Resolução #1330, de 16 de Junho de 2020: Cfmv/Crmvs

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RESOLUÇÃO Nº 1330, DE 16 DE JUNHO DE 2020

Aprova o Código de Processo Ético-


Profissional no âmbito do Sistema
CFMV/CRMVs.

O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA – CFMV -, no uso


das atribuições definidas nas alíneas “f” e “j” do artigo 16 da Lei nº 5.517, de
23 de outubro de 1968;

considerando a necessidade de se atualizar e reformular o


procedimento relativo aos poderes disciplinar e de aplicação de penalidades
definidos nos artigos 32 e seguintes da Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968;

considerando a necessidade de manter constante a atualização dos


procedimentos relativos à condução dos processos ético-profissionais nos
casos de infrações éticas decorrentes do exercício profissional;

considerando a necessidade de atender os princípios da celeridade


e eficiência processuais em resposta à sociedade nos casos de denúncias de
possíveis infrações de natureza ética cometidas por médicos-veterinários e
zootecnistas;

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar o Código de Processo Ético-Profissional no âmbito


do Sistema CFMV/CRMVs, nos termos do Anexo desta Resolução.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor 180 dias após sua publicação
no DOU e revoga as disposições em contrário, especificamente a Resolução
CFMV nº 875, de 12 de dezembro de 2007.

Parágrafo único. Este Código não retroagirá e será aplicável


imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais
praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma
revogada.

Francisco Cavalcanti de Almeida Helio Blume


Presidente Secretário-Geral
CRMV-SP nº 1012 CRMV-DF nº 1551

Publicada no DOU de 24/06/2020, Seção 1, págs. 157 a 160

Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs 1


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

ANEXO
CÓDIGO DE PROCESSO ÉTICO ÉTICO-DISCIPLINAR
DO SISTEMA CFMV/CRMVs

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A apuração de infração ético-profissional, no âmbito do


Sistema CFMV/CRMVs, reger-se-á por este Código, aplicando-se quanto aos
casos omissos, subsidiária e supletivamente e nesta ordem, as normas de
processo penal e de processo civil, bem como os princípios gerais de direito.

§ 1º Os processos ético-profissionais, orientados pelos princípios do


devido processo legal, contraditório, ampla defesa e presunção de inocência
serão instaurados, instruídos e julgados em caráter sigiloso, só tendo acesso
às suas informações as partes e seus procuradores, advogados ou não,
devidamente constituídos nos autos.

§ 2º O processo terá a forma de autos, com as peças anexadas por


termo, e os despachos, votos, decisões, extratos de atas, acórdãos e demais
peças serão autuados em ordem cronológica.

TÍTULO II
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA

Art. 2º O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) em que


o profissional possuir inscrição ao tempo do fato punível é o competente
para julgamento dos processos ético-profissionais em primeira instância e
aplicação das penalidades.

§ 1º No caso de o profissional possuir inscrição em mais de um


CRMV, a competência será firmada pelo local do fato.

§ 2º Compete ao Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)


julgar, em segunda e última instância, os recursos interpostos contra as
decisões proferidas em processos ético-profissionais (PEPs) pelos CRMVs.

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Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

CAPÍTULO II
DOS PRAZOS

Art. 3º Os prazos previstos neste Código são contados a partir da


data de recebimento da comunicação pelo destinatário.

1º Na contagem dos prazos computar-se-ão os dias corridos,


incluindo-se sábados, domingos e feriados.

§ 2º A contagem dos prazos tem início no primeiro dia útil seguinte


à comunicação.

§ 3º No caso de as comunicações se darem por publicação, a


contagem dos prazos tem início no primeiro dia útil seguinte ao fim do prazo
fixado no aviso publicado.

§ 4º Na contagem dos prazos, exclui-se o dia da comunicação e


inclui-se o do vencimento.

§ 5º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o


vencimento cair em feriado ou em dia em que não houver expediente no
CRMV ou no CFMV, conforme o caso.

§ 6º Inexistindo definição expressa neste Código, o prazo para a


prática de ato processual a cargo da parte ou interessado será de 5 (cinco)
dias.

§ 7º Para aferição da tempestividade das manifestações remetidas


via Correios, será considerada como data de interposição a data de postagem.

CAPÍTULO III
DAS COMUNICAÇÕES

Art. 4º Para os fins desta Resolução, consideram-se comunicação:

I – a citação, que é o ato pelo qual o profissional é convocado a se


defender e a integrar a relação processual.

II – a intimação, que é o ato pelo qual:

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a) as partes ou seus procuradores são cientificadas acerca de atos,


despachos, decisões ou termos do processo;

b) as partes são cientificadas a fazerem ou absterem-se de fazer algo.

c) pessoas não integrantes da relação processual são cientificadas a


fazerem ou absterem-se de fazer algo.

Parágrafo único. No caso de a parte e seu procurador, ou defensor,


serem comunicados, a contagem do prazo levará em consideração o primeiro
que tiver recebido a comunicação.

Art. 5º A comunicação dos atos processuais será efetivada,


sucessivamente:

I – por meio eletrônico, vedada para citação;

II - por ofício expedido pelo CRMV, mediante carta registrada com


aviso de recebimento ao endereço indicado nos autos pelas partes ou, no
caso do profissional, do constante dos arquivos do CRMV;

III - pessoalmente, por servidor do CRMV, mediante certidão que


indique a data e local da comunicação;

IV – por publicação no Diário Oficial da União (DOU) nos casos


definidos neste Código.
§1º As publicações previstas no inciso IV conterão:

I – para citação:

a) número do processo administrativo;

b) nome integral do profissional;

c) número de inscrição no CRMV;

d) convocação para o profissional, em até 15 (quinze) dias, comparecer


à sede do CRMV a fim de tomar ciência de processo do respectivo interesse.

II – para intimações do denunciante:

a) número do processo administrativo;

b) nome integral;

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c) o fim a que se destinam.

III – para intimações do denunciado:


a) número do processo administrativo;

b) nome integral do profissional;

c) número de inscrição no CRMV;

d) convocação para o profissional, em até 5 (cinco) dias, comparecer


à sede do CRMV a fim de tomar ciência do ato;

§ 2º No caso de as partes serem representadas por advogados, as


publicações a que se refere o §1º conterão as iniciais das partes, o número do
processo e o nome completo do advogado e respectivo número de inscrição
na OAB.

Art. 6º Em caso de a parte ou testemunha se encontrar, por ocasião


dos respectivos depoimentos ou oitivas, fora dos limites territoriais do CRMV,
será expedida Carta Precatória para que o ato seja realizado em outro CRMV.

§ 1º São requisitos da Carta Precatória:

I - a indicação dos CRMVs de origem (Deprecante) e de cumprimento


do ato (Deprecado);

II – despacho do Instrutor acompanhado do inteiro teor do processo;

III - a menção do ato processual que lhe constitui o objeto;

IV - os quesitos do Instrutor do CRMV Deprecante;

V - o prazo dentro do qual deverão ser cumpridos os atos, observado


o §5º deste artigo.

§ 2º Recebida a Carta Precatória, deverá o Conselho Deprecado


nomear Conselheiro para proceder às oitivas e, com antecedência mínima
de 10 (dez) dias, comunicar às partes ou seus procuradores acerca das datas
designadas para os depoimentos ou oitivas.

§ 3º A expedição da Carta Precatória não suspenderá a instrução.

§ 4º O Conselho Deprecado deve assegurar a manutenção do sigilo


do processo.

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§ 5º O prazo de cumprimento da Carta Precatória será de até 45


dias, prorrogável por mais 15 dias, havendo justificativas.

§ 6º Cumprida a Carta Precatória, será imediatamente devolvida ao


Conselho Deprecante.

CAPÍTULO IV
DAS EXCEÇÕES DE IMPEDIMENTO, SUSPEIÇÃO E INCOMPETÊNCIA

Art. 7º O Conselheiro que se enquadrar nas hipóteses de impedimento


ou suspeição deve, independentemente de provocação, assim se manifestar
na primeira oportunidade.

Parágrafo único. No caso de as suspeições e/ou os impedimentos


comprometerem a instrução ou o julgamento no CRMV de origem, aplica-se
a regra do §2º do art.88.

Art. 8º O Conselheiro é impedido de exercer as suas funções no


processo ético-profissional:

I – de que for parte;

II – em que interveio como mandatário da parte, funcionou como


perito ou prestou depoimento como testemunha;
III – quando nele estiver postulando, como procurador da parte, o
seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta
ou na linha colateral, até o segundo grau;

IV - quando cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das


partes, em linha reta ou na colateral, até o terceiro grau, inclusive;

V - quando integrar órgão ou entidade que for parte ou interessada


na causa.

VI - de que conheceu em outro grau de jurisdição administrativa,


tendo proferido decisão.

Parágrafo único. Todos os Conselheiros são impedidos no caso de


denúncia oferecida contra quaisquer dos membros do Regional.

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Art. 9º Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do Conselheiro


quando:

I - amigo íntimo ou inimigo capital de quaisquer das partes;


II - alguma das partes for credora ou devedora do Conselheiro, de seu
cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro
grau, inclusive;

III - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo ou


aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa;

IV - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.

Parágrafo único. Poderá ainda o Conselheiro declarar-se suspeito por


motivo íntimo, sem necessidade de declarar suas razões.

Art. 10. É lícito às partes arguir, em qualquer tempo e grau de


jurisdição, o impedimento ou a suspeição de Conselheiros.

Art. 11. Suscitada a suspeição ou impedimento por escrito e de


forma fundamentada, deverá o Conselheiro se manifestar no prazo de 03
(três) dias.

Art. 12. Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o Conselheiro


o fará formalmente e, sendo Instrutor ou Relator, encaminhará o processo
ao Presidente do Conselho para designação de substituto e, se for o caso,
repetição dos atos viciados.

§ 1º Não reconhecido o impedimento ou a suspeição, será o


suscitante intimado da decisão para, querendo, agravar ao Presidente do
Conselho para decisão.

§ 2º Dado provimento ao Agravo e sendo o suscitado Instrutor ou


Relator, na mesma decisão o Presidente do Conselho designará substituto, a
quem remeterá os autos.

§ 3º Negado provimento ao Agravo, a decisão do Presidente


será devolvida ao conhecimento e deliberação do Plenário ao tempo do
julgamento no respectivo Conselho.

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CAPÍTULO V
DAS NULIDADES

Art. 13 A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:

I - por impedimento ou suspeição do Conselheiro Instrutor ou Relator;

II – por impedimento ou suspeição de Conselheiro;

III - por falta de nomeação de defensor dativo;

IV – por prática de atos por Comissões ou Conselheiros não autorizada


neste Código;

V – por falta de citação do profissional para oferecimento de defesa


ou intimação para depoimento pessoal;

VI – por falta de intimação das partes ou respectivos representantes,


quando constituídos, para a sessão de julgamento.

§ 1º A nulidade prevista no inciso II não será considerada se o voto


do Conselheiro não interferir no resultado final do julgamento.

§ 2º As nulidades previstas nos incisos V e VI deste artigo considerar-


se-ão sanadas se, praticado de outra forma, o ato tiver atingido o seu fim.

Art. 14.  Nenhum ato será declarado nulo se não resultar prejuízo às


partes.

§ 1º Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja


dado causa, para a qual tenha concorrido ou referente a formalidade cuja
observância só interesse à parte contrária.

§ 2º Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver


influído na decisão da causa.

§ 3º Sob pena de preclusão, a nulidade dos atos deve ser alegada


na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, que será
analisada e decidida:

I - pelo Instrutor, se relativas à fase de Instrução, sem prejuízo de


ratificação pela parte em alegações finais ou no recurso de apelação;

II – pelo Plenário do CRMV ou do CFMV, conforme o caso;

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§ 4º Compete ao Plenário do CRMV ou CFMV decretar de ofício


as nulidades dos atos que importem em violação ao devido processo legal,
contraditório e à ampla defesa e em efetivo prejuízo às partes.

Art. 15.  O ato cuja nulidade tiver sido reconhecida será repetido.

§ 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos


que dele diretamente dependam ou sejam consequência.

§ 2º O Conselheiro que pronunciar a nulidade declarará os atos a


que ela se estende.

§ 3º Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados desde que não


resulte prejuízo à defesa de qualquer parte.

CAPÍTULO VI
DA PRESCRIÇÃO

Art. 16. Prescreve em 05 (cinco) anos, contados da data de verificação


do fato, a punibilidade por falta sujeita a processo ético-profissional.

Parágrafo único. Pela data de verificação do fato, entende-se a do


conhecimento oficial do fato pelo Conselho Regional competente.

Art. 17. O conhecimento expresso ou a notificação feita diretamente


ao profissional faltoso e a decisão condenatória do CRMV interrompem o
prazo prescricional de que trata o artigo anterior.

Parágrafo único. O conhecimento expresso ou a notificação de que


trata este artigo ensejará defesa escrita ou a termo, a partir de quando
recomeçará a fluir novo prazo prescricional.

Art. 18. O processo ético-profissional paralisado há mais de 03 (três)


anos pendente de despacho ou julgamento será arquivado definitivamente,
de ofício ou a requerimento da parte interessada.

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TÍTULO III
DOS PROCEDIMENTOS

CAPÍTULO I
DA COMISSÃO DE ADMISSIBILIDADE

Art. 19. O Plenário do CRMV, por iniciativa do respectivo Presidente,


poderá instituir Comissão de Admissibilidade de processos ético-profissionais
com o objetivo de auxiliar o Presidente na tomada de decisões quanto à
abertura de processos éticos-profissionais.

Parágrafo único. A Comissão de Admissibilidade será composta


por 3 (três) membros, sendo eles o Vice-Presidente, o Secretário Geral e o
Tesoureiro.

Art. 20. Protocolada a denúncia ou representação, o Presidente


do CRMV poderá encaminhá-la à Comissão de Admissibilidade para emitir
parecer que indique se atende a todos os requisitos de admissibilidade
previstos no artigo 27 desta Resolução e, especificamente, se:

I - se trata de profissional inscrito no CRMV e a matéria é da


competência do CRMV;

II - dispõe de nome legível, assinatura, endereço completo e inscrição


no CNPJ ou CPF do denunciante;

III - foram anexadas as provas suficientes à demonstração do alegado


ou indicativos dos elementos de comprovação;

IV - se os fatos relatados indicam o eventual cometimento de infração


ética.

§ 1º O Presidente do CRMV determinará a juntada aos autos das


fichas cadastrais do denunciado ou representado, com informação se já
cumpriu ou cumpre pena, das pessoas jurídicas registradas e envolvidas,
inclusive dos respectivos responsáveis técnicos, bem como dos demais
profissionais mencionados na denúncia ou representação;

§ 2º O parecer da Comissão de Admissibilidade deverá sugerir o


arquivamento da denúncia nos casos de não atendimento ao previsto nos
incisos I a IV deste artigo.

10 Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs


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§ 3º No caso de atendimento ao previsto nos incisos I a IV deste


ANEXO II

ATESTADO DE ÓBITO

Identificação do Médico-Veterinário (nome, endereço completo, inscrição no CRMV, e-mail,


telefone) e, se for o caso, Identificação do estabelecimento (nome, endereço completo, CNPJ,
Inscrição Estadual e Registro no CRMV)

ATESTADO DE ÓBITO

Atesto para os devidos fins que o animal abaixo identificado veio a óbito na localidade
.........…...,às .........…..., horas do dia (__/__/___), sendo a provável causa mortis .........…....

Identificação do animal (nome, sexo, raça, idade real ou presumida, cor de pelagem ou
plumagem, sinais particulares, tatuagem, brinco, microchip, registro genealógico e,
conforme o caso, resenha detalhada):
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................

Outras informações complementares à provável causa mortis e informação de ter sido feita
a notificação obrigatória quando for o caso:
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................

Orientações para destinação do corpo animal (aspectos sanitários e ambientais):


....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
Identificação do(a) responsável pelo animal:
Nome: .........…...
CPF: .........…...
Endereço completo: .........…...
Cidade, __de _________ de ____.
________________________________________
Assinatura do(a) Médico(a) Veterinário(a)
Nome e nº de inscrição no CRMV

(documento a ser emitido em 2 vias: 1ª via: médico-veterinário; 2ª via: proprietário,


tutor/responsável)

artigo, o parecer da Comissão de Admissibilidade deverá sugerir a instauração


do processo ético-profissional e indicar possíveis capitulações quanto aos
fatos imputados.

Art. 21. Na hipótese de a Comissão entender que há necessidade


ou conveniência de realização de diligência com o fim específico de obter
documentos e elementos necessários à formação da convicção quanto
ao eventual cometimento de infração ética, sem prejuízo da posterior
observância aos princípios do devido processo legal e contraditório, esta
deverá solicitar ao Presidente que proceda:

I - às comunicações necessárias ao denunciado ou representado


para que apresente documentos, tais como prontuários médicos, relatórios
detalhados, cópias de exames, ou quaisquer outros que possam dirimir
possíveis dúvidas, sempre com prazo de até 10 dias;

II - às diligências necessárias à obtenção de documentos ou


informações suficientes à demonstração do alegado ou indicativos dos
elementos de comprovação;

III - à fiscalização nos locais indicados na denúncia ou representação


e que sejam enviados relatório do fiscal e cópias dos documentos extraídos
por ocasião do ato.
Art. 22. Todos os documentos recebidos ou produzidos pela Comissão
devem ser juntados ao processo.

Art. 23. As partes poderão solicitar audiência com a Comissão,


que poderá recebê-las e ouvi-las desde que com a presença da maioria
dos membros que a compõem, hipótese em que deverá registrar em ata os
relatos e ocorrências.

Parágrafo único. A Comissão deve se restringir a registrar o que for


do interesse das partes, não lhe competindo a tomada de depoimentos, quer
das partes, quer de testemunhas.

Art. 24. A Comissão de Admissibilidade, no prazo máximo de 30 dias,


prorrogáveis por mais 30, apresentará o relatório fundamentado quanto ao
arquivamento ou instauração de processo ético-profissional.
§ 1º O arquivamento será sugerido na hipótese do §1º do artigo 27
desta Resolução.

Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs 11


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§ 2º A instauração será sugerida quando satisfeito o caput do


artigo 27 desta Resolução, competindo à Comissão indicar os fatos que, em
tese, configuram infração ética, a respectiva tipificação e a identificação do
profissional autor do fato.

§ 3º Na hipótese do §2º deste artigo, o Relator, o Plenário do CRMV e


o CFMV poderão atribuir definição jurídica diversa, desde que não modifique
a descrição do fato identificado como infração ética.

§ 4º O parecer da Comissão de Admissibilidade deve ser aprovado


pela maioria de seus membros.

§ 5º Havendo mais de um profissional envolvido, a Comissão deverá


emitir pareceres individualizados.

§ 6º A Comissão de Admissibilidade poderá se valer do assessoramento


dos advogados que componham a estrutura do CRMV.

Art. 25. O Presidente do CRMV, de posse do parecer, decidirá


fundamentadamente pelo arquivamento ou instauração do processo ético-
profissional.

CAPÍTULO II
DA ADMISSIBILIDADE E DA INSTAURAÇÃO

Art. 26. O processo ético-profissional instaura-se:

I - de ofício, por deliberação do Plenário do CRMV, ao conhecer de


ato que considere passível de configurar, em tese, infração a princípio ou
regra ético-profissional;

II - por decisão do Presidente do CRMV em consequência de denúncia


ou representação apresentada por qualquer pessoa.

§ 1º Entende-se por denúncia o expediente subscrito por pessoa


física ou por pessoa jurídica de direito privado.

§ 2º Entende-se por representação o expediente subscrito por


autoridade, órgão ou entidade públicos.

§ 3º No prazo de 15 dias após a apresentação da denúncia ou


representação, o Presidente do Regional:

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Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

I - decidirá sobre a instauração; ou

II - submeterá à Comissão de Admissibilidade para emissão de


parecer.
Art. 27. As denúncias ou representações devem conter a descrição
dos fatos, o nome, assinatura, endereço completo, inscrição no CNPJ ou CPF
do denunciante ou representante e estar acompanhadas de provas suficientes
à demonstração do alegado ou indicar os elementos de comprovação.

§ 1° As denúncias ou representações serão arquivadas pelo


Presidente do CRMV se:

I - não contiverem os dados e documentos previstos no caput;

II - o fato narrado, manifestamente, não constituir infração ética.

§ 2º A decisão de arquivamento deve ser seguida de comunicação


ao denunciante ou representante, desde que identificado, acompanhada de
cópia da decisão fundamentada.

§ 3º Em caso de arquivamento, não se admitirá qualquer recurso,


sendo facultado, porém, o encaminhamento de novo expediente, desde que
observados os requisitos deste artigo.

§ 4º O arquivamento de denúncia fora dos casos elencados neste


artigo sujeitará o Presidente ao estabelecido no artigo 95 deste Código.

Art. 28. Preenchidos os requisitos, o Presidente determinará a


instauração de processo ético-profissional.

§ 1º A decisão de instauração deve indicar os fatos que, em tese,


configuram infração ética, a respectiva tipificação e a identificação do
profissional responsável.

§ 2º Na hipótese do §1º deste artigo, o Relator e os Plenários do


CRMV e CFMV, por ocasião do julgamento, poderão atribuir definição
jurídica diversa, desde que não modifique a descrição do fato identificado
como infração ética.

§ 3º O Presidente poderá proceder a diligências com o intuito de


obter dados complementares e necessários à decisão de que trata o caput
deste artigo ou encaminhar para a Comissão de Admissibilidade, nos termos
do artigo 20 deste Código.

Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs 13


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

Art. 29. Os processos serão instaurados de ofício, por deliberação do


Plenário do CRMV, quando:

I - Diretor ou Conselheiro do CRMV reportar oficialmente fato que,


em tese, configure infração ética;

II - o Presidente do CRMV, diante de denúncia ou representação que


não cumpra os requisitos definidos no artigo 27, levar ao conhecimento do
Plenário do CRMV os fatos em razão de sua gravidade ou repercussão;

§ 1º A decisão de instauração deve indicar os fatos que, em tese,


configuram infração ética, a respectiva tipificação e a identificação do
profissional responsável.

§ 2º Na hipótese do §1º deste artigo, o Relator e os Plenários do


CRMV e CFMV, por ocasião do julgamento, poderão atribuir definição
jurídica diversa, desde que não modifique a descrição do fato identificado
como infração ética.

Art. 30. Instaurado o processo ético-profissional, caberá ao Presidente


do CRMV:

I - determinar a autuação;

II -determinar a comunicação do denunciante ou representante:


a) quanto à instauração do processo ético para ciência da instauração;

b) quanto ao direito de acompanhar todos os atos;

c) quanto ao direito de expressamente renunciar ao direito previsto


na letra ‘b’, hipótese em que o CRMV não procederá às comunicações,
ressalvada a destinada ao depoimento;

d) para apresentação do rol de testemunhas, no prazo de 05 (cinco)


dias.

III – determinar, caso ainda não providenciada, a juntada das fichas


cadastrais dos denunciados ou representados, com informação se já cumpriu
ou cumpre pena, de pessoas jurídicas registradas e envolvidas, inclusive
dos respectivos responsáveis técnicos, bem como dos demais profissionais
mencionados na denúncia ou representação;

IV - designar Instrutor, dentre os Conselheiros Efetivos ou Suplentes,


para instrução processual.

14 Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

§ 1º Havendo mais de um denunciado ou representado, instaurar-se-


ão processos autônomos, transladando-se as peças necessárias à autuação.

§ 2º O Presidente do CRMV, no caso de haver mais de um denunciado


ou representado e considerado o contexto fático, poderá determinar,
justificadamente, a instauração de um único processo ético-profissional.

§ 3º Caso após a instauração do processo ético-profissional e antes


do fim da instrução o denunciante ou representante solicite a desistência,
o pedido será levado à análise do Plenário do CRMV, que, em razão das
circunstâncias, a eventual infração, o dano e respectivas consequências,
deliberará pelo arquivamento da denúncia ou prosseguimento do feito.

§ 4º A deliberação do Plenário do CRMV está condicionada à prévia


oitiva e anuência do profissional denunciado ou representado.

Art. 31. É vedado o encaminhamento da denúncia ou representação


a pessoa ou Comissão não previstas nesta Resolução, sob pena de sujeição ao
estabelecido no artigo 95 deste Código.

CAPÍTULO III
DA DEFESA

Art. 32. Recebidos os autos do processo ético-profissional, caberá ao


Instrutor determinar a citação do denunciado ou representado para ciência
da instauração e, no prazo de 30 (trinta) dias, oferecimento de defesa.

§ 1º Deverá ser expresso na citação o direito de o profissional ser


representado por procurador, advogado ou não.

§ 2º Juntar-se-á à citação cópia integral do processo.

§ 3º A defesa, que pode ser apresentada por escrito ou tomada


a termo, deverá estar acompanhada de todos os documentos e do rol de
testemunhas e, quando subscrita por procurador, de cópia do instrumento
de mandato.

§ 4º Não sendo encontrado o denunciado ou representado no


endereço fornecido na denúncia ou representação ou constante dos registros
do Regional, ou no caso de recusa, proceder-se-á à citação via publicação,
nos termos do inciso IV do artigo 5º deste Código.

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Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

§ 5º No caso de o denunciado ou representado ser citado via edital


e não oferecer defesa, o Instrutor certificará o fato e solicitará ao Presidente
do CRMV a designação de defensor dativo para elaboração da defesa e
prática dos demais atos até o final do processo.
§ 6º A designação de defensor dativo deverá recair, obrigatoriamente,
sobre médico-veterinário ou zootecnista regularmente inscrito no Sistema
CFMV/CRMVs ou, ainda, sobre advogado inscrito na Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB)
§ 7º Não poderá ser designado defensor dativo Conselheiro
ou profissionais que mantenham com o Sistema CFMV/CRMVs vínculo
empregatício ou funcional.
§ 8º Os defensores dativos serão remunerados por seu trabalho,
cujo valor será fixado pelo CRMVs.
§ 9º O CRMV poderá celebrar convênios com Sociedades ou
Associações de Classe, Defensoria Pública, OAB ou Instituições de Ensino
Superior para a atuação na defensoria dativa.
§ 10. O denunciado ou representado defendido por Defensor Dativo
poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em
que se encontrar.
CAPÍTULO IV
DA INSTRUÇÃO

Art. 33. Ao Instrutor compete:

I - colher o depoimento do Denunciante ou Representante;


II -proceder à oitiva das testemunhas arroladas pelo Denunciante ou
Representante e pelo Denunciado ou Representado, nesta ordem;
III - proceder à oitiva das testemunhas que, mesmo não arroladas
pelas partes, entender necessárias à elucidação ou comprovação dos fatos;
IV - após as atribuições definidas nos incisos anteriores, interrogar o
Denunciado ou Representado.
V - determinar, de ofício ou a requerimento das partes, a realização
de diligências;
VI - elaborar o relatório final.

Parágrafo único. O Instrutor poderá solicitar parecer técnico escrito


de experto acerca da adequação ou inadequação dos procedimentos
adotados no caso, preservado o caráter sigiloso do processo.

16 Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

Art. 34. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo,


as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais.
Parágrafo único. São também inadmissíveis as provas derivadas
das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre
umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
independente das primeiras.

Art. 35. Nos casos em que houver ônus pecuniário para a obtenção
de provas solicitadas pelos interessados, incumbirá a estes arcar com as
respectivas despesas.

Art. 36. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos


documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos
depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos
autos.

§ 1º Admite-se também a juntada posterior de documentos formados


após a denúncia, representação ou a defesa, bem como dos que se tornaram
conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que
os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente
e incumbindo ao Instrutor ou Relator, em qualquer caso, avaliar a conduta
da parte.

§ 2º A parte contrária deverá ser intimada a se manifestar sobre os


documentos juntados no prazo de 3 (três) dias.

Art. 37. O prazo de instrução é de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável


por 60 (sessenta) dias, a pedido justificado do Instrutor, e autorização do
Presidente do CRMV, respeitado o prazo prescricional.

Seção I
Dos Depoimentos e Oitivas

Art. 38. Oferecida a defesa, serão designados dia e hora para


depoimento do denunciante ou representante e oitivas das testemunhas
arroladas pelo denunciante ou representante e pelo denunciado ou
representado e das testemunhas indicadas pelo Instrutor, nesta ordem.

§ 1º Preferencialmente, o depoimento e oitivas serão realizados


num mesmo dia.

Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs 17


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

§ 2º As partes, embora intimadas, não são obrigadas a comparecerem


e, neste caso, o não comparecimento não lhes será interpretado
desfavoravelmente.

§ 3º As partes ou seus procuradores serão intimados para, querendo,


participar de todos os depoimentos.

§ 4º Cada parte poderá arrolar até 5 (cinco) testemunhas, nos termos


da alínea ‘d’, II, artigo 30, e do §3º, artigo 32, deste Código, devendo indicar
o nome, profissão, endereço completo e demais informações necessárias à
identificação e localização.

§ 5º Cabe à parte levar a testemunha por ela arrolada no dia, hora


e local da audiência designada, dispensando-se a intimação do CRMV,
presumindo-se, caso a testemunha não compareça, que a parte desistiu de
sua oitiva.

§ 6º A parte poderá requerer ao Instrutor, com antecedência


mínima de 15 dias da data da audiência, a intimação da testemunha por ela
arrolada.»

§ 7º O Instrutor, no caso de não comparecimento de testemunhas


intimadas pelo CRMV, poderá, de modo fundamentado, dispensar as
respectivas oitivas, quer a pedido das partes, quer em razão de haver nos
autos provas suficientes à instrução.
§ 8º É vedado a testemunha ainda não ouvida assistir à oitiva das
demais.
§ 9º O Instrutor poderá, de modo fundamentado, indeferir ou
dispensar a oitiva de testemunhas que considerar protelatórias, irrelevantes
ou impertinentes à elucidação dos fatos.
Art. 39. O denunciante ou representante será qualificado e
perguntado sobre as circunstâncias dos fatos.
Parágrafo único. Findo o depoimento, será informado o direito de
juntada de novos documentos, os quais serão submetidos ao contraditório,
na forma do §2º do art. 36 deste Código.
Art. 40. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de
dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado, devendo declarar seu
nome, sua idade, seu estado civil, sua residência, sua profissão, lugar onde
exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou
quais suas relações com quaisquer delas, e relatar o que mais souber.

18 Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

§ 1º O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido


à testemunha trazê-lo por escrito, sendo-lhe, entretanto, autorizada breve
consulta a apontamentos.
§ 2º  Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a
testemunha ou arguir circunstâncias que a tornem suspeita de parcialidade.
Art. 41. As testemunhas serão inquiridas separadamente.

Art. 42. As perguntas das partes às testemunhas serão dirigidas ao


Instrutor, que as formulará.
§ 1º O Instrutor não poderá recusar as perguntas das partes, salvo se,
de forma fundamentada, não tiverem relação com o processo ou importarem
repetição de outra já respondida, devendo, se requerido, consigná-las por
escrito.
§ 2º As partes e seus procuradores não poderão intervir ou influir de
qualquer modo nas perguntas e nas respostas.
§ 3º O Instrutor, diante de comportamento inadequado das partes,
deverá alertá-los e orientá-los e, em último caso, determinar as respectivas
retiradas, prosseguindo na oitiva com a presença do procurador, quando
houver.
Art. 43. O denunciado ou representado será qualificado e interrogado
na presença de seu procurador, se houver.

Parágrafo único. A intimação para o interrogatório do denunciado ou


representado deve ser a ele encaminhada, ainda que assistido por advogado
ou defensor dativo.

Art. 44. Depois de devidamente qualificado, o denunciado ou


representado será informado, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito
de permanecer calado e de não responder às perguntas que lhe forem
formuladas.

Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não


poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.
Art. 45. Ao denunciado ou representado será perguntado:

I - sobre a residência, formação, Instituição de Ensino Superior (IES)


em que se graduou e local onde exerce a sua atividade, se já respondeu a
processo ético-profissional e, em caso afirmativo, qual o resultado;

Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs 19


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

II - se é verdadeira a acusação que lhe é feita;


III - se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e
circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e
quais são.
IV - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular
a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a
prática da infração ética, e quais sejam, e se com elas esteve antes ou depois
do ato;
V - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve
notícia desta;
VI - se conhece o denunciante e testemunhas arroladas, e desde
quando, e se tem o que alegar contra elas;
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação
dos antecedentes e circunstâncias da infração;
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.
Parágrafo único. Findo o interrogatório será informado o direito de
juntada de novos documentos, os quais serão submetidos ao contraditório,
na forma do §2º do artigo 36 deste Código.
Art. 46. A todo tempo o Instrutor poderá proceder à nova oitiva das
partes ou testemunhas, de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das
partes.

Art. 47. A acareação, por decisão fundamentada do Instrutor, será


realizada de ofício ou a requerimento das partes, quando houver divergência
sobre fatos ou circunstâncias relevantes.

Parágrafo único.   Os acareados serão reinquiridos para que expliquem


os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.

Art. 48. Do ocorrido em audiência será lavrado Termo próprio,


assinado pelo Instrutor e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos
relevantes nela ocorridos.

§ 1º Sempre que possível, o registro dos depoimentos e oitivas será


feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou
técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das
informações.

§ 2º No caso de registro por meio audiovisual, quando requerido


pelo interessado, será encaminhada às partes cópia do registro original, sem
necessidade de transcrição.

20 Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

Seção II
Das Alegações Finais e do Relatório

Art. 49. Concluída a Instrução, o Instrutor informará o encerramento


às partes ou a seus procuradores e os intimará para que, no prazo de 10 (dez)
dias, apresentem as alegações finais.

Art. 50. Findo o prazo das alegações finais, com ou sem estas, o
Instrutor, sem adentrar no mérito, elaborará relatório, com detalhamento
de todos os atos processuais ocorridos, e o encaminhará ao Presidente do
CRMV.

Seção III
Do Relator

Art. 51. O Presidente do CRMV, recebido o processo instruído,


designará Relator para elaborar o voto no prazo de 30 (trinta) dias.

§ 1º Antes da designação, o Presidente determinará a atualização


dos dados cadastrais do denunciado ou representado.

§ 2º A designação poderá recair:

I - em Conselheiro Efetivo;

II - em Diretor, que não o Presidente;

III - em Conselheiro Suplente, desde que em substituição a Conselheiro


Efetivo.

§ 3º É facultado ao Relator requerer diligências ao Instrutor,


devendo, neste caso, delimitar o ato e fixar prazo para seu cumprimento, o
que suspenderá o prazo do caput.

§ 4º No caso do §3º deste artigo, deve-se oportunizar às partes o


acompanhamento dos atos e a renovação das alegações finais.

§ 5º Se o Relator entender cabível nova definição jurídica do fato


em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância
da infração não contida na denúncia ou representação, deverá remeter ao
Instrutor para:

Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs 21


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

I - oportunizar ao Denunciado ou representado o prazo de 30 (trinta)


dias para defesa específica, juntada de documentos e rol de até 5 (cinco)
testemunhas, e novo interrogatório;

II - confecção de relatório complementar.

Art. 52. São requisitos essenciais do Voto:

I – preâmbulo, com indicação do número do processo, o nome das


partes e do Relator;

II – relatório, que deve conter a exposição sucinta dos termos da


autuação e das alegações, bem como o registro das principais ocorrências
havidas no andamento do processo;

III – fundamentação, que deve conter a indicação dos motivos


de fato e de direito em que irá fundar-se a decisão, inclusive em relação a
preliminares e mérito;

IV – conclusão, que deve conter os dispositivos em que o Relator


resolverá as questões apresentadas nos autos.

§ 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na


fundamentação da decisão.

§ 2º O voto deve observar o princípio da correlação, ou seja,


necessidade imperiosa da correspondência entre a condenação, se for o
caso, e os fatos expostos na denúncia ou representação.

Art. 53. Elaborado o voto, o Relator comunicará ao Presidente do


CRMV e encaminhará à Secretaria para inclusão em pauta.

§ 1º Uma vez incluído o processo em pauta de Sessão de Julgamento,


será enviada uma cópia integral do relatório para os Conselheiros, excetuado
o voto.

§ 2º. O voto só será apresentado e conhecido em Sessão de


Julgamento.

22 Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

CAPÍTULO V
DO JULGAMENTO

Art. 54. Haverá Sessões Especiais de Julgamento mediante


convocação.

Parágrafo único. As Sessões de Julgamento deverão ser realizadas


no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contados do pedido de inclusão em
pauta.

Art. 55. O quórum mínimo para a realização das Sessões Especiais de


Julgamento é de 06 (seis) Membros do Conselho, sendo 2 (dois) da Diretoria
e 4 (quatro) Conselheiros.

Art. 56. As Sessões serão públicas, podendo ser reservadas apenas


às partes e procuradores quando o caso concreto justificar a medida.

Art. 57. As partes, seus procuradores ou defensores dativos,


conforme o caso, serão intimados da data do julgamento com 10 (dez) dias
de antecedência.

Parágrafo único. A intimação da parte supre a de seu procurador ou


defensor, e vice-versa.

Art. 58. Nas Sessões de Julgamento observar-se-á a seguinte ordem:


I - verificação do quórum;
II - julgamento dos processos pautados;
III - confecção, leitura e aprovação da Ata.
§ 1º O Presidente dará preferência aos julgamentos nos quais as
partes ou seus procuradores queiram produzir sustentação oral.
§2º O Relator poderá solicitar inversão de pauta.
§ 3º Do julgamento de cada processo ético-profissional será lavrada
ata específica.
§ 4º A ata descreverá todas as ocorrências, mencionando
obrigatoriamente:
I - a data e a hora da instalação dos trabalhos e início da Sessão de
Julgamento;

Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs 23


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

II - os Conselheiros presentes e a indicação daquele que presidiu o


julgamento do processo ético-profissional;

III - o pregão e o registro das partes e procuradores presentes e


ausentes;

IV - o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a indicação do


motivo;

V - a indicação de Conselheiros que tenham se declarado suspeitos


ou impedidos;

VI - conforme o caso, a indicação do Conselheiro designado substituto


daquele que tenha se declarado suspeito ou impedido

VII - síntese dos debates e das alegações das partes com os respectivos
fundamentos;

VIII - os incidentes;

IX - o julgamento da causa, com identificação dos Conselheiros e


respectivos votos quanto às questões preliminares e de mérito;

X - a proclamação do resultado.

Art. 59. Os julgamentos realizar-se-ão, sempre que possível, de


conformidade com a ordem cronológica de protocolo no Conselho.

Art. 60. Nos julgamentos, o Presidente da Sessão, lido o relatório, dará


a palavra, sucessivamente, ao denunciante/representante e ao denunciado/
representado, ou a seus procuradores, para sustentação oral.

§ 1º Cada uma das partes e/ou seus procuradores, ou defensor


dativo, falará pelo tempo máximo de 15 minutos.

§ 2º Na hipótese de a parte e seu procurador desejarem se


pronunciar, o tempo de 15 minutos será dividido entre eles.

Art. 61. Concluídas as sustentações orais, retornará a palavra ao


relator para apresentação de sua fundamentação e conclusão.

Art. 62. Concluída a leitura do voto pelo Relator, iniciar-se-á a fase


de discussão, sendo a cada Conselheiro permitido se pronunciar duas vezes
sobre o assunto em discussão e mais uma vez, se for o caso, para explicar a
modificação do voto.

24 Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

§ 1° Não participarão do julgamento os Conselheiros que não tenham


assistido ao relatório ou aos debates.
§ 2º Nenhum falará sem autorização do Presidente, nem
interromperá a quem estiver usando a palavra, salvo para apartes, quando
solicitados e concedidos.
Art. 63. Concluído o debate oral, o Presidente tomará os votos de
cada Conselheiro, inclusive Diretor.
§ 1º No caso de, nesta fase, ser identificada nulidade saneável,
converter-se-á o julgamento em diligência e o Relator, se for necessário,
ordenará a remessa dos autos ao Instrutor para a realização do ato.
§ 2º Rejeitada a nulidade, prosseguirá a discussão e o julgamento
da matéria.
§ 3º Os resumos dos votos serão registrados na Ata de Julgamento
de cada processo.
§ 4º Quando a decisão for adotada com base em voto divergente do
Relator, o Presidente designará dentre os que divergiram o responsável pela
apresentação do voto escrito e redação do Acórdão.
§ 5º O Presidente da Sessão não proferirá voto, salvo quando ocorrer
empate.
§ 6º Até a proclamação do resultado pelo Presidente, qualquer
Conselheiro pode pedir vista dos autos, devendo apresentá-los, para
prosseguimento da votação, na mesma sessão ou na próxima, respeitado o
mandato da Gestão.
§ 7° Na hipótese do §6º, ao reiniciar o julgamento serão computados
os votos já proferidos pelos Conselheiros, ainda que não compareçam ou
hajam deixado o exercício do cargo.
§ 8° Encerrada a votação, o Presidente da Sessão proclamará o
resultado.
Art. 64. Proclamado o resultado, os autos irão ao Relator ou, se for o
caso, ao Revisor para, dentro de até 03 (três) dias, lavrar o acórdão e assiná-lo
com o Presidente da Sessão.

Parágrafo único. Aos autos serão juntados, além dos votos do Relator
e, conforme o caso, do Revisor, a Ata da sessão e o acórdão.

Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs 25


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

Art. 65. As partes serão comunicadas da decisão na forma prevista


neste Código.

§ 1º Na comunicação do acórdão deverá ser declarado o direito de


recurso ao CFMV no prazo de 30 (trinta) dias.

§ 2º A intimação da parte supre a de seu procurador ou defensor, e


vice-versa.

§ 3º É vedada a publicação do resultado do julgamento enquanto


não transitada em julgado a decisão.

CAPÍTULO VI
DOS RECURSOS

Art. 66. São admitidos apenas os seguintes recursos:

I - apelação para o CFMV, no prazo de 30 (trinta) dias, contra as


decisões colegiadas proferidas pelos CRMVs;

II - agravo para o Presidente do CRMV, no prazo de 02 (dois) dias, contra


decisão de Conselheiro que não reconhecer impedimento ou suspeição.
§ 1º O recurso de Apelação é interposto perante o CRMV que proferiu
a decisão e será recebido em seus efeitos devolutivo e suspensivo.

§ 2º No caso de a parte e seu procurador, ou defensor, serem


comunicados, a contagem do prazo levará em consideração o primeiro que
tiver recebido a comunicação.

Art. 67. Interposta a Apelação, será a parte contrária intimada para,


no prazo de 30 (trinta) dias, oferecer Contrarrazões.

§ 1º Após as contrarrazões, o Regional certificará a tempestividade


ou intempestividade da Apelação e contrarrazões.

§ 2º Não serão admitidos recursos adesivos.


Art. 68. Findo o prazo para Contrarrazões e após a certificação, os
autos serão remetidos ao CFMV.

26 Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

Art. 69. Está sujeita à remessa obrigatória, não produzindo efeito


senão depois de confirmada pelo CFMV:
I - a decisão do CRMV que cassar o exercício profissional;
II - a decisão condenatória proferida pelo CRMV em processo em
que o denunciado ou representado seja assistido por defensor dativo, sem
prejuízo do recurso voluntário;
III - decisões não unânimes, condenatórias ou absolutórias, proferidas
em processos instaurados de ofício.
Parágrafo único. No caso previsto neste artigo, será ordenada no
voto a remessa dos autos ao CFMV, independentemente de Apelação.
Art. 70. Em caso de Apelação ou remessa obrigatória, o processo
será duplicado, mantendo-se cópia física ou digital no CRMV.
Seção I
Do Julgamento pelo CFMV

Art. 71. Recebidos os autos no CFMV, o Presidente, exercido o


juízo positivo de admissibilidade, designará Relator, a quem o processo será
encaminhado para elaborar voto no prazo máximo de 30 (trinta) dias.
§ 1º Exercido o juízo negativo de admissibilidade, o Presidente do
CFMV comunicará o Apelante e determinará o retorno dos autos ao CRMV,
excetuada a hipótese de cassação do exercício profissional, hipótese em que
o recurso será desentranhado, por certidão, dos autos e, ato contínuo, o
processo será distribuído a Relator.
§ 2º A designação poderá recair:
a) em Conselheiro Efetivo;
b) em Diretor, que não o Presidente;
c) em Conselheiro Suplente, desde que em substituição a Conselheiro
Efetivo.
§ 3º É facultado ao Relator requerer diligências ao Instrutor,
devendo, neste caso, delimitar o ato e fixar prazo para seu cumprimento, o
que suspenderá o prazo do caput.
§ 4º No caso do §3º deste artigo, deve-se oportunizar às partes
o acompanhamento dos atos e a complementação da apelação ou
contrarrazões.

Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs 27


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

Art. 72. Elaborado o voto, o Relator solicitará ao Presidente CFMV a


inclusão do processo em pauta.

Parágrafo único. As Sessões Especiais de Julgamento serão realizadas


no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contados do pedido de inclusão
em pauta.

Art. 73. O voto só será apresentado e conhecido em Sessão de


Julgamento.

Art. 74. O julgamento da Apelação observará as regras do Capítulo V,


Título III, deste Código.

§ 1º O Presidente dará preferência aos julgamentos nos quais as


partes ou seus procuradores queiram produzir sustentação oral.

§2º O Relator poderá solicitar inversão de pauta.

§ 3º As partes serão comunicadas do resultado do julgamento


mediante publicação, que deve conter:

a) números de autuação do processo administrativo no CRMV e no


CFMV;

b) iniciais dos nomes das partes;

c) número de inscrição do profissional no CRMV;

d) resumo do resultado do julgamento;

e) nome completo e, conforme o caso, de inscrição na OAB, dos


procuradores, caso constituídos.

Art. 75. A decisão não poderá ser agravada se somente o denunciado


houver apelado nem abrandada se somente o denunciante o fizer, ressalvada
a hipótese da remessa obrigatória.

Parágrafo único. O Relator e os Plenários do CRMV e CFMV, sem


modificar a descrição do fato contida na denúncia ou representação, poderá
atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de
aplicar pena mais grave.

28 Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

CAPÍTULO VII
DA EXECUÇÃO

Art. 76. Transitada em julgado a decisão, a execução dar-se-á


imediatamente na instância de origem.
Art. 77. As execuções das penalidades impostas pelos Conselhos
processar-se-ão na forma estabelecida nas respectivas decisões, sendo
anotadas na ficha cadastral do infrator.
§ 1º As penas previstas nas alíneas “a” e “b” do art. 33 da Lei nº
5517, de 1968, serão comunicadas formalmente ao apenado.
§ 2º As penas previstas nas letras “c”, “d” e “e” do art. 33 da Lei nº
5.517, de 1968, serão comunicadas formalmente ao apenado e publicadas
no DOU e canais de comunicação e mídias sociais do CRMV, devendo ater-se
a informar o tipo de penalidade, o nome e número de registro do infrator, o
CRMV julgador e o número do processo que deu causa à penalidade.
§ 3º Em caso de cassação ou suspensão do exercício profissional, além
das publicações e das comunicações feitas às autoridades interessadas, será
apreendida a Carteira de Identidade Profissional do infrator e comunicado o
empregador do profissional.
§ 4º O resultado do julgamento deve ser levado ao conhecimento
dos CRMVs em que o profissional possuir inscrição secundária, se for o caso.
Art. 78. Cumpridas as decisões, considera-se encerrado o processo
ético-profissional, cabendo ao Presidente do CRMV determinar o respectivo
arquivamento.
CAPÍTULO VIII
DA REVISÃO

Art. 79. A revisão dos processos findos será admitida quando a


decisão condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos
comprovadamente falsos ou quando, após a decisão, se descobrirem novas
provas de inocência do profissional.

Art. 80. A revisão poderá ser requerida a qualquer tempo pelo


próprio profissional ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de
morte daquele, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

Parágrafo único.  Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa cuja


condenação tiver de ser revista, o presidente do Conselho nomeará curador
para a defesa se o cônjuge, ascendente, descente ou irmão não assumir a
condução da ação.

Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs 29


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

Art. 81. As revisões serão processadas e julgadas pelo Conselho que


tiver proferido a decisão passada em julgado.

Art. 82. O requerimento, instruído com a certidão de trânsito em


julgado da decisão e com as peças necessárias à comprovação dos fatos
arguidos, será distribuído a Conselheiro diverso daquele que tenha redigido
o acórdão ou atuado como Instrutor ou Relator.

Art. 83. Examinados os autos, julgar-se-á o pedido na Sessão que o


presidente designar, observadas, no que couber, as regras dos Capítulos V e
VI, Título III, deste Código.

Art. 84.  Julgada procedente a revisão, o Conselho poderá alterar a


classificação da infração, absolver o profissional, modificar a pena ou anular
o processo.

Parágrafo único.  De qualquer maneira, não poderá ser agravada a


pena imposta pela decisão revista.

Art. 85. A absolvição implicará o restabelecimento de todos os


direitos perdidos em virtude da condenação.

CAPÍTULO IX
DA REABILITAÇÃO

Art. 86. O profissional poderá requerer sua reabilitação ao CRMV


que tenha executado a decisão decorridos 5 (cinco) anos do cumprimento da
pena, sem que tenha sofrido qualquer outra penalidade ético-profissional e
não esteja a responder a processo ético-profissional.

§ 1º Exclui-se da concessão do benefício do caput deste artigo o


profissional punido com a pena de suspensão ou cassação do exercício
profissional.

§ 2º A reabilitação será apontada no prontuário do profissional e


assegura o sigilo dos registros sobre a condenação.

§ 3º Quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o


pedido de reabilitação depende, também, da correspondente reabilitação
criminal.

30 Manual de Legislação do Sistema CFMV/CRMVs


Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

CAPÍTULO X
DA RESTAURAÇÃO DE AUTOS

Art. 87. Os autos originais de processo ético-profissional extraviados


ou destruídos serão restaurados na forma dos artigos 541 a 548 do Código
de Processo Penal.

TÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 88. As partes e seus procuradores têm direito à vista do processo


e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o
integram, sendo-lhes vedado retirar os autos físicos da sede do Conselho.

Art. 88-A Institui-se a suspensão cautelar do exercício profissional,


instrumento de natureza processual não punitiva, e cujas especificidades e
processamento serão objeto de Resolução específica. (1)

Art. 89. O sigilo definido no § 1º do artigo 1º deste Código dá-se até


a decisão final e irrecorrível proferida pelo Sistema CFMV/CRMVs.

§ 1º Depois de proferida a decisão final e irrecorrível, permanecerão


sob sigilo os processos nos quais houver a aplicação das penas das alíneas
de advertência e censura confidencial, haja vista o caráter confidencial e
reservado lhes conferido pela Lei nº 5.517, de 1968.

§ 2º Depois de proferida a decisão final e irrecorrível, afastar-se-á o


caráter sigiloso dos processos nos quais houver a absolvição do profissional
ou a aplicação das penas de censura pública, suspensão e cassação do
exercício profissional, haja vista o caráter púbico lhes conferido pela Lei nº
5.517, de 1968.

Art. 90. Admite-se a prática de atos processuais por meio de


videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e
imagens em tempo real.

Parágrafo único. O registro dos depoimentos das partes e


testemunhas, bem como os julgamentos, poderá ser feito pelos meios ou
recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar,
inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações.

(1) O art. 88-A foi acrescentado pelo art. 9º da Resolução CFMV nº 1565, de 27/10/2023, publicada no DOU de 31/10/2023, Seção 1, págs.
181 e 182.

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Módulo II - Ética e Profissões Res. 1330/20

Art. 91. Havendo Intervenção em CRMV, caberá aos membros da


Junta Interventora deliberar sobre a instauração de ofício de processo ético e
ao Interventor nomeado a instauração nos casos de denúncia.
§ 1º Instaurado o processo, terá a Junta Interventora competência
tão somente para os atos relativos à Instrução, a ser conduzida por um de
seus membros indicado pelo Interventor.
§ 2º Finda a Instrução, a Junta Interventora encaminhará os autos
ao CFMV a fim de que o Plenário indique outro Regional para designação do
Relator, Julgamento, Comunicação da Decisão e, se for o caso, remessa de
recurso ao Conselho Federal.
§ 3º A aplicação da penalidade caberá ao Conselho sob Intervenção.
Art. 92. O profissional poderá, no curso da apuração ética, solicitar
transferência para outro CRMV, sem interrupção ou prejuízo do processo
ético no CRMV em que tenha cometido a falta.
§1º Na hipótese de transferência, a tramitação do processo ético-
profissional continuará no CRMV de origem.
§ 2º Transitada em julgado a decisão, o CRMV julgador deverá
informar ao CRMV em que o profissional estiver inscrito o resultado e, se for
o caso, a pena imposta.
Art. 93. Comprovado que os interessados tenham atuado de modo
temerário, com sentido de emulação ou procrastinação, se profissionais
inscritos no Sistema CFMV/CRMVs, responderão a processo ético-profissional
autônomo.
Art. 94. Os procedimentos relacionados ao processo devem realizar-
se em dias úteis, preferencialmente na sede do CRMV responsável pela sua
condução, cientificando-se o denunciado se outro for o local de realização.
Art. 95. É vedado a qualquer pessoa lançar notas ou sublinhar os
autos de processo ético-profissional.
Art. 96. Os Conselheiros do Sistema CFMV/CRMVs são obrigados a
comunicar a seus respectivos Plenários fatos que, cientes, possam configurar,
em tese, infração a princípio ou norma ético-profissional.
Art. 97. O não cumprimento, pelos Conselheiros, dos prazos e
preceitos desta Resolução poderá importar em atentado à função exercida,
sujeitando-se às normas das Resoluções CFMV nº 764, de 15 de março de
2004, e nº 847, de 25 de outubro de 2006, ou outras que as substituam ou
complementem.

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