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Etec de Taboão da Serra

Erick de Moura Pereira

Prof: Ales Raposo

Trabalho de história

Sociedade, história e cultura islâmica

Taboão da Serra
04/06/2024
Sumário

3---------------------------------------------------------Introdução e sociedade e cultura islamica

6-------------------------------------------------------------Dinastias islâmicas e dinastia rashdun

7----------------------------------------------------------------------------------------Dinastia omiada

9----------------------------------------------------------------------------------------Dinastia fatimida

12------------------------------------------------------------------------Apogeu e heranças islâmicas

13-------------------------Avanço atual do islamismo no ocidente Grupos radicais islamicos

14---------------------------------------------------------------------------Al-Qaeda e estado islámico

15----------------------------------------------------------------------------------------------------Talibã

16--------------------------------------------------------------------------------------------Boko Haram

17-----------------------------------------------------------------------------------------------Conclusão

18---------------------------------------------------------------------------Referências bibliográficas
Introdução

A sociedade islâmica, desde suas origens no século VII, desempenhou um papel


fundamental na formação da história mundial. Originado na Península Arábica com a
revelação do profeta Maomé, o Islã rapidamente se expandiu, influenciando vastas regiões da
Ásia, África e Europa. Essa expansão resultou na criação de impérios culturalmente diversos
e tecnologicamente avançados, cujas contribuições para a ciência, a filosofia, a arte e a
literatura ainda ressoam nos dias atuais.

No entanto, nos tempos modernos, a imagem do Islã tem sido, por vezes, deturpada
por grupos extremistas que utilizam a religião para justificar atos de violência e terrorismo.
Grupos como a Al-Qaeda, o Estado Islâmico (ISIS) e o Boko Haram distorcem os
ensinamentos islâmicos para promover suas agendas, criando uma percepção equivocada do
Islã e dos muçulmanos em geral.

Este trabalho visa proporcionar uma visão abrangente da rica e multifacetada história
da sociedade islâmica, destacando suas contribuições significativas para a humanidade, ao
mesmo tempo em que contextualiza o surgimento dos grupos terroristas contemporâneos.
Sociedade e cultura islâmica

A cultura muçulmana ou islâmica é tão heterogênea quanto à quantidade de povos que


a mantêm, especialmente em regiões da África e da Ásia. Apesar dessa diversidade, ela
compartilha aspectos fundamentais ligados à religião islâmica. A palavra "muçulmano"
deriva do árabe "aslama", que significa "submetido a Deus", refletindo a rendição a Deus que
caracteriza a fé islâmica. A cultura muçulmana teve origem entre pastores semitas das tribos
unificadas pelo profeta Maomé, e após sua morte em 632 d.C., seus sucessores expandiram o
Império Árabe.

Os califas, líderes político-religiosos do império, promoveram essa expansão com


base nos preceitos do islamismo. O sistema sociopolítico indicado pelo profeta, registrado
nos livros sagrados, disseminou-se pelo Mediterrâneo, Mar Vermelho e Oceano Índico. A
expansão árabe estabeleceu grandes rotas comerciais, conectando-se com culturas bizantina,
persa, chinesa e indiana, assimilando aspectos culturais dessas civilizações, enquanto
preservava os costumes e crenças dos povos conquistados.

Divisões internas surgiram entre os muçulmanos, com os sunitas e xiitas sendo as


principais facções. Os sunitas seguem o Alcorão e a Suna e apoiaram Abu Bakr, um dos
companheiros próximos de Maomé, como líder. Os xiitas, por outro lado, são seguidores de
Ali, genro de Maomé, e utilizam exclusivamente o Alcorão como guia sociopolítico,
defendendo a liderança dos descendentes de Maomé.

Outro aspecto central é a Sharia, um conjunto de leis baseadas nas escrituras sagradas,
abrangendo aspectos legais, éticos e sociais, considerada uma diretriz divina para todos os
muçulmanos. Historicamente, os muçulmanos se destacaram na agricultura, introduzindo
técnicas avançadas de irrigação, e desempenharam um papel crucial no comércio,
promovendo avanços na produção de tecidos, vidro e metalurgia.

A arquitetura muçulmana é famosa por suas mesquitas, palácios e escolas, com


influências bizantinas e persas visíveis em suas cúpulas, minaretes e colunas decoradas com
arabescos. Os muçulmanos também foram fundamentais na preservação e difusão da cultura
helênica, permitindo que o legado grego enriquecesse a cultura ocidental. Matemáticos
muçulmanos desenvolveram o sistema de numeração indo-arábico, trigonometria e álgebra,
enquanto seus físicos contribuíram para os estudos de refração da luz e ótica. Alquimistas
descobriram ácidos importantes e processos como destilação e sublimação, levando à
produção de álcool. Médicos muçulmanos fizeram avanços no entendimento da tuberculose.
Na filosofia, os muçulmanos foram influenciados por Aristóteles e Platão, e na
literatura, obras como “As Mil e Uma Noites”, “As Minas do Rei Salomão” e “Ali Babá e os
Quarenta Ladrões” são bem conhecidas no Ocidente. O Ramadã é uma prática importante,
envolvendo jejum e incitamento espiritual no nono mês do calendário islâmico. A dieta
muçulmana proíbe álcool e carne de porco, baseando-se em carnes de peixes, aves, cabras,
gado, camelo e carneiro, servidas com pão árabe, grãos, verduras, legumes e frutas secas.
Pratos típicos incluem arroz com frango, tabule, quibes, homus e pastas de berinjela e
coalhada, tradicionalmente comidos com a mão direita.

O islamismo, religião monoteísta com o Alcorão como livro sagrado, exige a


declaração de fé, cinco orações diárias, caridade, jejum durante o Ramadã e peregrinação a
Meca. O casamento muçulmano varia por região, geralmente envolvendo um contrato e a
possibilidade de poligamia, com homens podendo ter até quatro esposas. Em algumas
interpretações, apenas os homens podem se casar fora da religião.

Na cultura tradicional muçulmana, as diferenças entre homens e mulheres são claras


em termos de papéis, direitos e deveres, variando entre sociedades mais liberais e
conservadoras. Em muitos países muçulmanos, as mulheres têm plenos direitos religiosos
para decidir sobre casamento, divórcio, vestuário e educação. No entanto, em sociedades
mais conservadoras, como Irã, Afeganistão e Arábia Saudita, as mulheres enfrentam
restrições significativas e são frequentemente esperadas a cobrir a cabeça em público,
utilizando véu (hijab) ou burca.

Atualmente, a maioria dos muçulmanos habita a Ásia e a África, com as maiores


populações encontradas na Indonésia (204 milhões), Bangladesh (148 milhões), Paquistão
(178 milhões), Turquia (74 milhões), Irã (74 milhões) e Egito (80 milhões). A religião
islâmica é a que mais cresce no mundo e é a segunda maior, com mais de 1,57 bilhões de
fiéis em 2009, sendo predominante em cerca de 50 países.
Dinastias islâmicas

Dinastia rashidun: O Califado Rashidun é considerado pelos muçulmanos um período

próspero para a religião, no qual o Islam se expandiu para vários territórios e os valores da

religião foram passados para várias culturas diferentes. Este período foi comandado pelos

quatro califas divinamente guiados, que foram companheiros do Profeta Muhammad. Eram

eles: Abu Bakr, Omar, Uthman e Ali.

Ao todo, o califado durou 29 anos e foi marcado por várias tentativas de contornar

crises políticas, pela expansão de domínios e pela compilação e distribuição das cópias

escritas do Alcorão. O califado entrou em decadência quando Uthman começou a ser acusado

caluniosamente de ser um governante injusto, o que fez com que várias pessoas se

revoltassem e o atacassem com violência, matando-o. O sucessor de Uthman era Ali Ibn Abu

Talib, que tentou de todas maneiras contornar a crise e restaurar a paz no califado.

No entanto, ele não teve sucesso e seu governo foi marcado por várias guerras.

Apesar de muitos companheiros de Ali terem morrido em batalhas, o califa saiu vencedor de

quase todos os confrontos.O único confronto que Ali não venceu foi contra Muawiyah, que

buscava vingança pela morte de seu primo Uthman. Esta batalha ficou empatada e precisou

da decisão de um comitê para qual lado seria do conflito iria se sobressair. O comitê não

chegou a um consenso e um grupo de pessoas se revoltou por causa disso, decidindo matar

Ali e Muawiyah. O segundo conseguiu escapar, no entanto Ali foi assassinado, o que marcou

o fim do Califado Rashidun, e deu início à dinastia dos Omíadas.


Dinastia omiada: O Califado Omíada foi o segundo de quatro califados islâmicos

(sunitas), e foi fundado na Arábia após a morte do Profeta Muhammad. Os omíadas

governaram o mundo islâmico de 661 a 750, e sua capital se localizava na cidade de

Damasco; O fundador do califado, Muawiya ibn Abi Sufyan, havia sido o governador da

Síria (antes de fundar sua dinastia após o fim do califado rashidun). Originalmente de Meca,

Muawiya nomeou sua dinastia como “Filhos de Umayya” em homenagem a um antepassado

comum que ele compartilhava com o Profeta Muhammad.

A família omíada tinha sido um dos principais clãs combatentes na batalha de Badr

(em 624), a batalha decisiva entre Muhammad e seus seguidores, de um lado, e os poderosos

clãs de Meca, do outro. Muawiya triunfou sobre Ali, o quarto califa e genro de Muhammad,

em 661, e fundou oficialmente o novo califado. O califado de omíada transformou-se em um

dos centros políticos, culturais, e científicos principais do início da Idade Média.

Os omíadas também iniciaram o processo de difusão do Islã por toda a Ásia, África e

Europa. Eles se mudaram para a Pérsia e para a Ásia Central, convertendo os governantes das

principais cidades de oásis da Rota da Seda, como Merv e Sistan. Eles também invadiram o

que é agora o Paquistão, iniciando o processo de conversão nessa área que continuaria por

séculos. As tropas omíadas também atravessaram o Egito e trouxeram o Islã para a costa

mediterrânea da África, de onde se espalhariam pelo Sul através do Saara ao longo de rotas

de caravanas até que grande parte da África Ocidental se tornasse muçulmana.

Finalmente, os omíadas travaram uma série de guerras contra o Império Bizantino

baseado no que hoje é Istambul. Eles procuraram derrubar este império cristão na Anatólia e

converter a região ao Islã; A Anatólia acabaria por se converter, mas somente após vários

séculos após o colapso da dinastia omíada na Ásia. Entre 685 e 705, o Califado Omíada

atingiu seu ápice de poder e prestígio. Seus exércitos conquistaram áreas da Espanha a oeste a

Sindh no que é agora a Índia. Uma após a outra, outras cidades da Ásia Central cairam para
os exércitos muçulmanos – Bukhara, Samarcanda, Khwarezm, Tashkent e Fergana. Este

império em rápida expansão tinha um sistema postal, uma forma de operação bancária

baseada no crédito e algumas das mais belas arquiteturas jamais vistas.Só quando parecia que

os omíadas realmente estavam preparados para governar o mundo, no entanto, o desastre

aconteceu.

Em 717, o imperador bizantino Leão III levou seu exército a uma vitória esmagadora

sobre as forças omíadas, que haviam sitiado Constantinopla. Depois de 12 meses tentando

romper as defesas da cidade, os omíadas famintos e exaustos tiveram que recuar de mãos

vazias de volta à Síria. Um novo califa, Umar II, tentou reformar o sistema financeiro do

califado aumentando os impostos sobre os muçulmanos árabes ao mesmo nível dos impostos

sobre todos os outros muçulmanos não árabes. Isso causou um grande clamor entre os fiéis

árabes, é claro, e causou uma crise financeira quando se recusaram a pagar quaisquer

impostos. Finalmente, novas rixas estouraram entre as várias tribos árabes em torno deste

tempo, deixando o sistema omíada cambaleando.Conseguiram pressionar por mais algumas

décadas.

Os exércitos omíadas chegaram tão longe na Europa Ocidental quanto a França em

732, onde foram derrotados na Batalha de Tours. Em 740, os bizantinos deram aos omíadas

outro golpe quebrantador, expulsando todos os árabes da Anatólia. Cinco anos depois, as

rivalidades entre as tribos árabes Qays e Kalb iniciaram uma guerra em larga escala na Síria e

no Iraque. Em 749, os líderes religiosos proclamaram um novo califa, Abu al-Abbas al-

Saffah, que se tornou o fundador do califado abássida. Sob o novo califa, membros da antiga

família governante foram caçados e executados. Um sobrevivente, Abd-ar-Rahman, escapou

para Al-Andalus (Espanha), onde fundou o Emirado (e mais tarde califado) de Córdoba. O

califado omíada na Espanha sobreviveu até 1031.


Dinastia Fatimida;

A conquista fatímida do Egito marcou o declínio da autoridade central no mundo

muçulmano, levando a reações significativas, como o fortalecimento dos turcos, a

proclamação de um califado omíada na Espanha e o surgimento dos almorávidas na África

Ocidental. A influência fatímida continuou com o aumento dos assassinatos políticos após

sua queda, enquanto a corrupção interna em Bagdá contribuiu para o sucesso deles. A

ascensão dos turcos enfraqueceu o califado abássida, permitindo o surgimento de dinastias

locais em várias regiões. Os Karamatis e os Kharijitas desafiaram o poder abássida, causando

caos e encontrando apoio entre os berberes.

Após o declínio dos abássidas, as dinastias locais emergentes desempenharam um

papel crucial na reconfiguração do cenário político e social do mundo islâmico. Essas

dinastias, como os Tulúnidas no Egito e os Táhiridas no Oriente, governaram

autonomamente, desafiando a autoridade de Bagdá e estabelecendo novos centros de poder

regional. Enquanto isso, a disseminação das ideias fatímidas e o apoio popular aos

movimentos desafiadores, como os Kharijitas, sinalizavam uma crescente insatisfação com o

status quo e uma busca por alternativas políticas e religiosas.

O movimento fatímida, liderado por Ubaidullah al Mahdi, emergiu no norte da África

no século X. Após ganhar apoio entre os berberes, estabeleceram Mahdiya como seu centro

de poder. A conquista de Marrocos provocou uma resposta dos Omíadas espanhóis, enquanto

os fatímidas tentavam expandir para a Espanha e o Egito. Apesar dos esforços, a morte de

Ubaidullah em 934 interrompeu esses planos. Sob o comando de seu filho Abul Kasim,

tentaram impor sua doutrina islâmica por meio de incursões militares, enfrentando rebelião

interna e oposição externa. Seu sucessor, Mansur, conseguiu suprimir a rebelião e expandir o

domínio fatímida pela África do Norte, contribuindo para o surgimento da revolução dos

Murabitun. Finalmente, sob Muiz, os fatímidas alcançaram seu maior sucesso, conquistando
a Mauritânia e consolidando seu controle sobre o Maghrib antes de conquistarem o Egito em

969, derrotando os Ikhshedidas em uma batalha decisiva.

Os fatímidas estabeleceram uma nova capital no Egito, Al Qahira (Cairo), em 969,

consolidando seu controle sobre a região e expandindo para a Síria, Damasco, Meca e

Medina nos anos seguintes. No entanto, sua tentativa de conquistar a Ásia foi frustrada por

várias razões. Os Karamathianos, descontentes com a abordagem moderada dos fatímidas em

relação aos sunitas, atacaram suas instalações e bloquearam as rotas para a Ásia. Além disso,

os Buídas no Iraque e Pérsia resistiram aos fatímidas por razões ideológicas, considerando-os

renegados. O ressurgimento do Império Bizantino e a ascensão dos Seljuk também

complicaram os esforços dos fatímidas. Enquanto isso, o Egito prosperava sob o domínio

fatímida, tornando-se o centro de um império que controlava as rotas comerciais entre o norte

da África, Europa, Índia e Extremo Oriente. No entanto, a perda do Egito significou tempos

difíceis para Bagdá, cortada do Mediterrâneo e dependente do comércio terrestre para a Índia

e a China. A fragmentação política e social resultante da descentralização acelerou o

surgimento dos turcos Seljuk como os mestres da Ásia.

Os Fatímidas governaram o Egito com sucesso após Muiz, com Al Aziz trazendo

estabilidade e prosperidade, enquanto Al Hakim trouxe controvérsias e repressões internas.

Eles enfrentaram desafios militares da Europa cristã e conflitos internos, especialmente com

os sunitas e outros grupos dissidentes. Suas tentativas de estabelecer uma visão universal do

Islã foram prejudicadas pela diversidade de interpretações e pela oposição. Eventualmente, os

conflitos internos e externos levaram à queda dos Fatímidas e ao ressurgimento dos turcos

como uma força dominante na região. Sua história reflete as complexidades políticas e

religiosas da época, enquanto deixava um legado de realizações culturais e educacionais,

incluindo a fundação da Universidade Al Azhar.


Os Fatímidas, apesar de seu domínio no Egito e em parte do mundo islâmico,

enfrentaram desafios significativos devido à diversidade de interpretações religiosas e à

rivalidade política. Enquanto alguns líderes fatímidas buscavam estabelecer uma visão

universal do Islã, outros enfrentavam resistência interna e externa de grupos dissidentes e

poderes rivais. Esses conflitos minaram sua autoridade e contribuíram para sua eventual

queda. No entanto, seu legado cultural e educacional deixou uma marca duradoura na história

islâmica, influenciando o desenvolvimento da aprendizagem e da arte em toda a região.

Apesar dos desafios enfrentados, os Fatímidas deixaram um legado cultural e

educacional duradouro na história islâmica. Sua promoção da aprendizagem e da arte

influenciou significativamente o desenvolvimento intelectual e artístico da região. No

entanto, as tensões internas e as rivalidades políticas minaram sua autoridade e contribuíram

para sua eventual queda. Seu domínio no Egito e em parte do mundo islâmico refletiu uma

época de complexidade e competição dentro do Islã, onde diferentes interpretações e

aspirações colidiam, moldando o curso da história da região.


Apogeu islâmico

Entre os séculos VII e VIII, o Império Islâmico alcançou sua maior extensão

territorial, abarcando terras desde a Ásia Central até a Península Ibérica, passando pelo norte

da África. Essa rápida ascensão pode ser explicada pela unidade conseguida entre os árabes

realizada pelo advento do islamismo e de sua adoção como religião.

Heranças islâmicas

A influência dos árabes islâmicos na civilização ocidental foi profunda e


multifacetada, abrangendo diversas áreas como numeração, matemática, física, química,
medicina, astronomia e alquimia. Durante a Idade Média, os europeus tiveram acesso ao
conhecimento da filosofia grega principalmente através das traduções árabes dos textos de
Platão e Aristóteles. Os sábios e filósofos muçulmanos, como Averróes e Avicena,
desempenharam um papel crucial na preservação e transmissão desse conhecimento. Além
disso, o Califado de Córdoba foi um centro cultural avançado, onde grandes obras da cultura
grega, romana, hindu e oriental foram traduzidas para o latim na famosa escola de Tradutores
de Toledo.

A influência árabe também se estendeu às artes, incluindo a dança e a música. Na


Península Ibérica, a ocupação árabe durante oito séculos deixou um legado significativo na
língua, literatura, artes, arquitetura e culinária. Com a chegada de escravos negros islâmicos
ao Brasil no século XVIII, especialmente na Bahia, houve uma fusão de culturas que
contribuiu para o desenvolvimento de ritmos musicais e danças.

O pesquisador João Baptista de Medeiros Vargens destaca a presença de instrumentos


percussivos de origem árabe, como o adufe, que influenciaram a música brasileira. Ritmos
árabes como Malfuf, Ayub, Karatchi e Saudi têm similaridades com ritmos brasileiros como
Côco, Ijexá e Baião.

A dança também foi profundamente influenciada pelas tradições orientais. Ruth Saint
Denis, pioneira da dança moderna americana, incorporou elementos das danças asiáticas e
orientais em suas apresentações e técnicas, inspirada pelo exotismo e espiritualidade dessas
culturas.
O flamenco, uma forma de arte andaluza, também tem raízes profundas na fusão de culturas
que ocorreram na região, incluindo influências árabes, ciganas, judaicas e cristãs. Os árabes
introduziram instrumentos como o alaúde e práticas musicais que se fundiram com as
tradições locais, resultando em um estilo único. Os ciganos, que migraram da Índia,
trouxeram suas próprias tradições musicais e de dança, que se integraram às influências
árabes e judaicas, formando a base do flamenco. Movimentos sinuosos de braços e quadris,
giros e improvisações são características tanto da dança flamenca quanto das danças
orientais.

Em suma, a ocupação árabe na Península Ibérica e a migração de diversos povos


contribuíram para um intercâmbio cultural que enriqueceu profundamente a música, dança e
outras artes no Ocidente.

Avanço atual do islamismo no ocidente

A população muçulmana em alguns países europeus e no continente em geral pode


triplicar até 2050, representando até 14% do total, apontam novas projeções lançadas nesta
quarta-feira (29) pelo instituto americano de pesquisa Pew Research Center.
O centro de pesquisa de opinião pública e demografia analisou o crescimento da população
muçulmana na Europa em três cenários (zero, médio e alto), que levam em conta o
crescimento natural da população, migração regular futura – como, por exemplo, por trabalho
ou estudos – e migração de refugiados.
Em todas as três projeções o relatório mostra um aumento da população muçulmana e
uma forte divisão entre oeste e leste europeu. Na estimativa "mais alta", que contabilizou as
taxas atuais de migração, a parcela muçulmana da população da Alemanha poderia aumentar
de 6,1% em 2016 para 19,7% em 2050, enquanto na vizinha Polônia passaria de 0,1% para
0,2%.
Sob a hipótese irreal de que toda a migração à Europa cessasse hoje, chamada pelos
pesquisadores de projeção "zero", a porcentagem de muçulmanos na Europa quase dobraria –
de 4,9% em 2016 para 7,4% em 2050. Na Alemanha, alcançaria em 2050 quase a marca dos
9%, o que corresponde ao percentual atual na França.
Mesmo que todos os atuais 28 Estados-membros da União Europeia (EU) mais
Noruega e Suíça fechassem completamente suas fronteiras aos migrantes, a população
muçulmana continuará crescendo devido a diferenças na estrutura etárias e na taxa de
fertilidade entre muçulmanos e não muçulmanos, segundo o relatório do Pew Research
Center.
Os muçulmanos na Europa são, em média, mais jovens (30,4 anos) do que os não
muçulmanos (43,8 anos), o que significa também que há mais mulheres em idade fértil.
Quase um terço da população muçulmana na Europa (27%) tem menos de 15 anos – quase o
dobro da proporção entre não muçulmanos (15%).
Os pesquisadores estimaram que uma mulher muçulmana terá 2,6 filhos, um a mais do que os
1,6 filhos projetados para mulheres não muçulmanas que vivem na Europa. Os pesquisadores
apontaram que, embora nem todos os filhos nascidos de pais muçulmanos se identificam
como muçulmanos, eles tendem a assumir a identidade religiosa de seus pais.

Grupos radicais do islâmicos

Resumo sobre os principais grupos terroristas da atualidade

Grupos terroristas são formados por indivíduos com um propósito em comum que,
motivados por pelo fundamentalismo religioso ou ideologias políticas, cometem atos
violentos para alcançar seus objetivos. Existem dezenas de grupos terroristas agindo no
mundo todo atualmente. Os principais são: Al-Qaeda, Boko Haram, Estado Islâmico, Farc,
Novo IRA e Talibã.

Al-Qaeda

Alguns desses grupos possuem membros e ramificações em diversos países e


territórios, não se restringindo à sua área de atuação direta.

Embora já se tenha identificado a presença de membros desses grupos terroristas no


Brasil, o país não é alvo direto de ataques e atentados realizados por eles."

Fundação: 1988, por Osama bin Laden.

Área onde está presente: predominantemente no Sul do continente asiático, na região


do Magreb, no Norte da África e no Oriente Médio, com apoiadores em países de diversas
outras regiões do planeta.

Objetivos: a Al-Qaeda é um grupo fundamentalista islâmico que atua com o objetivo


de afastar a influência dos elementos da cultura ocidental e seus costumes nos países
muçulmanos do mundo árabe e manter suas tradições, além de agir contra aqueles que, na
interpretação do grupo, deturparem o islamismo. Tem como base uma interpretação
extremista da sharia, a lei islâmica.

Breve histórico: a Al-Qaeda tem suas raízes na Guerra do Afeganistão (1979),


quando movimentos de resistência ao governo socialista e à influência da União Soviética se
formaram no país e originaram grupos armados, ou milícias. Durante a década de 1990,
pouco tempo depois de sua criação, a Al-Qaeda deu início à sua ofensiva contra os Estados
Unidos, que culminou nos ataques terroristas em solo estadunidense do dia 11 de setembro de
2001. Cerca de uma década mais tarde, o fundador do grupo foi capturado e morto no
Paquistão. Essa ação não interrompeu as atividades da Al-Qaeda, que assumiu ataques como
o de janeiro de 2015 na sede do jornal Charlie Hebdo, na França."

Estado Islâmico

Fundação: surgiu como uma ramificação da Al-Qaeda após os atentados de 2001,


mas rompeu definitivamente com o grupo em 2014.

Áreas onde está presente: Iraque e Síria, principalmente, e outros países, por meio
de células e filiais localizadas na Ásia e na África.

Objetivos: o Estado Islâmico é um grupo extremista sunita que atua para a


implementação da lei islâmica em escala mundial, formando assim um califado que seria
regido por um governo estritamente baseado na sua interpretação radical e restritiva da sharia.

Breve histórico: o Estado Islâmico é um dos grupos extremistas mais conhecidos do


mundo e possui uma série de adeptos em países que não necessariamente se situam no
Hemisfério Oriental, ou seja, de maioria muçulmana. Apresenta uma das interpretações mais
radicais da sharia, e é nela que baseia a sua jihad, ou guerra santa. Dentre os atentados cuja
autoria foi reconhecida pelo Estado Islâmico está o ataque a uma casa de shows em Paris em
13 de novembro de 2015, que resultou em 130 mortes e centenas de feridos."

Talibã

Fundação: 1994, no Afeganistão.

Áreas onde está presente: Afeganistão e Paquistão.

Objetivos: sendo um grupo fundamentalista islâmico, o Talibã visa à implementação


da lei islâmica (sharia) sobre as áreas em que exerce domínio, mediante uma interpretação
rígida e extrema. Pretende, além disso, extinguir toda influência ocidental nos costumes e na
cultura dos seus territórios.
Breve histórico: o Talibã foi criado no contexto da Guerra do Afeganistão (1979),
quando grupos paramilitares (ou milícias) surgiram com o objetivo de reverter a dominação
soviética e a instalação de um governo socialista no país. O grupo fundamentalista exerceu
domínio sobre o Afeganistão entre 1996 e 2001 e só saiu do poder mediante a ação das tropas
estadunidenses no país na Guerra do Afeganistão (2001). Em 2021, os Estados Unidos
terminaram a retirada de seus militares do país, e, no dia 15 de agosto daquele mesmo ano, o
Talibã retomou o poder no Afeganistão e hoje governa o país mediante rígidas regras de
conduta, afetando principalmente mulheres e minorias étnicas e religiosas.

Boko Haram

Os cartazes pedem o retorno das meninas sequestradas pelo Boko Haram em 2014 e
demandam ajuda na luta da Nigéria contra o Boko Haram. [1]

Fundação: surgiu na Nigéria em 2002, fundado pelo líder religioso Mohammed


Yusuf.

Áreas onde está presente: Nigéria, Níger, Chade e Camarões.

Objetivos: trata-se de um grupo extremista islâmico, seguidor da vertente tradicional


do Islã (sunitas) e jihadista. Assim sendo, atua com o objetivo de difundir a religião islâmica
pelos territórios onde está presente e impor a sharia para, com isso, constituir uma grande
república islâmica. O Boko Haram combate também a influência da cultura ocidental sobre a
Nigéria. Breve histórico: embora exista desde o início dos anos 2000, as ações do Boko
Haram ganharam projeção internacional em 2014, quando invadiu uma escola na cidade de
Chibok, na Nigéria, e sequestrou 276 jovens entre 16 e 18 anos, todas mulheres. Relatos
afirmam que essas meninas foram utilizadas em confrontos e vendidas como escravas a
membros do próprio grupo. Algumas conseguiram escapar e, de acordo com a ONU, 96 ainda
permaneciam em cativeiro até abril de 2023. O método de atuação do Boko Haram se tornou
ainda mais violento após o assassinato de seu líder em 2009, com milhares de vítimas feitas
pelo grupo desde então."
Conclusão

Ao longo deste trabalho, foi explorado a rica e complexa história da sociedade


islâmica, desde suas origens até os dias atuais. Foi visto como a expansão inicial do Islã e a
formação de vastos impérios contribuíram significativamente para a ciência, filosofia, arte e
literatura, refletindo a diversidade cultural e religiosa dentro do mundo islâmico.

Também foi abordado a questão dos grupos terroristas que afirmam ser mebros do
islâmismo, como a Al-Qaeda, o Estado Islâmico, Talibã e o Boko Haram. Estes grupos
utilizam uma interpretação extremista do Islã para justificar a violência, uma visão que é
repudiada pela grande maioria dos muçulmanos e contraria os ensinamentos fundamentais da
religião.
Referências bibliográficas

https://www.todamateria.com.br/caracteristicas-da-cultura-muculmana/

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/ascensao-queda-imperio-islamico.htm

https://iqaraislam.com/califas-rashidun

https://iqaraislam.com/oque-foi-o-califado-omiada

https://g1.globo.com/mundo/noticia/populacao-muculmana-na-europa-pode-
triplicar-ate-2050.ghtml

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/grupos-terroristas-mundo.htm

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