Integração Económica - Resumo

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Integração económica: É um processo, onde deixam de existir barreiras entre os diferentes

países, para, no futuro, formarem um único mercado


Esta é vista como um processo, uma vez que para se chegar à formação de um único espaço
económico em que não existe qualquer barreira, tem-se de tomar, gradualmente, medidas
para a junção de vários mercados;
Vantagens da integração económica:
 Aumento da produção (por causa da divisão do trabalho entre os países que fazem
parte dessa integração e dos ganhos de especialização que a integração proporciona);
 Obtenção de economias de escala (uma vez que aumenta a produção, os custos da
produção baixam);
 Maior eficiência na afetação dos recursos (ex: uma empresa usa os seus recursos da
melhor maneira possível para maximizar a produção e minimizar os custos);
 Maior circulação da inovação e dos avanços tecnológicos (mais cooperação e
transferência de tecnologia entre os países-membros);
 Intensificação da concorrência;
 Aumento do poder de negociação face a países terceiros;

Tipos de integração económica


1. Sistema de preferências aduaneiras;
2. Zona de comércio livre;
3. União aduaneira;
4. Mercado comum/mercado único;
5. União económica;
6. União económica e monetária

1. Sistema de preferências aduaneiras:


 Forma mais simples de integração económica;
 Existência de vantagens aduaneiras entre os Estados
membros, tais como a redução, mas não eliminação, dos direitos aduaneros sobre c
ertos bens, essas vantagens não se estendem a países terceiros

2. Zona de comércio livre:


 Os países membros decidem eliminar entre si todos os direitos aduaneiros e
restrições quantitativas ao comércio de bens – livre circulação de bens;

 Cada país mantém a sua pauta aduaneira externa face a países terceiros (cada
país-membro tem autonomia para impor a países terceiros restrições
quantitativas às transações comerciais efetuadas, bem como definir os direitos
aduaneiros a aplicar);
3. União Aduaneira
 Os países membros decidem eliminar entre si todos os direitos aduaneiros e
restrições quantitativas ao comércio de bens – livre circulação de bens. (igual à
zona de comércio livre);

 No comércio com países terceiros, é aplicada uma pauta aduaneira exterior


comum (aplicada por todos os países-membros);

 Adoção de uma política comercial comum (os estados membros passaram a


compartilhar uma política comercial comum para lidar com países terceiros,
Isso significa que a União Aduaneira, como uma entidade única, negocia
acordos comerciais em nome de todos os seus países-membros)

4. Mercado Comum
 Eliminação de barreiras não visíveis (ex: barreiras técnicas: normas de
produção, sanitárias ou de higiene; barreiras físicas: formalidades
administrativas e burocráticas);

 Livre circulação de bens (mercadorias), pessoas, serviços e capitais no interior


da união (entre os países-membros) – 4 liberdades de circulação;

 Pauta aduaneira exterior comum face a países terceiros

5. União Económica
 Livre circulação de bens (mercadorias), pessoas, serviços e capitais no interior
da união(entre os países-membros) – 4 liberdades de circulação;

 Pauta aduaneira exterior comum face a países terceiros;

 Criação de políticas económicas e sociais comuns (de forma a eliminar as


diferenças/desigualdades existentes entre os países membros) – (políticas
econômicas e sociais são conjuntos de medidas e ações adotadas para
influenciar aspetos específicos da economia e da sociedade de um país)
6. União Económica e Monetária
 Forma mais profunda de integração – integração total;

 Contém todas as características da União económica;

 Unificação das políticas económica, monetária, fiscal e social – criação de


políticas comuns que substituem as políticas nacionais, sendo coordenadas por
instituições supranacionais;

 Adoção de uma moeda única;

 Criação de um banco central de emissão de moeda;

Processo de integração europeu


Com vista à reconstrução da europa ocidental após a SGM, foi fundamental a ajuda económica
americana – Plano Marshall/Programa de Recuperação Europeia
Esta ajuda dos Estados Unidos consistiu na atribuição de capitais (empréstimos), a taxas de
juro muito baixas e no fornecimento de bens de equipamento necessários à reconstrução da
indústria e do aparelho produtivo.
Para administrar e coordenar o Plano Marshall foi criada a OECE – Organização Europeia de
Cooperação Económica (atualmente OCDE)
Esta organização, além de ter administrado a ajuda americana, também provou que é possível
os países europeus se juntarem e construírem uma Europa unida, pacífica e cooperante.

Constituição da CECA
Tratado de Paris - assinado a 18 de abril de 1951 - que criou a Comunidade Europeia
do Carvão e do Aço (CECA) – o qual entrou em vigor em 1952

Fundadores da CECA: França; Alemanha (RFA); Itália; Bélgica; Países Baixos;


Luxemburgo

A ideia de colocar dois bens fundamentais à reconstrução da Europa ocidental (Carvão e Aço)
sob uma gestão comum foi proposta por Robert Schuman (ministro dos Negócios Estrangeiro
do governo francês), e tinha como objetivo a livre circulação do carvão e aço (bens
fundamentais à reconstrução) e livre acesso às fontes de produção.

Estrutura da CECA:
- Alta autoridade – composta por 9 membros designados pelos governos, mas independentes
destes;
- Conselho de Ministros;
- Assembleia;
- Tribunal de Justiça;
NOTA: Todos este órgãos eram supranacionais, ou seja, independentes dos governos.

O principal objetivo do tratado de Paris, ao criar um mercado único do carvão e do aço, era
contribuir para o crescimento económico, para a criação de emprego e para a melhoria do
nível de vida das populações dos países signatários.
A criação da CECA provou que era possível à Europa enveredar pela paz, pela cooperação e
pela solidariedade, abrindo o caminho para a futura constituição da CEE e servindo de modelo
para a mesma.

A Comunidade Económica Europeia (CEE)

Tratados de Roma - assinado a 25 de março de 1957

O Tratado de Roma instituiu:


A Euratom (CEEA, Comunidade Económica da Energia Atómica)
Comunidade Económica Europeia (CEE)
O tratado de Roma entrou em vigor a 1 de janeiro de 1958 e foi assinado pelos seis países
fundadores da CEE - França, Alemanha, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo e Itália.

Principais objetivos da CEE:

➔ Criação de uma união aduaneira: eliminação de direitos aduaneiros entre os países e criação
de pauta aduaneira externa comum sobre as importações. A união Aduaneira associa-se a uma
política comercial comum, gerida a nível da CEE e não a nível de cada Estado individualmente

➔ Construção de um mercado comum (alcançado em 12 anos em 3 etapas): os Estados-


membros aceitam a harmonização das suas políticas económicas e a abolição de obstáculos
que impedem a livre circulação de mercadorias, serviços, pessoas e capitais

➔ Adoção de políticas comuns: política comercial comum, política comum de transportes,


política agrícola comum e política comum de pescas

➔ Criação de um Fundo Social Europeu: melhorar o emprego e contribuir para a melhoria do


nível de vida

➔ Instituição de um Banco Europeu de Investimento (financiado por Estados-membros):


concede empréstimos para atividades relacionadas com a reestruturação económica,
especialmente regiões menos desenvolvidas

Ato Único Europeu


Os primeiros anos da década de 70 do século 20 revestiram-se de bastante otimismo para a
CEE. O processo de integração aprofundava-se, tal como previsto nos Tratados de Roma, e a
Comunidade aumentava o número de Estados-membros.

A 1 de janeiro de 1973, o Reino Unido, a Dinamarca e a Irlanda passaram a ser membros da


CEE. Esta passou de seis membros a nove, criando-se com este alargamento a expectativa de
um aumento do poder, da influência e da competitividade da Comunidade no cenário mundial.
Os anos que se seguiram a 1973 revelaram-se, no entanto, como um período de estagnação do
projeto europeu. As economias dos países-membros da CEE começam a dar alguns sinais de
abrandamento e de crise, cujas razões residem em fatores como:

A crise económica mundial associada à crise petrolífera (primeiro choque em 1973 e


segundo choque em 1979) que atingiu fortemente a Europa, dada a sua dependência
energética;
A intensificação da concorrência mundial, em particular dos países do Sudeste
Asiático;
A escassa flexibilidade do mercado de trabalho dos países-membros;
A menor capacidade de resposta às alterações da conjuntura internacional.

– A par da crise económica, a Comunidade passa também por uma profunda estagnação
institucional nos anos 70 do século xx, pois as instituições comunitárias mostravam-se
incapazes de tomar decisões. o que bloqueava todo o processo de integração.
Por outro lado, a construção do Mercado Comum, já prevista no Tratado de Roma, não tinha
sido alcançada, encontrando-se estagnada, devido aos vários entraves protecionistas
colocados à livre circulação por parte de alguns Estados-membros como reação à crise mundial
e aos anos turbulentos que se vivia.
De facto, não bastava eliminar os direitos aduaneiros, era também necessário uniformizar um
conjunto de especificações técnicas, como as normas de saúde, de higiene alimentar, de
segurança ou de execício de profissões, para que a livre circulação fosse uma realidade.

Os anos 80 do século xx foram marcados ainda pela adesão da Grécia, em 1981, e pelo
alargamento à Península Ibérica, com a adesão de Portugal e Espanha, a 1 de janeiro de 1986.
O alargamento da CEE a estes países do Sul, se, por um lado, ajudou a consolidar essas jovens
democracias, por outro, fez sobressair as desigualdades regionais existentes na Comunidade.
Face ao contexto interno e internacional, o aprofundamento do processo de integração
apresentava-se como o caminho mais eficaz para a Europa; para isso era necessário alargar as
áreas de competência da Comunidade aos domínios político, social e monetário.
Assim, sob proposta do então presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, inicia-se a
preparação do Ato Único Europeu, que constituiu a primeira alteração dos Tratados de Roma e
que viria a ser assinado em fevereiro de 1986, entrando em vigor a 1 de julho de 1987.

O Ato Único Europeu (assinado em fevereiro de 1986 – entrou em vigor em fevereiro de 1897)
Este eveu os Tratados de Roma que instituíram a Comunidade Económica Europeia (CEE) e
a Comunidade Europeia da Energia Atómica (EURATOM, CEEA).

– O objetivo era relançar a integração europeia e realizar/instituir o Mercado único Europeu


(um espaço sem fronteiras internas, em que existe livre circulação de mercadorias, pessoas,
serviços e capitais) até 1 de janeiro de 1993.

Objetivos:

➔ criação do Mercado Único Europeu (ou Mercado Interno) em 1993, devendo-se abolir todas
as barreiras físicas, técnicas e fiscais existentes entre os Estados-membros até ao fim de 1992;

➔ reforço da coesão económica e social;

➔ reforço da cooperação em matéria monetária - Sistema Monetário Europeu, com vista à


criação de uma União Monetária;
➔ harmonização das regras relativas às condições de trabalho, higiene e segurança;

➔ reforço da investigação e desenvolvimento tecnológico para aumentar a competitividade; ➔


proteção do ambiente - ações de prevenção e legislação comunitária;

➔ reforço da cooperação em matéria de política externa, para criar uma política externa e de
segurança comum;

➔ reforço das instituições comunitárias - alargamento dos poderes ao Parlamento Europeu e


das competências da Comissão Europeia.

O Mercado Único Europeu


O Mercado Único Europeu, ou Mercado Interno, foi instituído pelo Ato Único Europeu, que o
definiu como «um espaço sem fronteiras internas no qual a livre circulação das mercadorias,
das pessoas, dos serviços e dos capitais é assegurada». A criação do Mercado Único Europeu
permitiu:

➔ que os cidadãos europeus circulassem, residissem, trabalhassem ou estudassem em todo o


espaço comunitário;

➔ o crescimento do PIB da Comunidade;

➔ o aumento do número de postos de trabalho criados no espaço comunitário;

➔ a criação de mais prosperidade;

➔ o aumento do poder de atração do investimento estrangeiro para a Comunidade

➔ permitiu que as empresas expandissem os seus negócios, podendo criar economias de


escala

A União Europeia
Tratado da União Europeia ou Tratado de Maastricht - Assinado a 7 de fevereiro de 1992, entra
em vigor a 1 de novembro de 1993. - Instituiu a União Europeia (UE).
Abandona-se a lógica da integração apenas centrada na questão económica para se introduzir
também a via da integração política e social.

Este tratado assenta em 3 pilares da União Europeia:

- As Comunidades Europeias;

- A política externa e de segurança comum;

- A cooperação nos domínios da justiça e dos assuntos internos;


Aspetos mais relevantes introduzidos pelo Tratado de Maastricht:

➔ a definição das etapas da UEM;

➔ a definição dos critérios de convergência nominal;

➔ a introdução de novas políticas comuns;

➔ a criação de um Comité das Regiões e do Comité Económico e Social;

➔ o reforço dos poderes legislativos do Parlamento Europeu;

➔ a introdução do conceito de cidadania europeia.

A União Económica e Monetária (UEM)


- A UEM traduz-se no processo de harmonização das políticas económica e monetária dos
Estados-membros da UE com vista à criação de uma moeda única.

1ª fase - (1990 a 1993): estabelecimento da livre circulação de capitais entre os Estados-


membros.

2ª fase - (1994 a 1998): convergência das políticas económicas, criação do Instituto Monetário
Europeu (IME), início do processo de independência dos bancos centrais nacionais e instituição
do Banco Central Europeu (BCE).

3ª fase - Iniciada a 1 de janeiro de 1999: implementação de uma política monetária única,


fixação irrevogável das taxas de conversão das moedas nacionais relativamente ao euro em
todos os países da Área do Euro, sendo as suas moedas nacionais substituídas pelo euro,
entrada em circulação do euro sob a forma de moeda física, em janeiro de 2002.

Critérios de Convergência Nominal


€ Estabilidade dos preços : A taxa de inflação média, no ano anterior à avaliação, não
pode exceder em mais de 1,5 p.p. a taxa de inflação média dos três Estados-membros
com melhor resultado em termos de estabilidade dos preços;
€ Défice orçamental: O défice orçamental não pode exceder 3% do PIB;
€ Dívida pública: A dívida pública não pode exceder 60% do PIB;
€ Durabilidade da convergência : A taxa de juro a longo prazo, no período anterior à
avaliação, não pode exceder em mais de 2 p.p. a média da taxa de juro a longo prazo
dos três Estados-membros com melhores resultados em termos de estabilidade dos
preços;
€ Observância das margens de flutuação : Cumprimento das margens de flutuação
previstas pelo mecanismo das taxas de câmbio no SME, durante, pelo menos, dois
anos. (cumprimento das taxas de câmbio acordadas entre as moedas dos países
membros, com uma margem de flutuação permitida em torno dessas taxas).
A Área do Euro
Embora todos os Estados-Membros da União Europeia (EU) façam parte da União Económica
Monetária (UEM), nem todos são membros da Área do Euro/Zona Euro, (conjunto de países da
UE que adotaram o euro como moeda nacional).

Composta por 19 Estados-Membros: ➔ Portugal, Espanha, França, Alemanha, Áustria, Bélgica,


Países Baixos, Luxemburgo, Irlanda, Itália, Malta, Chipre, Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia,
Eslováquia, Eslovénia, Grécia

AS INSTITUIÇÕES DA UE

 Conselho Europeu - composto pelos chefes de Estado ou de Governo de cada um dos


Estados-membros da UE, pelo presidente do Conselho Europeu e da Comissão
Europeia. Com o Tratado de Lisboa (2009) o cargo de presidente do Conselho tornou-
se permanente e a tempo inteiro. Sede - Bruxelas
Função - Definir as orientações e prioridades políticas da União Europeia,
identificando os principais desafios da UE e definindo medidas a tomar

 Conselho da União Europeia - composto por um representante de cada Estado-


membro a nível ministerial de acordo com o assunto a tratar.
Funções - negociar e aprovar legislação, coordenar as políticas da UE,
participar nas decisões de política externa e de segurança comum seguindo
as orientações do Conselho Europeu, celebrar acordos nacionais, aprovar o
orçamento da UE

 Comissão Europeia - órgão executivo da União Europeia (poder legislativo); Composta


por um comissário de cada Estado-membro e tem sede em Bruxelas.
Funções - guardiã dos Tratados, aplicar políticas comuns, executar o
Orçamento, gerir fundos;

 Parlamento Europeu - instituição representativa dos cidadãos composta por 705


deputados eleitos pelos Estados-membros por sufrágio direto. Sede - Estrasburgo
(França)
Funções - aprovar e controlar a execução do Orçamento, debater e aprovar
legislação, exercer o controlo político sobre as instituições da UE, eleger o
presidente da Comissão Europeia e o provedor de Justiça Europeu

 Tribunal de Justiça da União Europeia - autoridade judiciária da UE. Composto por 27


juízes e 11 advogados-gerais. Sede - Luxemburgo
Funções - fiscalizar a legalidade dos atos das instituições, assegurar o respeito
das obrigações dos Tratados pelos Estados-membros, interpretar o direito da
UE a pedido dos juízes nacionais
Tribunal de Contas Europeu - guardiã das finanças. Sede - Luxemburgo
Função - fiscalizar as finanças da UE

Banco Europeu de Investimento - Centra os investimentos em projetos estruturais e


necessários ao desenvolvimento da União. Sede - Luxemburgo

Função - assegurar o financiamento da EU

Banco Central Europeu - instituição central da UEM.


Funções - formular e implementar a política monetária da Área do Euro
(estabilidade dos preços, operações cambiais) e desempenha funções de
supervisor bancário

O ORÇAMENTO DA UE
O orçamento é elaborado pela Comissão Europeia, sob a forma de projeto e apresentado ao
Conselho da União Europeia e ao Parlamento Europeu, para ser debatido, alterado (no caso de
existirem alterações) e posteriormente aprovado.

É um orçamento de investimento (destinado a financiar, programas e projetos de longo prazo -


ex: infraestruturas que não poderiam ser realizadas por um Estado individualmente). O
Orçamento está enquadrado no Quadro Financeiro Plurianual (QFP) ou Orçamento de longo
prazo (horizonte temporal de 7 anos).

Componentes do Orçamento da EU:


Receitas:

➔ direitos aduaneiros sobre importações provenientes de países terceiros;

➔ percentagem do IVA cobrado por cada Estado-membro;

➔ taxas sobre resíduos de embalagens de plástico não reciclados;

➔ contribuições nacionais (percentagem do RNBpm);

➔ outras receitas (impostos sobre os vencimentos dos funcionários da UE).

Despesas:

➔ financiamento das políticas e programas da UE;

Para o horizonte 2021-2027, o QFP define 7 categorias de despesa que serão também seguidas
em cada orçamento anual:

1. Mercado Único e Inovação e Digital - manter o bom funcionamento do Mercado Único,


apoiar a investigação (área da saúde) e facilitar a transformação digital;

2. Coesão, Resiliência e Valores - reforçar a coesão entre os Estados e reduzir as disparidades


regionais;
3. Recursos Naturais e Ambiente - proteção do ambiente e preservação dos recursos naturais;

4. Migração e Gestão das Fronteiras - reforço das fronteiras e desafios associados à migração;

5. Segurança e Defesa - reforçar a segurança e a proteção interna e externa dos cidadãos da


UE;

6. Vizinhança e Mundo - apoiar os países candidatos à UE e a programas de ajuda humanitária;

7. Administração Pública Europeia - despesas administrativas de todas as instituições da UE e


pagamento das pensões dos seus funcionários reformados.

A par deste orçamento, a UE aprovou ainda um instrumento de recuperação, o Próxima


Geração UE (recuperar dos efeitos económicos provocados pela pandemia COVID-19 e
promover a convergência real dos países da UE)

AS POLÍTICAS DA UE
Desde a formação da CEE, em 1958, esta fixou um conjunto de objetivos a alcançar, que foram
sendo alargados à medidade que o processo de integração se foi aprofundando;

A última revisão dos Tratados, o Tratado de Lisboa, refere os objetivos que a União Europeia
pretende alcançar:

➔ promover a paz, os seus valores e bem-estar dos povos ;

➔ reforçar a coesão económica, social e territorial e a solidariedade entre os membros ;

➔ favorecer o desenvolvimento sustentável (crescimento económico equilibrado, estabilidade


dos preços e economia de mercado extremamente competitiva, com emprego e progresso
social);

➔ fomentar o progresso científico e tecnológico Para alcançar estes objetivos, a UE dispõe de


um conjunto de políticas.

NOTA: Convergência real - reduzir o diferencial de desenvolvimento entre países e regiões da


UE

Política de Coesão económica, social e territorial


Pretende reduzir as disparidades regionais, de forma a que os Estados-membros e as regiões
menos desenvolvidas se aproximem do grau de desenvolvimento médio da UE, fomentando:

➔ o crescimento económico e a criação de emprego;

➔ a competitividade das empresas;

➔ o desenvolvimento sustentável e a proteção do ambiente;

➔ a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos da UE.

Apoios financeiros (Fundos Europeus Estruturais e de Investimento):


➔ Fundo para uma Transição Justa (FTJ) - para os territórios mais afetados pela transição para
uma economia com impacto neutro no clima. Investimentos para a 7 área da conectividade
digital, tecnologias de energia limpa, regeneração de instalações industriais e requalificação de
trabalhadores

➔ Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) - apoio a regiões menos


desenvolvidas e à reconversão das regiões industriais em declínio

➔ Fundo Social Europeu Mais (FSE+) - apoio a medidas para prevenir e combater o
desemprego, desenvolver os recursos humanos e promover a integração social no mercado de
trabalho

➔ Fundo de Coesão (FC) - apoio a projetos ambientais e no domínio das infraestruturas de


transportes, a criação de emprego e crescimento económico

Política Agrícola Comum (PAC) (Implementada em 1962)


Objetivos:

➔ apoiar os agricultores e melhorar a produtividade do setor agrícola (abastecimento estável


de alimentos a preços acessíveis);

➔ assegurar um nível de vida digno aos agricultores europeus;

➔ ajudar na luta contra as alterações climáticas e na gestão sustentável dos recursos naturais;
➔ conservar o espaço e as paisagens rurais em toda a UE;

➔ dinamizar a economia rural (emprego na agricultura, nas indústrias agroalimentares e nos


setores relacionados).

Fundos Estruturais e de Investimento

➔ Fundo Europeu Agrícola de Garantia (FEAGA) - apoios diretos aos agricultores, financia
ações de informação e promove os produtos agrícolas no mercado interno e externo;

➔ Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) - para melhorar a


competitividade da agricultura, modernizar as estruturas agrícolas, proteger a natureza e o
ambiente, apoiar as economias rurais e promover a qualidade de vida nas zonas rurais.

Política de emprego na EU
A Política de Emprego constitui uma competência de cada Estado-membro, mas a União
coordena as estratégias e ações de promoção de emprego e combate ao desemprego.
Objetivos:

➔ promoção e melhoria das competências dos trabalhadores;

➔ melhorar a integração dos desempregados de longa duração e apoiar os jovens a ingressar


no mercado de trabalho;

➔ promover a mobilidade dos trabalhadores na UE.

Fundos Estruturais e de Investimento:


➔ Fundo Social Europeu Mais (FSE+) e Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEG) -
apoiam os trabalhadores que perderam o emprego devido a grandes mudanças estruturais
relacionadas com a globalização e as alterações nos padrões do comércio mundial.

Política Monetária Europeia


Definida pelo Banco Central Europeu (BCE), pelo Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC –
todos os bancos centrais da UE) e o Eurosistema (bancos centrais da Área do Euro).

Objetivo:

➔ manter a estabilidade dos preços – tendo por isso fixado como objetivo a médio prazo
manter a taxa de inflação média anual (medida pelo IHPC) próxima (mas abaixo) de 2%,
evitando quer taxas de inflação elevadas quer muito baixas (deflação) e permitindo que a
variação do nível geral de preços ao longo do tempo seja baixa, estável e previsível.

Instrumentos utilizados para alcançar o objetivo:

➔ taxa de juro:

◆ operações de mercado aberto

◆ reservas mínimas obrigatórias

◆ facilidades permanentes de cedência/absorção de liquidez

ÁREA DO EURO: DESAFIOS ATUAIS


Reforçar o papel do euro a nível mundial
É necessário reforçar o papel do euro e manter a sua estabilidade como divisa internacional
para que os parceiros comerciais extra-UE aceitem pagamentos em euros, evitando assim os
custos e os riscos associados a comissões e transações cambiais para as empresas da Área
Euro, facilitando o comércio e o investimento.
Um euro mais forte e estável permite reforçar a Área do Euro na economia mundial e a
estabilidade económica da Área do Euro, tornando-a mais resistente a choques externos.

Estabilidade dos preços


Um desafio que se coloca à Área do Euro num horizonte de curto e médio prazos é a
manutenção da estabilidade dos preços, pois tem-se verificado, a partir de 2020, uma subida
da taxa de inflação. Está associada a fatores como:

➔ subida dos preços dos produtos energéticos nos mercados internacionais;

➔ aumento da procura face à abertura das economias após os confinamentos;

➔ a subida dos preços no produtor, resultante dos estrangulamentos verificados na oferta


mundial, como, no caso do petróleo e do gás natural.

Para contribuir para a recuperação das economias da Área do Euro, o BCE adotou um conjunto
de medidas de política monetária com vista a mitigar esses efeitos, nomeadamente:
➔ compra de ativos diretamente aos bancos comerciais - aumentando a liquidez dos bancos,
assegurando que estes continuassem a conceder crédito às empresas e às famílias e deste
modo a apoiar o crescimento económico

➔ manutenção das taxas de juro oficiais - níveis baixos para reduzir os custos de
financiamento, quer para as empresas quer para os privados, apoiando assim o investimento e
o consumo

➔ concessão de crédito (taxas favoráveis) - aos bancos comerciais para responder à escassez
de fundos de curto prazo, assegurando assim que os bancos têm liquidez suficiente para
continuar a conceder crédito às empresas mais atingidas, em especial as pequenas e as médias
empresas

➔ redução das reservas mínimas obrigatórias - dos bancos comerciais junto dos bancos
centrais nacionais, de forma a aumentar a sua liquidez e assim poderem apoiar a dinamização
das economias

Equilíbrio das finanças públicas


Para dar resposta aos enormes desafios que a pandemia colocou às economias da Área do
Euro, as regras de disciplina orçamental impostas pelos critérios de convergência nominal
foram aligeiradas e flexibilizadas.
À medida que os apoios à economia e aos cidadãos forem estabilizados para níveis pré-
pandemia, será necessário proceder ao processo de ajustamento orçamental da Área do Euro
e dos estados-membros que a compõem, ou seja, proceder à redução gradual dos défices
orçamentais.

Convergência real
O PIB por habitante é o indicador usualmente utilizado para avaliar a convergência real tem
vindo a aumentar desde a criação da Área do Euro, no entanto, a divergência entre os países
mantém-se.

Objetivo:

➔ Assegurar a homogeneização entre as economias dos diversos Estados-membros;

Produtividade do trabalho
O nível de produtividade influencia o crescimento económico de longo prazo e o aumento dos
níveis de rendimento e os padrões de vida da população. Entre 2010 e 2020, a produtividade
do trabalho por hora na Zona Euro foi sempre superior à verificada na UE-27, mas existem
diferenças entre os países constituintes da Área Euro, que estão associadas a fatores como a
inovação tecnológica ou a formação do capital humano e da classe empresarial.
UE: DESAFIOS ATUAIS A UE face à globalização
Um dos desafios colocados pela globalização é o das práticas comerciais desleais efetuadas por
países terceiros, como a prática de dumping, o que prejudica as empresas europeias. A UE tem
vindo a por em prática medidas antidumping.

Outro desafio é ao nível do emprego, já que as empresas europeias têm dificuldade em


competir com as empresas dos países com custos laborais mais baixos (direitos humanos,
normas ambientais e fiscais não seguem as mesmas regras que a UE). A UE reconhece a
necessidade de trazer de volta para a Europa a produção de alguns bens, reduzindo a
dependência da UE e promovendo a criação de empregos.

➔ Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEG) - apoia trabalhadores que estão em


transição para um novo emprego (educação e formação)

Respostas da UE face às alterações climáticas


Pacote Objetivo 55 - combater/ mitigar os efeitos da emissão de gases com efeito de estufa.

A longo prazo, a UE aprovou (dezembro de 2019), o Pacto Ecológico Europeu, estabelecendo o


ano de 2050 como o prazo limite para atingir a neutralidade climática, ou seja zero emissões
de gases com efeito de estufa. Medidas:

➔ desenvolvimento de indústrias mais sustentáveis (energias limpas e incentivar a


circularidade dos ciclos produtivos de forma a reduzir os desperdícios)

➔ transportes mais eficientes e amigos do ambiente (transporte ferroviário) tornando a


mobilidade mais sustentável

➔ agricultura mais sustentável, com uma forte componente biológica, que permita reduzir a
pegada ambiental da alimentação

➔ transição para energias limpas, utilizando principalmente fontes renováveis, de forma a


descarbonizar o sistema energético

O Pacto Ecológico Europeu é muito importante na transição para uma economia mais verde e
circular, permitindo à UE estimular o crescimento económico sustentável, contribuir para a
competitividade a longo prazo da economia, criar mais emprego e gerar benefícios sanitários e
ambientais para os seus cidadãos.

O envelhecimento demográfico da EU
A percentagem de pessoas com 65 ou mais em relação à população total está a aumentar. A
tendência de diminuição da população (taxa de natalidade baixa) e ao envelhecimento
demográfico (aumento da esperança média de vida) provocam diversas alterações,
nomeadamente:

➔ mercado de trabalho e na sua estrutura - população em idade ativa diminui e também


envelhece à medida que sobe no patamar da idade;

➔ sistemas de saúde - população mais idosa requer mais cuidados de saúde;


➔ sistemas de Segurança Social - devido ao pagamento de reformas e aos apoios e
infraestruturas sociais necessárias (lares, centros de dia, serviços de apoio domiciliário)

Apesar da UE não dispor de uma política demográfica comum, tem vindo a promover diversas
ações e recomendações para responder a este desafio demográfico:

➔ favorecer a renovação demográfica - melhoria da conciliação entre a vida profissional, vida


privada e vida familiar (atribuição de licenças parentais, organização do trabalho mais flexível)
e concessão de apoios familiares aos jovens casais para apoiar a natalidade;

➔ valorizar o trabalho através de mais emprego e de uma vida ativa mais longa (educação e
privilegiar sistemas que permitem melhores transições entre os ciclos da vida);

➔ lutar contra os preconceitos discriminatórios relativos aos cidadãos idosos e promover a sua
permanência no mercado de trabalho;

➔ promover estilos de vida que promovam a saúde e a atividade ao longo da vida;

➔ assegurar finanças públicas variáveis para garantir uma proteção social adequada e a
equidade entre as gerações em todos os Estados-membros

➔ melhorar a organização para receber e integrar os migrantes - política comum de imigração


legal (+ diversidade e lutar contra os preconceitos)

Desemprego na UE
A Comissão Europeia declarou o combate ao desemprego e a manutenção do emprego como
um desafio prioritário da sua agenda, em especial o desemprego jovem e o desemprego de
longa duração.

A UE tem implementado programas de combate ao desemprego, nomeadamente o dos


jovens, através do Pacote de Apoio ao Emprego dos Jovens, do qual se destaca o Programa
Garantia para a Juventude, que é apoiado financeiramente pela iniciativa para o Emprego dos
Jovens.

Combater o desemprego de longa duração constitui uma prioridade da UE, tendo sido
lançadas várias recomendações e programas, de forma a evitar que ocorra e a minimizar os
seus impactos, sendo estes:

➔ aumenta o risco de pobreza e exclusão social;

➔ não são utilizados todos os recursos disponíveis;

➔ cria desmotivação e falta de confiança, o que pode levar à saída permanente do mercado de
trabalho.

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