Lei da procura: é a relação inversa entre o preço de um bem e a quantidade


procurada, isto é, se o preço do bem aumentar, a quantidade procurada desse
bem varia inversamente.

‒ Lei da Procura Decrescente: quando o preço de um bem aumenta, ceteris


paribus (isto é, tudo o resto constante), os consumidores tendem a
consumir menos desse bem. De forma similar, quando o preço baixa,
ceteris paribus, aumenta a quantidade procurada.

‒ O declive da curva é negativo.

7
Curva da Procura Individual

A tabela seguinte resume alguns pontos da curva da procura de cones de gelado


de um consumidor. De notar que outros fatores que podem influenciar as decisões
do consumidor, tais como o rendimento, a publicidade, o preço de outros bens,
entre outros, são mantidos contantes (é a hipótese ceteris paribus).

Preço do cone de gelado Quantidade de cones procuradas

$0,00 12

$1,00 10

$2,00 8

$3,00 6

$4,00 4

$5,00 2

$6,00 0
8
Curva da Procura Individual

A representação gráfica da tabela anterior permite-nos perceber como as


quantidades procuradas de gelados variam com o preço, sendo que consideramos
que apenas o preço varia.

9
Da Procura Individual à Procura do Mercado

Para explicarmos o funcionamento do mercado no seu conjunto (e não apenas o


comportamento de um consumidor individual), precisamos de conhecer a procura
total por parte de todos os consumidores.

Para conhecer a procura de todos os consumidores, somamos as quantidades


procuradas por cada consumidor individualmente, para cada nível de preços
possível.

O gráfico correspondente a esta informação designa-se por curva de procura do


mercado.

A curva de procura do mercado relaciona a quantidade total procurada de um bem


ou serviço com o seu preço, no pressuposto de que os preços dos outros bens, o
rendimento dos consumidores, os gostos e todos os outros fatores que afetam a
procura permanecem constantes.

10
Da Procura Individual à Procura do Mercado

Vamos supor agora uma economia apenas com dois consumidores: a Catherine e
o Nicholas. A partir das curvas individuais de procura podemos obter a curva de
procura agregada (que representa a possível procura de todos os consumidores) –
a procura do mercado.

Preço cone de QD Catherine QD Nicholas QD C+N (Mercado)


gelado
$0,00 12 7 19

$1,00 10 6 16

$2,00 8 5 13

$3,00 6 4 10

$4,00 4 3 7

$5,00 2 2 4

$6,00 0 1 1

11
Da Procura Individual à Procura do Mercado

Graficamente, a curva da procura do mercado corresponde ao somatório


horizontal das curvas de procura individuais. Assim, a curva de procura do
mercado é encontrada quando adicionamos, a cada preço, as quantidades
procuradas por cada um dos consumidores individuais.

12
Determinantes da Procura

Em geral, quando falamos de Procura, estamos a referir-nos não à quantidade


procurada para um determinado preço em particular, mas sim a toda a curva de
Procura.

Por exemplo, quando dizemos “a procura de carros é mais elevada em Portugal do


que em Espanha”, estamos a dizer que para todos os preços admissíveis, a
quantidade procurada de carros é sempre maior em Portugal do que em Espanha.

O mesmo é dizer que a curva de procura de carros para o mercado português


situa-se à direita da curva para o mercado espanhol.

Pelo contrário, quando dizemos “a quantidade procurada de carros aumentou em


virtude da queda registada no preço deste produto em 5%”, estamos a falar de um
movimento ao longo da curva da procura.

Geometricamente, trata-se da passagem de um ponto da curva de Procura para


outro, este último correspondendo agora a um preço mais baixo do que o inicial.

13
Determinantes da Procura

Assim, é importante distinguir entre variações na procura e variações na


quantidade procurada:

 A variação na procura ocorre quando se verificam deslocações da curva para a


direita (aumento da procura) ou para a esquerda (diminuição da procura)
resultantes de alterações nas variáveis (rendimento, preço de outros bens,
preferências....) que não o preço do bem em causa. => Deslocações da curva
da procura: alterações que alteram a quantidade procurada a cada preço.

 A variação na quantidade procurada ocorre quando se verifica uma mudança


no preço do bem em causa. Aqui, as deslocações ocorrem ao longo da curva (a
curva não se move). => Deslocações na curva da procura

14
Determinantes da Procura

Deslocações da curva da procura de gelados D1 para D2 e para D3.

15
A Oferta – Definição

 Curva da oferta: curva que indica a quantidade total de um bem que os


produtores, num mercado competitivo, estão dispostos a oferecer aos diferentes
preços possíveis, ceteris paribus.

 Lei da oferta: mostra a relação entre o preço de mercado de um bem e a


quantidade desse bem que os produtores estão dispostos a produzir e vender,
mantendo-se tudo o resto constante.

‒ Lei da oferta positivamente inclinada: para oferecerem (produzirem) uma


quantidade maior do bem, os produtores exigem um preço mais elevado, já
que terão que empregar mais trabalhadores e usar mais equipamentos o
que normalmente leva ao aumento do custo de produção de cada unidade
do bem.

‒ O declive da curva é positivo.

16
Curva da Oferta Individual

A tabela seguinte resume alguns pontos da curva da oferta de cones de gelado de


um produtor. De notar que outros fatores que podem influenciar as suas decisões,
tais como o preço dos fatores de produção, tecnologia, número de empresas no
mercado, impostos, expetativas, entre outros, são mantidos contantes.

Preço do cone de gelado Quantidade de cones oferecidas


$0,00 0
$1,00 0
$2,00 1
$3,00 2
$4,00 3
$5,00 4
$6,00 5

17
Curva da Oferta Individual

A representação gráfica da tabela anterior permite-nos perceber como as


quantidades oferecidas de cones de gelados variam com o preço, sendo que
consideramos que apenas o preço deste bem varia.

18
Da Oferta Individual à Oferta do Mercado

Para explicarmos o funcionamento do mercado no seu conjunto (e não apenas o


comportamento de um produtor individual), precisamos de conhecer a oferta total
por parte de todos os produtores.

Para conhecer a oferta de todos os produtores, somamos as quantidades


oferecidas por cada produtor, para cada nível de preços possível.

O gráfico correspondente a esta informação designa-se por curva da oferta do


mercado.

A curva da oferta do mercado relaciona a quantidade total oferecida de um bem ou


serviço com o seu preço, no pressuposto de que os outros fatores determinantes
da oferta, que não o preço do bem, permanecem constantes.

19
Da Oferta Individual à Oferta do Mercado

Vamos supor agora uma economia apenas com dois produtores: o Ben e o Jerry. A
partir das curvas individuais de oferta podemos obter a curva da oferta agregada
(que representa a possível oferta de todos os produtores) – a oferta do mercado.

Preço cone de QS Ben QS Jerry QS B+J (Mercado)


gelado
$0,00 0 0 0
$1,00 0 0 0
$2,00 1 0 1

$3,00 2 2 4

$4,00 3 4 7

$5,00 4 6 10

$6,00 5 8 13

20
Da Oferta Individual à Oferta do Mercado

Graficamente, a curva da oferta do mercado corresponde ao somatório horizontal


das curvas de oferta individuais. Assim, a curva de oferta do mercado é
encontrada quando adicionamos, a cada preço, as quantidades oferecidas por
cada um dos produtores individuais.

21
Determinantes da Oferta

É importante diferenciar entre variações na oferta e variações na quantidade


oferecida:

 A variação na oferta ocorre quando se verificam deslocações da curva para a


direita (aumento da oferta) ou para a esquerda (diminuição da oferta)
resultantes de alterações nas variáveis (tecnologia, preço de outros bens,
numero de empresas, entre outras) que alteram a quantidade oferecida a cada
preço. => Deslocações da curva da oferta

 A variação na quantidade oferecida ocorre quando se verifica uma mudança


no preço do bem em causa. Aqui, as deslocações ocorrem ao longo da curva (a
curva não se move). => Deslocações na curva da oferta

22
Determinantes da Oferta

Deslocações da curva da oferta de gelados S1 para S2 e para S3.

23
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

 Equilíbrio de mercado: situação em que a quantidade oferecida é igual à


quantidade procurada.

 Preço de equilíbrio: preço que iguala a quantidade oferecida e a quantidade


procurada.

‒ Graficamente, corresponde ao ponto em que as curvas da oferta e da


procura se cruzam.

 Os conceitos de procura de mercado e oferta de mercado tornam esta noção de


interação mais precisa: o preço de um bem num mercado concorrencial é
determinado pela interação da oferta de mercado com a procura de mercado do
bem.

‒ quando o conjunto dos consumidores e dos produtores se «encontram» no


mercado, é possível determinar se existe equilíbrio nesse mercado e qual o
preço e a quantidade que compatibilizam os interesses dos vendedores e
dos compradores.
24
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

 Se recordamos os exemplos de oferta e de procura de mercado de gelados:


Preço cone de Procura de Oferta de
gelado mercado (QDM) mercado (QSM)
$0,00 19 0

$1,00 16 0

$2,00 13 1

$3,00 10 4

$4,00 7 7

$5,00 4 10

$6,00 1 13

 O preço e a quantidade de equilíbrio acontecem no ponto em que as intenções


de compra e de venda se encontram, ou seja, quando as curvas se cruzam:
PE = $4 e QE = 7

25 Nota: PE : preço de equilíbrio; QE : quantidade de equilíbrio


Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

 Graficamente, temos:

26
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

 Para percebermos como é determinado o preço deste bem, vamos supor que o
seu preço é $3. A este preço vemos que os consumidores estão dispostos a
comprar 10 unidades do bem. A este mesmo preço, o gráfico mostra que os
produtores estão dispostos a oferecer apenas a 4 unidades de bem.

 Ao preço de $3 ocorre, no mercado, uma situação de escassez ou excesso de


procura (shortage)

27
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

 A esse preço, a quantidade que os produtores aceitam vender é inferior à


quantidade que os consumidores desejam comprar e, por conseguinte, nem
toda a procura é satisfeita.

 Em situações de escassez, o preço tem tendência a subir. À medida que o


preço sobre, a quantidade que os vendedores desejam vender aumenta, ao
passo que a quantidade que os consumidores querem comprar diminui.
Voltando ao gráfico, vemos que quando o preço sobe para $4,00 os produtores
estão dispostos a aumentar a quantidade oferecida de 4 para 7. Por sua vez, os
consumidores reduzem a quantidade procurada de 10 para 7. A esse preço, a
quantidade que os consumidores desejam comprar é exatamente igual à
quantidade que os vendedores desejam oferecer. Assim, o preço de $4,00 é o
preço de equilíbrio do mercado, PE.

28
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

 Vamos supor agora que o preço é mais alto ($5,00). Este preço corresponde ao
ponto da curva da procura que indica que os consumidores estão dispostos a
comprar 4 unidades do bem. A este mesmo preço, a curva da oferta indica que
os vendedores colocariam no mercado 10 unidades do bem.

 Ao preço de $5,00 ocorre, no mercado, uma situação de excedente ou excesso


de oferta (Surplus).

29
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

 A esse preço, a quantidade oferecida é maior que a quantidade que os


consumidores desejam comprar e os vendedores não conseguem vender toda a
quantidade produzida.

 Em situações de excedente, o preço tem tendência a baixar. De facto, ao baixar


o preço, os consumidores vão procurar uma quantidade maior enquanto os
vendedores vão reduzir a quantidade oferecida; a quantidade oferecida vai-se
aproximando da quantidade procurada; quando o preço baixa para o PE a
quantidade procurada é QE e a quantidade oferecida iguala a quantidade
procurada. Dizemos então que o mercado está em equilíbrio.

30
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

 O preço de qualquer bem ajusta-se para mover a quantidade oferecida e a


quantidade procurada de um bem em direção ao equilíbrio.

 Este resultado do livre funcionamento do mercado concorrencial garante a


eficiência na afetação, o que significa que se maximizam os ganhos mútuos
através das trocas.

‒ Dizer que se maximizam os ganhos mútuos através das trocas significa


que não existe outra forma de consumidor e produtor chegarem a acordo
que não seja ao preço de equilíbrio.

 Assim, o preço de equilíbrio é aquele que satisfaz simultaneamente os


compradores e os vendedores. A quantidade de equilíbrio é a quantidade
máxima que é possível transacionar, dadas as condições da oferta e da procura.

[NOTA: A análise de funcionamento do mercado que aqui temos considera que o mercado funciona livremente.
Sabemos, no entanto, que o Estado poderá intervir por considerar que o funcionamento do mercado se desvia
daquilo que seria desejável].

31
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

 A representação gráfica das curvas da procura e da oferta pressupõe que todos


os outros fatores determinantes da procura e da oferta se mantêm constantes, a
posição destas curvas e, portanto, a posição do equilíbrio depende dos valores
desses outros fatores.

 Agora, analisaremos a passagem de um equilíbrio a outro equilíbrio, sem


atendermos à dinâmica dos ajustamentos produzidos (análise estática).

 Três passos para analisar variações no equilíbrio de mercado:

1. Decidir se o evento faz deslocar a curva da oferta ou da procura (ou


ambas).

2. Decidir se a(s) curva(s) se desloca(m) para a esquerda ou para a direita.

3. Usar gráficos da procura e da oferta para ver como a mudança afeta o


preço e quantidade de equilíbrio.

32
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

 Vamos começar por analisar o efeito sobre o equilíbrio do mercado de um


aumento da procura. Como sabemos, um aumento (ou diminuição) da procura
pode ter origem em vários fatores.

 Consideremos aqui uma aumento da procura de cones de gelados como


resultado de um aumento das temperaturas (verão, p.ex.).

 O aumento da procura de um bem traduz-se, graficamente, numa deslocação


da curva da procura para a direita (de D1 para D2). Admitindo que não ocorrem
alterações do lado da oferta, o aumento da procura faz com que o equilíbrio
mude, aumentando o preço e a quantidade de equilíbrio.

 O equilíbrio inicial correspondia a PE1 = $4,00 e QE1 = 7, agora o novo equilíbrio


corresponde a PE2 = $5,00 e QE2 = 10.

33
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

Nota: Se se tratasse de uma diminuição da procura de um bem a análise seria semelhante


contudo, graficamente, ocorreria uma deslocação da curva da procura para a esquerda.
Admitindo que não ocorrem alterações do lado da oferta, a diminuição da procura faria
reduzir o preço e a quantidade de equilíbrio.
34
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

 Analisemos agora o efeito sobre o equilíbrio do mercado de uma diminuição da


oferta. Como sabemos, uma diminuição (ou aumento) da oferta pode ter origem
em vários fatores.

 Consideremos aqui uma diminuição da oferta de cones de gelados como


resultado da ocorrência de um sismo.

 A diminuição da oferta de um bem traduz-se, graficamente, numa deslocação da


curva da oferta para a esquerda (de S1 para S2). Admitindo que não ocorrem
alterações do lado da procura, a diminuição da oferta faz com que o equilíbrio
mude, aumentando o preço e diminuindo a quantidade de equilíbrio.

 O equilíbrio inicial correspondia a PE1 = $4,00 e QE1 = 7, agora o novo equilíbrio


corresponde a PE2 = $5,00 e QE2 = 4.

35
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

Nota: Se se tratasse de um aumento da oferta de um bem a análise seria semelhante


contudo, graficamente, ocorreria uma deslocação da curva da oferta para a direita.
Admitindo que não ocorrem alterações do lado da procura, o aumento da oferta faria reduzir
o preço e aumentar a quantidade de equilíbrio.
36
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

 De notar, no entanto, que os empresários são confrontados com eventos que


conduzem simultaneamente a alterações na oferta e na procura.

 A título de exemplo apresenta-se uma possível deslocação de ambas as curvas


(note-se que existem outras possibilidades e que são também muitos os fatores
que, em simultâneo, podem afetar a procura e oferta e, consequentemente, o
equilíbrio de mercado. No entanto, para efeitos de análise, a simplificação é
importante pois permite-nos a analisar os efeitos de determinadas alterações,
do lado da procura e/ou da oferta, considerando assim o efeito no equilíbrio
dessa alteração em concreto, considerando que tudo o mais permanece
constante).

 Imaginemos, por exemplo, que se regista um aumento da procura de cones de


gelados (de D1 para D2) em resultado da subidas das temperaturas mas que,
em simultâneo, ocorre uma redução da oferta (de S1 para S2) em consequência
do sismo.

37
Procura e Oferta e Equilíbrio de Mercado

 Neste exemplo, a combinação dos dois efeitos conduziu a um aumento do preço


de equilíbrio (de P1 para P2) e a uma diminuição da quantidade de equilíbrio (de
Q1 para Q2).

 NOTA: quando ocorre um aumento da procura e uma diminuição simultânea da oferta, o


preço de equilíbrio aumenta, contudo a quantidade de equilíbrio pode aumentar ou diminuir
dependendo da magnitude relativa das variações na oferta e na procura (neste caso, a
redução da oferta tem maior intensidade que o aumento da procura).
38
61022 - Introdução à Economia (2023/2024)

3. A Economia Agregada

Margarita Arantes Salgueiro de Carvalho

A Economia Agregada de Margarita Carvalho é


disponibilizado sob a Licença Creative Commons-
Atribuição - NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0
1 Internacional
Índice [3. A Economia Agregada]

3. A Economia Agregada

 Neves, J. C. (2023). Princípios de Economia Política, Princípia, 8ª ed.:

pág. 49 – 73.

2
3. A Economia Agregada

3
A Economia Agregada - Introdução

 No capítulo anterior estudamos o comportamento dos agentes num mercado para um dado
bem e a forma como desse comportamento emergem os preços e as quantidades de
equilíbrio de mercado.

 Mas numa economia existem muitos mercados. Existem tantos mercados quantos bens e
serviços e o que acontece num mercado acabará por influenciar outros mercados:
 Por exemplo, um aumento da procura por gelados levará os produtores a produzir uma maior quantidade de
gelados (isto é, aumenta a quantidade oferecida de gelados). Para tal, os produtores terão que adquirir mais
leite, o que aumenta a procura por leite e, assim sendo, do respetivo preço...

 Nenhum mercado existe isolado dos demais. Assim, quando queremos estudar a economia
na sua globalidade – a economia agregada – teremos de considerar as interações entre os
vários mercados.

 Tal pode ser alcançado estudando as decisões dos vários agentes económicos
(consumidores, empresas, entre outros) e a forma como essas decisões interagem entre si
 A decisão de aumento do consumo de gelados por parte dos consumidores leva as empresas produtoras de
gelados a decidir comprar mais leite. Os produtores de leite, por sua vez, podem decidir trocar o alimento das
vacas, para estas produzirem mais leite, o que altera a procura (e potencialmente os preços) dos vários tipos
de alimento disponíveis....

4
A Economia Agregada – O equilíbrio geral

 O conceito de equilíbrio geral é fundamental para o estudo da economia agregada.


Corresponde a uma situação em que as decisões de todos os agentes económicos são tais
que todos os mercados da economia estão em simultaneamente em equilíbrio. Ou seja, a
oferta é igual à procura em cada um dos mercados existentes numa economia.

 A existência de interações entre as decisões dos agentes económicos implica ainda que
alguns fenómenos não podem ser descritos ou explicados de forma completa tendo por
base apenas os comportamentos individuais dos agentes. Fenómenos como a inflação, o
desemprego, o crescimento económico, a política monetária, a dívida pública, entre outros,
afetam a totalidade da economia – são fenómenos agregados [Nota: Veja-se o que foi
estudado no tema 1 sobre o conceito de macroeconomia].

 Veja-se também o exemplo do funcionamento de uma economia em termos agregados em


“A história da Ilha”, apresentado nas páginas 51 a 60.

5
A Economia Agregada – O equilíbrio geral

 Desta pequena história (“A história da Ilha”) podemos destacar quatro aspetos:

‒ A agregação coloca a exigência de encontrar uma medida padrão.

‒ A lei de Say segundo a qual, ao nível da economia agregada, “a oferta cria


a sua própria procura”.

‒ A importância da moeda e funções que a mesma desempenha (“unidade


de conta”; “intermediário geral de trocas” e “reserva de valor”).

‒ A lei de Walras que postula que o total das ofertas numa dada economia
seja igual ao total das procuras dessa economia, incluindo a moeda.

[Nota: falaremos com mais detalhe sobre a moeda e suas funções quando for
abordada a política monetária].

6
A Economia Agregada – A Economia Portuguesa

 A história da ilha ilustra o tipo de questões que surgem quando olhamos para o
funcionamento global da uma economia simples, como é o caso da ilha. Numa
economia como a portuguesa, os problemas serão, naturalmente, mais
complexos.

 As questões como o crescimento económico, o desemprego, a inflação, entre


outras, são problemas agregados e, como tal, estão no centro da análise
macroeconómica.

 Nas páginas 60 a 64 são apresentados alguns indicadores sobre a economia


portuguesa, apresentando-se também uma breve análise sobre a evolução dos
mesmos durante o séc. XX. [Nota: alguns destes indicadores serão analisados com
mais detalhe nos próximos temas]

7
A Economia Agregada – Os conflitos básicos
 Apesar de existirem mecanismos que equilibram os vários mercados da
economia, promovendo o equilíbrio geral, nem sempre esse equilíbrio geral é
alcançado ou, sendo alcançado, poderá não constituir um resultado desejável
do funcionamento da economia. Por outras palavras, as soluções de mercado
podem não ser as melhores.

 A razão para tal está ligada à existência de dois conflitos básicos (veja-se
Neves, 2023: 64-72) que podem justificar a intervenção do Estado na economia:

 Conflito eficiência–equidade

 Conflito desenvolvimento–estabilidade

 A resolução destes conflitos não passa pelo mercado, pois são inerentes ao
mesmo, pelo que será através da tradição e da autoridade que tais conflitos
poderão ser dirimidos.
[Nota: poderá ser útil, a este propósito, rever o que foi discutido no Tema 1 relativamente aos
instrumentos que uma sociedade dispõe para resolver problemas económicos (Neves, 2023: 27-31)].

8
61022 - Introdução à Economia (2022/2023)

4. Política Económica

Margarita Arantes Salgueiro de Carvalho

Política Económica de Margarita Carvalho é


disponibilizado sob a Licença Creative Commons-
Atribuição - NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0
1 Internacional
Índice [4. Política Económica]

4. Política Económica

 Neves, J. C. (2023). Princípios de Economia Política, Princípia, 8ª ed.:

pág. 75 – 94.

Leitura complementar:

‒ BCE (2008). A Estabilidade de preços é importante porquê?. Páginas 15 a 22. Disponível em

https://www.ecb.europa.eu/pub/pdf/other/whypricestabilitypt.pdf

‒ BCE (2015). O que é a moeda?. Disponível em: https://www.ecb.europa.eu/explainers/tellme-

more/html/what_is_money.pt.html

2
4. Política Económica

3
Política Económica - Introdução

 No capítulo anterior percebeu-se o papel do Estado na Economia. O Estado


intervém assim através da política económica, tendo como finalidade a
promoção da eficiência, equidade e estabilidade.

• Neste capítulo serão discutidas duas questões de fundo da intervenção do


estado: o orçamento de Estado e o sistema monetário. Aqui já se perceberá
também a importância que a política orçamental e a política monetária têm para
que um país possa atingir os seus objetivos macroeconómicos.

4
Política Económica

1. Orçamento

 Para que o Estado possa promover a eficiência, a equidade e a estabilidade, o


mesmo intervém no sistema económico implementando medidas de política
económica. Para tal são necessários recursos.

 O Orçamento de Estado constitui um elemento central deste processo, pois o


mesmo constitui um plano onde estão discriminados os montantes anuais de
despesas e de receitas do Estado.

 Existem três formas de financiamento do Estado, são elas (veja-se Neves, 2023:
77 – 84):

‒ Os impostos;
‒ O endividamento;
‒ A emissão de moeda.

5
Política Económica

2. Moeda

 A importância da moeda no sistema económico reside naquilo que a mesma


representa e nas funções que desempenha, mas também no seu papel na
política monetária.

 A moeda é um bem que desempenha diversas funções básicas:

‒ Meio de pagamento ou intermediário geral das trocas: a moeda facilita


as transações;

‒ Unidade de conta: a moeda permite a comparação de preços;

‒ Reserva de valor: a moeda permite a separação entre o ato de venda e o


ato de compra, o que conduz à poupança e ao crédito.

6
Política Económica

 A evolução da moeda tem sido acompanhada pelo aparecimento de diferentes


tipos de moeda, sendo que algumas dessas formas foram evoluindo e outras
desaparecendo. Podemos assim falar em:

‒ Moeda mercadoria;

‒ Moeda representativa;

‒ Moeda fiduciária;

‒ Moeda escritural.

[Nota: sobre a moeda, suas funções e evolução deverão consultar os


materiais disponibilizados para leitura complementar: “Breve história da
moeda” e “O que é a moeda?”]

7
Política Económica

3. O negócio bancário e o sistema financeiro

 O papel dos bancos assume particular importância nomeadamente pela sua


ligação à moeda.

 Entre as diferentes instituições existem diferenças importantes, não podendo


todas praticar o mesmo tipo de operações.

 Considerando a capacidade de “criar moeda” podemos distinguir entre as


Instituições Financeiras Monetárias (IFM) e as Instituições Financeiras Não
Monetárias (IFNM).

‒ A especificidade das IFM resulta da sua capacidade de criar moeda. Um


banco, por exemplo, tem a capacidade de criar moeda, na medida em que
cria, através do crédito que concede, um depósito bancário em benefício
daquele que contraiu o empréstimo.

‒ As IFNM, embora possam desenvolver em determinadas áreas, uma


atividade semelhante à desenvolvida pelas IFM, não têm essa capacidade.
8
Política Económica

 No Sistema Financeiro Português destaca-se em primeiro lugar o Banco de


Portugal (BdP).

 Além do BdP, o setor das IFM é composto pelo banco central e pelas outras
instituições financeiras monetárias (OIFM), vulgarmente designadas por
"bancos“ (https://bpstat.bportugal.pt/conteudos/paginas/809).

 O BdP integra o Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC), atuando


conforme os seus objetivos e de acordo com as suas orientações.

 Em termos de supervisão, e sendo a autoridade monetária, compete ao BdP


exercer a supervisão das instituições de crédito, sociedades financeiras e outras
entidades que lhe estejam legalmente sujeitas, nomeadamente estabelecendo
diretivas para a sua atuação.

9
Política Económica

 Os bancos têm um papel importante enquanto intermediários na concessão de


crédito, assegurando assim a liquidez necessária no sistema.

 No âmbito da sua atividade podemos distinguir entre:

‒ Operações ativas: cedência de recursos por parte dos bancos (concessão


de crédito);

‒ Operações passivas: captação de fundos (captação de poupança).

 Os empréstimos concedidos pelos bancos dão origem a depósitos pelo que os


bancos podem criar moeda escritural. Desta forma o sistema bancário tem
capacidade de criação de moeda.

10
Política Económica

4. A Política Monetária
 A política monetária é levada a cabo pelas autoridades monetárias competentes
através da gestão da moeda, do crédito e do sistema bancário.
 As alterações da oferta de moeda podem influenciar muitas variáveis
financeiras e económicas como, por exemplo, taxas de juro.
 Entre os objetivos da política monetária destacam-se:
‒ estabilidade dos preços;
‒ controlo dos ciclos económicos;
‒ pleno emprego;
‒ crescimento económico sustentado;
‒ estabilidade das taxas de juro;
‒ estabilidade dos mercados financeiros;
‒ estabilidade da taxa de câmbio.

11
Política Económica

 No caso dos países que adotaram o euro, a política monetária deixou de ser
uma política definida a nível nacional, tratando-se agora de uma política definida
em linha e de acordo com os objetivos definidos no Tratado de Maastricht
(http://www.ecb.europa.eu/euro/intro/html/index.pt.html)
 É importante compreender o papel das diferentes entidades que têm influencia
na definição da política monetária:

Sistema Europeu de Bancos Centrais


(SEBC)
‒ Emissão monetária
Bancos Centrais ‒ Definição e execução da
Banco Central
dos Estados política monetária
Europeu (BCE)
Membros da UE

12
Política Económica

 O SEBC é constituído pelo BCE e pelos BCN de todos os Estados-Membros da


UE independentemente de terem adotado, ou não, o euro.
 O BCE é o núcleo do Eurosistema e do SEBC.

Banco Central
Europeu
Autoridade
monetária da área Eurosistema
euro
Bancos centrais
nacionais dos EM
que adotaram o euro

• O Eurosistema é constituído pelo BCE e pelos BCN dos Estados-Membros da


UE que adotaram o euro. Coexiste com o SEBC enquanto houver Estados-
Membros da UE que não façam parte da área do euro.

• A área do euro compreende os Estados-Membros da UE cuja moeda é o euro.

13
Política Económica

 Objetivos do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC):


‒ Manutenção da estabilidade de preços. Sem prejuízo do objetivo primordial
da estabilidade de preços, o SEBC deve apoiar as políticas económicas
gerais na União Europeia (Art.º 105 do Tratado de Maastricht)
‒ Definição de “estabilidade de preços”: em julho de 2021, no âmbito da
revisão da sua estratégia, o BCE adotou um objetivo simétrico de 2% para
a inflação a médio prazo.
https://www.youtube.com/watch?v=-XIQW21MNGc

14
Política Económica

 As atribuições básicas do Eurosistema são:


‒ definir e executar a política monetária da área do euro;
‒ realizar operações cambiais;
‒ deter e gerir as reservas cambiais oficiais dos Estados-membros.
 Para alcançar o seu objetivo, o Eurosistema dispõe de um conjunto de
instrumentos e procedimentos de política monetária, este traduz o quadro
operacional utilizado para a execução da política monetária única.
 O BCE orienta as taxas de curto prazo do mercado monetário:
‒ Gerindo a situação de liquidez no mercado monetário (único fornecedor de
base monetária)
‒ Assinalando a orientação da sua política monetária (através de alterações
das condições em que o banco central está disposto a efetuar transações
com as instituições de crédito).

15
Política Económica

 Instrumentos (tradicionais) de política monetária:


‒ Operações de mercado aberto
‒ Facilidades permanentes
‒ Imposição de reservas

https://www.bportugal.pt/page/instrumentos-pol-mon

https://www.ecb.europa.eu/home/search/review/html/monetary-policy-instruments.pt.html

16
61022 - Introdução à Economia (2023/2024)

5. O Ciclo Económico

Margarita Arantes Salgueiro de Carvalho

O Ciclo Económico de Margarita Carvalho é


disponibilizado sob a Licença Creative Commons-
Atribuição - NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0
1 Internacional
Índice [5. O Ciclo Económico]

5. O Ciclo Económico

 Neves, J. C. (2023). Princípios de Economia Política, Princípia, 8ª ed.:

pág. 95 – 118.

Leitura complementar:

‒ BCE (2023). O que é a inflação? Disponível em: https://www.ecb.europa.eu/ecb/educational/explainers/tell-

me-more/html/what_is_inflation.pt.html

‒ BCE (2008). A Estabilidade de preços é importante porquê?. Páginas 24 a 48. Disponível em

https://www.ecb.europa.eu/pub/pdf/other/whypricestabilitypt.pdf

‒ FFMS (2020). Crises na economia portuguesa. Disponível em: https://www.ffms.pt/pt-pt/estudos/crises-na-

economia-portuguesa

2
5. O Ciclo Económico

3
O Ciclo Económico - Introdução

 As flutuações na atividade económica a que chamamos ciclos económicos


constituem um dos pontos centrais da análise macroeconómica. Os ciclos
económicos são caraterizados por períodos de expansão e de contração da
atividade económica.

 As flutuações económicas são irregulares e imprevisíveis, contudo existem


algumas regularidades no seu padrão (veja-se pág. 96 – 98).

 Dois dos problemas amplamente discutidos no que se refere aos ciclos


económicos são os do desemprego e inflação.

4
O Ciclo Económico

1. Inflação

 A inflação é a subida contínua e generalizada dos preços dos bens e dos


serviços.

 A este propósito é importante notar que a subida do preço de um bem não pode
ser confundida com inflação.

 Também é importante perceber que a inflação provoca a depreciação do valor


da moeda e essa perda de valor levará, por conseguinte, à deterioração do
poder de compra.

 Para entender as razões que levam a uma descida do valor da moeda podemos
analisar a equação das trocas (veja-se pág. 99 – 102) que nos permite concluir
que a inflação, a longo prazo, é sempre um fenómeno monetário.

5
O Ciclo Económico

1. Inflação

 Deste modo, a inflação, em geral, traduz o ajustamento normal da economia a


um excesso de moeda. Se há moeda a mais face à quantidade de bens e
serviços a chegar ao mercado, o valor da moeda desce (os preços sobem).

 Existem, no entanto, outras perturbações que podem alterar ou promover a


inflação, como sejam choques no lado da produção de bens e serviços ou
perturbações financeiras, que terão um efeito temporário, aumentando ou
diminuindo a taxa de inflação.

 A propósito do conceito de inflação podemos também falar em:

‒ Deflação que é caraterizada por uma quebra geral dos preços dos bens e
serviços.

‒ Desinflação que traduz a desaceleração do ritmo de crescimento dos


preços;

6
O Ciclo Económico

1. Inflação

 A inflação tem um custo evidente que se traduz na deterioração do poder de


compra, dado que a moeda perde valor. Esta perda de valor está associada à
emissão de moeda.

 Importa também referir que os custos da inflação não são sentidos da mesma
forma pois não afeta a todos da mesma forma e cria insegurança e instabilidade
aos agentes.

[Nota: No que toca à capacidade dos Estados emitirem moeda, importa ter em
atenção o contexto em que Portugal se encontra dado que faz parte de uma UEM
e, como tal, não tem soberania total em termos de política monetária, pelo que o
Estado português não pode emitir moeda para se financiar].

7
O Ciclo Económico

1. Inflação

 As quantificações da inflação não são obtidas diretamente a partir dos preços,


mas sim com base em indicadores sintéticos – índices de preços.

 Podemos assim falar do deflator do produto (veja-se pág. 104), contudo é muito
usual falar-se em índice de preços do consumidor – IPC (veja-se pág. 106).

 O IPC mede o custo de aquisição de um conjunto alargado de bens e serviços


representativos do consumo das famílias. O seu cálculo permite averiguar sobre
a elevação ou não do custo de vida da generalidade de uma população.

8
O Ciclo Económico

1. Inflação

 Uma vez que os índices de preços, nomeadamente o IPC, pretendem revelar o


aumento ou diminuição do custo de vida das populações, é possível relacionar o
IPC com a taxa de inflação.

 A taxa de inflação é um indicador que permite medir a variação dos preços entre
dois períodos de tempo diferentes.

 A taxa de inflação representa a taxa de crescimento do IPC entre duas datas.

 Podemos assim falar:

‒ Taxa de inflação mensal: mede a evolução dos preços entre um mês X do


ano T e o mês X+1 desse mesmo ano;

‒ Taxa homóloga de inflação: compara o valor do índice num dado mês com
o valor observado no mesmo mês (homólogo) do ano anterior;

‒ Taxa média de inflação: mede a evolução dos preços entre os últimos 12


meses do ano T e os últimos 12 meses do ano T+1.
9
O Ciclo Económico

2. Desemprego

 Do ponto de vista económico, o desemprego traduz o desequilíbrio no mercado de


trabalho.

 A oferta de trabalho corresponde à disponibilidade que os trabalhadores têm para


trabalhar e depende, entre outros, do salário. A procura por trabalho é feita pelas
empresas que pretendem contratar trabalhadores e também depende, entre outros,
dos custos salariais.

 Assim, um desequilíbrio no mercado de trabalho corresponde a uma situação em


que a oferta de trabalho não é igual à procura por trabalho. Quando a oferta de
trabalho é maior do que a respetiva procura teremos uma situação de desemprego.

 A determinação das causas do desemprego centra-se na determinação das causas


que explicam o desequilíbrio no mercado de trabalho.

 Existem vários tipos de desemprego (veja-se com detalhe pág. 110 – 118) :

‒ Desemprego voluntário;

‒ Desemprego friccional;
10 ‒ Desemprego involuntário.

Você também pode gostar