Direito Da Unià o Europeia - Resumos

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Gabriela Mendes | Direito da União Europeia

I. A INTEGRAÇÃO EUROPEIA
[muito importante, tem saído sempre uma das fases e os objetivos]

1. Os objetivos das Comunidades Europeias

Todos os Tratados comunitários institutivos visavam os mesmos objetivos


iniciais:

• a expansão económica e o aumento do nível de vida dos cidadãos


• uma união pacífica entre os povos europeus

Atualmente, aqueles que eram os “princípios fundamentais” passaram a


ser “valores” da União Europeia, que substituiu e sucedeu à Comunidade
Europeia, encontram-se previstos no art. 2.º do TUE e concretizados no art. 3.º
números 1 e 5 do TUE.

A criação da Comunidade Económica Europeia, 1957, teve então


objetivos económicos, sociais e políticos como objetivos imediatos (ou a curto
prazo), traduzidos na criação de uma União Económica e Monetária.

Subjacente à criação da Comunidade esteve sempre o objetivo mediato


(ou a longo prazo) de criação de uma União Europeia, eventualmente de caráter
feudal, semelhante a uma federação de Estados.

Nos art. 2.º a 6.º do TFUE encontram-se as competências atribuídas à


União Europeia para a prossecução dos seus objetivos.

Hoje, a União Europeia estabelece um mercado interno, nos termos do


art. 3.º número 3 TUE e uma união económica e monetária, nos termos do art.
3.º número 4 TUE.

A definição dos objetivos reveste-se de uma importância fundamental, na


medida em que permite:

• delimitar a sua esfera de competências com o necessário rigor

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• apurar com mais segurança o sentido e o alcance dos textos que a


regem
• avaliar da adequação de meios ou instrumentos de ação de que a
organização dispõe para o cumprimento desses objetivos e
eventualmente para lhe facultar o recurso a competências não
expressamente previstas mas necessárias à prossecução dos
objetivos estatutariamente fixados

2. As fases da integração

a) Zona de Comércio Livre

Encontramos uma livre circulação de mercadorias, sem restrições


quantitativas e sem direitos aduaneiros entre os Estados que dela fazem parte,
embora cada Estado prossiga com a sua política aduaneira e comercial nas
fronteiras externas em relação aos países não associados, determinando-se
regras de origem para distinguir os produtos em livre circulação e fixando os
níveis de proteção aduaneira que entende. Mantêm-se por isso os
procedimentos nas fronteiras internas para assegurar essa distinção.

Em todo o caso, apresenta a desvantagem de os países com uma pauta


aduaneira mais baixa serem entrepostos preferenciais de entrada de
mercadorias na zona de comércio livre, uma vez que cada Estado participante
mantém a sua completa liberdade de ação nas suas relações com terceiros
países, o que a determinação da origem de produtos pretende evitar mas é difícil
fazer a prova de origem dos produtos.

b) União Aduaneira

Uma união aduaneira, art. 3.º número 1, alínea a) e 28.º TFUE, comporta
a livre circulação de mercadorias em geral, independentemente da sua origem,
desde que colocados em livre prática nos Estados-membros. Verifica-se também

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uma política comercial comum, traduzida na aplicação de uma pauta única face
ao exterior e na negociação conjunta de qualquer acordo com países terceiros e
ainda uma política aduaneira comum, art. 30.º a 32.º TFUE.

O objetivo fixado foi alcançado pela Comunidade em 1968 e prosseguido


até fazer funcionar a totalidade dos sistemas aduaneiros como se fossem um só.
As políticas aduaneiras e comercial, art. 206.º e 207.º TFUE, são comuns pelo
que deixam de ser necessárias regras para determinar a origem dos produtos,
tornando menos relevantes as fronteiras internas, art. 34.º e 35.º TFUE.

O prosseguimento desta política aduaneira comum, aplicável em todas as


fronteiras da União, depende não só da evolução da integração interna mas
também de negociações a nível internacional. Os resultados consistem na
multiplicação do comércio intracomunitário e das trocas da CEE com os países
terceiros.

Esta fase de integração foi alcançada de forma faseada:

• uma primeira etapa entre 1958-1961 – redução dos direitos


aduaneiros internos, aumento dos contingentes globais de
importação e aproximação das legislações aduaneiras
• uma segunda etapa entre 1962-1966 – acentuar das vertentes
anteriores e criação de uma pauta aduaneira comum
• uma terceira etapa entre 1967-1969 – eliminação dos direitos
aduaneiros internos, contingentes e todos os entraves à
liberdade comercial no interior da Comunidade, aplicação
generalizada da pauta aduaneira comum e livre circulação de
pessoas e bens

c) Mercado Comum

A noção de “mercado comum” coincide com a de “mercado único


europeu”.

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Existe uma livre circulação de pessoas, de serviços e de capitais que


implica a adoção de políticas comuns* e ainda a harmonização de legislações,
no mais vasto mercado do mundo industrializado. A coordenação fiscal é
também indispensável ao bom funcionamento de um mercado comum, art. 110.º
a 113.º TFUE. A política social destina-se a efetivar os fins sociais previstos no
Tratado, promovendo a melhoria das condições de trabalho, a segurança e a
saúde dos trabalhadores, art. 151.º a 161.º TFUE. Para que a Europa atinja o
maior desenvolvimento possível precisa de investir e coordenar as suas forças
em matéria de investigação e desenvolvimento económico, art. 179.º a 190.º
TFUE. Com o ambiente poluído não há progresso económico e social, art. 191.º
a 193.º TFUE. A qualidade de vida e a saúde devem ser protegidas, art. 168.º
TFUE. A Europa só poderá caminhar se houver igualdade das suas regiões e
Estados, a correção das assimetrias e desequilíbrios regionais é feita pela
Comunidade através de medidas de coesão económica e social, art. 174.º a
178.º TFUE.

 política agrícola comum, art. 38.º a 44.º TFUE


 política comercial comum, art. 206.º e 207.º TFUE
 política da concorrência, art. 101.º a 109.º TFUE
 política de transportes, art. 90.º a 100.º TFUE

A supressão das barreiras aduaneiras intracomunitárias e o


estabelecimento de uma pauta aduaneira comum em relação aos países de fora
da CEE foram objetivos atingidos em 1968 mas apenas em alguns aspetos:
outros entraves às trocas impediam a completa realização de um mercado
comum, tais como as especificações técnicas, as normas de saúde e de
segurança, a regulamentação nacional respeitante ao exercício das profissões,
o controlo dos câmbios, tudo a restringir a livre circulação das pessoas, das
mercadorias e dos capitais.

As barreiras existentes num espaço internacional não integrado


economicamente permitem constatar a complexidade da empresa permanente
de fazer dos mercados nacionais dos países membros da União Europeia um
mercado comum, um espaço económico liberalizado e integrado em que os
produtores de cada país possam, com inteira liberdade de movimentos, atingir

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os consumidores dos outros países membros, beneficiando, em qualquer deles,


de um tratamento não discriminatório em relação aos seus concorrentes.

A noção de mercado comum comporta a eliminação de todos os entraves


às trocas intercomunitárias tendo em vista a fusão dos mercados nacionais num
mercado único que funcione em condições tão próximas quanto possível das de
um verdadeiro mercado interno.

d) Mercado Interno ou Único

O mercado interno, art. 3.º número 3 TFUE, implica não só a livre


circulação dos bens mas também a livre circulação dos diversos fatores de
produção: trabalho, capitais e iniciativas empresariais traduzidas no exercício
das liberdades de estabelecimento e de prestação de serviços..

Como estádio de integração qualitativa e quantitativamente superior,


acresce aos elementos do mercado comum a restrição de barreiras técnicas.
Alcançado em 1993, só pode ser prosseguido no interior de um território em
cujas fronteiras externas sejam aplicadas regras comuns com base estável para
uma integração mais desenvolvida. Desaparecem as formalidades fronteiriças
embora pontualmente se mantenham controlos no âmbito da luta contra a droga
ou emigração ilegal. À medida que o mercado interno se foi desenvolvendo,
verificou-se a necessidade de implementar gradualmente outras políticas
comuns, indispensáveis ao seu bom funcionamento.

A União Europeia dispõe hoje de competências partilhadas com os


Estados-membros, art. 4.º número 2 TFUE. Esta adota as medidas destinadas a
estabelecer o mercado interno, que compreende um espaço sem fronteiras
internas, no qual a livre circulação das mercadorias, das pessoas, dos serviços
e dos capitais é assegurada de acordo com as disposições do Estrados, art. 26.º
números 1 e 2 TFUE.

Enquanto a maioria dos obstáculos à livre circulação das pessoas,


serviços, bens e capitais esteja a ser eliminada, em certos domínios a situação

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ainda não é satisfatória, o que sublinha a ideia da permanente construção de


cada uma destas etapas, numa dependência permanente.

e) União Económica e Monetária

A União Económica e Monetária caracteriza-se por uma política


económica e monetária comum e um sistema de câmbios fixos sob uma
autoridade monetária comum, o Banco Central Europeu, com convertibilidade
obrigatória e ilimitada entre as diferentes moedas nacionais e uma moeda única
emitida por um banco central.

Esta fase reúne 3 elementos: (1) uma moeda única, (2) uma política
monetária unificada e (3) um controle comunitário das taxas de câmbio e reservas
monetárias. Pressupõe a centralização de decisões sobre os principais objetivos
económicos a atingir: pleno emprego, estabilidade de preços, taxa de
crescimento, níveis de inflação.

O Tratado de Maastricht previu pormenorizadamente a construção


faseada da União Económica e Monetária:

Fase I – Coordenação e liberalização financeira

Fase II – criação de novas estruturas

Fase III – transferência de responsabilidades

Euro – moeda única

A 1 de janeiro de 2002 entraram em circulação as notas e moedas


de euros, fazendo desaparecer progressivamente as 12 moedas
nacionais (escudo, marco alemão, franco francês, franco belga, franco
luxemburguês, florim holandês, lira italiana, peseta espanhola, dracma
grego, xelim austríaco, marca finlandesa).

Em 2017 eram 19 os países aderentes, art. 5.º número 1, 2.º


parágrafo TFUE (França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda e

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Luxemburgo, Irlanda, Portugal, Espanha, Áustria, Finlândia e Grécia logo


em 2002, Eslovénia em 2007, Chipre e Malta em 2008, Eslováquia em
2009, Estónia em 2001, Letónia em 2014 e Lituânia em 2015), sendo que
outros países optaram por ficar de fora (Reino Unido, Dinamarca, Suécia).

Pode considerar-se que o euro é um dos símbolos mais concretos


da União Europeia, art. 3.º número 4 TUE e Declaração n.º 52 anexa aos
Tratados.

f) União Política: objeto mediato

Há autores que consideram que a Europa já se encontra numa União


Política, outros que consideram que ainda se encontra numa União Económica
e Monetária.

II. AS INSTITUIÇÕES DA UNIÃO EUROPEIA


[muito importante, principalmente as quatro primeiras instituições, tem saído sempre a
questionar uma dessas]

As originais três Comunidades Europeias (CECA, CE e CEEA)


inauguraram um conceito de organizações de integração. São associações de
Estados e, apenas em certa medida, correspondem ao conceito clássico de
organizações intergovernamentais, como associações permanentes de Estados
soberanos instituídas por tratados internacionais com vista à prossecução de
objetivos comuns aos seus membros, através de órgãos próprios habilitados a
exprimir em conformidade com o respetivo ato constitutivo e com as regras do
DIP, uma vontade própria juridicamente distinta da dos Estados que as compõe.
Cabe aos órgãos representativos da hoje União Europeia exprimir, no âmbito
das respetivas competências e na conformidade do direito europeu, a vontade
destas organizações.

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Uma das características essências de uma organização internacional é a


existência de uma estrutura orgânica permanente e independente, graças à qual
adquire a necessária estabilidade e continuidade para alcançar os seus objetivos
e permite distinguir a estrutura dos outros instrumentos da cooperação
intraestadual, como as conferencias intergovernamentais ou congressos.

Esta nova ordem jurídica vai atuar através de instituições, órgãos e


organismos da União Europeia, art. 13.º número 1 TUE: o Parlamento Europeu,
o Conselho, a Comissão Europeia, o Conselho Europeu, o Tribunal de Justiça,
o Tribunal de Contas e o Banco Central Europeu.

a) Parlamento Europeu

Génese

O Parlamento Europeu é uma das instituições originárias das


Comunidades Europeias e encontra a sua legitimidade nos cidadãos da
União Europeia. Encontra-se regulamentado nos art. 13.º números 1 e 4
e 14.º TUE e art. 223.º a 234.º TFUE.

Composição

O Parlamento é constituído por 750 deputados mais o Presidente, 751 no


total, art. 14.º número 2 TUE. Atualmente constam apenas 705 deputados,
após a saída do Reino Unido, e Portugal possui 21 deputados. Os
eurodeputados agrupam-se por filiação política e não por nacionalidade.
A eleição do Presidente realiza-se através de sufrágio secreto, livre e
direto, para um mandato de 5 anos, art. 14.º número 3 TUE. É o único
Parlamento que não pode ser dissolvido. O Presidente e a sua Mesa são
eleitos pelos seus pares, art. 14.º número 4 TUE.

Sede

Com sede em Estrasburgo, França, realiza muitas das sessões em


Bruxelas, Bélgica e alguns serviços no Luxemburgo.

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Funcionamento

O Parlamento goza de poder de autorregulação e estabelece o seu


regulamento interno, art. 231.º e 232.º TFUE. Funciona como um
Parlamento nacional, em plenário ou em comissões parlamentares, art.
14.º número 4 TUE. Por regra, a deliberação é feita por maioria absoluta
de votos expressos, art. 231.º TFUE, sendo diferente nos casos em que o
Tratado prevê outra regra. As atas dos trabalhos são publicados no Jornal
Oficial, art. 232.º, 2.º parágrafo TFUE.

Competências

As competências do Parlamento encontram-se no art. 14.º número 1 TUE


e têm vindo a aumentar gradualmente.

(poderes principais..)

- poder de legislativo com o Conselho: poder de co-decisão legislativa com


o Conselho, o agora chamado processo legislativo ordinário, art. 294.º
TFUE

- poder de controlo político: poder de controlo político sobre a Comissão,


de investidura e censura, art. 225.º e 234.º TFUE

- poder orçamental: poder de co-decisão orçamental com poder de


aprovação final do orçamento geral das Comunidades, art. 314.º número
4 TFUE; dá quitação quanto à execução do orçamento, art. 319.º TFUE;
tem de aprovar o quadro financeiro plurianual, art. 312.º TFUE

- poder consultivo: participa na elaboração dos atos normativos do


Conselho e da Comissão através da consulta obrigatória ou facultativa;
emite pareceres consultivos não vinculativos, art. 27.º, 41.º e 4.º TUE;
caso não tenha sido consultado em situação de consulta obrigatória, o
ano normativo adotado pode ser anulado mediante recurso de anulação,
art. 263.º TFUE; é consultado essencialmente na elaboração dos atos de
direito derivado, art. 288.º TFUE

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(outros poderes..)

- poder de eleger o presidente da Comissão: conforme indicação do


Conselho, art. 17.º número 7, 1.º parágrafo TUE

- direito de nomear o Provedor de Justiça, art. 228.º TFUE

- poder de cooperação com o Conselho

- direito de solicitar propostas à Comissão, art. 225.º TFUE

- direito de constituir comissões de inquérito: temporárias, art. 226.º TFUE

- direito de receber petições, art. 227.º e 24.º, 4.º parágrafo TFUE

- direito de informação: total e completo sobre os acordos internacionais


em celebração, art. 218.º número 10 TFUE

b) Conselho Europeu

Génese

Com a necessidade sentida pelos membros das Comunidades de


reunirem ao mais alto nível, para harmonizar as políticas dos Estados-
membros em domínios subtraídos dos Tratados comunitários, foi criado o
Conselho Europeu. Não se encontrava previsto nos Tratados institutivos
das Comunidades Europeias e como tal não era uma instituição
comunitária. No entanto, interferia no funcionamento comunitário e era
considerado um órgão da União Europeia, ficando consagrado
formalmente com o Tratado de Lisboa. Atualmente, é uma instituição da
União Europeia. Encontra-se regulamentado nos art. 13.º número 1 e 15.º
TUE e art. 235.º e 236.º TFUE.

Composição

O Conselho Europeu é composto por:

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- Chefes de Estado ou Chefes de Governo dos Estados-membros

- Presidente do Conselho

- Presidente da Comissão

Pode ainda ocorrer a participação do Alto Representante da União para


os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, art. 15.º números 2
e 3 TUE, e a convocação do Presidente do Parlamento Europeu.

Sede

Sediado em Bruxelas, esta fixação provém do Tratado de Nice.

Funcionamento

As reuniões ordinárias do Conselho Europeu realizam-se


semestralmente, 2 vezes cada semestre (4 ao ano) e extraordinariamente
além disso sempre que for necessário discutir questões urgentes. As
decisões são geralmente tomadas por consenso, sem recurso à votação.
Nos casos em que é chamado a votar, delibera por unanimidade, maioria
simples ou maioria qualificada, sendo que apenas os Chefes de Estado
ou de Governo têm direito de voto. O Presidente do Conselho Europeu é
eleito para um mandato de dois anos e meio, art. 15.º números 5 e 6 TUE
e pode ser demitido pelo Conselho Europeu.

Competências

Não tem poder legislativo, art. 15.º número 1 TUE, tomando decisões de
natureza essencialmente política. Assim, as suas atribuições dizem
respeito:

- ao plano institucional, art. 16.º números 6 e 9, 17.º número 7 e 18.º


número 1 TUE e art. 236.º, 269.º e 283.º TFUE

- aos Estados-membros, art. 17.º números 2 a 5 TUE e art. 354.º TFUE

- à política externa e de segurança comum, art. 21.º número 1, 26.º


número 1 e 31.º número 1 TUE

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- à revisão aos Tratados, art. 48.º número 2 TUE

- à adesão ou saída de Estados-membros, art. 49.º e 50.º TFUE

- ao espaço de liberdade, segurança e justiça da União, art. 68.º TFUE

- à coordenação das políticas económicas dos Estados-membros, art.


120.º e 121.º número 2 TFUE

- emprego, art. 148.º TFUE

c) Conselho da União Europeia [muito provável ser esta a instituição questionada


devido à tomada de posse da presidência por Portugal]

Génese

Representa os Estados a nível ministerial. Começou por ser o Conselho


das Comunidades, passando depois a Conselho da União Europeia, uma
instituição intergovernamental, um autêntico órgão político da União
Europeia. Encontra-se regulamentado nos art. 13.º números 1 e 4 e 16.º
TUE e art. 237.º a 243.º TFUE.

Composição

É composto por um representante de cada Estado, designado por cada


Governo a nível ministerial, art. 16.º número 2 TUE. Em regra, os
representantes são os Ministros dos Negócios Estrangeiros de cada
Estado. A presidência é assegurada rotativamente por cada um dos
Estados-membros, por um período de 6 meses, art. 16.º número 9 TUE.
Originalmente a rotação fazia-se por ordem alfabética dos Estados,
atualmente é fixada pelo próprio Conselho através de decisão.

Funcionamento

As reuniões têm habitualmente lugar em Bruxelas e são marcadas com


interferência dos Estados-membros. São pontuais, apesar de poderem
chegar às 200 por ano. O Conselho conta com um órgão auxiliar, o Comité

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dos Representantes Permanentes (COREPER), art. 16.º número 7 TUE e


art. 240.º número 1 TFUE, e também pelo Secretariado-Geral, art. 240.º
número 2 TFUE. O regulamento interno do Conselho da Europa é
aprovado pelo art. 240.º número 3 TFUE. Regra geral, as deliberações
são tomadas por maioria qualificada, art. 16.º número 3 TUE, para um
total de votos de 345. Podem também ser tomadas por maioria simples
de 14 membros, art. 238.º TFUE ou por unanimidade, em situações
ligadas a interesses vitais dos Estados-membros como a fiscalidade, a
segurança, a adesão de novos membros ou a guerra e a paz.

Competências

O Conselho tem funções predominantemente legislativas, art. 16.º


número 1 TUE.

d) Comissão Europeia

A Comissão Europeia (CE) é um dos elementos principais da estrutura


orgânica da União, art. 13.º número 1 TUE, e representa os interesses próprios
desta como um verdadeiro órgão supranacional, art. 17.º número 1 TUE.

Os seus membros são cidadãos dos países que integram a União mas
não devem orientar-se pela prossecução dos interesses nacionais dos
respetivos Estados, art. 17.º número 3 TUE.

Génese

Com a criação da primeira Comunidade, a CECA, surgiu a Alta Autoridade


com funções de caráter supranacional. Com a redação dos tratados
seguintes, CEE e CEEA, a designação mudou para Comissão. Mais tarde,
para Comissão das Comunidades Europeias. Com o TUE, a Comissão
passou a ter competências no quadro da União Europeia, fora das
Comunidades, e hoje designa-se por Comissão Europeia ou Comissão.
Encontra-se regulamentada nos art. 13.º números 1 e 4 e 17.º TUE e art
244.º a 250.º TFUE.

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Composição

A Comissão é composta por comissários, órgão de pessoas escolhidas


segundo critérios de independência, “empenhamento europeu” e
competência, art. 17.º número 3, 2º parágrafo TUE. Essas qualidades
devem manter-se intactas, quer durante o exercício das funções, art. 245.º
TFUE, quer após a cessação das mesmas, art. 247.º TFUE. Atualmente,
cada Estado-membro dispõe de um comissário na Comissão, sendo então
a Comissão composta por 26 membros, após a saída do Reino Unido da
União. A nomeação destes membros processa-se de acordo com o art.
17.º do TUE. O mandato dos comissários é de 5 anos, art. 17.º número 3
TUE. O Presidente da Comissão tem funções próprias de liderança, art.
248.º TFUE, de caráter político, jurídico e funcional. É também membro
do Conselho Europeu, ainda que sem direito de voto no mesmo.

Funcionamento

As deliberações são tomadas por maioria simples, art. 250.º TFUE. Cabe
ao Presidente convocar as reuniões, justificar as faltas, adotar a ordem de
trabalhos da reunião, propor outros assuntos e registar o resultado das
deliberações, art. 5.º a 8.º do Regulamento Interno. No seu conjunto, a
Comissão é responsável perante o Parlamento Europeu, art. 17.º número
8 TUE, que lhe pode votar uma moção de censura, art. 234.º TFUE. Seno
aceite a moção, coisa que até hoje nunca aconteceu, a Comissão é
demitida em bloco.

Competências

O art. 17.º números 1 e 2 TUE consagra as competências da Comissão:

- promove o interesse geral da União

- guardiã dos tratados, art. 258.º, 263.º e 265.º TFUE

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e) Tribunal de Justiça da União Europeia

Génese

O Tribunal de Justiça da União Europeia, art. 19.º TUE e 251.º e seguintes


TFUE, não é apenas uma jurisdição administrativa interna mas uma
verdadeira jurisdição comunitária.

Composição

Começou por ser composto por 7 juízes e 2 advogados-gerais.


Atualmente é composto por 26 juízes, um de cada Estado-membro, art.
19.º número 2, 1º parágrafo TUE, e 11 advogados-gerais, ambos
designados de comum acordo pelos governos dos Estados-membros, art.
255.º TFUE.

Sede

Sediado em Luxemburgo.

Funcionamento

Os mandatos têm a duração de 6 anos, art. 253.º TFUE, com uma


renovação parcial dos seus membros de 3 em 3 anos. As deliberações
são tomadas pela maioria dos juízes presentes, de forma secreta.

Competências

Exerce a função judicial, ainda que não seja a única estrutura orgânica de
efetivação judicial do DUE pois os tribunais nacionais são os tribunais
comuns do Direito comunitário, art. 4.º número 3 TUE e 19.º número 1, 2º
parágrafo TFUE.

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f) Banco Central Europeu

Génese

Sendo um elemento necessário à construção da União Económica e


Monetária, o Banco Central Europeu é uma instituição desde o Tratado de
Lisboa e a única com personalidade jurídica própria. Encontra-se
regulamentado no art. 13.º números 1 e 3 TUE e art. 282.º a 284.º TFUE.

Composição

É composto por dois órgãos: pelo Conselho do Banco Central Europeu,


composto pelos (19) governadores dos bancos centrais nacionais dos
Estados-membros cuja moeda seja o euro, e pela Comissão Executiva do
Banco Central Europeu, comporta por um presidente, um vice-presidente
e 4 vogais, que fazem por sua vez parte integrante do Conselho, art. 283.º
números 1 e 2 TFUE e art. 10.º e 11.º dos Estatutos.

Sede

Sediado em Frankfurt, na Alemanha.

Funcionamento

O sistema de votação é rotativo. Desta forma, as cinco maiores economias


da zona euro (Alemanha, França, Itália, Espanha e Holanda) irão partilhar
4 votos de forma rotativa de cinco em cinco votações, votando também 11
dos restantes 14 países. As reuniões ocorrem com intervalos de 6
semanas.

g) Tribunal de Contas Europeu

Génese

Os tratados institutivos da União Europeia não previam a existência de um


Tribunal de Contas, tendo a sua existência sido consagrada apenas em
1977 pelo Tratado de Bruxelas.

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Composição

É constituído por um nacional de cada Estado-membro, nomeado por


períodos renováveis de 6 anos após deliberação do Conselho tomada por
maioria qualificada com consulta não vinculativa do Parlamento Europeu.

Sede

Sediado em Luxemburgo.

Funcionamento

O Presidente é eleito pelos seus pares, para mandatos de 3 anos,


podendo ser reeleito. O Regulamento Interno é estabelecido pelo p´roprio
Tribunal.

Competências

Tem como missão a fiscalização das contas da Comunidade Europeia e


velar pela correta aplicação das regras orçamentais das Comunidades,
examinando a totalidade das receitas e das despesas.

Os tratados preveem ainda um conjunto de órgãos auxiliares ou


complementares e comités de diversa natureza. Entidades que cooperam com a
União Europeia no espaço internacional, outras pessoas jurídicas, agencias e
organismos especializados. Encontram-se no art. 13.º números 1 e 4 TUE alguns
órgãos auxiliares: COREPER, Comité Económico e Social e Comité das
Regiões.

h) COREPER

Composto por representantes permanentes dos Estados-membros junto


do Conselho, coadjuva este e prepara as suas decisões, art. 16.º número 7 TUE
e art. 240.º número 1 TFUE. É presidido pelo representante permanente do
Estado-membro que assegura a presidência do Conselho. As suas

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competências e funcionamento vêm regulamentados no Regulamento Interno do


Conselho.

i) Comité Económico e Social

Sediado em Bruxelas e previsto desde o tratado originário, art. 13.º


número 2 TUE e art. 300.º número 2 TFUE, é um órgão consultivo das
instituições com poder nos processos de decisão comunitários. É composto por
326 membros nomeados pelo Conselho, art. 301.º e 302.º número 2 TFUE, para
um período de 5 anos renováveis. Dispõe do poder de auto-organização e
estabelece o seu regulamento interno, art. 303.º, 2º parágrafo TFUE. Como
órgão consultivo, dá pareces quando solicitados pelo Conselho, pelo Parlamento
Europeu ou pela Comissão. Nos casos em que a consulta é obrigatória, a sua
não audição causa a sujeição do ato a recurso de anulação, art. 263.º TFUE.
Encontra-se regulamentado no art. 13.º número 4 TUE e art. 301.º a 304.º TFUE.

j) Comité das Regiões

Criado pelo Tratado de Maastricht, é um órgão auxiliar do Conselho e da


Comissão, art. 13.º número 4 TUE e art. 300.º número 3 TFUE. Sediado em
Bruxelas, na Bélgica, detém apenas de poder consultivo para auxiliar os três
órgãos institucionais deliberativos mas a sua participação consultiva é, por
vezes, obrigatória. É formado por 329 membros, art. 305.º, 2º parágrafo TFUE,
representantes das coletividades locais, pré-designados pelos Estados e
nomeados pelo Conselho para mandatos de 5 anos renováveis. Tem estatuto de
independência funcional face aos outros órgãos comunitários e aprova o seu
regulamento interno, art. 306.º, 2º parágrafo TFUE. Encontra-se regulamentado
no art. 13.º número 4 TUE e art. 300.º e 305.º a 307.º TFUE.

Existem ainda outras entidades:

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k) Provedor de Justiça Europeu

O Provedor de Justiça está previsto desde o TUE, é nomeado pelo


Parlamento Europeu, art. 24.º, 3º parágrafo e art. 228.º TFUE e art. 177.º do
Estatuto do PE. Procede à publicação de um relatório anual nos termos do art.
228.º número 1 TFUE e do art. 3.º, 7º parágrafo do Estatuto do Provedor de
Justiça Europeu. O seu endereço oficial é em Estrasburgo, na França.

l) Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política


de Segurança e o Serviço Europeu para a Ação Externa

O cargo do Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros


e a Política de Segurança e o Serviço Europeu para a Ação Externa foi criado
pelo Tratado de Lisboa. É nomeado pelo Conselho, art. 18.º número 1 TUE. O
seu titular preside à formação do Conselho relativa aos Negócios Estrangeiros,
art. 236.º TFUE, é um dos vice-presidentes da Comissão, art. 18.º números 3 e
4 TUE e participa nos trabalhos do Conselho Europeu, art. 15.º número 2 TUE.
O Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de
Segurança representa a União nestas matérias, art. 27.º número 2, 26.º número
3 e 24.º número 1, 2º parágrafo TUE, e conta com um corpo de funcionários para
a ação externa, art. 27.º número 3 e 26.º número 3 TUE.

III. Os procedimentos legislativos


[muito importante, tem saído muitas vezes]

O Tratado de Lisboa fortaleceu o equilíbrio institucional da União na


medida em que reforçou as principais funções de cada uma das instituições
políticas.

2020/2021
Gabriela Mendes | Direito da União Europeia

Na repartição das responsabilidades entre as instituições europeias, cabe


à Comissão Europeia a responsabilidade de dar início ao processo legislativo. O
Conselho da União Europeia e o Parlamento Europeu tomam uma decisão sobre
as propostas da Comissão. Os Estados-membros são responsáveis pela
aplicação correta e atempada do DUE no âmbito da ordem jurídica nacional. A
Comissão tem o papel final: uma vez as suas propostas aprovadas como DUE,
verifica se os Estados-membros o aplicam corretamente e toma medidas se tal
não for o caso.

O processo legislativo europeu assume como característica essencial o


facto de se tratar de um processo negocial que apela à participação das
instituições europeias, dos Estados-membros e dos cidadãos. Há um processo
legislativo ordinário embora continuem a existir especificidades procedimentais
em diversas matérias. É o próprio Tratado que diz quando se aplica o processo
legislativo ordinário, art. 294.º TFUE, e quando se aplica o processo legislativo
especial, art. 289.º números 1 e 2 TFUE.

Em regra, a adoção de um ato inicia-se com a iniciativa da Comissão, art.


17.º número 2 TUE, que a apresenta ao Conselho e ao Parlamento Europeu,
respeitando as competências especificas de cada órgão e de acordo com o
principio da proporcionalidade e da subsidiariedade.

1. Processo legislativo ordinário, art. 294.º TFUE [é preciso referir o art. e


saber as características essenciais do processo (resumo está em cima), não é preciso
explicá-lo mais que isso]

2. Processo legislativo especial [não é preciso explicar, temos apenas de


explicar a regra (processo legislativo ordinário)]

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Gabriela Mendes | Direito da União Europeia

IV. Fontes de Direito da União Europeia

1. Fontes escritas

..internas..

a) Direito originário da União Europeia

Consiste no direito criado pelos Estados-membros através de tratados


internacionais, constituído pelas normas que criaram as Comunidades Europeias
e a União Europeia. Assim, aqui se incluem:

• tratados que instituíram as Comunidades e a União Europeia (1)


• tratados de revisão, art. 48.º TUE (2)
• tratados de adesão, art. 49.º TUE (3)
• outros tratados que alteraram disposições originárias, art. 50.º
TUE
• atos de valor idêntico

(1) Tratados institutivos

• Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, CECA


• Comunidade (Económica) Europeia, CE
• Comunidade Europeia da Energia Atómica, CEEA

(2) Alterações aos Tratados

• Ato único Europeu, 1986


• Tratado da União Europeia ou Tratado de Maastricht, 1992
• Tratado de Amesterdão, 1997
• Tratado de Nice, 2001
• Tratado de Lisboa, 2007

(3) Tratados de adesão

• Tratado de Bruxelas, 1979: Reino Unido, Dinamarca e Irlanda


• Tratado de Atenas, 1979: Grécia

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• Tratado de Lisboa e Tratado de Madrid, 1985: Portugal e Espanha


• Tratado de Corfu, 1994: Áustria, Suécia e Finlândia
• Tratado de Atenas, 2003: Estónia, Polónia, República Checa, Eslovénia,
Hungria, Letónia, Lituânia, Eslováquia, Malta, Chipre
• Tratado do Luxemburgo, 2005: Roménia e Bulgária
• Tratado de Bruxelas, 2011: Croácia (concretizado apenas em 2013)

b) Direito derivado da União Europeia [mais importante, tem saído sempre


para falar de um ato]

O direito que resulta dos tratados institutivos, baseia-se nos tratados e


implica uma série de procedimentos aí previstos. É constituído pelos atos
adotados pelos órgãos da União Europeia, no desempenho das competências
que desempenham. Nos termos do art. 288.º TFUE, os atos normativos da União
Europeia dividem-se em atos vinculativos – regulamentos, decisões e diretivas
– e em atos não vinculativos – recomendações e pareceres –.

Regulamento: Ato com caráter geral, obrigatório em todos os seus


elementos e explicado à luz do princípio da aplicabilidade direta. Tem caráter
geral pois não tem destinatários identificados mas sim categorias abstratamente
designadas e quem se subsumir a tais categorias encontrar-se-á sujeito ao
âmbito de aplicação do regulamento. É obrigatório em todos os seus elementos
pois acarreta uma plenitude de obrigação que representa inúmeras
consequências e pressupõe um efeito uniformizador da legislação aplicável em
todo o espaço da União porque os objetivos a observar são os que resultam
diretamente do corpo do regulamento. A aplicabilidade direta significa a
sustentabilidade de uma norma decorrente do DUE se aplicar diretamente na
ordem jurídica interna sem necessidade de transposição. Uma vez publicado no
Jornal Oficial da União Europeia e depois de decorrida a vacatio legis, o
regulamento entra em vigor e aplica-se diretamente na ordem jurídica europeia,
passando também a compor a ordem jurídica dos diversos Estados-membros.
Pode resultar do Conselho, da Comissão ou ainda do Conselho e do Parlamento
Europeu nos termos do processo legislativo ordinário.

2020/2021
Gabriela Mendes | Direito da União Europeia

Diretiva: Ato vinculativo aos Estados-membros quanto aos objetivos a


alcançar num determinado prazo deixando, no entanto, às instâncias nacionais
a competência quanto à forma e meios a utilizar. Tem de ser transposta para o
direito interno de cada país de acordo com os seus procedimentos específicos.
Para que os cidadãos e as empresas possam tirar pleno partido da legislação da
União, é indispensável que os Estados-membros transponham as diretivas
europeias para a ordem jurídica nacional dentro dos prazos estipulados. O
Parlamento Europeu realça a necessidade de respeitar os prazos para a
transposição e insta também as instituições da União Europeia a preverem
prazos realistas. No caso português, devem ser transpostas através de atos
legislativos – lei, decreto-lei ou decreto legislativo regional – nos termos do art.
112.º número 8 CRP. Podem resultar do Conselho, da Comissão ou ainda do
Conselho e do Parlamento nos termos do processo legislativo ordinário.

Decisão: Ato que visa promover a aplicação do DUE a casos concretos.


A decisão é obrigatória para todos os elementos mas apenas para os
destinatários por ela individualizados, podendo ter como destinatários Estados-
membros, empresas ou pessoas singulares, impondo não só o fim a atingir mas
também os meios. Podem resultar do Conselho, do Parlamento ou da Comissão.

Atos não vinculativos: Constituem um convite a que os seus


destinatários adotem determinada regra de conduta. As recomendações
aconselham a adoção de determinado comportamento relativamente a certas
matérias concretas, trata-se de um instrumento de ação indireta com o fim de
harmonizar as legislações. Os pareceres traduzem a opinião de uma instituição
comunitária sobre qualquer matéria concreta, quando esta lhe foi solicitada.

c) Direito complementar dos Tratados

Convenções não previstas pelos Tratados e celebradas entre os Estados-


membros. Decisões dos representantes dos Estados-membros reunidos no seio
do Conselho.

2020/2021
Gabriela Mendes | Direito da União Europeia

A publicação das fontes escritas dá-se no Jornal Oficial da União Europeia, nos
termos do art. 297.º TFUE. Alguns atos, sem prejuízo da publicação, deverão ser
notificados aos seus destinatários, art. 297.º número 2, 3º parágrafo TFUE.

..externas..

d) Acordos concluídos pela União com terceiros Estados ou


organizações internacionais

e) Acordos concluídos pelos Estados-membros com terceiros


Estados ou organizações internacionais

f) Tratados concluídos pelos Estados-membros entre si

2. Fontes não escritas [basta saber que existem, jurisprudência do TJUE é a mais
importante e vai ser esmiuçada no próximo semestre]

a) Princípios gerais comuns aos direitos dos Estados-membros

b) Princípios gerais de direito comum às nações civilizadas

c) Princípios gerais de direito internacional

d) Princípios gerais de Direito da União Europeia

e) Jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia

f) Costume

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V. Competências da União Europeia

1. Sistema comunitário de atribuição de competências

As competências das instituições da União Europeia são conferidas por


atribuição, art. 13.º número 2 TFUE. O princípios da especialidade encontra-se
consagrado no art referido e também no art. 5.º, 1ªparte TUE e art. 7.º TFUE.

As competências das instituições são funcionais: as instituições têm os


poderes e meios de ação conferidos para a realização de determinados fins. As
suas atribuições são específicas e não gerais, art. 288.º TFUE. Aliás, sem cada
matéria o Tratado determina as atribuições das instituições, estas não são
presumidas. Pode acontecer que seja necessário levar a cabo determinada ação
para realizar os objetivos da União e essa medida não caiba no âmbito das
competências atribuídas às instituições. Desde 1957 que os Tratados preveem
uma forma de integração das lacunas do ordenamento jurídico originário, pela
seguinte ordem de mecanismos:

a) Teoria das competências implícitas

O princípio das competências implícitas, art. 3.º número 2 TFUE,


afirma que uma organização internacional deverá ter todas as
competências que sejam necessárias ou convenientes à prossecução dos
seus fins. Trata-se de uma forma de interpretação extensiva dos tratados:
uma competência que decorre dos tratados, ainda que implicitamente, é
uma competência prevista pelo tratado.

b) Recurso ao art. 352.º TFUE

Recorre-se ao art. 352.º TFUE para fazer face às lacunas


existentes mas com um texto que reduz a intervenção da União Europeia.
É o mecanismo dos poderes subsidiários, uma cláusula para completar
os Tratados.

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Gabriela Mendes | Direito da União Europeia

2. Relações entre a competência nacional e a competência europeia

Há competências que foram excluídas dos Tratados, ficando reservas


apenas aos Estados-membros, enquanto outras competências são exclusivas
da União Europeia.

Nas competências exclusivas da União, apenas esta pode legislar e


adotar certos atos juridicamente vinculativos, art. 2.º número 1 TFUE, e
encontram-se tipificas no art. 3.º número 1 TFUE. Os casos em que a
competência é partilhada entre a União e os Estados-membros, art. 2.º número
2 TFUE, encontram-se elencadas no art. 4.º TFUE. A União pode também ter
competência complementar ou de apoio à dos Estados-membros, art. 5.º e 6.º
TFUE.

Com a consagração de uma cláusula de retirada, art. 50.º TUE, nenhum


Estado é obrigado a manter-se na União Europeia mas, quando permanece
como Estado-membro, art. 4.º número 3 TFUE, obriga-se a aceitar a atribuição
das competências tal como estão consagradas nos Tratados.

VI. Relações entre o Direito da União Europeia e o direito


interno

1. Relações de substituição, harmonização, coordenação e


coexistência

Entre a ordem jurídica nacional e a ordem jurídica da União Europeia


podem existir vários tipos de relações:

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a) Relações de substituição

O direito dos Estados-membros pode ser substituído pelo direito


originário ou derivado da União, que irá ocupar o lugar que antes era
ocupado pelas normas nacionais. Esta substituição não acontece através
de um fenómeno de revogação expressa, na medida em que falamos de
duas ordens jurídicas distintas. Porém, os Estados-membros ficam
obrigados a aplicar o DUE nas matérias definidas e, no caso de aplicarem
ou mesmo manterem legislação interna em contrário, estão a incorrer em
violação do DUE.

b) Relações de harmonização

Subsiste o DUE junto com o direito interno, devendo haver uma


aproximação desta face à legislação da União Europeia. O direito nacional
é modificado e alterado, alinhando-se pelas conceções da União com a
harmonização de legislações através da utilização de diretivas. Esta
modificação procura uma homogeneidade e eliminação das disparidades.

c) Relações de coordenação

O DUE influencia o direito nacional dos diferentes Estados-


membros. São estabelecidas relações e ajustamentos entre as diferentes
legislações nacionais. A legislação nacional mantém a sua autonomia,
obedecendo aos interesses e princípios próprios de cada Estado.

d) Coexistência de legislações

Há uma coexistência de legislações entre a ordem jurídica da União


Europeia e a ordem jurídica dos Estados-membros sem que uma interfira
na outra. É o que acontece em matérias de direito da concorrência, em
que há uma competência concorrente entre a União Europeia e os
Estados que regulam as mesmas relações mas com dimensões e
preocupações diferentes. Este modelo está sujeito a restrições que
decorrem da estrutura da ordem jurídica da União, como o princípio do
primado.

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2. O efeito direto do Direito da União Europeia [importante]

Nos termos do princípio do efeito direto ou da aplicabilidade direta:


um regulamento, art. 288.º, 2º parágrafo TFUE, é diretamente aplicável e dotado
de efeito direto enquanto que uma diretiva ou uma decisão, art. 288.º, 3º e 4º
parágrafos TFUE, embora não sejam diretamente aplicáveis na ordem interna, e
mesmo não tendo sido transpostas para o direito interno ou o tenham sido
incorretamente podem, em certas circunstâncias, ser invocadas pelos
particulares como se os Estados-membros lhes tivessem dado cumprimento.

Uma disposição de DUE tem efeito direito vertical quando cria direitos
subjetivos para os particulares e pode ser invocada perante órgãos jurisdicionais
ou outras autoridades internacionais. Se pode ser invocada contra outros
particulares, diz-se que produz efeito direto horizontal.

Para que uma norma de DUE produza efeito direto é necessário que:

• a norma confira direitos ou crie obrigações


• a norma seja clara, precisa e incondicionada: não pode haver dificuldade
em detalhar os direitos/obrigações que podem ser invocadas, a categoria
destes direitos/obrigações tem de ser facilmente dedutível do texto da
norma e estes têm de ser conferidos pelo texto da norma, sem estarem
dependentes de mais nada
• tenha decorrido o prazo de transposição: um dos art. da diretiva determina
até quando esta deve ser transposta pelos Estados-membros, podendo o
efeito direito de uma norma dessa diretiva ser invocado depois de
decorrido esse prazo

3. O primado do Direito da União Europeia [importante]

O princípio do primado atribui prevalência hierárquica do direito


originário ou derivado da União Europeia sobre qualquer regra de direito
nacional, quer anterior quer posterior a este, de natureza constitucional ou
infraconstitucional.

2020/2021
Gabriela Mendes | Direito da União Europeia

Os Estados-membros devem fazer prevalecer o DUE sobre o direito


nacional mesmo que tenham de alterar este último, art. 4.º número 3 TUE. Se os
Estados-membros não o fizerem, incorrem na sanção a que se refere os art.
258.º a 260.º TFUE.

4. A autonomia do Direito da União Europeia [importante]

O DUE é um direito autónomo, distinto quer do direito interno dos Estados-


membros quer do direito internacional. A sua autonomia é fundamento do
primado e da sua aplicabilidade direta. É em virtude do princípio da autonomia
que as relações entre o Tribunal de Justiça da União Europeia e os tribunais
nacionais são relações de colaboração e de cooperação horizontal.

5. Relações entre o Direito da União Europeia e o Direito Português

A questão das relações entre o direito português e o DUE resolvem-se


essencialmente através do art. 8.º da Constituição da República Portuguesa. As
normas e princípios de direito internacional comum incorporam-se
automaticamente na ordem jurídica portuguesa, diz o número 1. As normas
constantes de convenções internacionais só vigoram na ordem jurídica
portuguesa se forem regularmente aprovadas/ratificadas, se estiverem em vigor
na ordem jurídica internacional e enquanto vigorarem nessa mesma, e se forem
publicadas no Diário da República, diz o número 2. Os atos de DUE não podem
ser publicados na 1ª série do Diário da República sob pena de haver confusão
sobre a sua natureza e origem, mas poderão ser publicados na 2ª série a título
informativo. O art. 297.º TFUE regula a publicação e a entrada em vigor dos atos
da União Europeia.

A Constituição não admite o primado do DUE sobre as suas próprias


normas. O número 3 do art. 8.º CRP admite o primado do direito derivado da
União Europeia mas sobre as próprias leis ordinárias, abaixo da Constituição,
desde que aquelas sejam diretamente aplicáveis ou produzam efeito direto.

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VII. Natureza jurídica da União Europeia

As Comunidades inauguraram uma nova ordem jurídica com


características próprias, abordada pela jurisprudência dos órgãos jurisdicionais
comunitários e nacionais. Surgem como organizações interestaduais não
soberanas – organizações interestaduais que têm a sua base num tratado
internacional, em proveito do qual os Estados operaram uma delegação do
exercício de competências estaduais, limitada a certos domínios específicos.
Essa delegação pode a todo o tempo ser retirada nos termos do art. 50.º TUE,
que permite a saída de um Estado-membro*.

a) Organizações de integração

As organizações de integração nascem com a criação das Comunidades


Europeias como aquelas que exercem poderes próprios, do mesmo tipo dos que
resultam das funções superiores do Estado, sem depender dos governos
nacionais mas em que há interesses geoestratégicos próprios de cada país. Os
órgãos da organização podem decidir por maioria e os seus representantes não
são representantes nacionais, embora sejam cidadãos dos Estados-membros.
Submetem-se a uma ordem jurídica própria, protegida por um Tribunal.

b) Questão da supranacionalidade

O conceito jurídico de supranacionalidade deverá caracterizar-se pelo


nascimento de um poder político superior aos Estados, pela independência dos
órgãos do ente supranacional no exercício do poder em relação ao poder
estadual. Atendendo à natureza das funções exercidas pelos seus órgãos,
alguns autores entenderam que as Comunidades Europeias (CECA, CEEA,
CEE) seriam organizações supranacionais.

2020/2021
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c) Personalidade jurídica [importante]

Desde o primeiro momento as Comunidades Europeias foram dotadas de


personalidade jurídica própria. As instituições e órgãos da União não gozam de
personalidade jurídica, embora com exceções (tal como o Banco Central
Europeu). Atualmente, a personalidade jurídica da União Europeia encontra-se
prevista no art. 47.º TUE e na Declaração sobre a personalidade jurídica da
União Europeia [remissão, no meu código está na página 297, ponto 24]. Assim, a
União é dotada de personalidade jurídica e tal faculdade confere-lhe capacidade
para atuar na ordem jurídica internacional e permite-lhe celebrar acordos
internacionais ao abrigo do art. 216.º TFUE.

* [importante]

O art. 50.º TUE constitui uma cláusula que permite a saída voluntária e unilateral
de um Estado-membro da União Europeia. O regulamento estabelece o
procedimento de saída, segundo o qual a União deve negociar a saída e celebrar
um acordo com o Estado-membro que sai. É definido um prazo de 2 anos para
as negociações, a não ser que o Conselho Europeu, com o acordo do Estado-
membro que pretende sair, decida prolongar o referido prazo.

Caso do Reino Unido: Brexit

Em março de 2017, o Reino Unido anunciou a sua decisão de sair da União


Europeia. Em maio de 2017, o Conselho Europeu estabeleceu as orientações
para as negociações e autorizou a abertura das mesmas. O Parlamento
estabeleceu os principais princípios e condições para a aprovação do Acordo de
Saída. Assim, o Reino Unido:

- permanecerá na União Aduaneira e no Mercado Único da União, sendo


aplicáveis as quaro liberdades e todas as políticas da União

- continuará a aplicar a política da União em matéria de justiça e assuntos


internos (podendo o Reino Unido optar por exercer o seu direito de exclusão no

2020/2021
Gabriela Mendes | Direito da União Europeia

que respeita às medidas que alterem, substituem ou se baseiem nos atos da


União a que estava vinculado durante o período de adesão)

- estará sujeito aos mecanismos de execução da União (como os processos por


infração)

- tem de respeitar todos os acordos internacionais assinados pela União


Europeia e não poderá aplicar novos acordos aos domínios de competência
exclusiva da União, salvo se for autorizado pela mesma

Em janeiro de 2020, a União Europeia e o Reino Unido assinaram um Acordo de


Saída. Após o voto de aprovação do Parlamento e a decisão do Conselho sobre
a celebração, o Acordo de Saída entrou em vigor a 1 de fevereiro de 2020.

VIII. Princípios fundamentais da União Europeia


[importante]

1. Princípio democrático

O princípio democrático encontra-se referido no Preâmbulo, 2º, 4º e 7º


parágrafos e no art. 2.º TUE, com as suas consequências previstas no art. 7.º.
Este princípio identifica-se como uma determinada conceção sobre a
legitimidade, a organização e o exercício do poder político. Deste princípio
decorre outro, o princípio do respeito aos direitos fundamentais, art. 6.º TUE.

2. Princípios de ordem económica

O princípio da liberdade económica reflete a realidade de que o


mercado interno é a expressão de uma economia de mercado. Sendo a
propriedade privada garantida quer na ordem jurídica dos Estados-membros

2020/2021
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quer no quadro da União, nos termos do 345.º TFUE cada Estado é livre de
estabelecer o setor público da economia. Deste princípio decorrem outros.

O princípio da concorrência leal, consagrado nos art. 3.º número 1,


alínea b), 37.º e 101.º a 109.º TFUE, é essencial para o funcionamento correto
do mercado interno.

O princípio da não discriminação em razão de nacionalidade,


consagrado no art. 18.º TFUE, proíbe todas as formas de discriminação em
razão de nacionalidade. É hoje entendido numa vertente mais vasta, nos termos
do art. 21.º da CDF. [importante]

O princípio da igualdade, art. 23.º CDF, implica que situações


comparáveis entre os Estados não devem ser tratadas de maneira diferente a
menos que a diferenciação seja objetivamente justificada. [importante]

O princípio da coesão económica e social, consagrado no art. 3.º


número 3, 3º parágrafo TUE e aplicado nos art. 174.º a 178.º TFUE, fortalece-se
com a solidariedade nas relações entre os Estados-membros. Incumbe aos
Estados coordenar as suas políticas tendo em vista alcançar os objetivos
comuns e cumpre à União, na realização do mercado interno, ter em conta os
mesmos objetivos.

O princípio da solidariedade, consagrado no 7º parágrafo do Preâmbulo


e no art. 3.º número 3, 3º parágrafo TUE, prevê uma solidariedade entre os
Estados e entre eles e a União.

O princípio da cooperação leal nas relações entre a União e os seus


Estados-membros, consagrado no art. 4.º número 3 TUE, obriga os Estados-
membros a tomar as medidas adequadas a garantir o alcance e a eficácia do
DUE e igualmente impor às instituições deveres recíprocos de cooperação leal
entre si e nas relações entre os Estados-membros, art. 13.º número 2 TUE. O
incumprimento por parte de um Estado-membro poderá motivar um contencioso
comunitário por violação do Tratado, art. 258.º a 260.º TFUE. [importante]

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3. Princípios das relações da União com os Estados-membros

O princípio da especialidade ou da atribuição, consagrado nos art. 4.º


números 1 e 5 e 5.º números 1 e 2 TUE, diz-nos que a União não dispõe de
competência geral, goza apenas de atribuições e competências que lhe foram
atribuídas pelos Tratados, competências por atribuição. Assim, surge o princípio
das competências por atribuição, consagrado no art. 13.º número 2 TUE.
[importante]

O princípio da subsidiariedade, consagrado no penúltimo parágrafo do


Preâmbulo e no art. 5.º número 3 TUE e no Protocolo n.º2 relativo à aplicação
dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade [remissão, no meu Código
está na página 220], supõe um adequado sistema de repartição de competências
entre os órgãos centrais e os restantes.

O princípio da proporcionalidade, consagrado nos art. 5.º número 4


TUE, art. 296.º, 1º parágrafo TFUE e Protocolo n.º2 relativo à aplicação dos
princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade [remissão, no meu Código está
na página 220], exige que os atos das instituições comunitárias não ultrapassem
os limites do que resulta apropriado e necessário para alcançar os objetivos
legitimamente prosseguidos pelo ato em causa. [importante]

4. Princípios fundamentais da ordem jurídica e da ordem institucional

O princípio da legalidade afirma a subordinação ao direito de toda a


ação da União e dos seus órgãos.

O princípio do equilíbrio institucional, consagrado no art. 13.º e


seguintes TUE e no art. 223.º e seguintes TFUE, baseia-se na ideia de que a
repartição de poderes no quadro da União deve ser rigorosamente respeitada
por cada instituição. Os Tratados contém regras relativas à distribuição de
poderes entre as instituições, os órgãos e os organismos da União. Esta
distribuição não obedece ao princípio clássico da separação de poderes mas sim
a um equilíbrio (“checks and balances”) entre as diversas instituições, cada

2020/2021
Gabriela Mendes | Direito da União Europeia

instituição exerce as suas competências com respeito pelas competências das


outras instituições. [importante]

O princípio da interpretação conforme visa determinar uma obrigação


para as Administrações Públicas nacionais e para os juízes nacionais de
interpretarem o direito interno de uma forma compatível com o texto e com o
sentido do Direito da União Europeia. [importante]

O princípio da autonomia, o princípio da aplicabilidade direta e o


princípio do primado estão explicados a priori. [importante]

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EXAME: 6 perguntas teóricas

(o que tem saído quase sempre –> e encaixa nas dicas da Joana)

1. fase de integração e objetivos da UE [mais frequentemente a UEM e o MI/MU]

2. princípios [os que estão assinalados]

3. ato normativo

4. instituição [primeiras quatro]

5. procedimento legislativo

(o que tem saído pontualmente, 1 ou 2 vezes)

6. alargamentos da UE

7. retirada de um Estado-membro e consequências [muito provável - brexit]

8. tratados institutivos e revisões aos mesmos

9. DUE e direito interno

10. importância da personalidade jurídica da UE

11. génese e evolução da UE

2020/2021

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