LEI - 68 - 14 - Nadador Salvador
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território nacional, sempre que a realização do exame se b) Encontrar-se certificado com a categoria adequada
justifique, nos termos do artigo 21.º ao desempenho de funções;
c) Ser detentor de capacidade física e perfil psíquico
2 — Os conteúdos dos exames específicos de aptidão adequado e possuir as inspeções técnicas atualizadas e
técnica constam da portaria que define o plano dos cursos realizadas pelo ISN;
de habilitação à atividade de nadador-salvador. d) Ter domínio da língua portuguesa e conhecimen-
3 — O exame específico de aptidão técnica deve ser tos de língua inglesa adequados ao desempenho das suas
realizado em instalações devidamente apropriadas para funções.
o efeito.
Artigo 29.º
Artigo 25.º
Requisitos especiais
Júri
O nadador-salvador deve frequentar, com aproveita-
1 — Os júris do exame específico de aptidão técnica mento, módulo de formação adicional de técnicas de uti-
são compostos por um presidente e dois vogais. lização de meios complementares de salvamento marítimo
2 — O presidente do júri é sempre um nadador-salvador em contexto do socorro a náufragos e da assistência a
formador designado pelo ISN. banhistas para operar:
3 — Os vogais têm de ser nadadores-salvadores com
categoria igual ou superior àquela a que o examinado se a) Motos de salvamento marítimo;
candidata, um dos quais é designado pelo ISN e o outro b) Embarcações de pequeno porte;
pela escola onde o nadador-salvador realizou o curso, c) Veículos 4x4.
exceto no caso de se tratar de prova, tendo em vista o
reconhecimento de qualificações obtidas fora do território Artigo 30.º
nacional, onde os dois vogais são designados pelo ISN. Dispositivo
4 — Os custos inerentes à deslocação do vogal desig-
nado pela EFNSP ficam a cargo da respetiva escola. 1 — Para assegurar a vigilância e o socorro necessários
durante o horário estabelecido para as praias concessiona-
Artigo 26.º das, devem existir dois nadadores-salvadores profissionais
por frente de praia.
Livro de termos e exame 2 — Nos casos em que a frente de praia tem uma exten-
1 — O enunciado, as respostas e o resultado dos exa- são igual ou superior a 100 metros, é obrigatório manter
mes específicos de aptidão técnica são registados em li- um nadador-salvador profissional por cada 50 metros.
vros de termos de exame, na escola onde são realizados. 3 — Durante o período de almoço é obrigatória a pre-
2 — Cada termo de exame refere-se apenas a um único sença de um nadador-salvador.
exame de um só candidato. 4 — Através de Planos Integrados de Salvamento (PIS),
3 — O termo é lavrado imediatamente após a conclu- pode ser alterado o quantitativo de nadadores-salvadores
são do exame e assinado por todos os membros do júri. mencionado no número anterior.
5 — Para efeitos do disposto no número anterior, a ela-
Artigo 27.º boração de um PIS está dependente de parecer vinculativo
prévio do ISN.
Cartão de identificação profissional 6 — A elaboração dos PIS compete às capitanias dos
1 — O nadador-salvador deve fazer-se acompanhar de portos, que os deverão afixar em edital nas praias ma-
cartão de identificação, devidamente atualizado, ou tê-lo rítimas e nos demais locais de utilização balnear, ou à
disponível para apresentação sempre que lhe for solicitado administração de região hidrográfica nas águas fluviais
pelas entidades competentes. e lacustres, ouvidas as associações que representem os
2 — O cartão de identificação profissional, emitido pelo concessionários.
ISN, constitui documento habilitante para o exercício da 7 — Para efeitos do disposto no número anterior, a ela-
atividade de nadador-salvador. boração dos PIS poderá ser requerida pelos concessionários
3 — O modelo do documento mencionado no n.º 1 é às respetivas capitanias de porto, as quais devem assegurar
definido por portaria do membro do Governo responsável a sua elaboração previamente ao início da seguinte época
pela área da defesa nacional. balnear e no prazo de 30 dias a contar da data de receção
do requerimento para o efeito.
8 — A Direção-Geral da Autoridade Marítima, sob pro-
CAPÍTULO IV posta do ISN, deverá estabelecer critérios gerais para a
elaboração dos PIS.
Atividade de nadador-salvador
Artigo 31.º
Artigo 28.º
Vigilância a piscinas de uso público
Requisitos gerais
1 — As piscinas de uso público, excetuando os par-
O nadador-salvador deve reunir, cumulativamente, os
ques aquáticos, para efeitos da assistência a banhistas, têm
seguintes requisitos:
obrigatoriamente de dispor de dispositivos de segurança
a) Encontrar-se devidamente habilitado com o curso certificados pelo ISN.
de formação adequado ao desempenho da atividade de 2 — Toda a piscina de uso público deve contar com
nadador-salvador profissional; os serviços de pelo menos dois nadadores-salvadores e
Diário da República, 1.ª série — N.º 166 — 29 de agosto de 2014 4563
respetivo equipamento de salvamento definido pelo ISN prazo de 15 dias, é necessário proceder à repetição do
destinado à assistência a banhistas. curso respetivo.
3 — Para efeitos de cálculo do número de nadadores-
-salvadores empenhados nos dispositivos de segurança Artigo 33.º
aquática em piscinas, deve atender-se a:
Uniforme
a) Um nadador-salvador permanentemente, quando a
1 — O nadador-salvador profissional usa uniforme de
lotação instantânea máxima de banhistas é de até 400;
acordo com as normas a fixar por portaria pelo membro do
b) Mais um nadador-salvador permanentemente, por
Governo responsável pela área da defesa nacional.
cada 400 adicionais ou fração. 2 — O uniforme é adquirido pelo nadador-salvador.
4 — Para o cálculo do número de nadadores-salvadores Artigo 34.º
de um complexo de piscinas devem somar-se as lotações
instantâneas máximas de banhistas de todos os tanques. Categorias
5 — Nos casos em que a separação entre os tanques ou 1 — A carreira de nadador-salvador divide-se pelas se-
a forma dos mesmos não permite uma vigilância eficaz, é guintes categorias:
obrigatória a presença, como mínimo, de dois nadadores-
-salvadores em cada tanque. a) Nadador-salvador;
6 — As piscinas com um plano de água de 500 m2 ou b) Nadador-salvador coordenador;
superior devem contar com cadeiras telescópicas que per- c) Nadador-salvador formador.
mitam uma adequada visualização do espaço aquático a
vigiar, certificadas pelo ISN. 2 — A progressão de categoria faz-se de forma sequen-
7 — Nas piscinas e parques aquáticos equipados com cial mediante a aquisição da habilitação legalmente exigida
escorregas aquáticos de alturas superiores a 3 metros, o e ministrada em estabelecimentos de formação devida-
número de nadadores-salvadores é o definido no anexo I ao mente certificados.
Regulamento das Condições Técnicas e de Segurança dos 3 — A atribuição das categorias previstas no presente
Recintos de Diversões Aquáticas, aprovado pelo Decreto Regulamento é da competência exclusiva do ISN.
Regulamentar n.º 5/97, de 31 de março. 4 — Os conteúdos funcionais das categorias estabeleci-
8 — O ISN fixa, por despacho a publicar no Diário da das no n.º 1 constam do apêndice ao presente Regulamento,
República, um número de nadadores-salvadores superior que dele faz parte integrante.
ao estabelecido com carácter geral quando a área do plano
de água de um tanque for superior a 1500 m2 ou concorram Artigo 35.º
situações específicas, tais como características especiais Nadador-salvador
dos utilizadores, uma forma não retangular da piscina ou
qualquer outra que aumente a complexidade da função do 1 — A categoria de nadador-salvador é atribuída ao ci-
nadador-salvador. dadão que conclua com aproveitamento o curso de nadador-
9 — Os nadadores-salvadores devem ser facilmente -salvador.
identificados pelos utilizadores da piscina, devendo estar 2 — Ao nadador-salvador é permitido desenvolver as
devidamente uniformizados de acordo com as normas funções previstas para a respetiva categoria no apêndice
definidas pelo ISN. ao presente Regulamento.
10 — A certificação do dispositivo de segurança pelo
ISN deve ser afixada em local visível a todos os utiliza- Artigo 36.º
dores da piscina. Nadador-salvador coordenador
b) Mínimo de 3500 horas de exercício da profissão d) Manter durante o horário de serviço a presença e
na categoria de nadador-salvador coordenador, das quais proximidade necessárias à sua área de vigilância e socorro;
1500 horas são obrigatoriamente prestadas no exercício da e) Cumprir a sinalização de bandeiras de acordo com
atividade numa praia marítima, devidamente comprovado as instruções técnicas do ISN;
pela entidade contratante e verificado pelo ISN como au- f) Usar uniforme, de acordo com os regulamentos em
toridade competente. vigor, permitindo a identificação por parte dos utilizado-
res e autoridades de que se encontra no exercício da sua
2 — Ao nadador-salvador formador é permitido desen- atividade;
volver as ações previstas para a categoria no apêndice ao g) Colaborar na instalação do posto de praia, de acordo
presente Regulamento. com as instruções do ISN e das respetivas autoridades, e
na manutenção dos equipamentos destinados à informa-
Artigo 38.º ção, vigilância e prestação de socorro e salvamento, e sua
verificação, de acordo com as normas fixadas pelo ISN e
Contratação
pelo órgão local da Autoridade Marítima Nacional ou o
1 — O contrato celebrado entre o nadador-salvador e as órgão local da APA, I. P., conforme espaço de jurisdição;
entidades contratantes prevê, obrigatoriamente, os deveres h) Participar às autoridades competentes as situações de
e direitos específicos das partes contratantes, em especial socorro, aplicando os primeiros socorros, e providenciar
a previsão do regime de proteção, assumindo a forma le- de imediato a intervenção daquelas autoridades para a
gal mais adequada, no respeito pelo enquadramento legal evacuação das vítimas de acidentes que se verifiquem no
laboral vigente. espaço de intervenção;
2 — Nas praias de banhos concessionadas, a contratação i) Participar em ações de treino, simulacros de salva-
do nadador-salvador compete aos respetivos concessio- mento marítimo ou em outro meio aquático e outros exer-
nários. cícios com características similares, fora do seu horário
3 — A contratação de nadadores-salvadores pode ser laboral, nos casos de contratação por concessionário;
efetuada através das associações de nadadores-salvadores j) Participar, ao nível de salvamento no meio aquático,
legalmente reconhecidas. na segurança de provas desportivas que se realizem no seu
4 — Nos espaços sob jurisdição marítima, as entidades espaço de intervenção, com observância das determinações
contratantes remetem para conhecimento ao órgão local do órgão local da Autoridade Marítima Nacional ou do
da Autoridade Marítima Nacional cópia dos contratos no órgão local da APA, I. P., conforme espaço de jurisdição.
prazo de 15 dias a partir da data de celebração do contrato.
Artigo 41.º
Artigo 39.º Deveres especiais do nadador-salvador
Direitos do nadador-salvador profissional
Sem prejuízo dos outros deveres que resultem do con-
Sem prejuízo de outros direitos que resultem do contrato trato de assistência balnear celebrado, são deveres especiais
de assistência balnear celebrado, são direitos do nadador- do nadador-salvador profissional:
-salvador:
a) Colaborar com o ISN, os agentes de autoridade ou
a) Desempenhar as tarefas correspondentes à sua ati- outras entidades habilitadas em matéria de segurança dos
vidade funcional e recusar quaisquer atividades estranhas banhistas, designadamente na elaboração de planos de
à sua função; emergência, vigilância e prevenção de acidentes no meio
b) Possuir um seguro profissional adequado à atividade; aquático;
c) Dispor de uniforme adequado que obedeça às espe- b) Colaborar, a título excecional, e sem prejuízo da ob-
cificações técnicas legalmente estabelecidas; servância do seu dever prioritário de vigilância e socorro,
d) Dispor dos meios e equipamentos adequados afetos em operações de proteção ambiental, bem como em ações
à segurança, vigilância, socorro, salvamento e assistência de prevenção de acidentes em locais públicos, de espetácu-
aos banhistas, em boas condições de utilização e de acordo los e divertimento, bem como locais para banhos, mediante
com as instruções técnicas do ISN. solicitação das autoridades competentes.
g) Utilizar as técnicas de simulação de acidentes em rege-se pela Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
ações de prevenção. Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
Coordenador nadador-salvador . . . . . . . . Para além do conteúdo funcional estabelecido para a categoria de nadador-salvador, o coordenador
nadador-salvador está apto a desenvolver as seguintes ações:
a) Promover e desenvolver planos integrados de assistência a banhistas;
b) Coordenar e supervisionar a implementação dos sistemas integrados de assistência a banhistas;
c) Colaborar como ISN e agentes de autoridade ou com outras entidades habilitadas em matéria
de segurança dos banhistas, designadamente na vigilância e prevenção de acidentes no meio
aquático;
d) Verificar e ajustar o equipamento a utilizar, assegurando-se do seu adequado funcionamento e
estado de conservação;
e) Utilizar as técnicas de operação de sistemas de comunicação;
f) Desenvolver ações de treino e ajustamento nos dispositivos integrados de assistência a banhis-
tas;
4566 Diário da República, 1.ª série — N.º 166 — 29 de agosto de 2014
Formador nadador-salvador . . . . . . . . . . Para além do conteúdo funcional estabelecido para as categorias de nadador-salvador e de coorde-
nador nadador-salvador, o formador nadador-salvador está apto a desenvolver as seguintes ações:
a) Identificar e caracterizar os diferentes sistemas e contextos de formação profissional, em função
da sua natureza, da legislação de suporte e dos destinatários;
b) Preparar e ministrar de forma adequada cada ação de formação;
c) Participar na conceção técnica e pedagógica da ação de formação;
d) Avaliar cada ação de formação e, globalmente, cada processo formativo em função dos objetivos
fixados e do nível de adequação conseguido;
e) Participar em reuniões de acompanhamento e avaliação dos formandos;
f) Conhecer métodos e aplicar os instrumentos de avaliação e validação;
g) Colaborar com o júri nos exames específicos de aptidão técnica para o exercício da profissão;
h) Elaborar sumários descritivos e precisos da matéria ministrada, bem como registar a ausência
dos formandos;
i) Elaborar os materiais pedagógicos, os instrumentos de avaliação e outros elementos de estudo
indispensáveis à formação;
j) Comunicar ocorrências disciplinares;
k) Requisitar os meios didáticos necessários ao desenvolvimento da ação de formação;
l) Zelar pelo cumprimento das regras de saúde, higiene e segurança no trabalho;
m) Usar uniforme, de acordo com o regulamento em vigor, permitindo a identificação por parte dos
formandos de que se encontra no exercício da sua atividade profissional;
n) Colaborar com o ISN em matérias pedagógicas que promovam a segurança dos banhistas, desig-
nadamente na vigilância e prevenção de acidentes no meio aquático.