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Escola Técnica de Guarulhos

Ensino Médio Integrado ao Técnico em Logística

Esther Fonseca dos Santos


Gabrielly Victoria Graça Correia
Geovanna Batista da Silva
Gustavo Arquino Lopes
Julia Stephany Mariano da Silva
Luís Fernando dos Santos Araújo

A IMPORTAÇÃO DOS INSUMOS FARMACÊUTICOS ATIVOS NO


BRASIL

Guarulhos – SP
2024
Esther Fonseca dos Santos
Gabrielly Victoria Graça Correia
Geovanna Batista da Silva
1
Gustavo Arquino Lopes
Julia Stephany Mariano da Silva
Luís Fernando dos Santos Araújo

A IMPORTAÇÃO DOS INSUMOS FARMACÊUTICOS ATIVOS NO


BRASIL

Trabalho de Conclusão de curso,


apresentado ao Curso Técnico em
Logística da ETEC de Guarulhos,
orientado pelo Prof.Me. Moacir de Freitas
Júnior, como requisito parcial para obtenção
do título de técnico em logística.

Guarulhos – SP
2024

2
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho, primeiramente, a Deus, que é essencial em


nossas vidas, e às nossas famílias, pelo apoio, carinho, afeto, dedicação e
cuidado. Que este trabalho não seja apenas o fim de uma etapa, mas o início
de novos desafios e conquistas.

3
AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de expressar nossa profunda gratidão a todos que


contribuíram para a realização deste trabalho. Primeiramente, agradecemos ao
nosso orientador, Prof.Me.Moacir de Freitas, pela orientação, paciência e ao
longo deste processo.

Agradecemos ao Prof. Marcos Donizete, cujas contribuições em sala de


aula foram fundamentais para o desenvolvimento das ideias apresentadas
neste trabalho.

Às nossas famílias pelo amor incondicional, compreensão e suporte


constante ao longo dos anos de estudo. Seu apoio foi essencial para
enfrentarmos os desafios e alcançarmos nossos objetivos.

4
EPÍGRAFE

Antes de dizer que não pode fazer algo, experimente fazer

- Sakichi Toyoda

5
RESUMO

O presente trabalho buscou compreender a dependência do país da


matéria prima estrangeira e demostrar a capacidade do país em alcançar a
autossuficiência acerca da produção de medicamentos com volume adequado
de investimentos, pesquisa e desenvolvimento.

Para compreender os motivos que levam aos índices tão elevados de


importação e identificar as consequências dessa dependência para a saúde
pública e financeira do país, foram abordados ao longo do trabalho, os
impactos econômicos, comerciais e os motivos históricos que fizeram com que
o volume de importação aumentasse ao longo dos anos.

Evidenciou-se a riqueza de espécies da fauna e flora brasileira que o


país possui e seu grande potencial para superar os desafios e reduzir tal
dependência ao mercado internacional, onde os insumos farmacêuticos
nacionais poderão vir a serem explorados de forma mais abrangente e
utilizados como principal base para produção.

6
ABSTRACT

This paper aims, through research and data interpretation, to understand


the country's dependence on foreign raw materials and to raise public
awareness of Brazil's ability to achieve self-sufficiency in the production of
medicines through investment, research and development.
In order to understand the reasons that lead to such high levels of
imports and to identify the consequences of this dependence on the country's
public and financial health, the economic and commercial impacts, the historical
reasons why the volume of imports has increased over the years and Brazil's
current position in trying to deal with the situation were discussed throughout
the work.
Due to the wealth of species of Brazilian fauna and flora, it is clear that
the country has great potential to overcome the challenges and reduce its
subjection to the international market, so national pharmaceutical inputs should
be highlighted and used as the main basis for producing Brazilian medicines.

7
LISTA DE ABREVIAÇÕES

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária


ABIQUIFI - Associação Brasileira de Insumos Farmacêuticos
AFE - Autorização de Funcionamento
CEIS - Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas
IFA - Insumo Farmacêutico Ativo
IEDI - Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial
IDE - Investimento Direto Estrangeiro
LI - Licença de Importação
LPCO - Registro de Licenças, Permissões, Certificados e outros Documentos
OMS - Organização Mundial da Saúde
SUS - Sistema Único de Saúde

Sumário

8
1.INTRODUÇÃO..................................................................................................8

1.1 OBJETIVOS....................................................................................................9

1.1.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................9

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................10

1.2 JUSTIFICATIVA..........................................................................................10

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO................................................................................10

1.4 HIPÓTESE....................................................................................................11

1.5 METODOLOGIA..........................................................................................11

2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................12

2.1 CUSTOS........................................................................................................13

2.2 IMPACTOS ECONÔMICOS........................................................................13

2.3 MOTIVOS HISTÓRICOS............................................................................15

2.4 A SITUAÇÃO ATUAL DO BRASIL...........................................................16

2.5 LOGÍSTICA INTERNACIONAL................................................................18

2.5.1 DOCUMENTAÇÃO..................................................................................18

2.5.1.2 LICENÇA DE IMPORTAÇÃO..............................................................19

2.5.1.3 LICENÇAS, PERMISSÕES, CERTIFICADOS E OUTROS


DOCUMENTOS.............................................................................................................19

2.5.1.4 PORTAL SIXCOMEX............................................................................19

2.5.1.5 AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO..........................................20

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (À ORGANIZAR).................................25

1.INTRODUÇÃO

O Brasil é detentor da maior biodiversidade na fauna e flora mundial,


abrangendo cerca de 20% das espécies do planeta e desempenhando um
9
papel crucial no fornecimento de ingredientes ativos essenciais na medicina
tradicional e na produção farmacêutica. No entanto, Conforme a ABIQUIFI
(__???), o país produz apenas 5% de suas matérias-primas farmacêuticas
internamente, apesar de ter a capacidade de produzir cerca de 50% desses
insumos. Isso reflete uma dependência significativa de insumos importados,
com 95% dos IFAs importados, principalmente da China e da Índia.

Para que o Brasil se torne um competidor no mercado de fabricação de


insumos farmacêuticos e promova fitoterápicos inovadores, necessário se faz
um investimento significativo em desenvolvimento e infraestrutura, com
incentivos fiscais e estabilidade política e econômica. Estruturar a cadeia de
produtores de insumos em parceria com a indústria farmacêutica é fundamental
para aproveitar plenamente a riqueza da biodiversidade brasileira e garantir a
qualidade e eficácia dos medicamentos produzidos.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 OBJETIVO GERAL

Apresentar a capacidade produtiva e não explorarada que o país tem


dos insumos farmacêuticos, demostrando ser uma alternativa para a produção
dos fármacos

10
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar possíveis impactos econômicos, sociais e saúde pública que


tem relação com a importação de insumos farmacêuticos ativos;
 Compreender os motivos históricos da opção pela importação desses
insumos;
 Apresentar a situação atual em que o Brasil se encontra em relação ao
volume de produção destes produtos, considerando sua biodiversidade
e capacidade na produção
 Demonstrar o volume de importação que estes produtos representam

1.2 JUSTIFICATIVA

Os consumidores não têm consciência da cadeia de suprimentos para


que os medicamentos cheguem às prateleiras das drogarias. O processo de
fabricação dos medicamentos tem início a partir da importação dos insumos
farmacêuticos, sendo que em 2021, este volume representou cerca de 90% do
total

Nesse contexto, o trabalho demostrou a defasagem na indústria na


produção destes insumos.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO

A dependência da importação de produtos farmacêuticos pelo Brasil


acarreta diversas consequências econômica. A variação cambial, mencionada
por Ciro Mortella da FEBRAFARMA, eleva os custos das importações em até
30%, impactando diretamente os preços finais dos medicamentos. Além disso,
essa dependência expõe o país a riscos de escassez de medicamentos em
casos de interrupções no fornecimento, como desastres naturais ou crises
geopolíticas, afetando a saúde pública e a economia nacional.

11
Para mitigar tais impactos, políticas que incentivem o desenvolvimento
da indústria farmacêutica local e a diversificação de fornecedores podem ser
adotadas, visto que o Brasil, devido a sua abundante biodiversidade, tem alto
potencial para se tornar autossuficiente na produção de farmacêuticos e
consequentemente elevar o percentual de exportação de insumos, promovendo
um maior favorecimento da balança comercial do país.

1.4 HIPÓTESE

O Brasil possui uma vasta biodiversidade, contudo, uma dependência


em importação de matéria-prima no setor farmacêutico, ocasionando sua
vulnerabilidade nas áreas econômicas e jurídicas pelo provedor.

1.5 METODOLOGIA

Essa pesquisa científica buscou evidenciar a valorização dos insumos


farmacêuticos nacionais e promover o conhecimento acerca dos impactos
políticos, econômicos, sociais e de saúde pública que são consequentes do
elevado índice de importação, teve seu tema abordado através de pesquisas
bibliográficas, documental e leitura de artigos, foram coletados dados
essenciais para que toda a pesquisa fosse inteiramente compreendida e bem
interpretada. Segundo Lakatos e Marconi (2001) a pesquisa bibliográfica:

“[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema


estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas,
livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc. [...]
e sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o
que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...]”.

Segundo Pinheiro "o mercado farmacêutico é um dos setores mais


inovadores da economia o mundo. Um fator importante a este respeito é o
custo da tecnologia de pesquisa e desenvolvimento." De acordo com Maluf
(2000), "a importação pode ser definida como o ingresso de mercadorias em
12
determinado país, oriundas do exterior, havendo na maioria dos casos, a saída
de divisas como contrapartida". O Brasil é altamente dependente da
importação de IFAs, o que é evidenciado pela Comex Stat, dados que apontam
que entre 2020 e 2024, o Brasil importou $13,876,972,216.00 em
medicamentos e produtos farmacêuticos. Para que esses dados fossem
identificados, interpretados e analisados foram utilizados os métodos de

pesquisa descritiva e qualiquantitativa.

Conforme Bryman (1992), citado por Flick (2009), a lógica da


triangulação, ou seja, da combinação entre os diferentes métodos qualitativos e
quantitativos, tem o objetivo de expor um quadro mais geral do estudo que está
sendo realizado, ele diz ainda, que um método apoiado a outro auxilia na
compreensão da pesquisa em todas as suas perspectivas, possibilitando
análises estruturais e processuais utilizando – se respectivamente dos métodos
quantitativos e qualitativos.

.Muitas vezes, os consumidores não têm consciência do extenso trajeto


percorrido até que o medicamento chegue às prateleiras das drogarias. O
processo de fabricação dos medicamentos tem início internacionalmente, com
a importação dos insumos farmacêuticos, tendo em vista que, em 2021, cerca
de 90% dos quais, manipulados no Brasil, foram importados. Ciente disso, o
trabalho mostrará a defasagem na indústria de farmacêuticos, buscando a
valorização dos mesmos com a nacionalização.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CUSTOS

“Custo é a quantidade de dinheiro que uma empresa gasta na criação ou


produção de bens e serviços.” (“Qual é a definição de custo em economia? -
Angola Transparency”) Michael Porter (1985). Segundo Pinheiro “o mercado
farmacêutico é um dos setores mais inovadores da economia o mundo. Um

13
fator importante a este respeito é o custo da tecnologia de pesquisa e
desenvolvimento.”. O mercado anual de medicamentos vale cerca de 1,1
trilhões de dólares, sendo que aproximadamente 41% desses medicamentos
são originados direta ou indiretamente de produtos naturais, incluindo 38% de
plantas e microrganismos (Meirelles, 2023)

“Outra importante, destacada e estratégica atuação dos Laboratórios


Farmacêuticos Oficiais, recorrem ao fato de produzirem medicamentos de
baixo custo, que lamentavelmente são tratados com tendencioso desinteresse
econômico por parte dos grandes grupos de laboratórios farmacêuticos
privados, porém de significativa e importante função estratégica para o
tratamento e combate a doenças negligenciáveis.” (“INSTITUTO DE
TECNOLOGIA EM FÁRMACOS MARCELA BOCKS MENDES”) (PORTAL DA
SAÚDE)

Nesta circunstância significante a dependência de insumos


farmacêuticos sustentada pelo Brasil faz com que brasileiros sofram uma certa
carência de alguns medicamentos, uma vez que tal cenário poderá levar a
casos de desabastecimento nas unidades do SUS. Em consequência da
urgência de se evitar essa ameaça de desabastecimento, segundo
ECONOMIA, Terra, 2013 “a importação de IFAs cresceu cerca de 25% nos
últimos anos.”

2.2 IMPACTOS ECONÔMICOS

O sistema de saúde brasileiro é frágil, algo que fica claro pelo aumento
no déficit comercial do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, que se refere
a toda estrutura produtiva relacionada a prestação de serviços ao setor de
saúde, “Sem uma base produtiva, tecnológica e de inovação em fármacos,
medicamentos e demais produtos para a saúde humana, a capacidade do
sistema de saúde de garantir as necessidades da população brasileira estaria
comprometida de forma estrutural” (GADELHA, 2021, p. 6).

14
Entre 2000 e 2020, o valor das importações do CEIS passou de US$
4,46 bilhões para US$ 13,46 bilhões. Esse problema é ainda mais evidente no
setor químico e biotecnológico, que abrange fármacos, medicamentos e
vacinas, e que respondeu por 83% do déficit em 2020.

O CEIS tem uma abordagem que integra a economia e a saúde pública,


indo além da saúde como um setor puramente econômico. A ideia é conectar o
desenvolvimento das cadeias produtivas e tecnológicas à importância social da
saúde. O complexo reúne várias indústrias e serviços de saúde que trabalham
juntos para promover o crescimento econômico e social. De acordo com
Gadelha (2021), o CEIS se divide em dois grandes grupos: a indústria e os
serviços. No lado da indústria, temos o setor químico e biotecnológico,
responsável pela produção de medicamentos, vacinas e insumos
farmacêuticos (IFAs), além do setor mecânico e eletrônico, que fabrica
equipamentos médicos e próteses. Acerca dos serviços, são compreendidos, o
SUS, a saúde privada e o pagamento direto que envolve os hospitais, é
destacado também o apoio do governo e os avanços da Revolução 4.0.

Nos anos 2000, o governo começou a implementar políticas para


fortalecer o CEIS, com foco na produção nacional de fármacos e biofármacos.
Isso incluiu parcerias entre o setor público e privado e o uso do poder de
compra do governo, o que ajudou o país a avançar na produção de
medicamentos para doenças e as vacinas contra a Covid-19. Porém, a
produção farmacêutica no Brasil ainda está focada na etapa final de formulação
dos medicamentos. O país continua extremamente dependente de importações
de Insumos Farmacêuticos Ativos, principalmente da China e da Europa.

Entre 2007 e 2020, houve uma reestruturação na indústria


farmoquímica e farmacêutica, com um aumento no número de empresas
farmoquímicas de 43 para 64, elevando sua participação no setor de 7% para
15%. Esse crescimento foi impulsionado tanto pela abertura de novas
empresas quanto pela consolidação do setor por meio de fusões e aquisições.
Apesar das políticas públicas para fortalecer a produção interna, o setor ainda
enfrenta desafios, especialmente após a extinção, em 2019, de importantes
grupos de apoio que auxiliavam o avanço da indústria.
15
Tabela 1 - Reestruturação da indústria farmacêutica

Fonte: ???????? (brabo apenas)

Atualmente no Brasil, a A falta de esforços para o fortalecimento da


nacionalização dos insumos ainda é evidente e se deve a diversos fatores
socioeconômicos, pois, muitas dificuldades afetam o desenvolvimento do país
e impulsionam a sua ineficiência, tendo como consequência a improficiência na
tentativa de atingir a autossuficiência farmacêutica.

Segundo Bezerra (2021) a pandemia da covid-19 evidenciou a


precariedade do país e a falta de ação referente ao fortalecimento da indústria
de insumos nacionais, o mesmo, questiona o despreparo do Brasil acerca do
combate de possíveis crises futuras: “Como conviver com este fato sem uma
cadeia de saúde completa, que vá desde a pesquisa, a fabricação e o
fornecimento de tecnologias até os serviços à população?” (BEZERRA, 2021,
p. 4).

Empresas alegam que são entraves para o crescimento do Brasil,


fatores estruturais, como, a demora na concessão de patentes, a elevada carga
tributária que desfavorece a produção local, a falta de investimento, a
dependência excessiva no modal rodoviário, aumento nos custos logísticos,
entre muitos outros motivos. Para competir com o mercado global, no mínimo

16
os juros, impostos e depreciação cambial devem estar alinhados com o padrão
internacional.

De acordo com o Presidente executivo da ABIFINA (Associação


Brasileira das Indústrias de Química Fina):

A conta da ineficiência do País é altíssima. Um estudo de 2019


feito pelo Ministério da Economia com o Movimento Brasil
Competitivo indicou que o Custo Brasil corresponde a 22% do
Produto Interno Bruto (PIB), sugando R$ 1,5 trilhão por ano das
empresas.

Para que a dependência de insumos importados diminua, é necessário a


consolidação de um complexo industrial em território nacional cessando a
necessidade de fornecedores externos com financiamento para incentivar a
pesquisa e desenvolvimento do país. “O Brasil é um dos poucos países com
condições de reverter a trajetória de desindustrialização e retomar o
crescimento econômico.” (LACERDA, 2021, p 9)

O sistema tributário brasileiro desestimula a produção local, à medida


que incentiva o reabastecimento proveniente de fornecedores externos, devido
aos benefícios relacionados a importação, como, os incentivos fiscais que
permitem que as empresas importem insumos sem pagar tributos, desde que
os mesmos sejam utilizados para a fabricação de produtos acabados que serão
exportados, vantagens essas que reduzem os custos de produção e tornam os
produtos farmacêuticos brasileiros competitivos no mercado internacional.

Observa-se uma forte concentração da produção da indústria


farmacêutica na formulação final de medicamentos, fruto da
instabilidade institucional e de um ambiente macroeconômico
desfavorável. No caso do segmento de fármacos, o grau de
penetração das importações situa-se em um patamar
inaceitável, superior a 90% do consumo interno, refletindo a
total desestruturação da cadeia de produção de IFAs (Insumos
Farmacêuticos Ativos). (GADELHA, 2021, p. 6)

17
2.3 MOTIVOS HISTÓRICOS

Até a década de 80, o Brasil produzia cerca de 50% dos seus insumos
farmacêuticos, fato que mudou com a competitividade criada pela abertura ao
mercado externo, defasando a produção nacional no cenário dos IFAs.

O plano de abertura encabeçado pelo governo Collor, acabou dando


uma receita liberal para que governos futuros pudessem seguir. Sendo o mais
emblemático deles, o de Fernando Henrique Cardoso, que protagonizou uma
das maiores ondas de privatização e diminuição de tarifas da política brasileira.
Todo este movimento acabou atraindo um capital estrangeiro histórico, com
alíquotas expressivamente menores do que eram na década anterior e uma
participação muito mais ativa no comércio internacional, o Brasil conseguiu
captar muito recurso estrangeiro, o que acabou aumentando drasticamente o
IDE (Gennari (2001 apud PEIXOTO, 2020).

O presidente da ABIQUIFI, Norberto Prestes, rotineiramente avisa sobre


a situação ao público, por meio de entrevistas e posts. Em uma dessas,
disponível no site da associação, deixa claro durante a época da pandemia que
“a pandemia não vai sair da sociedade tão cedo e o Brasil desenvolveu novas
cepas. A gente precisa ter tecnologia nacional para entender dentro da nossa
genética, do nosso ambiente, da nossa alimentação, como é que esse vírus
reage”.

2.4 A SITUAÇÃO ATUAL DO BRASIL

Pelas palavras de Prestes, o país produz cerca de 200 insumos, e se


alcançássemos de 400 a 500 já seria uma grande vitória para o mercado
nacional. Essa situação ocorre apesar da biodiversidade amazônica,
especialmente no estado do Pará, que é uma fonte rica de plantas medicinais
usadas por comunidades tradicionais, muitas vezes como o único recurso para

18
o tratamento de enfermidades devido a questões econômicas e à distância das
zonas rurais para áreas urbanas. Dados da ComexStat, portal de informações
livre sobre as estatísticas do comércio exterior, comprovam tal fato, quando
apresentado em gráfico quanto se é gasto em importações dos insumos
farmacêuticos anualmente. “Em 2019, importamos US$ 2 bilhões em insumos.
E a gente tem condições de produzir pelo menos US$ 500 milhões deles e com
alto valor agregado.” Presidente da ABIQUIFI, 2024 (Não sei se faz sentido na
cabeça de vocês, mas na minha fez) (Na minha também)

No cenário globalizado atual, a importação de insumos é uma estratégia


importante para acessar tecnologias avançadas e processos produtivos
eficientes, ajudando o Brasil a ser mais competitivo internacionalmente. A
dependência de insumos estrangeiros, embora traga desafios como
vulnerabilidade às flutuações nas taxas de câmbio, também oferece
oportunidades para melhorar a competitividade e a inovação na indústria
brasileira. Segundo a ABIQUIFI, apenas 5% desses insumos usados são
produzidos no Brasil. O país é vulneravelmente dependente da importação de
IFAs, tanto para a produção de medicamentos quanto imunizantes, problema
esse que leva a um cenário de carência em todo o sistema de saúde. Políticas
públicas que promovam o desenvolvimento tecnológico e a diversificação da
produção são essenciais para reduzir essa dependência e fortalecer a
capacidade produtiva interna (vejam se faz sentido aq tbm)

Estima-se que 70% das importações vêm da China ou da Índia, porém,


devido a alguns fatores, como a pandemia, o fornecimento dos últimos anos foi
impactado, causando graves faltas de matéria-prima para a produção de
vacinas e medicamentos essenciais, como antibióticos e analgésicos. Um
levantamento feito pelo IEDI, que leva em conta dados de 50 países, mostra
que a indústria brasileira foi a terceira que mais recuou no mundo desde 1970,
ficando atrás apenas da Austrália e do Reino Unido. (Guerra, 2021)

Apesar dos desafios, as fontes naturais brasileiras oferecem grandes


oportunidades para a produção de medicamentos fitoterápicos inovadores. A
ANVISA estabelece critérios rigorosos para reconhecer medicamentos
fitoterápicos, garantindo sua qualidade e eficácia por meio de estudos
19
etnofarmacológicos. Em 2021, a agência listou 341 medicamentos fitoterápicos,
destacando o potencial desses produtos na indústria farmacêutica brasileira.

2.4.1 A PANDEMIA

De acordo com OMS (2023) “Pandemias são quando uma determinada


doença atinge todos os continentes do mundo.”. Em 2019, com o surgimento
do COVID-19 foi evidenciado a alta dependência do Estado em relação a
importação dos IFAs, inviabilizando a produção de produtos remediadores, por
conta da sujeição externa do país. Assim, em um momento em que várias
nações travam uma disputa acirrada no mercado internacional por itens
básicos, o Brasil ficou refém da importação de produtos de países como a
China ou a Índia, especialmente aqueles considerados de alta complexidade.
(Guerra, 2021)

De acordo com o Ministério da Saúde (2023), “entre 2020 e 2021, o


Brasil aumentou as importações na área de saúde em US$ 5 bilhões.”. A
pandemia revelou a vulnerabilidade econômica e sanitária que o país está
exposto. Econômica pelo crescente déficit na balança comercial e aumento dos
custos para importação de IFAs, e sanitária pelos riscos de falta de insumos.
(Fernandes, Gadelha, Maldonado, 2021)

2.4.2 AS GUERRAS

“A guerra é um instrumento da política, na verdade, a guerra seria a


política de estado continuada por outros meios “um duelo em uma escala mais
vasta [...] um ato de violência destinado a forçar os adversários a submeter-se
à nossa vontade” (Clausewitz, 1996).

Apesar da distância geográfica, o Brasil não está imune as


conseqüências da guerra, um exemplo disso são os custos logísticos, que
estão aumentando globalmente, especialmente no setor de transporte. Com as
empresas lutando para repassar esses custos para os clientes, as margens de

20
lucro diminuem, assim como a qualidade dos produtos de primeira linha.
(ROCHA, 2022).

2.5 LOGÍSTICA INTERNACIONAL

De acordo com Robles (2015), a logística internacional é o processo que


se refere a movimentação de mercadorias entre dois ou mais países,
integrando as cadeias de suprimento. O Brasil é altamente dependente da
importação de IFAs, o que pode causar uma falta de medicamentos no Sistema
Único de Saúde, o SUS, levando a um possível desabastecimento do mesmo
(MENDES, 2013). A pandemia explicitou diversos problemas nos países ao
redor do globo terrestre. Apesar de que, 80% dos medicamentos consumidos
no Brasil serem de fabricação nacional, apenas 5% deles são fabricados com
IFAs nativos. (Paiva, 2023).

2.5.1 DOCUMENTAÇÃO

Conforme o Governo Federal, a ANVISA tem por finalidade institucional


promover a saúde da população, por intermédio do controle sanitário da
produção e consumo de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária.
A ANVISA assegura que esses produtos atendam aos padrões exigidos para
serem utilizados na concepção de medicamentos no Brasil. Para importar essa
matéria prima, é necessário cumprir alguns requisitos documentais.

2.5.1.2 LICENÇA DE IMPORTAÇÃO

A Licença de Importação, ou apenas LI, é um registro essencial para


iniciar o processo de importação, e deve ser feito antes do embarque da
21
mercadoria, registrando o produto no site da SISCOMEX, citando a
identificação do produto, nome comercial, modelo comercial, apresentação
comercial, composição e componentes. Essa etapa não tem nenhum aspecto
específico da Anvisa e deve ser realizada de acordo com a Cartilha LI.

2.5.1.3 LICENÇAS, PERMISSÕES, CERTIFICADOS E OUTROS


DOCUMENTOS

Após feito o registro da LI, para dar continuidade ao processo de


importação da matéria prima, o importador deve fazer o registro do licenças,
permissões, certificados e outros documentos - LPCO – no portal do comércio
exterior. Esse processo é desdobrado em várias etapas, e é necessário o
número da LI, para ser incorporado no LPCO.

2.5.1.4 PORTAL SIXCOMEX

Segundo o Governo Federal, “o Portal Siscomex é uma iniciativa do


mesmo com vistas a reduzir a burocracia, o tempo e os custos nas exportações
e importações brasileiras, com o objetivo de redução do tempo das operações,
por meio da simplificação e aumento de eficiência e da celeridade processual.
Para iniciar o processo de importação de IFAs, o comerciante deve se atentar a
alguns documentos que devem ser apresentados, como o extrato de licença de
importação, a fatura comercial, o conhecimento de carga embarcada, o laudo
analítico de controle de qualidade, a declaração do detentor do registro e o
alvará ou licença sanitária, sendo aceitos a via original assinada ou a cópia
assinada e carimbada pelo responsável técnico e devendo ser
obrigatoriamente anexada ao Portal Siscomex.

22
2.5.1.5 AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO

A AFE é um documento que comprova que a empresa está autorizada a


exercer as atividades que estão listadas no certificado, o que é essencial para
a importação dos insumos ativos.

Se necessário o uso dessa declaração em âmbito nacional, será


indispensável o pagamento da Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária. Já
para exportação essa taxa é isenta. O valor da taxa pode variar de acordo com
a quantidade de itens informada na LI, e com o porte ou faturamento bruto
anual das empresas classificadas como grande porte, médio porte, empresa de
pequeno porte ou microempresa.

2.6 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estando em
vigência desde 01 de janeiro de 2016, são uma agenda mundial adotada
durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em
setembro de 2015, composta por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos
até 2030, acerca das esferas ambientais, sociais e econômicas e todas as suas
particularidades, "Para mais além, os ODS são divididos em cinco elementos
subjacentes: pessoas, planeta, parcerias, paz e prosperidade, conhecidos
como os cinco P’s dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável." SILVEIRA,
PEREIRA, 2018, p 14. De acordo com as Nações Unidas Brasil, “os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com
a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em
todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.”
Nesta agenda estão previstas ações mundiais nas áreas de erradicação
da pobreza, segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, igualdade de
gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões
sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, cidades
sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas
terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e industrialização.
Segundo definição do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento,
o desenvolvimento sustentável é aquele que “procura satisfazer as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das futuras
gerações de satisfazerem as suas próprias necessidades”

2.6.1 Saúde e bem-estar


23
O terceiro objetivo, que trata sobre saúde e bem-estar, tem como meta
garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em
todas as idades. (ONU, 2024). Esse ODS assume um papel fundamental no
contexto brasileiro, tendo em vista os diversos obstáculos que o país enfrenta.
Composto de 13 metas, uma destas é “apoiar a pesquisa e o desenvolvimento
de vacinas e medicamentos, [...] proporcionar o acesso a medicamentos e
vacinas essenciais a preços acessíveis, [...]. Por garantir o acesso a
medicamentos essenciais e de qualidade para a população, em sua maioria de
países em desenvolvimento, a importação de IFAs está diretamente ligada a
esse objetivo.
O objetivo 3.8 que trata sobre atingir a cobertura universal de saúde,
incluindo a proteção do risco financeiro, o acesso a serviços de saúde
essenciais de qualidade e o acesso a medicamentos e vacinas essenciais
seguros, eficazes, de qualidade e a preços acessíveis para todos tem extrema
ligação com a importação dos ativos, já que o aumento dos custos para a
fabricação dos medicamentos cria uma distância entre a sociedade "O
medicamento é um produto de tecnologia cara, e às vezes inacessível, por
parte das pessoas mais pobres, pois dependem da importação de
medicamentos ou de matéria-prima para sua fabricação". (Layola, 2008).

2.6.2 Trabalho decente e crescimento econômico


Sabe-se que o principal intuito do Objetivo de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) de número 8 é, promover o crescimento econômico
sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho
decente para todos. Com isso, aferindo tal ODS com a importação dos insumos
farmacêuticos no Brasil, segundo uma pesquisa feita pela BRASIL Scielo “O
Brasil está entre os dez maiores mercados farmacêuticos do mundo.” Foi visto
que o mercado farmacêutico no Brasil tem apresentado certo crescimento
anual de 10% em seu faturamento, e a indústria do setor tem aumentado sua
produção em 50% nos últimos anos, (dados de uma pesquisa feita em 2017).
“Contudo, essa indústria é altamente dependente das importações,
sobretudo dos farmoquímicos, mas, crescentemente, também de bens finais
como medicamentos 3,9. No ano de 2013, 25% da oferta de medicamentos
eram formadas por importados; a estatística para os farmoquímicos era de
74%.” BRASIL SCIELO

2.6.3 Indústria, inovação e infraestrutura


O nono Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, ODS 9, procura
promover a construção de infraestruturas resilientes, a industrialização
inclusiva e sustentável, e a inovação. Dentro desse cenário, ela destaca a

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importância de desenvolver indústrias que não apenas impulsionem o
crescimento econômico, mas que também sejam sustentáveis e promovam a
igualdade de oportunidades.

A indústria farmacêutica nacional depende, em grande parte, da


importação desses insumos para a fabricação de medicamentos. Essa
dependência pode ser um desafio, pois pode comprometer a segurança e a
estabilidade do fornecimento, além de limitar a capacidade do Brasil de
desenvolver uma indústria farmacêutica autossuficiente e inovadora. Assim, a
ODS 9 se torna um guia para a busca de soluções que incentivem a produção
local de IFAs e a promoção de parcerias que estimulem a pesquisa e a
inovação no setor. O nono objetivo procura promover a construção de
infraestruturas resilientes, a industrialização inclusiva e sustentável, e a
inovação. Dentro desse cenário, ela destaca a importância de desenvolver
indústrias que não apenas impulsionem o crescimento econômico, mas que
também sejam sustentáveis e promovam a igualdade de oportunidades.

A indústria farmacêutica nacional depende, em grande parte, da


importação desses insumos para a fabricação de medicamentos. Essa
dependência pode ser um desafio, pois pode comprometer a segurança e a
estabilidade do fornecimento, além de limitar a capacidade do Brasil de
desenvolver uma indústria farmacêutica autossuficiente e inovadora. Assim, a
ODS 9 se torna um guia para a busca de soluções que incentivem a produção
local de IFAs e a promoção de parcerias que estimulem a pesquisa e a
inovação no setor.

2.6.4 Cidades e comunidades sustentáveis


O 11º objetivo, embora não fale diretamente sobre medicamentos, pode
ajudar a melhorar a saúde pública de forma indireta ao promover cidades mais
saudáveis e sustentáveis. Ambientes urbanos mais limpos, com menos
poluição, podem diminuir os casos de doenças respiratórias, reduzindo a
necessidade de certos remédios. Além disso, hospitais e clínicas bem
localizados e acessíveis facilitam o tratamento e o acesso aos medicamentos.
Cidades preparadas para lidar com desastres naturais também garantem
que a distribuição de remédios não seja interrompida em emergências. Criar
mais áreas verdes e de lazer também contribui para que as pessoas levem
uma vida mais saudável, diminuindo o número de doenças crônicas e,
consequentemente, o uso de medicamentos. Mesmo sem focar diretamente
nisso, a ODS-11 pode ter um impacto positivo na saúde pública e no setor
farmacêutico.
25
2.6.5 Consumo e produção responsáveis
O Décimo segundo objetivo de desenvolvimento sustentável se refere ao
consumo e produção sustentáveis, a medida em que os dois funcionam como
uma relação de causa e consequência. O consumo desenfreado e
irresponsável resulta em linhas de produção de larga escala, que demandam
de uma maior utilização de recursos e que tem como sequela o aumento do
desperdício, poluição e descarte inadequado. Por esse motivo surge o ODS 12,
com 11 metas e as seguintes preocupações:
“Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo
sustentáveis: visa adotar o Plano Decenal de Programas sobre Produção e
Consumo Sustentáveis; promover o alcance de uma gestão sustentável
mediante o uso eficiente dos recursos naturais; propõe a redução do
desperdício de alimentos a nível mundial e nacional; visa o manuseamento
ambientalmente saudável de produtos químicos e resíduos por meio da
prevenção, redução e reuso mediante práticas de compras públicas e privadas
sustentáveis; e assegurar que todos os povos, de todas regiões, tenham
acesso adequação a informação sobre a importância da consciencialização
sobre o desenvolvimento sustentável e o modelo de vida harmônico com a
natureza”. GOMES E MARQUES, 2020, p 11.
Levando em consideração os incentivos existentes para que o Brasil
alcance a nacionalização dos insumos farmacêuticos, sendo capaz de atingir a
autossuficiência do setor, e assim, reduzir a dependência de importações;
sabe-se também que ao planejar os passos para atingir esses objetivos de
maneira efetiva e responsável é fundamental que o país se preocupe com a
adequação de seus métodos de exploração e produção em conformidade com
as diretrizes presentes na ODS 12, pois, a realização dessas atividades de
forma errônea, pode trazer diversas consequências ambientais, sociais e
econômicas. Segundo SORICE, 2024 “O problema da produção e do consumo
realizados em bases não sustentáveis é simples de ser entendido: não
podemos extrair mais recursos naturais do que a natureza é capaz de repor
quando se trata de recursos renováveis e, não podemos extrair indefinidamente
recursos finitos, não renováveis.”.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse estudo sobre a importação de insumos farmacêuticos ativos no


Brasil destacou a importância da importação para o país, apesar da sua grande
dependência. Ao longo da pesquisa ficou evidente a extensa capacidade da
nação de tornar autossuficiente para a produção de medicamentos, apesar de
ser um investimento custoso e de longo prazo.

Nesse contexto, a importação e exportação de insumos desempenham


um papel crucial no funcionamento eficiente das cadeias de suprimentos e na
competitividade das empresas. A dinâmica do comércio internacional de
insumos apresenta desafios e oportunidades para a indústria brasileira,
exigindo políticas públicas que promovam o desenvolvimento tecnológico e a
diversificação da produção para reduzir a dependência de insumos
estrangeiros.

Portanto, é crucial a promoção de investimentos em pesquisa e


desenvolvimento de medicamentos, que incentive a inovação na indústria
farmacêutica e fortaleça parcerias entre a academia, o setor privado e o
governo. Somente assim o país poderá aproveitar plenamente sua riqueza
natural e se tornar um competidor no mercado global de fabricação de insumos
farmacêuticos, garantindo o acesso a medicamentos de qualidade e
promovendo a saúde pública

Em suma, a pesquisa reafirma a importância de investimentos internos


para a produção de IFAs nacionais e a criação de alianças para um maior
proveito da biodiversidade ofertada pelo país.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (À ORGANIZAR)

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