Faup 23/24 - Teoria 1 - TP02

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Bernardo Cruz Nogueira da Costa – Turma 6 – Teoria 1 – FAUP – 2023/2024

“Realidades urbanas: a reconstrução da utopia moderna no debate pós-moderno”

Capítulo 1 – Introdução
No meu ensaio – “Realidades urbanas: a reconstrução da utopia moderna no debate pós-
moderno” – irei abordar a reavaliação da utopia moderna no período pós-moderno e o seu processo de
desmultiplicação em várias vertentes teóricas. No primeiro capítulo, pretende-se abordar de um modo
global a evolução da arquitetura pós-moderna, primeiramente no panorama internacional e
brevemente quanto ao contexto português, referenciando o conteúdo lecionado nas aulas teóricas. No
segundo capítulo, propõe-se explorar a restruturação dos ideais modernos nas várias vertentes teóricas
que marcaram o discurso em torno do planeamento urbano pós-moderno, tendo como base
componentes escritas retiradas das aulas teóricas e artigos das revistas “Arquitetura & Vida” e “Mais
Arquitetura”. No terceiro capítulo, propõe-se um momento de reflexão e crítica sobre o conteúdo
abordado nos capítulos anteriores e a sua relevância na atividade arquitetónica contemporânea e o seu
futuro próximo, referenciando essencialmente exemplos concretos de projeto.

Capítulo 2.1 – Exposição / Enquadramento Geral – A Superação do Movimento Moderno


O pensamento do Movimento Moderno que prevaleceu até ao início dos anos 60 foi
caracterizado pela exaltação de ideais progressistas e uma obsessão pela racionalidade na produção
arquitetónica – contextualizados por fatores como a rápida industrialização da sociedade e uma
população em condições de vida precárias –, manifestando-se em conceitos utópicos para o
planeamento das cidades e a idealização da atividade arquitetónica num processo científico e
regularizado, retratando o arquiteto modernista como figura indispensável para a conceção e ditadura
da sociedade ideal do século XX.
O período pós-moderno surgiu em retaliação direta ao Movimento Moderno, criticando as
consequências da sua proliferação na primeira metade do século XX relativamente à excessiva
pragmatização da prática arquitetónica e o seu subsequente efeito quanto ao bem-estar e à identidade
do indivíduo na sociedade. Neste sentido, o pós-modernismo inverteu a ideia modernista da abstração
da arquitetura dos seus utilizadores, propondo um novo pensamento baseado na ideia da cultura como
sistema de comunicação na sociedade e no papel dos arquétipos na concretização de um diálogo entre
o arquiteto e o público – superando a ortodoxia do International Style e dos ideais modernistas.1
Influenciados pelos ramos filosóficos da linguística e da semiótica, que abordavam a
universalidade da linguagem humana e a natureza dos elementos que compõem a nossa realidade,
revelaram-se diferentes abordagens a estes mesmos temas ao nível da teoria arquitetónica, como os
conceitos de formas intemporais e de monumentalidade exploradas pelo arquiteto Louis Khan e a
fundação da teoria dos tipos, que estabelecia a relação entre o “tipo” – a ideia arquetípica, a primeira
ocorrência de um conceito arquitetónico que é simultaneamente ideia e matéria – e o “modelo” – a
expressão do tipo que pode ser repetido –, remetendo para os ideais do Iluminismo e o princípio da
arquitetura como uma “língua morta”, segundo Giorgi Grassi, pretendendo abandonar o racionalismo
modernista e retornar a sistemas de pensamento anteriores.2
Neste âmbito de pôr o enfâse no utilizador sobre o arquiteto, de melhorar a comunicação com
a sociedade e de retomar arquétipos históricos, as figuras de Aldo Rossi e Robert Venturi foram
fulcrais nos contextos europeu e norte-americano, respetivamente. No seu ensaio teórico “Arquitetura
da Cidade” (ver imagem 1), Aldo Rossi defende o dever de cada projeto em atender à memória
cultural da cidade, fundamentando a sua linha de pensamento no ramo da semiótica e em influências

1. Aula teórica nº11, Teoria 1, Porto, FAUP, 19 de Janeiro de 2024


2. Aula teórica nº12, Teoria 1, Porto, FAUP, 26 de Janeiro de 2024
da Escola de Veneza, principiada pela figura de Carlo Aymonino, entre outras, como Giorgio Grassi e
José Rafael Moneo. Robert Venturi liderou uma vasta crítica ao Movimento Moderno, desconstruindo
o conceito modernista da relação forma-função e enaltecendo uma arquitetura complexa que
enaltecesse a diversidade histórica e a aprendizagem da arquitetura vernacular e ordinária. Seguintes
autores e filósofos como Gaston Bachelard, Amos Rapoport e Joseph Rykwert aprofundaram a ideia
da “poética do espaço”, dos significados e das memórias pessoais e culturais que estes podem possuir
e cultivar, conduzindo a atividade de outros arquitetos como Steven Holl – que explorou uma
interpretação literal do estruturalismo e a identidade das formas arquitetónicas –, Colin Rowe – autor
do formalismo analítico e a comparação de estruturas entre a escala do edifício e a escala urbana – e o
grupo “Team 10” – expoente máximo do pós-funcionalismo, composto por atores principais como
Alison e Peter Smithson, George Candilis, Aldo van Eyck e Pacho Gueda, que visaram
recontextualizar a linguagem modernista como resposta aos novos princípios da valorização dos
utentes, a sua relação com os espaços da cidade e o retorno ao conceito do “homem lúdico”.2 3 4
Progredindo do pós-modernismo inicial historicista, o estruturalismo ganha protagonismo,
aprofundando o conceito da linguagem arquitetónica como convenção através da qual se constrói um
diálogo com o público. Daqui surge a crítica ideológica de Manfredo Tafuri, associado à Escola de
Veneza, e a seguinte formação do Institute for Architecture and Urban Studies (por membros
principais como Peter Einsenman, Kenneth Frampton e Mario Gandelsonas) no processo de evolução
para o pós-estruturalismo, que defendia a validade das formas do Movimento Moderno se abstraídas
dos seus ideais utópicos originais, promovendo uma desmontagem ideológica do modernismo e a sua
reaplicação para a fundação de novas vertentes, como o neo-funcionalismo de Gandelsonas e a
“terceira tipologia” de Anthony Vidler. Este período assistiu igualmente à questão sobre o elitismo e
sobrevalorização do arquiteto modernista e a reflexão sobre a autonomia disciplinar da arquitetura,
materializando-se nomeadamente na teoria de Bernard Rudofsky sobre a “arquitetura sem arquitetos”
e a valorização da produção vernacular.3
O termo “pós-moderno” foi formalmente introduzido no campo da arquitetura por Charles
Jencks em meados dos anos 70, propondo o pós-moderno como um novo paradigma na arquitetura,
seguido pelo surgimento de várias vertentes segundo vários autores até ao final do século, como a
ideia de cenografia de Charles Moore (visando a arquitetura como um lugar memorável que atendesse
ao Homem, privilegiando o espaço público na consolidação de uma ideia de comunidade), o conceito
de “micronarrativas” de Jean François Lyotard (em oposição à metanarrativa moderna, defendendo a
complexidade da realidade e a existência de múltiplas realidades com o mesmo valor e legitimidade),
e o orientalismo de Edward Said – enquadrando a legitimidade das narrativas e a discussão dialética
na sociedade quanto à relação entre o Ocidente e o Oriente. Verificaram-se movimentos subsequentes
como a ideia de espetáculo de Guy Debord (refletindo sobre como se pode encontrar individualidade
numa emergente “sociedade do espetáculo”), a reflexão sobre o capitalismo tardio de Ernest Mandel
(questionando a lógica cultural do pós-modernismo e explorando outros sistemas de validação da
arquitetura), o marxismo e o neomarxismo europeus, assim como influências do campo da psicanálise
– influenciados por filósofos como Saussure, Lévi-Strauss e Chomsky, tratando as condições
psicológicas do espaço e a ideia da arquitetura como cenário simbólico para os estilos de vida do
quotidiano.5 6
Destacam-se outras figuras e ideologias influentes no desenvolvimento tardio da teoria
arquitetónica pós-moderna durante as décadas de 80 e 90, como Kenneth Frampton e a ideia de
regionalismo crítico (associado à ideia de uma cultura tectónica instituída numa “cidade-região”,
como ideal de resistência aos processos de globalização que ameaçavam a homogeneização cultural),
Ignasi Sola-Morales (que exaltava a procura pela instabilidade e imperfeição das experiências na
arquitetura), Rem Koolhaas (que abordava a democratização das viagens e o processo de globalização
à escala da cidade, assim como a tensão entre progressismo e conservadorismo), Richard Rogers e
Norman Foster segundo o movimento high-tech britânico (revelando tendências modernistas do
3. Aula teórica nº13, Teoria 1, Porto, FAUP, 2 de Fevereiro de 2024
4. Aula teórica nº14, Teoria 1, Porto, FAUP, 9 de Fevereiro de 2024
5. Aula teórica nº15, Teoria 1, Porto, FAUP, 16 de Fevereiro de 2024
6. Aula teórica nº16, Teoria 1, Porto, FAUP, 23 de Fevereiro de 2024
7. Aula teórica nº17, Teoria 1, Porto, FAUP, 1 de Março de 2024
8. Aula teórica nº20, Teoria 1, Porto, FAUP, 22 de Março de 2024
9. Aula teórica nº21, Teoria 1, Porto, FAUP, 3 de Maio de 2024
funcionalismo e positivismo) e o ramo pós-estruturalista da desconstrução, dando continuidade à ideia
de questionar e recontextualizar as convenções da sociedade e, em concreto, da prática arquitetónica,
protagonizado por personagens como Frank Ghery, Zaha Hadid, Peter Eisenman e Berbard Tschumi,
posteriormente ligados à teoria filosófica de Jacques Derridá.7 8 9
Retratando o período final pós-moderno, o desenvolvimento dos anos 90 e a entrada nos anos
2000 foram marcados pela exaltação excessiva da tecnologia, partindo da ideia da mudança e da
inovação como pré-requisitos na prática arquitetónica, manifestando-se na procura pela transparência
através do domínio da tecnologia em Jean Nouvel, os “não-lugares” de Marc Augé segundo a
prevalência do fenómeno de globalização e a perda da identidade nacional dos espaços, e a supressão
dos estilos através da sua saturação e desmultiplicação descontrolada, traduzindo-se na “sociedade do
vazio” proposta por Gilles Lipovestky. 10
Em Portugal, o país encontrava-se atrasado relativamente ao resto da Europa, verificando-se na
década de 60 a proliferação de uma guerra colonial e de uma taxa crescente de emigração, uma alta
percentagem de analfabetismo na população, o despovoamento do interior através do processo de
industrialização e o gradual crescimento de Lisboa e do Porto. Neste contexto, viu-se a influência de
autores como Alvar Aalto, os Archigram, e principalmente Louis Kahn, assim como a introdução de
autores estrangeiros como Coderch e Michel Ragon em publicações portuguesas. A arquitetura
portuguesa pós-moderna foi marcada por eventos como o Inquérito à Arquitetura Portuguesa e a
formação das operações SAAL, destacando a importância dada à consciência social e à integração da
população na cidade impulsionada na fase tardia dos CIAM, a emergente responsabilidade do
arquiteto na organização do espaço a todas as escalas para o bem do utente, divulgada pela figura de
Fernando Távora, e o respeito da arquitetura à paisagem, ao artesanato e, a uma maior escala, uma
aproximação à escola das Belas Artes, características que se manifestaram em vários temas como a
perspetiva sociológica sobre o projeto habitacional, o planeamento urbano e a crescente atualização da
crítica artística, marcado por figuras principais como Gonçalo Byrne, António Reis Cabrita, Alberto
Carneiro e Álvaro Siza. 11 12

Capítulo 2.1 – Subtema: Urbano – A Desfiguração da Utopia Moderna


O advento do planeamento urbano como disciplina arquitetónica durante o Movimento
Moderno foi marcado pela prescrição de planos utópicos para a reavaliação e vasta reestruturação das
antigas cidades, imersas em crises de sobrelotação e salubridade. Privilegiando o pragmatismo e o
rigor na produção arquitetónica, os arquitetos modernistas defendiam uma perspetiva científica sobre
a conceptualização dos novos planos urbanos, suplantando os centros históricos em favor de um novo
sistema que pudesse prescrever a cidade para a nova sociedade do período modernista.
No desenvolvimento do pós-modernismo, estes princípios foram profundamente criticados
por uma obsessão pelo funcionalismo no ordenamento das cidades e pela degradação da vida
quotidiana, revelando-se inconscientes ao bem-estar psicológico dos indivíduos e à identidade dos
centros urbanos. O processo de reavaliação da utopia moderna viu a sua desmitificação e
fragmentação em várias vertentes e movimentos que compuseram o período pós-moderno, abordando
diferentes temáticas relativas ao pensamento sobre a cidade sob novas perspetivas e pontos de análise,
em contraste com os paradigmas universais e ditatoriais do Movimento Moderno.
A doutrina funcionalista – de dividir a cidade em partes funcionais e de prescrever a vida
quotidiana do cidadão segundo uma lógica arbitrária e regimentada (ver imagem 2) – foi um dos
primeiros aspetos do planeamento urbano modernista a ser criticado na transição para o pós-moderno,
sendo principiado pela figura de Aldo van Eyck e os restantes membros do “Team 10” no último
CIAM de 1959. Sob o movimento do pós-funcionalismo, era proposta uma perspetiva humanista
sobre a prática arquitetónica, promovendo principalmente a participação do utente no

10. Aula teórica nº22, Teoria 1, Porto, FAUP, 17 de Maio de 2024


11. Aula teórica nº18, Teoria 1, Porto, FAUP, 8 de Março de 2024
12. Aula teórica nº19, Teoria 1, Porto, FAUP, 15 de Março de 2024
13. Aldo van Eyck, em “Forum”, nº3, 1961, p. 121
desenvolvimento do projeto, a hibridez dos espaços da cidade e a preocupação pela vivência e a
convivência ao nível do ser humano – “Cheguei à conclusão de que o que quer que o espaço e o
tempo signifiquem, o lugar e a ocasião têm mais significado, pois o espaço na imagem do Homem é o
lugar, e o tempo na imagem do Homem é a ocasião”13, como proclamou Aldo van Eyck.
A influência do discurso pós-funcionalista refletiu-se inclusivamente na crítica arquitetónica
ao nível nacional, segundo figuras como Pedro Cesar Vieira de Almeida (no seu “Ensaio sobre o
Espaço da Arquitetura” que, principalmente referenciando o trabalho de Bruno Zevi, demonstrou de
um modo semelhante uma leitura revisionista sobre a arquitetura e o planeamento modernistas), Nuno
Portas, profundamente influente na introdução do debate internacional no panorama português e autor
fulcral na desmitificação da utopia moderna (exaltando a desconstrução da “arbitrariedade formal
individualista”14 e da “falta de definição objetivada das relações entre edificação e seu contexto”14 a
favor das “necessidades humanas”15 e da reformulação de uma “arquitetura urbana, «nova dimensão
figurativa de intervenção no território»”15) e, num exemplo contemporâneo, Fernão Lopes Simões de
Carvalho, defendendo a importância do confronto do plano com a realidade – “(…) eu costumo
definir o urbanismo como uma ciência política, económica e social. Ciência, porque se baseia em
provas, em experiências e comparações.”16 –, a “miscigenação das várias categorias sociais e de
habitação” e “uma maior consciência dos problemas urbanísticos”17 das cidades atuais (ver imagem
3).
Abordando de um modo consensual a importância da análise e valorização da história para a
estruturação e qualificação das cidades, autores paradigmáticos contribuíram para o debate teórico
pós-moderno na fase historicista dos anos 60 e 70 com a introdução de diferentes terminologias e
pontos de referência: em “Collage City”, Colin Rowe e Fred Koetter propõem uma nova perspetiva
sobre o conceito de utopia segundo a ideia da titular “collage city”, remetendo para a flexibilidade do
tecido urbano histórico compatibilizado com a racionalidade do planeamento moderno, sugerindo
assim a cidade ideal como simultaneamente “um teatro de profecia e um teatro de memória” 18; em
“The Idea of a Town”, Rykwert sugere semelhantemente uma leitura sobre a conceção histórica do
planeamento urbano, referenciando a organização das cidades da Roma Antiga para as diferentes
condições e elementos que compunham a antiga urbe e a sua concretização nas cidades ideais aos
seres humanos; em “Urban Space”, Rob Krier principia uma perspetiva estruturalista, partindo de uma
análise histórica de como o espaço urbano pode ser definido e as diferentes permutações dos
elementos que o compõem, apelando à “reintegração das funções urbanas”19 e à revisão do
planeamento da cidade como um conjunto; e em “A Arquitetura da Cidade”, em que Aldo Rossi
introduz o conceito de “artefactos urbanos”20, que, invocando igualmente conceitos do ramo da
semiótica e do estruturalismo, promove a responsabilidade do projeto arquitetónico em atender à
“memória coletiva”21 da cidade, representada pelo papel dos “artefactos” como “fenómenos
permanentes”22 de valor histórico e cultural.22 que compõem e valorizam a articulação e a identidade
do espaço urbano.
A influência do discurso historicista estende-se aos finais do pós-modernismo, segundo
exemplos recentes de projetos urbanísticos como o desenvolvimento urbanístico da cidade de
Pfullingen, a requalificação do Largo 5 de Outubro em Oeiras, a reabilitação do centro de Aldoar e a
intervenção na Praça de Pey-Berland em Bordéus, mostrando uma irreverente consciência sobre a
importância dos “artefactos” históricos da cidade – dando importância ao “significado urbano”23
destes, procurando conciliar “privilegiar a diferença”24 no contexto urbano assim como não
“comprometer a perceção da totalidade estrutural do espaço”24.
Uma preocupação crescente pelos efeitos de globalização e da democratização do transporte
internacional no final do século XX e início do século XXI manifestou-se em produções teóricas de
outros autores que aprofundaram a oposição à ortodoxia do Movimento Moderno que inicialmente
motivou o debate historicista do pós-moderno inicial. Rem Koolhaas ofereceu um comentário
14. Nuno Portas, “A Cidade como Arquitetura”, 4ª edição, Lisboa, Livros Horizonte, 2011, p.33 20. Aldo Rossi, “The Architecture of the City”, 1ª edição, Cambridge, MIT
15. Id., p.14 Press, 1982, pp.21
16. Fernão Lopes Simões de Carvalho, “Pensar o Urbanismo” [entrevistado por José Fernandes], 21. Id., p.10
Arquitetura & Vida, nº59, Abril 2005, p.42 22. Id., p.49
17. Id., p.45 23. Sérgio Infante, “Reabilitação: Núcleo rural de Aldoar, Porto”, Arquitetura &
18. Colin Rowe, “Collage City”, 1ª edição, Cambridge, MIT Press, 1978, p.49 Vida, nº37, Abril 2003, p.28
19. Robert Krier, “Urban Space”, 5ª edição, Londres, Academy Editions London, 1991, pp.1 24. João Gomes da Silva, “Largo 5 de Outubro em Oeiras”, Arquitetura & Vida,
nº14, Março 2001, p.64
provocador sobre estes temas segundo a sua obra “The City of the Captive Globe Project” (ver
imagem 4), abordando como caso de estudo “o reticulado implacavelmente uniforme”25 da malha
urbana de Nova Iorque “que paradoxalmente apoia uma multiplicidade de funções e desejos”25,
pretendendo venerar a “cultura de congestão”26 do centro de Manhattan como a coexistência de
diferentes culturas e valores de pensamento à escala da cidade, em contraponto ao desejo pela
uniformidade formal e cultural da utopia moderna. Simultaneamente, no seu artigo “Towards a
Critical Regionalism: Six Points for an Architecture of Resistance”, Kenneth Frampton exalta a
responsabilidade da arquitetura em ter “a capacidade de cultivar uma cultura identitária e resistente
enquanto que ao mesmo tempo recorre discretamente à técnica universal”27, procurando instituir o
princípio de adaptação da arquitetura a uma “cultura tectónica” única a cada “cidade-região”,
associado ao dever de fazer conciliar com o planeamento “uma maior relação dialética com a
natureza” – um aspeto que prevalece até ao período final do pós-modernismo, visível em exemplos de
projeto como a requalificação da marginal de Esposende – assente na “necessidade de preservar a
entidade visual e paisagística do local”28 assim como “de sensibilizar a população para a necessidade
de preservar a flora autóctone” –, a reabilitação do Parque Forlanini – procurando “construir um
território que possa contribuir para que as pessoas voltem a ver e a tomar consciência”29 da sua
relação com os processos da natureza no seu quotidiano, “a dimensão real das nossas vidas”29 – e o
projeto para o novo Parque Linear de Ourém – revelando a intenção de “oferecer um lugar para sentir
e experimentar a complexa relação entre natureza, tecnologia e urbanidade.”30
Por fim, o debate pós-estruturalista e do desconstrutivismo englobou o questionamento das
convenções postas pela história da arquitetura na atividade arquitetónica pós-moderna, manifestando-
se em figuras como Peter Eisenman que, como explorou no seu artigo “The End of the Classical, the
End of the Beginning, the End of the End”, contrariava simultaneamente as narrativas historicistas
assim como modernistas e exaltava uma arquitetura abstrata propícia à interpretação do público que
vive o espaço – assumindo a sua carência de significado e a renúncia do papel autoritário do arquiteto,
numa crítica aos ideais do Movimento Moderno – praticando no contexto de intervenção nas cidades a
ideia da sobreposição de grelhas para a complementação do projeto com o tecido urbano pré-existente
(ver imagem 5) – “as origens “inventadas” pelas quais este processo se motiva diferem (…) por
serem arbitrárias, reinventadas para cada circunstância, adotadas para o momento e não para
sempre.”31
O período pós-moderno ultimamente incorporou, desde o seu advento nos anos 50 até à nossa
contemporaneidade, uma constante oposição à “crise iminente que não pode ser resolvida por uma
abordagem do ‘negócio do costume’”32. Deste modo, como igualmente demonstrou o I Encontro
Nacional sobre Cidades, Ambiente e Ordenamento do Território, o processo de desfiguração da utopia
moderna que englobou o planeamento urbano pós-moderno foi composta pela sua fragmentação em
múltiplos temas que, apesar de múltiplos e diversificados, remetiam para a oposição à ortodoxia do
Movimento Moderno a favor de “temas essenciais à nossa vivência coletiva, actual e futura”33 –
“como defender a identidade física, arquitetónica, cultural e etnográfica (…) perante a uniformização
avassaladora imposta pela globalização”33 e “como prosseguir políticas de inclusão social para
aqueles que (…) demandam ambientes urbanos com os quais não se conformam hábitos, modos de
vida e tradições”33 para, por fim, “abrir um novo capítulo de harmonização do Homem, das
actividades humanas, com o território?”33.

Capítulo 2.3 – Reflexão e Crítica – O Espírito Pós-Moderno nas Cidades Contemporâneas


Como foi previamente mencionado, o debate em torno do planeamento urbano durante o
período pós-moderno persiste até à contemporaneidade, englobando e aprofundando muitos dos temas
centrais aos seus movimentos mais paradigmáticos que, a meu ver, revelam-se na nossa atualidade
25. Reiner de Graaf, “The Captive Globe”, Drawing Matter [website], https://drawingmatter.org/the-captive-globe/ (acedido a 28 de Abril de 2024)
26. Rem Koolhaas, “Delirious New York: a Retroactive Manifesto for Manhattan”, 2ª edição, Nova Iorque, The Monacelli Press, 1994, p.110
27. Kenneth Frampton, “Towards a Critical Regionalism: Six Points for an Architecture of Resistance”, em Hal Foster, “The Anti-Aesthetic: Essays on Postmodern Culture”, 1ª
edição, Seattle, Bay Press, 1983, pp.20
28. Victor Neves, “Reordenamento da Marginal de Esposende”, Mais Arquitetura, nº21, Fevereiro 2008, p.57
29. João Nunes e Carlos Ribas, “O Futuro do Parque Forlanini”, Arquitetura & Vida, nº30, Setembro 2002, p.60
30. PROAP e João Ferreira Nunes, “Parque Linear de Ourém”, Mais Arquitetura, nº4, Julho/Agosto 2006, p.55
31. Peter Eisenman, “The End of the Classical: The End of Beginning, the End of the End”, em “Perspecta”, nº21, pp. 170
32. Charles Landry, “The Origins and Futures of the Creative City”, Gloucestershire, Comedia, 2012, p.5
33. João Carlos Fonseca, “I Encontro Nacional sobre Cidades, Ambiente e Ordenamento do Território”, Arquitetura & Vida, nº37, Abril 2003, pp.20
progressivamente mais apropriados a solucionar problemas emergentes sobre a reabilitação da malha
urbana das grandes cidades e a antevisão do que serão as cidades do futuro.
A perspetiva humanista que enquadrou de um modo geral as múltiplas vertentes do grande
movimento pós-moderno continua a ser atualmente um tema fulcral para a intervenção no tecido
urbano, manifestando-se no desejo pelo contacto do público com polos comuns de atividade urbana, a
avaliação de pontos de interesse na topografia das cidades, assim como o foco na acessibilidade dos
espaços públicos. Estes objetivos comprovam-se no projeto para a Requalificação Urbanística da
Marginal do Douro do ano 2000, que nomeou como “principais preocupações, o reforço da
articulação entre a cidade e o rio e a dinamização de núcleos de animação urbana, ao longo da sua
margem”34 – remetendo, por exemplo, para os princípios do regionalismo crítico de Kenneth
Frampton, assim como para o incentivo pelo dinamismo social do pós-funcionalismo. Numa
reinterpretação contemporânea deste ponto de vista pós-moderno humanista, verifica-se igualmente a
preocupação pelo redireccionamento da circulação automóvel e a otimização das vias pedonais para a
concretização da ambicionada “aptidão lúdica e ambiental deste vasto espaço de contacto com o
rio”34, contribuindo para os incentivos de redução do consumo automóvel face a proliferação da crise
climática.
Nesta sequência, o projeto para os Molhes do Douro do arquiteto Carlos Prata (ver imagem
6) aparenta incorporar noutras decisões de projeto temas idênticos relativos à fuga ao funcionalismo
modernista e à procura por formas híbridas e inovadoras capazes de suscitar convivência, interação e
ludismo no quotidiano da população. Perante a necessidade de uma nova construção que assegurasse
o controlo da navegação na entrada do Rio Douro, os arquitetos assumem o encargo de oferecer ao
público e à cidade uma nova oportunidade de ocupação e atividade humana, dando à obra um “sentido
urbano”35 que transpõe o cumprimento apático e rigoroso de suposições quanto às suas exigências
funcionais, no espírito do pensamento pós-moderno sobre a conceção da cidade e da arquitetura. A
meu ver, estes princípios demonstram efetivamente um contributo positivo para o ritmo urbano da
cidade através do maior aproveitamento do seu potencial lúdico assim como das suas qualidades
topográficas e culturais – permitindo combater os problemas persistentes da globalização, que
ameaçam a vasta regularização de uma cultura internacional e o progressivo desaparecimento das
identidades locais das cidades.
Além das problemáticas da revigoração dos espaços da cidade e da preservação das suas
respetivas identidades culturais, a crise habitacional tem tido particular relevância no debate
contemporâneo, apelando à maior disponibilidade à habitação face aos fenómenos de especulação
imobiliária e à pouca quantidade de complexos habitacionais – questões que surgiram aliadas a temas
do planeamento urbano através da exigência pela melhor qualidade, salubridade e atividade urbana
em torno dos espaços de habitação, enunciando a sua integração no território de modo a facilitar o
acesso a serviços e a convivência entre cidadãos, privilegiando a conectividade e a coerência com a
restante malha da cidade – desde a relação entre espaços verdes e zonas de serviço até à facilidade de
acessos e transportes, sempre a favor da qualificação das zonas habitacionais. Este discurso tem
precedentes no debate do período pós-moderno, e argumenta-se que o principal modelo para estes
ideais no contexto português reside no projeto para o Parque Residencial do Luso, desenvolvido pelos
arquitetos José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos em 1959.
O complexo residencial incorpora os princípios do pós-funcionalismo, que começa nesta
altura a ter impacto ao nível internacional, assumindo as suas raízes modernas reinterpretadas e
reimplantadas de modo a responder às mesmas questões de permeabilidade urbana, de convivência
social no quotidiano e de consciência das qualidades e da identidade da cidade pré-existente,
conjugando o “uso de técnicas e de materiais da tradição construtiva local (azulejos, granito, xisto e
telha) em articulação com o novo material de construção (o betão)”36 na sua expressão formal e,
fundamentalmente, estruturando a articulação do edificado em torno da criação de “duas importantes

34. Habitar Portugal, “Requalificação Urbanistica da Marginal do Douro [website],


http://www.habitarportugal.org/pt/projecto/requalificacao-urbanistica-da-marginal-do-douro/ (acedido a 29 de Março de 2024)
35. Marina de Holanda, “Molhes do Douro / Carlos Prata Arquitecto”, ArchDaily [website], https://www.archdaily.com.br/br/01-
75903/molhes-do-douro-carlos-prata-arquitecto (acedido a 29 de Março de 2024)
36. Eduardo Souto de Moura et al., “Descontinuidade: Arquitetura Contemporânea, Norte de Portugal”, 1ª edição, Porto, Livraria
Civilização Editora, 2005, p.84
artérias urbanas e estruturadoras da nova expansão da cidade”, que apela aos habitantes a “ideia de
habitar e trabalhar num espaço urbano”36 e impulsiona a integração da vivência no conjunto
habitacional diretamente com a restante atividade quotidiana da cidade, e vice-versa; motivando
fenómenos de miscigenação que visam contrariar os fenómenos de estratificação social e
“guetificação” responsáveis pela formação de polos de criminalidade, a pulverização do território e,
consigo, a fragmentação da sociedade.
Por estes motivos, ao desenvolver soluções que promovem a democratização e a
miscigenação dos espaços da cidade, a resistência aos efeitos negativos do fenómeno de globalização
e a idealização dos conjuntos de habitação em diálogo com o seu território e a malha urbana em que
se inserem, a aparente persistência pós-moderna no debate contemporâneo revela-se fulcral para a
inicialização de propostas para as cidades do futuro, ultimamente integrando o bem-estar da
população como o seu objetivo final. Assumindo a permanência deste discurso no futuro próximo da
prática arquitetónica, o progressivo combate ao isolamento de grandes povoamentos nas periferias das
cidades, à proliferação do consumo automóvel para o acesso a pontos de interesse na malha urbana e à
supressão da identidade cultural de cada região poderá contribuir para a concretização de cidades mais
propícias à convivência entre estratos sociais; à acessibilidade de edifícios de habitação a zonas de
serviços e espaços lúdicos da cidade; à caracterização dos aspetos culturais e topográficos de cada
região; e à adaptação de percursos pedonais para aliviar os impactos da crise climática, facilitando o
movimento da população dentro do território. Deste modo, a prospetiva das cidades do futuro
incorpora na sua ideologia o espírito pós-moderno do pensamento sobre o planeamento urbano – os
elementos que compõem a cidade e a sociedade que a habita, trazendo consigo as soluções para as
problemáticas que continuam a dominar o nosso quotidiano e que ameaçam a vivência de gerações
futuras.

Capítulo 3 – Conclusão
No decorrer do período pós-moderno, a oposição à narrativa heroica e reformista do
Movimento Moderno despoletou uma progressiva desconstrução e reinterpretação da utopia moderna,
a sua imagem e os seus princípios, revelando-se um processo contínuo e fundamental à evolução das
cidades pós-modernas.
Observou-se a adoção de novos conceitos assentes nas bases do humanismo, do historicismo,
do regionalismo e da semiótica, que orientou o debate teórico pós-moderno no sentido da
habitabilidade das cidades, da identidade histórica, cultural e topográfica de cada lugar e da natureza
multifacetada da vida quotidiana dos cidadãos e dos próprios espaços das cidades – revelando
permeabilidades com a nossa realidade contemporânea, que cita e reinterpreta muitos dos princípios
fundados no período pós-moderno para a reconfiguração do planeamento da nossa atualidade, assim
como para a projeção das cidades do nosso futuro.
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