Cenarios Macroeconomia e Impactos Na Construcao Civil

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4

2 ECONOMIA, MACROECONOMIA, PIB ............................................................ 5

2.1 Economia ................................................................................................... 5

2.2 Microeconomia ........................................................................................... 6

2.3 Macroeconomia .......................................................................................... 7

2.4 Produto Interno Bruto (PIB) ........................................................................ 7

3 UM BREVE HISTÓRICO DA ECONOMIA MUNDIAL E BRASILEIRA ........... 10

3.1 Crise econômica de 1929......................................................................... 10

3.2 Crescimento da economia capitalista no período pós-guerra .................. 10

3.3 O desaquecimento da economia nos anos 70 e 80 ................................. 12

3.4 O Plano Real ............................................................................................ 14

3.5 A crise econômica de 2008 ...................................................................... 15

3.6 A economia brasileira nos últimos anos ................................................... 16

4 A CONSTRUÇÃO CIVIL E A ECONOMIA DO BRASIL .................................. 17

4.1 A história da construção civil no cenário econômico do Brasil ................. 19

4.2 A importância da construção civil para o PIB ........................................... 23

4.3 A importância da construção civil para a geração de emprego ................ 27

5 A OPERAÇÃO LAVA-JATO E SEU IMPACTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL .... 30

6 CENÁRIOS E A CONSTRUÇÃO CIVIL .......................................................... 34

6.1 O desenvolvimento de cenários ............................................................... 35

6.2 O setor da construção civil ....................................................................... 36

6.3 Um modelo de simulação de cenários ..................................................... 37

7 O CENÁRIO POLÍTICO E A CONSTRUÇÃO CIVIL ....................................... 41

2
8 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 44

3
1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 ECONOMIA, MACROECONOMIA, PIB

Fonte: https://md.uninta.edu.br

2.1 Economia

Economia pode ser definida como a ciência que estuda os fenômenos


relacionados com a obtenção e a utilização de recursos finitos necessários para
satisfazer as necessidades humanas. Caso não houvesse carência de materiais,
não haveria necessidade de economizar tais recursos e possivelmente não
existiriam os estudos econômicos. (PLEFH, 2018)
Vasconcellos (2015, p. 3), argumenta o seguinte:

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Se hipoteticamente não houvesse escassez de recursos, ou seja, se todos
os bens fossem abundantes (bens livres), não haveria necessidade de
estudarmos questões como inflação, crescimento econômico, déficit no
balanço de pagamentos, desemprego, concentração de renda, etc. Esses
problemas provavelmente não existiriam, e obviamente nem a
necessidade de se estudar Economia. (VASCONCELLOS, 2015, p. 3)

Na economia, existem basicamente duas subáreas: a microeconomia - o


ramo que trata do comportamento de entidades individuais como os mercados, as
empresas e as famílias; e a macroeconomia – esta, relacionada ao desempenho
global da economia, analisando dados e índices comuns aos diversos mercados,
como PIB (Produto Interno Bruto), Inflação, Taxa de juros, Investimento, Poupança,
Desemprego. (KRUGMAN, 2014)
Embora estejam interligados, as duas subáreas influenciam e estudam a
economia no geral diferentemente. Sendo a microeconomia focada nas
características intrínsecas dos mercados e a macroeconomia nos parâmetros
econômicos gerais, englobando os diferentes tipos de mercado e seus aspectos
comuns. (PLEFH, 2018)

2.2 Microeconomia

A microeconomia, também conhecida como “Teoria dos preços”, segundo


Pinho, é a área que “analisa a formação de preços no mercado, ou seja, como a
empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de
determinado bem ou serviço em mercados específicos”. (PINHO, 2011, p.109),
Conforme vemos em Sampaio (2016):

Até o fim da década de 1920, antes mesmo de haver tais distinções de


áreas, a economia seguia uma ideologia denominada de clássica, em que
se acreditava que a oferta geraria sua própria demanda (Lei de Say),
confiando-se na ideia de que tudo o que fosse produzido seria demandado.
Tal princípio, um dos pilares do liberalismo econômico clássico, tinha como
característica principal, a não Intervenção do Estado na Economia, pois se
acreditava que o próprio mercado se autogerisse.

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2.3 Macroeconomia

A Macroeconomia começou a ser estudada na década de 20, a partir da


depressão proporcionada pela quebra da bolsa de valores de Nova York em 1929.
John Maynard Keynes (1936), economista britânico, analisa os fatos precedentes
da crise e defende a intervenção do governo na economia como solução do
problema. Tal interferência seria necessária, visto o acúmulo de estoque e a alta
taxa de desemprego proporcionados por uma superprodução sem uma demanda
suficiente para supri-la. (PLEFH, 2018)
Para Paul Krugman (2014), como a macroeconomia é o estudo do
comportamento da economia como um todo podemos afirmar que ela influência de
forma direta as diretrizes políticas adotadas pelos governos, já que os planos
econômicos adotados pelos governos federais, são na verdade, ferramentas para
manipulação da macroeconomia do país.
Mankiw (2000), em seu livro, “Macroeconomia”, defende a importância e a
presença da macroeconomia na gestão pública federal, pois ela que direciona várias
políticas econômicas as quais servem para regular e alcançar as metas econômicas
desejadas, sejam orçamentarias, ou de controle de taxas, como inflação por
exemplo.
De acordo com Araújo (2018):

A orientação da macroeconomia na política se dá basicamente através dos


índices macroeconômicos, os quais funcionam como “termômetros” da
economia, pois mostram como o país está reagindo e se desenvolvendo
em relação a economia como um todo. Dessa forma, índices como Produto
Interno Bruto (PIB), Índice de Preço do Consumidor (IPC), Taxa de
Desemprego, Poupança, Inflação e a Taxa Básica de Juros, são
imprescindíveis para o entendimento e avaliação da economia nacional.
Através desses índices, estudos macroeconômicos podem diminuir o
impacto de crises econômicas ou impulsionar ainda mais o
desenvolvimento em época de crescimento econômico.

2.4 Produto Interno Bruto (PIB)

Segundo Samuelson (1977), o PIB é o nome que damos ao valor de


mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em um país durante um
7
determinado ano. Ele é o resultado de quando se aplica o valor monetário para
todos os bens e serviços – dos mais simples como frutas e verduras, aos mais
sofisticados como automóveis e computadores – que são produzidos por uma nação
com os seus próprios recursos, terra, trabalho e capital.
Mankiw (2000), por sua vez, considera o PIB como a melhor medida do
desempenho de uma economia, inclusive destacando que nos Estados Unidos essa
medida é calculada a cada três meses, como acontece no Brasil.
Conforme vemos em Araújo (2018),

Vários estudiosos analisam o PIB através de uma equação na qual inclui


os fatores que adicionam valor ao Produto Interno Bruto de um país. Em
geral, de autor para autor apenas varia a nomenclatura das variáveis
usadas, entretendo os componentes da equação são sempre os mesmos.

Para Paul Samuelson (1977), a equação do PIB é composta através da


análise do produto pela soma dos valores monetários do consumo (C), do
investimento bruto (I), das compras governamentais de bens e serviços (G) e das
exportações (X) produzidos pelo país em um ano, menos a parcela das importações
(M). Pela equação do fluxo da renda, define-se que o PIB se destina a Consumo,
Poupança e Impostos.
O mesmo autor (Samuelson), dissertando sobre o tema, explica que o
consumo, investimento bruto, compras governamentais e exportações liquidas são
os componentes do PIB. Entretendo, para o órgão responsável, efetuar o cálculo, é
necessário detalhar cada um desses componentes. Para isso, de forma geral, a
análise feita é através de duas medidas: fluxo de bens e fluxo de rendas:
 𝑃𝐼𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) (1)
 𝑃𝐼𝐵 = 𝐶 + S + T (2)
 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) = 𝐶 + 𝑆 + 𝑇 (3)
Destacamos que as duas formas representam o mesmo montante, visto que
o fluxo de bens deve ser igual ao fluxo de renda, resultando num mesmo valor para
o Produto Interno Bruto de um país, como é mostrado nas equações acima, em que
a primeira representa o fluxo de bens, a segunda o fluxo de renda e a última mostra
a igualdade entre elas. Pela equação do fluxo de renda percebe-se que a poupança

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(S) e os impostos (T) têm impacto no resultado do PIB, ou seja, a redução da taxa
tributária não interfere em valores totais para o PIB já que o valor que for reduzido
da arrecadação de impostos será convertido na equação em consumo e poupança.

Na equação do PIB, o consumo é o seu principal componente. No Brasil,


representa mais de 70% do produto nacional. Faz parte da conta do
consumo as despesas com bens duráveis, como automóveis; bens não
duráveis, como alimentos; e serviços, como assistência médica
(SAMUELSON, 1977).

Os investimentos consistem no estoque de capital do país em edifícios,


equipamentos, softwares e estoques de materiais durante um ano. Esses
investimentos, todavia, estão sujeitos à depreciação de seu capital, já que
equipamentos, estoque e até edifícios sofrem com sua utilização o que gera perda
de valor. (ARAÚJO, 2018)
Além do mais, na soma do PIB, inclui-se as compras do governo, os quais
são todas as despesas públicas com salários de seus funcionários, somados com
o custo dos bens que são comprados do setor privado. E completando a equação,
há as exportações liquidas as quais correspondem ao valor das exportações
subtraído do valor das importações, ou seja, o resultado da balança das
negociações internacionais de um país, como bem esclarece Araújo (2018).
Aqui é importante salientar que há diferença entre o PIB nominal e o PIB
real, cuja a correção é feita de acordo com o deflator de preços do PIB.
Feitas essas devidas considerações iniciais sobre temas importantes que
aparecerão ao longo do conteúdo, conheçamos um pouco da história da economia
mundial e nacional, no próximo capítulo.

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3 UM BREVE HISTÓRICO DA ECONOMIA MUNDIAL E BRASILEIRA

Fonte: https://rpp.pe

3.1 Crise econômica de 1929

Andrade & Rossetti (2009), destacam que no momento em que o mundo


corporativo estava em seu auge, ocorreu a queda da bolsa de valores de Nova York,
a “Grande Depressão”, em 1929, a qual afetou a economia do mundo e diminuiu
significativamente os valores patrimoniais das entidades, tornando-se difícil a
captação de recursos para ampliar os negócios, tendo que buscar dinheiro no
mercado e com investidores muito desconfiados. Por isso, as empresas tiveram que
adotar novas práticas de gestão, de forma que transmitisse confiança.

3.2 Crescimento da economia capitalista no período pós-guerra

Segundo Gremaud (2004), citado por Da Silva (2008):

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No pós-segunda Guerra Mundial, o mundo viveu um período de rápido
crescimento econômico, que persistiu até o início dos anos 1970. Essa
fase, chamada por alguns de “Idade de Ouro” do capitalismo, caracterizou-
se por uma forte presença do Estado na economia, na qual ele teria, entre
outras funções, garantir um elevado nível de emprego. Predominavam as
chamadas políticas keynesianas.

Com a implantação das políticas de bem-estar social, tanto os governos


da Europa como o dos Estados Unidos concentraram suas ações e políticas
públicas nas práticas destinadas à viabilização de uma ampla rede de serviços
sociais aos seus cidadãos. Nesse período, de aproximadamente trinta anos (De
1940 até o final dos anos 1970), os governos preocuparam-se em financiar
ações voltadas ao crescimento da demanda interna por bens e serviços, garantir
a viabilidade de programas de emprego e renda, e principalmente o financiamento
de sistemas previdenciários e de saúde, assistência social e seguro-
desemprego, por exemplo. (DA SILVA, 2008)
A partir dessas políticas voltadas para o Estado do Bem-Estar Social e com
o significativo aumento dos gastos públicos, garantiu-se não apenas a reconstrução
das sociedades europeias no pós-guerra, mas a consolidação do poderio norte-
americano nos mercados internacionais. Foi exatamente nas três décadas
posteriores à Segunda Guerra Mundial que o mundo presenciou o enorme
crescimento e dinamismo da economia americana, que passou a exercer enorme
papel como o grande motor do crescimento econômico do ocidente. Conforme Da
Silva (2008) nos informa, essa influência não se manteve restrita tão somente aos
países da Europa e das Américas, mas estendeu-se também, até certo ponto, para
as economias asiáticas (com destaque para o caso japonês e sul-coreano, por
exemplo).
O avanço da influência americana gerou como reflexo uma mudança no
pêndulo das influências das antigas nações europeias em diversas partes do
mundo, colocando inclusive um ponto final nas antigas relações coloniais em
diversos cantos do mundo. Com isso os Estados Unidos emergiram como a
grande potência mundial, ditando e influenciando os rumos das políticas externas
ocidentais e determinando os novos padrões de consumo e, até certo ponto, de

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comportamento até hoje presentes nas sociedades modernas. Com o
crescimento da locomotiva americana, a cultura de massas, as novas práticas
empresariais, o foco na eficiência e produtividade das empresas multinacionais
americanas e o crescimento do poderio do sistema econômico mudariam
definitivamente o cenário econômico mundial com reflexos sentidos até o dia de
hoje. (SILVA, 2008)
Conforme vemos em Da Silva (2008), o aumento significativo da liquidez
internacional a partir dos anos 1960, trouxe grandes implicações ao Brasil:

O Brasil se verá diante de uma enorme possibilidade de aumento de


seu endividamento externo, que servirá não apenas para compensar o
baixo índice de poupança interna, mas para fomentar o crescimento e o
seu desenvolvimento voltado principalmente à conclusão do processo de
substituição de importações iniciado por Getúlio Vargas algumas
décadas antes. Servirá também para financiar a modernização de
diversos setores de nosso país, especialmente no que se refere à
questão da infraestrutura. (DA SILVA, 2008)

3.3 O desaquecimento da economia nos anos 70 e 80

Chegamos a década de 70... com a crise do petróleo nessa época, e


com a consequente elevação da taxa de juros internacional, o governo brasileiro
se viu obrigado a conter e apagar diversos incêndios no mercado interno. De um
lado, o Brasil presenciava uma escalada inflacionária – gerada principalmente
pelos significativos aumentos do preço internacional do petróleo, do qual era
muito dependente. Por outro lado, já era percebido um enorme desaquecimento da
demanda interna, gerado pelo aumento das taxas de juros e pelo aumento do
desemprego. Aliado a esses fatores, o Brasil ainda passou a sofrer com a
imediata elevação do endividamento das empresas (como o governo,
encontravam- se endividadas em moeda estrangeira e, muitas vezes, a taxas
pós-fixadas) e com a necessidade de reajustes drásticos nas contas e nas
dívidas públicas, interna e externa. (DA SILVA, 2008)
Sobre a década seguinte, Da Silva (2008) nos informa o seguinte:

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O mundo entrou, portanto, na década de 1980 com a clara sensação da
premente necessidade de efetuar um enorme reajuste no sistema
capitalista. O modelo até então adotado; baseado na presença estatal
em quase todos os setores da economia, as ineficiências das empresas,
a necessidade de aumento dos componentes tecnológicos, a
necessidade de combustíveis alternativos e meios de produção mais
econômicos forçaram o repensar da estrutura capitalista implantado
principalmente nas quatro décadas anteriores.

Nesse cenário, os neoliberalistas, entendiam que era necessário realizar


uma total reforma do sistema produtivo das empresas e rever a importância dos
setores de serviços, financeiro e principalmente o antigo papel do Estado como
motor do desenvolvimento.
O neoliberalismo difundiu-se pelo mundo, levando diversos países da
Europa, Ásia e América Latina a adotarem políticas e práticas liberalizantes em
linhas com esse novo pensamento. (DA SILVA, 2008)
Diversas economias em desenvolvimento implementaram políticas
liberalizantes com o intuito inicial de eliminar, ou pelo menos, reduzir as enormes
vulnerabilidades sofridas pelas crises das décadas de 1970 e 1980, e a fim de
atrair capital externo para o fomento do desenvolvimento.
Da Silva (2008) comentou os resultados dessas ações:

Algumas dessas ações surtiram efeitos positivos – mesmo a despeito de


algumas crises pontuais – primeiro por inserirem diversos países no
sistema econômico mundial globalizado neste século XXI. Segundo,
por servirem de exemplos a outros países que ainda viviam sob a ótica
do protecionismo, inflação e pouca austeridade no trato das contas
públicas. (SILVA, 2008)

O Brasil, por sua vez, em crise desde meados da década de 1970,


continuou na mesma situação por toda a década de 1980, gerando como
consequência baixos crescimentos econômicos, inflação, instabilidade
econômica e desequilíbrios fiscal e monetário típicos de períodos muito
conturbados no campo macroeconômico e também nas esferas política e social.
Todo esse novo cenário internacional, colocou um novo e importante
desafio aos nossos governantes durante a década de 1990: era chegada hora de
abrir a economia local e realinhar a política econômica e a economia brasileira

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como um todo às novas demandas do mundo em processo de globalização.
Somente a partir de 1992, durante o final do período do governo Collor, que o
país começou a dar efetivamente os primeiros passos rumo à abertura
econômica e trabalhou mais arduamente no sentido de conter a inflação.
(SILVA, 2008)

3.4 O Plano Real

Fonte: http://www.apatej.org.br

Da Silva (2008) nos informa que a questão da inflação e da estabilidade


do mercado brasileiro só começou a ser tratado com mais seriedade durante o
governo do presidente Itamar Franco. Naquela época, o Brasil ainda vivia sob a
sombra de uma inflação galopante e o fracasso de diversos planos de
estabilidade cujas características heterodoxas não permitiam a manutenção de
uma política séria voltada à contenção dos preços por períodos muito longos de
tempo.

A principal ação para a implantação do Plano Real se deu em 1993 com o


lançamento de um plano de ajuste fiscal voltado a equacionar o
desequilíbrio orçamentário do governo. Esse plano foi criado para
promover ações voltadas ao corte de gastos do governo (através do Plano
de Ação Imediata, PAI), ao aumento da arrecadação fiscal (através da
criação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira – IPMF), e
pela criação de Fundo Social de Emergência (FSE). A segunda ação deu-
se no sentido de desindexar a economia brasileira e acabar definitivamente

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com os constantes aumentos e repasses de preços que traziam consigo
um enorme componente inercial no índice geral de inflação. Para tanto foi
criada uma unidade de referência de valor (Unidade Real de Valor – URV),
que seria então corrigida diariamente e teria paridade fixa com o dólar, de
forma que o seu valor fosse exatamente a taxa de câmbio vigente
diariamente. Gradativamente, todos os preços da economia brasileira
foram sendo transferidos para essa unidade de valor, a URV (que, em 1.º
de julho de 1994, valia R$2.750,00), para posteriormente serem
convertidos em reais (R$) a essa paridade. (DA SILVA, 2008)

Uma análise do desenvolvimento da economia brasileira desde a


abertura econômica da década de 1990, uma divisão dos períodos da seguinte
forma, conforme nos sugere Da Silva (2008):
 1992 a julho 94 → períodos de semi-estagnação e crises;
 1995 a 2006 → período de lenta retomada e estabilidade.
Os brasileiros foram significativamente beneficiados pelo Plano Real, da
mesma forma que a expansão recente do crédito e as ações afirmativas de
distribuição de rendas. Todavia, é inegável o fato de ainda convivermos com o
fantasma de uma enorme desigualdade social que dificulta o crescimento e a
mobilidade social, impedindo que o Brasil dê um salto de crescimento mais
qualitativo e sustentado no longo prazo.

3.5 A crise econômica de 2008

Para Pinheiro (2008, p.99), “uma crise financeira é uma forte e rápida perda
de riqueza e substância social, política e institucional em uma economia,
manifestada pelo colapso dos preços dos ativos, recessão e desemprego, gerando
ameaça à estabilidade da moeda e do sistema bancário”.
A crise de 2008, que teve origem nos Estados Unidos, continua sendo
estudada por diversos estudiosos de distintos seguimentos, visando identificar os
impactos dela nos anos subsequentes. Segundo Kothari (2012, p. 335) várias
causas da crise financeira foram citadas, incluindo uma regulamentação negligente
sobre os empréstimos hipotecários, uma crescente bolha imobiliária, o aumento de
instrumentos derivativos, como obrigações de dívida garantida e práticas bancárias
questionáveis. Para Bresser Pereira (2010, p. 3) “a crise financeira mundial de 2008

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foi consequência do processo de financeirização”, ou a criação fictícia de uma
riqueza financeira maciça que começou na década de 1980, e da hegemonia do
neoliberalismo, baseado em mercados autorregulados e eficientes”. Rajan e Luigi
(1998), comentam que os investidores tendem a ignorar a falta de uma adequada
estrutura de governança durante um boom da economia, entretanto, uma vez que
a crise financeira se instala e as expectativas de retorno falham substancialmente,
começam a questionar o sistema de governança. Couto (2012, p.54), por sua vez,
diz que “entender a crise de 2008 requer uma retrospectiva aos fatos históricos e o
entendimento de que ela foi um passo atrás na economia mundial, principalmente
para a americana”.

3.6 A economia brasileira nos últimos anos

Em Cabral (2016, p.60) encontramos que o ápice do crescimento


econômico do país chegou ao fim em 2011, no momento em que a alta do PIB foi
de somente 2,7%. Nos anos seguintes, o cenário apresentou exímia decadência:
em 2012, 2013 e 2014, o crescimento foi de 0,9%, 2,3% e 0,1%, respectivamente.
Em 2013 houve uma grande mobilização da população partindo da premissa de
indagações que tomaram proporções gigantescas, como afirma Castells (2013, p.
178):

Um grito de indignação contra o aumento do preço dos transportes que se


difundiu pelas redes sociais e foi se transformando no projeto de esperança
de uma vida melhor, por meio da ocupação das ruas em manifestações
que reuniram multidões em mais de 350 cidades. Em agosto de 2016 foi
finalizado o processo de impeachment, que encerrou o mandado da então,
Presidente da República. Ponto alto da crise política no país, reflexo do
desequilíbrio econômico brasileiro.

Curado e Nascimento (2015) relatam:

No âmbito econômico, não há como negar o fracasso do governo Dilma.


Entre 2011 e 2013, a taxa média de crescimento do PIB foi de pouco mais
de 2% ao ano e declinou ao pífio 0,1% em 2014 (IBGE, 2015). Em nenhum
ano de seu governo a inflação alcançou o centro da meta (4,5% a.a.).
(CURADO; NASCIMENTO, 2015, p.35)

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4 A CONSTRUÇÃO CIVIL E A ECONOMIA DO BRASIL

1OS PRÉDIOS DE OSCAR NIEMEYER ERAM MEIO DIÁFANOS, DESENHADOS NO AR COMO


ESQUELETOS DE TÁBUAS. BROTANDO DO CHÃO ANTES DO ARRUAMENTO, PARECIAM
PRODUTOS DA TERRA
Fonte: https://piaui.folha.uol.com.br

Segundo Garcia & Souza (2005), o desenvolvimento da economia de um


país pode ser determinado pelos níveis de sua atividade empresarial, pois os pilares
da economia de cada nação se alicerçam na eficiência de suas empresas, em
especial nas que são constituídas como sociedades anônimas de capital aberto.

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A Construção Civil tem papel fundamental na economia brasileira. Sendo
um dos setores o qual mais emprega – aproximadamente 7,6% da população
ocupada (IBGE, 2018). Ela é responsável por movimentar o país gerando vários
postos de trabalho, direto e indiretamente, além de ser um polo gerador de
investimento.
Segundo Plefh (2018), a construção civil tem uma participação significativa
na economia brasileira:

Examinando o grupo de atividades mais participativas da economia


brasileira segundo IBGE (Agropecuária; Indústria Extrativa; Indústria de
transformação; Eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos;
Construção; Comércio; Transporte, armazenagem e correio; Informação e
comunicação; Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados,
Atividades Imobiliárias; Administração, defesa, saúde e educação pública
e seguridade social), é possível verificar a participação da Construção Civil
na economia brasileira durante o período de 2000 a 2015. (PLEFH, 2018)

A Construção Civil é a 5ª (quinta) atividade que maior deu retorno para a


economia brasileira no período de 2000 a 2015, com uma participação média
equivalente a 5,62% do total de Valor Adicionado Bruto. (PLEFH, 2018)
Plefh (2018), nos informa ainda os percentuais em acada região do país:

A região Sudeste foi responsável, em média, por aproximadamente 50%


(cinquenta por cento) da contribuição para o Valor Adicionado Bruto do
setor da Construção Civil no período analisado, seguida das regiões
Nordeste e Sul com valores entre 15% (quinze por cento) e 19% (dezenove
por cento) e das regiões Centro-Oeste e Norte com valores inferiores a
10% (dez por cento). Embora seja de conhecimento que a região Sudeste
seja a mais desenvolvida do país e também a mais populosa, com 42%
(quarenta e dois por cento) do total nacional (IBGE, 2011), uma
participação com metade da contribuição do Valor Adicionado Bruto Total
do setor, reflete, de certo modo, a desigualdade das políticas de
investimento e o desiquilíbrio no desenvolvimento nacional, que se
comprova ao verificar que a região Norte apresenta contribuição quase que
8 (oito) vezes inferior a da região Sudeste. (PLEFH, 2018)

Exatamente pelo impacto desse setor na economia, a Construção Civil, é


considerada um indicador de desenvolvimento para o país, pois seu impacto sobre
o PIB e taxa de desemprego são interligados.
Além disso, segundo a Câmara Brasileira de Industria da Construção
(CBIC), a cada 100 reais investidos no setor, 25 reais voltam para os cofres públicos,

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ou seja, gera capital para o governo já que seu faturamento é alto e a taxa tributária
também. O que leva a sua importância no desenvolvimento do país como um todo.

4.1 A história da construção civil no cenário econômico do Brasil

Em Cunha (2012) somos informados de que a partir da década de 50, com


a eleição de Juscelino Kubitscheck e a implementação do Plano de Metas pelo
governo federal, o setor de construção civil passou a ser uma atividade industrial de
grande relevância para o país, do ponto de vista econômico e social.
Em meados da década de 50, surgiu o Plano de Metas, que impulsionou a
construção civil, pois a enorme demanda criada pelo governo federal fez com que
o número de pessoas empregadas no setor e o número de empresas de construção
crescessem vertiginosamente. Projetos nas áreas energética, siderúrgica,
petrolífera e de transportes se multiplicaram, garantindo o crescimento e o
desenvolvimento do setor. Além disso, a construção da nova sede do distrito federal
no interior de Goiás foi de grande importância. O projeto idealizado por Juscelino
não atingiu o crescimento, que era esperado, da economia, no entanto foi de vital
importância para o macro setor da construção. (CUNHA, 2012)
A década de 60 iniciou-se com uma inflação galopante e redução da
atividade econômica, evidenciada pela retração do crescimento do PIB. Fato este
que, naturalmente, impactou a atividade da construção civil, na medida em que o
setor é altamente dependente de crédito para financiar a produção, e no caso das
edificações residenciais financiarem o mutuário.
Somos informados por Cunha (2012) sobre o fracasso do Plano Trienal e
os números elevadíssimos da inflação na década de 60:

O Plano Trienal idealizado pelo Ministro do Planejamento Celso Furtado


projetava, entre outros objetivos, progressiva redução da pressão
inflacionária e crescimento do crédito ao setor privado. No entanto, o plano
fracassou. Em 1964, a inflação geral atingiu 91,8%. O Brasil vivia uma
verdadeira crise econômica e institucional. (CUNHA, 2012)

19
No decorrer da década de 60, o mercado de edificações residenciais e
comerciais era completamente desregulamentado e não existiam garantias nas
transações comerciais. O estabelecimento do "Memorial de Incorporação", em
1964, e a criação do extinto Banco Nacional de Habitação (BNH), em 66, foram um
marco para o setor. O primeiro instrumento ofertou mais garantias às operações,
pois as construções tinham que seguir estritamente o exposto nos documentos.
Estes contêm todas as informações e características referentes ao empreendimento
que será executado. Quanto ao BNH, este foi a primeira instituição a oferecer crédito
para a produção imobiliária no Brasil. Além disso, a instituição também ofertava
crédito para os adquirentes de unidades habitacionais. Surgiu então, a primeira
instituição com o objetivo de fomentar a construção e comercialização de unidades
residenciais no país. Apesar de não se configurar com uma política pública de
habitação, pela exclusão da população de baixa renda, foi a primeira ação do
governo federal, a fim de estimular o mercado de edificações residenciais. Até
então, o foco do governo era o suporte à edificação de serviços públicos e privados.
(CUNHA, 2012)
Ainda na década de 60, foram instituídos dois mecanismos financeiros
essenciais para sustentar as operações do BNH. São eles: o Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Crédito (SBPE)
que juntos formavam o arcabouço do Sistema Financeiro de Habitação. (CUNHA,
2012)
Cunha (2012), nos oferece informações interessantes sobre os recursos do
FGTS:

Os recursos do FGTS eram originados de uma contribuição específica das


empresas privadas em favor de cada funcionário contratado sob regime da
CLT. Diferentemente, do que as regras de utilização do fundo permitem
na atualidade, as únicas formas de saque dos recursos eram no momento
da aposentadoria ou em caso de demissão sem justa causa, o que
configurava uma fonte de captação superavitária, mensalmente, ao BNH
devido ao fato de o Brasil ser um país com maioria jovem e
economicamente ativa, e ainda em processo de retomada do crescimento
econômico. Em paralelo, os recursos do SBPE eram captados via
depósitos de poupança. Um percentual do total da poupança nacional era
transferido para o BNH. (CUNHA, 2012)

20
A medida que o mercado foi sendo regulamentado, apoiado pelo BNH, e a
retomada do crescimento econômico no fim da década de 60, o setor de construção
civil retoma o crescimento que havia sido estagnado no início da década. O banco
utilizou os recursos do SFH para financiar a execução de projetos imobiliários
residenciais, aquisição de imóveis residenciais pelas classes média e alta da
sociedade, além de obras de infraestrutura e saneamento.
Nesse contexto, a maior importância do BNH não foi a produção em larga
escala de unidades residenciais, diminuindo o déficit habitacional no país. Pois,
sendo a população de baixa renda era excluída do processo, a “autoconstrução”
permaneceu sendo a maneira utilizada para a construção da casa própria. Todavia,
o BNH sedimentou duas ideias importantes para o futuro do setor. A primeira foi a
consolidação da incorporação imobiliária como requisito para a produção de
empreendimentos residenciais e a segunda a ideia da aquisição da casa própria,
via financiamento. (CUNHA, 2012)
Segundo Ferreira (2016), na década de 80, havia uma recessão mundial e
o Brasil enfrentava o descontrole inflacionário e uma crise econômica, que culminou
numa baixa atividade na construção civil.
Fochezatto e Ghinis (2011) destacam que com a criação do Plano Real em
1994, houve um equilíbrio na economia e uma estabilização da inflação,
favorecendo as condições de financiamento de longo prazo da habitação,
aumentando assim o poder de aquisição dos brasileiros. O reflexo na economia foi
imediato, incentivando fortemente o mercado da construção.
Cunha (2012) nos dá informações sobre diversos fatos ocorridos na década
de 90:

A partir de 1997 pode-se vislumbrar uma mudança no cenário com a


promulgação da Lei 9,514, que criou o Sistema Financeiro Imobiliário. Esta
lei instituiu a Alienação Fiduciária, uma garantia real do produtor, nos
financiamentos imobiliários. A lei de Alienação Fiduciária passa, então, a
ser aplicada no âmbito do mercado de capitais. Na alienação fiduciária, o
devedor, ao financiar o imóvel objeto da fidúcia, transfere a propriedade
dele para o nome do credor, no caso, o agente financeiro/fiduciário, que
passa a figurar no cartório de registro de imóveis como proprietário. O
comprador torna-se Fiduciante, e assim, apenas permanece com a posse
e o uso do imóvel enquanto mantiver sua pontualidade no pagamento das
prestações. Já que alienou o bem a favor do banco, este devolverá a

21
propriedade ao comprador somente depois deste pagar toda a dívida. Esta
instrução serve hoje também como garantia aos investidores. Foi uma
medida que garante os investimentos feitos, atualmente, e podem ser a
garantia do financiamento à produção no futuro. Esse assunto será tratado
nos próximos capítulos. Outra medida importante foi o estabelecimento do
Patrimônio de Afetação, que veio a ofertar uma garantia ao mutuário, em
2004. Esta lei trata-se exclusivamente da separação de um
empreendimento do líquido da empresa produtora. No regime de afetação,
o terreno e as acessões objeto de incorporação imobiliária, bem como os
demais bens e direito a ela vinculados, permanecem apartados do
patrimônio líquido do incorporador e constituirão patrimônio de afetação,
destinado à consecução da incorporação correspondente e à entrega das
unidades imobiliárias aos respectivos adquirentes. Algumas instituições
bancárias já exigem das incorporadoras outro mecanismo para obter o
mesmo efeito do patrimônio de afetação: a constituição de uma Sociedade
de Propósito Específica (SPE) para cada empreendimento. A ideia é ter
uma empresa voltada, exclusivamente, para a produção do
empreendimento. (CUNHA, 2012)

De acordo com Fochezatto e Ghinis (2011) a partir do ano de 2002, quando


se solidificou o regime de metas inflacionárias, teve início o processo de queda da
taxa de juros básica (taxa SELIC), e em consequência, o ritmo de crescimento da
produção do setor da construção civil acelerou. Segundo o BNDES (Banco
Nacional Do Desenvolvimento Econômico e Social) (2013), em 2008 eclodiu a crise
norte-americana, e o setor da construção civil sentiu as consequências, devido à
redução do crédito privado. Para recuperar a economia, o país adotou várias
medidas econômicas de caráter expansionista, que influenciaram positivamente
para que a atividade da construção não tivesse uma baixa atividade, como a
desoneração tributária de alguns materiais de construção, a expansão do crédito
para habitação, o Programa Minha Casa Minha Vida, e o aumento de recursos para
o Programa de Aceleração do Crescimento. Concomitantemente com os planos
governamentais citados acima a descoberta do pré-sal alavancou de forma
extraordinária alguns setores da construção civil.
Segundo Ferreira (2016), com a descoberta do pré-sal em 2006, a
Petrobras contratou sondas de perfuração, plataformas de produção, navios,
submarinos, investindo fortemente para que se tivesse uma elevada produção dos
poços. O investimento nas áreas de Exploração e Produção de Petróleo,
Abastecimento, Gás e Energia, Distribuição e Investimentos Internacional em 2003
foi de US$ 7,5 bilhões. Em 2013 esse montante chegou a US$ 48 bilhões, sendo

22
que nesse ano, o peso dos investimentos da estatal no valor total do investimento
brasileiro foi de aproximadamente 7,5%.

4.2 A importância da construção civil para o PIB

Como já observado até aqui, a indústria da construção é um dos setores


mais representativos do país e engloba diversos segmentos e serviços.

Sua cadeia produtiva reúne construtoras, fabricantes e comerciantes de


materiais, máquinas e equipamentos, serviços técnicos especializados,
serviços imobiliários e consultorias de projetos, engenharia e arquitetura.
A atividade movimenta diversas áreas e exerce influência direta e indireta
no resultado econômico do Brasil. Sendo assim, a capacidade produtiva e
o desenvolvimento nacional estão diretamente relacionados ao
desempenho do setor. Além disso, a cadeia de construção tem importante
papel social, pois cria oportunidades de trabalho para uma faixa da
população com baixa escolaridade e pouca qualificação profissional.
(SEBRAE, 2016)

O PIB, abreviação do conceito de Produto Interno Bruto, é o valor agregado


gerado em certo espaço geoeconômico num determinado intervalo de tempo
(MANKIW, 1998). Segundo Cunha (2012), este indicador é de fundamental
importância para a avaliação da solidez da economia dos países ou de uma região.
Dessa maneira, a avaliação da participação do setor de construção na formação do
PIB, mostrará a contribuição econômica do setor ao país.
Cunha (2012) nos informa números importantes sobre o PIB do setor da
construção civil. Segundo o autor, o PIB saltou de R$ 56 milhões, em 2000, para R$
182 milhões, em 2010. Em paralelo, o PIB brasileiro atingiu um patamar de R$ 3,3
bilhões ante um PIB de aproximadamente R$ 1 bilhão no início da década. Neste
período, o PIB do setor da construção civil cresceu, em termos reais, a uma taxa
média de 12,68% ao ano, contra uma taxa média de 12,21% do PIB brasileiro no
mesmo período.
O setor da construção civil tem sido de grande importância no crescimento
de um país. Ferreira (2016), discorre sobre o tema afirmando que no Brasil, este
setor agrega valor na geração de riquezas, nas movimentações de âmbito
econômico, e é responsável por grande parte da geração de emprego, como um
23
setor intensivo em mão-de-obra. Pois o setor está intrinsicamente relacionado com
a chamada indústria da construção civil, promovendo o crescimento econômico
através de suas forças motrizes por ser composta de inúmeras e variadas atividades
em todo o país.
Todavia, o setor tem sofrido grandes transformações nos últimos anos e
principalmente após a implantação de algumas políticas econômicas adotada pelos
governos.
Segundo dados do Banco Nacional do Desenvolvimento (2016), a partir de
2008, o setor da construção civil teve um elevado crescimento devido ao governo
ter adotado medidas econômicas expansionistas, e investido fortemente em obras
públicas, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Minha Casa,
Minha Vida (MCMV), além de obras na maior estatal do país, a Petrobras, após a
descoberta do Pré-Sal.

Fonte: https://www.cesan.com.br/

24
2O PRIMEIRO ÓLEO DA CAMADA PRÉ-SAL DO CAMPO DE BALEIA FRANCA, LOCALIZADO A
CERCA DE 85 KM DA CIDADE DE ANCHIETA (ES)
Fonte: https://diariodopresal.wordpress.com

Os eventos esportivos, que ocorreram em no nosso país, como a copa do


mundo (2014) e as olimpíadas (2016), levaram a construção e revitalização de
grandes obras, tanto na estrutura para os eventos e como em infraestrutura nas
cidades sedes dos eventos. Isto impulsionou a economia de forma extraordinária.

3ESTÁDIO DO MARACANÃ NO RIO DE JANEIRO, SETEMBRO DE 2012


Fonte: https://veja.abril.com.br

25
Spitz (2011), comenta os programas de infraestrutura e desenvolvimento
para o PIB brasileiro:

Com estes programas o país em 2010 atingiu o maior crescimento no PIB


(Produto Interno Bruto) dos últimos anos de 7,5%. Esta aceleração na
economia também foi vista e participativa no setor privado da construção
civil no Brasil. Muitas incorporadoras e construtoras tiveram um
crescimento vertiginoso com as políticas governamentais postas em ação.
(SPITZ, 2011)

Segundo ARANHA & NEVES (2019), a construção civil engloba-se em dois


setores: a construção pesada e a edificação, que se enquadram no ramo de
Indústria e Serviços, os dois principais responsáveis pelo PIB do país. De acordo
com o boletim regional do Banco Central do Brasil (2010, p.99): Ressalte-se que,
de acordo com o IBGE, o setor de construção civil cresceu 62,0% de 2007 ao final
de 2013, ante expansões respectivas de 22,7%, 24,3% e 29,7% na indústria, na
agropecuária e no setor de serviços. De janeiro de 2014 a junho de 2015, o setor
de construção civil recuou 7,1%, ante variações respectivas de -4,1%, 2,0% e 0,2%
nos demais segmentos mencionados. Passos (2012) faz uma correlação do índice
de desenvolvimento do setor da construção civil com o crescimento PIB que são
grandezas diretamente relacionadas:

Nas décadas que houve crescimento significativo do PIB, a indústria de


construção civil também cresceu a taxas elevadas, enquanto nos períodos
de baixo crescimento o setor pouco se desenvolveu. A variação real anual
do valor adicionado da construção civil a preços básicos se expandiu à
taxa de 8,7% no período de rápido crescimento brasileiro, entre 1950 e
1980. No período de baixo crescimento – 1980- 2004 – a média da taxa de
expansão foi de somente 0,5%. (PASSOS; et al, 2012, p. 507)

Para Das Neves (2012, p. 42) “o setor da construção civil, a partir do ano
de 2004, experimentou significativo crescimento fazendo com que muitas empresas
optassem pela abertura de capital como um dos meios para financiar a expansão
de suas capacidades produtivas”.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirma que no
período de 2004 a 2010, o setor da construção civil nacional cresceu 42,41%,

26
representando uma taxa média de 5,18% ao ano. Gabriel, Abreu e Lemes (2014)
em seu estudo fazem uma previsão de crescimento no setor da construção civil:

No acumulado de janeiro a setembro de 2011, o PIB da construção civil


apresentou crescimento de 3,8% em relação a igual período de 2010
(IBGE, 2012). Conforme previsões de cenários da Fundação Getúlio
Vargas (2012) e da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de
Construção (2009), o setor da construção civil sustentará um crescimento
médio de 4% ao ano entre 2007 e 2030. (GABRIEL; ABREU; LEMES,
2014)

No ano de 2009 houve uma política de desoneração tributária, como forma


de resposta aos resultados da crise de 2008, onde tributos foram reduzidos, cujo o
principal foi o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que no ano de
implementação dessa nova política, já apresentava mais de 90 itens da construção
totalmente ou parcialmente desonerados. (MONTEIRO FILHA; COSTA; ROCHA,
2010).

4.3 A importância da construção civil para a geração de emprego

Neste tópico iremos discorrer um pouco mais sobre a contribuição do setor


de construção civil para a geração e empregos.
É notaria a importância social do setor de construção civil para o país.
Segundo Cunha (2012):

O fato de ser uma atividade preponderante para a diminuição do déficit


habitacional e a geração de empregos na economia são os elementos que
representam esta relevância para a sociedade brasileira. Neste tópico será
apresentada a contribuição do setor para a geração de empregos na
economia brasileira. (CUNHA, 2012)

Segundo dados do IBGE, em Outubro de 2011 foram geradas 309.425


vagas formais no setor em todo o país, o que representa uma expansão de 12,19%
no estoque de trabalhadores formais da Construção Civil no mesmo período.
O Ministério do Trabalho e do Emprego informou que o total de
trabalhadores alocados formalmente no setor de construção civil passou de
2.624.255 em Outubro de 2010 para 2.848.684 no mesmo mês de referência em

27
2011. Isto representa a geração de aproximadamente 225 mil vagas em 12 meses.
A maior geração de vagas no setor na última década foi determinante para que a
taxa de desemprego do setor atingisse um nível extremamente baixo.
Conforme a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), realizada pelo IBGE, em
seis Regiões Metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife,
Porto Alegre e Salvador) a média de Janeiro a Outubro de 2011 foi de 3,09%,
enquanto a mediana das estimativas da taxa de desemprego da economia como
um todo, considerando as seis metrópoles citadas, apresentou taxa de 6,18%.
(CUNHA, 2012)
Em Cunha (2012) encontramos a ainda outras informações sobre os
números de empregos gerados a partir da construção civil:

A construção civil registra números positivos no mercado de trabalho


desde 2004. Isto é resultado do desempenho positivo das atividades e do
ciclo de desenvolvimento iniciado naquele ano. Dados informados pelo
Ministério do Trabalho apontam, ainda que entre 2004 e 2010, foram
criados 1,46 milhão de postos de trabalhos formais no setor em todo o país,
o que representou um acréscimo médio anual de aproximadamente 209
mil empregos, o que corresponde a um crescimento acumulado de
139,34%. Isto representa um aumento anual médio de 13,28% na geração
de novos postos de trabalho na economia, o que é um resultado
expressivo, principalmente quando comparado a outros setores chaves da
economia. (CUNHA, 2012)

Segundo informa o Ministério do Trabalho e Emprego, os dados


demonstram que o número de empregados com carteira assinada no País alocados
no macro setor da construção mais que dobrou quando comparado com 2004. Em
dezembro de 2004, o estoque de trabalhadores era de 1,119 milhão de pessoas. Já
em Dezembro de 2010, o número já era de 2,509 milhões, o que representa um
crescimento de 124,30% no período.
Outra informação que corrobora com o exposto vem da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo IBGE, em 2009, o setor de
construção civil representava 7,8% do total de trabalhadores no país, englobando
aproximadamente a marca de 6,8 milhões de pessoas. É importante frisar que este
número engloba, não somente, trabalhadores formais quanto os informais, o que
explica a discrepância com as informações relatadas anteriormente. Em 1996, o

28
setor alocava 4,3 milhões de trabalhadores formais e informais, o que representa
um aumento de 58,14%.
Cunha (2012), citando dados da PNAD, afirma que é possível verificar um
movimento positivo no setor: o aumento da formalização dos trabalhadores.

Em 2003, a participação de trabalhadores que recolhiam a contribuição


para a previdência social era de 28,7% e em 2009 essa participação atingiu
37,4%. É importante citar dois elementos que contribuíram para esse
movimento que foram: a adoção da suspensão temporária do contrato de
trabalho e a Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas, sancionada em
2006. (CUNHA, 2012)

Fonte: https://clickpetroleoegas.com.br

29
5 A OPERAÇÃO LAVA-JATO E SEU IMPACTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A indústria da construção civil na condição de um dos setores mais


importantes da economia do Brasil agrega em sua cadeia produtiva várias
atividades econômicas. Trata-se de um segmento de relevante importância à
economia que emprega elevado número de pessoas e, gerando riquezas,
promovendo o desenvolvimento de uma região. Não menos importante, é seu cunho
social, uma vez que esse segmento empresarial atende às mais diversas classes
socioeconômicas, ao construir unidades residenciais e comerciais. (Scherrer et al,
2014)
A cadeia produtiva da construção civil reúne construtoras, fabricantes,
comerciantes de materiais e fornecedores, como demonstra o gráfico abaixo. A
atividade de construir movimenta diversas áreas, sendo muito relevante na
economia brasileira. (FERREIRA, 2016).

4GRÁFICO - COMPOSIÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DA CONSTRUÇÃO. FONTE: DADOS


CBIC (2016).
Fonte: https://www.scielo.br

30
De acordo com Amorin (2015), a construção civil foi grandemente afetada
após o início da Operação Lava Jato, devido ao envolvimento de grandes
empreiteiras no esquema de corrupção em nosso país:

Após o início da Operação Lava Jato, o cenário mudou, o setor da


construção civil, que é responsável por cerca de 6,5% do Produto Interno
Bruto do país e emprega, diretamente, mais de 3 milhões de pessoas
começou a enfrentar uma crise nunca vista no país. As empreiteiras
investigadas contraíram muitas dívidas, que se deve ao fato de o governo
ter diminuído seus investimentos em obras estruturantes, diminuindo a
receita das empreiteiras, além das multas aplicadas em razão das
denúncias de corrupção ou cartel, e o ressarcimento de danos aos cofres
públicos. (AMORIN, 2015).

Ferreira (2016) explica que o endividamento das construtoras resultou num


amontoado de obras e projetos parados ou em ritmo significativamente lento.
Devido a isso, as empresas optaram pelas demissões e conservaram apenas
alguns poucos trabalhadores nos canteiros de obras para não terem os contratos
rompidos. Nessa situação, estão grandes projetos de infraestrutura, que
empregariam um grande número de pessoas e seria uma oportunidade de
crescimento. O autor destaca que as construtoras investigadas foram as que mais
realizaram demissões em 2014, havendo uma redução de 49% no número total de
funcionários. O setor registrou um saldo negativo de 109 mil empregos formais no
ano de 2014, e de 417 mil empregos em 2015.
Segundo Foreque (2016), em 2014, pela primeira vez em vários anos, o
saldo entre engenheiros admitidos e desligados foi negativo, foram contratados
52,01 mil profissionais contratados e 55,1 mil demitidos.
Em Ferreira (2016), podemos ter uma ideia do impacto da crise que se
instalou:

A atual crise no setor de engenharia é comparada à década de 1980 onde


muitos engenheiros começaram a trabalhar em outras áreas devido a uma
crise na economia. Nos últimos anos, houve um aumento da procura pela
profissão, o número de matrículas na graduação cresceu 85,1% e o
número de formandos cresceu 60,6% entre 2010 e 2013. Nesses anos a
demanda por profissionais em engenharia era grande, mas com a crise o
cenário se inverteu, e profissionais, principalmente recém-formados, estão
tendo complicações na hora de ingressar no mercado de trabalho.
(FERREIRA, 2016).

31
Segundo Lagôa (2016), a indústria do cimento também sofreu redução de demanda.
O setor vivenciava a expansão do consumo em função do bom momento da
construção civil, mas em 2015 houve uma queda no consumo, a justificativa está no
arrefecimento dos investimentos em infraestrutura, resultante da paralisação de
obras em consequência da Operação Lava Jato.
Amorin (2015), por sua vez, afirma que “os anos de euforia que antecederam essa
crise resultaram em um excesso de oferta pelas construtoras de imóveis. Agora há
um excesso de estoque, e as construtoras pararam com os lançamentos. Há muita
oferta e pouca demanda”.
Em Oliveira e Ribeiro (2015), encontramos que os lançamentos residenciais
mostram queda de 25,3%. Também houve queda de 26,4% registrada nas obras
em fase de fundação, em consequência, também se reduz as obras nas fases de
construção, de estrutura e acabamento, seguintes à fundação. A fraqueza no setor
imobiliário é evidenciada pelo Índice de Atividade da Construção Imobiliária (IACI)
que mostrou recuo de 5,3% na área total em construção de obras imobiliárias em
2014.
Segundo Cavallini (2016), entre janeiro e dezembro de 2015, foram financiadas
compras e construções de 341,5 mil imóveis, comparando com o ano de 2014,
houve um recuo de 36,6%. Já o volume de empréstimos para aquisição e
construção de imóveis caiu 33% em 2015, comparando no mesmo período de 2014.
O cancelamento das vendas aumentou 12,4% em 2015.
E de acordo com os dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
(2016), o número de estabelecimentos na Construção cresceu vertiginosamente até
o ano de 2014, mas em 2015 o mesmo decresceu.
Outro fato agravante para a economia como um todo e concomitantemente para o
setor da construção civil é o impacto da participação do setor na composição do
PIB. Pois segundo o BNDES (2013), o PIB brasileiro teve um crescimento
significativo entre 2004 e 2013. Mas, mesmo com o PIB brasileiro variando
negativamente e a economia enfrentando uma recessão, a participação da
construção civil no PIB aumentou. Segundo Castro (2011), a construção civil tem
grande participação na economia brasileira, pois além de empregar mão de obra
32
menos qualificada e sem instrução escolar, ela absorve mão de obra qualificada
com profissionais formados em engenharia civil e arquitetura, responsáveis pelo
projeto de grandes obras pelo país. E obviamente o declínio da participação no PIB
a situação tanto do setor com da economia será afetada drasticamente e
consequentemente provocando uma desestabilização da contratação de mão-de-
obra como citado anteriormente. (FERREIRA, 2016).
Fato é que, segundo nos aponta Ferreira (2016):

Com as construtoras em crise, os números de trabalhadores decresceram


e a situação ficou complicada para engenheiros, inclusive os recém-
formados que buscam seu espaço no mercado de trabalho. Mas, apesar
do cenário desalentador, já que os rumos da construção civil mudaram, a
Operação Lava Jato pode abrir portas para construtoras de médio, ou
pequeno porte, que antes, por conta da corrupção não tinham a
oportunidade de concorrer em licitações, e conseguir obras do governo
criando assim, oportunidades de construtoras nacionais se incorporarem a
empresas do exterior, e assim aumentar a participação no mercado.
(FERREIRA, 2016).

Fonte: http://www.tribunadonorte.com.br

33
6 CENÁRIOS E A CONSTRUÇÃO CIVIL

Diante de inúmeras incertezas que se alteram rapidamente no ambiente


macroeconômico, os empresários precisam de métodos que os auxiliem e garantam
mais segurança na tomada de decisões estratégicas. Os cenários prospectivos são,
de forma resumida, descrições de situações futuras, construídas a partir de análises
entre relações reais e já existentes. Com eles é possível traçar caminhos prováveis,
que têm por objetivo orientar os empresários a realizar um planejamento mais
assertivo e coerente do seu negócio. Esse planejamento os deixa mais preparados
para elaborar ações práticas e, consequentemente, enfrentar futuros desafios.
Para trabalhar em um mundo de incertezas políticas e econômicas, é
fundamental ter a capacidade de reconsiderar – questionar pressupostos sobre a
maneira como o mundo funciona, de modo a vê-lo mais claramente. Diante disso, a
finalidade dos cenários é ajudar você mesmo a mudar sua visão da realidade – para
aproximá-la da realidade como ela é, e como será. O resultado final, entretanto, não
é um quadro preciso do amanhã, mas as melhores decisões sobre o futuro
(SCHWARTZ, 1991).
O planejamento de cenários utiliza as melhores práticas de cada escola de
pensamento em estratégia, assim chamadas por Van Der Heijden (2004), para
revelar uma visão mais clara e abrangente do futuro, pois não considera apenas
riscos e previsões.
Falando sobre o planejamento de cenários, Rodrigues et al. (2013), afirmou:

O planejamento de cenários também assume a existência de uma


incerteza. Isso, inserido na cultura organizacional, proporciona aos
gestores um diferencial estratégico que, além de reduzir os riscos na
tomada de decisão e elevar a probabilidade de acerto considerando essas
mudanças inevitáveis, permite conduzir a empresa com maior
assertividade na manutenção do seu negócio, pois oferece melhores
condições de competitividade e de adaptação.

Segundo o autor acima citado, a problemática, quando se fala em cenários,


circunda a respeito da própria informação, na complexidade de estabelecer relação
entre informações e contextualizá-las de forma ordenada, organizada e consistente,

34
lidar com riscos e incertezas, identificar quais informações são imprescindíveis ou
relevantes.
Diante disso, estratégias competitivas poderão ser formuladas através da
análise de cenários no ramo da construção civil.
O setor da construção civil possue seus pressupostos alicerçados em lógica
matemática linear, porém, quando se pretende ganhar em competitividade, outros
fatores estão relacionados ao processo decisorial para uma gestão de resultados,
como por exemplo mercadológicos e financeiros. (RODRIGUES et al., 2013)

6.1 O desenvolvimento de cenários

O termo cenário tem muitos significados e varia desde scripts de cinema e


projeções vagas a combinações estatísticas de incertezas (SCHOEMAKER, 1993).
Dentro da visão prospectiva, ainda se podem encontrar várias definições que
diferem basicamente na forma e na amplitude, mas todas obedecem aos
fundamentos básicos da prospectiva, de que os futuros são múltiplos e incertos.
Segundo Saurin e Ratcliffe (2011), o desenvolvimento de cenários está
emergindo como uma poderosa ferramenta de planejamento que proporciona
efetiva estrutura para produzir melhores decisões nas organizações.
De acordo com os autores acima citados:

A maioria das organizações vai experimentar algum tipo de mudança, seja


na entrada de novos mercados, novos concorrentes, novos padrões de
trabalho ou novas tecnologias. Consequentemente, tais alterações
impactam profundamente na forma como as organizações realizam seu
planejamento, projeção, financiamentos e gerenciamentos. Dessa forma,
aqueles envolvidos na gestão das organizações precisam compreender as
questões relacionadas, forças e fatores que determinam a forma e o
desempenho futuro do mercado. Portanto, a questão crítica é aplicar
estudos prospectivos (SAURIN; RATCLIFFE, 2011).

Para Schwartz (1991), os cenários são instrumentos para a ordenação das


percepções das pessoas sobre ambientes futuros alternativos. As histórias devem
ser cuidadosamente construídas, pois seu valor reside em ajudar os tomadores de
decisão a entender as complexas forças que moldam o futuro.

35
Rodrigues et al. (2013), citando Grumbach (2000), as características
principais dos estudos prospectivos, podem ser sintetizadas como segue:

Ver longe, a longo prazo: os estudos de planejamento estratégico


convencionais normalmente abrangem horizontes de 3 ou 4 anos no
máximo. As pesquisas prospectivas abrangem horizontes de longo prazo
(10 anos ou mais);
Ver com amplitude, de modo global: a prospectiva adota modelagem
sistêmica do objeto em foco, procurando estabelecer uma visão ampla e
panorâmica da questão; Ver com profundidade: os estudos prospectivos
não devem ser confundidos com especulações. As análises são
abrangentes e aprofundadas, embasadas em métodos científicos de
pesquisa e análise de resultados; e
Ver com ousadia, com criatividade: a essência da prospectiva é o
prognóstico, a visão de futuro. Daí a necessidade de ousadia e criatividade,
apoiada no método científico. Como consequência, os resultados dos
estudos são essencialmente propositivos. A análise prospectiva não é um
diagnóstico, embora os diagnósticos sejam necessários para a construção
do prognóstico.

Aqueles que tomam decisões, adotando esse processo, ganham vantagem


competitiva, pois Van Der Heijden (2006) afirma que é gerado um tipo distinto de
conhecimento e promove a aprendizagem organizacional.

6.2 O setor da construção civil

No Brasil, geograficamente, essa indústria é predominante nas regiões


Sudeste e Sul, representada, na sua maioria, por pequenas e microempresas que
contratam trabalhadores de pouca qualificação formal. (RODRIGUES et al., 2013)
A extensa e complexa cadeia produtiva da construção civil exerce forte
alavancagem econômica nos setores que lhe servem de fornecedores de insumos,
sendo importante indutora do crescimento para essa atividade. A produção
realizada pela construção civil, na maior parte, está relacionada a obras públicas, o
que constitui um importante instrumento de política pública na geração de emprego
e renda. Dessa forma, a construção civil torna-se fundamental para os novos ciclos
de crescimento no Brasil. O aumento da produção pode ocorrer por incentivos como
concessão de créditos a juros mais compatíveis e por incentivos fiscais (TEIXEIRA;
CARVALHO, 2005).

36
Gradvohl et al. (2011), faz uma consideração importante sobre as políticas
adotadas pelo Estado para a construção civil e a competição desigual entre as
grandes empresas dominantes e as de pequeno e médio porte:

O Estado tem desenvolvido políticas para a construção civil através da


montagem de um aparato financeiro e institucional que visava não
propriamente a construção, mas a criação de empregos e a distribuição
habitacional. No setor de construção civil as empresas de pequeno e médio
porte são comprimidas entre as grandes empresas que dominam o
mercado de alta renda e pelo setor informal que lhes rouba os
consumidores de renda média e baixa. (GRADVOHL et al., 2011).

Mello et al. (2008), comenta essa realidade afirmando que só resta às


pequenas e médias empresas (PMEs) rever seus processos e produtos de maneira
que possam continuar competindo.
Gradvohl et al. (2011), no entanto, afirma que a performance na indústria
da construção em termos de produtividade, qualidade e funcionalidade do produto
tem sido baixa quando comparada a outras indústrias.
De acordo com Cheah e Garvin (2004), as estratégias de negócios
formalmente lidam com o desenvolvimento da competitividade, vantagem e
competências essenciais, portanto a simulação de cenários ganha em importância.

6.3 Um modelo de simulação de cenários

O modelo de simulação de cenários de Rojo (2006) é dividido em cinco


níveis, sendo que no primeiro nível de sua aplicação utiliza-se a técnica
Delphi, que reunirá os especialistas para gerar informações e compor o
segundo nível, a inteligência competitiva da organização, que alimentará
os dirigentes para o nível 3, a simulação de cenários, que abre
perspectivas de previsões para a formulação de estratégias previstas para
o nível 4, para, então, no quinto nível de aplicação serem executadas as
metas, conforme o plano de ação elaborado de acordo com as estratégias.
(RODRIGUES et al., 2013)

Trata-se de um modelo que apresenta as etapas envolvidas para a


simulação de cenários para as organizações, desde a coleta das variáveis críticas,
segundo a percepção de seus dirigentes e concorrentes das organizações para
formar a visão de futuro, até a execução das estratégias formuladas e a avaliação

37
dos resultados. Abaixo uma abordagem detalhada acerca dos cinco níveis do
modelo através de uma visualização segmentada da implementação de cada uma
das etapas do modelo.

Fonte: http://revistas.utfpr.edu.br

No nível 1, inicia-se o processo para obtenção das variáveis que auxiliam


na formação dos cenários da empresa. Esse passo é importante para se direcionar
corretamente os trabalhos, pois fornece os elementos que concebem as variáveis
críticas para o diagnóstico estratégico obtido no passo seguinte, a inteligência
competitiva.
De acordo com Rojo (2006), o nível 2 recebe a denominação de inteligência
competitiva por ser o ponto de escolha das ferramentas de diagnóstico estratégico,
que compila as variáveis críticas para que assim possam ser gerados os cenários,
que compõem a próxima etapa.
Rodrigues et al. (2013) nos lembra o seguinte:

As ferramentas utilizadas no segundo nível devem ser definidas pelos


dirigentes da empresa por considerações de aplicabilidade, como critérios
próprios, confiabilidade, familiaridade com a ferramenta e outros aspectos
que considerem necessários para obter o melhor diagnóstico possível. E,
ainda, ressalta que no modelo a ferramenta Fn é um meio de fornecer
condições para inserção, ou não, de mais ferramentas.

Uma vez aplicadas as ferramentas escolhidas, os responsáveis da


organização podem colocar a sua visão de futuro e assim simular cenários, que

38
corresponde ao nível 3. Cada um dos cenários corresponde a uma antecipação de
possíveis alterações contextuais, ou até mesmo movimentos dos concorrentes.
Após simular os cenários, a organização avançará para a próxima fase. O
nível 4 trata da formulação de estratégias que, em função dos cenários, busca
reduzir o elemento risco quando o cenário for definido pelos acontecimentos.
(RODRIGUES et al., 2013)
Hoss, Rojo e Grapeggia (2010) acrescentam que a formulação de estratégias
depende de certos fatores. Um deles é em relação aos objetivos que podem ser
divididos em metas, para facilitar que se alcance um conjunto de resultados que
perfazem esses objetivos, e, além de que, em cada cenário simulado são apontados
problemas que requerem solução, e as estratégias são a formulação de soluções
para os problemas.
O nível 5 é o momento em que os dirigentes da organização, após definidas as
estratégias para os cenários simulados, deverão ajustar a formulação de cada
estratégia com a sua capacidade e forma de execução visando um alinhamento com
as metas a serem alcançadas para aproximá-la de seus objetivos.
Hoss, Rojo e Grapeggia (2010) acrescentam que no momento em que o cenário se
define, a organização não será tão comumente pega de súbito, tendo que configurar
seus movimentos de forma apressada para se ajustar às mudanças. Significa não
esperar as mudanças para definir o rumo e sim definir possibilidades de rumos para
esperar as mudanças.
Rojo (2006) enfatiza que, qualquer situação futura, dentre as quais os
dirigentes imaginaram que venha a se realizar, será assimilada com mais
tranquilidade, pois os dirigentes já pensaram sobre ela, antes mesmo de acontecer,
ou seja, criaram cenários. O que significa que a estratégia pensada como a mais
apropriada se encontrava traçada, e a organização poderá utilizá-la conforme o
plano de ação, com os ajustes que se fizerem necessários. (RODRIGUES et al.,
2013)
O mesmo autor esclarece ainda que, na medida em que vai sendo
executada a estratégia, os dirigentes deverão acompanhar e avaliar os resultados
para, sistematicamente, realimentar a inteligência competitiva, de acordo com as
39
ferramentas escolhidas no nível 2, atualizar os cenários no nível 3, readequar as
estratégias no nível 4, para preparar a execução do plano de ação no nível 5.
(ROJO, 2006)
Segundo Rodrigues et al. (2013),

Periodicamente, podendo ser a cada dois meses, uma vez opor ano ou
quando houver percepção de possíveis alterações do ambiente, o autor
sugere que os dirigentes façam uma avaliação global do sistema,
retornando ao início e buscando atualizações que se fizerem necessárias
nas variáveis críticas que moldaram seu sistema de simulação de cenários,
aplicando novamente a Delphi.

Os cenários podem ser classificados em realista, pessimista e otimista. O


pessimista projeta situações desfavoráveis para a empresa, as quais são
demonstradas no planejamento estratégico, além de demonstrar as estratégias e as
ações para superar tais situações que afetem o desenvolvimento organizacional. O
realista projeta situações dentro de um universo, procurando demonstrar uma visão
do que provavelmente possa vir a acontecer. O otimista projeta situações ideais
para a empresa, não havendo grandes dificuldades para que a organização atinja
seus objetivos, e as estratégias procuram manter uma situação de conforto,
crescimento e competitividade. (WEISS et al., 2017)

Fonte: https://www.google.com

40
7 O CENÁRIO POLÍTICO E A CONSTRUÇÃO CIVIL

O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)


publicou em 2016 um material sobre a “Construção Civil”, apresentando cenários
prospectivos para o setor. Em um de seus capítulos, é apresentado três possíveis
cenários políticos e suas implicações para o setor da construção civil. O conteúdo
a seguir foi extraído e adaptado, por acreditarmos que o mesmo muito pode
corroborar com o assunto que estamos desenvolvendo.

CENÁRIO 1 Expectativa de retomada da governabilidade com potencial


estabilidade econômica

De acordo com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e


Pequenas Empresas, 2016), a situação política exerce uma forte influência nas
expectativas econômicas. Mudanças frequentes na política e na economia geram
instabilidade e desconfiança nas empresas, que investem menos. Além disso,
política e economia têm consequência direta na cadeia de construção, um dos
setores com maior participação no PIB.
Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de
janeiro até abril de 2016, a construção perdeu cerca de 60 mil postos de trabalho.
Em um cenário estável ou ligeiramente negativo, as empresas olham para seus
investimentos futuros com cautela. Essa situação inibe novas contratações e
aumentos salariais, mantendo a renda familiar estável. Para uma possível
reestruturação, é necessário que o governo trabalhe com a recuperação do
emprego, abordando aspectos de qualificação na pauta. Expansão e incentivo aos
pequenos negócios favorecem a concorrência, a elevação da produtividade e
aumentam a capacidade de resposta do país frente às demandas futuras.
(SEBRAE, 2016)

41
Se o cenário de estabilidade política com início de recuperação econômica
realmente se desenhar nos próximos anos, o controle da inflação será uma
consequência positiva, que deve auxiliar na manutenção do poder de compra da
população. Segundo informações da Sondagem da Indústria da Construção, os
indicadores de expectativa para os próximos meses mostram um menor pessimismo
desde agosto de 2015. (SEBRAE, 2016)
De acordo com o SEBRAE (2016), a perspectiva base desse cenário é que
o governo tenha controle e eficiência nos gastos públicos, com foco em novos
investimentos, além da possível adoção de um mecanismo de suspensão de novas
despesas.
A adoção de medidas que melhorem o ambiente de negócios, reduzindo a
insegurança jurídica das empresas atuantes na construção, é o outro ponto crucial.
Além do mais, é favorável para o setor a parceria público-privada, que pode ser
estimulada pelo governo por meio de mecanismos que favoreçam a execução de
projetos por estados e municípios. (SEBRAE, 2016)

CENÁRIO 2 Política e economia em sintonia, gerando crescimento

Nesse cenário, uma equipe de governo estabilizada que gere a retomada


definitiva da governabilidade. Essa retomada impulsiona a confiança do meio
empresarial. Esse governo, com o apoio da sociedade em geral e do congresso
nacional, torna-se capaz de promover os investimentos e as reformas necessárias
para o crescimento de longo prazo. (SEBRAE, 2016)
Em síntese, numa situação política favorável, segundo o SEBRAE (2016):

O governo tende a realizar mais investimentos, a fim de garantir o


crescimento econômico do país. Dada as restrições orçamentárias do
Governo e a já elevada dívida pública, esses investimentos devem vir em
substituição a gastos correntes, de forma a não comprometer a situação
fiscal. Dessa forma, o governo sustenta a demanda, já que é o maior
comprador da economia, o que influencia diretamente em bons resultados
para a cadeia de construção.
O emprego depende da estabilidade da situação política. Com políticas
adequadas e que movimentem a economia, a produção industrial é
estimulada. Com investimentos do governo e o setor produtivo ativo, novos

42
empreendimentos e serviços são demandados, o que resulta na geração
de empregos.

A partir de políticas adequadas, a inflação tende a se estabilizar. Assim, o


nível de preços não aumentaria de forma descontrolada, o que gera expectativas
positivas e incentiva compromissos de longo prazo, como a compra de imóveis.
Além disso, políticas governamentais adequadas podem reduzir o déficit
habitacional, aumentar a demanda por investimentos em obras públicas de
infraestrutura e acesso ao crédito, além de aquecer a oferta no mercado imobiliário.
(SEBRAE, 2016)

CENÁRIO 3 Recessão econômica em meio à instabilidade política

Neste cenário, a situação política do país apresenta instabilidade por um


longo período, com alta da inflação e desemprego, provenientes de
decisões vulneráveis. A incerteza estaria diretamente relacionada ao
enfraquecimento do governo, que não consegue retomar a
governabilidade. (SEBRAE, 2016)

A instabilidade política e econômica produziria maior desconfiança por parte


das empresas, que passariam a investir menos. Essa instabilidade afetaria
diretamente os projetos de longo prazo do governo para a cadeia de construção.
Nesse sentido, principalmente devido à instabilidade na política nacional, não
haveria quaisquer perspectivas de expansão nos investimentos, o que afetaria
diretamente a indústria da construção. (SEBRAE, 2016)
A redução nos investimentos e nos incentivos do governo desaqueceria a
economia, forçando as empresas a optarem pela diminuição da contratação de mão
de obra, ou até mesmo demissões. Pois, num cenário de recessão econômica, as
empresas revisam ou até cancelam seus futuros investimentos. Essa situação
geraria retração no número de empregados e queda nos salários reais, o que
afetaria direta e negativamente a renda das famílias. (SEBRAE, 2016)

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